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O planejamento na
organização da prática pedagógica
Autoras
aula
08
Governo Federal
Presidente da República
Luiz Inácio Lula da Silva
Ministro da Educação
Fernando Haddad
Secretário de Educação a Distância – SEED
Carlos Eduardo Bielschowsky
372.891
P644d Pimenta, Sônia de Almeida.
Didática e o ensino de geografia / Sônia de Almeida Pimenta; Ana Beatriz Gomes Carvalho. – Campina Grande: EDUEP, 2008.
244 p.
ISBN 978-85-7879-014-1
1. Geografia – Estudo e Ensino. I. Carvalho, Ana Beatriz Gomes. II. Título. 21. ed. CDD
Copyright © 2008 Todos os direitos reservados. Nenhuma parte deste material pode ser utilizada ou reproduzida sem a autorização expressa da
UFRN - Universidade Federal do Rio Grande do Norte e da UEPB - Universidade Estadual da Paraíba.
Apresentação
O
planejamento é fundamental para qualquer atividade humana. Requer clareza de
intenções, objetivos e métodos. Na educação o planejamento é indispensável, pois é
a partir dele que podemos articular conteúdos e práticas significativas. Assumimos
nesta aula uma perspectiva prática sobre o tema em tela, dado que é requerido do professor
além do domínio dos conteúdos de sua área de atuação, os saberes sobre a organização
de sua prática. Portanto, partimos para reflexão sobre as dimensões do planejamento na
educação, e chegamos nos diferentes planos que compõem a prática pedagógica: O plano
da escola, o plano de ensino e o plano de aula.
Objetivos
Ao final desta aula, esperamos que você:
sua resposta
A consonância entre a concepção curricular e a sua prática promove práticas
pedagógicas que potencializam a aprendizagem, pois, a depender da concepção curricular
- a qual expressa um tipo de relação com o conhecimento e com o contexto - a aprendizagem
será configurada a partir destas relações.
Índice de Desenvolvimento
da Educação Básica.
Criado em 2007 , é um dos
indicadores da qualidade
A despeito da base curricular nacional, a qual pode garantir conhecimentos
na educação. A partir deste
reconhecidamente válidos para nossa nação, o currículo é prática de significações, de instrumento, o Ministério
atribuições de sentidos relevantes para os grupos sociais. Portanto é dispositivo de definição da Educação traçou metas
de desempenho bianuais
de poderes, o local de luta das representações sociais e das identidades e alteridades que se
para cada escola e cada
produzem no interior destas práticas curriculares na perspectiva de uma educação que seja, rede até 2022.
necessariamente, multicultural como é o Brasil.
Muitos adjetivos podem ser usados para o currículo: Flexível, crítico, multicultural ou
democrático. Para além destas adjetivações, o currículo como recuperação de uma trajetória
do desenvolvimento do ser humano, de uma sociedade democrática, mais igualitária e justa
pressupõe não a seleção de conteúdos e práticas, mas a capacidade de autogoverno coletivo
das pessoas.
Sendo assim, o conteúdo escolar deve ser definido a partir do cotidiano; da possibilidade de
transformação do vivido; e da oportunidade de construção do conhecimento significativo.
Planejamento na educação
O homem sempre planeja. No momento em que a realidade torna-se complexa, somos
obrigados a uma maior sistematização de pensamento e ação, de modo a compreender e
a transformar a realidade, para isso é imprescindível o planejamento, o qual implica em
contextualizar uma ação inerente à atividade humana em ações sistemáticas. Quando o
homem planeja, organiza a ação, tornando-a mais responsável. Isto significa dizer que o
planejamento não prescinde de uma crítica permanente, tornando-o um instrumento para a
superação das rotinas e dando à ação humana uma reorganização contínua e consciente.
Planejar é transformar a realidade numa direção escolhida; organizar a própria ação (de
grupo, sobretudo) para a intervenção na realidade; é explicitar os fundamentos da ação do
grupo; é realizar um conjunto de ações propostas para aproximar uma realidade de um ideal;
é proporcionar meios para que se possam tomar decisões corretas, dentro e uma estrutura.
Através do registro no planejamento dos princípios da ação pedagógica, das ações futuras
e de seus resultados (através das avaliações) é que poderemos criar a possibilidade de troca
e diálogo com outras experiências. O registro/memória de nossas ações é uma das formas
cabíveis de trazer legitimidade ao nosso trabalho. Caso contrário, corremos o risco de estarmos
condenando o nosso trabalho ao esquecimento ou ao mero ativismo, além de estarmos, entre
outras coisas, negando a outros educadores que realizam o mesmo trabalho a oportunidade de
refletir concretamente sobre ele, ora se apropriando ora transformando-o.
Atividade 2
Planejamento educacional
O planejamento educacional, quando feito em nível de sistema educacional – a exemplo
de uma rede de escolas oficiais numa cidade – estabelece as políticas educacionais no
que diz respeito aos seus princípios, as estratégias de ação, os recursos e o cronograma
de atividades. Devido à sua importância como fator de desenvolvimento e considerando
as inúmeras variáveis que o afetam, o planejamento neste nível é indispensável como
manifestação de uma política pública. É um processo dinâmico que propõe metas e as
formas de como atingi-las. Para tanto, parte de um determinado contexto e propõe medidas
que venham a modificá-lo, de modo a atender tanto o indivíduo como a sociedade.
Está claro, pois, que o planejamento educacional, ao expressar uma política educacional,
apresenta sua intencionalidade através de seus princípios, metas e objetivos. São exemplos
de objetivos do planejamento educacional:
Alcançar maior coerência interna na determinação dos objetivos e nos meios adequados
para atingi-los;
De aula: É o plano desenvolvido para uma aula, ou conjunto de aulas. Possui caráter
específico para cada tema.
Articular-se à prática;
Plano da escola
Sabemos que a escola não é a único elemento de transformação da sociedade, mas
como pólo de reflexão sobre as relações sociais, a escola precisa cumprir o seu papel de
estar um passo à frente das discussões e de evidenciar um olhar crítico sobre as perspectivas
dos horizontes que se abrem. Este papel caracteriza sua função emancipatória, dinâmica e
compromissada com a construção de uma sociedade mais justa.
Entendemos que o plano da escola é um produto do trabalho coletivo. Como tal, traz a
concepção de educação do corpo docente, assim como suas bases teórico-metodológicas.
Para que a ação educativa seja significativa, é necessário a escola/instituição estar ciente
de seu contexto social, político, econômico e cultural. Assim como se faz necessária a
caracterização da estrutura organizacional e administrativa, da clientela (alunos), dos
objetivos educacionais gerais, da estrutura curricular, diretrizes metodológicas gerais e do
sistema de avaliação.
Embora saibamos que cada escola deve elaborar seu plano a seu modo, traremos aqui
um roteiro para elaboração do plano da escola proposto por Libâneo (1994):
Plano de ensino
O plano de ensino deve acompanhar os objetivos determinados pelo plano da escola,
com a especificidade de ser voltado para o processo ensino-aprendizagem, bem como para
a relação professor aluno.
Justificativas:
Este item do plano deve responder a seguinte pergunta: Qual a importância e o papel da matéria/conteúdo
de ensino no desenvolvimento cognoscitivo dos alunos? Em outras palavras, para que serve ensinar
estes conteúdos deste modo aqui proposto? Resumindo, a justificativa da disciplina deve responder a
três questões básicas do processo didático: o porquê, o para quê e como.
Objetivos gerais:
Os objetivos gerais se coadunam com o que desejamos alcançar com o trabalho docente com
os alunos.
Objetivos específicos:
Ao escrever a justificativa desta matéria/conteúdo, é possível definir o que se espera com o conteúdo
a ser assimilado. Os objetivos específicos correspondem aos resultados a serem obtidos no processo
de ensino/aprendizagem através de conhecimentos, conceitos, habilidades (os objetivos específicos
definem os conteúdos a serem aprendidos para atingi-los).
Desenvolvimento metodológico:
É através do desenvolvimento metodológico que se articulam os objetivos e conteúdos com métodos e
procedimentos de ensino que provoquem a atividade mental e prática dos alunos (através da resolução
de situações problemas, trabalhos de elaboração mental, discussões, exercícios etc).
Este item do plano deve responder as seguintes questões:
> Que atividades o professor deve desenvolver de forma a orientar sistematicamente as atividades dos
alunos adequadas aos conteúdos e aos objetivos?
> Que atividades os alunos deverão desenvolver para atingir os objetivos propostos no plano?
Série/Ciclo: (Indique a série ou o ciclo onde será a aula. Por exemplo: 4º ciclo do 2º segmento do ensino fundamental)
Unidade Didática: (Indique o tema do conjunto de conteúdos. Por exemplo: Regionalizações no Brasil”)
Recursos necessários: (Indique aqui os materiais e os recursos necessários. Por exemplo: mapas, textos)
Avaliação: (Por exemplo: Considere o que os alunos desenvolveram em relação à leitura de textos e mapas, à capacidade de
argumentação sobre os processos de regionalização).
Planejamento Instrumental/Normativo:
Planejamento Participativo:
Re-significação da prática do
planejamento na escola
A partir dessas críticas, é importante termos em mente que o planejamento não é
uma “prisão” para o trabalho pedagógico, mas um percurso que poderá assegurar ações
pedagógicas comprometidas com o coletivo e com o desenvolvimento da escola.
Considerando que o planejamento participativo consiste numa leitura de mundo, para que
o mesmo seja democrático, faz-se necessária a participação de todos, o que significa não apenas
contribuir para aceitação de propostas preparadas por grupos minoritários, mas representa a
construção conjunta compreendendo interesses, intenções e benefícios das propostas.
Atividade 3
“... não creio que as escolas possam ser, literalmente, construtoras da nova
ordem social. No entanto, as escolas, decerto, participarão, concretamente e
não idealmente, na construção da ordem social do futuro à medida que se forem
aliando com este ou aquele movimento, no seio das forças sociais existentes.”
JOHN DEWEY, 1934.
sua resposta
Leituras complementares
PADILHA, Paulo R. Planejamento dialógico: Como construir o projeto polítco-pedagógico
da escola. São Paulo: Editora Cortez/Instituto Paulo Freire: 2006..
Resumo
O campo educacional, como qualquer outro campo de atuação humana que se
pretenda exitoso, requer planejamento: Atividades que supõem o conhecimento
da dinâmica interna do processo de ensino e aprendizagem e das condições
externas que co-determinam a sua efetivação. Para tanto, existem três níveis
de planejamento escolar: o plano da escola, do ensino e de aula. Todos estes
planos devem esclarecer seus objetivos, conteúdos e métodos, pois neles
estão contido o sentido político da prática pedagógica e implicados no modelo
de sociedade que se quer construir.
Referências
LIBÂNEO, J. C. Didática. São Paulo: Editora Cortez, 1994.
GADOTTI, Moacir & ROMÃO, José E. (orgs). Autonomia da escola: princípios propostos.
São Paulo: Cortez, 1997.
EMENTA
Análise dos documentos necessários à organização do ensino; fundamentação teórico-metodológica para a organização
do trabalho docente; tendências atuais do ensino de geografia; a geografia e a interdisciplinaridade; a utilização de
diferentes fontes de informações e linguagens e a prática docente em geografia; situações problemas e a prática de ensino
em geografia.
AUTORAS
AULAS
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