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03/10/10 Jesus e o Sermão da Montanha - artig…
Surgido de Vedas, uma das mais antigas escrituras hindus, o Vedanta
ensina que todas as religiões são verdadeiras e levam a um mesmo
objetivo, a manifestação de Deus. Portanto, os seguidores do Vedanta
reverenciam todos os grandes profetas, os mestres espirituais e as
expressões de divindade das diversas crenças.
O autor do livro nos conta que foi por volta de 1874 que Sri RamaKrishna
iniciou o interesse especial pelo Cristianismo. Certo dia, RamaKrishna,
próximo a um quadro de Nossa Senhora com o menino Jesus, ficou absorvido
em contemplação e viu o quadro, repentinamente, tornar-se vivo e
resplendente. Sente, então, um amor ardente de Cristo invadir o seu
coração. Durante três dias, ele viveu sob a influência deste intenso amor.
No quarto dia, enquanto caminhava, aproximou-se um homem de semblante
sereno, com olhar fixo nele. Teve plena certeza de estar diante de Jesus,
que o abraçou se fundindo nele, levando Ramakrishna a um estado de
consciência transcendental. Essa experiência o levou a se convencer da
divindade de Jesus.
Neste primeiro ensinamento, Jesus explica que para o homem estar pronto
para ouvir e entender o que o Mestre Iluminado tem a dizer precisa ser
pobre em espírito, ou seja, precisa ser humilde, desapegar-se do orgulho do
saber, da riqueza, da beleza ou da linhagem, desprender-se de idéias
preconcebidas sobre a vida espiritual.
A aflição aqui não é por razões terrenas, mundanas, mas por causa de nossa
desconexão com a verdadeira espiritualidade. O sofrimento a que se refere o
Mestre é aquele que ocorre por fruto de nossa solidão espiritual, apegados
que ficamos, muitas vezes, a crenças superficiais.
Jesus, com essa frase, fala sobre a necessidade de sermos puros de coração
para podermos ver, encontrar com Deus. Ainda que possamos ter uma vida
pura, ética e de virtudes, muitas vezes, não estamos preparados para o
encontro com Deus, pois nossas mentes não se apresentam puras, repletas
que estão de impurezas (impressões acumuladas através das
reencarnações), levando-nos à ignorância, ao sentimento do eu exclusivista,
aos apegos mundanos, às aversões (somos atraídos por aquilo que
repelimos) e à ânsia de viver. As almas iluminadas, vivenciando amor em
seus corações e livres das impressões mentais de vidas passadas, estarão
prontas para a conexão com Deus.
Jesus, certa vez, disse uma frase, que resume, em importância, o tema
central de todo o Sermão da Montanha: “Sede, pois, perfeitos, como é
perfeito o vosso Pai que está no céu”. A palavra perfeição transmite idéia
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de subjetividade, sobretudo, no que concerne à perfeição divina. Onde, pois,
achar a perfeição? Em que local encontrar Deus?
Essa procura não está distante de nós, a rigor, muito perto, em nosso
interior, em nosso Eu Superior. Quando a pessoa estiver purificada através
de sua evolução espiritual, descobrirá o verdadeiro ser divino em seu
interior. Revelar este ser espiritual interior, essa divindade guardada no
íntimo, é efetivamente tornar-se perfeito. Essa tese não é tão absurda como
muitos querem crer, pois foi o próprio Jesus, que, segundo o Evangelho de
Lucas, disse: “O reino de Deus não tem aparência ostensiva; nem se
poderá dizer: hei-lo aqui ou hei-lo ali! Porque o reino de Deus está
dentro de vós”.
Sobre a oração, Jesus nos ensina que esta deve ser feita em lugar discreto,
ao dizer: “E quando orares, não sejas como os hipócritas; porque eles
gostam de orar em pé nas sinagogas e nas esquinas das ruas para
serem vistos pelos homens. Em verdade vos digo: eles já receberam sua
recompensa. Mas tu, quando orares, entra no tem aposento e,
fechando a tua porta, ora a teu Pai que está em oculto; e teu Pai, que vê
ocultamente, te recompensará abertamente”.
E como especial presente, Jesus nos ensinou uma das mais belas orações:
O Pai Nosso, contemplando os princípios fundamentais para uma vida
santificada:
Pai Nosso... (para fazemos conexão com Deus em adoração) que estais no
céu (o céu está para além de um lugar físico “estar no céu” é perceber Deus
em nossas consciências). Santificado seja o vosso nome (quando mais
repetirmos o nome de Deus, atrairemos a força espiritual que o seu nome
carrega em si). Venha a nós o vosso reino (com visão espiritual aberta,
veremos o reino de Deus em nós, aqui e agora). Seja feita a vossa
vontade, assim na terra como no céu (a vontade de Deus é tudo que nos
conduz a Ele). O pão nosso de cada dia nos dai hoje (esse pão é a graça
divina, que nos seja revelada agora, neste tempo de nossa vida terrena).
Perdoai as nossas dívidas, assim como perdoamos aos nossos
devedores (todas as dívidas kármicas nos serão perdoadas, quando
perdoarmos os nossos inimigos, rompermos com o nosso ego e religarmos a
Deus em adoração). E não nos deixeis cair em tentação, mas livrai-nos do
mal: porque vosso é o reino, o poder e a glória para sempre. Amém.
(precisamos refrear nossos sentidos e voltarmos para dentro de nós, onde
Deus se encontra, e orar sempre pedindo a graça divina).
E quando Jesus diz que a porta que leva ao céu é estreita. O que ele quis
dizer com isso? É claro que Ele usou mais uma vez de metáfora para uma
questão bem complexa. O sentido de “porta estreita” pode ser interpretado
através dos ensinamentos da ioga. Os indianos identificaram três passagens
formadas de nervos que percorrem toda a espinha, chamados: ida, pingala e
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sushumna. Destas, a sushumna é uma passagem central que não apresenta
utilidade alguma, segundo a medicina tradicional. No entanto, para a ioga,
existem sete centros de consciência espiritual localizados em toda a
extensão da espinha do corpo humano, hoje conhecidos com os sete
principais chakras tão utilizados pelos tratamentos alternativos, entre eles o
Reiki. Na base da espinha, encontra-se uma grande reserva de energia
espiritual latente. Quando despertada por práticas espirituais e pela
devoção a Deus, esta energia espiritual se eleva pelo canal estreito da
sushumna. Alcançando os chakras mais elevados, gera vários graus de
iluminação. Ao atingir o chakra do coração, podemos enxergar a luz divina e
experimentar o êxtase, vivenciar o amor incondicional. Ao atingir o chakra
Laríngeo (da garganta), sentimos vontade de pensar e falar somente de
Deus. Ao alcançar o chakra frontal (testa), podemos ver Deus. E por fim,
quando a energia espiritual chega ao sétimo chakra, o coronário, surge em
nós a percepção da unidade nossa com Deus, a união divina perfeita. Assim
a sushumna seria a porta estreita que nos leva à vida eterna, ao
conhecimento do próprio Deus, e, por isso, a evolução espiritual não está
fora de nós, mas em nosso íntimo.
Como vimos, Jesus nos ensinou uma espiritualidade muito mais profunda do
que a que vemos nas religiões tradicionais. Ele nos mostrou o amor
generoso e a compaixão por todos e o caminho para a iluminação, o interior.
“Todo aquele, pois, que escuta estas minhas palavras e as põe em
prática, assemelhá-lo-ei ao homem sensato que edificou a sua casa
sobre a rocha”. A experiência espiritual, com base nos ensinamentos
profundos de Jesus, é a rocha sobre a qual devemos construir as nossas
casas (os nossos espíritos).
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