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a palavra única inbox loucura na

medida we love atração passional


chanel e a moda da rua eu me visto
assim eu modelo passional todas
querem ser angelina poderosa
boca miscelânia john galliano back stage
upgrade na praia do estaleiro
passion pit! loved and hated city
hotel perturbadora imagem movido
pela paixão a arte de revelar tal-
entos lady day sinais desejo e razão
hype society viva afrodite grandes
chefs pura e com alma desafio da
casta camaleão luxo no ar

BRAZIL
EUR 3,50
ANO 2 - 7/8 2009 - EDIÇÃO 7
1984-6711
ISSN 1984 - 6711

R$ 10,70
www.zezzomais.com.br
LOOSHstudio
LOOSHstudio
LOOSHstudio
todos os seus desejos em um único ambiente
A proposta da NANU!! é tirar da cena comum
pessoas, imagens e ideias, questionando e conectando
os diversos conceitos do mundo contemporâneo.

iniciativa
LOOSHstudio Fotografia e Design SS

NANU!! #7
Julho . Agosto 2009
acesse a versão virtual em www.nanu.com.br

editora chefe
Susana Pabst

diretor de arte
Guilherme Bauer

jornalista
Nilma Raquel . DRT/SP 23887

revisão
Soila Freese . DRT/SC 2004

edição de arte
Gabriela Schmidt
Fernando Denti

finalização
LOOSHstudio Fotografia e Design SS

departamento comercial
Priscila Figurski

projeto editorial, design e tratamento de imagens


LOOSHstudio Fotografia e Design SS

conselho editorial
Susana Pabst e Guilherme Bauer

Agradecemos a todos os nossos colaboradores de texto e arte, Alisson Corrêa, Caroline capa
Brüning, Douglas Dwight, Eduardo Kottmann, Godofredo De Oliveira Neto, Guilherme Miguel Estelrich
Correa, Helena Schürmann, Ike Gevaerd, Jaqueline Nicolle, Joice Simon Alano,
Juliana Gevaerd, Kael Santana, Leon, Nilma Raquel, Pedro Hering, fotografia
Siwla H. Silva, Soila Freese, Solange Kurpiel; Susana Pabst
também aos anunciantes, pontos de distribuição, e a todos que, direta ou indiretamente,
contribuem para concretização da NANU!, e que desde sempre apoiaram nosso projeto. edição
Muito obrigado! LOOSHstudio Fotografia e Design SS

Periodicidade . Bimestral
Todos os artigos assinados são de responsabilidade de seus autores e não refletem neces- Impressão . Impressora Mayer
sariamente a opinião da revista. Distribuição . Principais bancas do Vale do Itajaí, região norte e
litorânea do Estado de Santa Catarina, Banca Shopping Iguatemi em
Florianópolis, Livrarias Cultura de São Paulo, Porto Alegre, Brasília e Rec-
ife, e Haddock Lobo Books & Magazines, São Paulo. Internacionalmente
a revista é distribuída em Berlim pela Do You Read Me!? e por A Livraria,
especializada em publicações brasileiras.

6 NANU!
janelas

KAEL SANTANA
www.flickr.com/photos/kasabian kaelkasabian.blogspot.com kaellima@yahoo.com.br

NANU! 7
8 NANU!
COLABORADORES
JOICE SIMON ALANO JAQUELINE NICOLLE
A consultora discute o Ela fala sobre os
papel dos objetos de limites entre consumo e
desejo e das marcas- consumismo e a paixão
ícone no mundo da pelas novidades fashion.
moda.

JULIANA GEVAERD HELENA SCHÜRMANN e


O que move o trabalho Alisson Corrêa
brilhante de um criador São os responsáveis pelo
de moda? A estilista styling do editorial City
responde. Hotel, e é de Helena a
matéria “Eu me visto
assim”.

NILMA RAQUEL CAROLINE BRÜNING


A jornalista escreve sobre A psicóloga estreia na
a “mania de bocão” das NANU! explorando de
mulheres e seleciona forma bem humorada
batons e glosses para o comportamento e o
todos os bolsos e gostos. cérebro dos apaixonados.

SOLANGE KURPIEL SOILA FREESE


Direto de Paris, A incrível trajetória do
onde cursa o Mestrado artista plástico e bailarino
em Comunicação na baiano radicado em
Sorbonne, a jornalista Blumenau, Pedro Dantas,
lança um olhar sobre a é apresentada pela
influência de Coco Chanel jornalista.
na moda do dia-a-dia.

NANU! 9
KAEL SANTANA DIALA MORTRIX E D.RU
O artista plástico de A dupla explora as
Santos, que já mostrou diferentes emoções
seu trabalho em despertadas pela
exposições por todo o obra arrebatadora e
Brasil, mostra seus traços nada convencional do
nas Janelas desta edição. americano Matthew
Barney.

PEDRO HERING EDUARDO KOTTMANN


Além de trazer o que O produtor de moda e
rolou nas festas mais nondj, descreve como
disputadas, ele apresenta o seu lado passional
a estrutura e o luxo do interfere nas mudanças
Parador Estaleiro Guest que acontecem em sua
House. trajetória.

GODOFREDO DE OLIVEIRA NETO IKE GEVAERD


Um ensaio sobre o Divide com os leitores
polêmico “Minha mãe”, o privilégio e todo o
de Georges Bataille, é burburinho dos bastidores
a primeira participação de desfiles de John
do premiado escritor na Galliano.
NANU!.

DOUGLAS DWIGHT LEON


O talento dos artistas A diva Billie Holiday
recém-revelados pelo com sua voz inigualável
cinema brasileiro é o tema - e sua triste história de
do dramaturgo e roteirista vida -esquenta a troca
baiano. de mensagens entre o
colunista e seus amigos.

SIWLA H. SILVA GUILHERME CORREA


A pesquisadora faz um O premiado sommelier
tributo aos sabores que destaca as qualidades
despertam todos os da uva Riesling e sua
sentidos. “desconcertante sutileza”.

10 NANU!
FLORIANÓPOLIS - BLUMENAU - JOINVILLE -CURITIBA
www.lglacibaruffi.com.br

NANU!
11
LOOSHstudio
SUMÁRIO
a palavra única 14 72 loved and hated

inbox 16 76 city hotel

loucura na medida 18 98 perturbadora imagem

we love 20 100 movido pela paixão

atração passional 22 102 a arte de revelar talentos

chanel e a moda da rua 24 104 lady day

eu me visto assim 26 106 sinais

eu, modelo 28 109 desejo e razão

passional 30 111 hype society

todas querem ser angelina 59 127 viva afrodite

poderosa boca 60 128 grandes chefs

passion 62 130 pura e com alma

john galliano back stage 64 132 desafio da casta camaleão

upgrade na praia do estaleiro 69 135 luxo no ar

passion pit! 71 138 ls&d

12 NANU!
NANU! 13
EDITORIAL SUSANA PABST

A PALAVRA ÚNICA
Nunca protelei tanto o momento de escrever o editorial como nesta edição.
A razão de tanta espera não se deve à complexidade do tema, mas à palavra
que o define. Tentamos fugir dela de todas as maneiras, depois que vimos
nossa suposta originalidade ser abalada pela temática da maior semana de
moda do país. Fato absurdamente irônico, pois quando definimos a NANU!
7 como Passional, quisemos justamente evitar quaisquer referências já
previstas, etc, etc. Sinal dos tempos ou inconsciente coletivo?

A originalidade que me perdoe, mas coerência é fundamental. Digo isso


porque todas as cabeças que trabalharam nesse projeto respiraram o “ser
passional” por dois longos meses. E substituí-lo seria não somente injusto,
mas impossível. Claro que sinônimos sempre podem ser um recurso, mas
não nesse caso. Passional é uma palavra única.

Ok, refere-se a paixão, mas está muito longe de ser só isso.


Passional não tem paralelo na língua portuguesa. O adjetivo envolve tantos
outros adjetivos que nenhuma palavra pode descrevê-lo da mesma forma.
Ser passional é ser intenso, profundo e desmedido. É ser perturbado, ilógico,
devastador. Também amoroso, inconformado, irracional, quente,
espontâneo, inconsequente, volúvel, enfim!

As fotos desta edição foram pensadas nesse ser complexo e o não-modelo da


vez adequou-se perfeitamente ao perfil. “Ninguém melhor do que Miguel
Estelrich”, foi o que pensamos ao definir o tema. Sou imensamente grata por
ele ter topado o desafio, pois também o vejo de forma insubstituível. Cada
movimento seu durante o ensaio teve a intensidade necessária para interagir
e sobrepor-se ao ambiente frio e lúgubre onde o inserimos. O resultado não
poderia ter sido mais perfeito.

14 NANU!
Confesso que me sinto incomparavelmente feliz em relação a edição As janelas também estão incríveis e cada vez mais fiéis à nossa
7. É a partir dela que a revista toma, sutilmente, a forma desde o proposta inicial, onde apresentamos obras de artistas visuais e trechos
início idealizada. Além do incremento gráfico, ela avançou em muitos de escritores/poetas em seu verso. A frases garimpadas por nossa
sentidos. Um dos exemplos disso é o estilo artsy e irreverente do equipe conversam com o tema passional e, dessa vez, a autoria vem
ensaio City Hotel, que concebemos aqui no LOOSH. O fundo de de nomes consagrados da literatura. Porém, objetivamos
inspiração são fotografias de apelo despretensioso, e com um certo disponibilizar em breve esse espaço para escritores emergentes que
toque amador (foram dispensados vários recursos técnicos em favor tenham interesse em divulgar a sua obra em nossa revista, sempre
da espontaneidade), aliado a um delicioso enredo after party. com textos exclusivos.

De outro lado, nosso conteúdo cresceu ainda mais: Godofredo de A edição 7 é também super-especial porque a NANU!! aumenta, a
Oliveira Neto, formado pela Sorbonne, professor de literatura da partir dela, seus pontos de distribuição, podendo ser encontrada
UFRJ, e ganhador do Prêmio Jabuti de literatura, é nosso novo e mais também nas lojas da Livraria Cultura de todo o país e na Haddock
ilustre colaborador, o que nos dá motivos extras para comemorar. Lobo Books & Magazines, loja cult de revistas de São Paulo. Também
Autor de livros como o Bruxo do Contestado e Menino Oculto, todos está na loja “A Livraria”, de Berlim, dedicada exclusivamente a
os seus romances se passam em Santa Catarina e, curiosamente, publicações brasileiras.
Blumenau sempre faz parte do enredo. Também contamos com a
especial colaboração da jornalista Solange Kurpiel, que cursa mestrado Nesta jornada acelerada em que nos encontramos, temos que agir
em comunicação em Paris, do dramaturgo Douglas Dwhite e da com desmesura, amor e obsessão por nossos objetivos. Afinal de
psicóloga e blogueira Caroline Bruning. Ainda nossa produtora de contas, a NANU! é passional.
moda Helena Schürmann inaugura sua página de estilo, falando sobre
looks especialmente selecionados para esta edição.

NANU! 15
INbox
A Arlete escondida
Nosssaaaaaaa!! SUSANA, MAIS UMA VEZ ,QUERO ELOGIAR SEU TRA-
Podemos definir a revista NANU com uma SÓ BALHO. ESTÁ BELÍSSIMA A REVISTA! VOCÊ MOSTROU
palavra..Sofisticação... COM SABEDORIA E SENSIBILIDADE A ARLETE ESCON-
Eu, como futura leitora dessa revista, quero DIDA TANTO TEMPO!!!!
agradecer por toda a dedicação desses profis- ALIÁS, ELA ESTÁ MARAVILHOSA!!!!
sionais.. Abraços,
Beijos. Thereza
Viviane, Blumenau

Moderna e arrojada
Oi Guilherme, tudo bem? Acabei de receber a
revista NANU!! 6 - Tudo sobre minha mãe. Parabéns
a você e A Susana, a revista está muito bonita. Das
edições que tenho, essa sem dúvida, é a melhor de
todas. Projeto gráfico moderno e arrojado, sumário
em novo conceito, up nos anunciantes... Três anun-
ciantes com página dupla sequenciais. Inovaram
com editorial moda masculina... Capa de muito
bom gosto, quase não dá pra dizer que é a mesma
revista. Parabéns a toda a equipe.
Abraços,
Rosangela Carvalho da Silva Erpen

Olá
Achei super interessante a matéria sobre intervenções
urbanas que a revista NANU trouxe neste mês. Respondendo
a solicitação da Gabriela Schmidt, estou enviando meu
trabalho de intervenção urbana realizado ano passado nos
outdoors da cidade de Blumenau.
Daiana Schvartz

Sem parar Assinatura 1, 2, 3...


Olha, eu não sei como fui parar no site da revista, mas sei que não Olá! Faço moda aqui em Criciúma e gostaria de saber
queria mais parar de ver. Muito bonito tudo. Muito bom de se por mais informações sobre como funciona a assinatura da
em frente aos olhos. Queria saber como faço para receber em casa, NANU!!. A revista é apenas distribuÍda em Blumenau? São
assina? quantas edições por ano? Tem desconto para estudante?
Prefiro tocar e sentir o cheiro do cuidado que parece ser dedicado a Valor e forma de pagamento? Fico no aguardo.
cada edição da NANU!! Muito obrigada.
Nathália Schubert Bruna, Criciúma

Caro leitor,
Envie sua opinião, crítica ou sugestão, que poderá ser publicada neste espaço, para contato@looshstudio.com.

16 NANU!
NANU! 17
FASHION JOICE SIMON ALANO

LOUCURA NA MED
É realmente incrível ver a paixão pela aquisição de coisas que
perderão seu valor e deverão ser substituídas por outras
novas, criando um ciclo interminável.

Nada é mais mortal do que a paixão, deliciosa se saboreada com retirado; mas ao mesmo tempo exige que se consuma cada vez
moderação, porém fatal se acometida por fugazes devaneios de mais, porque tudo o que se consumiu depressa perde o seu caráter
inconsequência. Pessoas excessivamente emotivas e/ou com rasa satisfatório. Os modernos consumidores podem se identificar pela
autoconfiança podem sofrer facilmente desse “mal”. Pausa para seguinte fórmula: Eu sou igual ao que tenho e ao que consumo”.
avaliar esta afirmação... Ok, as que se julgam fortes e autoconfi- Incrível não é? Interessante não apenas pela veracidade, mas tam-
antes também sofrem. bém pela simplicidade com que esta afirmação nos é dita e – sem
Como se trata de uma coluna de moda, nada mais apropriado hipocrisia – aceita.
do que falar sobre a fraqueza passional que assola a nós, pobres Inconscientemente agimos passionalmente na hora de con-
mulheres, em nossa eterna “faltadetudonoguardaroupa”. Fortes ou sumirmos algum objeto que nos trará reconhecimento social. Não
fracas, financeiramente abastadas ou não, altas e magérrimas ou se trata apenas do status de parecer ter mais do que realmente se
com uma estatura “normal”. Não importa! Somos todas movidas tem, e sim de parecer alguém mais descolado, mais fashion, mais
pela paixão de ter qualquer coisa que esteja na moda (melhor seria interessante. A moda nos proporciona isso. As grandes marcas são
TUDO o que esteja na moda, não é?). as primeiras responsáveis pelo desejo, em seguida os formadores
Escrevendo o artigo final para um MBA em Moda com o tema de opinião, pessoas facilmente corrompíveis por qualquer novo
“Marcas de moda, um fascínio, emoções e sensações vendidas ao wishlist exclusivíssimo.
consumidor” – ufa! – descobri que a vontade de ter se resume, Atualmente graças à facilidade tecnológica, descobrimos in
quase sempre, a querer ser ou parecer algo que apenas determina- time o que é cool, quem está usando o quê, ou descobrir por que
da peça poderá proporcionar . O livro do psicanalista Erich Fromm uma Birkin é tão ovacionada. O site Who What Wear Daily –
(1976) “Ter ou Ser” fala atemporalmente da necessidade de termos www.whowhatweardaily.com – aponta diariamente as principais
para sermos: alguém, aceitos, felizes... tendências usadas pelas celebridades mais fashion mundo. Seria
Uma das colocações do autor diz: “Consumir é uma forma de ter algo como: se elas usam é legal! Simples assim e funciona. Desde
e talvez a mais importante de todas na atual sociedade indus- que o site entrou no ar os acessos aumentam exponencialmente.
trial da abundância. Consumir tem características ambíguas: Sim, este é um assunto discutível, com certeza a esta altura várias
liberta a ansiedade, dado que aquilo que se tem não nos pode ser pessoas devem estar torcendo seus narizes e pensando: isso não

18 NANU!
DIDA
se aplica a mim. Que ótimo! Vejamos a próxima vez que alguém
elogiar você por determinada coisa que esteja usando... Piadas à
parte, é realmente incrível ver a paixão pela aquisição de coisas
que, como Fromm afirmou, perderão seu valor e deverão ser
substituídas por outras novas, criando um ciclo interminável.
Eu mesma, sendo uma profissional do “mundinho” fashion e
acostumada às extravagâncias da moda, por vezes me espanto
com a loucura consumista de algumas pessoas. Vejam mybirkin.
blogspot.com , trata-se de alguma Carry Bradshaw só que aficio-
nada por Birkins ao invés de Manolos . Bem, neste blog a autora
cria discussões “profundas”, por exemplo, qual telefone combina
mais com uma Birkin? Qual é a melhor cor para a primeiríssima
Birkin de sua vida? E olha que tem assunto, o blog é recheado de
curiosidades, celebridades e bolsas, claro!
Loucura, fascínio, obsessão... Enfim, eu prefiro chamar de paixão.
Tão incompreensível quanto a ambição por carros, a loucura
por bichos de estimação ou qualquer outra mania que não seja
comum a todos. A paixão obsessiva por coisas pode se tornar
doença e falir a alma de qualquer pessoa, ou então, pode ser
razoável e deliciosa se for ponderada e usada com pitadas de
loucura, mesmo na moda, o que realmente não é nada fácil,
posso afirmar!

NANU! 19
FASHION JAQUELINE NICOLLE

to spend our passion


with fashion

Quem nunca caiu em tentação e comprou uma peça de roupa que


ultrapasSasse as médias de seu orçamento? Quem nunca se deixou
levar pelo impulso e comprou uma camiseta ou uma calça a mais?
Que se manifeste quem nunca sentiu prazer em fazer compras!

Hoje, presenciamos uma quantidade absurda de ofertas de produtos qualidades que o produto apresenta ou por preços convidativos. No
e serviços se comparadas as verdadeiras necessidades humanas, isso outro caso o produto não é o objetivo, e sim o ato de realizar a com-
porque, o sistema financeiro a qual pertencemos tem ciclos muito pra. É uma atitude que exclui o prazer pela aquisição do produto.
rápidos, é alimentado e só funciona a partir do consumo. A moda
é uma prova clara disto. Grandes coleções são lançadas por ano e Da pra ter uma idéia de como a moda influencia um comprador
pequenas intermediam um preview do que está por vir. E como se compulsivo no recém lançado filme “Confessions of a Shopaholic”,
não bastasse ainda existem grandes redes do fast fashion que lançam que faz parte de uma série de livros. O longa conquistou suas leitoras
no mercado produtos novos a cada semana. Como consequência que, como a personagem principal, estão sempre pré-dispostas a um
direta – não poderia ser outra – o cosumo em quantidades ex- ataque de compras.
traordinárias e em tempo recorde.
Mas, aos nossos amantes da moda, fiquem calmos, pois é graças a
Até ai tudo bem, o mercado oferece e nós consumimos, mas a ver- suas aquisições que o mercado da moda tem a imponência que tem
dade é que o meio ambiente sofre com a quatidade de matéria-prima hoje, e talvez seja graças ao “crime” cometido de comprar por amor
extraída do planeta e seus resíduos subsequentes. Existe um outro que a moda exista.
problema que exige atenção, são os comportamentos compulsivos
de alguns dos seres humanos, causados por uma série de fatores
emocionais, que podem causar consequências físicas, psicológicas e
sociais sérias.

Da mesma forma que outros comportamentos compulsivos, a pes-


soa é praticamente dependente da ação de realizar compras, já que
a mesma lhe proporciona bem-estar e alívio de tensões emocionais
como angústia e ansiedade. No entanto, é importante ressaltar que
existe uma grande diferença entre comprar por impulso e comprar
por compulsão. Um tem como causa uma atração instantânea pelas

20 NANU!
NANU! 21
FASHION JULIANA GEVAERD

ATRAÇÃO PASSIONAL
A verdadeira criação surge no exato
momento que nos entregamos ao
impulso do instante.

Na criação é a paixão que impulsiona os sentidos, o controle e a


vontade. É como um catalisador que acelera o processo criativo,
estimula a reflexão e gera novos conceitos, apesar da oposição
sutil dos preconceitos e do senso crítico sempre presente. A
verdadeira criação surge no exato momento que nos entrega-
mos ao impulso do instante, permitindo conceber uma “ciência
única”, dirigindo as causas que movem todo o universo da
moda.
Parabéns aos estilistas que se importam com esta premissa
e conseguem, além de compreendê-la, sobreviver comercial-
mente, sendo fiéis aos seus princípios. Conheço alguns que,
com muito estilo, destacam-se em nosso meio e deixo aqui
registrado meu respeito e admiração pelo seu trabalho.
André Lima, mestre em transformar o feminino em algo
sublime e poderoso. Clô Orozco (Huis Clos), onde o que é belo
torna-se único.
Daniele Jensen (Maria Bonita) anos luz, explodiu há séculos
a estrela em pó. Juliana Suassuna (Osklen) comandando com
muito know how e discernimento uma equipe de gigantes.
Lanza e Ale (Mara Mac) completos em graça e estilo, Martinha
Ciribelli (Animale) pura pesquisa e alta tecnologia aliada a sua
delicada percepção e conhecimento, sempre dá o que falar, as-
sim como Rony Meysler (Reserva).

22 NANU!
ofashionweek.com.br
Fotos: Site www.saopaul

NANU!
23
FASHION SOLANGE KURPIEL

CHANEL
e a moda
da rua
Quando rasgou os
corpetes apertados e
aboliu as infindáveis
rendas e babados,
Chanel quis que,
através da simplicidade
e da praticidade, a
mulher moderna se
sentisse livre,
poderosa e sedutora.

A abolição dos espartilhos. A criação do famoso conceito


do “pretinho básico”. As roupas de malha e as camisas
simples para o dia-a-dia. Os sapatos sem salto ou bastante
baixos. Essa é a moda na França, afinal de contas “simpli-
cidade é a chave da verdadeira elegância” e, sobretudo, “o
luxo precisa ser confortável, senão não é luxo”. As céle-
bres frases da revolucionária Mademoiselle Coco Chanel
ainda hoje ecoam alto nas ruas da capital francesa. A ideo-
logia proclamada no século passado é também relembrada
nas telas do cinema, com o recém-lançado filme “Coco
avant Chanel”, de direção de Anne Fontaine.
Longe dos nervosos centros turísticos da cidade, vamos
dar um rápido giro pelos costumes da moda do dia-a-dia
das parisienses. Por meio de um olhar clínico ou simples-
mente habituado à vida de lá.
Um forte traço da cultura francesa é preferir sempre quali-
dade e não quantidade. Na moda isto fica evidente quando
percebemos que as mulheres compram peças chaves e
produzem inúmeras combinações a partir do que tem. As
preferências das cores ostentam a neutralidade. O preto,
o cinza e o vermelho pintam as ruas e os guarda-roupas e
a associação destes tons no vestuário busca um toque de
primor e versatilidade.

24 NANU! Foto: © Marcel Hartmann


Para sobreviver ao frio e às chuvas eternas
da capital: casacos de lã ou os imper-
meáveis. Os mesmos que são mantidos
por invernos e mais invernos. Esta é outra
particularidade curiosa das francesas, a
fidelidade a um estilo próprio. Apesar de
estarmos no país referência em marcas e
tendências e, claro, encontrarmos meni-
nas ditando e seguindo ousados e colori-
dos modismos, as parisienses, em geral,
parecem incorporar a ideia de que a moda
da passarela não é para todas. Assim, mais
vale encontrar o que veste melhor no
corpo e no dia-a-dia e mantê-lo como um
estilo só seu.
Nas pernas a opção mais comum entre as
francesinhas é o jeans escuro e justíssimo,
para expor as longas e finas pernas. Pode
ter certeza, ao passear pelas ruas de Paris
é possível comprovar que as francesas
são as mulheres mais magras da Europa e
também as mais esbeltas do mundo (com-
prova pesquisa recente).
No pé o conforto dita moda e as france-
sas continuam de ouvidos colados aos
conselhos de Coco. As suas ballerines – as
nossas sapatilhas – já se consolidaram por
aqui há muito tempo. Uma cena curiosa e
muito comum de se ver são mulheres que
sacam da bolsa (normalmente enorme)
o sapato alto e trocam minutos antes de
entrar no local de trabalho.
Os acessórios não fogem à regra da dis-
crição. Brincos, colares e pulseiras muito
pequenos e delicados. O que dá o toque
mais sofisticado são les echarpes. Faça frio
ou faça calor, elas incrementam o visual e
aí até vale arriscar um pouco no colorido.
Para encerrar a maquiagem impecável:
suave e com alguns traços mais marca-
dos. Nos cabelos um toque rétro com os
grampos de cabelo como aqueles das nos-
Fotos: © Chantal Thomine-Desmazures

sas avós. As francesas costumam prender


o cabelo de uma forma aleatória. Elas
deixam alguns fios soltos o que dá um ar
despojado e mais moderno ao visual.
Quando rasgou os corpetes apertados e
aboliu as infindáveis rendas e babados,
Chanel quis que através da simplicidade e
da praticidade a mulher moderna se sen-
tisse livre, poderosa e sedutora. No final
do século XX, a consolidação da mulher na
vida econômica e a rebeldia à submissão
vestiram muito bem a tendência de moda
que, nos dias de hoje, já virou cultura.

NANU! 25
FASHION HELENA SCHÜRMANN

EU
Bruna Buerger
empresária

“Minha grande
inspiração é o meu
interior, minha

me visto
personalidade, meu
jeito de ser e de viver.
É quase involuntário,
espontâneo.

assim...
Observo, analiso e
sinto tudo que me
cerca e adapto ao

?
meu vestir.”

por quê
Pelas ruas, observo!
E absorvo informações.
Porque me ensinam,
me chamam a atenção ou
simplesmente me inspiram,questionei!

Moda de rua ou rua da moda?


Como definir? O que vem antes? Fabiane Arcoverde
Nesta era virtual o homem não dorme. A infor- produtora de beleza
mação
24 horas.
O que vale é a INSPIRAÇÃO.
“Tudo muda o tempo todo no mundo”.
“Uso a roupa como
O que vestir hoje? forma de expressão,
Não imite. Saia na rua. Faça a sua moda. remete meu estado de
CRIE O SEU ESTILO. espírito.Não sigo um
Aconteça. Como? Por quê? estilo único,mas gosto
Esqueça as regras. Entusiasme-se. Siga seu intu-
do inusitado, de seguir
ito.
A palavra-chave-indiscutível é inspiração. tendências sem ser
Todos podem, todos devem! escrava da moda.Uso
Questione, ouse, mude. ela a meu favor mas
Desfile o seu “modus”. Crie o seu estilo em acima de tudo prezo o
qualquer rua. conforto.”
O espaço é seu.
Permaneça atemporal...
“Cada um veste seu cada qual”

26 NANU!
Bruno Bonet
empresário

“Sempre opto pelo


conforto, pela quali- Lis Wladyka
dade e pela moda. empresária
Nunca esquecendo que
Fotos: HELENA SCHÜRMANN

menos é mais, e que


“Tudo depende do meu
o primeiro passo para
estado de ESPÍRITO...”
não errar é acreditar
Posso ser um mulherão
em você e no que te
de salto ou uma mulher
faz sentir bem.”
invisível”. Adoro!!!”

Manoela Nemetz
estudante

“Amo moda, sou


uma mulher
romântica,
apaixonada
Antonia Rodrigues
por tudo designer de acessórios
que é bonito,
adoro garimpar peças
exclusivas “Minha inspiração
em lugares des- aflora quando
conhecidos e acordo e sinto o
viajar é minha dia e o momento!
inspiração.” Vejo a roupa como
um meio de comu-
nicação, e através
desta repasso
minha atitude.”

NANU! 27
EU, MODELO NILMA RAQUEL

MIGUEL
ESTELRICH
“Eu me vi
em várias
fotos”

ao contrário do que aconteceu com a


maioria dos fotografados até agora, o
que surpreendeu Miguel foi justamente o
fato de ter se reconhecido nas imagens.

28 NANU!
A ideia para esta edição da NANU!! foi, desde o começo, com uma jaqueta de couro preta e um tapa olho. Ele também
colocar um homem na capa. Diante das abordagens da revista, diz ter achado incrível a foto da capa, em que uma roupa sua
sempre fora do convencional, que homem teria atitude - e foi virada ao avesso e se tornou um casaco de peles.
estilo, é claro – para “segurar” o ensaio com um não-modelo? E ao contrário do que aconteceu com a maioria dos fotografa-
Parceiro da NANU!! desde o início e amigo da equipe, o dos até agora, o que surpreendeu Miguel foi justamente o fato
nome do cabeleireiro Miguel Estelrich surgiu num insight da de ter se reconhecido nas imagens. “Eu me vi em várias fotos”,
fotógrafa Susana Pabst, seguido de um “como eu não pensei diz. Ele aponta sua melhor tradução na que o mostra envolto
nisso antes?”. Era óbvio que a imagem emblemática que esta em uma nuvem de fumaça. As fotos, inclusive, vieram ao
edição pedia era a de Miguel. encontro de um desejo antigo do dono da Peluqueria. Desejo de
Argentino, descendente de sicilianos e catalães, o cabeleireiro fazer um ensaio, só para sua realização pessoal, uma vez que
radicado em Blumenau há 15 anos e preferido pelas meninas não tinha nenhuma experiência como modelo.
locais que entendem das coisas, é a personificação da inten- Apesar de a beleza de Miguel ser uma unanimidade entre
sidade proposta como tema para a revista número 7. “Entre quem o conhece, ele diz que sempre se achou “normal”. “Acho
meus antepassados, só mesmo os índios é que dão uma que todo mundo tem que aprender a conviver com o que não
centrada no meu sangue quente”, admite um temperamental gosta e evidenciar o que gosta em si mesmo”, avalia. Segundo
Miguel. A personalidade forte – e adorável – serviu só para ele, “tudo é uma questão de narcisismo, vaidade, autoestima,
transmitir às fotos que você confere no nosso ensaio principal insegurança”, lembrando que fazer as fotos foi como continuar
todo o calor imaginado por Susana Pabst. um processo de trabalho interior, já propiciado pela análise
Na hora da sessão, o fotografado usou sua experiência como que faz semanalmente. Além disso, com o resultado estético
cabeleireiro e maquiador, e se preparou. De resto, deixou a aprovadíssimo, Miguel faz a ressalva de que, mais do que tudo,
equipe trabalhar e se soltou durante os cliques. “Foi superfácil”, a sessão de fotos foi diversão total. “E eu adorei brincar”.
diz ele rindo. “Eu ia me movimentando, a Susana orientando.
A diferença de um fotógrafo bacana é que ele sabe captar os
momentos certos”. Entre os looks montados por Eduardo
Kottmann, o preferido de Miguel foi aquele em que aparece

Fotos: GUILHERME BAUER NANU! 29


FOTOGRAFIA SUSANA PABST
Styling
Eduardo Kottmann
Gabriela Telles Moreira

Conceito
LOOSHstudio

Agradecimentos
Companhia Hering

30 NANU!
NANU! 31
Capa; River Stone
Gravata; Urban Man
Cueca; Just for Man para Maina Bis
Meias; Lupo para Urban Man
Coturno, acervo

32 NANU!
NANU! 33
Tricot; Dudalina para Maina Bis
Cachecol; H&M
Cueca, Just For Man
para Maina Bis
Suspensórios; Marc Jacobs

34 NANU!
NANU! 35
Body Diva Couture e
Legging Kampalla
para Alameda 40
Cinto Alameda 40

36 NANU!
NANU! 37
Luva Santa Inocência
Camiseta e colares acervo

38 NANU!
Jeans; Zezzo+
Cintos; acervo

NANU! 39
40 NANU!
NANU! 41
Regata; Hering
Bota e Cueca; Calvin Klein para Maina Bis
Jeans; Zezzo+

42 NANU!
NANU! 43
44 NANU!
Casaco; Osklen para Maina Bis
Regata; Hering
Calça; YXL Clothing
Sapato e Chapeu; acervo

NANU! 45
46 NANU!
NANU! 47
Bolsa; Marc Jacobs
Cueca; Just For Man para Maina Bis
Casaco e Coturno; acervo

48 NANU!
Camiseta Equus Jeans
Colares MarcusSoon e Arezzo
Colete Diva Couture para
Alameda 40
Bota Arezzo
Jaqueta, legging e
pulseiras acervo

NANU! 49
50 NANU!
Capa; River Stone

NANU! 51
52
NANU!
Camisa; Albori Jeans; Zezzo+

Colete; acervo Gravata; Gioni & Gioseppe para Urban Man


NANU! 53
Jeans; Zezzo+
Gola; acervo

54 NANU!
NANU! 55
56 NANU!
janelas

KAEL SANTANA
www.flickr.com/photos/kasabian kaelkasabian.blogspot.com kaellima@yahoo.com.br

NANU! 57
58 NANU!
NILMA RAQUEL GLAMOUR
Todas querem ser
ANGELINA
A boca continua sendo objeto primeiro de atração
entre dois corpos. A química de um beijo geralmente
sela e determina os rumos de uma paixão.

“As almas encontram-se nos lábios dos enamorados”, disse o poeta


inglês Shelley no auge do Romantismo do século XVIII. Apesar de
hoje em dia os enamorados estarem interessados em ir muito além
dos lábios para encontrar a alma dos parceiros, a boca continua sendo
objeto primeiro de atração entre dois corpos. Afinal, a química de um
beijo geralmente sela e determina os rumos de uma paixão.
Não por acaso, em inglês, a parte superior dos lábios é apelidada de
Cupid’s bow, ou o arco de Cupido. A forma mais desejada para um
lábio, desenhando dois pequenos e perfeitos montes abaixo do nariz,
prontos para atrair o ser amado. Sua boca é o arco, Cupido entra com
a flecha e zapt, coração fisgado. Será por este componente romântico-
erótico dos lábios que a mulherada enlouqueceu nos últimos tempos e
quer manter a todo custo uma boca carnuda, sexy, em eterna oferta a
um possível novo amante?
Temos que lembrar ainda que lábios são volumosos em gente jovem.
À medida que envelhecemos, eles perdem sua plenitude. Ficam mais
murchos e rodeados de rugas, demonstrando sinais inegáveis do
avançar da idade. E sabemos, na sociedade de nossos tempos, que a
aparência combinar com a data de nascimento é pecado quase mortal.
Junto a isso temos o fator genético. Quem nasceu de lábios finos teria
que pedir uma nova oportunidade e talvez uma nova combinação
genética ao Criador para voltar com a boca da Mônica Belucci ou da
Scarlett Johansson. Vai, tudo bem, igual aos da Angelina Jolie – como
não falar da boca dela?
E aí tome preenchimento, toxina botulínica, colágeno, thermacool
lips, implantes... Resultados? Às vezes eficientes, mas como todos ve-
mos nas ruas e nas revistas, às vezes também desastrosos. Vale a pena
arriscar? Talvez sim. Afinal, neste mundo os problemas e soluções
residem na medida. O profissional com quem você se trata é com-
petente e tem formação comprovada para o procedimento que você
procura? Você tem espelho em casa e costuma ouvir o que ele tem a
dizer sinceramente? Tem uma amiga do peito que pode lhe advertir se
você está passando dos limites? Beleza, então vá em frente.
Senão, talvez seja melhor investir nos batons apimentadinhos que
estão pintando no mercado, que dão um up na boca, custam mais ba-
rato e não oferecem risco ao seu visual. Melhor manter seus honestos
lábios originais de fábrica do que ganhar uma boca de Pato Donald,
quando o que você sonhava era em ser Angelina.

NANU! 59
PODEROSA
Boca 10

Poucas mulheres conseguem sair de casa sem um batom. A boa


notícia é que agora a maioria dos produtos associa cor, brilho,
ativos anti-envelhecimento e proteção solar. Aqui, opções para
todos os gostos e bolsos, desde brilhozinhos para uso diário,
passando pelos discretos mates até vermelhos poderosos.
11
9

15

12

6
14

60 NANU!
13

1 -Batom longa duração Crazy Akakia, com formato de coração, com vitaminas E e C,.
R$ 19,50. Tel.: (48) 3283.6000. www.akakia.com.br
2-Lápis para contorno dos lábios Soft Lip Liner Artdeco, à prova d’água, R$ 38.
Tel.: 0800-7733450 - www.frajo.com.br
3-Kit Lip Gloss Beauty Teen Sparkkli Home Spa nas cores rosa pink, rosa claro e trans-
parente com glitter - R$ 48.– Tel.: (11) 3846-6848 - www.sparkklihomespa.com.br
4-Gloss Saad com ingrediente Maxi Lip para efeito 3D, com vitamina E e óleo de Jojoba,
R$ 62,90. Tel.: (11) 2197-8940 - maquiagem@saad.ind.br
Gloss Lovely Red Nivea para uso diário, com essência de frutas vermelhas, R$ 9,57.
Tel.: 0800 77 64832 - www.nivea.com.br
3
5-Batom Diamante Celebrare O Boticário com partículas iluminadoras e diamante e FPS
15, disponível em cinco cores, R$ 26,90. Tel: 0800 41 30 11 – www.boticario.com.br
6-Gloss Luzes Racco na cor amêndoa, com DMAE, na embalagem de apenas
7 três gramas, ideal para ser levada na bolsa, R$ 19,90. Tel.: 0800-6010303 - www.racco.
com.br
7-Batom ColorStay Soft & Smooth Revlon na cor Red Velvet, com Soft-
Flex®, desliza facilmente, permitindo um retoque uniforme e natural, R$ 59,20.
Tel.: 0800 7733450 - www.frajo.com.br
8-Automatic Lip Crayon Shiseido, lápis labial usado para delinear ou como
batom, disponível em cinco cores, R$ 91. Tel.: 0800 148023 – www.shiseido.com.br
9-Batom crystal Tracta na cor Flávia, com FPS 15, cristais de Turmalina,
Vitamina A e E, R$ 19,52. Tel.: 0800 122911 - www.farmaervas.com.br
10-Batom Mate Contém1g cor de boca, com textura cremosa e aveluda-
da, sem brilho, em embalagem com espelho interno, R$ 24,90. Tel.: (11) 3660.0378
- www.contem1g.com.br
11-Gloss Bijou Bourjois, que vem dentro de uma shine disco ball,
na tonalidade Rose Précieux, com um perolado, R$ 109. Tel: 0800 7043440 –
www.bourjois.com
12-Batom Rouge Interdit Givenchy na cor Maharani Henna, da nova
coleção inspirada na Índia, R$ 87. Tel.: 0800-170506 – www.givenchy.com
13-Batom Lipstick Classic Kryolan cor de boca com vitamina E que
estimula o mecanismo de hidratação natural da pele, R$ 85. Tel.: (11) 3045-0087 –
www.kryolan.com.br
14-Batom nutritivo Baume au Cœur Guerlain,
mistura a textura do balm com o efeito de um gloss,
nos tons rose venus, coeur caramel e cocoa love, R$ 129.
Tel.: 0800 7043440
Edição de produtos: Nilma Raquel
Fotos: Divulgação

1
2
NANU! 61
passion
MISCELÂNEA GABRIELA SCHMIDT

É, a paixão está escorrendo pelas bordas nos


quatro cantos do mundo. Aproveitando o gancho
do ano da França no Brasil, o São Paulo Fashion
Week verão 2009/2010 teve como tema Passion. tattoooo
Tatuagem com o logo
old school desta edição
do SPFW foi distribuída
durante o evento. Gente
por todos os lados com
ela pelo corpo.

daqui Através de uma performace surpresa


organizada pela estilista africana radi-
cada na França Sakina M’Sa, os alunos
do curso de Design de moda da Univer-
sidade Anhembi Morumbi tiveram seus
trabalhos apresentados ao público, entre
esses estudantes está Isadora Zendron,
que é aqui de Blumenau e teve um look
seu desfilando nos corredores da SPFW

acervo
A homenageada da vez no SPFW foi a ex-modelo casada
com o milionário Jean-Luc Lagardère, Bethy Lagardère,
que além de expor seus 33 modelos de alta costura
nos corredores da Bienal, teve 60 páginas na revista
MAG!Passion, falando sobre sua vida.

62 NANU!
pop up
Gravuras, ilustrações, fotografias, peças de de
coração, camisetas by Colette, livros, bone-
quinhos, itens divertidos e mais mil peças le-
gais fizeram parte mais uma vez da Pop Up, loja
ícone do SPFW que reúne algumas das grifes
mais interessantes do momento.

Exposição Passion Paris,


divulgando os estilistas da
nova geração parisiense.

paris

cavalera
A marca Cavalera, com a coleção “SP é minha praia!”,
teve na passarela tênis customizados por ilustradores e
pintados manualmente. A inspiração foi a arte da ban-
deira do estado de São Paulo e a águia da Cavalera. Um
dos convidados foi o Emílio Olbrisch Jr, do Estúdio Fake
It/Flederweiss, de Brusque, que já tem a marca como
cliente e desenvolveu estampas também para esse des-
file. Os patins e os tênis da foto foi ele quem fez.

loosh Parte da equipe do LOOSH e amigos no


bar Favela Chic, da Nova Schin.

Nilma Raquel e o estilista Mario


Queiroz , nos bastidores.

NANU! 63
POR AÍ IKE GEVAERD

JOHN
GALLIANO
b a c k s t a g e

64 NANU!
Fotos: Ike Gevaerd

AS TENDAS DO GALLIANO
Desfile 1 – John Galliano a finalização do desfile de montada a tenda do Galliano.
Primavera/Verão - Masculino Galliano que iria acontecer Seguranças controlavam a
Avenida Montaigne, Paris, no outro dia. Papos em dia, entrada, onde só convidados
inverno de 2008, em frente à saímos de lá com os convites e imprensa pré-selecionada
Maison Dior. Eu falei à Cla- para o show que iria aconte- tinham acesso. Dentro dela,
rice, minha companheira na cer no outro dia no Museu Galliano dava entrevistas à
viagem: vamos ver se o Bill do Homem. O museu, local imprensa mundial e atendia
está por lá. Bill é o Bill Gai- escolhido por Galliano para com muita simpatia os que
town, braço direito de John o desfile, já é um espetáculo; foram prestigiar seu desfile.
Galliano e amigo de Clarice. assistir à um desfile dentro Fotografias, champanhe e
Entramos na recepção da dele, outro. muito glamour.
sede da Dior e perguntamos Depois do show fomos ao en- Para terminar a noite um
se Bill estava. Estava. contro de Bill no backstage, jantar no restaurante do Mu-
Veio ao nosso encontro onde os modelos se despiam seu, com a Torre Eiffel como
deixando por algum tempo e se vestiam. Ao lado, estava fundo.
FIGUERES
NANU! 65
66 NANU!
Desfile 2 – Maison Dior Primavera/Verão - Femi-
nino Prado de Paris, onde acontecem as corridas de
cavalo. Almoço no restaurante do Prado, o desfile era à
tarde. Batalhão de fotógrafos disputavam celebridades
e modelos. Dentro da grande tenda montada no gra-
mado do Prado um cenário surpreendente nos esperava
com lugar marcado, três cadeiras atrás do presidente
da Dior. Outro show, modelos maravilhosas apresenta-
vam as criações da estrela fashion, a música era rock e
as roupas brilhantes.
Outro backstage, desta vez mais clean, modelos de
todo o mundo eram “desmontadas” por suas equipes.
De repente, escuto “Ike, me ajude”. Era Mariel, secre-
tária do Bill carregando uma caixa de Moët Chandon
e pedia auxílio. Lá fomos de novo para a tenda do Gal-
liano, onde desta vez já conheciamos outras pessoas do
desfile anterior. Flagrantes dos dois backstages estão
ilustrando este relato.

NANU! 67
68
NANU!
LOOSHstudio
PEDRO HERING TRANSITANDO
UPGRADE
na praia do estal eiro
2009 chegou chegando na minha
opção preferida de hospedagem no
fervido Litoral Norte catarinense.

A Praia do Estaleiro Guest House inaugurou no final do ano passado duas


novas casas e um luxuoso salão de eventos. Localizado de frente para
o Atlântico, o empreendimento comandado pelos Schurmann (o pro
prietário é sobrinho do famoso navegador Wilfredo Schurmann) é um
dos highlights da hotelaria em Santa Catarina.
Com acesso rápido para os melhores superclubes do Brasil, Green Valley e Warung, e a poucos
quilômetros do agito de Balneário Camboriú a locação é ideal para casais e grupos de amigos. Recente-
mente o empresário de moda Alexandre Birmann e a modelo blumenauense Johanna Stein fecharam
a guest house durante um final de semana. Com heliponto e muita segurança, a dica é perfeita para os
viajantes mais exigentes.
As novas casas são de altíssimo padrão e contêm três suítes de luxo e uma master no piso superior. A
vedação acústica é excelente, garantindo total privacidade. Banheiras com vista para o mar e cromoterapia,
telas de LCD Full HD de 42“ Philipps Ambilight em todas as suítes, aparelhos de DVD, ótimo sound system,
amplas sacadas com rede e muito espaço garantem o conforto. O enxoval é muito bem elaborado com toalhas
de algodão egípcio e lençóis 350 fios. O serviço de “boa noite” é impecável.
Na área de convivência das casas novas há uma enorme sala de estar com tela de LCD Full HD de 52”, sala de
jantar e uma cozinha muito bem equipada, ideal para quem gosta de preparar suas próprias refeições. As casas
ficam ao redor da piscina, perto de um jardim com direito a muitas carpas japonesas. O clima oriental fica ainda
mais acentuado com as esculturas de Bali espalhadas pelos jardins. Mais de uma centena de coqueiros garantem
um mood pra lá de tropical.
A outra grande novidade, além das casas, é o salão de eventos com capacidade para 300 pessoas. O estilo balinês
é a inspiração do espaço que fica ao lado da piscina e quando não está montado para festas funciona como
um luxuoso lounge. O revestimento das paredes se alterna entre a madeira de demolição e o vidro. Os
mobiliário de toda a guest house é da Sierra Móveis.
O chef Daniel Sontag, ex-Pulau Magik de Floripa, é responsável pela gastronomia do local
. “Mas eu sempre dou os meus palpites”, conta Cláudio Schurmann, um expert
em boa mesa. A minha dica gastronônica é a famosa Paella feita pelo pro-
prietário, um sucesso entre os habitués do espaço. Para quem quer se
hospedar comme il faut em Santa Catarina a Praia do Estaleiro
Guest House é uma ótima opção. Super recomendo!
RE
CAE
AG
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Fot

NANU! 69
70 NANU!
PRISCILA FIGURSK NONSENSE
PASSION IT!
Como sou meio avessa a
coisas insípidas, o universo
passional sempre me seduziu
mais do que o dos
P
procedimentos
tradicionais.

Sempre me considerei orgulhosamente um ser passional,


embora a maioria das pessoas use esse termo carregado de
conotação negativa, inclusive quando relacionado a mim - o
passional sempre ligado a atos inconsequentes, desagradáveis
e egoístas.
Dentro do meu mundo, passional é sinônimo de veemên-
cia traduzida em atos e palavras, honestidade e sinceridade
desprovidas de medo para com antipatias. Como sou meio
avessa a coisas insípidas, esse universo sempre me seduziu
mais do que o dos procedimentos tradicionais.
Passional deriva de paixão, uma “emoção de ampliação quase
patológica do amor. O acometido de paixão perde sua indi-
vidualidade em função do fascínio que o outro exerce sobre
ele”. Nossa cultura define paixões como afetos, emoções ou
movimentos da sensibilidade, os componentes naturais da
nossa psicologia. São esses fatores que nos inclinam a agir, ou
não, em vista do que se percebeu como bom ou mau.
A paixão fundamental é o amor, provocado pela atração do
bem, mas as paixões não são nem boas nem más por si mes-
mas. As paixões são boas quando desencadeiam uma boa ação
e são más no caso contrário. Eis o ponto de partida da eterna
batalha humana entre vício e virtude.
René Descartes, lá em 1600, já filosofava sobre o assunto. Em
seu livro “Paixões da Alma”, uma tentativa de compreender os
sentimentos das paixões e tirar conclusões éticas a respeito,
ele afirma que os sentimentos são inerentes ao ser humano e
dominam-lhe o corpo, de maneira que o mal presente neles
seria fruto das distorções geradas pelo próprio homem, numa
interdependência entre corpo e alma.
Para Descartes, a conclusão é que apesar de estarmos condena-
dos a sentir paixões, podemos controlá-las, sendo uma questão
de método. Nossas paixões, quando controladas por métodos
pessoais e intransferíveis com base em vícios e virtudes indi-
viduais, nos levam a fazer nossas melhores escolhas e estão
totalmente ligadas à nossa realização pessoal.
Para mim, a conclusão é que sem paixão, aquele ímpeto de
seguir em frente, o impulso criativo que nos move, a honesti-
dade para conosco mesmos, a vida perderia toda a graça.

NANU! 71
VIDA URBANA EDUARDO KOTTMANN

Neste espaço e principalmente na minha vida, sempre fui em busca das coisas que acredito, e nesta edição
mais do que nunca, meu aspecto passional fica ainda mais em evidência.
Idealizar vontades e compartilhá-las sempre fez parte da minha personalidade. O “meu” ser passional se
mostra extremista e ao trocar ideias com amigos analisando este pensamento, percebi que atitudes são
movidas pela paixão. Paixão essa que nos faz mudar de vontade o tempo inteiro.
Cada um tem suas paixões e vai em busca de suas vontades. Assim como tudo na vida, vontades se reno-
vam o tempo inteiro e minha nova busca é em direção da reinvenção. Vontade de ter um olhar novo sobre
coisas das quais estou acostumado a ver, mas muitas vezes sem enxergar por “todos os lados”.
Meus desejos nem sempre são de agrado ao senso comum. As pessoas são livres para se identificarem ou
não com eles, mas acredito que quando temos nossas vontades claras para nós mesmos a compreensão
alheia se torna muito mais fácil.
É por isso que, talvez neste momento, só palavras não sejam suficientes para explicar as mudanças que
estão acontecendo.
E assim como fui apresentado pela NANU!! em suas primeiras edições como o Duh Killerpopbitch produ-
tor e DJ, hoje me reapresento dizendo que sou, antes de tudo, uma pessoa muito apaixonada por tudo que
faço e com muitas vontades. Vontades que me tornarão aquilo que eu quiser ser! Keep on Moving!

72 NANU!
73
Duh veste: Douglas veste:

NANU!
Camiseta; Manifesto Triton Camiseta; Brian Lichtenberg
Suspensório; Marc Jacobs Suspensório; Marc Jacobs
Acessórios; UrbanOutfitters Acessórios; UrbanOutfitters
74 NANU!
NANU! 75
city hotel

FOTOGRAFIA SUSANA PABST


Styling AHA Estilo
Beleza Fabiane Arcoverde
Modelos Amanda Griza
Mariana Conte
Conceito LOOSHstudio
Tratamento LOOSHstudio

76 NANU!
Fotografia Susana Pabst / LOOSHstudio
Styling AHA Estilo - Alisson Corrêa
e Helena Schürmann
Make Alan Pires
Modelo Leonardo Eicke - Ford Models
Agradecimento Aeroclube de Blumenau

NANU! 77
Amanda
Pelerine; Rosana Bernardes para Vive La Vie
Regata; Le Li Blanc para Vive La Vie
Cueca; Calvin Klein acervo
Colar; Rosana Bernardes para Vive La Vie
Relógio; DKNY acervo
Anéis; para Lizzi Savaris
Mariana
Colete; Talie NK acervo
Meia-calça; acervo
Relógio; Rolex acervo
Anéis; para Lizzi Savaris

78 NANU!
NANU! 79
Mariana
Colete; malha AMP para Moving
Meia calça; Young Spirit para Moving
Tricot; Young Spirit para Moving
Colar; Daslu para Vive La Vie
Pulseira; acervo
Amanda
Pulôver, jeans, cinto
Jaqueta; alfaiataria Forumepara
tênis
ViveBASE
La Vie
Moletom BOUVIER paraSommer
Camiseta; URBAN para MAN
Moving
Óculos DIESEL e Short
relógio
plush;EMPÓRIO
Jo de Mer paraARMANI para
Kiki Hoffmann LAPPIDUS
Holiday Boutique
Mala de mão e porta agenda L & G

80 NANU!
NANU! 81
Camisa VIDE BULA e camiseta LOS DOS
Jeans VIDE BULA
Cachecol SPIRITO SANTO
Mala de mão GOLA
Sapato COSPIRATTO
Tudo para ALBORI

82 NANU!
Amanda
Body plush; Club Bossa para Kiki Hoffmann Holiday Boutique
Meia-calça; acervo
Colares; Rosana Bernardes para Vive La Vie
Mariana
Camiseta; Coca Cola Clothing
Luvas; Spezzato para Belle Vie
Lenço; Ani Anik para Vive La Vie Nômade
Pólo BOUVIER para URBAN MAN Bolsa; Redley
Jeans CONVICTO para URBAN MAN
Óculos DIESEL e relógio JEEP para LAPPIDUS

NANU! 83
Camisa e calça POLO RALPH LAUREN,
sapato COSPIRATO para ALBORI,
Gravata ALBORI
Óculos e relógio EMPÓRIO ARMANI para LAPPIDUS

84 NANU!
Mariana
Jaqueta perfecto; acervo Jaqueta de sarja, tricô, camiseta e tênis BASE
Vestido; Bárbara Bela Calça jeans CONVICTO para URBAN MAN
para Vive La Vie Cachecol acervo
Maleta com rodas L & G

NANU! 85
86 NANU!
Mariana
Camiseta; Marc Jacobs
Short paetê; Vive La Vie

NANU! 87
Mariana Amanda
Top Scarlate; para Kiki Hoffmann Holiday Boutique Vestido veludo; Cantão para Belle Vie

Amanda Mariana
Camiseta; Coca Cola Clothing Trenchcoat; Club Bossa para Kiki Hoffmann Holiday Boutique
Vestido; Spezzato para Belle Vie Bolsa; Alamanda Sapataria
Sandalia; Alamanda Sapataria

88 NANU!
NANU! 89
Mariana
Kaftan; Ani Anik para Vive
La Vie / Nômade
Meia; acervo
Sandálias; Alamanda Sapataria
Anéis; para Lizzi Savaris

90 NANU!
Amanda
Vestido; Young Spirit para
Moving
Jaqueta; ACT para Moving
Luva; Young Spirit para Moving
Botas, sapatos e sandálias;
Alamanda Sapataria

NANU! 91
Amanda
Vestido; Young Spirit para Moving
Jaqueta; ACT para Moving
Luva; Young Spirit para Moving
Botas, sapatos e sandálias; Alamanda Sapataria

92 NANU!
Mariana
Casaco; Cantão para Belle Vie

Amanda
Blusa; Sur para Kiki Hoffmann
Holiday Boutique
Meia-calça; Young Spirit para
Moving
NANU! 93
94 NANU!
NANU! 95
96 NANU!
cabelo e arte

Rua Gertrud Hering, 97 - Bom Retiro - Blumenau


47 3322 0048

NANU! 97
CULT DIALA MORTRIX E D.RU

PERTURBADORA IMAGEM
Uma surpreendente E particular VISÃO do ser humano, que
ao mesmo tempo é fantástica, apaixonada e devastadora.

Pensando em um artista passional, pensamos logo em Matthew


Barney. Como assim, “pensamos logo em Matthew Barney”? Afinal,
não há qualquer abordagem romântica em sua obra. Há milhares de
artistas que nos fazem chorar explorando o amor como temática.
Ok, o motivo é menos óbvio, mas igualmente relevante: a entrega
absoluta com que ele se dedica ao seu trabalho, e que envolve,
necessariamente, um absoluto sentimento de paixão. Ou também
a sua particular visão do ser humano, ao mesmo tempo fantástica,
apaixonada e devastadora.
Mas como se entregar às palavras para falar sobre quem as pouco
usa? Há sempre o eminente perigo de, com nossa verborragia,
quebrarmos o seu encanto. Ao falar pouco, Matthew aborda
conceitos mais sutis, metáforas visuais onde todas as imagens, por
mais supostamente imorais, tomam sentido sublime diante de suas
propostas.

98 NANU!
Contando com orçamentos gigantescos de origem pouco conhecida pernas de vidro e de tigre, o escultor Richard Serra criando durante o
(supomos que Barney seja um homem de muitos contatos), ele con- vídeo, servem para compor a escalada que o próprio diretor (Barney
segue dar vida própria às suas instalações, não as obrigando a dizer costuma aparecer em vários de seus trabalhos) faz.
nada e ao mesmo tempo, não as explicando à primeira vista. Por fim, Na série Drawing Restraint (em tradução livre “restrição do de-
dentro de tudo encontra-se a latente paixão, que transborda das obras senho”), onde um dos artistas convidados tem sempre uma restrição
e atinge o espectador como um raio. artística para criar o desenho, o artista faz uso de várias linguagens,
Cremaster, um de seus mais conhecidos trabalhos, é uma série com produzindo inclusive um filme onde apresenta um encontro misterio-
cinco filmes, em que cada um deles representa um estágio simbólico so envolvendo a construção da espinha dorsal de uma baleia franca.
do processo de desenvolvimento do músculo, também chamado de Barney escolhe se envolver no mais absoluto silêncio para, somente
Cremaster, responsável pela diferenciação do órgão sexual masculino com imagens, desvendar o âmago selvagem por vezes denominado
e feminino. Nenhum deles tem narrativas lineares, assim como foram de natureza humana. A figura entre homem e criatura esconde muito
filmados fora de ordem. Eles envolvem dirigíveis, abelhas, baterias, mais do que simplesmente a excentricidade da criação: revela o
criaturas místicas, enfim, há toda uma narrativa envolvida. metafísico. Assim, Barney envereda-se por entre as mais inusitadas
Barney em algum de seus trabalhos, como The Order (um vídeo formas de mostrar assuntos por vezes universais. E com um adendo:
introduzido em Cremaster 3), uma metáfora para maçonaria, conta sem anunciá-los escancaradamente. E ainda assim, remete ao público
com a colaboração de várias pessoas para criar um cenário surreal estupefação e admiração logo de primeira.
envolvendo uma escalada que se passa dentro de um prédio. Cada Por mais moderno e arrojado que seja seu trabalho, não se classifica
andar representa uma etapa e cada uma apresenta diferentes colabo- ao dito “cool”: ultrapassa-o por não haver pretensões, senão as de
radores. As mulheres dançarinas, a disputa de bandas, a mulher com levar a quem ouve/observa o pretendido. Barney, com sua visão
perturbadoramente passional, encanta, enoja, horroriza e emociona
quem conhece o seu trabalho.

Ilustração: Storm Cloud; Time to Leave; Visitor in the Shades of Twilight.


NANU! 99
CULT SOILA FREESE

100
NANU!
MOVIDO PELA PAIXÃO
Fotos: Ana Claudia Lubitz
O menino de família humilde do
sertão brasileiro ganhou o mundo
através de sua arte.

O destino o colocou no caminho, mas


foi a determinação de Pedro Dantas que
o tornou um artista completo:
bailarino, pintor e escultor.

Se o tema desta edição está relacionado à começou efetivamente nessa época e passou e construiu sua obra no interior de Santa
paixão, não poderia aqui deixar de falar de também pela Escola Municipal de Balé do Catarina.
Pedro Dantas Rodrigues, artista que tive Rio de Janeiro e as melhores companhias do “As obras de Dantas dançam”. Ouvi isso
a imensa felicidade de conhecer mais na mundo, como a da italiana Carla Fracci. da boca de mais de 20 entrevistados, entre
produção de um vídeo sobre a sua vida e Além de Carla, nos palcos e nas escolas, ex-alunos, bailarinos, críticos de arte, artistas
obra. Dantas dividiu a cena com outros grandes e amigos. Não apenas ouvi, mas pude sentir
O documentário será lançado no segundo talentos como Nureyev, Maria Olenewa, em suas pinturas e esculturas. As obras em
semestre deste ano. A produção é da AW Bertha Rosanova, Emílio Martins e Vaslav bronze mostram não apenas toda a leveza da
Vídeo de Blumenau, com direção geral de Veltechek, para citar alguns nomes. Com dança e seus bailarinos, mas principalmente
Celso Carlos Castellen, direção de fotografia apenas 21 anos, decidiu viver intensamente a percepção e a sensibilidade que dá a cada
de Leandro Beduschi, direção de produção a vida de bailarino na Europa. escultura o movimento leve e harmonioso da
e roteiro Soila Freese. O média-metragem Foi em solo europeu que Dantas reacendeu dança.
recebeu apoio do fundo municipal de cultura uma velha paixão: as artes plásticas. Ele O artista trabalha em bronze porque acredita
de Blumenau. A obra é narrada pelo próprio recorda que a avó era poteira e o avô tra- ser o material mais perene que existe. Para ele
Dantas e relata sua trajetória desde a sua balhava com madeira. “Nós éramos artistas todas as obras são valiosas, até mesmo aque-
saída da Bahia até os dias atuais, onde se primitivos, artesãos”, lembra. Ainda peque- las que ainda estão apenas no pensamento.
dedica à pintura e à escultura em Blumenau. no, observando a avó, o artista começou a Mas o importante na arte é imortalizá-las.
Para mim, Dantas é a prova de que a paixão trabalhar com a argila. Em Blumenau, Dantas tem seu nome
é o elemento essencial para que a vida seja Nas duas décadas em que permaneceu na cravado não apenas na contribuição cultural
intensa e vibrante. Viver movido pela paixão Europa, aproveitou também para estudar e que trouxe através da dança, mas também
vez de Dantas um ser humano inspirador. aperfeiçoar seus conhecimentos na pintura e nas peças que estão no jardim do Teatro
O amor incondicional pela dança o transfor- na escultura. A inspiração veio da sua maior Carlos Gomes. “Eu gostei de ter feito o
mou em um artista único. paixão: a dança. Carlos Gomes, porque foram obras que me
Nascido em 1941, em Mirandela, Bahia, Blumenau foi o lar escolhido quando voltou imortalizaram em Blumenau. Tenho meu
Pedro Dantas teve o destino guiado pela ao Brasil. Dantas explica que se apaixonou nome imortalizado em duas placas de dois
paixão pela dança. O menino de família pela cidade. O retorno à pátria natal aconte- grandes monumentos.”, conta.
humilde e numerosa do sertão brasileiro ceu quando ele já pensava em se aposentar Uma das descrições mais completas sobre
ganhou o mundo através de sua arte.Trans- e se dedicar à coreografia, à escultura e à Dantas e seu trabalho é da crítica de arte
formou o amor e a perseverança em passos pintura. O convite feito por Ingo Hering Roseli Hofmann Schmitt. Para ela, Dantas “é
de balé, traços de pintura e movimento em para trabalhar na Escola de Dança do Teatro dança, ele é movimento. Ele é isso, como pes-
bronze. Carlos Gomes foi aceito prontamente. “Me soa é muito forte nele. É como se estivesse
O destino o colocou no caminho, mas foi a apaixonei por Blumenau, estou aqui até sempre pairando no ar, mesmo quando anda,
determinação de Dantas que o tornou um hoje”, conta. quando conversa, fala, é como se ele estivesse
artista completo: bailarino, pintor e escul- O carinho de Pedro Dantas por Blumenau pairando no ar, em movimento, no giro,
tor. Aos 7 anos de idade, foi morar com uma é perceptível assim que ele começa a falar numa pirueta. É sempre dança. Ele tem esse
tia em São Paulo. Quando chegou à capital da cidade. Pelo seu grandioso currículo, ele movimento no jeito de ser, de ver o mundo
paulista, foi recebido pela vizinha da tia, poderia ter escolhido qualquer grande centro com muita musicalidade, ritmo. Isto está
professora de balé. Sua caminhada artística no retorno da Europa, mas permaneceu presente na obra dele”.

NANU! 101
CULT DOUGLAS DWHITE

A arte de
REVELAR TALENTOS
Apostar em atores novos ou não-atores, muitas vezes, é o
grande trunfo de um filme. Essa é uma prática que vem se
repetindo cada vez mais nas produções nacionais.

Atualmente, há três tipos de produções cinematográficas no país. De grande experiência no teatro,


um lado, produtoras que apostam em filmes, estrelados por atores só havia atuado no cinema em
consagrados, com grande apelo comercial – como uma extensão das dois curtas.
novelas da TV. Do outro, realizadores mais ousados optam por temas De que
mais originais e por um elenco de atores desconhecidos e talentosos. outra
E no meio disso tudo, os cineastas independentes que fazem filmes
descompromissados com o retorno financeiro e que nos revelam
gratas surpresas. E o público que sai ganhando.
Apostar em atores novos ou não-atores, muitas vezes, é o grande
trunfo de um filme. Essa é uma
prática que vem se repetindo cada
vez mais nas produções nacionais.
No festival de Cannes de 2008, o
prêmio de Melhor Atriz foi para a
brasileira Sandra Corveloni por sua
atuação em “Linha de Passe”, de
Daniela Thomas e Walter Salles.
Antes da consagração, na
França, Sandra, com uma

102 NANU!
forma poderia ser feito “Cidade de Deus”, se o diretor Fernando o talento de Matheus Nachtergaele para o grande público. De lá para
Meirelles não pudesse contar com a participação de moradores da cá, o ator paulistano não parou mais e só no cinema já atuou em 28
própria comunidade? A inclusão de não-atores no elenco foi funda- produções. Desde sua estréia, num curta-metragem, o baiano Wagner
mental para ajudar a contar a história do cotidiano de uma favela de Moura já coleciona 20 filmes em sua trajetória. Ele protagonizou o
forma tão pungente e realista. Com “Central do Brasil”, Walter Salles megassucesso “Tropa de Elite”, “Abril Despedaçado” e o divertido
nos contemplou com os desempenhos memoráveis de Fernanda “Deus é Brasileiro”, de Cacá Diegues, que lhe rendeu um convite para
Montenegro e Marília Pêra e ainda com a performance de Vinícius participar de um episódio do seriado “Carga Pesada”. A partir daí,
de Oliveira como o garoto Josué, que emocionou platéias do Brasil e Wagner entrou para o time dos grandes atores brasileiros do teatro,
de vários países. Vinícius foi descoberto pelo cineasta num aeroporto da TV e do cinema. Lázaro Ramos, que fez seu primeiro protagonista
do Rio lustrando sapatos. O ator pode ser visto ainda em “Abril em “Madame Satã” (2002), de Karim Aïnouz, se prepara agora para
Despedaçado” e “Linha de Passe”. estrear seu vigésimo trabalho cinematográfico em “Amanhã Nunca
Atrizes hoje consagradas foram reveladas pelo cinema como: Mar- Mais”.
célia Cartaxo (“A hora da estrela”) e Ana Beatriz Nogueira (“Vera”) Mas da nova safra de atores que despontam nas telonas o recordista
– ambas vencedoras do Urso de Prata de Melhor Atriz do Festival de é o baiano João Miguel que, em apenas quatro anos, traz em seu
Berlim. E também Dira Paes que, de 1985 a 2008, atuou em 25 filmes currículo 11 longas como “Cinema, Aspirina e Urubus”, “Eu me
e recebeu 14 prêmios. Em o “Céu de Suely”, de 2006, o público pôde Lembro”, “Cidade Baixa” e o antológico “Estômago”. Nesse filme
conhecer o talento, o carisma e a beleza da atriz Hermila Guedes que, podemos destacar ainda a atuação da estreante Fabiula Nascimento
atualmente, pode ser vista no seriado global “Força -Tarefa”. A gaúcha numa interpretação cheia de nuances.
Leona Cavalli já trabalhou em 12 filmes, entre os quais se destacam Já o gaúcho Flávio Bauraqui é outro que vem se tornando figurinha
“Amarelo Manga”, “Carandiru” e “Olga”. fácil do cinema nacional. Ator/cantor de sucesso dos musicais
Mais recentemente entre as atrizes, podemos citar Alice Braga, que cariocas, ele estreou em “Madame Satã”, no papel do travesti “Tabu”.
depois de atuar em produções nacionais como “Cidade de Deus” e Recentemente, acabou de rodar seu 12º longa-metragem, “O Senhor
“Cidade Baixa”, firma-se com uma carreira do Labirinto”, no qual interpreta o artista plástico Arthur Bispo do
internacional. Rosário.
Com “O que é isso, companheiro?”, de Vale registrar que curiosamente, num caminho inverso, alguns atores
1997,o cineasta Bruno Barreto mostrou que começaram a carreira na TV, conseguiram se destacar no cinema
e se livrar do estigma de “globais” e do preconceito de alguns cineas-
tas. Bons exemplos disso são as trajetórias profissionais de Selton
Mello, Caio Junqueira, Leandra Leal, Daniel de Oliveira, Camila
Pitanga, Maria Flor, Caio Blat, Mariana Ximenes, Murilo Benício e
Rodrigo Santoro.

NANU! 103
LadyDay
CULT LEON

Muito do que foi escrito sobre ela é fruto da imaginação dela ou de outros.
Diz a lenda que ela começou a cantar depoisde tentar um bico como dançarina.

From: Leon com pena e perguntado se ela sabia cantar. letânea de nove CDs (“The Quintessen-
To: Iury Aos 18, já cantando em clubes noturnos, tial Billie Holiday”), cobrindo o período
Subject: Billie foi descoberta por John Hammond que a de 1933 a 1942, com as gravações na Co-
Já deves ter percebido que ando repassando levou para gravar com Benny Goodman lumbia Records; assim como outras duas
nossos e-mails para a NANU! e depois com Teddy Wilson (dois gênios coletâneas: The Lady’s Decca Days, que
Fico triste por essa tua opinião sobre o do swing que tocaram com Gene Krupa e cobria o período de 1944 a 1950 e as grava-
jazz contemporâneo. Tem muita gente Lionel Hampton). Também gravou com o ções pela Verve, de 1945 a 1959.
produzindo bons discos e sempre me sur- saxofonista Lester Young, que foi quem lhe Os anos 50 se passaram em uma sucessão
preendo com o poder que o jazz tem de deu o apelido de Lady Day, também nos de abusos e maus hábitos (drogas e bebi-
se reinventar. Em compensação, entendo anos 30. das) e maus maridos, que deixaram marcas
a tua aversão e acho que, em parte, ela foi Veio a fama e Billie gravou pela Columbia na sua saúde e também na voz. Em 54 ela
causada pela explosão do chamado smooth Records até o final dos anos 30, quando fez a primeira turnê pela Europa, repetida
jazz (gênero que escutei muito, mas ficou cantou no clube Café Society a polêmica em 58 e 59.
abandonado no armário). música “Strange Fruit”. Por motivos ób- O disco “Lady in Satin” foi seu último tra-
Existem bons sites com dicas de jazz e infor- vios, a música (que descreve um lincha- balho lançado em vida, no ano de 58 (em
mações atualizadas sobre o que anda acon- mento/ enforcamento, comparando o cor- 59 ela gravou na MGM com a mesma or-
tecendo no meio. Entre tantos, destaco o po pendurado com uma fruta) gerou certo questra, mas o disco só foi lançado após a
trabalho do jornalista Emerson Lopes, que desconforto com a Columbia, que recusou sua morte).
apresenta um podcast no portal do Estadão a gravação (“Strange Fruit” acabou sendo Acompanhada pela orquestra de Ray Ellis,
(www.sobresites.com/jazz/index.htm e gravada pela Commodore). Por curiosi- Billie já dava claros sinais de cansaço na
nosreme73.multiply.com/journal). dade, ao contrário do que muitos pensam, a voz. O álbum foi mal recebido pelo público
Mas como o tema desta edição é “Passion- música não foi composta por Billie, nem por e o próprio Ellis não gostou do desempenho
al”, não encontro alternativa senão me ren- um negro e sim por um professor do Bronx, de Billie, no início. Ela havia perdido muito
der ao passado e afirmar: ainda não surgiu judeu, chamado Abel Meerepol (http:// da sua voz, principalmente nos agudos,
ninguém como Billie Holiday. en.wikipedia.org/wiki/Abel_Meeropol). tendo dificuldades de manter o tom. A
Confesso que não foi amor à primeira ou- Em 1947, ela fez uma ponta em um filme crítica especializada chegou a se referir ao
vida e penei um bocado até acostumar os com Louis Armstrong. Fez o papel de álbum como “a voyeuristic look at a beaten
ouvidos. Somente quando ouvi o disco uma empregada. No livro “Lady Sings the woman”.
“Lady in Satin” foi que percebi a profun- Blues” ela se queixa, amargamente, que nos Todas as músicas eram inéditas no
didade, a paixão e a dor que ela conseguia filmes só havia papel para negras: ou como repertório de Billie, todas falam de amor,
transmitir. prostituta ou como empregada. (“You just de amores perdidos, traídos, correspondi-
Billie teve uma infância difícil. Quando tell one Negro girl who’s made movies who dos ou não, de paixão e suas variantes.
nasceu (seu verdadeiro nome era Eleanor didn’t play a maid or a whore. I don’t know Ray Ellis disse, em 1997, que só percebeu
Fagan Gough), em 1915, sua mãe tinha 13 any. I found out I was going to do a little quão grandiosa foi a performance de Billie
anos e seu pai apenas 15. Ela contou em sua singing, but I was still playing the part of quando escutou as músicas, semanas após
autobiografia: “Mom and Pop were just a a maid”.). a gravação e já com a mixagem definitiva.
couple of kids when they got married. He Nesse mesmo ano ela foi presa por porte Ele admitiu que inicialmente só ouviu mu-
was eighteen, she was sixteen and I was de drogas, retornando um ano depois, tri- sicalmente e não emocionalmente.
three”. Negra, pobre, vítima de estupro, unfal, com um concerto no Carnegie Hall. Em 31 de maio de 1959, Billie foi internada
trabalhou como prostituta em diversos Com a prisão de 1947 ela perdeu o direito sofrendo de cirrose e complicações cardía-
bordéis e aos 15 anos já havia sido presa de cantar em clubes (havia na época da cas. Foi novamente presa por porte de dro-
algumas vezes. “Prohibition” uma autorização especial gas e policiais ficaram guardando a porta do
Muito do que foi escrito sobre ela é fruto da para os artistas trabalharem nos clubes no- seu quarto de hospital até a sua morte, de
imaginação dela ou de outros. Diz a lenda turnos - New York City Cabaret Identifica- cirrose hepática, em 17 de julho.
que ela começou a cantar depois de tentar tion Card) e essa situação perdurou até o Ela não teve filhos.
um bico como dançarina. O vexame foi fim da vida dela, 12 anos depois. Devo essa ao Vavá, que me apresentou The
tamanho que um dos músicos teria ficado Aqui no Brasil havia em catálogo uma co- Lady Day lá nos anos 80.

104 NANU!
From: Iúry
Subject: Re: Billie
From: Vavá
To: Leon
To: Leon, Iúry
Linda a história.
Subject: Re: Billie
Conhecia em pedaços, não assim inteira. Vou guardar.
Meninos,
Isso já é pós-graduação em Lady Day.
É quase tudo verdade, e eu digo isso sob o olhar blasé da Billie
Gosto muito de alguns que você citou, como John
Holiday na capa do indigitado livro, ali bem ao lado do “Ulisses” que o
Hammond, Benny Goodman, Gene Krupa e Lionel
Iúry me emprestou e já sabia de antemão que eu não iria passar da
Hampton, e Lester Young.
página 93. A primeira vez que ouvi Lady Day foi aos 14 anos, num sábado, na
Agora, tem uma experiência que não sei se você já pas-
Bruneti discos. Ela me foi apresentada pelo gerente da época, o Élcio. Todo sábado
sou. Na casa do Vavá tem um pôster da véia na parede,
de manhã, nunca depois das 9h30, estávamos ali eu e o Guiga Carioni, de banho
já no final da carreira (ou das carreiras, se me enten-
tomado, cabelo lambido e mais perfumados do que mão de barbeiro, manipulan-
des) com um “balde” de whisky na mão, que é uma
do os The Police, Donna Summer, Led Z., Stevie Wonder, Queen e o indefectível
das fotos mais significativas que eu jamais vi. É um
Supertramp. Tempo tão feliz.
pôster belíssimo, e eu que já tive a oportunidade de
Não tenho certeza se fui eu que apresentei a Billie Holiday ao Leon, pois que foi
tomar alguns whiskys (e também whiskeys) naquela
ele quem me mostrou primeiro o “Lady in Satin”, que eu na época ainda não
sala, posso te garantir que depois do quinto, a foto
conhecia, mas com certeza devo ter falado muito nela antes disso, tanto que ele
muda de figura. Só vendo para entender.
até parou de ouvir o Jethro Tull. Na mesma época, aliás, me perdi de um Trium-
Vou te mandar uma cópia que eu achei no Allposter,
virat (“Illusions on a double dimple”), que estou procurando até hoje. Foi por
que imagino seja a referida. Mas para atestar, só o
(boa) influência do Leon, aliás, que fui escutar todas as músicas (e muitas vezes)
Vavá. Por sinal, eu gostaria que você
do Nick Drake, de quem eu só conhecia dois ou três, e foi por influência do Iury
retransmitisse essa história para ele. Você consegue
- verdade seja dita - que eu escutei muito Frank Sinatra em meados dos anos 80,
essa folha no Brasil por uns 50 reais, já comprei lá e
e sou muito grato por isso. É muito bom lembrar disso tudo, mas melhor mesmo
funcionou direitinho:
se estivéssemos reunidos agora ouvindo o som e bebendo um belo uísque, on the
entre em www.allposters.com e faça a busca com Bil-
rocks pra mim e pro Leon, e cowboy pro Iury, tô sabendo.
lie Holiday.
Em homenagem aos queridos amigos vou me sentar aos pés da santa, digo, lady,
Agora imagina esta foto com um metro de altura, lá
e beber com ela um scotch, ou quem sabe um bourbon, who cares?
pela meia garrafa...
Beijão,
Iúry
Vavá.

Lady in Satin
Lado A
“I’m a Fool to Want You” (Joel Herron, Frank Sinatra,
Jack Wolf)
“For Heaven’s Sake” (Elise Bretton, Sherman Edwards,
Donald Meyer)
“You Don’t Know What Love Is” (Gene DePaul, Don
Raye)
“I Get Along Without You Very Well” (Hoagy Carmi-
chael)
“For All We Know” (J. Fred Coots, Sam M. Lewis)
“Violets for Your Furs” (Tom Adair, Matt Dennis)

Lado B
“You’ve Changed” (Bill Carey, Carl Fischer)
“It’s Easy to Remember” (Lorenz Hart, Richard
Rodgers)
“But Beautiful” (w. Johnny Burke, m. Jimmy Van
Heusen)
“Glad to Be Unhappy” (Lorenz Hart, Richard Rodgers)
“I’ll Be Around” (Alec Wilder)
“The End of a Love Affair” (Edward Redding) [mono
CL 1157 only]

Bonus tracks 1997


“I’m a Fool to Want You” [take 3 stereo] “The End of a Love Affair” The Audio Story
“I’m a Fool to Want You” [take 2] “The End of a Love Affair” [stereo]

NANU! 105
CULT CAROLINE BRÜNING

Considerando que somos a espécie mais desenvolvida no planeta,


era de se esperar que nossos rituais de atração fossem menos
desengonçados do que os dos animais do Discovery Channel...

Interessante o que a paixão faz com as que nos fazem sentir de diversas formas, cruzar com você na calçada, até dizer “oi”
pessoas. A paixão, ao mesmo tempo que inclusive apaixonados. torna-se uma questão existencial. Isso
é bom, pode ser horrível. Dá aquela sensa- De acordo com a teoria da evolução, isso acontece porque, como eu disse, o seu
ção de nervosismo, ansiedade, borboletas acontece quando estamos diante de par- cérebro produz neurotransmissores que
no estômago... As mãos suadas e aquele ceiros em potencial, no caso, os homens o deixam eufórico, fazem sentir desejo
incômodo constante causado por palavras mais fortes e as mulheres mais férteis. e excitação e você às vezes faz papel de
que você gostaria de dizer, mas ainda não Ainda em um formato de documentário, bobo. Considerando que somos a espécie
conseguiu. Noites mal dormidas, ciúme proponho o seguinte: pense que, no nosso mais desenvolvida no planeta, era de
infundado, dúvida, frustração e medo que mundo, a selva africana é uma balada. A se esperar que nossos rituais de atração
pode levar a situações embaraçosas. Só maioria das pessoas numa balada está lá fossem menos desengonçados do que
que isso passa. A paixão não dura para pela caça, tanto que, se você pensar bem, daqueles animais no canal citado, mas
sempre, mas pode ir e vir num mesmo você escolhe a balada pela música e pelo parece que não.
relacionamento. E isso é bom. tipo de pessoa que você pode encontrar A verdade é a seguinte, quanto mais as
A paixão é o mecanismo que o cérebro lá, ou não? E tudo vale: as cantadas pessoas aprendem com suas experiências,
criou para nos dar um sinal, meio distor- péssimas, olhares fixos, mexer no cabelo, menos chances de sofrerem com a paixão.
cido às vezes, de que tal pessoa é um(a) fingir que não percebeu que o rapaz ficou Já reparou que a tendência é sofrer menos
excelente candidato(a) à perpetuação olhando para você a noite toda, provo- ao fim de cada relação? Ficamos mais
da espécie. Eu não queria soar como um cações no jeito de dançar... É maluco e é espertos com o tempo, mas isso não quer
documentário do Discovery Channel, intenso. dizer que vai chegar o dia em que você
mas acho que não tem jeito. A verdade é Para quem não está dentro do jogo, é não vai mais se apaixonar.
que a paixão não tem nada a ver com o quase cômico observar. Tudo isso é pas- Vai sim, e sempre.
que está na caixa torácica, mas sim entre sional e pode durar só alguns minutos,
as orelhas. É o cérebro que capta sensa- outras vezes dura horas ou dias e as
ções e cheiros e ativa neurotransmissores vezes em que tal pessoa vier à cabeça ou

106 NANU!
janelas

KAEL SANTANA
www.flickr.com/photos/kasabian kaelkasabian.blogspot.com kaellima@yahoo.com.br

NANU! 107
108 NANU!
GODOFREDO DE OLIVEIRA NETO CULT
Desejo
de
e Razão
Georges Bataille

Há temas que são proibidos em tempos e espaços universais. A impressão que a


gente tem é de que, entre eles, estão sempre aqueles a relembrar dolorosamente
aos homens e às mulheres que existe uma fera dentro deles pronta para o que der
e vier. Evita-se, por exemplo, comer desbragadamente, entre a comida e a boca
criaram-se instrumentos intermediários substituindo as mãos; certas pulsões,
desejos e obrigações do corpo são realizadas em lugares isolados do grupo; apon-
tam ânsias e vontades inomináveis contra seus semelhantes e por aí afora.
Isso pelo menos nas sociedades que reivindicam um nível sofisticado de civilização
(que, aqui entre nós, têm recaídas dramáticas - vide Segunda Guerra). Chama-se
isso de processo civilizatório. E é o conflito entre desejo e razão humanista. E é
também daí o afluxo aos consultórios dos psicanalistas e dos psiquiatras, dos
advogados, do médico clínico geral, dos sortistas, dos templos e igrejas e das de-
legacias de polícia. E, claro, entre esses tabus está o incesto.
Uma das grandes obras de ficção sobre o tema, e que marcou a literatura ociden-
tal moderna, é o livro “Minha mãe”, de Georges Bataille, publicado em 1966, em
Paris. Hoje o autor é venerado e integra a mais prestigiosa coleção de romances
do ocidente, a coleção La Pléiade. Pois é: um livro que a gente imaginava fosse
acabar na fogueira da indignação ou ao inferno dos meretrícios! E , no entanto,
J. A. Boiffard, Papier colant et mouches, 1930. Illustration for George Bataille’s

de fato, a coisa é pesada. Trata-se, como sabem, da história de um jovem que,


apaixonado e fascinado pela mãe, leva esse sentimento ao gozo extremo, gozo
que ela própria, a mãe, vai ensinar ao vivo e em cores ao filho virgem.
A contemplação do rapazote diante das fotos obscenas da sua mãe, com quem ele
conhecerá pela primeira vez o prazer da penetração, da ejaculação e do orgasmo,
é o amor devoção, é o amor total e eterno, é a sensação prazerosa de ver a própria
mãe em explícitas reações de júbilo e de felicidade. É inclusive em benefício do
orgasmo da mãe que ele sacrifica o seu próprio desejo. Mais importante do que o
seu prazer é provocar nela o prazer que ele não parece sentir com tanta intensi-
dade. A transgressão, iniciada quando a mãe, com uma das suas amantes numa
das tórridas cenas de sexo, desvirgina o menino extasiado, no fundo nada mais é
do que o complexo de castração do filho fragilizado. E para a mãe é o amor pelo
fruto das suas entranhas.
E como então, pesado desse jeito, o romance “Minha mãe” é ovacionado no
mundo das letras e das artes? É que, precisamente, acima deste real em que vive-
mos há um outro, a Biblioteca Universal das Letras. Lá, dialogam entre si, desde
tempos imemoriais, fábulas e parábolas, contos, lendas e histórias que fazem
do ser humano, ser humano (o real não é capaz disso). Uma lenda esquimó vai Acima deste real em que vivemos há
dialogar com uma história de Monteiro Lobato ou de um autor blumenauense um outro, a Biblioteca Universal das
contemporâneo, quer ele saiba quer não. No mundo das imagens idem. Os estu- Letras. Lá, dialogam entre si, desde
diosos chamam de Museu do Imaginário. Assim um filme de Glauber Rocha, por
exemplo, quer ele queira quer não, dialoga com os bisões das paredes das cavernas tempos imemoriais, fábulas e parábo-
de Altamira e de Lascaux. É o caso de “Minha mãe”. As tragédias gregas, com seus las, contos, lendas e histórias que
Édipos , Electras e Medéias, o canto XXXI do Inferno, de Dante e milhares de ou- fazem do ser humano, ser humano.
tros textos mitológicos velam noite e dia. Como se nos advertissem que aquele
tal processo civilizatório é uma construção constantemente em marcha, quem
achar que ele já está terminado é porque já virou bicho.

NANU! 109
110 NANU!
NANU! 111
1.Susana e Arlete Pabst 2. Helena Schurmann, ALisson Corrêa 3. Cassiana Bernhardt Sang Soon Kim Miriam Roza 4.
Samira Tomasellei Bruna Buerger Carolina Grossenbacker 5. Jefferson Rodrigues, Jefferson Delgado e Adriana Rodri-
gues 6.Debora Zutter e Jaqueline Nicolle 7. Sergio Souza, Neiva Souza, Fernanda Marins, Bernardo Knobbem 8. Rita e
13
Bruna Boskovic, Roberta Vahldick 9. Joyce Scoz, Reinaldo Dreger, Maria Julia Zimmermann, Everton Soares, Debora Cheise
10.Adriano Rebelo, Janice Bell, Pedro Hering 11. João Karsten Neto Mirian Volf 12. Camila Kuppas, Naraline Martins 13.
Amanda Zorzan Rita de Cassia 14. Dylan, Lydia Bauer, Lucas Bauer, Bob 15. Maristela Garcia, Malu Schmitz, Carolina Butolo
16.Mila Voss, Sissi Passarin, Nestor Jr 17. Fabrícia Schulz, Ana Paula Sutter, Fernanda Schulz 18. Cilmara Pamplona, Daiana
Amarante, Fernando Coarreiras, Soila Freese 19. Dúh, Douglas 20. Gisleine Bernnardt, Cris Olinger, Amilton Schiessel 21.
Emmy, Jean Topo, Ana Fukakusa, Paulo Priess 22. Junior, Tatiana, Pacher, Marcelo Bertoldi 23. Celso Salles, Susana Pabst
1
24.Alessandro Mafra, Manuela, Jacqueline Buerger 25. Mari Machado, Fabiana Rocha 26.Gabriela Schmidt, Priscila Figurski
27.Iara Hoffert, Bruna Krug, Francis Pereira 28. Guilherme Setter, Michelle Weise, Luiz Felipe Olinger 29.Mayara Santana.
Luiz Hadlich 30.Fabiana Barbieri 31.Pedro Schmidt, Ellen Berezoschi, Gabriela Schmidt, Guilherme Setter, Mayara Santana,
Luiz Felipe Ollinger 32. Vanessa Metzler e Susana Pabst 33. 34.Gisele Tarmowski, Sandro Spergort 35.Patricia Schwanke
36. Caroline Campos, Julian Gallash, Cláudia Joergens 37.Nilma Raquel, Guilherme Bauer, Susana Pabst 38.Rodrigo SOethe,
Jenifer Soethe, Priscila Rocha 39. Rubens de Abreu, Debora Luchini, Iara Hoffert, Fernanda Teixeira, Larissa Ballod, Diego
Cadore 40. Felipe Rischbieter, Wilaize Morais 41.João Arno Bauer Jr, Cristina Ziebarth 42. Carlos Henrique Albanaes, Roberto 14

Villain, Evelásio Ayroso, Anarita Cristina Chaves 43. Jordana Scussel, Alisson Corrêa, Joice S. Alano, Helena Schurmann
44.Miguel Estelrich, Cris Hoffmann 45. Alexandre Machado, Carlos Eduardo Peixer.

3
6 15

11 16

10 17
6

9 12

Roger Rodrigues
Marcio e Raquel Sheaffer

7 10 18
112 NANU!
19 27 34 40

20 28
41

35

21 29 42

22 23 30 36

43

24
31 37

25 32 38 44

39
26 33 45 NANU! 113
PEDRO HERING

JOGOS DE INVERNO
Florianópolis foi o olho do furacão no Sul do mundo no quesito entretenimento premium
durante o mês de junho. A quinta edição do Winterplay, evento realizado pela Alliance Even- 1 2
tos e AS9, chegou chegando e durante um final de semana, encheu dois hotéis e quatro
pousadas de Jurerê Internacional com o supra sumo da chiqueria animada do Brasil. Além
de todas as celebridades, bem nascidos e gataria que deram o ar da graça no evento, a
cereja do bolo foi Heineken Main Party que contou com a apresentação da dupla Copyright
seguida por um show do DJ Edo Krause e sua orquestra. Como se não bastasse, o músico
Junior Lima não se contentou em ficar nos camarotes e subiu ao palco para acompanhar
Edo com sua poderosa guitarra mostrando porque é um dos mais talentosos artistas do
Brasil. Festa memorável e surreal. Eu estive lá e registrei estes momentos para Nanu!!
1 Luana Queiroz e Jens Saltin 10 Michel Saad e Natalia Anderle, Miss Brasil 2008
2 Luisa Schwartz 11 A dupla de DJs Copyright
3 Russo e Flavia Brasca Fotos Pedro Hering / IMAGECARE 3 4
4 Daniel Erthal
5 Herbert Gris e Dorival Neto
6 Syomara Besen e Luiz Korff
7 O Dj Sandro Orta e o em-
presário Rony Mansur
8 Erika dos Mares Guia e Raul
Frare
9 Felipe Solari, Bruno Gagli-
asso e Junior Lima

5 6 7

8 9 10 11

NO WARUNG COM FUNK D’VOID


Foi sucesso total de crítica a última festa no Warung Beach Club, em
Itajaí, Santa Catarina. Quem foi até o clube da Praia Brava conferir
o poder de fogo do DJ e produtor Lars Sandberg, aka Funk D’Void,
ganhou um plus inesperado. Um “back-to-back” entre Paulinho
Boghosian – residente do Warung Beach Club que abriu a pista – e
1 2
Funk D’Void levou os presentes ao delírio fazendo esquentar a fria
noite de inverno no Sul do Brasil. Trilha sonora de primeira. Aqui
algumas fotos.
1 Os DJs e produtores Paulinho Boghosian e Funk D’Void
2 Barbara Atolini, a hostess do Warung, com Gustavo Conti, um dos
donos do clube
3 Larissa Allemand e Zuca Lugarede na cabine de som do Warung
4 Patrícia Schoetter e Carla Muller na Praia Brava
4 Fotos Pedro Hering / IMAGECARE
3
114 NANU!
NOITE DE GALA
CATARINENSE
A Noite de Gala Catarinense mais uma vez reuniu
a nata da sociedade catarinense no final de junho.
O evento, comandado pela colunista do Jornal de
Santa Catarina Neusa Manske Hoemke, hom-
2
enageia personalidades de diversas areas de atu-
ação. Entre as homenageadas deste ano a linda
modelo Johanna Stein, a cartorária Ana Luiza
Pedrosa da Nóbrega – que fez o “esquenta” mais
1
disputado - e a fashionista Zita Roncaglio.
Eu estive lá, como faço todo ano, e registrei
alguns momentos para Nanu!!
1 Fernanda Nasser no “warm-up“ chez
Ana Luiza Pedrosa da Nóbrega
2 Cachito e Guta Douat no esquenta nos
Pedrosa da Nóbrega
3 Patrícia e João Paulo Kleinubing, convi-
dados de Ana Nóbrega
4 Janice Bell e Liana do Valle
5 As irmãs Maria Eduarda e Ana Luiza
Pedrosa da Nóbrega
6 Meganni Corbani
7 Ítalo Façanha e Gisele Fouquet 4
8 Neusa Manske Hoemke e Rosane Lopes
9 Johanna Stein e Alexandre Birmann
3
10 Miguel Estelrich e Paolo Pascolli
Fotos Pedro Hering / IMAGECARE

6 5 7

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NANU!
NANU!! 11599
Audi 13

Q5
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BREITKOPF

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35

A BREITKOPF de Blumenau promoveu o coquetel de lançamento do AUDI Q5. O evento


contou com a animação da Vibe Bar Tenders, que desenvolveu drinks especialmente para
o evento. Paulo Kakinoff, Presidente da AUDI Brasil, também esteve presente.
1.Douglas Ricardo Packer e Rejane Huewes 2.Enio Sardagna e Paulo Kakinoff 3.Raphael de Oliveira, Jaine Gomes, Ronnie Gauche, Nancy Montenegro, Sabrina Gaucher,
Daniel Wachholz 4.Renato e Julian Morales, Rafael Breitkopf Sardagna, Aline Souza Farias, Jussara Souza Farias, Denir Farias Jr., Bruno Fritzke, Mario Augusto Buzinato
5.Raphael de Oliveira, Jaine Gomes, Carlos Soares e Carol Pires 6.Saulo de Lima, Paulo Kakinoff e Sueli de Lima 7.Marisa Breitkopf e Aldo Gonçalves 8.Rafael Breitkopf
23 Sardagna e Julia Breitkopf Sardagna 9.Jussara Souza Farias 10.Samuel Oliveira, Pablo Novak, Juliano Schmidt, Djulia Lindermann e Juliana de Souza 11.Cristine
Deboni, Valdete Muller e Lizete Alexius 12.Felipe Farias e Tais Weise 13.Juliana Laura da Silva e Marcio Mattos 14.Jader Sardagna, Graziela Nasato e Cynthia Breitkopf
15.Eder Silva e João Marcelo de Oliveira 16.Renato e Julian Morales 17.Mario Zendron e Jovi Capello 18.Rafael Antônio, Marinho da Silva, Afonso Zago e André Ricardo
Grott 19.André Ricardo Grott e Afonso Zago 20.João Victor Boaventura, João Carlos Boaventura e Ivan Décio Wollinger 21.Patricia e Alan Segala 22.Fabio e Cildo Voelz
23.Richard Kalinowski, James Peiker, Adriano Borchardt e Alexandre Ferrari 24.Enio Sardagna, Alfredo Breitkopf, Paulo Kakinoff, Mario Zendron 25.Gilberto Mattiello,
Tarcísio Cristofolini, Liliane Bento, Marli Rudnick, Frank Norman Hirt 26.Renan Huewes, Terence Buch 27.Rosali Karsten, Hanna Hirt Duebbers e Carla Annuseck Grando
28.Wagner Rodrigues e John Novack 29.Vadir Steinbach e Valdir Steinbach Jr. 30.Gabriela da Veiga e Nadir da Veiga Vier 31.Marcio Aurélio e Wagner Filho 32.Olívia
Gonçalves de Souza, Margareth Di’Niss e Mário AUgusto Fusinato 33.Jane Sabel e André Morbach 34.Adilson Nilton Correia, Cesar Obenaus, Geraldo Pedrini, Enio Mário
Sardagna 35.Marcos dos Reis, Jader Tomazi e Evelásio Vieira Neto.

24

25
NANU! 117
1 MAINA BIS 9

10 11
2

6 12
3
A Boutique Maina Bis, em parceria com a concessionária Chevrolet
Santa Clara e com a grife Just For Man, convidou seus clientes e
amigos para um agradável coquetel, que contou com desfiles e a
exposição do Chevrolet Captiva, na terça, dia 09 de junho.

1.Hélio Roncaglio, Ana Glória Nardelli, Osmarina Roncaglio, Eneida Roncaglio, Deise Demarchi
2.Luciane Maestri e Sônia Amorim 3.Inara Pasquali e Cynthia Baumgartem 3.Arlete Holetz
e Paulo Pfau 5.Gabriela Goés, Priscila Schmitt e Maria Eduarda Raymundi 6.Eliana Grahl
Abreu 7.Viviane Hinsching da Silva e Vera11Leite 8.Osmarina Roncaglio, Valmir Beduschi e Ana
Gloria Nardelli 9.Kaka Grossenbacher, Luzia Cordeiro, Camila Cordeiro e Osmarina Roncaglio
10.Cristina Ziebarth e Eneida Roncaglio 11.Nilma Raquel 12.Matilde Fachini, Renata Fronza
7
Beber, Rosana Schindler e Juçara Roncaglio 13.Roberto Pereira, Deise Demarchi, SIlvana Kow-
alski Dagnoni e Carlos Dagnoni 14.Anderson Giovani e José da Veiga Roncaglio 15.Elisângela
Fernandes e Rui Wagner Fernandes 16.Marcelo Valbão e Edislene Valbão 17.Hélio Roncaglio
e Roberto Holetz 18.Ana Luiza Demarchi e Nanny Kohls 19.Muchi e Adolfo Maes 20.Maíse Ta-
vares D’Amaral e Aline Ritzmann de Oliveira 21.Renata Fronza Beber e Susana Pabst 22.Luiz
Barbieri, Ana Glória Nardelli e Bia Bauer de Souza 23.Miriam Roza e Mirela Moser 24.Rubia
Cunha, Joice Pereira, Scheila Cunha e Natalissia Souza 25. Vera Weickert e Miriam Rosa 26.Ivy
Zuege, Giovana T. de Aguiar e Fabiana Barbieri 27.Andrea Bauer, Mirela Moser e Fernanda
Marins 28.Marcelo Peixoto e Pedro Henrique Benetti 29.Débora Vieira, Patricia Roncaglio e
Amanda Otero

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2

Mostra Casa NovA


Bistrô Tina Bauer
1.Leo Coelho, Alexandre Pecin, Antonio Luz 2.Aurelio
Paladine e Elisa 3.Maria Alice, Paula, Fran, Elisa 4.Guido
Boabaid e Paula 5.Ruth Bauer, Camila, M.Carolina e
Bia Bauer Souza 6.Tina Bauer, Dea Barreto, Bia Bauer
7.Andre Panariello e namorada

120 NANU!
LACI BARUFFi
A mais nova loja Laci Baruffi foi inaugrada
1 8 9
em Balneário Camboriú. O coquetel reuniu
amigos, parceiros e clientes no novo espaço
da marca, na Avenida Brasil.

1. Gilberto Darolt e Laci Baruff,i Arlésio Holetz e Nara Holetz,


2.Jéssica Vidic, Janaína Moi 3.Celso Deschamps, Angela Guedes
2 4.Juliana Setti 5.Solange Ferreira da Silva, Viviana Mees, Elisete
Esteves Mees 6.Alex Fener, Mara Tonini 7.Eliana Bendini Ferencz,
Angela Guedes 8.Andressa Bhoemer, Adenise Bohemer 9.Samara
Clauman, Leonardo Clauman Júnior 10.Julia Darolt, Gilberto
10
Darolt e Laci Baruffi 11. Lacy Baruffi, Tereza Gracher, Maria Vargas
12.Carla Labes Soares 13.Adilson da Silva, Anelise Pacher 14.Flávia
Bucker 15.Carla e Gislane Aparecida Claudino, Laci Baruffi 16.Laci
Baruffi, Carlos Feliciano 17. Ligia Mara Beltramini, Julia Darolt, Ad-
enise Bohemer 18.Eliane Bedini Ferencz, Celso Deschamps, Elizabeth
Schaffer 19.Adrian Martinez, Flávia Martins, Laci Baruffi e Gilberto
Darolt 20.Júlia Darolt, Laci Baruffi, Nirian Brahn

3 4

11

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7 17 20 NANU!!
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121
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96 NANU!
NANU!!
POP AMBITION
A Pop Ambition, um dos eventos organizados por Douglas e
Duh, da FAKE IT!, aconteceu no Camorra. A atração principal
foi o projeto SubTropics, de Floripa, união das bandas Mot-
torama, Discobot e Superpose.

NANU!!
NANU! 12397
11 12

SCMC no butiquin
1

As empresas envolvidas no SCMC (Santa Catarina Moda


Contemporânea) se encontraram no Butiquim Wollstein,
em Blumenau, para uma feijoada de confraternização.
A NANU! esteve lá e registrou. Confira.
1.Ligia Buerger, Luciana Fantoni 2.Geisa Tonello, Amélia Malheiros 3.Lorival Lobe Jr.,
2 7
Jacir Luiz Lenzi 4.Cristiano Buerger, Maria Izabel Costa, Rui Souza, Lygia Souza, Alvin 13 14

e Adriana Rauh 5.Sérgio, Celize e Lais Pires 6.Denis Lunelli, Alfredo Fantoni, André 12
Klein, Rui Souza, Afonso Eggert, José Antônio da Silva 7.Rui Souza, Eduardo Heinenberg
8.Arno Buerger 9.Julye Poffo, Thiago Francisco, Caroline Schuh, Leonardo Cruz, Patrícia
Lima 10.Geisa e Elvira Tonello, Caroline Schuh 11.Marcelo Luciano, Karla Alexandra e
Isete Lenzi 12.Gisele Prim e Fabiano Dalri 13.Isabela Heinenberg 14.Cristiano, Rosana
e Maria Vitória Buerger 15.Joana e Denis Luiz Lunelli 16.Amélia Malheiros, Marcos
César da Silva 17.Alessandra Bressiani 18.Fábio Wollstein 19. Eugênio Warmelling,
Vaninha Krieger, Cristiano Buerger 20.Greice Lombardi, Everli Klein da Silva 21. Carlos
e Maíse Tavares D’Amaral

3 8 17
15 16

17

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124 NANU! 9
NANU! 125
130 NANU!
SIWLA H. SILVA JOIE DE VIVRE
Embora os estraga-prazeres (literalmente, neste caso), insistam em
apontar a parca comprovação científica de um real efeito dos alimentos
e bebidas afrodisíacos, quem já não experimentou aquele “calorão” se
espalhando pelo corpo todo depois de um belo prato com pimenta mar-
cante ou daquela taça de champagne dividida com o ser amado?
Pelo sim, pelo não, nada de apelar para “garrafadas” ou montes de ovos
de codorna (que sem graça!). Uma refeição gostosa e até - por que não? -
saudável, preparada com ingredientes e especiarias escolhidas a dedo, vai
estimular todos os sentidos: a noite de paixão é só consequência.
Para começar, algumas especiarias podem ser usadas por seus aromas
estimulantes e por criarem um clima exótico: gengibre, canela, cravo,
cardamomo, anis, noz moscada, açafrão, tomilho, manjericão, mostarda
picante, jasmim, aroma de rosas. E ainda por cima têm nada ou poucas
calorias! Por razões óbvias, esqueça alho e cebola.
aromasUma estimulantes criam um
refeição gostosa e até -Preocupe-se
por que comnão?
o visual dos pratos, pois um conjunto de cores quentes
clima exótico: gengibre,
- saudável, canela,
preparada
e vibrantes,
com ingredientes
em um belo arranjo, traz aquela sensação de calor e
e ao relaxamento. Além disso, mesmo inconsciente-
aconchego necessária
cravo, especiarias
cardamomo, anis, noza dedo,
escolhidas vai alguns
mente, estimular
alimentos têm formatos que levam à associação com a
moscada, açafrão, tomilho,
todos os sentidos. anatomia masculina e feminina – escolha-os!
manjericão, mostarda picante, O sabor de alguns ingredientes, associados a seus aromas e texturas,
jasmim, aroma de rosas. também auxiliam a despertar a libido. Pimentas de vários tipos, claro!,
pelo seu poder de estimular o paladar e a circulação; ostras (clássico!),
aspargos, morangos, chocolate, figos, mel, abacates, mel, nozes e amên-
doas, molhos e doces cremosos.
Não esqueça de um bom vinho; mas com moderação, já que o álcool
pode dar sono e pôr todo seu trabalho a perder. E nem de um brinde a
Afrodite, por milênios a protetora dos amantes e apaixonados.

NANU! 127
joe de vivre NANU!

grandes
A 1ª edição, em setembro de 2008, foi um sucesso
arrebatador. Nomes como Claude Troisgros, Helena
Rizzo e Dominique Guerin transformaram a praça
de eventos do Shopping Neumarkt numa vitrine
com o melhor da Alta Gastronomia contemporânea

chefs
durante cinco dias.
E este ano o evento promete ainda mais.
Marcado para 10 a 14 de agosto, o 2º Neumarkt
Gourmet já tem confirmado o elenco dos sonhos de
qualquer gourmet: Bettina Orrico, chefe da Cozi-
nha Experimental da revista Claudia; Emmanuel
Bassoleil, do lendário Roanne e hoje comandando a
cozinha do Skye, no hotel paulistano Unique;
Fabrice Le Nud e suas doces obras de arte da
no Neumarkt Pâtisserie Douce France; toda a técnica e didática do
mestre francês Laurent Suaudeau, e Roland Villard,
do premiadíssimo Lê Pré Catelan, no Rio – junto a
outros profissionais da região e de outros pontos do
Brasil.
Além da oportunidade de degustar as delícias pre-
paradas por cada um dos profissionais convidados, o
Neumarkt Gourmet promete apresentar a vanguarda
em termos de técnicas, ingredientes e equipamentos
usados pelos chefs de maior destaque em atuação
na Alta Gastronomia do país. As aulas programadas
para serem dadas em até três cursos por dia, devem
reunir no ambiente preparado com apoio de marcas
de renome do segmento, os clientes do Neumarkt
que poderão ainda, levar apostilas dos cursos e
brindes para casa.

128 NANU!
1 2

9 5

1. Bettina Orrico 2. Emmanuel


Bassoleil 3. Dominique Guerin
4. Fabrice Le Nud 5. Pinheiro
Machado 6. Claude Troisgrois
7. Roland Villard 8. Helena
Rizzo 9. Laurent Suaudeau

NANU! 129
JOIE DE VIVRE NANU!

Quando Artur Bona decidiu se dedicar à destilação de


cana de açúcar enfrentou grande preconceito. “Ouvi
que era bebida de pobre, bebida de vagabundo”. Se-
gundo ele, a História explica: “A princípio a cachaça
era exportada como bebida fina. Mas os produtores

PURA E COM
europeus de bagaceira – o destilado feito a partir das
sobras da produção de vinho – começaram a com-
batê-la. Além disso, com a ascensão dos barões do
café, só era bom o que vinha da Europa, e a cachaça
entrou no pacote”.
O resultado, segundo ele, é um mercado que ainda
engatinha rumo a uma necessária padronização. “No

ALMA
processo de fermentação, se variar 0,5 grau, o caldo
básico terá resultado diferente. Sempre disseram
que é impossível fazer duas cachaças iguais, mas eu
discordo”. Para Bona, ainda há muitos paradigmas
a serem quebrados no Brasil, apesar do sucesso da
cachaça no exterior. “Precisamos de um novo con-
ceito para o destilado brasileiro”.
Até por isso, ao criar sua Inox, Artur Bona quis fugir
totalmente do estereótipo da cachaça que traz ima-
gens de engenhos coloniais no rótulo, batizando-a
com um nome que remete à modernidade e vem
A Inox é uma bebida resultante de anos de numa embalagem com design arrojado e totalmente
pesquisa, com o objetivo é de retirar todos diferente do convencional.
os elementos indesejáveis e prejudiciais à
saúde, mas conservando as características
organolépticas de uma excelente cachaça.

Artur Bona tem aquela curiosidade típica dos A chegada de um biólogo alemão, que tinha com o significado de puro, inocente.
inventores. Com uma vida inteira dedicada à uma tradição familiar na produção de desti- Bona, que de inocente não tem nada e sabe
pesquisa e desenvolvimento de equipamen- lado de frutas ensinou muito a Bona, mas não muito bem onde quer chegar, aguarda agora a
tos, o blumenauense é pai de um “destilado foi suficiente para tocar o negócio para frente. parceria de um sócio investidor para continuar
fino a partir de cana de açúcar” - como ele Mas a essa altura, seu domínio da tecnologia suas pesquisas e lutar com mais armas em um
gosta de chamar - e que recebeu o nome de de destilação o ajudaram a dar impulso a mais mercado super agressivo e cheio de armadilhas
Inox. Até chegar à cachaça fina que fabrica pesquisas. Ele aprimorou o uso de sacaríme- para quem está começando. Ele busca agora a
através de sua empresa, a Puríssima do Bra- tros e densímetros e percebeu que o terreno certificação orgânica de seu produto – fabrica-
sil, Bona desenvolveu muito de seu raciocínio onde a cana foi cultivada era importante – as- do hoje nas versões tradicional e com manga
científico ao pesquisar energias alternativas sim como o terroir dos vinhos. Mas na sua ou maracujá - e de uma maior estrutura para
quando estourou a crise do petróleo, ainda na tentativa seguinte, o cuidado em laboratório aumentar seu volume de vendas sem perder
década de 70. Foi o ponto de partida para um para evitar os erros foi tão grande, que a sua a qualidade conquistada em tantos anos de
envolvimento com a produção de álcool e con- cachaça virou álcool. “Ficou horrível, sem sa- dedicação, pesquisa e busca da maior pureza
sequentemente a destilação artesanal, numa bor e sem personalidade”. aliada ao melhor sabor.
tentativa de transformar alambiques já insta- Três anos e dez mil litros de bebida depois, já
lados em produtores de combustível. com seu laboratório transferido para Jaraguá
O encontro com um empresário de Pomerode do Sul, Bona chegou ao seu processo particular
concretizou o desejo de colocar em prática a de fabricação, que ele batizou de Fragmenta-
construção de uma destilaria para produzir um ção Escalar por Diferencial Térmico, impondo
destilado de cana de açúcar de primeiríssima parâmetros rígidos para a gradação alcoólica e
linha, e com todo o cuidado e detalhamento a acidez da cachaça que produz. O objetivo
técnico aos quais estava acostumado em sua é a retirada de todos os elementos preju-
vida profissional. “O objetivo era um destilado diciais ao sabor e à saúde, conservando
de frutas. É um processo extremamente deli- as características organolépticas de
cado, que requer conhecimento profundo de uma excelente cachaça. Já visando
Microbiologia. Você tem que conhecer o ambi- o mercado externo, ele queria
ente de fermentação, a operacionalização não um nome sonoro em to-
pode se dar ao Deus dará”, afirma, lembrando das as línguas. Coinci-
que em boa parte dos pequenos alambiques é dentemente, o nome
assim que a bebida é feita, e por isso arrisca-se escolhido, Inox, tem
a vir com ela uma infinidade de subprodutos origem na
prejudiciais à saúde. língua grega

130 NANU!
NANU! 127
JOIE DE VIVRE GUILHERME CORREA

O desafio da
casta
camaleão
Uma boa pergunta: por que a Riesling
não desce do pedestal dos estudiosos
e cai no copo da maioria?

Sempre que me perguntam qual a variedade de uva profundas em quem está começando a namorar o
branca preferida, a minha resposta causa um pouco mundo do vinho. Vamos ser sinceros, o impacto de
de desconfiança, ou talvez sejam os olhares que um delicioso Chardonnay do Novo Mundo é muito
transmitam a idéia de que estou tentando me colo- mais inteligível aos sentidos que estão por se desen-
car num nível de conhecedor de vinho diferenciado, volver. Dessa forma, o amor pelo Riesling não deixa
ou pior ainda, inatingível. Juro que meu objetivo de ser um “gosto adquirido”. Além de tudo, quanto
não é de exclusão ou segregação. Li recentemente mais trilhamos os caminhos de Baco, concluímos
que o atual “meilleur sommelier du monde”, o que a noção mais poética e efetiva do vinho é a sua
sueco Andreas Larsson, também tem a Riesling capacidade de expressar fielmente a realidade geo-
como casta predileta, opinião também dividida pela climática do vinhedo que lhe deu origem, coisa que
maior parte dos famosos críticos, jornalistas e con- a Riesling faz muito bem, talvez mais precisamente
hecedores de vinho no mundo. Uma boa pergunta: do que qualquer outra uva branca do mundo.
por que então esta uva não desce do pedestal dos A casta camaleão se mimetiza de acordo com o solo
estudiosos e cai no copo da maioria? e o mesoclima em que foi plantada, consubstan-
O inspirado autor inglês Oz Clarke faz uma analo- ciando-se num perfeito veículo para expressão do
gia da Riesling com um aluno que sempre tira notas terroir. Se não bastasse, esses vinhos emocionantes
máximas e tem toda a estima dos professores, mas sobrevivem com louvor à prova do tempo, e vários
que no recreio permanece sozinho e sorumbático deles só revelam suas virtudes após anos e anos de
num canto do pátio, assistindo angustiado à alegria guarda. Apostando no amadurecimento do mercado
das brincadeiras dos seus colegas menos brilhantes, brasileiro de vinhos, fiz uma seleção de produtores
e não se reconforta com os conselhos dos seus men- excepcionais de Riesling da Alemanha para a impor-
tores: um dia chegará sua vez! Confrontada com a tadora Decanter, nomes como Hermann Dönnhoff,
Chardonnay, a “rainha” das uvas brancas, pelo me- Grans-Fassian e Franz Künstler. De diferentes
nos no quesito comercial, a nobre casta germânica regiões do país, são vinhos que se aproximam da
parece não agradar multidões, pois seus atributos perfeição, ou melhor, da difícil tarefa de reunir força
raramente são buscados pelos consumidores de e delicadeza num único gole, o Santo Graal dos
vinho da atualidade. enólogos.
A não afinidade da Riesling com o carvalho novo Será que o nosso aluno brilhante jogará bola com os
e seus aportes abaunilhados e “doces”, e a sua colegas? Afinal, boletim bonito é bem diferente de
acidez inoxidável parecem andar na contramão felicidade!
da autobahn do gosto moderno, enquanto que
sua desconcertante sutileza não desperta emoções

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NANU! 129
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NANU! TOY
LUXO
Há cerca de seis meses um dos maiores
empresários do ramo imobiliário da Rússia

é
recebeu sua aeronave AugustaWestland.

NO AR Com a assinatura da ¨maison Versace¨.

Ter suas próprias asas - ou melhor, hélices – para ir de um ponto a outro de uma cidade
supermovimentada já é o máximo da auto-suficiência e do luxo. Imagine então ter um
“brinquedo” que leva a assinatura de uma maison como a italiana Versace em seu interior?
Esta é a proposta da AugustaWestland, fabricante inglesa de helicópteros distribuídos no
Brasil pela OceanAir Táxi Aéreo.
A parceria entre a AugustaWestland e a Versace foi firmada em 2007 com o objetivo de
oferecer diversas possibilidades de design de luxo no interior dos helicópteros. As duas
primeiras máquinas foram entregues a compradores em março de 2008 e desde então a
assinatura Versace nos helicópteros da AugustaWestland tem sido um sucesso. Os clientes
combinam as mais diversas possibilidades de decoração, que incluem revestimentos com
detalhes cuidadosamente feitos à mão. Há cerca de seis meses um dos maiores empresá-
rios do ramo imobiliário da Rússia encomendou sua aeronave, um AW119 de seis lugares,
decorada com estofados em couro azul e branco.
Mas todo mundo sabe que investimento consciente hoje em dia vai além de uma aparên-
cia exuberante e conforto. Não bastasse a personalização da decoração e a possibilidade de
incluir gadgets básicos como sistema hi-fi, , CD-DVD player, iPOD-mp3 player e clima-
tização, as máquinas dessa nova era são também ecofriendly. Os modelos são planejados
para operar com menor consumo, baixa emissão de ruídos e poluentes. Mas que luxo.

agradecemos a Fabio Bittencourt


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10 anos de atividades promovendo


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dedicação e profissionalismo !

Educação Especial Tatiana Schmidt Silva


Fonoaudiologia Priscilla Sena das Neves
Nutrição Susan Tribess
Psicologia Roberta Alexandra Ulrich
Psicopedagogia Vera Cristina Matias Bauer
Atividade Assistida por Animais:
Projeto Lendo para a Vida

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ls&d GUILHERME BAUER

To see, or not tossir!!

Ilusão
Amar
Querer
Achar que é´

Uma bela e nova mulher


Um homem
Uma sapata
Um travesti
Uma lancha
Um avião

Tudo é´ ilusão.

Está nos olhos.


A admiração vai da conivência de nossa vontade
até´a igualdade das vontades.

Nossos olhos que observam,


deseja tudo o que vêem
e não o que queremos.
Só amamos aquilo que se parece com nossa vontade

Está em nossos olhos e


não em algo mais nobre, esta fonte.
O poder é ´
´ do cérebro e
não da inteligência.
Mais ou menos como se deixar levar ao espaço
guiado pelo computador de 2001.

A força das coisas íntimas,


apenas as mais, mais... pequenas.
Aquelas que não admitimos existir, dentro do nosso nobre ser.
Esta que rege todas as ações com sinapses despercebidas da consciência,
cria escravos de desejos inconfessáveis.
Desejando irracionalmente,
um mundo com isso e com aquilo,
uma vida sem isso e sem aquilo.
Separando cada vez mais o ser dos olhos
... e este cada vez mais, olho grande.

Transformando em inferno,
As horas
tempo
Os dias spaço de
A vida u e n e st e curto e e la para
o imagin
ar q do toda
O olhar sem enxergar Estranh a m o s c onstruin s.
o vida ,
pass e outro
O amor chamad teresses d inha
u it o s o utros, in o lh o abelha ra
A compreensão ou tr o s. M v a s d o
escra .
O belo obreiras, nas vêem
Abelhas e o s n ossos ape
A bela s, on d
... tempo
O diferente
A igualdade

138 NANU!
NANU! 139

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