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GEOGRAFIA DO CRIME: O QUE É A ECOLOGIA DO CRIME E COMO ELA SE

INSERE EM ESTUDOS SOBRE A CRIMINALIDADE NO AMBIENTE URBANO.

RODRIGO KUHN DA SILVA (rodrigokuhn@terra.com.br) / Geografia/Unifra, Santa Maria-RS


VILMA DOMINGA MONFARDINI FIGUEIREDO (vilma@unifra.com.br) / Geografia/Unifra, Santa Maria-RS

Palavras-Chave:
PALAVRAS-CHAVE: CRIMINALIDADE; ECOLOGIA DO CRIME; CENTROS URBANOS; PERIFERIA

Hoje, na sociedade brasileira, são poucos os assuntos que mobilizam tanta atenção como a violência e a
criminalidade. O aumento da criminalidade é notado nas grandes cidades há um bom tempo, inclusive o
modo de vida das pessoas está mudando em decorrência disso. Contudo, não é só nas grandes cidades que
este fenômeno está acontecendo, em cidades de porte médio como Santa Maria/RS esses índices também
crescem de forma acelerada. As pequenas e médias cidades eram refúgios de tranqüilidade quando se
pensava em qualidade de vida e baixos índices de criminalidade, no entanto essa percepção já não existe
mais devido ao crescente índice de violência. . Face ao exposto, esta pesquisa tem como objetivo: analisar a
bibliografia sobre a ecologia do crime com vistas a servir de material para futuros estudos sobre o tema. Para
a realização da pesquisa fez-se um levantamento bibliográfico sobre o tema ecologia do crime, verificando a
posição dos autores que abordam o mesmo. Conforme Felix (2002), a ecologia do crime é baseada em
análises e estudos que identificam espaços típicos de criminalidade e de agrupamento de ofensores,
configurando tais áreas como áreas delinquentes. Lira (2007) analisa que a criminalidade violenta está
concentrada nas áreas urbanas, e que é nestas áreas que os conflitos e desentendimentos interpessoais
aparecem com maior intensidade. Segundo Felix (2002), acontece uma grande concentração de todos os
tipos de ocorrências criminais nas áreas centrais das cidades por se tratar de um pólo de atração de
pessoas, já os crimes contra a propriedade (residências) apresentam uma ampla distribuição nos subúrbios.
A autora continua sua análise explicando que as áreas menos desenvolvidas economicamente têm maior
incidência de crimes contra a pessoa. Massena (1986), em seu estudo da distribuição da criminalidade
violenta na região do Rio de Janeiro, afirma que o núcleo das cidades (ou centros urbanos) com grande
concentração de renda e riqueza é onde estão os maiores índices de criminalidade. Para a autora, a periferia
tem uma fama de ser mais violenta do que o centro, esta fama é errada quando se fala em índices de
criminalidade. Contudo, na periferia os crimes contra a pessoa, como o estupro e o homicídio, tem suas
taxas mais elevadas, causando uma sensação de medo nas pessoas, justificando a fama de a periferia pobre
da cidade ser mais violenta do que o centro. Ainda conforme Massena (1986), o crime roubo merece uma
atenção distinta porque está sendo praticado de forma mais violenta e ficando cada vez mais frequente,
contudo o mais importante é que esta modalidade de crime está crescendo enormemente nas áreas centrais
das cidades. Concluindo, a autora explica que há uma forte tendência de crescimento dos índices de todos
os tipos de crimes violentos no núcleo central e apenas crescimento do homicídio doloso e estupro na
periferia e que no núcleo central o roubo é o crime mais comum, enquanto na periferia é a lesão corporal.
Face ao exposto pode-se considerar que o problema da criminalidade atinge atualmente, pequenas, médias
e grandes cidades brasileiras. A criminalidade se concentra e apresenta maiores índices nas regiões
centrais das cidades, estas áreas são pólos de atração de pessoas e porque também são locais onde há a
concentração de muitos bens materiais, já nas periferias, que na maioria das vezes se caracterizam por
serem pobres, os índices criminais são menores, contudo a natureza violenta dos mesmos faz com que se
tenha a sensação e o sentimento maior de insegurança.

REFERÊNCIAS:

LIRA, Pablo; Geografia do crime: Construção e Geoprocessamento do Índice de Criminalidade Violenta ; IVC
no município de Vitória-ES; vol 03 ; p. 35-41; 2007.

MASSENA, R. M R; A distribuição da criminalidade violenta na região do Rio de Janeiro; Revista Brasileira


de Geografia; v. 48 ; p. 285-330 ; 1986.

FELIX, Sueli Andruccioli; Geografia do crime: interdisciplinaridade e relevância.; Marilia; UNESP; 2002..

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