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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO PAULO

Manual de Orçamento Público

2015
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Sumário

Introdução .................................................................................................................................................... 3
Funcionamento do Orçamento Público ..................................................................................................... 4
Como é Feito o Orçamento do Governo Federal ....................................................................................... 4
Orçamento Público .................................................................................................................................... 6
O Modelo Orçamentário da Constituição de 1988 .................................................................................... 7
O Plano Plurianual, as Diretrizes Orçamentárias e o Orçamento Anual ................................................... 7
A Lei do Plano Plurianual (PPA) ............................................................................................................... 7
A Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO)................................................................................................. 7
A Lei Orçamentária Anual (LOA) ............................................................................................................. 8
O Orçamento de Investimento das Empresas Estatais ............................................................................ 9
As Agências Oficiais de Fomento ............................................................................................................... 9
Resultado Orçamentário ............................................................................................................................. 9
Resultado Primário e Nominal ................................................................................................................... 9
A Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) ................................................................................................. 11
O Processo de Elaboração do Orçamento Anual e do Plano Plurianual.............................................. 12
A Lei Orçamentária Anual na Prática .................................................................................................... 18
Elaboração da LOA ................................................................................................................................. 18
Classificações Orçamentárias .................................................................................................................. 21
As Despesas ........................................................................................................................................................ 21
As Receitas.......................................................................................................................................................... 30
Execução dos Recursos.............................................................................................................................. 39
Como Identificar Recursos no Siafi ......................................................................................................... 39
Detalhamento de Orçamento (Detaorc) ................................................................................................... 48
Estágios da Despesa ................................................................................................................................. 62
Empenho ..................................................................................................................................................... 62
Como Emitir Empenhos ...................................................................................................................................... 64
Empenho Siafi ..................................................................................................................................................... 64
Empenho Original ............................................................................................................................................... 64
Reforço de Empenho........................................................................................................................................... 74
Cancelamento de Empenho................................................................................................................................. 76
Pré - Empenho..................................................................................................................................................... 82
Empenho Siasg.................................................................................................................................................... 85
Empenho Siasg – Contrato Continuado .............................................................................................................. 96
Glossário de Termos Orçamentários ..................................................................................................... 107
Referências Bibliográficas ...................................................................................................................... 112
Legislação Orçamentária ........................................................................................................................ 112
Anexo I – Acesso ao Siafi e Pesquisa de Subelementos de Despesas .................................................. 114
Anexo II – Formulários para Indicação Orçamentária, Solicitação e Autorização de Empenho . 123
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INTRODUÇÃO

O orçamento público é o instrumento por meio do qual o governo estima as receitas que irá arrecadar
e fixa os gastos que espera realizar durante o ano. Trata-se de uma peça de planejamento, no qual as
políticas públicas setoriais são analisadas, ordenadas segundo sua prioridade e selecionadas para integrar
o plano de ação do governo, nos limites do montante de recursos passíveis de serem mobilizados para
financiar tais gastos.
O sistema orçamentário brasileiro é composto por três instrumentos principais: a Lei Orçamentária
Anual (LOA), a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) e o Plano Plurianual (PPA). O Plano Plurianual,
que vigora por quatro anos, estabelece diretrizes, objetivos e metas da administração federal para as
despesas de capital e os programas de duração continuada, veiculando, portanto, um planejamento de
médio prazo. Já a LDO é elaborada anualmente e objetiva detalhar as metas e prioridades da
administração para o ano subseqüente e orientar a elaboração da lei orçamentária anual. A partir dos
parâmetros definidos pela LDO e em consonância com a programação do PPA, a LOA estima as receitas
e fixa as despesas de toda a administração pública federal para o ano subseqüente. O sistema orçamentário
brasileiro está definido nos arts. 165 a 169 da Constituição Federal. O sistema orçamentário
brasileiro tem três importantes dimensões, todas de interesse direto para a sociedade.
A primeira é a dimensão jurídica: o orçamento público tem caráter e força de lei, e enquanto tal
define limites a serem respeitados pelos governantes e agentes públicos – no tocante à realização de
despesas e à arrecadação de receitas. A elaboração e a aprovação do orçamento público seguem o
processo legislativo de discussão, emenda, votação e sanção presidencial como qualquer outra lei.
A segunda dimensão é a dimensão econômica. O orçamento público é basicamente o instrumento
por meio do qual o governo extrai recursos da sociedade e os injeta em áreas selecionadas. Esse processo
redistributivo não é neutro do ponto de vista da eficiência econômica e da trajetória de desenvolvimento
de longo prazo. Tanto os incentivos microeconômicos e setoriais, quanto as variáveis macroeconômicas
relativas ao nível de inflação, endividamento e emprego na economia são diretamente afetados pela gestão
orçamentária.
A terceira dimensão – a dimensão política – é corolário da dimensão econômica. Se o orçamento
público tem um inequívoco caráter redistributivo, o processo de elaboração, aprovação e gestão do
orçamento embute necessariamente perspectivas e interesses conflitantes que se resolvem em última
instância no âmbito da ação política dos agentes públicos e dos inúmeros segmentos sociais.
Essas três dimensões revelam que, em sentido amplo, o sistema orçamentário brasileiro compõe-se
não apenas de leis – como aquelas mencionadas acima – mas de todo um arcabouço institucional
composto de vários elementos: agentes políticos e entidades dos três Poderes; as relações entre esses
agentes e os eleitores e segmentos organizados da sociedade; e as regras formais e informais que
disciplinam essas relações e normatizam o processo decisório em torno do orçamento público.
Em poucas áreas das políticas públicas a qualidade da democracia revela-se tão claramente quanto
na área do orçamento público: a democracia é uma função direta da capacidade de segmentos organizados
da sociedade de acompanharem de modo ativo e informado o processo orçamentário, caso desejem fazê-
lo.
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FUNCIONAMENTO DO ORÇAMENTO PÚBLICO

Como é feito o Orçamento do Governo Federal

O Decreto de Programação Orçamentária e Financeira das despesas de custeio e investimento dos órgãos
da Administração Pública é publicado no Diário Oficial da União. O decreto corresponde ao Orçamento
Geral da União, elaborado pelo poder Executivo e aprovado pelo Congresso Nacional. O boletim a seguir
irá explicar como é feito o Orçamento.

O que é o Orçamento?

O Orçamento Geral da União (OGU) é formado pelo Orçamento Fiscal, da Seguridade e pelo Orçamento
de Investimento das empresas estatais federais. É nele que o cidadão identifica a destinação dos recursos
recolhidos sob a forma de impostos. Nenhuma despesa pública pode ser realizada sem estar fixada no
Orçamento. O OGU autoriza e as verbas são liberadas de acordo com a receita.

Quais leis e princípios regem esta elaboração?

O Poder Executivo é responsável pelo sistema de Planejamento e Orçamento seguindo os princípios


básicos para elaboração e controle definidos na Constituição Federal, na Lei 4.320 (de 17/03/64), no
Plano Plurianual e na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO). Os fundamentos são: da transparência
orçamentária; da unidade - cada esfera do governo terá apenas um orçamento -; da universalidade -
incorporar despesas e receitas de todas as instituições públicas-; e da anualidade - compreender o período
de um exercício.

O que é o Plano Plurianual (PPA)?

O PPA define as prioridades do governo por um período de quatro anos e deve conter "as diretrizes,
objetivos e metas da Administração Pública Federal para as despesas de capital e outras delas decorrentes
e para as relativas aos programas de duração continuada". O PPA estabelece a ligação entre as prioridades
de longo prazo e a Lei Orçamentária Anual.
Saiba mais sobre o PPA 2012-2015 no endereço:
http://www.planejamento.gov.br/ministerio.asp?index=10&ler=s1086

O que é a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO)?

A LDO estabelece as metas e prioridades para o exercício financeiro subseqüente, orienta a elaboração do
Orçamento, dispõe sobre alteração na legislação tributária e estabelece a política de aplicação das
agências financeiras de fomento. Com base na LDO a Secretaria de Orçamento Federal elabora a proposta
para o ano seguinte, em conjunto com os Ministérios e as unidades orçamentárias dos poderes Legislativo
e Judiciário.

O Orçamento da União contempla obras em Estados e Municípios?

O governo define no Projeto de Lei Orçamentária Anual, as prioridades (PPA) e as metas a serem
atingidas naquele ano. Nenhuma despesa pública pode ser executada fora do Orçamento, mas nem tudo é
feito pelo Governo Federal. As ações dos governos estaduais e municipais devem estar registradas nas
respectivas leis orçamentárias, conforme define a Constituição do Brasil.
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Como é elaborado o Orçamento?

Ele se baseia nas estimativas para o Produto Interno Bruto (PIB), previsão de inflação e outros
parâmetros. Com base nestes cálculos, é estimada uma receita para o exercício seguinte e, de acordo com
ela, são definidos os gastos. Este projeto é levado ao Congresso, onde deputados e senadores discutem na
Comissão Mista de Orçamentos e Planos a proposta enviada pelo Executivo. Compete ao Congresso
remanejar os investimentos para as áreas e regiões consideradas prioritárias e estas alterações são
conhecidas como emendas parlamentares.

O Orçamento deve ser votado e aprovado até o final de cada legislatura. Depois de aprovado é sancionado
pelo Presidente da República e se transforma em Lei. Se durante o exercício financeiro houver
necessidade de realização de despesas acima do limite que está previsto na Lei, o Poder Executivo
submete ao Congresso Nacional projeto de lei de crédito adicional.

A Lei de Responsabilidade Fiscal está relacionada com o Orçamento?

A Lei de Responsabilidade Fiscal, aprovada em 2000 pelo Congresso, introduziu novas responsabilidades
para o administrador público com relação aos orçamentos da União, dos Estados e municípios, como
limite de gastos com pessoal, proibição de criar despesas de duração continuada sem uma fonte segura de
receitas, entre outros. A Lei introduziu a restrição orçamentária na legislação brasileira e cria a disciplina
fiscal para os três poderes.

Nem tudo é feito pelo Governo Federal

Se você está interessado em saber quais os recursos disponíveis para as obras de esgotos de sua rua, deve
verificar o orçamento da prefeitura de sua cidade. Se a sua preocupação for com a construção de uma
estrada vicinal em sua região, deve consultar o orçamento de seu Estado.

A União repassa 48% do produto da arrecadação do Imposto de Renda (IR) e do Imposto sobre Produtos
Industrializados (IPI) aos Fundos de Participação dos Estados e Municípios. Os governos estaduais
contam também, para financiar seus gastos, com 25% da arrecadação do Imposto sobre Circulação de
Mercadorias e Serviços (ICMS) e com o Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA).
As prefeituras contam, além do repasse da União, feito de acordo com o número de habitantes de cada
cidade, definido pelo censo do IBGE, com os impostos municipais como o Imposto Predial e Territorial
Urbano (IPTU), com 25% da arrecadação do ICMS parcela da receita do Imposto Territorial Rural (ITR).
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Orçamento Público
Todos nós, muitas vezes sem percebermos, elaboramos em algum período de nossas vidas um orçamento
pessoal. Levantamos, um a um, nossos desejos de gastos com vestuário, alimentação, habitação, saúde,
diversão etc., e somamos os respectivos valores. Ao mesmo tempo, somamos a renda que esperamos
receber com salário, rendimentos financeiros, dividendos etc. e confrontamos o total apurado com a nossa
estimativa de gastos.
Como um dos problemas básicos da sociedade consiste na limitação dos recursos frente às suas
necessidades, é bem possível que o nosso desejo de realizar despesas seja superior às receitas que
esperamos receber. Por essa razão, devemos estabelecer um planejamento de nossos gastos, onde
elegemos as despesas prioritárias, ou seja, as mais importantes a serem realizadas, deixando de lado, ou
para outra oportunidade, aquelas que não consideramos tão essenciais.
No caso do setor governamental, esse planejamento é consubstanciado em lei e recebe o nome de
orçamento público. Nessa lei são listadas, para um determinado exercício, todas as despesas eleitas como
prioritárias pelos Poderes da República, bem como as estimativas das receitas previstas para serem
arrecadadas e que custearão aqueles gastos. Como exemplos de despesas públicas, podemos citar os
gastos com a manutenção dos órgãos (ministérios, autarquias etc.), com o sistema de saúde, com a
educação, com os investimentos, com o pagamento de juros e amortização da dívida pública.
Como exemplos de receitas públicas, temos aquelas originadas dos tributos cobrados das pessoas e das
empresas, da exploração do patrimônio, da prestação de serviços etc. e aquelas que envolvem a tomada de
recursos de terceiros (empréstimos ou operações de créditos) e as derivadas da venda de ativos
governamentais.
O orçamento público, juridicamente, materializa-se numa lei ordinária, de validade anual, que exprime,
em termos financeiros e técnicos, as decisões políticas na alocação dos recursos públicos, estabelecendo
as ações e programas prioritários para atender às demandas da sociedade. Além de permitir o controle das
finanças públicas, evitando que sejam realizados gastos não previstos, o orçamento público atua como
instrumento da programação de trabalho do governo como um todo, e de cada um de seus órgãos em
particular. O orçamento público, e bem dizendo, as despesas e as receitas nele contidas, afeta de várias
maneiras a vida dos cidadãos.
Do lado das despesas, verificamos que, dependendo do tipo de gasto, pode-se estar beneficiando mais um
segmento social do que outro. Por exemplo, os gastos com a saúde atendem mais às camadas sociais de
menor poder aquisitivo do que às mais bem remuneradas, que contam com planos de saúde particulares.
O mesmo pode-se dizer da educação pública fundamental.
Do lado das receitas, como elas advêm principalmente de tributos e contribuições, pode-se exigir maior
esforço fiscal de uma classe social do que de outra. Por exemplo, o imposto de renda da pessoa física, ao
isentar da tributação os indivíduos com renda mensal de até R$ 1.903,98 enquanto tributa os
demais com taxa de até 27,5% sobre a renda adicional recebida além desse limite, desonera grande parte
dos trabalhadores assalariados dessa incidência.
Esses pequenos exemplos ressaltam a importância da participação ativa de todos os cidadãos no processo
de elaboração orçamentária, pois é nele que são definidas as prioridades de gastos e a fonte dos recursos
extraídos da sociedade que os financiam.
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O Modelo Orçamentário da Constituição de 1988:

O Plano Plurianual, as Diretrizes Orçamentárias e o Orçamento Anual


O texto constitucional promulgado em 1988 trouxe inovações significativas na sistemática de elaboração
e de apreciação dos instrumentos que compõem o chamado “modelo orçamentário”. O principal
arcabouço legal do processo de planejamento e de orçamento está inscrito nos arts. 165 a 169 da
Constituição Federal1 e tem como expoente formal três documentos interdependentes, a saber: a Lei do
Plano Plurianual (PPA), a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) e a Lei Orçamentária Anual (LOA).
A preocupação central dos Constituintes de 88, ao aprovar essas normas, foi vincular os processos de
planejamento ao de orçamento.
Desse modo, foi determinado no art. 165, § 4º, da CF, que “... Os planos e programas nacionais,
regionais e setoriais previstos nesta Constituição serão elaborados em consonância com o plano
plurianual e apreciados pelo Congresso Nacional”.
Há ainda os arts. 145 a 162, que tratam do Sistema Tributário Nacional, e os arts. 163 e 164, que tratam
das finanças públicas, e que têm fortes reflexos sobre a elaboração dos orçamentos.
Adicionalmente, o § 1º do art. 167, estabelece que “... Nenhum investimento cuja execução ultrapasse um
exercício financeiro poderá ser iniciado sem prévia inclusão no plano plurianual, ou sem lei que autorize
a sua inclusão, sob pena de crime de responsabilidade”.

A Lei do Plano Plurianual (PPA)

É uma lei ordinária, editada a cada quatro anos e, segundo dispõe o § 1º do art. 165 do texto
constitucional, “... estabelecerá, de forma regionalizada, as diretrizes, objetivos e metas da
administração pública federal para as despesas de capital e outras delas decorrentes e para as relativas
aos programas de duração continuada”.
A elaboração do projeto de lei do PPA inicia-se no Poder Executivo, sendo coordenado pela Secretaria de
Planejamento e Investimentos Estratégicos do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão
(SPI/MPO). Esse projeto deve ser enviado ao Congresso Nacional até 31 de agosto do primeiro ano de
cada mandato presidencial e tem validade para um período de quatro exercícios financeiros. A sua
execução inicia-se no segundo ano do mandato presidencial e encerra-se no primeiro ano do mandato
presidencial subseqüente. O PPA veio substituir o antigo Orçamento Plurianual de Investimentos.
Comparativamente ao seu antecessor, que abrangia apenas três exercícios, o PPA apresenta, além do valor
das despesas de capital (construção de edificações públicas, estradas etc.), também as metas físicas a
serem atingidas por tipo de programa e ação, bem como lista as despesas de duração continuada (e.g.
benefícios previdenciários), condicionando toda a programação do orçamento ao planejamento de longo
prazo.

A Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO)

Por sua vez, é uma lei ordinária com validade apenas para um exercício. De acordo com o § 2º do art. 165
do texto constitucional, a LDO “compreenderá as metas e prioridades da administração pública federal,
incluindo as despesas de capital para o exercício financeiro subseqüente, orientará a elaboração da lei
orçamentária anual, disporá sobre as alterações da legislação tributária e estabelecerá a política de
aplicação das agências financeiras de fomento”.
Estabelece, assim, de forma antecipada, as diretrizes, as prioridades de gastos e as normas e parâmetros
que devem orientar a elaboração do projeto de lei orçamentária para o exercício seguinte (e.g., lista de
projetos prioritários, normas sobre convênios, fixação das metas de resultado primário, relação dos riscos
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fiscais).
As prioridades e metas definidas pela LDO para os programas e ações são apresentadas em anexo ao texto
legal, constituindo-se num detalhamento anual de metas estabelecidas no PPA e que foram selecionadas
para constar do projeto de lei orçamentária de cada exercício.
Com o advento da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), a LDO passou também a conter dois Anexos de
extrema importância para orientar o governo e a sociedade sobre a condução da política fiscal. Trata se do
Anexo de Metas Fiscais, onde são estabelecidos os resultados primários esperados para os próximos
exercícios, e que dão uma dimensão da austeridade dessa política; e o Anexo de Riscos Fiscais, onde são
enumerados os chamados passivos contingentes, ou seja, aquelas dívidas que ainda não estão
contabilizadas como tal, mas que, por decisão judicial, poderão vir a aumentar a dívida pública.
A elaboração do projeto da LDO inicia-se no Poder Executivo e o projeto é encaminhado até 15 de abril
de cada ano ao Congresso Nacional, devendo por este ser aprovado até 30 de junho, sob pena de não se
interromper o primeiro período da sessão legislativa.
No Poder Executivo, o órgão que coordena a elaboração desse projeto da LDO é a Secretaria de
Orçamento Federal (SOF) do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão. A Secretaria do Tesouro
Nacional (STN) do Ministério da Fazenda (MF) também colabora na feitura desse documento,
principalmente nas questões relacionadas à dívida mobiliária federal e às normas sobre execução
orçamentária.
Cabe apontar que as normas de direito financeiro, baixadas pela Lei n.º 4.320 de 1964, são ainda as que
estabelecem as regras básicas de elaboração, execução e controle dos planos e orçamentos. Porém, face,
principalmente, aos novos comandos orçamentários introduzidos pela Constituição de 88, essa lei ficou
desatualizada.
Assim, diante da ausência da lei complementar prevista no § 9.º do art. 165 da CF, que viria a substituir a
referida lei, a LDO tem exercido também o papel de suprir as lacunas e imperfeições legais sobre a
matéria, atuando de forma a compatibilizar as normas infraconstitucionais com as disposições contidas no
texto da Lei Maior.

A Lei Orçamentária Anual (LOA)

É igualmente uma lei ordinária com validade para cada exercício fiscal1. Consoante o § 5.º do art. 165 da
Constituição, essa lei deve conter três orçamentos:
O orçamento fiscal, o orçamento da seguridade social e o orçamento de investimento das empresas
estatais. Os dois primeiros envolvem toda a programação de gastos dos Poderes da União, seus fundos,
autarquias e fundações. Em suma, abrangem toda a administração pública, direta e indireta. O orçamento
de investimentos das empresas estatais contém a previsão de investimentos das entidades em que a União,
direta ou indiretamente, detenha a maioria do capital social com direito a voto. Os orçamentos fiscal e da
seguridade social listam todos os gastos da União, como os destinados à manutenção da máquina pública,
os desembolsos com saúde, educação, defesa, estradas, portos, benefícios previdenciários, folha de
pessoal, juros da dívida etc., bem como todas as receitas que são esperadas para serem arrecadadas.
Pela análise conjunta desses três instrumentos, depreende-se que a concepção do processo de
planejamento e orçamento no Brasil confere ao PPA, à LDO e à LOA uma atuação integrada, que pode
ser assim resumida: o PPA estabelece o planejamento de longo prazo, por meio dos programas e ações de

1
A possibilidade de inscrição de empenhos de despesas como restos a pagar num exercício seguinte
estende um pouco a validade dessa lei.
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governo, enquanto a LOA fixa o planejamento de curto prazo, ou seja, materializa anualmente as ações e
programas a serem executados por meio de projetos, atividades e operações especiais. À LDO, por sua
vez, cabe o papel de estabelecer a ligação entre esses dois instrumentos, destacando do PPA os
investimentos e gastos prioritários que deverão compor a LOA, e definir as regras e normas que orientam
a elaboração da lei orçamentária que irá vigorar no exercício seguinte ao da edição da LDO.

O Orçamento de Investimento das Empresas Estatais


Como já comentado, além das despesas dos orçamentos fiscal e da seguridade social, integram o
orçamento da União o orçamento de Investimentos das Empresas Estatais Federais.

As Agências Oficiais de Fomento


Além dos orçamentos fiscal e da seguridade e dos investimentos das empresas estatais, o governo
aplica recursos através das Agências Oficiais de Fomento. Nesse caso, em vez de serem desembolsos sem
retornos, como ocorre com a maioria dos gastos do orçamento da União, o governo recupera o que aplica,
pois são empréstimos que ele faz para empresas privadas, estatais, estados e municípios, por meio do
BNDES, Banco do Brasil e outros agentes financeiros federais.

Resultado Orçamentário

Quando as receitas são superiores às despesas, dizemos que ocorre um superávit orçamentário; quando
acontece o contrário, dizemos que há um déficit e, quando os dois fluxos são iguais, dizemos que ocorre
um equilíbrio orçamentário.
Mas um ponto é importante. Os desequilíbrios e equilíbrios que efetivamente interessam são aqueles
decorrentes da confrontação das receitas próprias que o governo arrecada, em sua maioria derivada de
impostos, taxas, contribuições, aluguéis, alienações patrimoniais, serviços etc., com as despesas que
espera realizar.
Quando, por exemplo, há um déficit orçamentário e, ainda assim, o governo resolve realizar sua
programação de gastos, então será preciso recorrer a empréstimos junto ao setor privado, por meio de
operações de crédito ou emissão de títulos da dívida pública, para cobrir essa deficiência de recursos
próprios.
Como, do ponto de vista da escrituração, as operações de crédito integram a receita do governo, resulta
que, contabilmente e apenas contabilmente, o orçamento acha-se equilibrado.
Do mesmo modo, na hipótese de haver um superávit orçamentário, o equilíbrio será também
apenas do ponto de vista contábil, pois o excesso de receita terá como contrapartida a destinação de
recursos para o resgate da dívida pública.
Então, podemos concluir que o déficit aumenta a dívida pública e o superávit diminui esta mesma dívida.
Destaque-se, entretanto, que o resultado orçamentário difere conceitualmente dos chamados
resultados primário e nominal, calculados segundo a metodologia das Necessidades de Financiamento do
Setor Público (NFSP). Embora o resultado orçamentário seja importante, pois repercute nas apurações da
NFSP, não é suficientemente abrangente para mostrar um quadro completo da situação das finanças do
governo como os resultados primário e nominal.

Resultado Primário e Nominal

O quadro que mais corretamente espelha a situação das contas públicas é denominado de
“Necessidades de Financiamento do Governo Central” ou NFGC, pois reflete a posição corrente das
contas públicas. Seu interesse é de maior importância para os analistas econômicos, organismos
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internacionais de crédito e outros agentes do mercado, pelo fato de retratar o comportamento das finanças
governamentais de forma mais abrangente que o resultado orçamentário.
Nesse quadro são apresentados os resultados primário e nominal do Governo Central, envolvendo as
informações de receitas e despesas contidas no orçamento da União, bem como o resultado das operações
do Banco Central, como autoridade monetária, em termos de pagamentos e recebimentos de juros.
Por resultado primário, entende-se a diferença, podendo ser positiva ou negativa, entre as receitas não
financeiras, arrecadadas no exercício, e as despesas não financeiras do mesmo período, previstas no
orçamento da União.
As receitas não financeiras compreendem, principalmente, os tributos, as contribuições sociais
e econômicas, as receitas diretamente arrecadadas por órgãos da administração indireta, as receitas
patrimoniais etc. Não se incluem nesta categoria as receitas de juros e as receitas de capital (receitas de
privatizações, de operações de crédito etc.).
Por sua vez, as despesas não financeiras referem-se ao conjunto de gastos com pessoal, previdência,
manutenção da máquina administrativa e investimentos. Não são computados nesta categoria os encargos
da dívida pública (juros e correção monetária e amortizações). Se a diferença for positiva, dizemos que há
um superávit primário e, se negativa, dizemos que há um déficit primário. Já o resultado nominal
expressa a mesma situação, mas considera no cálculo a diferença decorrente entre os juros ativos e os
juros passivos do Governo Central. Em outras palavras, se do valor apurado como resultado primário,
deduzirmos os valores dos juros nominais líquidos incorridos (juros ativos menos juros passivos),
obtemos o resultado nominal.
Há ainda dois importantes detalhes metodológicos: os juros considerados no quadro das NFGC são os
juros nominais incorridos porque, neste item, e apenas neste, os valores são calculados em regime de
competência (todas as demais receitas e despesas não financeiras são contabilizadas em regime de caixa).
Pelo regime de competência são considerados os juros devidos, ainda que não tenham sido pagos.
Os juros sobre a dívida mobiliária, contidos no orçamento, referem-se ao regime de caixa, ou seja, são
aqueles que são pagos, assim como as demais despesas. Essas são as razões pelas quais os valores
daqueles juros diferem daqueles contidos no orçamento.
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A LEI COMPLEMENTAR N.º 101, DE 4 DE MAIO DE 2000 - LEI DE


RESPONSABILIDADE FISCAL

Até bem pouco tempo atrás, o desequilíbrio fiscal, ou seja, os gastos fiscais sistematicamente
superiores às receitas fiscais, predominou na administração pública brasileira. As conseqüências disso
para a sociedade foram bastante negativas, refletindo-se em inflação descontrolada, redução dos
investimentos, baixa taxa de crescimento econômico e perda de bem-estar social.
A recuperação da credibilidade do Estado tem sido possível com a geração de sucessivos superávits
primários, visando gerar recursos para o pagamento dos juros da dívida e, assim, contribuir para uma
evolução controlada do grau de endividamento do Estado. Como conseqüência, hoje vivenciamos uma
situação orçamentária tal que tem limitado a realização de investimentos por parte do Estado, bem como o
atendimento pleno das necessidades básicas da população mais carente, por gastos com saúde, educação,
moradia e saneamento.
Nesse contexto, a edição da Lei Complementar n.º 101/00, conhecida como Lei de Responsabilidade
Fiscal (LRF) representa um marco institucional para delimitar a ação dos governantes e evitar que erros
de gestão orçamentária e financeira cometidos no passado tornem a se repetir. Seus dispositivos aplicam-
se a todos os gestores de recursos públicos e a todas as esferas de governo, nas diversas ações,
destacando-se, em particular, as regras que visam disciplinar os níveis de endividamento e os gastos com
pessoal.
Além disso, a Lei consagra a transparência da gestão como mecanismo de controle social, através da
exigência de publicação de relatórios, demonstrativos de execução orçamentária e a presença, em
audiência pública na CMO, de autoridades econômicas, de forma a fornecer à sociedade explicações de
política e um quadro mais preciso da utilização dos recursos que são colocados à disposição dos
governantes.
Entre as normas e princípios contidos na LRF, merecem destaque:

a) limites de gastos com pessoal: a lei fixa limites para essa despesa em relação à receita corrente líquida
para os Três Poderes e para cada nível de governo (União, Estados, Distrito Federal e Municípios);

b) limites para o endividamento público: são estabelecidos pelo Senado Federal por proposta do
Presidente da República, conforme previsto na Constituição;

c) definição de metas fiscais: resultados primários que deverão ser alcançados anualmente e indicativos
para os três exercícios seguintes;

d) identificação de passivos contingentes: relativos a potenciais dívidas do Estado, muitas vezes


derivadas de perdas judiciais decorrentes da aplicação no passado de planos econômicos que objetivavam
a eliminação do processo inflacionário;

e) mecanismo de compensação para despesas de caráter permanente: o governante não poderá criar
uma despesa continuada (prazo superior a dois anos), sem indicar uma fonte de receita ou uma redução de
outra despesa, de modo a manter o equilíbrio fiscal; e

f) mecanismo para controle das finanças públicas em anos de eleição: impede a contratação de
operações de crédito por antecipação de receita orçamentária (ARO) no último ano de mandato e proíbe o
aumento das despesas com pessoal nos 180 dias que antecedem o final do mandato.
A fixação dessas novas regras, sem dúvida, está contribuindo para um controle permanente das finanças
públicas no Brasil e auxiliando na criação de pré-condições necessárias para a retomada sustentada do
crescimento econômico no País.
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O PROCESSO DE ELABORAÇÃO DO ORÇAMENTO ANUAL E DO PLANO


PLURIANUAL
O processo de elaboração do orçamento público federal começa no Poder Executivo, onde os ministérios
(órgãos setoriais) elaboram o orçamento de acordo com a expedição das regras gerais pela Secretaria de
Orçamento Federal (SOF). As informações tramitam no Congresso Nacional pela Comissão Mista de
Orçamento e Subcomissões, e por fim são enviadas para a Sanção Presidencial.
A partir disso, os órgãos setoriais (Ministérios da Educação, Saúde, Agricultura etc.) fazem o
levantamento das necessidades de gastos das áreas que compõem cada ministério e apresentam suas
propostas à SOF, a quem compete compatibilizar as expectativas de gastos com o nível de receita que o
governo espera arrecadar da sociedade. Os Poderes Legislativo e Judiciário também elaboram suas
propostas, dentro dos parâmetros fixados pela LDO, e enviam-nas à SOF para que sejam integradas ao
projeto de lei do orçamento.
Não é tarefa fácil para a SOF definir os “grandes números” do orçamento. Embora a lei orçamentária deva
ser contabilmente equilibrada, com receitas esperadas iguais às despesas fixadas, por trás dessa estrutura
estão parâmetros que afetam a sociedade como um todo.
A meta de inflação, a taxa média de juros, a taxa média de câmbio, a evolução da massa salarial, a
expectativa de crescimento real do PIB, o montante do refinanciamento da dívida, o resultado primário
desejado, entre outros, são parâmetros decisivos para a apresentação da proposta orçamentária.
Os cinco primeiros são estabelecidos pela Secretaria de Política Econômica do Ministério da
Fazenda e repassados à Secretaria da Receita Federal, para fazer as previsões de receitas, e à SOF, para
fixar alguns itens de receita.
Em regra, procura-se fixar a despesa dentro do montante esperado da receita. Porém, há situações que, a
despeito da priorização de gastos, as intenções de despesas não podem ser mais comprimidas e o
orçamento é elaborado prevendo déficit (despesas fixadas maiores que as receitas que se espera
arrecadar).
Nesses casos, para financiar o excesso de gasto, o governo recorre a operações de crédito ou empréstimos,
junto à iniciativa privada nacional ou a entidades estrangeiras. Esses empréstimos também devem estar
previstos na lei orçamentária, para contrabalançar o excesso de despesa. Por essa razão é que dizemos que
o orçamento é sempre contabilmente equilibrado.
Cabe aqui uma pequena digressão. Quando a inflação era elevada, havia pouco controle sobre a real
viabilidade financeira de execução da programação de despesas fixadas nas leis orçamentárias. Com os
preços em evolução crescente, podia-se praticamente fixar qualquer valor de gasto que a inflação “dava
um jeito”, ao corroer o valor real das dotações orçamentárias. As despesas eram executadas nominalmente
e, assim, era transmitida a falsa sensação de que a programação de gastos inicialmente aprovada era
factível de realização. As receitas arrecadadas, por sua vez, eram substancialmente superiores às receitas
estimadas, uma vez que o mecanismo de correção monetária permitia que acompanhassem o
comportamento crescente dos preços. Por meio de créditos adicionais, financiados com o excesso de
arrecadação, o governo regulava o valor real de cada dotação programada no orçamento.
Em um regime de economia estável, ficou patente a dificuldade de equilibrarem-se as finanças públicas
no nível de gastos até então aprovado nas leis orçamentárias. Como não havia mais inflação elevada para
erodir o valor real das despesas, o resultado orçamentário previsto na lei passou a ter maior importância.
Isso ficou claro quando, devido à queda abrupta da inflação, o comportamento da arrecadação tributária
nominal ficou abaixo da estimativa da receita contida no orçamento, e exigiu que fossem realizados
contingenciamentos e/ou cortes nas programações, visando assegurar o equilíbrio desejado e evitar o
endividamento desmesurado.
Mais tarde, com o advento da LRF, diante da possibilidade de existência de receitas de duvidosa
realização, o governo está obrigado a fazer contingenciamento de gastos para assegurar o resultado
13

primário fixado em lei. É evidente que, na medida em que as dúvidas sobre a receita esperada forem-se
dissipando, o governo pode rever as contingências das programações.
Transparece, assim, a necessidade de elaborar-se um orçamento realista, pois, em paralelo com as
finanças pessoais, ninguém consegue financiar indefinidamente seus gastos à custa de tomadas crescentes
de empréstimos junto a terceiros.
Porém, o esforço continuado em busca de um ajuste fiscal sustentado tem tido reflexos indesejados em
outros setores, principalmente os investimentos, cujos gastos têm crescido em proporção inferior ao que a
sociedade almeja. Isso ressalta como é grande a responsabilidade de todos na definição das metas de
resultado primário e como é difícil elaborar um orçamento em uma sociedade carente de investimentos de
infra-estrutura básica e de ações na área social.
Retornemos ao processo de elaboração do orçamento. Uma vez concluída a proposta, esta é
encaminhada ao Presidente da República, juntamente com uma Exposição de Motivos do Ministro
do Planejamento, Orçamento e Gestão, onde são apresentadas as perspectivas da economia e das
finanças públicas para o exercício referido. Estando de acordo, o Presidente da República remete-a, em
forma de projeto de lei, ao Congresso Nacional, por meio de Mensagem Presidencial, até o dia 31 de
agosto de cada ano.
Como co-responsável e participante na elaboração dos instrumentos de planejamento e orçamento, cabe
ao Congresso Nacional analisar e aprovar os projetos de leis que compõem o processo orçamentário.
Os projetos relativos ao PPA, à LDO e à LOA são apreciados conjuntamente pelas duas Casas do
Congresso Nacional, cabendo à Comissão Mista de Planos, Orçamentos Públicos e Fiscalização – CMO -
examinar e emitir parecer sobre os referidos projetos, também em sessão conjunta. Essa Comissão é
composta por 10 Senadores e 30 Deputados, com igual número de suplentes.
A forma constitucional prevista para a atuação do Congresso Nacional, em sua participação na elaboração
dos planos e orçamentos dá-se por meio de emendas aos referidos projetos de lei.
Nos planos e orçamentos, os parlamentares, por meio das emendas, procuram aperfeiçoar a proposta
encaminhada pelo Poder Executivo, visando a uma melhor alocação dos recursos públicos. Desse modo,
identificam as localidades onde desejam que sejam executados os projetos ou inserem novas
programações com o objetivo de atender às demandas das comunidades que representam.
As emendas parlamentares são sujeitas a restrições de diversas ordens. A norma constitucional, conforme
art. 166, § 3.º, estabelece as regras fundamentais para a aprovação de emendas parlamentares ao projeto
de lei orçamentária anual, quais sejam:

I. não pode acarretar aumento na despesa total do orçamento, a menos que sejam identificados omissões
ou erros nas receitas, devidamente comprovados;

II. é obrigatória a indicação dos recursos a serem cancelados de outra programação, já que normalmente
as emendas provocam a inserção ou o aumento de uma dotação;

III. não pode ser objeto de cancelamento as despesas com pessoal, benefícios previdenciários, juros,
transferências constitucionais e amortização de dívida;

IV. é obrigatória a compatibilidade da emenda apresentada com as disposições do PPA e da LDO.


Assim, ressalvado o caso de identificação de receita não incluída ou subestimada na proposta, a atuação
parlamentar dá-se fundamentalmente por um remanejamento de dotações orçamentárias de uma para
outra programação.
A aprovação das emendas deve observar não apenas as restrições constitucionais, mas também os
aspectos legais específicos eventualmente existentes em cada programação, bem como as disposições da
Resolução n.º 01/2006-CN, que estabelece as regras de atuação do Congresso Nacional no processo
orçamentário.
14

De acordo com essa Resolução, cabe à CMO:

V. examinar e emitir parecer sobre os PLs do Plano Plurianual, Diretrizes Orçamentárias, Orçamento
Anual, Créditos Adicionais e Extraordinários e Contas apresentadas pelo Poder Executivo, que incluirá,
além das suas, as relativas aos outros Poderes e ao Ministério Público (ao Tribunal de Contas da União –
TCU - cabe emitir parecer prévio sobre essas contas);

VI. examinar e emitir parecer sobre os planos e programas nacionais, regionais e setoriais;

VII. examinar e emitir parecer sobre a execução orçamentária e financeira, informações do TCU sobre
obra com indício de gestão irregular, a gestão fiscal dos órgãos, a avaliação quadrimestral das metas
fiscais, os contingenciamentos e a avaliação do impacto fiscal das políticas monetária, creditícia e
cambial.

As emendas parlamentares obedecem a dois níveis de intervenção: as emendas individuais, que podem
atingir um máximo de 25 emendas por parlamentar, e as emendas coletivas - no máximo 8. Essas se
subdividem em emendas de bancadas estaduais, regionais e emendas de comissões permanentes do
Senado e da Câmara dos Deputados.
A Resolução n.º 01/2006 prevê também a edição anual de um Parecer Preliminar, votado pela CMO, logo
após a chegada do Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA) ao Congresso, onde são definidas normas
adicionais a serem observadas pelos parlamentares no processo de intervenção no PLOA.
O Parecer Preliminar destaca também todas as restrições a que estão sujeitos os parlamentares no
processo de intervenção no orçamento. Em particular, delimita essa ação tendo em vista a existência de
recursos com aplicação vinculada (ex.: receitas da seguridade social devem ser aplicadas apenas nesse
segmento orçamentário).
Desse modo, não se pode destacar recursos dessa esfera para acolher emenda que trate de gasto típico do
orçamento fiscal. Em outras situações a aprovação de emendas está vinculada ao remanejamento dos
recursos dentro de uma mesma região.
Nesse sentido, a despeito de o valor total do projeto de lei orçamentária ser bastante expressivo, a verdade
é que a grande maioria dos recursos apresenta algum tipo de vinculação ou restrição legal, o que faz com
que a margem de remanejamento livre pelo Congresso Nacional seja bastante modesta.
Conforme apontado, os recursos para o acolhimento de emendas, além de provir dos cancelamentos de
dotações que estão fixadas no projeto, podem também se originar de eventual reestimativa de receitas,
desde que devidamente fundamentada, e proveniente de erros ou omissões expressamente identificados.
Em outras palavras, se o Congresso Nacional demonstrar, de forma inequívoca, que as receitas estimadas
estão fundamentadas em hipóteses irrealistas e cujos valores ficarão abaixo daqueles que provavelmente
serão realizados, então esse Poder poderá utilizar a diferença para financiar o acolhimento de emendas.
Somente nessa situação a Constituição admite o aumento do total de despesas do orçamento,
relativamente aos valores enviados no Projeto de Lei pelo Poder Executivo.
Pela Resolução n.º 01/2006, a CMO pode organizar os seus trabalhos de análise do PL e apreciação das
emendas em até dez áreas temáticas, envolvendo diversos setores.
Os trabalhos da CMO para a apreciação do Orçamento de 2015 foram desse modo, estruturados em 10
Relatorias Setoriais, a saber: 1) Poderes do Estado e Representação; 2) Justiça e Defesa; 3) Fazenda,
Desenvolvimento e Turismo; 4) Agricultura e Desenvolvimento Agrário; 5) Infra-Estrutura; 6) Educação,
Cultura, Ciência e Tecnologia e Esporte; 7) Saúde; 8) Trabalho, Previdência e Assistência Social; 9)
Integração Nacional e Meio-ambiente, 10) Planejamento e Desenvolvimento Urbano.
A apreciação das emendas dá-se inicialmente no âmbito dessas relatorias, cujos relatórios são discutidos e
votados separadamente no plenário da Comissão Mista.
A harmonização dos relatórios setoriais e sua consolidação são feitas pelo Relator-Geral, que submete o
seu Parecer, com o respectivo Substitutivo (ou seja, o Projeto de Lei Modificado pelas emendas
15

parlamentares), ao Plenário da CMO. Após a aprovação por esta Comissão, o substitutivo segue para a
apreciação pelo Plenário do Congresso Nacional.
Uma vez aprovado o substitutivo pelo Plenário do Congresso, agora chamado de autógrafo, este é
enviado ao Presidente da República para sanção e publicação da lei orçamentária, dentro de um prazo
máximo de quinze dias úteis. Ocorrendo vetos, o Congresso terá trinta dias para apreciá-los, podendo
torná-los sem efeito, caso seja esta a decisão da maioria dos congressistas.
Após a metade da década de 1990, a CMO tem aperfeiçoado os mecanismos de controle,
procurando evitar que projetos que contenham indícios de irregularidades na gestão sejam
aquinhoados com novas dotações orçamentárias.
Para tanto, tem contado com a cooperação do TCU que, após 30 dias do envio da PLOA, envia ao
Congresso Nacional uma relação das obras que estejam nessa situação. Ao elaborar o substitutivo, a CMO
lista essas programações em anexo específico, suspendendo a sua execução orçamentária até que o gestor
comprove a adoção de medidas saneadoras. Feito isto, e se a CMO concluir pela correção das
providências, essa expede um projeto de Decreto Legislativo, que deverá ser aprovado pelo Congresso
Nacional, liberando a execução das referidas programações.
O processo de apreciação de projetos de créditos adicionais e do PPA segue as mesmas linhas do
empregado no PLOA.

O PPA Para o Período 2012 – 2015

O Brasil reúne condições especiais que o diferenciam da grande maioria dos países do mundo. Assim, o
país possui uma base industrial diversificada, uma produção agropecuária extremamente competitiva e
ainda pode contar com a disponibilidade de recursos naturais (terra e água) e energéticos (petróleo e
fontes renováveis como hidroeletricidade e etanol).
Ademais, ainda possui um expressivo contingente populacional a ser incorporado ao mercado de
consumo.
A estratégia que se coloca no horizonte do PPA 2012-2015, portanto, consiste em utilizar todas estas
potencialidades como base para alcançar um patamar de desenvolvimento centrado no progresso técnico e
na redução das desigualdades.
A preservação do padrão de desenvolvimento baseado no crescimento sustentado com inclusão social
requer que, ao longo do período do PPA 2012-2015, sejam enfrentados novos desafios que emergem de
um novo contexto internacional e das profundas transformações em andamento na sociedade e na
economia brasileira. Dentre estes desafios, estão: a compatibilização das taxas de juros e câmbio com os
objetivos de crescimento e estabilidade macroeconômica, ampliação das fontes de financiamento de longo
prazo, aperfeiçoamento do sistema tributário, redução das desigualdades, erradicação da pobreza extrema
e dinamização do mercado interno, elevação do investimento, ampliação da oferta e eficiência da rede de
infra-instrutora, aproveitamento das oportunidades do pré-sal e fomento à inovação.
A consolidação do padrão de desenvolvimento baseado no crescimento e na manutenção do ambiente
macroeconômico estável pressupõe que se evolua para uma taxa de juros básica e margens bancárias
semelhantes às praticadas nos demais países, o que, sem prejuízo da estabilidade de preços, propiciará um
menor custo de acesso ao crédito para consumo e investimento. Por sua vez, a taxa de câmbio deve
evoluir no período para um patamar que possibilite harmonizar os objetivos de controle da inflação,
melhoria distributiva, elevação da competitividade e redução da vulnerabilidade externa.
O outro desafio que se coloca para a economia brasileira consiste em elevar as fontes privadas de
financiamento para os projetos de longo prazo com destaque para o aprofundamento do mercado de
capitais e de crédito. Cabe ressaltar que a atuação do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e
Social (BNDES), do Banco do Brasil (BB) e da Caixa Econômica Federal (CEF) nesse financiamento de
longo prazo continuará sendo fundamental, mas se reduzirá com o fortalecimento de fontes privadas de
financiamento.
A simplificação do regime tributário capaz de estimular a produção e o investimento também se coloca
16

como outro desafio. Por outro lado, deve-se buscar uma maior progressividade do sistema como forma de
acentuar a dinâmica em curso de distribuição da renda.
O aprofundamento do modelo de consumo e produção de massa também será perseguido durante o
período de 2012 a 2015. Desta forma, pelo lado da demanda, buscar-se-á o aprofundamento do processo
de redução das desigualdades por meio das políticas de transferência de renda, valorização do salário
mínimo, expansão dos postos de trabalho formais e inclusão produtiva. Neste contexto, ganha importância
o desafio da erradicação da pobreza extrema com o Plano Brasil Sem Miséria que possibilitará a
incorporação de um contingente ainda maior de brasileiros ao mercado interno. Cabe apontar que a
estratégia de dinamização do mercado interno deve ainda ser ancorada em uma forma de produção e
consumo ambientalmente sustentáveis.
A expansão das taxas de investimentos no horizonte do PPA 2012-2015 se apresenta como outro desafio
para sustentação do ciclo de crescimento econômico e consolidação do modelo de consumo e produção de
massa. Neste contexto, no período de 2012-2015, a elevação das taxas de investimento viabilizará a
expansão da produção com geração de emprego e elevação da produtividade e competitividade sistêmicas
da economia.
A dinamização, sobretudo dos investimentos em infraestrutura durante o período do PPA 2012-2015,
possibilitará superar os gargalos para o setor produtivo que poderiam inviabilizar a sustentação do
crescimento - especialmente nos setores de energia, transporte rodoviário, ferroviário, portos, aeroportos e
nas condições de armazenagem.
A constituição de uma adequada e eficiente rede de infraestrutura promoverá uma redução dos custos e
melhoria da competitividade das empresas nacionais no mercado internacional. Ademais, os
investimentos em infraestrutura terão um rebatimento direto sobre as condições sociais de vida da
população como, por exemplo, no caso da melhora da mobilidade urbana e da universalização do acesso à
energia - Luz para Todos - e aos serviços de abastecimento de água e esgotamento sanitário.
A ampliação dos investimentos em infraestrutura será perseguida durante o período do plano por meio da
continuidade do PAC. Há significativas oportunidades de inversões para reforçar nossa infraestrutura,
como destacado no lançamento da segunda fase do PAC, em que foi reafirmado o compromisso com o
desenvolvimento econômico e com o combate às desigualdades, enfatizado o eixo de infraestrutura social-
urbana.
A possibilidade de exploração das novas reservas de petróleo e gás nos campos do présal também
provocará uma significativa expansão dos investimentos. Além do mais, permitirá reduzir a
vulnerabilidade externa do país com afluxo, no primeiro momento, dos investimentos diretos para a
cadeia produtiva do setor e, no segundo momento, pelo acúmulo de divisas oriundas da exploração dos
recursos naturais.
A exploração e utilização dos recursos do pré-sal despontam como outro desafio referente ao
aproveitamento desta possibilidade para consolidar uma cadeia produtiva de conteúdo nacional. Por sua
vez, outro desafio está associado à destinação de parte dos recursos oriundos da exploração do pré-sal
para a educação, ciência e tecnologia, saúde, meio ambiente e combate à pobreza. Cabe ressaltar ainda
que as possibilidades abertas pelo pré-sal não impedirão que o país amplie esforços na direção da
utilização crescente das fontes de energia limpa e renovável.
O progresso científico e tecnológico se apresenta como outro importante desafio a ser enfrentado pelo
PPA 2012-2015 devido ao contexto internacional de aceleração das transformações tecnológicas –
especialmente nas áreas de tecnologia da informação, nanotecnologia e biotecnologia. Neste sentido,
observa-se uma transformação contínua de processos e produtos e o acirramento da concorrência
internacional por mercados, o que amplia a necessidade de intensificar os esforços nacionais em Pesquisa,
Desenvolvimento e Inovação (PD&I) como forma de reduzir o hiato econômico em relação às economias
desenvolvidas.
O país conseguiu estruturar um sistema de ciência e tecnologia amplo e logrou avanços expressivos em
algumas áreas como no caso do setor agrícola e energético. Contudo, apesar dos avanços, observa-se que
a emergência de novos paradigmas tecnológicos tende a ampliar o hiato tecnológico em relação às
17

economias avançadas.
Neste contexto, colocam-se importantes desafios para o país como: a elevação do investimento do setor
privado em PD&I, a criação de um Sistema Nacional de Inovação com capacidade de articular empresas,
universidades e agentes financiadores e a promoção de uma forte desconcentração regional das atividades
científica e tecnológica. Ademais, todo esforço de ampliação dos investimentos em PD&I deve ser
orientado para as especificidades da realidade brasileira em termos de estrutura demográfica e de renda,
bem como condições climáticas e epidemiológicas.
O enfrentamento adequado dos desafios ao longo do Plano Mais Brasil possibilitará ao país atingir o
cenário desejado de dinamismo econômico, a melhor distribuição de renda e riqueza, a erradicação da
pobreza e a confirmar a inserção econômica internacional ativa.
18

A LEI ORÇAMENTÁRIA ANUAL NA PRÁTICA

Elaboração da LOA

Para apresentar o processo de elaboração da Lei Orçamentária Anual, vamos dividir o conteúdo em
etapas:
1) A Secretaria de Orçamento Federal (SOF) distribui o montante de recursos a ser alocado nos órgãos
setoriais do Poder Executivo. Para os poderes Legislativo e Judiciário, Ministério Público da União e
Defensoria Pública da União (DPU), os limites de gastos são definidos na LDO.

2) Os ministérios realizam a distribuição dos recursos a cada Unidade Orçamentária (UO) pertencente a
sua estrutura. No caso das Universidades Federais de Ensino, o Ministério da Educação distribui os
valores para as instituições de acordo com a Matriz de Orçamento de Outros Custeios e Capital – Matriz
OCC, elaborada de acordo com critérios estabelecidos no Decreto Nº 7.233 de 19 de Julho de 2010 e
Portaria 651 de 24 de Julho de 2013.
Conforme artigo nº 4 do Decreto Nº 7.233/2010:
“Na elaboração das propostas orçamentárias anuais das universidades federais, o Ministério da Educação deverá observar
matriz de distribuição, para a alocação de recursos destinados a despesas classificadas como Outras Despesas Correntes e de
Capital.
§ 1o A matriz de distribuição será elaborada a partir de parâmetros definidos por comissão paritária, constituída no âmbito
do Ministério da Educação, integrada por membros indicados pelos reitores de universidades federais e por aquele Ministério.
§ 2o Os parâmetros a serem definidos pela comissão levarão em consideração, entre outros, os seguintes critérios:
I - o número de matrículas e a quantidade de alunos ingressantes e concluintes na graduação e na pós-graduação em cada
período;
II - a oferta de cursos de graduação e pós-graduação em diferentes áreas do conhecimento;
III - a produção institucionalizada de conhecimento científico, tecnológico, cultural e artístico, reconhecida nacional ou
internacionalmente;
IV - o número de registro e comercialização de patentes;
V - a relação entre o número de alunos e o número de docentes na graduação e na pós-graduação;
VI - os resultados da avaliação pelo Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior - SINAES, instituído pela Lei no
10.861, de 14 de abril de 2004;
VII - a existência de programas de mestrado e doutorado, bem como respectivos resultados da avaliação pela Fundação
Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - CAPES; e
VIII - a existência de programas institucionalizados de extensão, com indicadores de monitoramento.”

3) As UOs, por sua vez, são encarregadas de alocar os valores recebidos nas ações orçamentárias e
rubricas de despesas conforme planejamento interno de cada instituição. Este procedimento é denominado
Proposta Orçamentária das UOs que, em conjunto, dão origem à proposta orçamentária total dos
respectivos ministérios.
19

4) A Secretaria de Orçamento Federal reúne todas as proposta orçamentárias em um documento


denominado Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA), que deve ser enviado ao Congresso
Nacional até 31 de agosto de cada ano, e devolvido ao executivo para sanção presidencial até o
encerramento da sessão legislativa.

5) Após sanção presidencial, é publicada a Lei Orçamentária Anual (LOA), onde estão discriminados
os valores correspondentes a cada unidade orçamentária. O acesso à Lei Orçamentária Anual de cada
exercício pode ser realizado por uma consulta ao site do Ministério do Planejamento ou da Câmara
dos Deputados, através dos links
http://www.planejamento.gov.br/secretarias/upload/Arquivos/sof/LOA%202015/150520_LOA_2015_
Volume_5.pdf e
http://www.camara.gov.br/internet/comissao/index/mista/orca/orcamento/OR2015/red_final/vol5/262
56_26273.pdf
20

Este documento é denominado Quadro de Detalhamento das Despesas (QDD), no qual constam os valores
detalhados por categoria de despesa: Pessoal, OCC - Outros Custeios e Capital, Benefícios e Recursos
Próprios.
O Orçamento de Pessoal e Benefícios é considerado de execução obrigatória, ou seja, são os recursos
previstos para atender o pagamento de despesas com pessoal (vencimentos, vantagens, encargos sociais,
aposentadorias, pensões e outros), e os benefícios com as despesas de auxílio alimentação, auxílio
transporte, assistência pré-escolar, assistência médica e odontológica.
Sendo o OCC – Outros Custeios e Capital consideradas despesas discricionárias, ou seja, aquelas
destinadas a atender as despesas com o funcionamento, manutenção, assistência estudantil, capacitação,
modernização e recuperação da infra-estrutura, funcionamento dos cursos, extensão, pesquisa e outros.
Os Recursos Próprios constituem os recursos arrecadados provenientes de serviços administrativos,
educacionais, de estudos e pesquisas, serviços hospitalares, convênios com os centros de estudos dos
cursos de extensão e especialização como também com convênios celebrados com outros órgãos de
fomento, Secretaria Estadual e Municipal da Saúde, Prefeitura e outros, são destinados a atender os gastos
provenientes dos serviços e convênios acima citados.
21

Classificações Orçamentárias
AS DESPESAS

Como podemos observar, o QDD é estruturado a partir de códigos, que constituem as classificações das
despesas públicas. Estas, por sua vez, podem ser analisadas das seguintes maneiras:

• por órgão (classificação institucional)


• por programas (classificação por finalidade de gasto, associada a objetivos gerenciais);
• por função (classificação de acordo com a finalidade do gasto);
• por esfera e
• por natureza da despesa.

Portanto, antes de consultar este documento, será necessário entender alguns conceitos, que serão
explicados nas próximas páginas.

No início do QDD, temos as seguintes informações:

Órgão: 26000 Ministério da Educação


Unidade: 26262 Universidade Federal de São Paulo

Estas informações fazem parte da CLASSIFICAÇÃO POR ÓRGÃO (OU INSTITUCIONAL) da


despesa, que tem por objetivo demonstrar a programação alocada às Unidades Orçamentárias (UOs)
responsáveis pela execução da despesa. Representa, portanto, a programação a cargo dos órgãos setoriais
de governo, os ministérios, e de suas unidades orçamentárias, as secretarias, departamentos etc. Existem
alguns órgãos ou unidades orçamentárias que não correspondem a uma estrutura administrativa, mas pela
especificidade dos gastos que representam, são identificados separadamente na lei orçamentária. É o caso
dos órgãos “Transferência a Estados, Distrito Federal e Municípios”, “Encargos Financeiros da União”,
23 “Operações Oficiais de Crédito”, “Reserva de Contingência”, entre outros.
A maior parcela é do Poder Executivo, porque é este quem executa, através dos Ministérios, a grande
parte dos programas de governo, seja na área social, de infra-estrutura econômica ou mesmo de segurança
nacional. Além disso, é responsável também pela administração da dívida pública e pelas transferências
intergovernamentais. O Poder Judiciário envolve o Supremo Tribunal Federal, o Superior Tribunal de
Justiça, as Justiças Federal Militar, Eleitoral, do Trabalho, do Distrito Federal e dos Territórios.
O Poder Legislativo engloba o Senado Federal e a Câmara dos Deputados e, apenas para efeito de
classificação orçamentária, o Tribunal de Contas da União (este, embora tenha autonomia constitucional,
é órgão auxiliar do Poder Legislativo).
O código da classificação institucional compõe-se de cinco dígitos, sendo os dois primeiros reservados à
identificação do órgão orçamentário e os demais à UO.

Exemplo: 26.262 – Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), em que o número 26 representa o
Ministério da Educação e os demais (262) a Unifesp.
Logo após os códigos referentes ao órgão e unidade, estão listadas as demais classificações da despesa
orçamentária, bem como a fonte de recursos:

Programática Programa/Ação/Localização Funcional Esf GND RP Mod IU Fte Valor


22

CLASSIFICAÇÃO POR PROGRAMAS


A classificação por programas, introduzida a partir do projeto de lei para o orçamento do ano 2000,
procura privilegiar o aspecto gerencial dos planos e orçamentos, identificando os programas com a
solução dos problemas da sociedade.
De acordo com o artigo 5º da Lei nº 12.593/2012, que instituiu o PPA para o período de 2012-2015, os
programas dividem-se em Temáticos e Programas de Gestão, Manutenção e Serviços ao Estado,
conforme definidos a seguir:
Programa Temático: expressa e orienta a ação governamental para a entrega de bens e serviços à
sociedade
Programa de Gestão, Manutenção e Serviços ao Estado: expressa e orienta as ações destinadas ao
apoio, à gestão e à manutenção da atuação governamental
Os programas, por sua vez, são compostos por ações que podem consistir de projetos, atividades ou
operações especiais.
A ação orçamentária é definida como uma “operação da qual resultam produtos (bens ou serviços) que
contribuem para atender ao objetivo de um programa. Incluem-se também no conceito de ação as
transferências obrigatórias ou voluntárias a outros entes da Federação e a pessoas físicas e jurídicas, na
forma de subsídios, subvenções, auxílios, contribuições, entre outros, e os financiamentos.” (Manual
Técnico de Orçamento, 2015)
Neste desenho, um programa pode conter ações que envolvem diferentes áreas de atuação do governo,
envolvendo diversos ministérios, sendo que aquela predominante é que irá definir em que função o
programa será classificado.
As ações são classificadas como projetos quando possuem um período de tempo limitado para sua
execução, resultando em um produto que contribui para a expansão/aperfeiçoamento da ação
governamental.
Nos casos em que a ações são realizadas de forma contínua, recebem a denominação de atividades, que
resultam em produtos ou serviços para a manutenção da ação governamental.
As operações especiais, por sua vez, representam “despesas que não contribuem para a manutenção,
expansão ou aperfeiçoamento das ações de governo, das quais não resulta um produto e não geram
contraprestação direta sob a forma de bens ou serviços.” (Manual Técnico de Orçamento, 2015)
Localizador da ação/Subtítulo: código composto por 4 dígitos, que identifica a localização geográfica da
ação ou operação especial a ser executada. No orçamento da Unifesp a maior parte das ações/operações
especiais apresenta o subtítulo 0035, que corresponde ao Estado de São Paulo.
Plano Orçamentário – PO
Plano Orçamentário é uma identificação orçamentária vinculada à ação orçamentária, que tem por
finalidade permitir que, tanto a elaboração do orçamento quanto o acompanhamento físico e financeiro da
execução, ocorram num nível mais detalhado do que o do subtítulo/localizador de gasto. (Fonte: Manual
Técnico do Orçamento, 2015)
Como exemplo de Plano Orçamentário, podemos citar o Programa Mais Médicos, que é executado no
âmbito da Ação orçamentária 8282 – Reestruturação e Expansão de Instituições Federais de Ensino
Superior.
Programa de Trabalho (PT)
O Plano de Trabalho é um código que agrega toda a classificação funcional programática da despesa
apresentada anteriormente, sendo de grande utilidade para a compreensão do orçamento, como será
23

demonstrado a seguir.
Para explicar este conceito, usaremos como exemplo o Plano de Trabalho referente à Ação “20RK:
Funcionamento de Instituições Federais de Ensino Superior”, que é a principal ação orçamentária
utilizada pela universidade para a execução das despesas de manutenção (serviços de limpeza, vigilância,
telefonia, energia elétrica, pagamento de bolsas, etc):
12.364.2032.20RK.0035, em que:
12. Função: Ministério da Educação
364. Subfunção: Educação Superior
2032. Programa: Educação Superior – Graduação, Pós-Graduação, Ensino, Pesquisa e Extensão
20RK: Ação Orçamentária: Funcionamento de Instituições Federais de Ensino Superior
0035: Localizador da Ação Orçamentária: No Estado de São Paulo

CLASSIFICAÇÃO POR ESFERA


Conforme Manual Técnico de Orçamento 2015, a esfera tem por finalidade identificar se a despesa
pertence ao Orçamento Fiscal (F), da Seguridade Social (S) ou de Investimento das Empresas Estatais (I),
conforme disposto no § 5o do art. 165 da CF.:

CÓDIGO ESFERA ORÇAMENTÁRIA

10 Orçamento Fiscal

20 Orçamento da Seguridade
Social

30 Orçamento de Investimento

Fonte: Manual Técnico de Orçamento, 2015

- Orçamento Fiscal (código 10): referente aos Poderes da União, seus fundos, órgãos e entidades da
administração direta e indireta, inclusive fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público;

- Orçamento da Seguridade Social (código 20): abrange todas as entidades e órgãos a ela vinculados, da
administração direta ou indireta, bem como os fundos e fundações instituídos e mantidos pelo Poder
Público; e

- Orçamento de Investimento (código 30): orçamento das empresas em que a União, direta ou
indiretamente, detenha a maioria do capital social com direito a voto.

O § 2o do art. 195 da CF estabelece que a proposta de Orçamento da Seguridade Social será elaborada de
forma integrada pelos órgãos responsáveis pela saúde, previdência social e assistência social, tendo em
vista as metas e prioridades estabelecidas na LDO, assegurada a cada área a gestão de seus recursos.

CLASSIFICAÇÃO FUNCIONAL
A classificação por função, ou funcional, procura identificar a área de atuação característica do
órgão/unidade em que as despesas serão executadas, fornecendo a alocação dos recursos públicos por
24

finalidade de gasto.
A classificação funcional da despesa é constituída por cinco dígitos, correspondentes a códigos de funções
e subfunções: a função representa o maior nível de agregação da classificação da despesa por finalidade e
está relacionada ao respectivo Ministério. A subfunção, por sua vez, é um detalhamento da função.
Assim, para as despesas a serem executadas com recursos provenientes do Ministério da Educação, para
o Ensino Superior, utilizaremos a Função 12- Educação e a Subfunção 364- Ensino superior, resultando
na classificação 12.364.

CLASSIFICAÇÃO POR NATUREZA DA DESPESA


A natureza de despesa descreve os bens, materiais e serviços a serem adquiridos/contratados com os
recursos alocados no orçamento.
Assim como as demais classificações apresentadas, a natureza da despesa é formada por códigos. Desta
forma, quando a Unifesp contrata serviços de limpeza, por exemplo, dizemos que foi executada uma
despesa na rubrica 33903978, em que:

3 – Despesas correntes
3 - Outras despesas correntes
90 – Aplicações diretas
39 – Serviços de terceiros – pessoa jurídica
78 – Serviços de limpeza
Para entender a codificação acima, vamos recorrer às definições constantes dos artigos 12 e 13 da Lei n.
4.320/1964 e Portaria Interministerial Nº 163/2001. Representado os códigos identificadores da natureza
da despesa de forma genérica, teríamos a seguinte estrutura:

X Categoria Econômica;
X Grupo de Natureza da Despesa;
XX Modalidade de Aplicação;
XX Elemento de despesa;
XX Subitem da natureza da despesa

Categoria econômica
A categoria econômica é classificada como:
3 - Despesas Correntes: despesas que não contribuem, diretamente, para a formação ou aquisição de um
bem de capital.
4 - Despesas de Capital: despesas que contribuem, diretamente, para a formação ou aquisição de um bem
de capital.
25

Grupo de natureza da despesa (GND)2


1 - Pessoal e Encargos Sociais
Despesas orçamentárias com pessoal ativo, inativo e pensionistas, relativas a mandatos eletivos, cargos,
funções ou empregos, civis, militares e de membros de Poder, com quaisquer espécies remuneratórias,
tais como vencimentos e vantagens, fixas e variáveis, subsídios, proventos da aposentadoria, reformas e
pensões, inclusive adicionais, gratificações, horas extras e vantagens pessoais de qualquer natureza, bem
como encargos sociais e contribuições recolhidas pelo ente às entidades de previdência, conforme
estabelece o caput do art. 18 da Lei Complementar 101, de 2000. (1)(A) (8)(A) (38)(A) (40)(I)
2 - Juros e Encargos da Dívida
Despesas orçamentárias com o pagamento de juros, comissões e outros encargos de operações de crédito
internas e externas contratadas, bem como da dívida pública mobiliária. (38)(A)
3 - Outras Despesas Correntes
Despesas orçamentárias com aquisição de material de consumo, pagamento de diárias, contribuições,
subvenções, auxílio-alimentação, auxílio-transporte, além de outras despesas da categoria econômica
"Despesas Correntes" não classificáveis nos demais grupos de natureza de despesa. (8)(A) (38)(A)
4 - Investimentos
Despesas orçamentárias com softwares e com o planejamento e a execução de obras, inclusive com a
aquisição de imóveis considerados necessários à realização destas últimas, e com a aquisição de
instalações, equipamentos e material permanente. (38)(A)
5 - Inversões Financeiras
Despesas orçamentárias com a aquisição de imóveis ou bens de capital já em utilização; aquisição de
títulos representativos do capital de empresas ou entidades de qualquer espécie, já constituídas, quando a
operação não importe aumento do capital; e com a constituição ou aumento do capital de empresas, além
de outras despesas classificáveis neste grupo. (38)(A)
6 - Amortização da Dívida
Despesas orçamentárias com o pagamento e/ou refinanciamento do principal e da atualização monetária
ou cambial da dívida pública interna e externa, contratual ou mobiliária. (38)(A)
Modalidades de Aplicação
20 - Transferências à União
22 - Execução Orçamentária Delegada à União (43)(I)
30 - Transferências a Estados e ao Distrito Federal
31 - Transferências a Estados e ao Distrito Federal - Fundo a Fundo (40)(I)
32 - Execução Orçamentária Delegada a Estados e ao Distrito Federal (43)(I)
40 - Transferências a Municípios
41 - Transferências a Municípios - Fundo a Fundo (40)(I)
42 - Execução Orçamentária Delegada a Municípios (43)(I)
50 - Transferências a Instituições Privadas sem Fins Lucrativos
60 - Transferências a Instituições Privadas com Fins Lucrativos

2
O conteúdo deste item foi extraído na íntegra da Portaria Interministerial Nº 163/2001
26

70 - Transferências a Instituições Multigovernamentais (1)(A)


71 - Transferências a Consórcios Públicos (22)(I)
72 - Execução Orçamentária Delegada a Consórcios Públicos (43)(I)
80 - Transferências ao Exterior
90 - Aplicações Diretas
91 - Aplicação Direta Decorrente de Operação entre Órgãos, Fundos e Entidades Integrantes dos
Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social (22)(I)
93 - Aplicação Direta Decorrente de Operação de Órgãos, Fundos e Entidades Integrantes dos
Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social com Consórcio Público do qual o Ente Participe. (52)(I)
94 - Aplicação Direta Decorrente de Operação de Órgãos, Fundos e Entidades Integrantes dos
Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social com Consórcio Público do qual o Ente Não Participe. (52)(I)
99 - A Definir

Elementos de despesa3
01 - Aposentadorias do RPPS, Reserva Remunerada e Reformas dos Militares (40)(A) (52)(A) 03 -
Pensões, exclusive do RGPS (52)(A)
04 - Contratação por Tempo Determinado
05 - Outros Benefícios Previdenciários do RPPS (52)(A)
06 - Benefício Mensal ao Deficiente e ao Idoso
07 - Contribuição a Entidades Fechadas de Previdência
08 - Outros Benefícios Assistenciais
09 - Salário-Família
10 - Seguro Desemprego e Abono Salarial (52)(A)
11 - Vencimentos e Vantagens Fixas - Pessoal Civil
12 - Vencimentos e Vantagens Fixas - Pessoal Militar
13 - Obrigações Patronais
14 - Diárias - Civil
15 - Diárias - Militar
16 - Outras Despesas Variáveis - Pessoal Civil
17 - Outras Despesas Variáveis - Pessoal Militar
18 - Auxílio Financeiro a Estudantes
19 - Auxílio-Fardamento
20 - Auxílio Financeiro a Pesquisadores
21 - Juros sobre a Dívida por Contrato
22 - Outros Encargos sobre a Dívida por Contrato

3
O conteúdo deste item foi extraído na íntegra da Portaria Interministerial Nº 163/2001
27

23 - Juros, Deságios e Descontos da Dívida Mobiliária


24 - Outros Encargos sobre a Dívida Mobiliária
25 - Encargos sobre Operações de Crédito por Antecipação da Receita
26 - Obrigações decorrentes de Política Monetária
27 - Encargos pela Honra de Avais, Garantias, Seguros e Similares
28 - Remuneração de Cotas de Fundos Autárquicos
29 - Distribuição de Resultado de Empresas Estatais Dependentes (43)(I)
30 - Material de Consumo
31 - Premiações Culturais, Artísticas, Científicas, Desportivas e Outras (1)(I)
32 - Material, Bem ou Serviço para Distribuição Gratuita (40)(A)
33 - Passagens e Despesas com Locomoção
34 - Outras Despesas de Pessoal decorrentes de Contratos de Terceirização
35 - Serviços de Consultoria
36 - Outros Serviços de Terceiros - Pessoa Física
37 - Locação de Mão-de-Obra
38 - Arrendamento Mercantil
39 - Outros Serviços de Terceiros - Pessoa Jurídica
41 - Contribuições
42 - Auxílios
43 - Subvenções Sociais
45 - Subvenções Econômicas (43)(A)
46 - Auxílio-Alimentação
47 - Obrigações Tributárias e Contributivas
48 - Outros Auxílios Financeiros a Pessoas Físicas
49 - Auxílio-Transporte 3
51 - Obras e Instalações
52 - Equipamentos e Material Permanente
53 - Aposentadorias do RGPS - Área Rural (52)(I)
54 - Aposentadorias do RGPS - Área Urbana (52)(I)
55 - Pensões do RGPS - Área Rural (52)(I)
56 - Pensões do RGPS - Área Urbana (52)(I)
57 - Outros Benefícios do RGPS - Área Rural (52)(I)
58 - Outros Benefícios do RGPS - Área Urbana (52)(I)
61 - Aquisição de Imóveis
62 - Aquisição de Produtos para Revenda
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63 - Aquisição de Títulos de Crédito


64 - Aquisição de Títulos Representativos de Capital já Integralizado
65 - Constituição ou Aumento de Capital de Empresas
66 - Concessão de Empréstimos e Financiamentos
67 - Depósitos Compulsórios
70 - Rateio pela Participação em Consórcio Público (49)(I)
71 - Principal da Dívida Contratual Resgatado
72 - Principal da Dívida Mobiliária Resgatado
73 - Correção Monetária ou Cambial da Dívida Contratual Resgatada
74 - Correção Monetária ou Cambial da Dívida Mobiliária Resgatada
75 - Correção Monetária da Dívida de Operações de Crédito por Antecipação da Receita
76 - Principal Corrigido da Dívida Mobiliária Refinanciado
77 - Principal Corrigido da Dívida Contratual Refinanciado
81 - Distribuição Constitucional ou Legal de Receitas (1)(A)
91 - Sentenças Judiciais
92 - Despesas de Exercícios Anteriores
93 - Indenizações e Restituições
94 - Indenizações e Restituições Trabalhistas
95 - Indenização pela Execução de Trabalhos de Campo
96 - Ressarcimento de Despesas de Pessoal Requisitado
97 - Aporte para Cobertura do Déficit Atuarial do RPPS (43)(I)
99 - A Classificar

Subelemento (subitem) da despesa:


O subelemento constitui-se no menor nível de detalhamento da natureza da despesa. Para consultar a
descrição de determinada natureza de despesa e de subitem especifico, deverá ser acessado o sistema
SIAFI, conforme procedimentos detalhados no Anexo I deste Manual.

MAIS ALGUMAS DEFINIÇÕES...


Ao consultar o Quadro de Detalhamento de Despesa (QDD) observamos que há mais duas siglas que
ainda não foram explicadas: IU e RP, cujos conceitos são apresentados a seguir:
Identificador de Uso – IU
Este código informa se os recursos são destinados à contrapartida de empréstimos/doações
29

CÓDIGO DESCRIÇÃO
0 Recursos não destinados à contrapartida
1 Contrapartida de empréstimos do BIRD
2 Contrapartida de empréstimos do BID
3 Contrapartida de empréstimos por desempenho ou com enfoque setorial amplo
4 Contrapartida de outros empréstimos
5 Contrapartida de doações
6 Recursos não destinados à contrapartida, para identificação dos recursos
destinados à aplicação mínima em ações e serviços públicos de saúde
Fonte: Manual Técnico do Orçamento, 2015
Identificador de Resultado Primário (RP)
Os códigos referentes ao Identificador de Resultado Primário indicam se os recursos serão destinados à
realização de despesas primárias ou financeiras, de acordo com as classificações constantes no Artigo 7º
da LDO 2015: Lei 13.080 de 02/01/2015:
I - financeira (RP 0);
II - primária e considerada na apuração do resultado primário para cumprimento da meta, sendo:
a) obrigatória, quando constar da Seção I do Anexo III (RP 1);
b) discricionária não abrangida pelo PAC (RP 2);
c) discricionária abrangida pelo PAC (RP 3); ou
d) discricionária decorrente de programações incluídas ou acrescidas por emendas individuais (RP 6).
III - primária constante do Orçamento de Investimento e não considerada na apuração do resultado
primário para cumprimento da meta, sendo:
a) discricionária e não abrangida pelo PAC (RP 4); ou
b) discricionária e abrangida pelo PAC (RP 5).
30

AS RECEITAS

A receita pública é o conjunto de recursos que o governo espera arrecadar para custear as despesas que
pretende realizar. Se excluídas a emissão de títulos para o refinanciamento da dívida pública e as
operações de crédito para cobrir eventuais déficits orçamentários, a receita é arrecadada em sua maioria de
forma compulsória, principalmente por meio de impostos e contribuições sociais.
Para efeito orçamentário, as receitas do orçamento fiscal e da seguridade são classificadas segundo a
categoria econômica, subdividindo-se em receitas correntes (tributos, contribuições, receitas de serviços,
incluindo os juros recebidos, receitas patrimoniais etc.) e de capital (empréstimos obtidos junto ao setor
privado, retorno de operações de crédito concedidas ao setor privado, alienação de ativos etc.)
Os principais itens são: a) tributária (impostos e taxas); b) contribuições sociais e econômicas; c) serviços;
d) patrimonial; e) emissão de títulos para refinanciamento da dívida; f) operações de crédito contraídas
junto ao setor privado; g) alienação de bens; h) demais receitas correntes; e i) demais receitas de capital.
Cabe destacar que, como as receitas de contribuições sociais (contribuição ao INSS,
contribuição sobre o faturamento - COFINS, contribuição sobre o lucro líquido - CSLL, etc.) são
insuficientes para atender à totalidade dos gastos com a seguridade social (previdência e assistência
social) há transferências de recursos, do orçamento fiscal para o orçamento da seguridade social.
Um ponto importante: como o ajuste fiscal feito pelo governo para gerar o superávit primário foi
construído em grande parte sobre o aumento das contribuições sociais, houve a necessidade de ser
aprovada uma emenda constitucional (EC n.º 27/00) desvinculando os recursos da seguridade social
(DRU), pois, de outro modo, os recursos teriam que ser integralmente gastos nessa finalidade.

CLASSIFICAÇÃO POR NATUREZA DE RECEITA

A classificação das receitas públicas a ser utilizada por todos os Entes da Federação obedece à
padronização estabelecida pela Portaria Interministerial SOF/STN Nº 163, de 4 de maio de 2001, sendo
facultativo o desmembramento para atendimento das respectivas peculiaridades.

No âmbito da União, este detalhamento é normatizado através de Portaria da Secretaria de Orçamento


Federal (SOF), cuja versão mais atualizada é a Portaria Nº 11, de 6 de fevereiro de 2013.

Conforme Ementário de Classificação das Receitas Orçamentárias da União, elaborado pela SOF, as
receitas classificam-se de acordo com os seguintes critérios4:

1. Natureza da Receita;

2. Fonte de Recursos;

3. Grupos;

4. Indicador de Resultado Primário; e

5. Receitas do Orçamento da Seguridade Social.

2 O conteúdo desta seção foi reproduzido integralmente do Ementário de Classificação das Receitas
Orçamentárias da União, 2015, que pode ser consultado no endereço eletrônico
http://www.orcamentofederal.gov.br/informacoes-orcamentarias/arquivos-receitas-publicas/receitas-
publicas
31

Categoria Econômica
Origem
Espécie
Rubrica
Alínea
Subalínea

C O E R AA SS
1 1 1 2 04 10
Pessoas Físicas
Impostos sobre a Renda e Proventos de Qualquer Natureza
Impostos sobre o Patrimônio e a Renda
Impostos
Receita Tributária
Receita Corrente

Classificação da Receita Orçamentária por Natureza

A classificação da receita por natureza visa a identificar a origem do recurso segundo o fato gerador.
A fim de possibilitar identificação detalhada dos recursos que ingressam nos cofres públicos, esta
classificação é formada por um código numérico de 8 dígitos que a subdivide em seis níveis - Categoria
Econômica, Origem, Espécie, Rubrica, Alínea e Subalínea:

C O E R AA SS
Categoria
Origem Espécie Rubrica Alínea Subalínea
Econômica

Quando, por exemplo, o imposto de renda pessoa física é recolhido dos trabalhadores, aloca-se a receita
pública correspondente na Natureza de Receita código “1112.04.10”, segundo esquema abaixo:

Categoria econômica

O § 1º e o § 2º do art. 11 da Lei nº 4.320, de 1964, classificam as Receitas Orçamentárias em “Receitas


Orçamentárias Correntes” e “Receitas Orçamentárias de Capital”. A codificação correspondente seria:

CÓDIGO CATEGORIA
O1 ECONÔMICA
Receitas Correntes
2 Receitas de Capital
32

1 - Receitas Correntes:

Receitas Orçamentárias Correntes são arrecadadas dentro do exercício financeiro, aumentam as


disponibilidades financeiras do Estado com efeito positivo sobre o Patrimônio Líquido e constituem
instrumento para financiar os objetivos definidos nos programas e ações orçamentários, com vistas a
satisfazer finalidades públicas.
De acordo com o § 1º do art. 11 da Lei nº 4.320, de 1964, classificam-se como Correntes as receitas
provenientes de Tributos; de Contribuições; da exploração do patrimônio estatal (Patrimonial); da
exploração de atividades econômicas (Agropecuária, Industrial e de Serviços); de recursos financeiros
recebidos de outras pessoas de direito público ou privado, quando destinadas a atender despesas
classificáveis em Despesas Correntes (Transferências Correntes); por fim, demais receitas que não se
enquadram nos itens anteriores (Outras Receitas Correntes).
2 - Receitas de Capital:

Receitas Orçamentárias de Capital também aumentam as disponibilidades financeiras do Estado e são


instrumentos de financiamento dos programas e ações orçamentários, a fim de se atingirem as finalidades
públicas. Porém, de forma diversa das Receitas Correntes, as Receitas de Capital não provocam efeito
sobre o Patrimônio Líquido.
De acordo com o § 2º do art. 11 da Lei nº 4.320, de 1964, com redação dada pelo Decreto-Lei nº 1.939, de
20 de maio de 1982, Receitas de Capital são as provenientes tanto da realização de recursos financeiros
oriundos da constituição de dívidas e da conversão, em espécie, de bens e direitos, quanto de recursos
recebidos de outras pessoas de direito público ou privado e destinados a atender despesas classificáveis
em Despesas de Capital.

Origem

A Origem é o detalhamento das Categorias Econômicas “Receitas Correntes” e “Receitas de Capital”,


com vistas a identificar a natureza da procedência das receitas no momento em que ingressam no
Orçamento Público. Os códigos da Origem para as receitas correntes e de capital, de acordo com a Lei no
4.320, de 1964, são:

RECEITAS CORRENTES RECEITAS DE CAPITAL


1. Receita Tributária 1. Operações de Crédito
2. Receita de Contribuições 2. Alienação de Bens
3. Receita Patrimonial 3. Amortização de Empréstimos
4. Receita Agropecuária 4. Transferências de Capital
5. Receita Industrial 5. Outras Receitas de Capital
6. Receita de Serviços
7. Transferências Correntes
9. Outras Receitas Correntes
33

Espécie

É o nível de classificação vinculado à Origem que permite qualificar com maior detalhe o fato gerador das
receitas. Por exemplo, dentro da Origem Receita Tributária, identifica-se as espécies “Impostos”, “Taxas”
e “Contribuições de Melhoria”.

Rubrica

Agrega determinadas espécies de receitas cujas características próprias sejam semelhantes entre si; dessa
forma, detalha a espécie, por meio da especificação dos recursos financeiros que lhe são correlatos.
Exemplo: A Rubrica “Impostos sobre o Patrimônio e a Renda” é detalhamento da Espécie “Impostos”.
Alínea
A alínea é o detalhamento da Rubrica e exterioriza o “nome” da receita que receberá o registro pela
entrada de recursos financeiros.
Exemplo: A Alínea “Impostos sobre a Renda e Proventos de Qualquer Natureza” é o detalhamento da
Rubrica “Impostos sobre o Patrimônio e a Renda”.

Subalínea

A subalínea constitui o nível mais analítico da receita, utilizado quando há necessidade de se detalhar a
Alínea com maior especificidade.
Exemplo: A subalínea “Pessoas Físicas” é detalhamento da Alínea “Impostos sobre a Renda e Proventos
de Qualquer Natureza”.

1 - RECEITA CORRENTE Naturezas de Receita


1 - TRIBUTÁRIA
1 - Impostos De 1110.00.00 até 1119.99.99
2 - Taxas De 1120.00.00 até 1129.99.99
3 - Contribuições De Melhoria De 1130.00.00 até 1139.99.99
2 - CONTRIBUIÇÕES
1 - Sociais De 1210.00.00 até 1219.99.99
2 - Econômicas De 1220.00.00 até 1229.99.99
3 - PATRIMONIAL
1 - Imobiliárias De 1310.00.00 até 1319.99.99
2 - Valores Mobiliários De 1320.00.00 até 1329.99.99
3 - Concessões/Permissões De 1330.00.00 até 1339.99.99
4 - Compensações Financeiras De 1340.00.00 até 1349.99.99
5 - Exploração de Bens Públicos De 1350.00.00 até 1359.99.99
6 - Cessão de Direitos De 1360.00.00 até 1369.99.99
9 - Outras De 1390.00.00 até 1399.99.99
4 - AGROPECUÁRIA
1 - Produção Vegetal De 1410.00.00 até 1419.99.99
34

2 - Produção Animal De 1420.00.00 até 1429.99.99


9 - Outras De 1490.00.00 até 1499.99.99
5- INDUSTRIAL
1 - Indústria Mineral De 1510.00.00 até 1519.99.99
2 - Indústria De Transformação De 1520.00.00 até 1529.99.99
3 - Indústria De Construção De 1530.00.00 até 1539.99.99
9 - Outras De 1590.00.00 até 1590.99.99
6 - SERVIÇOS
0 - Serviços De 1600.00.00 até 1600.99.99
7 - TRANSFERÊNCIAS CORRENTES
2 - Intergovernamentais De 1720.00.00 até 1729.99.99
3 - Instituições Privadas De 1730.00.00 até 1739.99.99
4 - Do Exterior De 1740.00.00 até 1749.99.99
5 - De Pessoas De 1750.00.00 até 1759.99.99
6 - Convênios De 1760.00.00 até 1769.99.99
7 - Combate à Fome De 1770.00.00 até 1779.99.99
9 - OUTRAS CORRENTES
1 - Multas e Juros de Mora De 1910.00.00 até 1919.99.99
2 - Indenizações e Restituições De 1920.00.00 até 1929.99.99
3 - Dívida Ativa De 1930.00.00 até 1939.99.99
9 - Diversas De 1990.00.00 até 1999.99.99

2 - RECEITA DE CAPITAL Naturezas de Receita


1 - OPERAÇÕES DE CRÉDITO
1 - Internas De 2110.00.00 até 2119.99.99
2 - Externas De 2120.00.00 até 2129.99.99
2 - ALIENAÇÃO DE BENS
1 - Bens Móveis De 2210.00.00 até 2219.99.99
2 - Bens Imóveis De 2220.00.00 até 2229.99.99
3 - AMORTIZAÇÃO DE EMPRÉSTIMOS
0 - Amortizações De 2300.00.00 até 2300.99.99
4 - TRANSFERÊNCIAS DE CAPITAL
2 - Intergovernamentais De 2420.00.00 até 2429.99.99
3 - Instituições Privadas De 2430.00.00 até 2439.99.99
4 - Do Exterior De 2440.00.00 até 2449.99.99
5 - De Pessoas De 2450.00.00 até 2459.99.99
6 - De Outras Instituições Públicas De 2460.00.00 até 2460.99.99
7 - Convênios De 2470.00.00 até 2479.99.99
8 - Combate à Fome De 2480.00.00 até 2489.99.99
5 - OUTRAS DE CAPITAL
35

2 - Integralização Do Capital De 2520.00.00 até 2529.99.99


3 - Resultado do BCB De 2530.00.00 até 2539.99.99
4 - Remuneração Disponibilidades do TN De 2540.00.00 até 2549.99.99
5 - DA da Amort. de Emp. e Financiamentos De 2550.00.00 até 2550.99.99
6 - DA da Alienação de Estoques de Café De 2560.00.00 até 2560.99.99
9 - Outras De 2590.00.00 até 2599.99.99

Classificação da Receita Orçamentária por FONTE DE RECURSOS5

Essa classificação orçamentária busca identificar as origens dos ingressos financeiros que financiam os
gastos públicos. Determinadas Naturezas de Receita, são agrupadas em Fontes de Recursos obedecendo a
uma regra previamente estabelecida. Por meio do orçamento público, essas Fontes são alocadas em
determinadas despesas de forma a evidenciar os meios para atingir os objetivos públicos.
Frente ao exposto, é a classificação que permite demonstrar a correspondência entre as fontes de
financiamento e os gastos públicos, pois exterioriza quais são as Receitas que financiam determinadas
Despesas.
A classificação de fonte de recursos consiste de um código de três dígitos:

1º DÍGITO 2º e 3º DÍGITOS
Grupo Fontes de Recursos Especificação das Fontes de Recursos
Exemplos:
1 Recursos do Tesouro -
Exercício Corrente; Fonte Recursos do Tesouro - Exercício Corrente (1);
100 Recursos Ordinários (00);
2 Recursos de Outras Fonte Recursos do Tesouro - Exercício Corrente (1);
Fontes - Exercício Corrente; 152 Resultado do Banco Central (52);

3 Recursos do Tesouro - Fonte Recursos do Tesouro - Exercício Corrente (1);


Exercícios Anteriores; 150 Recursos Próprios Não-Financeiros (50);
Fonte Recursos de Outras Fontes - Exercício Corrente
6 Recursos de Outras 250 (2);
Fontes - Exercícios Recursos Próprios Não-Financeiros (50);
Anteriores; e
Fonte Recursos do Tesouro - Exercícios Anteriores
300 (3); e
9 Recursos Condicionados
Recursos Ordinários (00).

5
O conteúdo desta seção foi reproduzido integralmente do Ementário de Classificação das Receitas
Orçamentárias da União, 2015, que pode ser consultado no endereço eletrônico
http://www.orcamentofederal.gov.br/informacoes-orcamentarias/arquivos-receitas-publicas/receitas-
publicas
36

Classificação da Receita Orçamentária por GRUPOS


A Classificação da Receita por Grupos identifica quais agentes públicos possuem competência legal para
arrecadar, fiscalizar e administrar as Receitas Públicas; dessa forma, é instrumento orçamentário-gerencial
identificador de determinados segmentos arrecadadores do setor público.
Cada Grupo de Receita é formado pela associação entre tipos específicos de Unidades Orçamentárias e de
Naturezas de Receita que atendam a certas particularidades sob a ótica orçamentária. Os Grupos são de:
“Receitas Próprias”, “Receitas Administradas”, “Receitas de Operações de Crédito”, “Receitas
Vinculadas” e “Demais Receitas”.

Grupo das Receitas Próprias

Classificam-se neste grupo, segundo o art. 4º da Portaria SOF nº 10, de 22 de agosto de 2002, receitas
cuja arrecadação tem origem no esforço próprio de órgãos e demais entidades nas atividades de
fornecimento de bens ou serviços facultativos e na exploração econômica do próprio patrimônio e
remunerada por preço público ou tarifas, bem como o produto da aplicação financeira desses recursos.
Geralmente, têm como fundamento a bilateralidade, cuja natureza é contratual, e, por isso, criam
obrigações recíprocas para as partes contratantes. Via de regra, são amparadas pelo Código Civil e
legislação correlata.
São recursos que, por um lado, não possuem destino específico e, por isso, não são vinculadas por lei à
determinada despesa; por outro, pertencem à Unidade Orçamentária Arrecadadora.
São arrecadadas por meio de Guia de Recolhimento da União - GRU e depositadas na Conta Única do
Tesouro no Banco Central*.

Grupo das Receitas Administradas


São as receitas auferidas pela Secretaria da Receita Federal do Brasil, que detém a competência para
fiscalizar, arrecadar e administrar esses recursos, com amparo legal no Código Tributário Nacional e leis
afins.
Recolhidas por meio de Documento de Arrecadação de Receitas Federais - DARF ou Guia da Previdência
Social - GPS, utilizando-se dos bancos arrecadadores credenciados pela Secretaria da Receita Federal do
Brasil - SRFB. A partir da data em que o contribuinte efetua o pagamento do tributo, ou seja, da data de
arrecadação (d), o banco tem um dia útil (d+1) para repassar os recursos para a Conta Única do Tesouro
no Banco Central*.

Grupo das Receitas de Operações de Crédito


Receitas financeiras provenientes da colocação de títulos públicos no mercado ou da contratação de
empréstimos e financiamentos junto a entidades estatais ou privadas.

*
CF/88, art. 164, §3o: “As disponibilidades de caixa da União serão depositadas no Banco Central”. O dia
considerado como “Data de Recolhimento” é aquele no qual o recurso ingressa efetivamente no Banco
Central.
37

Grupo das Receitas Vinculadas


Pertencem a esse grupo receitas que são vinculadas, por Lei, a determinada finalidade específica, exceto
as classificadas como “Receitas Administradas”.
Geralmente, são receitas cuja fiscalização, administração e arrecadação ficam a cargo das próprias
entidades arrecadadoras, às quais resta a obrigação de efetuar o recolhimento para a Conta Única do
Tesouro. Exemplos: recursos de concessões, autorizações e permissões para uso de bens da União ou para
exercício de atividades de competência da União.

Grupo das Demais Receitas


Grupo destinado às receitas previstas em Lei ou de natureza contratual, que não estejam enquadradas em
nenhum dos grupos anteriores.

Classificação da Receita por Indicador de Resultado Primário


Esta classificação orçamentária da receita tem por objetivo identificar quais são as receitas que compõem
o resultado primário do Governo.
Receita primária é o somatório das receitas fiscais líquidas (aquelas que não geram obrigatoriedade de
contraprestação financeira, como ônus, encargos e devolução).
O cálculo da Receita Primária é efetuado somando-se as Receitas Correntes com as de Capital e, depois,
excluindo da conta as receitas: de operações de crédito e seus retornos (juros e amortizações), de
aplicações financeiras, de empréstimos concedidos e do superávit financeiro.
Receitas Financeiras são as provenientes de operações de crédito internas e externas, de aquisição de
títulos de capital, de aplicações financeiras, de juros, de amortizações e do superávit financeiro.
A receita é classificada, ainda, como Primária (P) quando seu valor é incluído na apuração do Resultado
Primário no conceito acima da linha, e Não-Primária ou Financeira (F) quando não é incluído nesse
cálculo. Esse conceito surgiu quando o Brasil adotou metodologia de apuração do resultado primário
oriunda de acordos com o Fundo Monetário Internacional - FMI.

Classificação das Receitas do Orçamento da Seguridade Social


As receitas que financiam a Seguridade Social são previstas pelo art. 195 da Magna Carta brasileira, e a
forma de composição delas, pelos arts. 11 e 27 da Lei nº 8.212, de 1991, que “instituiu o Plano de Custeio
da Seguridade Social”. Essas receitas classificam-se como “Contribuições Sociais” e “Demais Receitas”,
por meio da seguinte metodologia:

Contribuições Sociais
Para integrarem o Orçamento da Seguridade Social, devem cumprir dois requisitos básicos:
1 - Quanto à origem, a norma constitucional ou infraconstitucional instituidora deve explicitar que a
receita se destina ao financiamento da Seguridade Social; e
2 - Quanto à finalidade, a receita criada deve ser destinada para as áreas de saúde, previdência ou
assistência social.
38

Demais Receitas da Seguridade


No que tange às Demais Receitas, consideram-se receitas do Orçamento da Seguridade Social aquelas
que:
1 - Sejam próprias das unidades orçamentárias que integrem exclusivamente o Orçamento da Seguridade;
ou seja, das unidades que compõem os Ministérios da Saúde, da Previdência Social, da Assistência Social
e do Fundo de Amparo ao Trabalhador, subordinado ao Ministério do Trabalho; ou
2 - A classificação orçamentária caracterize como originárias da prestação de serviços de saúde,
independentemente das entidades às quais pertençam; ou
3 - Vinculem-se à Seguridade Social por determinação legal.
39

EXECUÇÃO DOS RECURSOS


No início de cada exercício financeiro, os valores definidos na LOA são lançados pela SOF no Sistema
Integrado de Administração Financeira do Governo Federal (Siafi) e, a partir deste momento, as unidades
orçamentárias estão habilitadas a iniciar a execução das despesas (aquisição de materiais/equipamentos,
contratação de serviços, pagamentos de bolsas a estudantes, pagamento de salários aos servidores e
outros).

COMO IDENTIFICAR RECURSOS NO SIAFI6

A partir de agora vamos procurar no Siafi o crédito consignado na LOA no Plano de Trabalho (PT)
12.364.2032.20RK.0035, referente à ação Funcionamento de Instituições Federais de Ensino Superior,
que está destacada na figura abaixo. Ou seja, precisamos encontrar no Siafi um recurso com PT
12.364.2032.20RK.0035, com a seguinte estrutura orçamentária:
Esfera: F - Fiscal (F, que é o mesmo que esfera 1)
Grupo de Natureza da Despesa (GND): 3 – ODC (Outras Despesas Correntes)
Resultado Primário (RP): 2
Modalidade de aplicação: 90
IU: 0
Fonte: 112

6
As orientações para acessar o sistema Siafi estão descritas no ANEXO I
40

Quando um recurso ingressa no Siafi, é registrado na conta crédito disponível. Portanto, é esta conta que
iremos procurar.
Para realizar uma pesquisa, utilizamos códigos/transações, que são precedidos pelo símbolo >. Para
acessar uma conta contábil, a transação a ser utilizada é denominada conrazao. Então escrevemos no
campo COMANDO a palavra conrazao precedida do símbolo >:

Teclar Enter
41

Preencher os campos conta contábil e o mês. A conta crédito disponível é representada pelo código
622110000 (este número é encontrado no Siafi utilizando-se a transação >conconta).

Teclar Enter
42

A figura a seguir mostra como os créditos consignados na LOA são apresentados no Siafi. Podemos
observar que a estrutura do Siafi é totalmente diferente daquela encontrada no QDD e, por este motivo,
precisamos encontrar uma forma de compatibilizar estas informações. A ferramenta que viabiliza este
processo é o Programa de Trabalho (PT), um conceito imprescindível para a compreensão do orçamento,
uma vez que permite a decodificação dos recursos no Siafi a partir das informações contidas na LOA.

Cada linha na figura representa uma conta corrente. Utilizando como exemplo a conta em destaque,
temos que:
N 1 086744 0112000000 339000 30.545.290,90
Indicador da Lei Calmon Esfera Programa Fonte de Natureza da Valor
Orçamentária de recursos despesa
Trabalho
Resumido
(Ptres)
No Siafi, o Programa de Trabalho é registrado de forma resumida, que denominamos Ptres. Prosseguindo
com o exemplo do PT 12.364.2032.20RK.0035, o Ptres correspondente é 086744, ou seja, o terceiro
campo da linha (conta corrente) destacada na figura.
Como identificar um Ptres a partir do Plano de Trabalho?
No Siafi há uma transação (>conptres) que permite este tipo de consulta:
43

Enter

Preencher os campos UO e Programa de Trabalho (PT)


44

Enter

Na tela acima aparecem seis opções de PTRES (043503, 061034,086744, 094206, 078634 e 097816) para
o Programa de Trabalho 12364203220RK0035. Como saber qual a opção correta?
Para responder a esta questão, vamos voltar ao documento original do qual extraímos o Plano de
Trabalho, que é o QDD:
45

Em primeiro lugar, devemos observar a coluna RES LEI (Resultado de Lei), na tela do Siafi. Este termo
significa o mesmo que Resultado Primário (RP) que consta no QDD.
O recurso que estamos procurando está no RP 2. Portanto, podemos eliminar as duas alternativas que
estão relacionadas ao RP 6 no Siafi.
A análise das alternativas restantes requer informações mais detalhadas. Para isso, posicionamos o cursor
na linha que queremos detalhar:
46

Apertar a tecla F2

Realizando o mesmo procedimento para as próximas linhas, temos:


Para o Ptres 061034:
47

Para o Ptres 086744:

Para o Ptres 094206:

Verificamos que tanto o Ptres 043503 como o 061034 são anteriores ao exercício de 2015 e devem ser
descartados porque estamos pesquisando os valores do orçamento referente ao ano de 2015.
Já o código 094206 está relacionado ao Tipo de Crédito G – Extraordinário (este tipo de recurso é
utilizado somente em situações emergenciais e não está previsto na LOA). Como estamos procurando os
48

créditos consignados na LOA (Tipo de Crédito A), eliminamos essa opção também.
Desta forma, chegamos ao resultado final, que é o PTRES 086744, que mostramos no início desta seção.
Uma vez que encontramos o recurso no Siafi, podemos iniciar a execução das despesas, como será
mostrado na próxima seção.

DETALHAMENTO DE ORÇAMENTO (DETAORC)


Como podemos ver na figura abaixo, a dotação da LOA é registrada no Siafi até a modalidade da
aplicação (no exemplo que estamos analisando 339000). No entanto, para que seja possível a execução de
um crédito, é necessário fornecer maiores informações ao sistema sobre a despesa que se pretende
realizar.

O código 339000 nos diz que vamos fazer uma despesa corrente por meio de aplicação direta. Agora
precisamos detalhar mais este código, pois o Siafi ainda não tem elementos suficientes para entender que
iremos realizar um gasto para uma pessoa jurídica, que prestará serviços de limpeza à Universidade.
Este procedimento é denominado Detalhamento de Orçamento (detaorc) e será demonstrado nas páginas
seguintes.

Nota de Dotação
A Nota de Dotação é um documento utilizado para registro de informações orçamentárias.
Permite o detalhamento dos créditos orçamentários em nível de Fonte de Recursos, Natureza de Despesa,
Subitem, UGR e PI.
Geralmente é emitida uma Nota de Dotação com intuito de efetuar uma Nota de Empenho.
PARA EMISSÃO DA NOTA DE DOTAÇÃO:
49

1. DATA:
Identifica automaticamente a data em que o documento será emitido.
Composição: DDMMMAA

2. ESPÉCIE:
Informar a espécie do detalhamento de crédito, sendo:
1 - DETALHA ND, FONTE, UGR E PI
50

2 - DETALHA FONTE, UGR E PI


Observação: Para ESPÉCIE 2 não poderá ser informada IDOC.

3. NÚMERO:
A numeração acontecerá automaticamente, deixe o campo em branco.
Após a confirmação do documento, o número a ele atribuído lhe será informado.

4. UG/GESTAO EMITENTE:
É um evento automático que informa o código da Unidade Gestora emitente do documento – 153031 e
informa o código da Gestão emitente do documento – 15250.

5. ESFERA ORÇAMENTÁRIA:
Informar o código da ESFERA a qual está consignado o orçamento;
1 - ORCAMENTO FISCAL
2 - ORCAMENTO DE SEGURIDADE SOCIAL

6. PTRES:
Composição numérica de 6 posições:
Corresponde ao relacionamento entre UO, PT, indicador de resultado primário, tipo de crédito, plano
orçamentário e código do autor da emenda.
Exemplo: 086744

7. FONTE:
Informar o código da Fonte que identifica os créditos orçamentários;
X – IDENTIFICADOR DE USO
X – ORIGEM DO RECURSO
XX – FONTE SOF
Exemplo: 0112

8. GRUPO DA DESPESA:
Informar as duas posições iniciais:
X – CATEGORIA ECONÔMICA
X – GRUPO DE DESPESA OU CATEGORIA DE GASTO
Exemplo: 33

9. INSTRUMENTO LEGAL:
Informar o código do Instrumento Legal ao qual está consignado o Orçamento:
0 - AJUSTE DE ARQUIVO
1 - LEI
2 - MEDIDA PROVISORIA
3 - DECRETO
4 - PORTARIA
5 - PORTARIA INTERMINISTERIAL
6 - TRANSFERENCIA CONSTITUCIONAL
9 - NAO IDENTIFICADO
51

10. NÚMERO:
Identifica o documento que autorizou o crédito. Podendo ser decreto, Lei, portaria, oficio, memorando do
DOU, etc.
Campo numérico de 6 posições.
Exemplo: o número da LOA do exercício corrente, (Lei 13.115 de 20 de abril de 2015) ou da LDO caso
o orçamento ainda não tenha sido sancionado (Lei 13.080 de 02 de janeiro de 2015)

11. DATA:
Informar a data de publicação da autorização do crédito orçamentário.
Composição: DDMMMAA
DD – Dia
MMM – 3 primeiras letras do mês
AA – 2 últimos dígitos do ano
Exemplo: 20ABR15

12. IDOC:
Identifica uma operação de crédito.
Composição: 4 posições numéricas.
Identifica a unidade orçamentária responsável pela operação de crédito e o agente financeiro. Quando não
há recursos decorrentes de operação de crédito, usa-se o código 9999 - OUTROS RECURSOS, não
decorrentes de operações de crédito.
Observação:
Preenchimento obrigatório, somente se ESPÉCIE 1.

13. TAXA DE CÂMBIO:


Não informamos.
É uma taxa utilizada para cálculo do valor a contabilizar. Somente informada para documentos com UG’s
com moedas diferentes.

14. OBSERVAÇÃO:
Esclarece os motivos pelos quais o documento foi gerado.
Exemplo:
PRESTAÇÃO DE SERVIÇO DE VIGILÂNCIA DESARMADA NO CAMPUS SP.
DISPENSA DE LICITAÇÃO 43/2014, CONTRATO 95/2014 E RL 606/2014.
PROCESSO 23089.036315/2014-71.

15. REDUÇÃO/ACRÉSCIMO:
Campo alfabético de uma posição.
R – REDUÇÃO (para redução de crédito)
A – ACRESCIMO (para acréscimo de crédito)

16. DETALHE DA FONTE:


Informe o detalhamento da Fonte de Recursos.
52

Composição: 6 posições numéricas.

17. NATUREZA DE DESPESA – ND:


Informe as quatro posições finais da natureza de despesa.
Composição: XX XX
XX – MODALIDADE APLICAÇÃO
XX – ELEMENTO DE DESPESA

18. SUBITEM:
Como o preenchimento deste campo é facultativo, nunca é informado, desta forma é possível utilizar o
mesmo detalhamento (DETAORC) para realização de empenho com subitens diferentes.
Composição: 2 posições alfanuméricas

19. UGR:
Identifica a Unidade Gestora Responsável pela realização de parte do recurso do programa de trabalho a
ela destinado.
Composição: 6 posições numéricas (consulte CONUG).

20. PLANO INTERNO – PI7:


Identifica o detalhamento orçamentário próprio de um órgão.
Composição: 11 posições (consulte CONPI).

21. VALOR:
Identifica o valor do evento a ser contabilizado.
Composição até: 17 dígitos, sendo 15 inteiros e 2 decimais.
Observação:
Nunca utilizar vírgula, por exemplo para escrever Cem Reais colocar 10000.

7
O Plano Interno é um código que permite um maior nível de detalhamento da despesa,
conforme disposto na Portaria SPO/MEC Nº 4, de 04 de novembro de 2014 (endereço
eletrônico portal.mec.gov.br/index.php?option=com_docman&task...
53

EXEMPLO DE PREENCHIMENTO:

NA PRÁTICA:
1º passo: Identificar qual será a classificação orçamentária da Nota de Dotação:

• PTRES;
• Fonte de Recursos;
• Natureza de Despesa;
• UGR;
• Plano Interno – PI; e
• Valor.

IDENTIFICANDO A CLASSIFICAÇÃO ORÇAMENTÁRIA:


Efetuar a leitura do processo a fim de apurar os seguintes dados:
• PTRES;
• Fonte de Recursos;
• Natureza de Despesa;
• UGR; e
• Valor.
Observação: São os dados que geralmente constam dentro do processo na folha denominada “AUTORIZAÇÃO DE
EMPENHO”

Ainda resta identificar os seguintes dados:


• Esfera Orçamentária: consultar a conta CRÉDITO DISPONÍVEL
• Plano Interno – PI: consultar a característica da despesa.
54

EXEMPLO DE EMISSÃO DE NOTA DE DOTAÇÃO PARA ATENDER SERVIÇO DE


LIMPEZA E CONSERVAÇÃO PARA O CAMPUS SÃO PAULO:
Após a leitura do processo e consulta dos documentos pertinentes, foram levantados os seguintes dados:
• PTRES: 086744
• Fonte de Recursos: 0112000000
• Natureza de Despesa: 339039
• UGR: 152493
• Plano Interno – PI: M20RKG01SPN
• Valor: 1.000,00
2º passo: Consultar o Crédito Disponível do Campus com a finalidade de responder à seguinte pergunta:

Será necessário detalhar o Crédito Disponível para emitir a Nota de Empenho?


A consulta à conta crédito disponível permite verificar se já existe um detaorc com a mesma estrutura da verba que será
executada.
No exemplo acima, estamos utilizando uma situação em que será feito um detaorc para uma única despesa específica.
No entanto, geralmente fazemos um detaorc para os elementos de despesas mais utilizados, como o 39 ou 37, o que
agiliza o processo de emissão de nota de empenho. Ou seja, não é necessário fazer um detaorc para cada despesa que se
pretende empenhar. Isso porque a especificação do subitem da despesa só é obrigatória na etapa de emissão da nota de
empenho.

CONTA CONTÁBIL: 622110000 = CRÉDITO DISPONÍVEL


Mês corrente e opção 1
55

Teclar Enter
Após o ENTER aparecerá a tela do CRÉDITO DISPONÍVEL
Agora conseguiremos responder aquelaseguinte pergunta: “Será necessário detalhar o Crédito Disponível
para emitir a Nota de Empenho?” A resposta é sim.
Repare que, na tela abaixo, na estrutura em destaque, é preciso retirar do crédito destacado
R$ 1.000,00para acrescentar na estrutura da Nota de Empenho desejada.
• Lembrando que o intuito é emitir a Nota de Empenho com a seguinte estrutura: PTRES: 086744 /
Fonte de Recursos: 0112000000 / Natureza de Despesa: 339039 / UGR: 152493 / Plano Interno – PI:
M20RKG01SPN / Valor: 1.000,00
56

Para detalhar o orçamento é preciso utilizar a função >DETAORC


57

Teclar enter
58

Ação a ser executada:


Após as informações referentes a ESPECIE/ESFERA/PTRES/FONTE/GRUPO DESP/INSTRUMENTO
LEGAL/NUMERO/DATA/IDOC E OBSERVAÇÃO, devemos informar nas próximas linhas os
detalhamentos que precisamos.

Na coluna R/A, a letra R SIGNIFICA REDUÇÃO E a letra A significa ACRÉSCIMO


Ou seja, se queremos retirar 1.000,00 da conta corrente 086744 0112000000 339000 e transferir este
mesm valor para a conta corrente 086744 0112000000 339039 152493 M20RKG01SPN,
procedemos da seguinte maneira:

R: 086744 0112000000 339000 152493 1.000,00


A: 086744 0112000000 339039 152493 M20RKG01SPN 1.000,00

No quadro, as informações serão digitadas da seguinte forma:


59

Teclar enter:

Após o ENTER será emitida a Nota de Dotação no valor de R$ 1.000,00 com a classificação que foi
escolhida:
60

Observamos que o número da ND é 2015ND001810


61

Consultando novamente o CRÉDITO DISPONÍVEL é possível observar o efeito que a Nota de Dotação
provocou:

REDUÇÃO de R$ 1.000,00 na estrutura 086744 0112000000 339000 152493, que passou de


R$ 49.155,86 para R$ 48.155,86 e ACRÉSCIMO de R$ 1.000,00 na estrutura 086744 0112000000
339039 152493 M20RKG01SPN, que inicialmente não existia, e agora apresenta valor de
R$ 1.000,00.
62

Agora é possivel emitir a Nota de Empenho que atenderá os serviços de limpeza e conservação no campus
São Paulo.

ESTÁGIOS DA DESPESA
Conforme a Lei Nº 4.320/1964, a despesa pública é realizada em três etapas: empenho, liquidação e
pagamento.
Em termos gerais, na primeira etapa (empenho) a instituição comprova para os fornecedores que tem os
recursos necessários para realizar a contratação de um serviço ou aquisição de um bem/material.
Na segunda etapa (liquidação) é o fornecedor que deve comprovar que entregou o material ou prestou o
serviço à administração e que, portanto, tem o direito de receber o valor contratado.
O último estágio da despesa (pagamento) consiste no efetivo desembolso dos recursos para os
fornecedores.
Neste manual trataremos apenas da etapa relativa ao empenho, pois os processos de liquidação e
pagamento serão explicados no Manual referente à execução financeira.

Empenho
O empenho é o primeiro estágio da despesa, sendo assim conceituado conforme o art. 58 da Lei nº
4.320/64: “O empenho é o ato emanado de autoridade competente que cria para o Estado obrigação de
pagamento pendente ou não de implemento de condição.”
O empenho é prévio, ou seja, precede a realização da despesa e está restrito ao limite do crédito
63

orçamentário, na forma do art. 59 da Lei nº 4.320/64: “O empenho da despesa não poderá exceder o
limite dos créditos concedidos.” Em complemento, o art. 60 da Lei 4.320/64 define que: “É vedada a
realização de despesa sem prévio empenho.”
De forma simplificada, podemos entender o empenho como um tipo de planejamento de gastos para cada
recurso alocado no orçamento. Assim, se no Ptres 086744 a Unifesp dispõe do valor de R$ 30.545.290,90
e, supondo-se que o planejamento de gastos para esta verba tenha sido estabelecido da seguinte maneira:

Especificação do gasto Valor (R$)


Limpeza 10.000.000,00
Energia elétrica 5.000.000,00
Vigilância 10.000.000,00
Água e esgoto 3.000.0000,00
Telefonia 500.000,00
Bolsas a estudantes 1.000.000,00
Material de expediente 200.000,00
Transporte de alunos 395.290,90
Total 30.545.290,90
Teremos então que reproduzir este planejamento no Siafi, especificando não apenas a natureza de
despesa, como foi feito no Detaorc, mas também identificando os credores que prestarão os serviços ou
fornecerão os materiais necessários à manutenção da Universidade.
Ao realizar este procedimento, iremos produzir um documento denominado nota de empenho, cujos
principais conceitos serão explicados abaixo:
MODALIDADES DE EMPENHOS
.
a) Os empenhos, de acordo com a sua natureza e finalidade, podem ser classificados em:
.
- EMPENHO ORDINÁRIO, que é utilizado para realizar despesas com montante previamente conhecido
e cujo pagamento deva ocorrer de uma só vez;
.
- EMPENHO GLOBAL, que atende despesas com montante também previamente conhecido, tais como
as contratuais, mas de pagamento parcelado (art. 60, 3 da Lei n 4.320/64). Exemplos: aluguéis, prestação
de serviços por terceiros, vencimentos, salários, proventos e pensões, inclusive as obrigações patronais
decorrentes; e
.
- EMPENHO POR ESTIMATIVA, que acolhe despesas de valor não previamente identificável e
geralmente de base periodicamente não homogênea. Exemplo: água, luz, telefone, diárias.

CARACTERÍSTICAS DO EMPENHO
.
a) O empenho para compras, obras e serviços só pode ser efetuado de acordo com a licitação ultimada,
salvo no caso de sua dispensa, cabendo às repartições observar as instruções específicas, ou a justificação
para sua dispensa ou inexigibilidade.
.
64

b) As despesas só podem ser empenhadas até o limite dos créditos orçamentários iniciais e créditos
orçamentários adicionais, e de acordo com o cronograma de desembolso da UG, devidamente aprovado.
.
c) Nenhuma despesa poderá ser realizada sem prévio empenho. Admite-se, todavia, quando a despesa não
decorrer de contrato, que a extração da NE seja concomitante ao ato que autorizar o pagamento ou a
inscrição em Restos a Pagar.
.
d) O empenho será formalizado através da NE, onde se indicarão, entre outros itens requeridos no
formulário, a classificação orçamentária e a importância da despesa, o nome, CNPJ ou CPF e endereço do
credor, a especificação dos bens ou serviços a adquirir, e o número do processo da licitação ou, no caso de
sua dispensa, o dispositivo legal autorizativo.
.
e) Para o empenho de despesa relativa a produtos de origem externa observar-se-á o limite para o
exercício financeiro e os registros específicos que a UG deve organizar.
.
f) O empenho para aquisição de bens mediante permuta limita-se à diferença a ser paga, quando não
sejam coincidentes os valores dos bens permutados.
.
g) As despesas com diárias e ajudas de custo são empenhadas à conta da dotação própria relativa ao
exercício financeiro em que forem concedidas, e realizadas..
É vedada a concessão de diárias, ajudas de custo e suprimento de fundos para pagamento em exercício
posterior, bem como a inscrição em Restos a Pagar do saldo de empenhos correspondentes a tais
despesas.
.
h) A despesa correspondente à cobertura cambial para as importações autorizadas é empenhada em nome
do próprio fornecedor, à taxa vigente. Havendo diferença de variação cambial, esta ocorrerá à conta da
mesma dotação. Já os gastos relativos à comissão bancária e demais despesas operacionais com a remessa
ocorrerão, do mesmo modo, à conta da dotação original, mas empenhadas por estimativa em nome do
Banco do Brasil S.A.

COMO EMITIR EMPENHOS


EMPENHO SIAFI

Procedimento para empenho diretamente no SIAFI

São realizados diretamente no Siafi os empenhos que não possuem licitação.


Ex: Diárias, Bolsas, Indenizações, Reembolsos de passagens entre outros casos.

1- Empenho Original

É necessária a prévia realização da lista:


Transação: >Atuli
Apertar a tecla enter:
65
66

O campo “espécie de lista” deve ser preenchido de acordo com empenho a ser efetuado:
1- Original
2- Reforço
3- Anulação

Neste caso utilizaremos o tipo 1, ou seja, Original (quando o empenho é realizado pela primeira vez).
O campo “natureza de despesa” identifica o gasto orçamentário, e deve ser preenchido nesta tela.

Após preenchidos esses campos, apertar a tecla enter.


67

Nesta tela devem ser preenchidos os campos:


Subitem
Quantidade
Valor unitário
Descrição

Após preenchidos os campos acima o sistema vai perguntar: Confirma inclusão?


Sim, Não ou Altera.

A lista é vinculada ao empenho. Portanto, após a realização da lista, utilizaremos a opção >Ne
68

Apertar a tecla enter:

Preencher o número da lista que foi gerada.


Espécie de empenho, neste caso será opção 1, ou seja, original.
Passivo anterior, regra geral utilizar a opção não.
69

Apertar a tecla enter.

Informar a estrutura.
Preencher os campos:
Favorecido: CNPJ
Observação/Finalidade: informar os dados solicitados no formulário de autorização de empenho8
Valor
Tipo: 1-Ordinário, 2- Estimativo e 3- Global
Processo
Modalidade Licitação: Nos casos de empenhos realizados diretamente no Siafi, como não estão
vinculados a uma licitação utilizaremos a opção: Não se aplica.
UF Beneficiada
Apertar a tecla enter:

8
O formulário para autorização de empenho encontra-se no Anexo II
70

Nesta tela deverá ser informado o cronograma para pagamento.


Após a inclusão desta informação:
Confirma inclusão? Sim, Não ou Altera.
Após a confirmação, a nota de empenho está concluída, segue abaixo o documento gerado:
71

Para imprimir o documento:

Antes de mais nada, habilitar a impressora no sistema Siafi: ir até o painel de controle e dar um duplo
clique no desenho da impressora:

Voltar ao sistema e utilizar o comando: >impne

Enter
72

Enter

Inserir a opção 1 e apertar a tecla enter, que abrirá outra opção:


73

Após marcar se necessário os nomes a serem impressos e apertar a tecla enter:

E finalmente confirmar a impressão inserindo a opção S, e enter.


74

2- Reforço de Empenho

Neste caso também é necessária a realização prévia da lista.


Transação: >Atuli
Apertar a tecla enter:

Nesta tela se faz necessário preencher a espécie de lista, que no caso específico é o tipo 2, ou seja, reforço.
Não é necessário preencher a natureza de despesa, pois, como se trata de um reforço o sistema trará as
informações do empenho original.
A lista de referência é o número da lista que foi gerada na ocasião do empenho original.
Após preencher esses dados, aperte a tecla enter.

Verifique que nesta tela a natureza de despesa já vem preenchida conforme o empenho original, portanto,
agora se faz necessário preencher a quantidade e o valor unitário a ser reforçado, incluindo o descritivo.
75

Após preenchidos esses campos o sistema perguntará: Confirma inclusão? Sim, Não ou Altera.
Como já descrito anteriormente, agora o comando a ser utilizado será: >Ne.

Nesta tela o campo número da lista será preenchido com o número da lista que foi gerado para este
reforço.
A espécie será o tipo 2, ou seja, reforço.
Passivo anterior: N
Documento de referência: trata-se do número do empenho original o qual se está reforçando.
Aperte a tecla enter.
76

Preenchimento
conforme já descrito anteriormente, na ocasião do empenho original, a única diferença neste caso, é que o
sistema já traz preenchida a estrutura, que será sempre a mesma do empenho original.

3- Cancelamento de empenho

Transação >Atuli
77

Espécie de lista: tipo 3, ou seja, anulação.


Não é necessário preencher a natureza da despesa, pois o sistema carrega a informação do empenho a ser
cancelado.
Lista de referência: refere-se ao número da lista do empenho a ser cancelado.
Apertar a tecla enter:

Preencher a quantidade, valor unitário e descrição.


78

Após preenchidos esses campos o sistema perguntará: Confirma inclusão? Sim, Não ou Altera.
Próximo passo, >Ne.
Apertar a tecla enter:

Preencher os campos:
Número da lista: será utilizado o número da lista que foi gerada para a anulação.
Espécie de empenho: será o tipo 3, ou seja, anulação.
Documento de referência: número do empenho a ser cancelado.
Apertar a tecla enter:
79

Neste caso também o sistema já traz a estrutura preenchida.

Cancelamento de Restos a Pagar no Siafi:

Transação: >NE
80

Enter

Com a solicitação de cancelamento de RP em mãos é necessário identificar previamente o saldo do RP.


Preencher a espécie de empenho, neste caso utilizaremos 13 (outros cancelamentos de RP);
Passivo anterior: N
O documento de referência é o número do empenho que será cancelado.
81

Apertar a tecla Enter.


Nesta tela preencheremos a observação e o valor.

Nesta tela confirmaremos o valor a ser cancelado.


82

Logo após preencher o valor na tela anterior o sistema solicitará a confirmação de inclusão: Sim, Não ou
Altera.

O sistema permite ainda o estorno de anulação de empenho, o qual se deve proceder da mesma forma que
o apresentado no cancelamento de RP, no entanto, será necessário escolher na segunda tela a espécie: 5
(Estorno da anulação de empenho).

PRÉ-EMPENHO
.
a) O Pré-empenho é utilizado para registrar o crédito orçamentário pré-compromissado, para atender
objetivo específico, nos casos em que a despesa a ser realizada, por suas características, cumpre etapas
com intervalos de tempo desde a decisão até a efetivação da emissão da NE.
.
b) Todos os saldos de Pré-Empenhos não utilizados até 31 de dezembro de cada ano serão
automaticamente cancelados naquela data.
.
c) Os eventos utilizados nesta rotina são automaticamente preenchidos pelo Sistema, quando da indicação
da Espécie de Empenho, na transação NE.
.
d) Não existe transação específica para impressão do Pré-Empenho. As cópias eventualmente necessárias
deverão ser obtidas pelo mesmo comando de impressão de uma consulta no SIAFI.

Para efetuar o pré-empenho no Siafi:


Transação: >PE:
Enter
83

Logo aparecerá esta tela:

Aperte a tecla Enter:


84

Nesta tela preencheremos a data limite, a observação e a estrutura além do valor.


Aperte a tecla Enter:

O sistema irá perguntar:


Confirma inclusão? Sim, Não ou Altera.
85

EMPENHO SIASG

PRIMEIRA ETAPA

CAMINHO: SIASG>SISME>EMPATUAL>INFESTPROC

SEGUNDA ETAPA

CAMINHO:

SIASG>SISME>EMPATUAL>INFESTPROC

Informar :
1) UASG (153031)

2) Modalidade de Licitação
(Mais comuns 05 Pregão, 06 Dispensa, 07 Inexigibilidade. Demais consultar F1)

3) Número / Ano da Licitação


(Consultar RL)

4) Item da Licitação (Consultar RL)


86

TERCEIRA ETAPA

Caminho: SIASG>SISME>EMPATUAL>INFESTPROC

Informar :
1) Natureza de Despesa e Subitem
2) UG PAG (153031)
3) Fonte (Classificação Orçamentária)
4) Gestão (15250)
5) PTRES (Classificação Orçamentária)
6) PI (Consultar DGO)
7) UGR<ENTER>
87

QUARTA ETAPA

Caminho: SIASG>SISME>EMPATUAL>INFESTPROC

Após o preenchimento.

<ENTER>
88

QUINTA ETAPA

CAMINHO:

SIASG>SISME>EMPATUAL>INFESTPROC
89

C – CONFIRMA ( Confirma e grava. Próxima etapa, o usuário deve entrar em GERA MINUTA);

N – NÃO CONFIRMA

A – ALTERA

P – PRÓXIMA (Esta opção grava a estrutura e passa automaticamente para a tela GERA MINUTA).

SEXTA ETAPA

Caminho: SIASG>SISME>EMPATUAL>GERAMIN

<ENTER>

<ENTER>

<ENTER>
90

SÉTIMA ETAPA

Caminho: SIASG>SISME>EMPATUAL>GERAMIN

Marcar o item indicado na RL

<ENTER>
91

OITAVA ETAPA

Caminho: SIASG>EMPENHO>GERAMIN

1) Indicar a quantidade a ser empenhada.

C – CONFIRMA

N – NÃO CONFIRMA

A - ALTERA

<ENTER>
92

NONA ETAPA

Caminho: SIASG>SISME>EMPATUAL>ENVIEMP

1) Marcar o empenho a ser enviado ao SIAFI.

<ENTER>
93

DÉCIMA ETAPA

Caminho: SIASG>SISME>EMPATUAL>ENVIEMP

Selecionar a Modalidade do Empenho

1 – ORDINÁRIO

2 – ESTIMATIVO

3 – GLOBAL

PASSIVO ANTERIOR (N)

<ENTER>
94

DÉCIMA PRIMEIRA ETAPA

Caminho: SIASG>SISME>EMPATUAL>ENVIEMP

1) Data da Liquidação

(usamos a data do dia)

2) Vencimento

(deixar em branco)

3) Valor do Compromisso

(confirmar o valor)

<ENTER>
95
96

EMPENHO SIASG – CONTRATO CONTINUADO

APÓS OS PROCEDIMENTOS NO SIAFI (INFORMAÇÃO PADRÃO PARA TODOS OS EMPENHOS


E CONSTANTE NO MANUAL), SEGUIR AS ETAPAS ABAIXO MENCIONADAS:

- ACESSAR O SIASG

- SELECIONAR SISME

- SELECIONAR EMPCOMPLEM (CONFORME TELA)

- SELECIONAR A OPÇÃO GERMINCOMP (CONFORME TELA)


97

- ESCOLHER A MODALIDADE DE LICITAÇÃO (05 – PREGÃO / 06 – DISPENSA / 07


INEXIGÍVEL)

- INDICAR O NÚMERO DA LICITAÇÃO (CONSULTAR NO RESULTADO DE LICITAÇÃO QUE


ACOMPANHA O PEDIDO DE EMPENHO)

- PREENCHER A UASG (SEMPRE 153031 – Nº UNIFESP)

- PREENCHER O NÚMERO DO CONTRATO

- CLIQUE ENTER
98

- SELECIONE UMA DAS NOTAS DE EMPENHO JÁ GERADAS NESSA LICITAÇÃO/CONTRATO


PARA SERVIR COMO BASE NO PREENCHIMENTO DAS INFORMAÇÕES DE VERBA QUE
SERÃO SOLICITADAS NA PÁGINA A SEGUIR
- CLIQUE ENTER
99

- PREENCHA OS CAMPOS EM VERMELHO COM AS INFORMAÇÕES DA VERBA QUE SERÁ


UTILIZADA NO NOVO EMPENHO (OS MESMOS DADOS INFORMADOS NO DETAORC)
- GESTÃO - 15250
- DATA DA REALIZAÇÃO
- FONTE / PTRES / PI / UGR / VALOR DO EMPENHO – REPETIR OS DADOS DO DETAORC
REALIZADO NO SIAFI
- NATUREZA DE DESPESA – EX: 339030 CONSUMO / 339039 SERVIÇO (DÚVIDAS:
CONSULTAR >CONCONTA NO SIAFI)
- CLIQUE ENTER
100

- PREENCHER SUBITEM DE ACORDO COM A DESCRIÇÃO DO MATERIAL OU SERVIÇO


DÚVIDAS: CONSULTAR >CONCONTA NO SIAFI)

- INFORMAR QUANTIDADE E VALORES QUE SERÃO EMPENHADOS

- CLIQUE ENTER
101

- CLIQUE OK E GERE UM NÚMERO DE MINUTA DE EMPENHO


102

- NO CAMPO ENVENPCOMP, INFORME O NÚMERO DA MINUTA GERADO ANTERIORMENTE


E OS NÚMERO PADRÕES DA UNIDADE GESTORA E GESTÃO
- CLIQUE ENTER
103

- INFORME A MODALIDADE DE EMPENHO – 1 ORDINÁRIO / 3 – ESTIMATIVO / 5 – GLOBAL

- PASSIVO ANTERIOR (INFORMAR “N”)

- CLIQUE ENTER
104

- DATA DA LIQUIDAÇÃO É A DATA DA REALIZAÇÃO (NÃO PREENCHER A DATA DO


VENCIMENTO)

- VALOR A SER EMPENHADO

- CLIQUE ENTER
105

- PREENCHA O CAMPO DE OBSERVAÇÃO COM OS DADOS INFORMADOS NA


AUTORIZAÇÃO DE EMPENHO:
106

- CLIQUE ENTER PARA GERAR A NOTA DE EMPENHO - NE


- ACESSE O SIAFI NA OPÇÃO >IMPNE E INFORME A NE GERADA PARA IMPRESSÃO DA
MESMA, RECOLHA A ASSINATURA DO ORDENADOR DE DESPESAS E GESTOR
FINANCEIRO E ANEXE A NOTA DE EMPENHO NO PROCESSO
107

GLOSSÁRIO DE TERMOS ORÇAMENTÁRIOS

1. ATIVIDADE: de acordo com a Portaria 42/99, do Ministério do Orçamento e Gestão, que instituiu a
nova classificação da despesa, atividade é “um instrumento de programação para alcançar o objetivo de
um programa, envolvendo um conjunto de operações que se realizam de modo contínuo e permanente,
das quais resulta um produto necessário à manutenção da ação de governo”. Exemplo de classificação
até o nível de atividade:

12 363 0044 4033 – Apoio ao Desenvolvimento da Educação Profissional.

2. AUTÓGRAFO: redação final de qualquer proposição aprovada pelo Congresso Nacional e em


condições de ser encaminhada à sanção presidencial.

3. BANCO DE FONTES: somatório dos recursos resultantes de cancelamento nas dotações da proposta
orçamentária e que serão utilizados para o atendimento das emendas ao orçamento aprovadas pelo
Congresso Nacional.

4. CATEGORIA ECONÔMICA: forma de classificação, tanto da receita como da despesa, prevista


inicialmente na Lei n.º 4.320/64, e que compreende duas espécies: as receitas e as despesas correntes e as
receitas e as despesas de capital.

5. CICLO ORÇAMENTÁRIO: seqüência de fases ou etapas que devem ser cumpridas, como parte do
processo orçamentário. A maioria dos autores adota como fases do ciclo orçamentário as seguintes:
elaboração, apreciação legislativa, execução e acompanhamento, controle e avaliação, quando, então, se
inicia o ciclo seguinte.

6. CLASSIFICAÇÃO DA DESPESA: formas ou metodologias utilizadas para se agrupar a despesa por


categorias. As formas de classificação podem variar, conforme a necessidade e o interesse de quem
estabelece a classificação. Em orçamento público, as classificações mais usuais são a institucional, por
esfera orçamentária, a funcional, segundo a estrutura programática e segundo a natureza da despesa.

7. CLASSIFICAÇÃO INSTITUCIONAL: é a classificação orçamentária que nos informa qual o Órgão


e a Unidade Orçamentária responsável pela execução de determinada parcela do orçamento, constante das
dotações nele consignadas. A finalidade básica desta classificação é a atribuição de responsabilidade pelo
gasto público.

8. CLASSIFICAÇÃO FUNCIONAL: segundo o novo modelo de classificação da despesa, é baseada


em funções, cada uma desdobrada em subfunções. As funções, segundo a Portaria n.º 42, de 14 de abril de
1999, constituem “o maior nível de agregação das diversas áreas de despesa que competem ao setor
público”. Exemplo: Função 12 – Educação. Ainda segundo a mesma portaria, “a subfunção representa
uma partição da função, visando agregar
determinado subconjunto de despesa do setor público”. Exemplo: Subfunção 361 – Ensino
Fundamental.

9. CONTINGENCIAMENTO: procedimento utilizado pelo Poder Executivo, e que consiste no


retardamento e, não raro, na inexecução de parte da programação de despesa prevista na lei orçamentária.
Considerando que no ordenamento jurídico brasileiro a lei orçamentária tem mantido o seu caráter
autorizativo, na questão da despesa, o Poder Executivo tem se valido desse expediente para a consecução
de metas de ajuste fiscal, sob o pretexto de adequar a execução da despesa ao fluxo de caixa do Tesouro.
10. CONVÊNIO: instrumento utilizado pela União, com vistas à realização, pelos Estados e Municípios,
108

de programas de trabalho constantes da lei de orçamento. O convênio requer, para a sua formalização, o
cumprimento de uma série de exigências, normalmente definidas na LDO em vigor, por exemplo: clara
definição do objeto; não inadimplência do convenente para com o governo federal; fornecimento de
contrapartida dos recursos a serem recebidos; definição do cronograma de execução das obras/serviços
etc. Durante a execução do convênio, o responsável está sujeito à fiscalização, inclusive pelo Tribunal da
Contas da União e, ao final do prazo nele previsto, o convenente deve prestar contas dos recursos
recebidos, sob pena de incorrer nas penalidades da lei.

11. CRÉDITO ADICIONAL: de acordo com o art. 40 da Lei n.º 4.320/64, “São créditos adicionais as
autorizações de despesas não computadas ou insuficientemente dotadas na Lei de Orçamento”.
Dependendo da sua finalidade, classificam-se em: suplementares, especiais e extraordinários. Os
suplementares destinam-se ao reforço de uma dotação orçamentária já existente, ao passo que os especiais
visam atender a uma necessidade não contemplada no orçamento. Já créditos extraordinários pressupõem
uma situação de urgência ou imprevisão, tal como guerra, comoção interna ou calamidade pública. Os
créditos suplementares e especiais dependem de autorização legislativa, ao passo que os extraordinários
são abertos por decreto do Executivo, que deles dará ciência imediata ao Legislativo. Os créditos
adicionais, uma vez aprovados, incorporam-se ao orçamento do exercício.

12. DESPESA: é o volume de recursos que o governo deverá gastar

13. DESPESAS CORRENTES: despesas de custeio e de manutenção das atividades dos órgãos da
administração pública, como por exemplo: despesas com pessoal, juros da dívida, aquisição de bens de
consumo, serviços de terceiros, manutenção de equipamentos, despesas com água, energia, telefone etc.
Estão nesta categoria as despesas que não concorrem para ampliação dos serviços prestados pelo órgão,
nem para a expansão das suas atividades.

14. DESPESAS DE CAPITAL: despesas relacionadas com aquisição de máquinas e equipamentos,


realização de obras, aquisição de participações acionárias de empresas, aquisição de imóveis e concessão
de empréstimos para investimento. Normalmente, uma despesa de capital concorre para a formação de um
bem de capital, assim como para a expansão das atividades do órgão.

15. DESTAQUE PARA VOTAÇÃO EM SEPARADO: procedimento por meio do qual uma parte de
qualquer matéria em apreciação legislativa é separada para ser votada à parte do restante do texto. O
destaque de qualquer matéria é solicitado, durante a fase de discussão, através de requerimento, que deve
inicialmente ser aceito para, então, submeter-se à matéria principal, ressalvando-se a parte destacada, que
é votada posteriormente e, caso aprovada, incorpora-se ao texto da proposição.

16. EMENDA PARLAMENTAR: modificação que é feita numa lei já existente ou que está em
discussão.

17. EMENDA DE BANCADA: o mesmo que emenda de Comissão, porém de autoria das bancadas
estaduais e regionais no Congresso Nacional. As emendas de bancada devem ter como objeto ações de
interesse dos respectivos estados ou regiões geográficas.

18. EMENDA DE COMISSÃO: modalidade de emenda prevista na Resolução n.º 2-CN, de 1995, que
prevê a apresentação de emendas pelas comissões técnicas permanentes do Congresso Nacional, em
número limitado e para atender objetivos relacionados à matéria de competência de cada Comissão. A
título de exemplo, a Comissão de Agricultura da Câmara dos Deputados somente poderá apresentar
emenda versando sobre temas ligados à agricultura.
19. EMENDA DE RELATORIA / EMENDA DE RELATOR: instrumento através do qual os relatores
109

do projeto de lei orçamentária nele introduzem alterações, geralmente de caráter técnico. Por exemplo, um
erro ou omissão pode ser corrigido por meio de emenda de relator, já que esta é sujeita à aprovação do
plenário da Comissão; entretanto, a Resolução que rege os trabalhos da Comissão de Orçamento proíbe a
utilização de emenda de relator com o objetivo de criar projeto novo.

20. EMPENHO: primeiro estágio das despesas, garantia do fornecedor e controle de gastos. Nenhuma
despesa pode ser realizada sem a emissão da nota de empenho.

21. EQUILÍBRIO ORÇAMENTÁRIO: característica dos orçamentos em que contabilmente as receitas


igualam-se às despesas.

22. GND/GRUPO DE NATUREZA DA DESPESA: forma de classificação da despesa, empregada na


lei orçamentária, composta de seis categorias, a saber: 1- Despesas com Pessoal e Encargos Sociais; 2 –
Juros e Encargos da Dívida; 3 – Outras Despesas Correntes; 4 – Investimentos; 5 – Inversões Financeiras;
6 – Amortização da Dívida.

23. ID-USO: informação constante da lei orçamentária e que indica se os recursos compõem
contrapartida nacional de empréstimos ou de doações ou outras aplicações, a saber: 0 = recursos não
destinados à contrapartida; 1 = contrapartida de empréstimos do BIRD; 2 = contrapartida de empréstimos
do BID; e 3 = outras contrapartidas.

24. INVERSÕES FINANCEIRAS: grupo de natureza da despesa que abrange os gastos com: aquisição
de imóveis em utilização, aquisição de bens para revenda, aquisição de títulos de crédito e de títulos
representativos de capital já integralizado, constituição ou aumento de capital de empresas e concessão de
empréstimos, entre outros.

25. INVESTIMENTOS: grupo de natureza da despesa que agrupa toda e qualquer despesa relacionada
com: planejamento e execução de obras, aquisição de imóveis e instalações, equipamentos e material
permanente, constituição ou aumento de capital de empresas que não sejam de caráter comercial ou
financeiro.

26. JANELA ORÇAMENTÁRIA: destinação de recursos, na lei orçamentária, em valor


significativamente inferior ao custo da ação correspondente, com a finalidade de viabilizar, mediante
pressões políticas, futuras suplementações; dotação simbólica.

27. OUTRAS DESPESAS CORRENTES: grupo de natureza da despesa em que se computam os gastos
com a manutenção das atividades dos órgãos, cujos exemplos mais típicos são: material de consumo,
material de distribuição gratuita, passagens e despesas de locomoção, serviços de terceiros, locação de
mão de obra, arrendamento mercantil, auxílio alimentação etc.

28. OPERAÇÕES ESPECIAIS: segundo a nova metodologia de classificação da despesa, são as que
“não contribuem para a manutenção das ações de governo, das quais não resulta um produto, e não
geram contraprestação direta sob a forma de bens ou serviços”. Exemplo: Programa 0905 Operações
Especiais: Serviço da Dívida Interna (Juros e Amortizações).

29. PARECER DO RELATOR GERAL: geralmente acompanhado de substitutivo ao projeto de lei


orçamentária, este relatório serve de base para discussão e votação de todo o conjunto da proposta do
Executivo. De acordo com a prática vigente na Comissão de Orçamento, o Parecer do Relator-Geral é
elaborado com base nos pareceres dos relatores setoriais e, uma vez aprovado na Comissão Mista, torna-
se o parecer desta, sendo então encaminhado ao plenário do Congresso Nacional, para votação final.
110

30. PARECER PRELIMINAR: documento elaborado pelo Relator Geral do projeto de lei orçamentária
e que contém, além de uma análise detalhada da proposta do Poder Executivo, os parâmetros e critérios a
serem observados pelos Relatores setoriais na apreciação das partes que compõem as respectivas
relatorias, bem como dos critérios para o cancelamento ou remanejamento de dotações e, ainda, para o
atendimento das emendas de suas áreas.

31. PARECER SETORIAL: documento em que o Relator setorial do projeto de lei orçamentária
expressa a sua avaliação sobre a programação de despesa a cargo dos órgãos integrantes da sua relatoria,
bem como o parecer sobre cada uma das emendas apresentadas ao setor. Uma vez concluído, o Parecer do
Relator setorial é submetido à votação na respectiva Subcomissão e, caso aprovado, passa a constituir o
parecer dessa Subcomissão.

32. PROGRAMA DE TRABALHO: termo usado para designar o conjunto de projetos e atividades a
cargo de um Órgão ou Unidade Orçamentária, em determinado exercício, podendo também se referir à
programação de todo o setor público.

33. PROJETO OU DOTAÇÃO “GUARDA-CHUVA”: termo que designa as dotações genéricas.


Podem ser alocadas por Estado ou, ainda, em dotação única de âmbito nacional, e cujo detalhamento fica
a critério do órgão executor. Normalmente, abrigam recursos que posteriormente serão transferidos,
mediante convênio, aos Estados e Municípios, ou, ainda, executados de acordo com os planos e a
programação do órgão.

34. PROJETO: segundo a definição contida na Portaria n.º 42/99, do Ministério do Orçamento e Gestão,
trata-se de “instrumento de programação para alcançar o objetivo de um programa, envolvendo um
conjunto de operações, limitadas no tempo, das quais resulta um produto que concorre para a expansão
ou o aperfeiçoamento da ação de governo”. Diferentemente da atividade, que é contínua no tempo e não
resulta em um produto final, e destina-se apenas à manutenção ou funcionamento da ação estatal.

35. PROPOSTA ORÇAMENTÁRIA OU PROJETO DE LEI ORÇAMENTÁRIA ANUAL: é o


projeto de lei elaborado pelo Poder Executivo, contendo a estimativa da receita e a fixação da despesa
para determinado exercício financeiro. Depois de aprovada pelo Legislativo, sancionada pelo Presidente
da República e publicada na imprensa oficial, converte-se na lei orçamentária anual. Nos termos da
Constituição, a proposta orçamentária deve observar as disposições do Plano Plurianual em vigor, bem
como da Lei de Diretrizes Orçamentárias para o exercício.

36. RECEITA: volume de recursos que o Governo possui/arrecada

37. RECEITA CONDICIONADA: valor incluído como item de receita, cuja realização está
condicionada à aprovação de uma lei, já encaminhada ao Congresso. Normalmente, quando não ocorre a
aprovação tempestiva da lei, as dotações que são financiadas por esse tipo de receita devem ser
automaticamente canceladas.

38. RECEITA ORDINÁRIA / RECURSOS ORDINÁRIOS: receitas cuja aplicação é livre, ou seja,
isenta de qualquer tipo de vinculação ou destinação específica. Como exemplos típicos, temos a parcela
resultante da arrecadação de impostos, após as transferências da parte devida aos Estados e aos
Municípios (Fonte 100); receitas obtidas da emissão de títulos públicos, exceto as destinadas à rolagem da
dívida (Fonte 144); e, das receitas incorporadas ao Fundo de Estabilização Fiscal (FEF), que resultam de
desvinculações de outras receitas (Fonte 199).
111

40. RECEITA PRÓPRIA: sob o título “Recursos Diretamente Arrecadados”, compreende as receitas
das entidades da administração indireta (autarquias, fundações e empresas públicas) e dos fundos. Após
transitar pelo Tesouro, essas receitas retornam à Unidade Orçamentária de origem, para serem aplicadas
em sua programação de despesa.

41. RECEITA VINCULADA: receita arrecadada com finalidade específica e previamente determinada.
Normalmente tem sua destinação vinculada a um órgão ou a um programa governamental, com base em
disposição constitucional ou legal. Exemplos: Contribuições Sociais para o Financiamento da Seguridade
Social; Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira – CPMF, para custeio da saúde pública.

42. RECEITA DE CAPITAL: categoria importante da classificação econômica da receita, constituída


de recursos provenientes de: conversão de bens e direitos em espécie (numerário), recebimento de
amortizações de empréstimos concedidos, contratação de empréstimos de longo prazo e transferências
recebidas para a cobertura de despesas de capital, ou seja, investimentos, inversões financeiras e
amortização da dívida.

43. RECURSO CARIMBADO: dotação constante da lei orçamentária, em nível de subprojeto ou


subatividade, identificada com o nome da localidade que receberá os recursos alocados. Exemplo típico é
o subprojeto incluído na LOA por meio de emenda parlamentar, e que identifica o município destinatário
dos recursos. A sua não-execução implica em cancelamento da dotação, podendo, ainda, ser utilizada
como fonte para atendimento de crédito adicional.

44. RESERVA DE CONTINGÊNCIA: dotação constante da lei orçamentária, sem destinação


específica nem vinculação a qualquer órgão, cuja finalidade principal é servir de fonte de cancelamento
para a abertura de créditos adicionais, ao longo do exercício. De acordo com as edições mais recentes da
LDO, devem ser constituídas reservas de contingência vinculadas aos orçamentos fiscal e da seguridade
social, em valores da ordem de três por cento, respectivamente, da receita global de impostos e da receita
de contribuições sociais.

45. RESTOS A PAGAR: de acordo com a Lei n.º 4.320/64, resultam de despesas empenhadas mas não
pagas até o dia 31 de dezembro, ou seja, até o encerramento do exercício financeiro. Constituem
obrigações a pagar do exercício seguinte e são classificados como processados ou não processados,
conforme o estágio de execução da respectiva despesa.

46. SEQÜENCIAL: código numérico que identifica cada dotação constante do projeto de lei
orçamentária, utilizado para facilitar o processamento das alterações introduzidas pelo Congresso
Nacional.

47. SUBTÍTULO: de acordo com o § 2º do art. 3º da LDO/2000, “As atividades, projetos e operações
especiais serão desdobrados em subtítulos especialmente para especificar a localização física integral ou
parcial das respectivas atividades,projetos e operações especiais, não podendo haver,por conseguinte,
alteração da finalidade e da denominação das metas estabelecidas”.
112

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

CONARF, Consultoria de Orçamentos, Fiscalização e Controle, Senado Federal. Planos e Orçamentos


Públicos, Brasília, maio 2004.

GIACOMONI, James. Orçamento Público. 7. ed. São Paulo: Atlas, 1997.

Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão. Secretaria de Orçamento Federal. Manual Técnico de


Orçamento MTO-2015. Brasília, DF, 2015.

SANCHES, Osvaldo Maldonado. Dicionário de Orçamento, Planejamento e Áreas Afins. Brasília:


Prisma, 1997.

SERPRO, portal do Serviço Federal de Processamento de Dados do Governo Federal.


SESU, portal da Secretaria de Educação Superior.

LEGISLAÇÃO ORÇAMENTÁRIA
CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988 - Seção II - DOS ORÇAMENTOS, Artigos 165 a 169
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm

Lei no 4320, de 17 de março de 1964


http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L4320.htm (Este texto não substitui o publicado no DOU de
23.3.1964, retificação no DOU de 9.4.64 - 5.5.64 e 3.6.64)
Estatui Normas Gerais de Direito Financeiro para elaboração e controle dos orçamentos e balanços da
União, dos Estados, dos Municípios e do DF.

Lei Complementar no 101, de 4 de maio de 2000


http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/lcp/Lcp101.htm
Lei de Responsabilidade Fiscal - Estabelece normas de finanças públicas voltadas para a responsabilidade
na gestão fiscal e dá outras providências.

LEI Nº 12.593, DE 18 DE JANEIRO DE 2012 (PPA 2012-2015)


http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2012/Lei/L12593.htm
Institui o Plano Plurianual da União para o período 2012-2015.

PLDO 2015
www.orcamentofederal.gov.br/orcamentos-anuais/orcamento-2015/arquivos-pldo/pldo2015.pdf
Dispõe sobre as diretrizes para a elaboração e execução da Lei Orçamentária de 2015 e dá outras
providências.

LEI Nº 13.080, DE 2 DE JANEIRO DE 2015 (LDO 2015)


www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015.../2015/Lei/L13080.htm
Dispõe sobre as diretrizes para a elaboração e execução da Lei Orçamentária de 2015 e dá outras
providências

LEI Nº 13.115, DE 20 DE ABRIL DE 2015 (LOA 2015)


Estima a receita e fixa a despesa da União para o exercício financeiro de 2015.
113

Portaria SPO/MEC Nº 4, de 4 de novembro de 2014


portal.mec.gov.br/index.php?option=com_docman&task...
Dispõe sobre as regras de utilização do Plano Interno no âmbito do Ministério da Educação

DECRETO Nº 8.456, DE 22 DE MAIO DE 2015


www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015.../2015/Decreto/D8456.htm
Dispõe sobre a programação orçamentária e financeira, estabelece o cronograma mensal de desembolso
do Poder Executivo para o exercício de 2015, e dá outras providências

Decreto-Lei no 200, de 25 de fevereiro de 1967


http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del0200.htm
Dispõe sobre a organização da Administração Federal, estabelece diretrizes para a Reforma
Administrativa e dá outras providências.
114

ANEXO I – ACESSO AO SIAFI E PESQUISA DE SUBELEMENTOS


DE DESPESAS

ACESSO AO SIAFI
Para acessar o Siafi, é necessário solicitar uma senha aos cadastradores habilitados –
servidores lotados nos setores de orçamento, contabilidade e finanças.
Após liberação da senha, o acesso ao sistema é realizado da seguinte forma:

Clicar em acesso ao HOD


115

Inserir CPF e senha e clicar em avançar

Clicar duas vezes em Terminal 3270


116

No primeiro acesso será necessário trocar a senha fornecida pelo cadastrador. Digite e
confirme sua nova senha e tecle Enter

Posicionar o cursor em SIAFI e teclar Enter


117

Inserir Código (CPF) e senha. No caso de primeiro acesso, será necessário trocar a
senha nesta tela também. Teclar Enter

No campo SISTEMA informamos a palavra siafi seguida do exercício que queremos


acessar.
No nosso caso, siafi2015. Teclar Enter
118

Esta tela mostra as mensagens recebidas do MEC – e administração indireta, como


outras universidades federais -, de outros Ministérios, ou ainda de outras unidades
executoras pertencentes à estrutura da Unifesp – neste caso, o Hospital Universitário. É
muito importante ler todas as mensagens, de forma a atender as diversas solicitações
que recebemos diariamente. Para ler uma mensagem, digitamos a letra x na mensagem
escolhida e c nas
119

Após a escolha das mensagens a serem lidas ou descartadas, teclar Enter e aparecerá
cada mensagem escolhida para leitura. Para ler as próximas mensagens é necessário
confirmar o recebimento, como mostrado no final da tela abaixo:

Quando todas as mensagens forem lidas, o sistema apresentará a tela a seguir:


120

Para mostrar como realizar uma pesquisa no Siafi, vamos utilizar um exemplo em que
estamos interessados em encontrar os códigos de subelementos relacionados ao
elemento material de consumo (339030).
Para fazer uma pesquisa, utilizamos códigos/transações, que são precedidos pelo
símbolo >. Neste caso, a transação que iremos utilizar é connatsof. Então escrevemos no
campo COMANDO a palavra connatsof precedida do símbolo >:

Após pressionar a tecla “ENTER”, surgirá a tela abaixo:


121

Preencher a opção “NATUREZA DE DESPESA”, exemplo: 339030 para material de consumo, 339036
serviços de PF, 339039 serviços de Pessoa Jurídica, 449052 equipamentos e material permanente.

Após pressionar a tecla “ENTER”, surgirá a tela abaixo:


122

Mova o cursor na linha na linha que se deseja detalhar, pressione F2 no teclado, surgirá a tela abaixo:

Para verificar a descrição detalhada do subitem pressione a tecla F4 que aparecerá toda descrição do
subitem.
123

ANEXO II – FORMULÁRIOS PARA INDICAÇÃO DE RECURSOS,


SOLICITAÇÃO E AUTORIZAÇÃO DE EMPENHO

Universidade Federal de São Paulo


Nome do Departamento/Divisão e nome do Campus

UNIFESP

INDICAÇÃO ORÇAMENTÁRIA

RUBRICA

PEDIDO DE COMPRA /
DOCUMENTO DE
REFERÊNCIA
DESCRIÇÃO DA VERBA:
FONTE DE RECURSOS:
PROGRAMA DE TRABALHO:
SUBAÇÃO:
NATUREZA DE DESPESA:
OBSERVAÇÃO:

Data: ______ /______ / _______

_______________________________________

Nome do servidor responsável pelo acompanhamento orçamentário


Nome do departamento/divisão

ENDEREÇO E TELEFONE DO CAMPUS / DEPARTAMENTO/DIVISÃO


124

Universidade Federal de São Paulo


Nome do departamento/divisão e nome do Campus

FORMULÁRIO DE SOLICITAÇÃO / AUTORIZAÇÃO DE EMPENHO

DESPESAS DIVERSAS
Número do Processo :
Número do Contrato: Vigência do Contrato:
Número do Termo Aditivo (TA): Vigência do TA:
Licitação (pregão, dispensa, inexigibilidade, etc.): Número da licitação:
Número do Resultado de Licitação (RL):
Tipo de despesa:
Credor:
Para locação de imóvel/condomínio: informar endereço
Para banca examinadora: informar curso/disciplina e data
Para capacitação: informar evento e data
Valor (caso haja diversos itens, informar os números e seus respectivos valores):
Departamento:
Informações complementares:

*Observação: Nos casos em que houver dificuldades na execução do contrato, gerando a necessidade de
emissão de empenho NÃO SE APLICA, é obrigatório anexar justificativa e ciência/autorização do
Ordenador de Despesa, que deverá ser providenciada antes de encaminhar a solicitação/processo à
Controladoria.

_______________________ Data: ___/____/_______


Nome do solicitante

Classificação Orçamentária:
UGR/Órgão/Seq.ne: Subação:
Descrição da verba: PI – Plano Interno:
Fonte de recursos: Natureza da despesa:
Programa de Trabalho: Valor:
Para descentralizações: Número da Nota de Crédito:
Número da Transferência:
Observação:

_____________________________________________________
Nome do servidor responsável pela classificação orçamentária

____________________________________
Nome do chefe do Departamento/Divisão

___________________________________ Data: ____/____/______


Ordenador de Despesa

ENDEREÇO E TELEFONE DO CAMPUS / DEPARTAMENTO/DIVISÃO


125

Universidade Federal de São Paulo


Nome do departamento/divisão e nome do Campus

FORMULÁRIO DE SOLICITAÇÃO / AUTORIZAÇÃO DE EMPENHO

DESPESAS COM IMPORTAÇÃO

Processo: Verba:

Licitação (pregão, dispensa, Número da Licitação:


inexigibilidade, etc):
Número do PO: Número Siafi ou CNPJ:
Número da solicitação de importação:

Número do item de serviço: Valor do item:


Nome do credor:
Descrição da despesa:

Número do item de material: Valor do item:


Nome do credor:
Descrição da despesa:

Informações complementares:
Obs.: Deverá constar no processo o endereço completo do credor.

_______________________ Data: ___/____/_______


Nome do solicitante

Classificação Orçamentária:
UGR/Órgão/Seq.ne: Subação:
Descrição da verba: PI – Plano Interno:
Fonte de recursos: Natureza da despesa:
Programa de Trabalho: Valor:
Para descentralizações: Número da Nota de Crédito:
Número da Transferência:
Observação:

_____________________________________________________
Nome do servidor responsável pela classificação orçamentária

____________________________________
Nome do chefe do Departamento/Divisão

___________________________________ Data: ____/____/______


Ordenador de Despesa

ENDEREÇO E TELEFONE DO CAMPUS / DEPARTAMENTO/DIVISÃO


126

Universidade Federal de São Paulo


Nome do Departamento/Divisão e nome do Campus

UNIFESP
AUTORIZAÇÃO DE REFORÇO DE EMPENHO Nº

RUBRICA

DOCUMENTO REFERÊNCIA:
EMPENHO ORIGINAL:
VALOR:
OBSERVAÇÃO:

Data: ______ / ______ / _______

_______________________________________
Nome do servidor responsável pela classificação orçamentária

_______________________________________
Nome do chefe do Departamento/Divisão

________________________________________

Ordenador de Despesa

ENDEREÇO E TELEFONE DO CAMPUS / DEPARTAMENTO/DIVISÃO


127

Universidade Federal de São Paulo


Nome do Departamento/Divisão e nome do Campus

UNIFESP
AUTORIZAÇÃO DE CANCELAMENTO DE Nº
EMPENHO

RUBRICA

DOCUMENTO REFERÊNCIA:
EMPENHO ORIGINAL:
VALOR:
OBSERVAÇÃO:

Data: ______ / ______ / _______

_______________________________________
Nome do servidor responsável pela classificação orçamentária

_______________________________________
Nome do chefe do Departamento/Divisão

________________________________________

Ordenador de Despesa

ENDEREÇO E TELEFONE DO CAMPUS / DEPARTAMENTO/DIVISÃO

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