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- PRELIMINAR - Pequena História da música popular brasileira(Resumo)

José Ramos Tinhorão em sua pequena história da música popular brasileira faz uma
cisão conceitual entre música popular e música folclórica. O autor procura defender a ideia
de que o que ele chama de música popular no Brasil surgiu somente nos primeiros anos das
invasões portuguesas, portanto, no nascimento das primeiras metrópoles.
Na definição de Tinhorão a música folclórica não tem registros materiais concretos,
não é autoral e é transmitida de forma oral em oposição a música popular, autoral e
obrigatoriamente registrada em alguma mídia. Assim o autor desconsidera grande parte da
produção de música no Brasil no período pré e pós portugueses. Também desconsidera a
contribuição negra e indígena na formação de uma música urbana brasileira pois em seu texto
os reduz ao resultado de sua exploração, e não cita suas formas de resistência ao perpetuar
seus códigos culturais por meio do sincretismo com a cultura branca europeia que lhes era
imposta.
A definição de música popular do autor se adequaria melhor ao termo música urbana
registrada. Assim, devido a mudança nos usos do território nos dois primeiros séculos após a
invasão e processo de “colonização” portuguesa, surge um clima de metrópole. Tal que
permite uma circulação maior do que o autor considera o nascimento da música popular
urbana que se tem registro.
MODINHA: ENTRE O ERUDITO E O POPULAR - José Fernando Saroba
Monteiro(Resumo)

Consenso entre os historiadores, a modinha de fato é um gênero que se transformou


durante os séculos. Para chegar ao que conhecemos hoje sua trajetória atravessou um
continente, saiu do ambiente rural e se mesclou a movimentação urbana, para enfim, nos
primórdios da gravação ser registrada fisicamente e chegar ao que conhecemos.
Nascida nos campos portugueses, durante os séculos foi agregando a sua forma
características de outros gêneros tais como a ópera, canções literárias italianas enfim músicas
ligadas a corte. Quando chega ao Brasil volta novamente a suas raízes mais populares e ganha
tons satíricos com letras profanas e mescla de ritmos em voga no país como por exemplo o
lundu. Assim nasce o que conhecemos como modinha brasileira.
No entanto foi só quando chegou a corte portuguesa que ganhou ares “eruditos”.
Apresentada por Domingos Caldas Barbosa logo se tornou uma febre entre a nobreza. O fato
levou os músicos a adotarem as características já citadas da música de câmara, óperas etc.
Desta forma a cada passagem de contexto em que a modinha aparecia era apreciada,
reproduzida e agregada a características em voga que promoviam sentido a sua popularidade
em diversas classes sociais. Por fim, já em fins do séc XIX tem a cara que mais conhecemos
devido aos registros fonográficos.
Era a modinha que incorporava elementos da valsa, que se tornou um gênero de
serenatas, mas ainda trazia todas as suas passagens do campo, a corte, a agitação dos centros
urbanos “coloniais”. Até enfim perder sua popularidade na era do rádio no entanto deixar sua
marca romântica no repertório do cancioneiro nacional.
A CASA EDISON E A FORMAÇÃO DO MERCADO FONOGRÁFICO NO RIO DE
JANEIRO NO FINAL DO SÉCULO XIX E INÍCIO DO SÉCULO XX - Eduardo
Gonçalves(Resumo)
O efervecimento da esfera pública do centro urbano do Rio de Janeiro em fins do
século XIX promoveu o ambiente necessário para que a, até então, capital cosmopolita do
país se tornasse o berço de um mercado fonográfico brasileiro. Clubes, cafés, jornais, teatros,
circos sintetizavam artisticamente o intenso movimento de trocas que a cidade vivia.
Nesse espaço o empresário Frederico Figner viu a oportunidade de popularizar os
equipamentos de gravação e assim deu início ao que viria se tornar seu grande comércio.
Comprou um fonógrafo e começou a fazer uma pequena turnê de demonstração da capacidade
dos aparelhos, fato que atraiu grande público e gerou muita renda. Após o resultado passou a
se dedicar a trazer e divulgar as novidades tecnológicas no país.
Como resultado começou a comercializar as gravações em cilindros e já existia uma
concorrência, a casa ​Bogary que mantinha acordo de exclusividade com a ​Gramophone
Company responsável pela distribuição dos discos de sete polegadas. No repertório de ambas
empresas estavam as músicas da moda como lundus e modinhas.
Com veia para os negócio e para driblar a concorrência Figner criou um Clube para os
fãs das gravações, o Clube dos Grafofonos. Os associados pagavam uma quantia semanal e
eram os primeiros a participarem de um sorteio de um grafofone, e os que não eram sorteados
ao fim de 50 semanas retiravam seu próprio aparelho, era como um “​carnê do baú” do século
XX só que para aparelhos sonoros.
Assim deu-se início a Casa Edison e um começo de um mercado fonográfico
brasileiro. Figner com suas estratégias de apresentar a tecnologia, torná-la acessível e educar
seu cliente, tornou o ambiente próspero para a comercialização das gravações. Com a
popularização das gravação o papel das mídias influiu na dinâmica do cancioneiro popular
visto que o número de músicos, o tipo de toque e os arranjos necessário para que a gravação
saísse agradável se tornou comum aos ouvidos da população, assim técnicas para a gravação
se incorporaram as ruas e vice versa.

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