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DEONTOLOGIA

PROFISSIONAL DO
ENGENHEIRO EM
MOÇAMBIQUE
Direitos e deveres do engenheiro em Moçambique

MARÇO DE 2015
ACADEMIA MILITAR “MARECHAL SAMORA MACHEL”
Nampula
Meneses Chave

86611SO

Engenharia Militar

Engenharia e Sociedade

DEONTOLOGIA PROFISSIONAL DO ENGENHEIRO EM MOÇAMBIQUE

Trabalho de investigação
científica de carácter
avaliativo da cadeira de
Engenharia e Sociedade, sob
orientação do
Docente:

Eng. Teixeira Tajú

Academia Militar “Marechal Samora Machel”

Nampula, 2015
Deontologia profissional Engenharia e Sociedade – 2015
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Sumário
1. Introdução............................................................................................................................ 3

2. Objetivos ............................................................................................................................. 3

2.1. Gerais ........................................................................................................................... 3

2.2. Específicos ................................................................................................................... 3

3. Conceitos ............................................................................................................................. 3

4. Classificação da deontologia ............................................................................................... 4

4.1. Deontologia geral ......................................................................................................... 4

4.2. Deontologia jurídica .................................................................................................... 4

5. Deveres do engenheiro ........................................................................................................ 5

5.1. Deveres do engenheiro para com a comunidade.......................................................... 5

5.2. Deveres do engenheiro para com a entidade empregadora e para com o cliente ........ 5

5.3. Deveres do engenheiro no exercício da profissão........................................................ 6

5.4. Dos deveres recíprocos dos engenheiros ..................................................................... 6

6. Direitos dos engenheiros ..................................................................................................... 7

6.1. Direitos coletivos ......................................................................................................... 7

6.2. Direitos individuais ...................................................................................................... 7

7. Saídas profissionais ............................................................................................................. 8

8. Conclusão ............................................................................................................................ 9

9. Referências bibliográficas ................................................................................................. 10

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Introdução

“Os engenheiros devem não só cumprir diretamente o seu código deontológico através da sua
prática profissional mas também indiretamente, isto é, encorajar os outros a fazer o mesmo e
criticando os que não cumpre”. Afirmou o conhecido filósofo da ética da engenharia Michael
Davis, evidenciando a importância do engenheiro na sociedade não só como cumpridor do
código deontológico mas também como vigilante no seu cumprimento por outros profissionais
da área.

Em paralelo com a evolução e modernização das tecnologias o código deontológico é atualizado


e aprofundado de modo a responder a solicitação de rigor exigida pelo olhar crítico da
sociedade.

Objetivos

Gerais
Encontrando-se a finalizar o curso e preparando-se para engrenar no mundo profissional o
estudante de engenharia tal como qualquer outro aspirante ao profissionalismo deve ter um
conhecimento sólido do código deontológico, sendo assim, a finalidade deste trabalho é de dar
a conhecer ao engenheiro o seu caráter profissional perante a sociedade, a nação e o mundo.

Específicos
A ética e deontologia têm por objetivo manter padrões elevados de conduta pessoal e
profissional dos Engenheiros e garantir um comportamento ético no exercício das suas
atividades de forma a dar resposta cabal à responsabilidade social dos Engenheiros perante a
sociedade tanto como contribuir para o progresso da engenharia, estimulando os esforços dos
seus associados no domínio científico, profissional, social, como cumprimento das regras de
ética profissional.

Conceitos

Por serem conceitos que podem se assumir como “inseparáveis”, antes de se falar da
deontologia interessa priorizar a definição da ética. Tanto a ética como a deontologia têm um
sentido eminentemente prático. No entanto, a ética é um conceito mais amplo.

Ética – ciência filosófica que tem por objeto de estudo os julgamentos de valor na medida em
que estes se relacionam com a distinção entre o bem e o mal, ou seja, parte da filosofia

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responsável pela investigação dos princípios que motivam, distorcem, disciplinam ou orientam
o comportamento humano, refletindo o respeito da essência das normas, valores, prescrições e
exortações presentes em qualquer realidade social. Etimologia: no latim ethìca 'ética, moral
natural, parte da filosofia que estuda a moral', que provém do adjetivo grego éthikós, fem. sing.
éthikê 'ético, relativo à moral', substv. no neutro pl. tà éthicá 'tratado sobre a moral, ética',
conexo com o grego êthos, eos-ous 'modo de ser, caráter, costume'.

Deontologia – conjunto de deveres profissionais de qualquer categoria profissional minuciados


em códigos específicos e estes impõe a certos profissionais o cumprimento da sua função.
Etimologia: deonto- + -logia 'ciência ou estudo dos deveres', sob influência do inglês
deontology (1836) e/ou do francês déontologie (1839).

Classificação da deontologia

A deontologia classifica-se em várias áreas de estudo sendo as vulgarmente tratadas:

Deontologia geral
A Deontologia Geral, que estuda o dever em geral, independentemente de incidir sobre elas
algum regulamento, código de ética ou estatuto disciplinadores de sua ação. O objeto, portanto,
da Deontologia Geral, o dever em si, pode ser aplicado a todo homem que possua uma profissão,
motivo por que é de caráter universal, absoluto, geral, constituindo como que o lastro em que
se baseiam ou a seiva de que se nutrem e se alimentam todas as deontologias profissionais.

LANGARO, p. 17.

Através das palavras de Langaro, que bem definiu o conceito de deontologia, assim definida de
formas gerais, pode-se chegar a dimensão que a deontologia tem nas mais diversas esferas da
sociedade, definindo padrões de conduta e moldando as atitudes de profissionais nas mais
variadas áreas profissionais existentes.

Deontologia jurídica
Além da Deontologia, estudada como matéria geral, inerente a qualquer atividade profissional,
tem-se a Deontologia Jurídica, que estuda os deveres das profissões que lidam com o direito.

A deontologia jurídica, como já exposto, no exame da deontologia de forma ampla, existe para
regular o que é certo e o que errado nas carreiras jurídicas, ou seja, os deveres de cada um, de

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acordo com a moral, a ética, os bons costumes, ou seja, aquilo que é considerado correto, assim
definido ao longo de anos de existência do Direito, o que nos remete a uma época muito antiga.

O termo foi criado pelo filósofo Jeremias Benthan, que, conforme Langaro, procurou
estabelecer uma moral em que a pena (castigo) e o prazer fossem os únicos motivos da ação
humana, como regra geral, para daí fazer a distinção entre o bom e o mau, entre o bem e o mal.

Indispensável é esse estudo, pois, o Direito tem sua razão de existir baseado na justiça e no que
é considerado justo e digno, logo não poderemos falar num Direito justo e digno, sem que haja
justiça pautada na ética e nos deveres morais.

Deveres do engenheiro

O Código Deontológico de engenharia no nosso país alicerça-se na Ordem dos Engenheiros de


Moçambique (OrdEM) e aplica-se a todos os membros da OrdEM independentemente da
categoria ou nível dos mesmos e do país em que se encontrem.
Nestes termos, ao abrigo do artigo 64, nº2 do Estatuto da Ordem dos Engenheiros de
Moçambique, a Assembleia Geral determina para todos os seus membros:

Deveres do engenheiro para com a comunidade


a) O Engenheiro deve procurar as melhores soluções técnicas, ponderando a economia e a
qualidade do produto sob sua responsabilidade.
b) O Engenheiro deve defender a saúde pública, o ambiente e a utilização racional dos
recursos naturais.
c) O Engenheiro deve garantir a segurança do pessoal executante das obras, dos utentes
das mesmas e do público em geral.
d) O Engenheiro deve opor-se à utilização fraudulenta, ou contrária ao bem comum, do
seu trabalho.

Deveres do engenheiro para com a entidade empregadora e para com o cliente


a) O Engenheiro deve contribuir para a realização dos objetivos económicos e sociais das
organizações em que se integra, promovendo o aumento da produtividade, a melhoria
da qualidade dos produtos e das condições de trabalho.
b) O Engenheiro deve respeitar o segredo profissional e de informações confidenciais
obtidas no exercício das funções, salvo se, em consciência, considerar poderem estar
em sério risco exigências de bem comum e interesse público, e nunca em benefício
próprio.
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c) O Engenheiro só deve responsabilizar-se e ser pago pelos serviços que tenha


efetivamente prestado e tendo em atenção o seu justo valor.
d) O Engenheiro deve recusar a sua colaboração em trabalhos que impliquem situações
ambíguas ou de conflitos de interesse.

Deveres do engenheiro no exercício da profissão


a) O Engenheiro deve executar o seu trabalho com competência, honestidade, empenho,
objetividade e isenção.
b) O Engenheiro só deve aceitar trabalhos para os quais seja competente e tenha
disponibilidade.
c) O Engenheiro deve pugnar pelo prestígio da profissão e impor-se pelo valor da sua
colaboração e por uma conduta irrepreensível, usando sempre de boa-fé, lealdade e
isenção, quer atuando em associação quer individualmente.
d) O Engenheiro deve opor-se a qualquer concorrência desleal.
e) O Engenheiro deve usar da maior sobriedade nos anúncios profissionais que fizer ou
autorizar.
f) O Engenheiro deve desenvolver o seu conhecimento profissional, procurando manter-
se permanentemente atualizado.

Dos deveres recíprocos dos engenheiros


a) O Engenheiro não deve prejudicar a reputação profissional ou as atividades
profissionais de colegas, devendo, quando chamado a apreciá-los, fazê-lo com elevação
e salvaguardando a dignidade da classe.
b) O Engenheiro deve recusar substituir outro engenheiro, numa posição contratual ou em
negociação, só o fazendo quando as razões dessa substituição forem corretas e dando ao
colega a necessária satisfação.
c) O Engenheiro deve apoiar na medida das suas possibilidades a formação, treino e
desenvolvimento profissionais de outros engenheiros.
d) O Engenheiro deve contribuir para a boa reputação da Ordem dos Engenheiros de
Moçambique e para o alargamento da sua influência.
e) O Engenheiro deve informar a OrdEM de qualquer ofensa criminal ou ato de corrupção
ou desvio das regras definidas no Código Deontológico e nos Estatutos levados a cabo
por outro Engenheiro e de que tenha conhecimento.

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Direitos dos engenheiros

Direitos coletivos
São reconhecidos os direitos coletivos universais à profissão de engenharia, suas modalidades
e especializações, designadamente:

a) À livre associação e organização em organismos profissionais;

b) Ao gozo de exclusividade do exercício profissional;

c) Ao reconhecimento legal; e

d) A representação institucional.

Direitos individuais
São reconhecidos os direitos individuais universais aos profissionais de engenharia, suas
modalidades e especializações, designadamente:

a) À liberdade de escolha da especialização profissional;

b) À liberdade de escolha de métodos, procedimentos e formas e expressão;

c) Ao uso do título profissional;

d) À justa remuneração proporcional à sua capacidade, grau de complexidade, risco,


experiência e especialização requeridas por suas tarefas;

e) Ao provimento de meios e condições de trabalho dignos, eficazes e seguros;

f) À recusa ou interrupção de trabalho, contrato, emprego, função ou tarefa quando julgar


incompatível com a sua especialização, capacidade ou dignidade pessoais;

g) À proteção do seu título de seus contratos e de seu trabalho;

h) À proteção da sua propriedade intelectual;

i) À competição honesta no Mercado de trabalho;

j) À liberdade de associar-se à organismos profissionais.

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Saídas profissionais

A Engenharia é uma profissão que coloca o conhecimento científico ao serviço da sua utilização
prática. No exercício da sua profissão, os Engenheiros criam impactos na qualidade de vida das
pessoas, no ambiente e em todos os sectores da Economia.

Hoje, várias universidades tanto no sector público como no privado ministram cursos nas
especialidades das engenharias com isto poderíamos contar com um número significativo de
engenheiros recém-formados por cada graduação das universidades segundo as políticas
traçadas pelo governo através do sector de educação, o que se verifica é que o estado tem
recebido um número insatisfatório de engenheiros formados devido a vários fatores a mencionar
alguns:

 Deficiência de material didático (laboratórios e bibliotecas específicas);


 Desistência dos estudantes mediante certas dificuldades encarradas ao decorrer da
formação;
 Falta de assistência integral aos estudantes por parte dos docentes;
 O não cumprimento dos programas curriculares; e outros

“A engenharia é a profissão mais numerosa, e afeta a maior parte de nós em muitas áreas das
nossas vidas. A competência da mão de um cirurgião afeta um paciente de cada vez; [mas] o
juízo/parecer deum engenheiro pode influenciar milhares de vidas de uma só vez” (Martin &
Schinzinger, 1996, p. 13).

Forma-se o engenheiro para achar soluções imediatas perante os problemas existentes, e muitas
vezes a sociedade exige do engenheiro muito mais do que solução, neste caso o engenheiro
deve ser capaz de não apenas dar o soluto mas também através da aplicação dos seus métodos
científicos e empíricos estabelecer regras de manutenção, racionalizar a utilização dos recursos
naturais em benefício da humanidade para com estes todos processos contribuir para o
desenvolvimento do nosso país.

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Conclusão

A partir de todas essas informações dispostas nesta obra podemos ver que, apesar de certas
dificuldades, o engenheiro é a salvação da humanidade no que tange a rácio-gestão dos recursos
naturais obtendo mais ganhos em comparação com as tecnologias investidas sem pôr em causa
o bem-estar da humanidade e a sanidade ambiental.

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Referências bibliográficas

Estatuto da ordem dos engenheiros de Moçambique.


LANGARO, Modern Deontology. New York. 2004.
MARTIN e SCHINZINGER, Deontologia profissional. 1996, p. 13.

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