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UNIVERSIDADE FEDERAL DE VIÇOSA

DEPARTAMENTO DE QUÍMICA E ENGENHARIA QUÍMICA


CENTRO DE CIÊNCIAS EXTAS E TECNOLÓGICAS
PROCESSOS INORGÂNICOS INDUSTRIAIS – ENQ 351

AULA PRÁTICA 5:
FERTILIZANTES COMPOSTOS
VIÇOSA – MINAS GERAIS
17/05/2017
1. Introdução

Os fertilizantes são substâncias minerais ou orgânicas, naturais ou sintéticas,


fornecedoras de um ou mais nutrientes das plantas. Os elementos químicos
presentes nos fertilizantes, conforme a quantidade ou proporção, podem ser
divididos em duas categorias: macronutrientes (carbono, hidrogênio, oxigênio,
nitrogênio, fósforo, potássio, cálcio, magnésio e enxofre) e micronutrientes (boro,
cloro, cobre, ferro, manganês, molibdênio, zinco, sódio, silício e cobalto). Do ponto
de vista do processo produtivo, o nitrogênio (N), o fósforo (P) e o potássio (K) são os
nutrientes mais importantes.

Os fertilizantes podem ser classificados em três tipos:

• Fertilizante mineral: produto de natureza fundamentalmente mineral, natural ou


sintético, obtido por processo físico, químico ou físico-químico, fornecedor de um ou
mais nutrientes das plantas.

• Fertilizante orgânico: produto de natureza fundamentalmente orgânica, obtido por


processo físico, químico, físico-químico ou bioquímico, natural ou controlado, com
base em matérias-primas de origem industrial, urbana ou rural, vegetal ou animal,
enriquecido ou não de nutrientes minerais.

• Fertilizante organomineral: produto resultante da mistura física ou combinação de


fertilizantes minerais e orgânicos.

Alguns critérios permitem analisar a qualidade do fertilizante:

• Granulometria: forma e tamanho das partículas. Tem importância na previsão da


velocidade de dissolução do fertilizante.

• Consistência: resistência física dos grãos. A armazenagem e o transporte dos


fertilizantes dependem da boa consistência das partículas.

• Fluidez: refere-se à facilidade de livre escoamento do fertilizante, ou seja, sua


capacidade de distribuição mecânica no local da aplicação.
• Densidade: relaciona-se diretamente com a fluidez e é um atributo importante,
principalmente no caso de fertilizantes líquidos.

O segmento extrativo mineral fornece as matérias-primas básicas dos


fertilizantes, principalmente o gás natural, resíduo asfáltico do petróleo e a nafta,
além da rocha fosfática, do enxofre e das rochas potássicas. Nos processos atuais,
o nitrogênio do ar tem sido a principal matéria-prima para a produção de amônia, a
qual é a base dos fertilizantes nitrogenados. A partir dos insumos básicos, obtêm-se
as matérias-primas intermediárias (o ácido sulfúrico, o ácido fosfórico, a amônia
anidra e os fertilizantes simples), das quais resultam os fertilizantes básicos, como a
uréia, o sulfato de amônio, o fosfato de monoamônia (MAP), o superfosfato simples
(SSP) e o cloreto de potássio, que, por fim, originam os fertilizantes granulados e as
misturas de formulação NPK.

Os fertilizantes podem se apresentar de diversas formas para o consumo


final: em grãos, em pó, misturados ou não. A mistura geralmente consiste em reunir
diversos ingredientes para atender às necessidades de N, P e K na formulação
desejada. O processo pode ser realizado com pó, farelo ou grânulos, geralmente de
forma rudimentar e sem grande conteúdo tecnológico.

Os produtos finais da indústria de fertilizantes resultam da mistura de


produtos originários da rota nitrogenada (N), da rota fosfatada (P) e da rota
potássica (K). No Brasil, entre as empresas misturadoras, merecem destaque a
Bunge Fertilizantes, a Mosaic Fertilizantes, a Adubos Trevo e a Fertibras.

2. Objetivos

O objetivo da aula foi determinar a quantidade de amônia volatilizada em


amostras de fertilizantes nitrogenados.

3. Materiais e metodologia

3.1 Materiais

Quatro amostras de fertilizantes, na forma de grãos, com as seguintes


composições:

 Uréia granulada com teor de nitrogênio de 46% e grânulos de ~1 mm;


 Uréia granulada com teor de nitrogênio de 45% e grânulos de ~4 mm;
 Uréia granulada com teor de nitrogênio de 44,6% e grânulos de ~4 mm com
revestimento 0,40%B + 0,15% Cu;
 Sulfato de amônio com teor de nitrogênio de 20% e tamanho de grânulos
variados.
Solo comum de jardim, coletado próximo ao DEQ, com teor de umidade
ajustado para 30%.

3.2 Metodologia

Montagem dos sistemas para captura de NH3

Os sistemas foram montados de acordo com descrito abaixo:

 Foi colocado em um pote de vidro uma camada de 80 g de solo hidratado de


maneira uniforme;
 A massa de cada fertilizante correspondente a ~200 mg de N foi espalhada
de modo a deixar a área do frasco livre;
 O fertilizante foi pressionado no solo com o auxílio de um balão de fundo
chato de forma que o mesmo fosse incorporado no solo, mas que não fosse
coberto;
 Um copo plástico foi posicionado no centro do frasco de vidro;
 Foram colocados 10 mL de ácido bórico 2% e 2 a 3 gotas de cada indicador;
 O recipiente foi fechado de forma a não permitir a liberação da amônia;
 Deixou-se encubado o sistema durante 24 h.

Após o tempo de incubação, o conteúdo do copo foi transferido quantitativamente


para o frasco enlenmeyer e o foi feita a titulação com ácido sulfúrico 0,008 mol.L-1
O experimento foi feito em duplicata e também foi utilizado um sistema em branco
para considerar nos cálculos a amônia presente no ar ou no solo.

4. Questões

(a) Determinar a quantidade de amônia liberada para as quatro amostras de fertilizantes.

Amostra Massa Massa Volume


teórica real H2SO4

1A 0.4348 0.4333 9.4


2A 0.4444 0.4434 9.5
3A 0.4484 0.4496 3.1
4A 1 1 13.2
B1 0 0 0.2
1B 0.4348 0.433 13.5
2B 0.4444 0.4462 8.45
3B 0.4484 0.4496 3.1
4B 1 1 15.07
B2 0 0 0.25

Amostra Massa da amostra Volume gasto de Massa de amônia liberada por


fertilizante base N em g (M) H2SO4 em mL (Vg) massa de fertilizante utilizada,
mg/g
1 0.199249 11.45 15.32353989
2 0.20016 8.975 11.89048761
3 0.2005216 3.1 3.899829245
4 0.20355 14.135 18.58766888

Comparando os resultados obtidos para as amostras 1 e 2 é possível concluir


que o fertilizante com maior granulometria apresenta uma menor perda de
amônia para o ar. Quanto às amostras 2 e 3, podemos perceber que o
revestimento utilizado diminui consideravelmente a quantidade de amônia
liberada na atmosfera.
Entre os fertilizantes 1 e 4, podemos perceber que o sulfato de amônio libera
muito mais amônia para a atmosfera do que o fertilizante composto por ureia
granulada.

5. Referências bibliográficas

1.http://www.bndes.gov.br/SiteBNDES/export/sites/default/bndes_pt/Galerias/Arquivos/conh
ecimento/bnset/set2404.pdf Acessado no dia 25/07/13

2.Apostila aula prática.

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