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CULPABILIDADE
I – Conceito
Causalismo
Culpabilidade
Objetiva Subjetiva
Imputabilidade (pressuposto)
- Conduta; - Imputabilidade;
- Resultado naturalístico; - Dolo (normativo)
- Relação de causalidade; ou culpa
- Tipicidade.
Essa teoria surge nos idos de 1930, com o finalismo penal de Hans Welzel, e dele é
inseparável. Assim, tem-se que a adoção da teoria normativa pura da culpabilidade somente é
possível em um sistema finalista.
O dolo passa a ser natural, isto é, sem a consciência da ilicitude na culpabilidade. O dolo
vai para o fato típico, esta permanece onde estava.
Além disso, verifica-se que no sistema clássico a consciência da ilicitude era um aspecto
atual (devendo estar efetivamente presente no caso concreto), ao passo que no sistema da
teoria normativa pura, passa a ser potencial (bastando que o agente tivesse a possibilidade de
conhecer a ilicitude do fato praticado, usando o critério do homem médio).
Neokantismo
Culpabilidade
Objetiva Subjetiva
Culpabilidade
FINALISMO
Trata-se, entao, de uma questão puramente normativa; isto é, ate que ponto o agente
tem condições de entender a norma, de saber do que se trata.
Finalismo
Culpabilidade
Objetiva Subjetiva
Culpabilidade
Se o finalismo, na prática, chega a uma solução injusta, sua teoria não é suficiente.
Deve-se criar uma estrutura pautada em princípios, fundada a partir das finalidades da pena.
A teoria do crime não deve ser uma estrutura lógico real, e sim uma teoria criada pelos
homens.
Retira-se, assim, o elevado valor atribuído ao livre arbítrio do ser humano, e busca-se
vincular o conceito de culpabilidade ao fim de prevenção geral da pena, e também à política
criminal do Estado.
Acrescenta-se, assim, a imputação objetiva no âmbito da tipicidade. Quais são os riscos
que queremos permitir e proibir? Trata-se de valorações culturais.
A culpabilidade passa a ser então substituída por responsabilidade, que inclui a própria
culpabilidade e a necessidade preventiva de pena.
Funcionalismo
Culpabilidade
Objetiva Subjetiva
Culpabilidade
Culpabilidade
Tipicidade Ilicitude Responsabilidade
Necessidade
Seleção de condutas intoleráveis Conflito de interesses Concreta de Pena
Imputação objetiva
Imputabilidade
Psicológica
Dolo (normativo) ou
culpa
Imputabilidade
Normativa
ou Dolo (normativo) ou
Psicológico- culpa
normativa
Exigibilidade de
conduta diversa
Teorias sobre a
culpabilidade
Imputabilidade
Normativa
Potencial consciência
pura, extrema
da ilicitude
ou estrita
Exigibilidade de
conduta diversa
1.1 Conceito
1.2 Consequência
2.1 Conceito
2.2 Critério
2.3 Origem
No entanto, se a substância constitui droga ilícita, não incide o art. 28 do CP e sim o art.
45 da Lei 11.343/06 (Lei de Drogas).
26/04/2018
A embriaguez acidental – quanto à causa - (por caso fortuito ou forca maior) pode ser,
quanto ao efeito:
A) Completa (art. 28, §1º do CP) - que é aquela que priva inteiramente da capacidade de
entendimento ou autodeterminação).
B) Incompleta (art. 28, §2º do CP) – é aquela que reduz a capacidade do agente,
ocorrendo nas situações em que o agente não perde a totalidade do seu discernimento. Como
consequência, reduz a pena de 1/3 a 2/3. É, portanto, uma minorante (enquanto a
menoridade relativa é uma atenuante).
Observações:
A embriaguez preordenada constitui circunstância agravante (art. 61, inciso “l” do CP).
3.1 Conceito
É o caso, por exemplo, de uma pessoa que possui compulsão. Embora entenda o caráter
ilícito da conduta, ela não tem capacidade de se controlar.
Consequência
O desconhecimento da lei é inescusável, mas o erro sobre o caráter ilícito do fato isenta o réu
de pena, quando inevitável.
Observações:
03/05/2018
1. Conceito
2. Espécies
B) Erro mandamental
É o erro sobre a existência do dever de agir nos crimes omissivos próprios ou impróprios.
É o desconhecimento do dever de agir.
D) Erro de subsunção
O agente erra quanto ao enquadramento típico de sua conduta. Tal modalidade de erro
é irrelevante.
O erro sobre a excludente de ilicitude pode ser tanto um erro sobre os pressupostos fáticos
quanto um erro sobre a existência da culpabilidade ou, ainda, limites jurídicos. Toda
excludente de ilicitude impacta sobre a culpabilidade.
É erro de proibição indireto. Se for escusável, exclui a culpabilidade. Se for inescusável, reduz a
pena. Irá sempre impactar sobre o conhecimento da ilicitude, mas nunca sobre o tipo.
* Se for inevitável, excluirá o dolo, mas irá permitir a punição por culpa, se previsto em lei. De
acordo com esta teoria, a mãe que matou um filho não agiu com dolo de matar. Se seu erro foi
inevitável, sua conduta é atípica. Se evitável, irá então responder por homicídio culposo. A
culpa aqui prevista é a culpa imprópria.
* Se for erro de proibição indireto escusável, exclui a culpabilidade; se inevitável, irá reduzir a
pena.
O que muda de uma teoria para a outra é a questão do erro sobre o pressuposto fático.
Para a Teoria Extremada da Culpabilidade, Tanto o erro sobre os pressupostos fáticos quanto o
erro sobre a existência ou limites jurídicos excluem a culpabilidade (qualquer erro sobre a
excludente da ilicitude a exclui) – em todos os casos se entendia, portanto, que se achava fazer
algo lícito que era, na verdade, ilícito.
Já, para a teoria limitada, o erro sobre os pressupostos fáticos exclui o dolo. Somente no
caso de erro sobre a existência/ limites jurídicos há a exclusão da culpabilidade.
Afirma tal teoria que o erro de uma excludente de ilicitude pode se assemelhar a um
erro de tipo ou a um erro de proibição.
Necessário se faz, antes de começar a abordagem do tema sob análise, trazer a tona o
dispositivo legal referente às discriminantes putativas:
“Art. 20 (...)
§1º “É isento de pena quem, por erro plenamente justificado pelas circunstâncias, supõe
situação de fato que, se existisse, tornaria a ação legítima. Não há isenção de pena
quando o erro deriva de culpa e o fato é punível como crime culposo.”
O erro sobre as excludentes de ilicitude não exclui o dolo, mas exclui a culpabilidade. É a
culpa que está em reprovação (no exemplo, há a reprovação da atitude de a mãe matar o filho
culposamente). É teoria que se volta mais à consequência jurídica do que à dogmática. O crime
é doloso e é punido a título de culpa.
1. Conceito
É isento de pena quem pratica o injusto (fato típico e ilícito), submetendo-se a coação à
qual não podia resistir.
A coação física não possui previsão legal. A coação moral está prevista no art. 22 do CP:
Para o coagido, a coação pode ser irresistível (exclui a exigibilidade de conduta diversa,
exclui a culpabilidade e isenta o coagido de pena) ou resistível (a situação se converte em uma
atenuante – do art. 65).
O coator sempre responderá pelo crime praticado pelo coagido. Se a coação implicar
intenso sofrimento físico ou mental no coagido, irá o coator responder, além pelo crime
praticado, também pelo crime de tortura.
10/05/2018
Art. 22. “Se o fato é cometido sob coação irresistível ou em estrita obediência a ordem,
não manifestamente ilegal, de superior hierárquico, só é punível o autor da coação ou da
ordem”.
1. Conceito
2. Requisitos
É necessário que se tenha uma relação de hierarquia, isto é, uma relação de direito público.
Não se aplica para situação privada. Não há obediência hierárquica entre patrão e
empregado, padre e fiel, tio e sobrinho com temor reverencial. De rigor uma relação de direito
público.
É inexigível que aquele que recebe a ordem deva fiscalizar a legalidade, que é presumida.
Todavia, se a ilegalidade é evidente, não cabe a aplicação da obediência hierárquica.
A obediência hierárquica por seu turno, pressupõe que um funcionário, quando recebe a
ordem, pode pressupor a legalidade da ordem, salvo se for nítida a ilegalidade.
3. Consequência
Aonde mais se suscita (como tese defensiva) tal excludente é no caso dos crimes
previdenciários, quando há graves é incontornáveis dificuldades financeiras que impedem o
pagamento da contribuição.
Embora não seja previsto no Código Penal Brasileiro (1940) (e haja previsão expressa no
Código Penal Militar de 1969), a doutrina entende que pode ser reconhecido o estado de
necessidade exculpante como uma causa supralegal de exclusão da culpabilidade caso o bem
salvo seja inferior, mas seu sacrifício seja inexigível.
Conceito
É o excesso decorrente de reação normal (que seria adotada pelo homem médio) de
medo, surpresa ou paralisia.
Teorias Retributivas
(Absolutas) Positiva
Prevenção Geral Negativa
Teorias Teorias Preventivas Positiva
Legitimadoras (Relativas) Prevenção Especial Negativa
Finalidades
da Pena Teorias Ecléticas Aditivas
(Mistas) Dialéticas
Teorias Legitimadoras
Para a teoria absoluta, a pena desponta como a retribuição do Estado por um mal
injusto provocado pelo condenado, seja um crime ou contravenção (punnitur quia peccatum
est). Não possui finalidade prática, pois não se preocupa com a readaptação social do infrator
da lei penal. Pune-se simplesmente como retribuição à prática do ilícito.
O crime é a não ordem e a pena é o não crime. Assim, a pena restitui a ordem. É uma
ideia idealista, associada à retribuição.
Tem, como elementos centrais:
Vingança
A pena é a retaliação do mal causado pelo crime e, por isso, não exige proporcionalidade.
Expiação
A pena deve provocar um arrependimento moral pelo crime praticado. Tem-se a ideia
de pena como uma lição.
Kant se opunha às teorias preventivas, pois o homem não pode ser um meio para
alcançar qualquer outra finalidade (o homem é um fim em si mesmo – ideia da dignidade da
pessoa humana). Trazia já a ideia de que a prevenção geral não faz sentido; não faz sentido
punir alguém para obter algum outro efeito que não seja relativo a ela.
Para esta variante, a finalidade da pena consiste em prevenir. Isto é, evitar a prática de
novas infrações penais (punnitur ne peccetur). É irrelevante a imposição de castigo ao
condenado.
A pena deve, ao mesmo tempo, castigar o condenado pelo mal praticado e evitar a
prática de novos crimes, tanto em relação ao criminoso como no tocante à sociedade. É, em
síntese, a fusão das teorias anteriores. A pena passa a assumir um tríplice aspecto: retribuição,
prevenção geral e prevenção especial.
A teoria mista pode ser pode ser:
Aditiva
Pretende superar as falhas de cada uma das teorias, defendendo que a pena possui
todas aquelas finalidades.
Dialética (Roxin)
A pena apresenta múltiplas finalidades, mas com preponderância de uma em cada etapa
de sua concretização e em relação dialética – uma acaba virando o limite da outra.
O grande crítico das teorias aditivas é Roxin. Ele enxerga três fases:
No Brasil, prevalece que é adotada a Teoria Mista, como se depreende do art. 59,
“caput”, do Código Penal, segundo o qual a pena deve ser suficiente para a reprovação (no
sentido de retribuição) e prevenção do delito. É também chamada de Teoria da União Eclética,
Intermediária, Conciliatória ou Unitária.
Além disso, o art. 1º da LEP (Lei 7.210/84) consagra o princípio da ressocialização, dando
ênfase à finalidade preventiva da pena, em suas duas vertentes, geral e especial.
DOSIMETRIA DA PENA
I) Dados Fáticos
Elementares – são todos aqueles dados que compõem o tipo básico (previsto, via de
regra, no “caput” – ex: matar alguém);
Elementares (tipo)
Dados
Fáticos (I)
Legais – Agravantes e Atenuantes – Arts.
61/67 do CP; Causas de aumento e diminuição;
Circunstâncias (pena)
2. Entende que as qualificadoras e privilégios são meras circunstâncias, pois não trazem a
descrição da conduta típica. A posição que prevalece é esta, entendendo serem
circunstâncias e não elementar.
1) Qualificadora e privilégio
Observações:
Fixação da Pena-Base Circunstâncias Judiciais (art. O juiz não pode elevar a pena
59) acima do máximo previsto para o
Pena intermediária ou Agravantes e atenuantes tipo penal, nem diminuí-la abaixo
provisória (arts. 61 a 67) * do mínimo. * Posição doutrinária
Causas de aumento e de O juiz pode elevar ou diminuir a
Pena definitiva diminuição de pena pena além dos limites previstos
(majorantes e minorantes) no tipo penal.
* Súmula 231 do STJ – se propõe a estabelecer que a incidência de atenuante não pode
conduzir a pena abaixo do mínimo legal.
24/05/2018
1. Limites
2. Circunstâncias
Podem ser
Cada circunstância não possui um valor determinado; o juiz é livre para fazer esta
valoração.
3. Antecedentes
B) Condenações anteriores
F) Contravenções penais – ainda que não gerem reincidência, geram maus antecedentes.
G) Atos infracionais – não geram nem reincidência e nem maus antecedentes. O STJ
entendeu que, havendo a pratica de atos infracionais, admite-se considerar que o acusado
se dedica a atividades criminosas.
Há, nesse aspecto, divergência nos Tribunais Superiores. Para o STF, o período
depurador se estende aos maus antecedentes. O STJ, por sua vez, pacificou o entendimento de
que o período depurador não se aplica aos maus antecedentes, podendo durar para sempre
como maus antecedentes.
1) Limites
Nesta 2ª fase da dosimetria, a pena não pode ficar abaixo do mínimo ou acima do
máximo.
Obs.: Súmula 231 do STJ – a incidência de circunstância atenuante não pode reduzir a
pena abaixo do mínimo legal (origem no sistema bifásico, de Roberto Lyra).
2) Circunstâncias
O seu limite mínimo deverá ser observado pelo juiz no caso concreto, uma vez que a lei
não estabelece o “quantum”.
4) Atenuante inominada – o juiz pode utilizar como circunstância atenuante fato anterior ou
posterior ao crime, ainda que não previsto em lei.
Cumpre destacar:
a) É reincidente quem pratica um novo crime após transitar em julgado sentença que o
condenou no Brasil ou no exterior por crime anterior.
b) Contravenção
Dispõe o Código Penal que é reincidente aquele que pratica novo crime depois da
sentença transitada em julgado por um novo crime.
Crime político
Segue em âmbito federal, tendo como recurso cabível o ROC (não cabe apelação contra
a sentença que condenar a crime político).
Os impróprios são aqueles que, embora praticados na esfera militar, possuem previsão
no Código Penal Comum. Nestes casos, portanto, é possível a reincidência, mesmo que a
condenação do réu ocorra em âmbito militar.
d) Período depurador
28/05/2018
Maus Antecedentes
Súmula 444 do STJ: é vedada a utilização de inquéritos policiais e ações penais em curso
para agravar a pena-base.
O crime em julgamento, para fins de maus antecedentes, não pode ter ocorrido
anteriormente ao crime que irá gerar os maus antecedentes. O crime que se julga tem que ser
posterior ao crime antecedente.
Para fins de reincidência, o crime sob julgamento deve ser posterior ao trânsito em
julgado da condenação pelo crime antecedente. Reincidência é, portanto, um crime seguido de
um trânsito em julgado.
Sentença com TJ
Sentença com TJ
Para os maus antecedentes, o novo crime tem que ser posterior, ao passo que, para a
reincidência, o crime que se julga deve ser posterior ao trânsito em julgado.
A condenação que gera a reincidência não pode servir para gerar maus antecedentes (bis in
idem).
Reincidência;
Personalidade do agente – é o perfil subjetivo do réu, nos aspectos moral é psicológico,
pelo qual se analisa se tem ou não o caráter voltado à prática de infrações penais;
Motivos do crime – são os fatores psíquicos que levam a pessoa a praticar o crime ou
contravenção. Só cabe quando a motivação não caracterizar elementar do crime,
qualificadora, causa de diminuição ou de aumento de pena, ou atenuante ou agravante
genérica.
Observações:
1) Limites
Na 3ª fase da dosimetria, a pena pode ficar abaixo do mínimo ou acima do máximo (uma
vez que o legislador aponta os limites de diminuição e/ou de aumento).
2) Circunstâncias
Art. 68, p. ú.: “No concurso de causas de aumento ou de diminuição previstas na parte
especial, pode o juiz limitar-se a um só aumento ou a uma só diminuição, prevalecendo,
todavia, a causa que mais aumente ou diminua”.
Caso o juiz queira cumular várias causas de aumento da Parte Especial, ele deverá
expressamente motivar.
CONCURSO DE CRIMES
1. Conceito
É o instituto que se verifica quando o agente, mediante uma ou várias condutas, pratica
duas ou mais infrações penais.
É possível que haja a unidade ou a pluralidade de condutas. Todavia, sempre serão
cometidas duas ou mais infrações penais.
2. Espécies
(I) Cúmulo material – é adotado para o concurso material e para o concurso formal
imperfeito (ou impróprio).
(II) Cúmulo jurídico;
(III) Exasperação – é adotada pelo concurso formal perfeito
(IV) Absorção.
Aplica-se ao réu a soma das penas de cada um dos crimes pelos quais foi condenado. Foi
esse o sistema adotado quanto ao concurso material (art. 69 do CP), concurso formal
imperfeito ou impróprio (arts. 70, caput, 2ª parte do CP), e também ao concurso de penas e
multa (art. 72 do CP).
A pena total deve ser superior à de cada um dos delitos, mas afastando-se a simples
adição aritmética.
(III) Exasperação
Aplica-se a pena do crime mais grave praticado pelo agente, aumentada de determinado
percentual. É o sistema acolhido em relação ao concurso formal próprio ou perfeito (art. 70,
“caput”, 1ª parte) e ao crime continuado (Art. 71)
(IV) Absorção
A pena mais grave absorve a pena mais leve. Aplica-se exclusivamente a pena da
infração penal mais grave, dentre as diversas praticadas pelo agente, sem qualquer aumento.
Também não é adotada no Brasil – significaria deixar um crime sem pena, o que não é
admitido pelo principio da iderrogabilidade. Exceção – crimes falimentares (embora não haja
jurisprudência consolidada a respeito).
4. Espécies de Concurso
Observações:
Se houver concurso entre penas de reclusão e penas de detenção, a pena de reclusão deve
ser cumprida primeiro (para fins de contagem de prazo prescricional).
A pena mais alta (mais grave) quando concorrerem duas penas de reclusão, deve ser
cumprida em primeiro lugar, para fins de prescrição.
Se, para um dos crimes foi aplicada pena privativa de liberdade não suspensa (que não
tenha sido objeto de “sursis”), em relação ao outro não pode ser aplicada pena restritiva
de direitos (Ex: se a pessoa praticou o crime de ameaça do art. 147, sujeita a pena privativa
de liberdade – pena de 1 ano – , e o crime de violação de domicílio do art. 150 – pena de 1
ano – , não se admite que cumpra em primeiro lugar o crime de ameaça, que não admite
“sursis” por ter violência, para que então seja concedido o livramento condicional para o
crime de violação de domicílio).
A) Conceito
B) Espécies
Homogêneo/heterogêneo
C) Dosimetria
Exemplos:
Se, culposamente, há o cometimento de crimes, com resultados culposos, o concurso é
formal próprio.
Se há o antecedente doloso e culpa no consequente (crime preterdoloso) – há o
concurso formal próprio.
Se há “aberratio ictus” com resultado complexo (ex: atira-se em uma pessoa e causa a
sua morte e lesão corporal grave de um transeunte), é concurso formal próprio.
Art. 71. Quando o agente, mediante mais de uma ação ou omissão, pratica dois ou mais
crimes da mesma espécie e, pelas condições de tempo, lugar, maneira de execução e outras
semelhantes, devem os subseqüentes ser havidos como continuação do primeiro, aplica-se-lhe
a pena de um só dos crimes, se idênticas, ou a mais grave, se diversas, aumentada, em
qualquer caso, de um sexto a dois terços.
Parágrafo único. Nos crimes dolosos, contra vítimas diferentes, cometidos com violência
ou grave ameaça à pessoa, poderá o juiz, considerando a culpabilidade, os antecedentes, a
conduta social e a personalidade do agente, bem como os motivos e as circunstâncias,
aumentar a pena de um só dos crimes, se idênticas, ou a mais grave, se diversas, até o triplo,
observadas as regras do parágrafo único do art. 70 e do art. 75 deste Código.
1. Conceito
2. Requisitos
Observação:
Há duas teorias no que diz respeito à necessidade de o crime continuado ser praticado
pelo agente com unidade de desígnio.
Teoria objetivo-subjetiva ou mista: é a adotada pela jurisprudência pacífica do STF
e STJ. não basta a presença dos requisitos objetivos do art. 71, “caput”. Para a
teoria mista, exige-se, além dos requisitos objetivos, o requisito subjetivo
consistente na unidade de desígnios ou no plano único do autor, ou seja, é preciso
que todas as condutas façam parte de um único plano previamente concebido.
Teoria objetiva pura ou puramente objetiva: No que tange aos crimes continuados,
a doutrina brasileira, em sua esmagadora maioria, entende que o Código Penal
adota a teoria objetiva, que dispõe que somente se exige, para a continuidade
delitiva, os requisitos objetivos previstos no art. 71, “caput”do CP, quais sejam
identidade do crime, tempo, espaço e execução.
3. Dosimetria
Da mesma forma que o concurso formal, a dosimetria do crime continuado é feita por
exasperação: aplica-se a pena do crime mais grave, elevada de 1/6 a 2/3, a depender do
número de crimes.
No art. 71, o Código Penal apresenta três espécies de crime continuado: simples (aquele
em que as penas dos delitos são idênticas), qualificado (quando as penas dos crimes são
diferentes; ex: furto simples e tentado); e específico (previsto no p.ú do art. 71, que se verifica
nos crimes dolosos, cometidos com violência ou grave ameaça à pessoa).
Observação:
Concurso material benéfico – a pena do crime continuado não pode exceder o que seria
resultante do concurso material.
Art. 72. “No concurso de crimes, as penas de multa são aplicadas distinta e integralmente”
O teor da Súmula é no sentido de que a lei penal mais grave aplica-se ao crime
permanente ou ao crime continuado, se a sua vigência é anterior à cessação da continuidade
ou permanência. Isto é, desde que tenha entrado em vigor a nova lei antes de cessada a
continuidade ou a permanência.
A súmula é uma consagração do art. 119 do CP, que, destacando a prescrição como uma
das formas de extinção da punibilidade, dispõe: “No caso de concurso de crimes, a extinção da
punibilidade incidirá sobre a pena de cada um, isoladamente”.
Não se admite o “sursis” processual quando a soma das penas mínimas (concurso
material) ou a soma da pena mínima do crime mais grave ao aumento mínimo de 1/6
(exasperação do concurso formal ou material) resultar pena maior do que um ano.
Significa dizer que o concurso de crimes é considerado para que se avalie a possiblidade
de sursis processual.
REGIME INICIAL
Obs. 1: Súmula 269 do STJ - O condenado reincidente cuja pena seja menor ou igual a quatro
anos poderá começar a cumprí-la em regime semi-aberto desde que as circunstâncias judiciais
(art. 59) sejam favoráveis.
O direito penal brasileiro admite três espécies de penas privativas de liberdade: reclusão
e detenção, relativas a crimes (art. 33, “caput”, do CP) e prisão simples, inerente às
contravenções penais (LCP, art. 5º, I).
Reclusão: A pena de reclusão pode começar a ser cumprida nos regimes fechado, semi-
aberto ou aberto.
Detenção: A pena de detenção não pode começar a ser cumprida no regime fechado. Pode
vir a ser cumprida em regime fechado em virtude de regressão.
Prisão simples: É a pena das contravenções penais. Nunca pode ser cumprida em regime
fechado, mesmo em virtude de regressão.
Obs. 3: Lei de Crimes hediondos e Regime Inicial – a Lei dos Crimes Hediondos prevê que o
regime inicial será fechado, mas tal previsão já foi declarada inconstitucional pelo STF. Os
crimes hediondos e equiparados seguem a mesma dinâmica do art. 33, §2º do CP.
Caso da Lei de Tortura – prevê que o regime inicial de cumprimento é fechado (crime
equiparado a hediondo).
O crime de tortura possui pena máxima de 08 anos, sendo-lhe aplicável o regime semi-
aberto, pela disposição da lei. O STF, entretanto, nessa ocasião, entendeu que a previsão de
regime inicial fechado contida na Lei de Tortura é constitucional (Caso julgado pelo Min. Marco
Aurélio, no STF, em 2016).
2. Critério Subjetivo
Observações:
Súmula 719 do STF – A imposição de regime mais severo do que o permitido pela pena
aplicada exige motivação idônea.
Súmula 718 do STF – A mera opinião do julgador sobre a gravidade “in abstrato” do crime
não é motivação idônea para a imposição de regime mais severo do que o permitido pela
pena aplicada.
Súmula 440 do STJ – Aplicada a pena base no mínimo, é vedado ao juiz impor regime mais
severo do que o permitido segundo a pena aplicada em virtude da gravidade abstrata do
crime.
A) Natureza
As penas restritivas de direitos previstas no Código Penal são autônomas e substituem a
pena privativa de liberdade se preenchidos os requisitos.
Podem as penas restritivas serem autônomas ou substitutivas. Ex: Lei de Drogas – Art.
28 – Penas restritivas de direitos que não são substitutivas – configura uma exceção ao Código
Penal.
Art. 44. As penas restritivas de direitos são autônomas e substituem as privativas de liberdade,
quando:
I - aplicada pena privativa de liberdade não superior a quatro anos e o crime não for cometido
com violência ou grave ameaça à pessoa ou, qualquer que seja a pena aplicada, se o crime for
culposo;
§ 2º - Na condenação igual ou inferior a um ano, a substituição pode ser feita por multa ou por
uma pena restritiva de direitos; se superior a um ano, a pena privativa de liberdade pode ser
substituída por uma pena restritiva de direitos e multa ou por duas restritivas de direitos.
§ 3º - Se o condenado for reincidente, o juiz poderá aplicar a substituição, desde que, em face
de condenação anterior, a medida seja socialmente recomendável e a reincidência não se
tenha operado em virtude da prática do mesmo crime.
O que não se admite, para fins de substituição da pena, é o reincidente específico (em virtude
do mesmo crime).
§ 4º - A pena restritiva de direitos converte-se em privativa de liberdade quando ocorrer o
descumprimento injustificado da restrição imposta. No cálculo da pena privativa de liberdade a
executar será deduzido o tempo cumprido da pena restritiva de direitos, respeitado o saldo
mínimo de trinta dias de detenção ou reclusão.
*** Obs. 3: Perda de bens e valores – é a perda em favor do Estado do patrimônio do apenado
no limite máximo do lucro obtido com o crime ou prejuízo por ele causado.
D) Formas
A LEP, em seu art. 51, equipara o descumprimento injustificado ao: (i) descumprimento;
(ii) retardamento no início da prestação; (iii) violação do art. 39, II (tratar com respeito os
servidores com quem deva relacionar-se) e V (execução do trabalho, das tarefas e das ordens
recebidas) da LEP.
O dispositivo legal fala em conversão, mas deve ser lido como reconversão. A pena
restritiva de liberdade foi convertida em restritiva de direitos, mas, por força do
descumprimento injustificado da restrição imposta, reconverte-se ao estado original.
B) Condenação a pena privativa de liberdade incompatível com a restrição anterior (art. 44,
§5º do CP)
Art. 44, §5º do CP: “Sobrevindo condenação a pena privativa de liberdade, por outro
crime, o juiz da execução penal decidirá sobre a conversão, podendo deixar de aplicá-la se for
possível ao condenado cumprir a pena substitutiva anterior”.
Se, por outro lado, for possível o cumprimento conjunto de ambas as penas, o juiz pode
manter a pena restritiva de direitos.
Atenção: a letra da lei não exige uma “condenação definitiva”. Mas, na prática, o juiz da
execução só tomará conhecimento da condenação com uma guia de recolhimento, isto é,
apenas quando o condenado vai ser efetivamente preso. A guia de recolhimento pode ser
provisória, ou seja, no momento em que o condenado interpôs recurso.
Embora a lei preveja condenação a pena privativa de liberdade, não ocorre a conversão
no momento da condenação. Esta se dá somente quando a pessoa efetivamente está presa ou
vai ser presa. O juiz da execução não sabe que a pessoa foi condenada e que ainda não está a
cumprir pena. Assim, a manifestação do juiz da execução se dá somente quando se entra uma
guia dispondo sobre o início efetivo do cumprimento da pena.
Se for condenação a pena privativa de liberdade que seja suspensa por sursis, não será
hipótese de conversão.
OBS.: Prisão Cautelar/ Prisão Provisória e o cabimento da conversão
A prescrição executória, nesse caso, ficaria suspensa enquanto o réu estiver preso por
outro crime.
2) Consequência
Deve, no entanto, ser respeitado o prazo mínimo de 30 dias (para o cumprimento da pena
privativa de liberdade).
PENA DE MULTA
A) Quantidade de dias-multa
A quantidade de dias multa vai de 10 a 360 dias multa. Há uma grande discussão sobre
qual é o parâmetro para se determinar a quantidade de dias-multa. A maioria da doutrina
entende que o parâmetro da situação econômica do réu é o mesmo que para a fixação da
pena privativa de liberdade. Há, ainda, uma pequena divergência: uma parte considera que o
critério em questão deve se dar de acordo com o art. 59 do CP (como se se estivesse aplicando
a 1ª fase da pena privativa de liberdade)
É variável, sendo fixado entre 1/30 a 5x o salário mínimo vigente na data do fato
(nacional, por ser a lei penal federal). O critério principal é a situação econômica do réu.
C) Modalidades de multa:
A Súmula só faz menção à Lei Especial. Se não for o caso de lei especial, não é aplicável
a súmula, sendo cabível a conversão de pena privativa por multa mesmo que já
cominada pena de multa no tipo penal.
I) Sistemas
1. Sistema Franco-Belga
2. Sistema Inglês
O Sistema Inglês começou a defender a suspensão condicional do processo.
No Brasil:
11/06/2018
Saber distinguir:
PRD vs SURSIR
Progressão vs Livramento
II) Conceito
III) Aplicação
Art. 157 da LEP: “O juiz ou tribunal, na sentença que aplicar a pena privativa de liberdade, [...],
deverá pronunciar-se, motivadamente, sobre a suspensão condicional, quer a conceda, quer a
denegue”.
III) Requisitos
A pena deve ser privativa de liberdade, isto é, reclusão ou detenção. Como determina o
art. 80 do CP, o sursis não se estende às penas restritivas de direitos e nem à multa.
A Súmula 536 do STJ, recente, proíbe o sursis processual, mas não veda o sursis penal
(suspensão condicional da execução da pena privativa de liberdade).
B) Subjetivos
O primeiro deles é o de não ser reincidente em crime doloso (reincidente doloso,
genérico ou não), na forma do art. 77, I, do CP (ao contrário do requisito para conversão em
PRD, que exige que não seja reincidente específico).
O terceiro e último requisito é o de que não seja cabível a substituição prevista no art.
44 do CP (art. 77, III, do CP).
Observações:
Sursis Especial – O “sursis” especial exige, ainda, a reparação do dano, salvo impossibilidade de
fazê-lo, devendo ser as circunstâncias do art. 59 do CP inteiramente favoráveis.
Sursis etário ou humanitário – O “sursis” humanitário pode ser concedido para pena aplicada
igual ou menor que 4 anos, desde que o condenado seja maior de 70 na data da sentença ou
acórdão (“sursis etário”) ou que haja razões de saúde que justifiquem a concessão (“sursis
humanitário ou profilático”).
O período de prova, na regra geral do Código Penal, varia de 2 a 4 anos (art. 77, “caput”,
do CP), sendo a condenação igual ou inferior a 2 anos. No caso de “sursis” etário, o período de
prova é de 4 a 6 anos, desde que a condenação seja superior a 2 e inferior a 4 anos.
V) Condições
A) Obrigatória
É a revogação decorrente de lei; é dever do juiz decretá-la, não havendo margem para
discricionariedade em decidir manter ou não a suspensão.
Ocorre se:
(III) Não reparar o dano ou não pagar a multa, quando solvente (Art. 81, II, do CP – frusta,
embora solvente, a execução da pena de multa ou não efetua, sem motivo justificado, a
reparação do dano).
B) Facultativa
É a que permite ao juiz a liberdade de revogar ou não o benefício. Art. 81, §1º do CP: “A
suspensão poderá ser revogada se o condenado descumpre qualquer outra condição imposta
ou é irrecorrivelmente condenado, por crime culposo ou por contravenção, a pena privativa de
liberdade ou restritiva de direitos”.
(II) Descumprimento de qualquer outra condição imposta. Trata-se das condições previstas
nos arts. 78, §2º, “a”, “b” e “c”, e 79, isto é, a proibição de frequentar determinados
lugares e de se ausentar da comarca em que reside sem autorização do juízo;
comparecimento pessoal e obrigatório, mensalmente, para informar e justificar suas
atividades, além das judiciais, desde que adequadas ao fato e à situação pessoal do
condenado.
1. O beneficiário está sendo processado por outro crime ou contravenção (art. 81, §2º do
CP). Nesse caso, considera-se prorrogado o prazo da suspensão até o julgamento
definitivo. É, portanto, automática a prorrogação, e independe de decisão judicial
expressa nesse sentido.
2. Nas hipóteses de revogação facultativa – art. 81, §3º do CP.
Observações finais:
PROGRESSÃO DE REGIME
I) Conceito
II) Requisitos
A) Objetivos
Crimes comuns - O requisito objetivo é o cumprimento de, ao menos, 1/6 da pena no
regime anterior.
B) Subjetivos
Observações:
A pena unificada para atender ao limite de trinta anos não serve como base para o
cálculo da progressão de regime e do livramento condicional.
4. Data-base
REGRESSÃO DE REGIME
I – Conceito
É a transferência do condenado para regime prisional mais severo do que aquele em
que se encontra. É o que se dá, exemplificativamente, quando o preso estava no regime
semiaberto e vai para o fechado.
A) Prática de fato definido como crime doloso ou falta grave – art. 118, I
A relação de faltas graves inerentes à pena privativa de liberdade está prevista no art. 50,
“caput”, da LEP, em rol taxativo, incompatível com a interpretação extensiva:
Art. 50. “Comete falta grave o condenado à pena privativa de liberdade que:
I - incitar ou participar de movimento para subverter a ordem ou a disciplina;
II - fugir;
III - possuir, indevidamente, instrumento capaz de ofender a integridade física de outrem;
IV - provocar acidente de trabalho;
V - descumprir, no regime aberto, as condições impostas;
VI - inobservar os deveres previstos nos incisos II e V, do artigo 39, desta Lei.
VII - tiver em sua posse, utilizar ou fornecer aparelho telefônico, de rádio ou similar, que
permita a comunicação com outros presos ou com o ambiente externo.
Parágrafo único. O disposto neste artigo aplica-se, no que couber, ao preso provisório”.
Súmula 534 do STJ: “O cometimento de falta grave interrompe o prazo para a concessão
de progressão de regime”.
LIVRAMENTO CONDICIONAL
I) Conceito
Livramento condicional é o benefício que permite ao condenado à pena privativa de liberdade
superior a 2 (dois) anos a liberdade antecipada, condicional e precária, desde que cumprida
parte da reprimenda imposta e sejam observados os demais requisitos legais.
II) Requisitos
1. Espécie da pena –
2. Quantidade da pena –
3. Parcela da pena já cumprida
Observações
1. Súmula 715 do STJ – A pena unificada para atender ao limite de trinta anos de
cumprimento, determinado pelo art. 75 do Código Penal, não é considerada para a
concessão de outros benefícios, como o livramento condicional ou regime mais favorável
de execução.
2. Súmula 439 do STJ - Admite-se o exame criminológico pelas peculiaridades do caso, desde
que em decisão motivada.
3. Súmula 441 do STJ – o cometimento de falta grave não interrompe o prazo de contagem.
Vale destacar que, segundo a Súmula 535 do STJ, também não interrompe o prazo para o
indulto. Ou seja, só interrompe para a progressão.
14/06/2018
Art. 86. “Revoga-se o livramento, se o liberado vem a ser condenado a pena privativa de
liberdade, em sentença irrecorrível:
I - por crime cometido durante a vigência do benefício;
II - por crime anterior, observado o disposto no art. 84 deste Código”.
- Condenação definitiva;
- Por crime;
- A pena privativa de liberdade.
Efeitos da revogação
Art. 88. Revogado o livramento, não poderá ser novamente concedido, e, salvo quando a
revogação resulta de condenação por outro crime anterior àquele benefício, não se desconta
na pena o tempo em que esteve solto o condenado.
A primeira hipótese de revogação, tida como obrigatória, ocorre em virtude de ter o agente
cometido novo crime após ter sido colocado em liberdade, quando já havia iniciado o
cumprimento das condições aplicadas ao livramento condicional. A prática de novo crime
demonstra a inaptidão para cumprir o restante da pena anterior em liberdade, devendo, assim,
ser revogado o benefício, somando-se as penas, anterior e posterior, para efeitos de novo
cumprimento.
Como penalidade por ter praticado crime após o início do livramento, o liberado perderá todo
o tempo em que permaneceu livre.
2. Facultativa
Prática de novo crime durante o livramento não revoga; o que revoga é a condenação
transitada em julgado. No sursis, o parâmetro é o crime, e no livramento o parâmetro é a pena.
Consequência da Revogação
Prorrogação
Não pode ser declarada a extinção da punibilidade enquanto o apenado responde a processo
por crime praticado durante o livramento condicional.
MEDIDAS DE SEGURANÇA
1. Introdução
2. Prescrição
Art. 96, p. ú., do CP: “Extinta a punibilidade, não se impõe medida de segurança nem subsiste a
que tenha sido imposta”.
A) PPP
B) PPE
Deve ser calculada pelo máximo de medida de segurança.
Podemos considerar, assim, que as medidas de segurança podem ser detentivas (internação)
ou restritivas (tratamento ambulatorial).
A Lei 10.216/2001 (Lei Antimanicomial) dispõe sobre a proteção e os direitos das pessoas
portadoras de transtornos mentais, redirecionando o modelo assistencial em saúde mental.
4. Prazo
A medida de segurança, como uma providência judicial curativa, não tem prazo certo de
duração, persistindo enquanto houver necessidade do tratamento destinado à cura ou à
manutenção da saúde mental do inimputável.
A posição do STF, por ser menos benéfica, acaba sendo preterida em detrimento da
posição do STJ, mais favorável ao réu.
Terminado o prazo mínimo, o agente será submetido a exame de cessação, que será
repetido anualmente.
Temos, na forma do art. 97, §3º, do CP, que a desinternação ou a liberação será sempre
medida condicional, uma vez que se o agente, antes de decorrido o prazo de 1 ano, vier a
praticar o fato indicativo de persistência de periculosidade, a medida de segurança poderá ser
reestabelecida.
A medida de segurança provisória não é admitida, pois só pode ser executada depois do
trânsito em julgado. No entanto, se durante o processo for constatada a inimputabilidade do
agente e houver necessidade cautelar, é admitida a internação provisória, que posteriormente
será objeto de detração.
Pena – É uma espécie de sanção penal que tem por fundamento a culpabilidade.
Tem finalidade retributiva e preventiva.
Medida de segurança – É uma espécie de sanção penal que tem por fundamento a
periculosidade. Tem finalidade exclusivamente preventiva (especial positiva). A
pessoa que é perigosa não precisa da finalidade retributiva; não tem sentido ser
submetida a retaliação, intimidação.
Observações
EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE
1. Exclusão da Tipicidade
Ofensividade (ou lesividade)
Insignificância
Adequação Social
Legítima defesa
Estado de necessidade
Exercício regular de direito
Estrito cumprimento de dever legal
Menoridade
Embriaguez
Doença
Erro de Proibição
Coação
Obediência
Morte do Agente;
Abolitio criminis;
Anistia/Graça/Indulto;
Retratação
Renúncia/Perdão;
Perempção/Decadência/Prescrição;
Perdão Judicial.
Decisão baseada em documentos falsos (certidão de óbito falsa, por ex.). É possível a
revogação da decisão que extingue a punibilidade pela morte do agente, dada com
base em documentação falsa? Prevalece que mesmo depois de transitada em julgado,
pode ser revogada, pois tal decisão não produz nenhum efeito jurídico e nem faz coisa
julgada.
A revogação formal de um artigo não implica na abolição da conduta. A isso dá-se o nome de
continuidade normativo-típica.
Crime de roubo: Segundo o STJ (informativo 626 do STJ), a Lei 13.654/18 provocou a abolitio
criminis da majorante do emprego de arma branca no crime de roubo.
4.3 Anistia/Graça/Indulto
- Hediondos
- Anistia – é dada por meio de Lei. Pode ser revogada a Lei da Anistia? Não se admite a
revogação da Lei. É o Congresso Nacional o responsável pela anistia.
A anistia, assim como a abolitio, elimina todos os efeitos penais primários (cumprimento da
pena) e secundários (reincidência, maus antecedentes, revogação do sursis) da condenação.
Não atinge os efeitos extrapenais ou administrativos.
Viu-se que a falta grave na execução penal interrompe o prazo para a progressão e não
interrompe o prazo para o livramento.
Nos termos da Súmula, temos que a prática de falta grave não interrompe o prazo para
a obtenção de indulto. Não interrompe a contagem do prazo, podendo somente se ter um
óbice no tocante ao requisito subjetivo.
4.4 Retratação
Os crimes que admitem retratação são os crimes de calúnia, difamação e falso testemunho e
falsa perícia. A retratação para os crimes de calunia e difamação é admitida até o momento da
sentença. Já nos crimes de falso testemunho e falsa perícia, é admitida até a sentença no
processo em que o falso foi prestado (não no processo ajuizado por falso testemunho).