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Semana de Aula 3
Caso Concreto 1
RESPOSTA: A fonte aplicável ao litígio apresentado entre Portugal e Índia, para dar-lhe
solução, segundo entendimento da Corte Internacional de Justiça é o costume regional.
RESPOSTA: Ela é definida como costume regional, também denominado de local, que diz
respeito a pedido de permissão para transposição territorial, o qual tem sido
reconhecido pela jurisprudência e doutrina internacionais, a exemplo do caso em tela
sobre direito de passagem entre Portugal e Índia, julgado na CIJ em 1960, no qual se
reconheceu, também, a possibilidade de estabelecimento de costume em sentido
contrário em razão da desobediência recíproca a costumes preestabelecidos (costumes
"contra legem").
Os costumes apresentam essencialmente dois elementos. O elemento material (ou
objetivo) que se constitui na repetição de atos, também chamados precedentes; e o
elemento psicológico (ou subjetivo), identificado pela expressão latina opinio juris sive
necessitatis. O primeiro elemento pode ser analisado em várias dimensões (tempo de
repetição do ato; número de Estado que o praticam etc). Aqui convém perceber que o
ato costumeiro é praticado por dois Estados: Índia e Portugal, ainda que o primeiro
tenha estado sob o jugo colonial da Grã-Bretanha. Dessa forma identifica-se a
localidade do precedente, de modo tal a sustentar a existência de um Costume
Internacional local (e não de caráter geral), caso entenda-se que contemporaneamente
exista também o elemento subjetivo. Este representa a idéia de necessidade,
obrigatoriedade e consentimento entre os Estados praticantes dos precedentes. No
caso citado, a prática adotada pelos Estados leva a crer que existe um costume
internacional local. Entretanto o direito de passagem deve se limitar ao trânsito de
mercadorias e indivíduos civis e não de forças armadas, polícia militarizada, armas e
munições.
Caso concreto 2
Analise o texto abaixo retirado do voto de A.A. Cançado Trindade, proferido na Corte
Interamericana de Direito Humanos no caso da Comunidade Indígena Sawhoyamaxa versus
Paraguay:
“...No universo do Direito Internacional dos Direitos Humanos, é o indivíduo quem alega ter
seus direitos violados, quem alega sofrer os danos, quem tem que cumprir com o requisito do
prévio esgotamento dos recursos internos, quem participa ativamente da eventual solução
amistosa, e quem é o beneficiário (ele ou seus familiares) de eventuais reparações e
indenizações.
RESPOSTA:
Esses autores distinguem a personalidade jurídica da capacidade de agir, que diz respeito à
realização de atos válidos no plano jurídico internacional. Assim, para eles é perfeitamente
possível a existência de sujeitos de direito internacional incapazes, à semelhança do que
ocorre com as crianças no direito interno, que, apesar de serem sujeitos de direito, não
possuem capacidade de exercê-los, devendo ser representadas por alguém capaz. Essa
corrente doutrinária considera o ser humano e as empresas transnacionais como sujeitos de
direito internacional público.
A segunda corrente, cujo principal expoente brasileiro é Francisco Rezek, entende que, para
que alguém possa ser qualificado como pessoa internacional, é necessário que lhe seja
outorgada a capacidade de agir no plano internacional, possuindo, no mínimo, prerrogativa de
reclamar nos foros internacionais a garantia de seus direitos. Para esses autores, são sujeitos
de direito apenas os Estados soberanos (aos quais se equipara, por razões singulares, a Santa
Sé1) e as organizações internacionais.
Existem outros autores ainda que enfrentam esta problemática de uma forma diferenciada,
aceitando o indivíduo com um sujeito secundário de direito internacional. Por fim, existem os
que aceitam o indivíduo apenas como objeto do Direito internacional, como Sereni e Quadri.
A maioria dos autores entende que o indivíduo pode ser sujeito de Direito Internacional,
principalmente em decorrência da tendência ao monismo deste ramo do direito. Assim, se
aceita que, em tese, o indivíduo possa ter subjetividade jurídico-internacional, apenas
dependendo da forma de como as normas deste ordenamento jurídico o contemple. Ou seja,
se destas normas se puder retirar os requisitos de um sujeito de direito, tais como
possibilidade de atuação ou mesmo responsabilização do indivíduo, diretamente pela ordem
internacional, pode ser que o indivíduo seja considerado um sujeito de Direito Internacional.
QUESTÃO OBEJTIVA