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Enquanto os Padres da Igreja viram até mesmo elementos no Antigo Santíssima Trindade, retratado por
Testamento, como o aparecimento de três homens a Abraão no capítulo 18 Szymon Czechowicz (1756–1758)
do Livro de Gênesis, como prenúncios da Trindade, foi no Novo
Testamento que eles viram uma base para desenvolver o conceito da
Trindade. O mais influente dos textos do Novo Testamento, visto como
implicador do ensino da doutrina da Trindade foi Mateus 28:19, que
manda batizar "em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo". Reflexão,
proclamação e diálogo levaram à formulação de uma doutrina adaptada
para corresponder aos dados da Bíblia. O esquema mais simples da
doutrina foi elaborado em grande parte no século IV, rejeitando o que foi
considerado não ser consonante com a crença cristã em geral. Além disso,
essa elaboração continuou nos séculos seguintes.[11]
A palavra Trindade não está contida na escritura,[12] nem há uma doutrina "Escudo da Trindade" ou diagrama
expressamente formulada da Trindade. Pelo contrário, de acordo com a tradicional Scutum Fidei do
teologia cristã, as escrituras "testemunham" a atividade de um Deus que simbolismo medieval cristão
pode ser entendido apenas em termos trinitários.[13] A doutrina não ocidental, desde o século XII.
atingiu sua forma definitiva até o final do quarto século.[14] Durante o
período várias soluções tentativas foram propostas, algumas mais e outras menos satisfatórias.[15] O Trinitarianismo
contrasta com as posições antitrinitárias, que incluem o binitarianismo (uma deidade em duas pessoas, ou duas
deidades), com o unitarismo (uma deidade em uma pessoa, análogo à interpretação Judia da Shema e à crença
muçulmana no Tawhid) e com o pentecostalismo unitarista ou sabelianismo (uma deidade manifestada em três
aspectos separados).[16][17][18]
Índice
Fundamentos bíblicos
O desenvolvimento do dogma
Do kerigma aos símbolos de fé
Os símbolos de fé
Investigação e conclusão teológica de Santo Agostinho
Operações e funções das pessoas da trindade
Prosopon e hypostasis
Iavé e o enviado, o redentor, se fundem
Unidade composta
Pluralidade em Elohim
Plural Adonai
Críticas à doutrina da Trindade
Ver também
Notas
Referências
Bibliografia complementar
Fundamentos bíblicos
A doutrina trinitária professa que o conceito da existência de um só Deus,
onipotente, onisciente e onipresente, revelado em três pessoas distintas,
pode-se depreender de muitos trechos da Bíblia. Um dos exemplos mais
referidos é o relato sobre o batismo de Jesus, em que as chamadas "três
pessoas da Trindade" se fazem presentes, com a descida do Espírito Santo
sobre Jesus, sob a forma de uma pomba, e com a voz do Pai Celeste
dizendo:
No que concerne à divindade de Deus-Filho, referem-se, por exemplo, a sua onisciência,[21] a sua
onipotência,[22] a sua onipresença,[23] ao fato de perdoar os pecados[24] e ser doador da vida[25] em íntima
unidade, porém diferenciando as pessoas: «Eu e o Pai somos um».[26] Contudo, mais do que estas simples
passagens isoladas, a afirmação da plena divindade de Jesus é o resultado da reflexão, na Fé, sobre a sua
missão redentora contida nas Escrituras - pois a sua personalidade divina e humana nunca foi seriamente posta
em descrédito pela igreja cristã seja ela católica ou protestante.
No que concerne à divindade do Espírito Santo, os trinitarianos
reportam-se, por exemplo, à passagem bíblica que o chama de Deus
em Atos,[27] a sua onisciência,[28] a sua onipotência,[29] a sua
onipresença[30] e sobretudo ao fato de ser Espírito "de" verdade[31] e
"de" vida,[32] prerrogativas que, tais como as apresentadas para
Deus-Filho, segundo a Bíblia são única e exclusivamente divinas;
No que concerne à personalidade do Espírito Santo, a terceira pessoa
da Trindade, assunto que foi muito debatido ao longo dos primeiros
séculos do cristianismo, é comum referirem-se aos atributos deste
que, tal como os que no Antigo Testamento são aduzidos para a
personalidade do Deus do Antigo Testamento, YHVH - cuja divindade
e personalidade nunca foram alvo de críticas substanciadas entre os
cristãos -, testemunham o seu carácter pessoal: Ele glorificará
Cristo;[33] ensina a comunidade e os fieis,[34] distribui os dons
segundo o seu desígnio,[29] fala nas Escrituras do Antigo
Testamento,[35] fala para as sete Igrejas na carta do Apocalipse[36] é
enviado pelo Pai em nome de Jesus[37] e pelo Filho que enviou da
parte do Pai[37] aparecendo como distinto de ambos pois não é Cristo
sob outra forma de existência, mas seu representante e
testemunha.[38] Mais importante do que as passagens isoladas é o
conjunto que o revela como Aquele que tem a missão de recordar,
universalizar e realizar em cada pessoa a obra de Jesus, o que não
ocorre mecanicamente, mas somente onde houver a liberdade do A Santíssima Trindade, por um
Espírito, dado que «onde está o Espírito do Senhor, aí há mestre português desconhecido
liberdade».[39] Para os cristão trinitários, esta liberdade do Espírito (século XVI). Museu Diocesano de
exclui que este possa ser um princípio impessoal, um meio ou Santarém, Portugal.
instrumento, mas antes pressupõe a sua independência relativa.
O desenvolvimento do dogma
Defensores da doutrina trinitária afirmam que a Igreja primitiva já acatava Iluminura medieval com a
plenamente essa ideia, com base nos escritos de Inácio de Antioquia, Carta representação clássica da
Santíssima Trindade.
aos Efésios, 9, 1; 18, 2, e na Primeira Carta de Clemente Romano 42; 46,
6.[44] Mas, do ponto de vista histórico, um dos primeiros a utilizar, no
Ocidente cristão, o termo "Trindade", para expressar a ideia de que a unidade divina existiria em três pessoas
distintas, foi Tertuliano. No início do século III, em sua obra "Adversus Praxeas" (2,4; 8,7), ele utilizou o termo latino
de trinitas. Antes disso, e no Oriente cristão, só há o registo do termo grego "Τριας" nos escritos de Teófilo de
Antioquia ("Três Livros a Autolycus", 2, 15) redigidos por volta do ano 180 d.C.
Na realidade, mais do que a partir da especulação teórica e abstracta - que mais tarde viria a ser preponderante -, a
afirmação teológica da "Trindade" ocorreu sobretudo a partir do uso dos textos bíblicos em ambiente litúrgico eclesial.
Esta doutrina, de facto, foi-se apoiando e alicerçando no âmbito da práxis baptismal (veja-se Didaquê 7, 1; Justino
Mártir, Apologia 1, 61, 13) e eucarística (veja-se Justino, Apologia 1, 65.67; Hipólito de Roma, Tradição Apostólica 4-
13).
Somente depois da pacificação do Império Romano, sob Constantino, é que ocorreu aquela convergência de factores -
a paz, as facilidades de comunicação e diálogo entre as diversas Igrejas e teólogos, entre outros - que permitiu a
elaboração de um edificio conceptual - a definição precisa das noções de ousia/"natureza", hipostasis/"pessoa",
homoousios/"consubstancialidade", bem como a sua mútua relação e aplicação teológica - apto para a descrição e
explanação da Divindade revelada em Jesus Cristo.
Os símbolos de fé
A primeira formulação dogmática do pensamento teológico cristão
trinitário, no que concerne à relação entre cada uma das três Pessoas
divinas, foi postulada como um artigo de fé pelo credo de Niceia
(proclamado em 325 no Primeiro Concílio de Niceia) - realizado para
dirimir as questões levantadas por Ario que negava a divindade plena do
Filho -, bem como pelo Primeiro Concílio de Constantinopla do ano 381 -
realizado para, em oposição aos pneumatômacos, afirmar a plena
divindade pessoal do Espírito Santo - e apresentada no credo de Atanásio
(depois de 500 d.C.).
Agostinho de Hipona, grande teólogo e doutor da Igreja, tentou e esforçou-se exaustivamente por compreender e
desvendar este enigma. Após muito tempo de reflexão, esforço e trabalho, chegou à conclusão que nós, devido à nossa
mente extremamente limitada, nunca poderíamos compreender e assimilar plenamente a dimensão (infinita) de Deus
somente com as nossas próprias forças e o nosso raciocínio. Concluiu que a compreensão plena e definitiva deste
grande enigma só é possível quando, na vida eterna, nos encontrarmos no Paraíso com o Pai, o Filho e o Espírito
Santo.
Prosopon e hypostasis
A palavra utilizada, prosopon (do grego antigo πρόσωπον; plural: πρόσωπα - prosopa) é o grego para designar
"pessoa." O significado original da palavra foi-se alterando com o tempo, e o contexto de prosopon deve ser observado
originalmente como "aparência, aspecto exterior visível, de um ser humano, animal ou coisa",[45] podendo ser
compreendido como "rosto" ou "face" externa do que seria o ser, uma pessoa ou coisa, tendo contudo muito a
diferenciar do que seria a personalidade, a psique, o âmago da apresentação do ser, que é bem mais complexo. Como
J. Cabral prefere, prosopon, no contexto da Santíssima Trindade, pode ser compreendido como "três manifestações ou
revelações que Deus fazia de Si ao Mundo".[46]
O termo é utilizado para a "automanifestação de um indivíduo" que pode ser estendido por meio de outras coisas.
Como um pintor que expressa sua prosopon por meio do seu pincel.[47] Prosopon é a forma no qual a hipóstase se
manifesta, aparece. Toda natureza e hipóstase tem sua "face", sua prosopon. Ela concede expressão à realidade da
natureza com seus poderes e características.[48]
Iavé e o enviado, o redentor, se fundem
Chegai-vos a mim, ouvi isto: Não falei em segredo desde o princípio; desde o tempo em que aquilo
se fez eu estava ali, e agora o Senhor DEUS me enviou a mim, e o seu Espírito.
Assim diz o SENHOR [Iavé],[49] o teu Redentor,[50] o Santo de Israel: Eu sou o SENHOR teu Deus, que
te ensina o que é útil, e te guia pelo caminho em que deves andar. (Isaías 48:16-17)
“Chegai-vos a mim. Ouvi isto. Desde o começo, absolutamente não tenho falado num esconderijo.
Estive ali desde o tempo da sua ocorrência.” E agora me enviou o próprio Soberano Senhor Jeová,
sim, seu espírito.
Assim disse Jeová, teu Resgatador, o Santo de Israel: “Eu, Jeová, sou teu Deus, Aquele que te
ensina a tirar proveito, Aquele que te faz pisar no caminho em que deves andar. (Tradução do Novo
Mundo)
J. Cabral explica que Jesus e Javé se fundem no trecho de Isaías supra, e enquanto apresenta-se como o que foi
enviado, da mesma forma apresenta-se como o próprio que enviou o Redentor e o seu Espírito.[51]
Unidade composta
Os trinitários, refutando a apresentação dos unitários, sustentada principalmente em Deuteronômios 6:4, Escuta, ó
Israel: Javé, nosso Deus, é um só Javé, discorrem sobre a unidade composta de Deus.
Certos unitários concebem Jesus como um anjo criado, negando-lhe a natureza Divina, enquanto outros o veem
apenas como um homem perfeito ou dotado de um caráter exemplar, modelar, embora rejeitem a sua pré-existência e
divindade.
Os trinitarianos refutam o entendimento, dado por alguns unitários em suas cartilhas catequéticas, de que a
Santíssima Trindade seriam três deuses, o que consideram uma provocação insultuosa ao credo monoteísta.
Os unitários entendem que o citado versículo (Ouve, Israel, o Senhor nosso Deus é o único Senhor) excluiria o Filho
da divindade e da unidade com o Pai. Os trinitários reagem que aceitam e concordam que: há um só YHVH, e que o
presente versículo em nada ofende, mas ajuda a explicar o conceito de unidade composta, fortalecendo o
entendimento sobre referido dogma.
Ouve, Israel, o Senhor (YHVH) nosso Deus é o único (echad) Senhor (YHVH).
A palavra hebraica originalmente usada para chamar YHVH de "único" é "echad", que é pronunciada "errad". Echad é
a palavra usada para expressar unidade composta. Quando se deseja expressar a unidade absoluta, a palavra usada é
yachid, que tem a pronúncia "yarrid".
Também o faraó teve "um" sonho que tinha "dois" acontecimentos que o intrigaram e José, antes de interpretar, disse:
o sonho é "um" (echad) só, dando clara conotação que o faraó tivera "dois" sonhos em "um", ou "um" sonho sobre um
"evento" com duas personificações que diziam a mesma verdade. Percebeu José que o sonho era "um só", usando o
termo echad que significa um conjunto fazendo "uma unidade".
Para que seja mais bem compreendido o termo echad, em Gênesis 2:24, o homem deve[ria] 'deixar seu pai e sua mãe,
e apegar-se-á à sua mulher, e serão ambos uma carne. Nesse versículo novamente encontra-se o termo "uma carne"
empregada como unidade (echad), significando unidade composta.
Se o texto quisesse expressar a unidade absoluta, teria usado a palavra yachid. Marido e mulher são pessoas distintas,
entretanto, no plano espiritual, seus corpos sendo unos.
Como no caso de marido e mulher, há existência de pessoas distintas, contudo eles se fazem "um", no que a Bíblia
denomina de "mistério". Não há um maior que o outro no enlace do casamento, mas um deles é considerado o "pai de
família", enquanto o outro é denominado: "ajudadora" ou "sua costela"; contudo o texto dá entendimento que saíram
do mesmo "corpo" adâmico e devem andar lateralmente, nem atrás, nem à frente, mas em unidade composta e "igual",
como um só.
Os trinitários não expressam uma questão simplesmente racional, mas também de fé.
Para os trinitarianos, as Escrituras dão pistas sobre a pluralidade do único Deus YHVH, como ver-se-á mais à frente;
contudo, ainda sobre o Deuteronômio 6:4 ficará mais facilmente compreendido na versão da Tradução do Novo
Mundo das Escrituras Sagradas que é descrita da seguinte forma:
Com a transcrição acima pode-se perceber o entendimento sobre a unidade composta, pois o termo Elohím é plural,
ainda que se fale na pessoa de YHVH como "unidade".
O termo [echad] é empregado dessa forma em Gênesis 2:24, descrevendo a união de Adão
e Eva, e também em Êxodo 26:6 e 11, para descrever a "unidade" das cortinas do
tabernáculo.
Como havia a tradição dos escribas na transcrição dos pergaminhos letra por letra, não acreditam os trinitários que
houvesse "erro" ou "acidente", contudo destinava-se ao propósito de referir-se ao Deus único em pluralidade de
pessoas. Desta forma é aceito pelos que creem na Santíssima Trindade que Pai, Filho (Jesus) e Espírito Santo são a
unidade plural de YHVH, pois o único (echad) Elohim (Deus) é YHVH.
Pluralidade em Elohim
Uma das pistas bíblicas apresentadas pelos trinitários é Gênesis 1:26a
E disse [singular] Deus [Elohim]: Façamos [plural] o homem à nossa imagem, conforme a nossa
semelhança;
Segundo entendimento trinitário Deus se apresenta "singular" e faz o homem no "plural". Os não trinitários
argumentam que Deus falava com os anjos, contudo, se assim fosse, o homem não seria fruto da criação de Deus, mas
apenas "parcialmente" fruto da criação de Deus, pois quem teria feito a obra seriam os anjos, Deus teria dado apenas a
ordem; então, se tal argumentação fosse aceita, os homens seriam fruto da criação dos anjos, o que é rejeitado pelos
trinitários. Porem como mostra colossenses 1:13-15, o próprio Jesus estava lá pois é chamado de "princípio da
criação".
Outro argumento que os trinitários entendem incoerente na argumentação dos opositores é que se os anjos é que
conversavam com Deus, então os homens não são a imagem e semelhança de Deus, mas a imagem e semelhança dos
anjos; o que não é confirmado por outras passagens bíblicas, logo é rejeitado pelos trinitários.
Assim, os trinitários entendem que quando Deus disse "façamos o homem conforme a nossa imagem" ele falava com
os outros dois seres incriados e uno com o Pai, autor [trino] da criação, falava com o Deus Filho, Jesus, e com o Deus
Espírito, Espírito Santo. O homem foi criado a imagem do Pai, do Filho e do Espírito Santo, à imagem de Deus e não à
imagem dos anjos.
Também em Gênesis 3:22a é encontrado diálogo semelhante: Então disse o Senhor [YHVH] Deus [Elohím]: Eis que o
homem é como um de nós [plural], sabendo o bem e o mal.
vayyo'mer Adonay 'elohiym hên hâ'âdhâm hâyâh ke'achadhmimmennu lâdha`ath thobh vârâ`
ve`attâh pen-yishlach yâdho velâqachgam mê`êts hachayyiym ve'âkhal vâchay le`olâm (Gênesis
3:22)
Da mesma forma o autor J. Cabral enumera os mesmo textos no plural, e acrescenta um terceiro verso para sustentar
a mesma defesa:[51]
Para os trinitarianos tanto o Pai, como o Filho, como o Espírito Santo é o Deus uno, apresentando assim o termo Deus
no singular e as pessoas no plural.
Tais evidências da unidade composta seriam justificadas, dentre outras, pelas seguintes passagens bíblicas que
apresentam o Pai, o Filho e o Espírito como Deus:
Plural Adonai
Adonai ()אֲדֹ נָי, é um dos títulos, comumente utilizado pelos hebreus ao referir-se ao tetragrama YHVH.
Adon ( )אָ דוֹןsignifica "senhor", "amo", "governante", e adicionado ao sufixo (i), pronome possessivo de primeira pessoa
do singular, converte para a expressão "meu senhor", sendo Adonai a forma plural (meu) "senhores".
O pronome possessivo em palavras semelhantes tem a pronúncia ocultada, como na palavra "Rabbi", que pode ser
traduzida por (meu) "Mestre", representando uma posição de dignidade, como se apresenta em "Monsenhor", o que
levou alguns defensores contrários à Trindade a defenderem que se tratava tão somente de um "título". Contudo, Adon
é usado mais de 300 vezes na Tanakh - Antigo Testamento - como designação para Deus.[52] Por conta disso, os
trinitarianos acreditam que uma verdade não anula outra, podendo ser aceite as duas vertentes de pensamento sem
uma macular a outra necessariamente. Também essa defesa de argumento se refere à palavra Adoni, o que não
poderia ser emprestada à palavra Adonai, de uso totalmente impeculiar e diferenciado.
Levando-se em conta que muito foi debatido sobre o plural Adonai, uma conclusão sobre uma única e melhor tese
nunca foi ratificada, contudo tal propositura existe.
Os judeus, referindo-se ao nome impronunciável, YHVH, pronunciavam Adonai. Em português traduzida Senhor
(Hebraico: )אֲדֹ נָי, contudo é inegável que a palavra é plural, a exemplo de Elohim.
Literalmente, trata-se de um plural possessivo de primeira pessoa ("meus senhores"), o que, para os trinitarianos,
reforçaria a Doutrina da Trindade, rejeitando a explicação de que seria um plural majestático, como defendem as
Testemunhas de Jeová, que desconsideram a dica sintática para a pluralidade de Yahweh.
Os trinitarianos entendem que essa indicação se dá ao referir-se ao DEUS Triuno, pelo sintaticamente "inadequado"
uso da palavra plural, com os demais elementos da frase no singular. Havendo semelhante aplicação no uso da palavra
"Elohím", o que leva a muitos cristãos a aceitarem essas palavras plurais como expressão da pluralidade na
personalização ao único Deus.[53]
Quando a Bíblia refere-se ao Messias (uma das três pessoas da Trindade), utiliza a forma Adoni, meu Senhor, no
singular, visto que se apresentaria numa personalização "individual" – distinta do Pai e do Espírito Santo – enviado
(humano) esperado. Assim, o Verbo do DEUS Triuno, teria deixado sua glória e encarnado na forma humana, singular
e distinta do Pai – contudo emanada do Pai: "crestes que saí de Deus. Saí do Pai, e vim ao mundo; outra vez deixo o
mundo, e vou para o Pai".[54] Desse momento em diante, o Deus Triuno se despoja para apresentar-se pessoal e
individualmente, por intermédio do Filho. A partir daí, no Novo Testamento, não mais há uso do tetragrama YHVH.
A cultura judaica preferiu a forma Adonay para a pronunciar YHVH, contudo noutras versões tardias foi utilizada a
forma impessoal HaShem, o Nome. Da mesma forma que o Deus Triuno se apresentara pessoal e individualmente, por
intermédio do Filho, posteriormente apresenta-se na forma individual e incorpórea (não antropomórfico),
representado pelo Espírito Santo, invocado por o Nome, que seria Jesus.
O Novo Testamento, refere-se ao nome de Jesus estando acima de todo nome:[55] Se, em meu nome pedires ao Pai …,
Tudo quanto pedires em meu nome [Jesus] eu o farei …,[56] tudo quanto em meu nome [Jesus] pedirdes ao Pai ele
vo-lo conceda[57] Em meu nome [Jesus] … curaram os enfermos …,
Vários gramáticos consideram um plural "abstrato" que expressaria a totalidade do poder divino[58] pelo que
traduzem literalmente este nome como (meu) "Senhor dos senhores", o mesmo título usado para Jesus no Novo
Testamento.[59]
Ver também
A Natureza de Jesus Cristo
Preexistência de Cristo
Didaquê - Escrito do primeiro século que reforçaria a fórmula batismal evangélica no nome das três pessoas da
Trindade: «baptize-se em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo» (Didaquê, VII,1.3).
Notas
Referências
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adendo ao seu real significado,
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28. I Coríntios 2:10-11 50. Termo diversas vezes utilizado
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Bibliografia complementar
Nota: estas obras não foram usadas para redigir o texto.
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