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Rio de Janeiro
2015
Daniel Fialho Madureira
Rio de Janeiro
2015
Ficha catalográfica elaborada pela Biblioteca Mario Henrique Simonsen/FGV
CDD - 511.8
Agradecimentos
A minha mãe e meu pai pelo carinho, que nunca me faltou em todos os momentos
da minha vida.
Ao meu filho Felipe, pelo amor, alegria e felicidade que proporciona sempre.
A todos cujos nomes não foram citados, mas sabem que contribuı́ram com este
trabalho.
v
Resumo
vi
Abstract
vii
Sumário
1 Introdução 1
2 Objetivos 2
3 Revisão da Literatura 3
3.1 Composição quı́mica do Petróleo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3
3.2 Massa Especı́fica e Densidade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4
3.3 Viscosidade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5
3.4 Emulsões . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7
3.4.1 Agentes Emulsificantes do Petróleo . . . . . . . . . . . . . . . 9
3.4.2 Tipo da Emulsão . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9
3.4.3 Tamanho das Gotas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10
3.4.4 Viscosidade da Emulsão . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10
3.5 Modelos Matemáticos para Determinação da Viscosidade de Emulsões 11
4 Metodologia 15
4.1 Preparo das Emulsões . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15
4.2 Determinação da Viscosidade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15
4.3 Técnicas de Regressão . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16
4.4 Medidas de Desempenho dos Modelos . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19
5 Resultados 20
5.1 Análise dos Dados de Caracterização dos Petróleos . . . . . . . . . . 20
5.1.1 Influência da fração de água . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 28
5.1.2 Influência da temperatura . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 32
5.1.3 Influência da taxa de cisalhamento . . . . . . . . . . . . . . . 36
5.2 Desempenho dos Modelos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 40
5.2.1 Ajuste Individual . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 41
5.2.1.1 Modelo Richardson . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 41
5.2.1.2 Modelo Exponencial . . . . . . . . . . . . . . . . . . 43
5.2.1.3 Modelo Ronningsen . . . . . . . . . . . . . . . . . . 46
5.2.1.4 Modelo Farah . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 48
viii
5.2.1.5 Novo modelo para viscosidade cinemática (Farah Mo-
dificado) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 53
5.2.1.6 Novo Modelo para viscosidade relativa . . . . . . . . 58
5.2.1.7 Modelo Não-Paramétrico - k-Nearest Neighbour pon-
derado(wkNN) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 62
5.2.1.8 Resultados Ajuste Individual . . . . . . . . . . . . . 65
5.2.2 Modelo Genérico . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 66
5.2.2.1 Modelo Exponencial . . . . . . . . . . . . . . . . . . 67
5.2.2.2 Modelo Ronningsen . . . . . . . . . . . . . . . . . . 69
5.2.2.3 Modelo Farah . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 71
5.2.2.4 Modelo Farah Modificado . . . . . . . . . . . . . . . 73
5.2.2.5 Modelo Não-Paramétrico - K-Nearest Neighbour (KNN)
- viscosidade relativa . . . . . . . . . . . . . . . . . . 75
5.2.2.6 Modelo Souza . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 77
5.2.2.7 Modelo Novo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 79
5.2.2.8 Modelo Netto . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 81
5.2.2.9 Desempenho Modelos Genéricos . . . . . . . . . . . . 83
6 Considerações Finais 86
7 Conclusões 87
8 Referências 88
ix
1 Introdução
O petróleo raramente é produzido sozinho, geralmente alguma parcela de água1
é co-produzida. A água está naturalmente presente na rocha reservatório e ao longo
da vida produtiva de um poço de petróleo, a medida que o petróleo é extraı́do,
a pressão no entorno do poço cai e observa-se um aumento da produção de água
associada. A adoção de métodos de recuperação secundária de reservatórios (injeção
de água, vapor e outros) aumentam ainda mais a presença de água no sistema de
produção. A água associada com o petróleo se apresenta, principalmente, em duas
formas: água livre e água emulsionada2 . Ao escoarem do fundo do poço às instalações
de superfı́cie, através das tubulações de produção, o petróleo e a água são submetidos
à intensa agitação e, em função da presença de emulsificantes naturais no petróleo
(asfaltenos, resinas, etc), torna-se praticamente inevitável a dispersão de uma fase
em outra, acarretando a formação de emulsões de petróleo, principalmente as do tipo
água em óleo (A/O) [3].
A formação de emulsão gera um significativo incremento na viscosidade da fase
lı́quida produzida. O aumento da viscosidade afeta diretamente a produção do poço,
pois aumenta a perda de carga ao longo da linha de produção, dificultando o es-
coamento e diminuindo a produção de óleo. Esse fenômeno tem um papel muito
importante para as atividades de garantia de escoamento. A compreensão do com-
portamento reológico3 dos petróleos e suas emulsões é fundamental para a definição
de premissas para o dimensionamento dos sistemas de produção [4].
Apesar da motivação inicial desse trabalho ser o estudo das emulsões formadas
durante a produção de campos de petróleo, o referencial teórico e os métodos analisa-
dos podem ser aplicados em outras áreas, já que as emulsões podem ser encontradas
em quase todas as etapas de produção e processamento do petróleo: dentro dos re-
servatórios, nos poços, nos oleodutos e em muitas partes do processo de refino. Em
todos os casos, a presença e natureza da emulsão, e seu impacto na reologia do pe-
tróleo, podem determinar a viabilidade econômica e técnica dos processos envolvidos
[1].
As primeiras solicitações ao Centro de Pesquisa da Petrobras (CENPES) para
determinação da viscosidade das emulsões de água em óleo, surgiram no inı́cio da
década de 90 [4]. Existe um acervo grande de dados experimentais, levantados pelos
laboratórios do CENPES, sobre a viscosidade de petróleos e suas emulsões de todos
os campos brasileiros, sendo esse o principal insumo para os estudos que visam à
seleção e o eventual desenvolvimento de modelos matemáticos que possam predizer
adequadamente esta propriedade reológica para os petróleos nacionais.
1
Essa água, em geral com considerável quantidade de sais dissolvidos, é uma salmoura na
verdade [6].
2
Água livre é a água que escoa pela tubulação como uma fase separada do óleo. Quando a água
está dispersa em pequenas gotı́culas no óleo, temos água emulsionada[53]
3
Reologia é a ciência que estuda a deformação e o escoamento da matéria.
1
Por muitos anos, a produção de petróleo no Brasil era majoritariamente de óleos
pesados. Do volume de produção realizado em 2005, por exemplo, uma parcela maior
que 90% era constituı́da por óleos pesados [8]. Recentemente, com a descoberta de
novas reservas com grandes acumulações de óleo leve, principalmente no pré-sal, mas
também no pós-sal e em campos terrestres, a importância dos óleos leves é cada
vez maior. Apenas para o pré-sal, o volume produzido em 2014 já corresponde a
aproximadamente 20% do total da produção da Petrobras. Em 2018 a previsão é
chegar a 52% da produção de petróleo da Companhia, praticamente toda de óleos
leves [12].
Diante disso, a importância da modelagem matemática adequada da viscosidade
das emulsões dos petróleos leves brasileiros torna-se clara. Vários trabalhos vêm
sendo desenvolvidos para investigar o efeito da fração de água, temperatura, taxa
de cisalhamento e demais caracterı́sticas dos petróleos, no incremento da viscosidade
das emulsões. A maioria desses trabalhos são correlações empı́ricas baseadas em
petróleos estrangeiros [5], sendo necessário avaliar sua adequação aos petróleos leves
nacionais.
2 Objetivos
Os petróleos estudados formam emulsões estáveis com até 70 % de conteúdo de
água. Diversos estudos relatam que o comportamento das emulsões se torna cada vez
mais não-Newtoniano4 a medida que a fração de água aumenta e a temperatura é re-
duzida [3, 33, 31]. A decorrência disso, é que a temperatura e a taxa de cisalhamento
passam a ter maior impacto na variação da viscosidade das emulsões. Nesse estudo
são propostos novos métodos que levam em conta essas variáveis. Os dados reológi-
cos experimentais obtidos no CENPES foram utilizados para avaliar o desempenho
dos modelos existentes na literatura e compará-los com os novos métodos propostos
nesse estudo.
Objetivo Geral: O objetivo desse trabalho é identificar um modelo que consiga
descrever o comportamento da viscosidade das emulsões de petróleos leves brasileiros
a partir dos dados reológicos e propriedades básicas dos petróleos, coletados nos
laboratórios do CENPES, por métodos laboratoriais de fácil determinação.
Objetivos Especı́ficos:
4
Fluidos não-Newtonianos não apresentam taxas de deformação (taxa de cisalhamento) propor-
cionais às tensões cisalhantes aplicadas (tensão de cisalhamento).
2
emulsões e analisar o efeito da fração de água, temperatura, taxa de cisalha-
mento e outras caracterı́sticas dos petróleos, no incremento de viscosidade.
3 Revisão da Literatura
3
peratura Inicial de Aparecimento de Cristais). Os cristais de parafina precipitados
podem afetar a viscosidade e a estabilidade das emulsões. [24, 25, 26].
Os aromáticos são compostos de baixo peso molecular (< 500) que apresentam
pelo menos um anel de benzeno5 na sua estrutura[19].
A classe das resinas é composta por moléculas polares, geralmente contendo hete-
roátomos6 com nitrogênio, oxigênio e enxofre. Diferem dos asfaltenos por apresentar
menor peso molecular (< 2000) e serem mais solúveis no óleo [7]. Apresentam grande
afinidade pelas moléculas dos asfaltenos auxiliando na estabilidade dessas últimas e
das emulsões geradas. [9].
Os asfaltenos são compostos com alto peso molecular (> 2000), constituı́dos por
anéis aromáticos condensados e cadeias alifáticas7 . É a classe que contém maior
porcentagem de heteroátomos (oxigênio, enxofre, nitrogênio) e compostos organome-
tálicos (Nı́quel,Vanádio,Ferro). Apresentam forte tendência de se associar formando
micelas ou agregados, que dependendo das condições termodinâmicas podem pre-
cipitar. Junto com as resinas são os principais responsáveis pela estabilização das
emulsões [9].
141, 5
dAP I = ( ) − 131, 5 (1)
d15,56o
A densidade API é inversamente proporcional à densidade, ou seja, petróleos leves
apresentam valores de densidade API maiores do que os petróleos pesados. Então,
quanto maior a densidade API, maior o valor comercial do petróleo, pois com óleos
leves é possı́vel produzir, em princı́pio, uma parcela maior de derivados nobres, de
elevado valor comercial, tais como a gasolina, o diesel e o GLP8 , relativamente a
5
O benzeno é constituı́do por ligações duplas e simples que se alternam em anéis com seis átomos
de carbono.
6
Em quı́mica orgânica, o termo heteroátomo indica que um átomo da cadeia de carbono do
composto orgânico foi substituı́do por um elemento diferente do carbono.
7
Que não contêm anéis aromáticos.
8
Gás Liquefeito de Petróleo.
4
outro tipo de óleo mais pesado [11].
A diferença entre o petróleo leve e o petróleo pesado é arbitrária, sendo possı́vel
encontrar variações na nomenclatura e valores adotados por diferentes autores. Para
o American Petroleum Institute, petróleos com densidade API superior a 31,1 são
leves, na faixa de 22,3 a 31,1 são médios, de 10 a 22,3 são pesados e petróleos com
densidade API inferior a 10 são extra-pesados. Vários autores classificam os petróleos
médios e leves em uma mesma categoria. Geralmente é adotado como petróleo leve
aquele que possui densidade API maior que 20 (massa especı́fica menor que 934
kg/m3 ). Petróleos com densidade API entre 10 e 20 são considerados pesados e
petróleos com densidade API menor que 10 se enquadram na categoria de extra-
pesados [17, 28].
3.3 Viscosidade
Em um fluido, a aplicação de uma força tangencial provoca uma deformação con-
tı́nua, ou seja, o fluido escoa. A viscosidade pode ser interpretada como a propriedade
que mede a resistência que um fluido oferece a esse escoamento. Na figura 1 está
representada a ilustração desse conceito. Seja um fluido entre duas placas infini-
tas, a inferior parada e a superior, afastada a uma distância infinitesimal dX, sendo
deslocada a uma velocidade dV pela aplicação de uma força tangencial (Tensão de
Cisalhamento, τ ):
F
τ= (2)
A
A viscosidade absoluta (η) é definida como a força (F ) por unidade de área (A),
necessária para deslocar um fluido segundo uma variação de velocidade (dV ) no
espaço considerado (dX) [6]:
F dV
= η. (3)
A dX
Para quantificar o grau de deformação, é utilizada Taxa de Cisalhamento, definida
como:
dV
γ= (4)
dX
Assim, temos:
τ = η.γ (5)
5
Figura 1: Escoamento Laminar de um fluido Newtoniano entre duas placas para-
lelas. A fricção entre o fluido e as placas em movimento faz o fluido escoar. A
força (τ ) necessária para realizar esse movimento a uma velocidade (V ) constante
é uma medida da viscosidade do fluido [2].
Logo, a viscosidade dinâmica9 (letra grega eta, η), é a razão entre a tensão de cisa-
lhamento (P a ou N/m2 , força por unidade de área) e a taxa de cisalhamento(s−1 )[1]:
τ
η= (6)
γ
A unidade do sistema (SI) para viscosidade dinâmica é Pa.s (ou kg/m.s, massa por
comprimento por tempo), normalmente é expressa em mPa.s dada sua magnitude.
Na industria de petróleo é muito usada a unidade centiPoise, sendo 1 cP = 10−2 P
= 10−3 Pa.s = 1 mPa.s [14].
A viscosidade cinemática (letra grega ni, ν) é definida como a razão entre a
viscosidade dinâmica e a massa especı́fica do fluido, ambas a mesma temperatura e
pressão:
η
ν= (7)
ρ
onde ρ é a massa especı́fica do fluido.
A unidade do sistema S.I. para viscosidade cinemática é m2 /s. No sistema CGS
é utilizada a unidade Stokes (St) , sendo 1 St = 10−4 m2 /s. Dada sua magnitude, na
industria de petróleo é muito usada a unidade centiStokes (cSt)[14].
Se a viscosidade de um fluido for independente da taxa de cisalhamento tem-se
9
Para fluidos Newtonianos, a viscosidade dinâmica também é chamada de viscosidade absoluta,
pois é única e absoluta independe da taxa de cisalhamento. Para fluidos não-Newtonianos pode ser
chamada de viscosidade aparente, pois depende da condição de fluxo e precisa ser determinada por
um método adequado para fluidos não-Newtonianos [16].
6
o chamado fluido newtoniano. Para esses fluidos, a tensão de cisalhamento mantém
uma relação de proporcionalidade com a taxa de cisalhamento. Isso não ocorre nos
fluidos não-Newtonianos, para os quais a viscosidade é função da taxa de cisalha-
mento [13].
A relação entre a tensão cisalhante (tensão de cisalhamento) e a taxa de defor-
mação (taxa de cisalhamento), define o comportamento reológico dos lı́quidos consi-
derados puramente viscosos, podendo ser representada graficamente pela Curva de
Fluxo (ou Reograma). Na figura 2 está representada a relação entre tensão de ci-
salhamento e a taxa de cisalhamento para fluidos Newtonianos e não-Newtonianos
(pseudoplásico, Bingham e dilatante) [1].
3.4 Emulsões
Emulsão é um sistema heterogêneo em que uma fase interna imiscı́vel10 está dis-
persa na forma de gotı́culas em outra fase, chamada de fase contı́nua ou fase externa
. São necessários três requisitos para formação de uma emulsão: dois lı́quidos imis-
cı́veis, agitação (energia) suficiente para dispersar um lı́quido em gotas pequenas e
agentes emulsificantes para estabilizar as gotas dispersas [27].
Emulsões são formadas pela turbulência ou agitação da mistura de óleo e água
porque as forças cisalhantes adicionam ao sistema a energia necessária para quebrar
a fase dispersa do lı́quido em várias gotas pequenas. A tensão superficial tende a
coalescer11 as gotas dispersas. Coletivamente, muitas gotas dispersas na fase contı́nua
10
Miscibilidade é a capacidade de uma mistura de duas substâncias formarem um solução ho-
mogênea (uma única fase). Por outro lado, quando a mistura de duas substâncias não forma uma
solução homogênea, elas são ditas imiscı́veis.
11
Formação de uma gotı́cula lı́quida única, por reunião de duas ou mais gotı́culas que entram
em colisão.
7
tem uma grande área interfacial. Quando as gotas coalescem, a área interfacial total
é reduzida. A tensão superficial, ou interfacial, pode ser definida como o trabalho
requerido para aumentar a área interfacial em uma unidade. Esse trabalho representa
a energia potencial disponı́vel para reverter o processo e diminuir a área interfacial.
Na ausência de forças estabilizantes, a tendência natural é que a coalescência das
gotas dispersas aconteça, de forma a diminuir a energia superficial total [27].
8
[27].
Há muitas teorias sobre a natureza dos agentes emulsificantes presentes nas emul-
sões de petróleo. Alguns são os asfaltenos, pouco solúveis em óleo, mas muito atraı́-
dos pela água. Os asfaltenos se desprendem da solução e se ligam às gotas de água
formando um filme espesso que as envolvem, prevenindo que entrem em contato,
evitando desta maneira que as gotas coalesçam quando colidirem [10].
Os compostos de baixa massa molar, hidrocarbonetos parafı́nicos e naftênicos
(apolares) contendo grupos funcionais polares em suas moléculas, reduzem a tensão
interfacial entre o óleo e a água, o que facilita a emulsificação. As resinas que são
mais polares que os asfaltenos, e contêm grandes teores de oxigênio, enxofre e ni-
trogênio, apresentam grande afinidade pelas moléculas de asfaltenos auxiliando na
estabilidade das emulsões. Por fim, os ácidos naftênicos, que são ácidos carboxı́licos,
possuem propriedades anfifı́licas, sendo os principais responsáveis pela redução da
tensão interfacial, geração e estabilização de emulsões de petróleo [10].
Os sólidos que possuem afinidade por óleo tais como, areia, lodo, partı́culas de
argilito, parafinas cristalizadas, ferro, zinco, sulfato de alumı́nio, carbonato de cálcio,
sulfato de ferro, e materiais similares que ficam na interface óleo/água também agem
como agentes emulsificantes [10].
9
3.4.3 Tamanho das Gotas
O tamanho das gotas de uma emulsão não é homogêneo, por isso é comum levantar
a distribuição estatı́stica do tamanho de gotas. Isso se deve ao fato do processo de
formação da maioria das emulsões serem com agitação, o que freqüentemente envolve
turbulência e seus efeitos randômicos, e acarreta o surgimento de gotas com tamanhos
diferentes. Quando se menciona um valor único para o tamanho da gota, geralmente
é uma referência a seu diâmetro médio.[20].
O diâmetro das gotas de emulsões produzidas em um campo de petróleo podem
variar muito, de valores próximos a 0, 1µm a diâmetros maiores que 50µm. A dis-
tribuição do tamanho das gotas é influenciado por uma série de fatores, incluindo
a tensão interfacial, cisalhamento, natureza dos agentes emulsificantes, presença de
sólidos e propriedades do óleo e da água [3].
Na figura 4 estão representadas as principais formas estatı́sticas de distribuição
das gotas, a linha escura representa a média. A distribuição que proporciona uma
emulsão mais estável é a monodispersa. Para emulsões formadas com a mesma quan-
tidade de fase dispersa e contı́nua, mas com distribuição estatı́stica de tamanho de
gotas diferente (polidispersa, assimétrica, ou bimodal), verifica-se que suas proprie-
dades serão diferentes [23].
Dentre todas as propriedades das emulsões, a mais importante para área de garan-
tia de escoamento é a viscosidade. Vários fatores afetam a viscosidade das emulsões,
dentre os mais citados na literatura [1, 40, 23, 3, 33] temos a viscosidade da fase con-
tı́nua, a fração volumétrica da água (fração de água), a viscosidade da fase dispersa,
o tamanho médio e distribuição de tamanho das gotas, a taxa de cisalhamento, a
temperatura e a natureza e concentração dos agentes emulsificantes.
A viscosidade da emulsão é diretamente proporcional à viscosidade da fase con-
tı́nua, o que é válido quando a fração volumétrica da fase interna é pequena, até no
máximo 30 % [23].
10
A segunda propriedade mais importante relacionada à viscosidade da emulsão é
fração volumétrica da fase interna, que por atrito entre suas gotas, proporciona um
aumento na viscosidade e influencia o comportamento não-Newtoniano da emulsão.
Na figura 5 é possı́vel ver como a viscosidade tende a variar com a fração de água.
Nesse exemplo hipotético, a queda acentuada da viscosidade por volta de 74% de
fração de água significa que houve uma inversão de fases, ou seja, a fase contı́nua
passou a ser água ao invés de óleo. A máxima fração volumétrica possı́vel para que
a fase interna seja composta de gotas uniformes e incompressı́veis é de 74%, mas é
possı́vel formar emulsões de água em óleo com valores maiores de fração de água sem
que ocorra a inversão de fases (emulsões com até 99% de fração de água já foram
feitas). A tendência é que a viscosidade da emulsão do tipo água em óleo continue
aumentando até que ocorra a inversão de fases, formando uma emulsão de O/A com
baixa viscosidade , tendo em vista que a fase contı́nua (água) tem baixa viscosidade
[1, 22].
ηe
ηr = (8)
ηc
11
onde ηe é a viscosidade dinâmica da emulsão e ηc é a viscosidade dinâmica da fase
contı́nua (petróleo sem água).
Alguns modelos utilizam como variável resposta a viscosidade cinemática da emul-
são νe . Também é possı́vel encontrar modelos com a viscosidade cinemática relativa
νr , que é a razão entre a viscosidade cinemática da emulsão e a viscosidade cinemática
da fase contı́nua νc :
νe
νr = (9)
νc
A relação entre νe e ηe é expressa pela seguinte equação:
ρw φ + ρo (1 − φ)
η r = νr (11)
ρo
Um dos primeiros modelos foi proposto por Einstein (1906) [35] para emulsões
com baixa concentração de fase dispersa (suspensão diluı́da14 ) e comportamento new-
toniano:
η = 1 + 2, 5φ (12)
onde φ representa a fração de água.
Taylor (1932) [36] propôs um modelo similar ao de Einstein, mas que leva em
consideração a viscosidade das duas fases:
ηd + 0, 4ηc
ηr = 1 + 2, 5φ (13)
ηd + ηc
onde ηd é a viscosidade da fase dispersa e ηc a viscosidade da fase contı́nua.
14
Para suspensões diluı́das podemos tratar a partı́cula como se estivesse sozinha em um lı́quido
infinito, ou seja, não existe interação entre as partı́culas.
12
Richardson (1933) [47] observou que quando a concentração da fase dispersa
aumenta, as emulsões tendem a se tornar progressivamente não-Newtonianas. Ele
propôs uma equação exponencial simples:
ηr = e(kφ) (14)
onde k é um parâmetro que deve ser ajustado para cada emulsão.
Broughton e Squires (1938) [48] incorporaram uma constante A no modelo de
Richardson (1933):
ηr = Ae(kφ) (15)
que pode ser escrita na forma linearizada por:
ln(ηr ) = a + kφ (16)
onde a = ln(A) é uma constante.
Woelflin (1942)[32] realizou uma série de experimentos em que mediu a viscosi-
dade cinemática de 3 tipos de emulsões: fracas, médias ou fortes. A emulsão fraca
é formada por 30% de emulsão e 70% de salmoura, a média é formada por 80% de
emulsão e 20% de salmoura e a forte é 100 % emulsão (fase única). Para ajustar
os dados desses experimentos, Almeida [6] utilizou uma equação do tipo exponencial
com a seguinte expressão:
2)
νr = e(aφ+bφ (17)
Tipo a b
Fraca 2,4740 2,6672
Média 1,6691 5,1920
Forte 2,1102 5,2456
Pal e Rhodes (1989) [39] utilizaram uma abordagem empı́rica para correlacionar
dados de viscosidade para emulsões Newtonianas e não-Newtonianas. Eles propuse-
ram a seguinte correlação:
2.49
(φ/φ∗ )
ηr = 1 + (18)
1, 1884 − (φ/φ∗ )
13
O parâmetro φ∗ é a fração de água para qual a viscosidade relativa é igual a 100.
O problema prático de usar essa equação é que o valor φ∗ varia de acordo com uma
série de fatores como o tamanho da bolhas, taxa de cisalhamento e temperatura. É
necessário realizar experimentos laboratórias especı́ficos para levantar esses dados e
correlacionar essas variáveis com φ∗ .
Ronningsen [33] constatou experimentalmente que a temperatura e a taxa de
cisalhamento influenciam na viscosidade relativa. Utilizando por base a equação de
Broughton e Squires (equação 16), ele propôs uma correlação para viscosidade de
emulsões A/O em função da fração de água e da temperatura:
ln(ηr ) = k1 + k2 T + k3 φ + k4 φT (19)
onde T é a temperatura em o C e k1 ,k2 ,k3 e k4 são coeficientes dependentes da taxa
de cisalhamento.
Também com base na equação 16, Souza (2010) [21] tentou correlacionar em uma
única equação a influência da fração de água φ, a temperatura T em o C, a taxa de
cisalhamento γ e a densidade API (o AP I):
Com base nessa equação, Farah [46] propôs um modelo para calcular a viscosidade
cinemática da emulsão νe , associando os valores dos coeficientes A e B com a fração
de água (φ):
Os parâmetros k1 ,k2 ,k3 e k4 devem ajustados para cada emulsão e podem variar
para taxas de cisalhamento diferentes.
14
Partindo do modelo da equação 17, Netto (2001) [43] propôs um modelo que
acrescenta a densidade API no cálculo do coeficiente associado a φ, e pode ser repre-
sentado pela seguinte equação:
2)
ηr = e((k1 +k2 AP I)φ+k3 φ (23)
onde API é a densidade API e k1 , k2 e k3 são os parâmetros a serem ajustados.
4 Metodologia
15
250s−1 , e nove temperaturas, na faixa entre 4o C e 60o C (4, 8, 12, 15, 20, 30, 40, 50
e 60).
O modelo de potência de Ostwald é o mais utilizado para descrever o compor-
tamento reológico das emulsões de petróleo (A/O)[1]. Este modelo introduz dois
novos ı́ndices, o ı́ndice de consistência (K) e o de comportamento (n). A equação 24
exprime o modelo de potência [16]:
τ = K.γ n (24)
16
O ajuste dos parâmetros é feito com base em uma função de custo que avalia o
erro entre o valor observado e o valor predito. A função de Erro Médio Quadrático
(EMQ), por exemplo, é a função de custo mais utilizada em modelos de regressão
linear:
N N N
1 X 1 X 2 1 X
EM Q(β) = (yi − f (xi |β))2 = (ei ) = (yi − ŷi )2
N i=1 N i=1 N i=1
17
Se a vizinhança for muito pequena teremos muito ruı́do, se for muito grande ela será
uma média de todos os pontos. A solução é definir a vizinhança com um valor apenas
grande o suficiente para incluir k pontos, onde k é grande o bastante para assegurar
uma estimativa significativa. O valor de k vai depender do problema. Geralmente
utiliza-se uma técnica de validação cruzada para estimar o valor ideal de k. Para
identificar os vizinhos mais próximos de um ponto de consulta, precisamos de uma
métrica de distância D(x, xi ), como por exemplo a distância Euclidiana [51].
No método wkNN, utiliza-se de alguma função núcleo (kernel ), para dar peso
às distâncias. Elas são funções da distância K(d), com valor máximo em d = 0,
que diminuem a medida que d aumenta. O algoritmo identifica os k vizinhos mais
próximos e normaliza as distâncias D(x, xi ) utilizando o vizinho k + 1:
D(x, xi )
di = (27)
D(x, xk+1 )
As distâncias normalizadas di sempre assumem valores no intervalo [0, 1]. Elas
são transformadas em pesos wi utilizando a função kernel K(.):
wi = K(di ) (28)
O kernel retangular, por exemplo, dá pesos iguais para todos os vizinho e é na
verdade igual ao KNN normal. Com base nos pesos calculados, o algoritmo utiliza
uma média ponderada dos k vizinhos mais próximos para predizer o valor da variável
resposta [59]:
Pk
wi yi
ŷ = Pi=1
k
(29)
i=1 wi
As funções núcleo fornecidas pelo pacote KKNN, utilizadas nesse estudo são [59]:
kernel retangular:
1
K(d) = 1{|d|≤1} (30)
2
kernel triangular:
K(d) = (1 − |d|) 1{|d|≤1} (31)
kernel Epanechnikov:
3
K(d) = (1 − d2 ) 1{|d|≤1} (32)
4
kernel biweight:
15
K(d) = (1 − d2 )2 1{|d|≤1} (33)
16
18
kernel triweight:
35
K(d) = (1 − d2 )3 1{|d|≤1} (34)
32
kernel gaussiano:
1 1 2
K(d) = √ e− 2 d (35)
2π
kernel inverso:
1
K(d) = (36)
|d|
A função indicadora 1{|d|≤1} é definida por:
(
1 se |d| ≤ 1
1{|d|≤1} =
0 se |d| > 1
19
5 Resultados
20
A figura 6 apresenta os boxplots do API, TIAC e viscosidade do óleo petróleo
desidratado a 30o C e taxa de cisalhamento 50s−1 .
24 26 28 30 14 16 18 20 22 24
API TIAC
200
100
Viscosidade dinâmica (cP)
50
20
24 26 28 30
API
21
Na figura 8 é apresentado o gráfico de dispersão da densidade API e da viscosidade
dinâmica relativa, medida a uma concentração de água de 50%, 30o C e a uma taxa de
cisalhamento de 50s−1 . É possı́vel observar que, comparada a viscosidade dinâmica, a
correlação entre a viscosidade relativa e a densidade API é menor. Esse fato pode ser
medido pela correlação de Spearman (tabela 5) onde a correlação entre a viscosidade
relativa e a densidade API tem uma valor de 0,0583 e a correlação entre a viscosidade
dinâmica e a densidade API apresenta um valor de -0,2646.
14
12
10
Viscosidade relativa
24 26 28 30
API
Vários estudos [46, 44] apontam que a presença de parafinas afeta a reologia do
petróleo, aumentando o comportamento não-Newtoniano do fluido. Corroborando
com essas observações, pode-se observar pela figura 9 que, mesmo para o óleo desidra-
tado, para a maioria dos petróleos analisados, a medida que a temperatura diminui,
as curvas de cada taxa de cisalhamento se afastam uma da outra, caracterizando um
comportamento não-Newtoniano, especialmente a temperatura mais baixas.
O conhecimento da variação da viscosidade em função da temperatura é impor-
tante para prever o escoamento em diferentes trechos da tubulação, especialmente
onde há troca de calor com o ambiente marinho. Nesses pontos, como nas linhas
marı́timas localizadas no fundo do oceano, as temperaturas podem atingir valores
próximos a 4o C.
22
Cisalhamento (s−1)
10 20 50 80 120 250
10 20 30 40 50 60
50
5
Petróleo 13 Petróleo 14 Petróleo 15 Petróleo 2
5000
500
50
5
Petróleo 1 Petróleo 10 Petróleo 11 Petróleo 12
5000
500
50
5
10 20 30 40 50 60 10 20 30 40 50 60
Temperatura (°C)
23
Cisalhamento (s−1)
10 20 50 80 120 250
10 20 30 40 50 60
Petróleo 14 Petróleo 2
200
100
Viscosidade (cP)
50
20
10
10 20 30 40 50 60
Temperatura (°C)
Figura 10: Relação entre viscosidade dinâmica dos óleos desidratados e a tempe-
ratura, para várias taxas de cisalhamento.
24
vcinematica
viscosidade_relativa
viscosidade
TIAC
asfalteno
resina
aromatico
saturado
API
25
Tabela 4: Valores das correlações entre as variáveis dos petróleos, calculada pela correlação de Pearson.
API Saturado Aromático Resina Asfalteno TIAC Fracão Taxa Cisal. Temp. Viscosidade Viscosidade viscosidade
Agua Dinâmica Relativa cinemática
API 1,0000 0,5577 0,4510 -0,5780 -0,3808 -0,7168 0,0125 0,0000 -0,0000 -0,2646 0,0583 -0,2690
Saturado 0,5577 1,0000 0,3246 -0,9030 -0,2164 -0,4952 0,0130 0,0000 0,0000 -0,2675 0,0611 -0,2720
Aromático 0,4510 0,3246 1,0000 -0,6784 -0,3151 -0,1861 0,0148 0,0000 0,0000 -0,2479 0,0113 -0,2524
Resina -0,5780 -0,9030 -0,6784 1,0000 0,2199 0,4648 -0,0167 -0,0000 0,0000 0,3082 -0,0620 0,3136
Asfalteno -0,3808 -0,2164 -0,3151 0,2199 1,0000 0,4479 -0,0034 0,0000 -0,0000 0,2112 0,0317 0,2148
TIAC -0,7168 -0,4952 -0,1861 0,4648 0,4479 1,0000 -0,0101 0,0000 -0,0000 0,2705 -0,0889 0,2751
Fracão 0,0125 0,0130 0,0148 -0,0167 -0,0034 -0,0101 1,0000 0,0000 0,0000 0,2535 0,6670 0,2502
Agua
Taxa Cisal. 0,0000 0,0000 0,0000 -0,0000 0,0000 0,0000 0,0000 1,0000 0,0000 -0,1056 -0,1032 -0,1069
Temp. -0,0000 0,0000 0,0000 0,0000 -0,0000 -0,0000 0,0000 0,0000 1,0000 -0,2515 0,1852 -0,2557
Viscosidade -0,2646 -0,2675 -0,2479 0,3082 0,2112 0,2705 0,2535 -0,1056 -0,2515 1,0000 0,0998 0,9998
Dinâmica
Viscosidade 0,0583 0,0611 0,0113 -0,0620 0,0317 -0,0889 0,6670 -0,1032 0,1852 0,0998 1,0000 0,0973
Relativa
Viscosidade -0,2690 -0,2720 -0,2524 0,3136 0,2148 0,2751 0,2502 -0,1069 -0,2557 0,9998 0,0973 1,0000
Cinemática
Tabela 5: Valores das correlações entre as variáveis dos petróleos, calculada pela correlação de Spearman.
API Saturado Aromático Resina Asfalteno TIAC Fracão Taxa Cisal. Temp. Viscosidade Viscosidade viscosidade
Agua Dinâmica Relativa cinemática
API 1,0000 0,3414 0,1859 -0,2844 -0,3938 -0,5487 0,0076 0,0000 0,0000 -0,2062 0,0058 -0,2059
26
Saturado 0,3414 1,0000 -0,1714 -0,8168 -0,2221 -0,2714 0,0076 0,0000 0,0000 -0,2277 0,0476 -0,2301
Aromático 0,1859 -0,1714 1,0000 -0,2842 -0,3614 0,1571 0,0076 0,0000 0,0000 -0,1280 0,0031 -0,1297
Resina -0,2844 -0,8168 -0,2842 1,0000 0,2374 -0,0447 -0,0076 0,0000 0,0000 0,2560 -0,0397 0,2595
Asfalteno -0,3938 -0,2221 -0,3614 0,2374 1,0000 0,1882 -0,0046 0,0000 0,0000 0,1795 0,0083 0,1810
TIAC -0,5487 -0,2714 0,1571 -0,0447 0,1882 1,0000 -0,0076 0,0000 0,0000 0,1294 -0,0300 0,1290
Fracão 0,0076 0,0076 0,0076 -0,0076 -0,0046 -0,0076 1,0000 0,0000 0,0000 0,5857 0,9720 0,5718
Agua
Taxa Cisal. 0,0000 0,0000 0,0000 0,0000 0,0000 0,0000 0,0000 1,0000 0,0000 -0,0811 -0,0496 -0,0827
Temp. 0,0000 0,0000 0,0000 0,0000 0,0000 0,0000 0,0000 0,0000 1,0000 -0,6733 0,0827 -0,6823
Viscosidade -0,2062 -0,2277 -0,1280 0,2560 0,1795 0,1294 0,5857 -0,0811 -0,6733 1,0000 0,5304 0,9998
Dinâmica
Viscosidade 0,0058 0,0476 0,0031 -0,0397 0,0083 -0,0300 0,9720 -0,0496 0,0827 0,5304 1,0000 0,5166
Relativa
Viscosidade -0,2059 -0,2301 -0,1297 0,2595 0,1810 0,1290 0,5718 -0,0827 -0,6823 0,9998 0,5166 1,0000
Cinemática
(a) (b)
−1,0 −0,5 0,0 0,5 1,0 −1,0 −0,5 0,0 0,5 1,0
API
saturado
aromatico
resina
asfalteno
TIAC
fracao_agua
cisalhamento
temperatura
viscosidade
viscosidade_relativa
Figura 12: a) Correlações de Pearson; b)correlação de Spearman.
16
Colinearidade (Multicolinearidade) e o termo utilizado para indicar a existência de forte cor-
relação entre duas (ou mais) variáveis independentes.
27
que a fração de resinas e saturados tem uma correlação alta (0,9), indicando que
na construção de um modelo apenas uma delas deve ser selecionada como variável
regressora.
Ronningsen [33] afirma que o fator de maior influência na viscosidade das emulsões
é a fração volumétrica da fase dispersa. Segundo ele, quando a concentração da
fase dispersa aumenta, a emulsão se torna progressivamente mais não-Newtoniana,
até que atinja uma concentração máxima, onde ocorre uma inversão de fases e a
emulsão passa a ser do tipo óleo dissolvido em água (O/A), e a viscosidade aparente
cai abruptamente. Essa inversão ocorre em diferentes concentrações dependendo do
petróleo. Com exceção do Petróleo 11, os petróleos analisados formaram emulsões
A/O estáveis com até 70% de fração de água sem que fosse observada a inversão das
fases. Não foram fornecidos dados reológicos das emulsões após a inversão de fases.
Logo, não foi possı́vel analisar o comportamento da viscosidade após a inversão de
fases.
Na figura 13 está representada a viscosidade das emulsões com diferentes teores
volumétricos de fase interna. A figura 14 mostra a distribuição da viscosidade di-
nâmica do Petróleo 1 para diferentes valores de fração de água. Pode-se observar
um significativo incremento na viscosidade a medida que a fração de água aumenta.
Consta na literatura [33, 46] que esse incremento está associado ao aumento das for-
ças interfaciais de atrito decorrentes da dissipação de energia causada pela interação
entre as gotas e pela deformação das mesmas.
28
Fração de Agua
0 0,3 0,6
0,1 0,5 0,7
10 20 30 40 50 60 10 20 30 40 50 60
5
Petróleo 14 Petróleo 15 Petróleo 2 Petróleo 3 Petróleo 4
50000
5000
500
50
5
Petróleo 1 Petróleo 10 Petróleo 11 Petróleo 12 Petróleo 13
50000
5000
500
50
5
10 20 30 40 50 60 10 20 30 40 50 60 10 20 30 40 50 60
Temperatura (°C)
29
Fração de água
0,7
0,5
0,3
0,1
0
0,7
0,5
0,3
0,1
0
30
Fração de Água
0 0,3 0,6
0,1 0,5 0,7
10 20 30 40 50 60 10 20 30 40 50 60
10 20 30 40 50 60 10 20 30 40 50 60 10 20 30 40 50 60
Temperatura (°C)
31
Fração de água
0,7
0,5
0,3
0,1
0
0 20 40 60 80 100
0,7
0,5
0,3
0,1
0
1 2 5 10 20 50 100
Ronningsen [33] afirma que a viscosidade das emulsões de petróleo é uma função
da temperatura e que ela diminui com o aumento da temperatura, principalmente
devido a diminuição da viscosidade da fase óleo da mistura. Pela correlação de
Spearman (tabela 5), a correlação entre a viscosidade dinâmica e a temperatura
apresenta um valor alto (-0,6733) , mostrando que o comportamento observado por
32
Ronningsen também existe para os petróleos analisados e que essa função se comporta
como uma função monotônica decrescente. A análise visual das figuras 17 e 18
comprovam essa suposição. Para todos os óleos a forma das curvas são semelhantes
e decrescentes.
Cisalhamento (s−1)
10 20 50 80 120 250
102030405060
2000
500
200
50
Petróleo 13 Petróleo 14 Petróleo 15 Petróleo 2
50000
20000
5000
2000
500
200
50
Petróleo 1 Petróleo 10 Petróleo 11 Petróleo 12
50000
20000
5000
2000
500
200
50
102030405060 102030405060
Temperatura (°C)
Figura 17: Relação entre a viscosidade dinâmica e a temperatura para uma fração
de água = 0,5. Viscosidade decresce com a temperatura.
33
Cisalhamento (s−1)
10 20 50 80 120 250
102030405060
Petróleo 8 Petróleo 9
50000
5000
500
100
Petróleo 4 Petróleo 5 Petróleo 6 Petróleo 7
50000
5000
Viscosidade (cP)
500
100
Petróleo 14 Petróleo 15 Petróleo 2 Petróleo 3
50000
5000
500
100
Petróleo 1 Petróleo 10 Petróleo 12 Petróleo 13
50000
5000
500
100
102030405060 102030405060
Temperatura (°C)
Figura 18: Relação entre a viscosidade dinâmica e a temperatura para uma fração
de água = 0,7. Viscosidade decresce com a temperatura.
34
Cisalhamento (s−1)
10 20 50 80 120 250
5 10 20 50
15
10
5
Petróleo 13 Petróleo 14 Petróleo 15 Petróleo 2
20
15
10
5
Petróleo 1 Petróleo 10 Petróleo 11 Petróleo 12
20
15
10
5
5 10 20 50 5 10 20 50
Temperatura (°C)
Figura 19: Relação entre a viscosidade relativa e a temperatura, para várias taxas
de cisalhamento e fração de água=0,5. As curvas apresentam pontos de inflexão e
formatos diferentes entre os óleos.
35
Cisalhamento (s−1)
10 20 50 80 120 250
5 10 20 50
Petróleo 8 Petróleo 9
100
80
60
40
20
Petróleo 4 Petróleo 5 Petróleo 6 Petróleo 7
100
Viscosidade Relativa
80
60
40
20
Petróleo 14 Petróleo 15 Petróleo 2 Petróleo 3
100
80
60
40
20
Petróleo 1 Petróleo 10 Petróleo 12 Petróleo 13
100
80
60
40
20
5 10 20 50 5 10 20 50
Temperatura (°C)
Figura 20: Relação entre a viscosidade relativa e a temperatura, para várias taxas
de cisalhamento e fração de água=0,7. As curvas apresentam pontos de inflexão e
formatos diferentes entre os óleos.
36
ras mais altas (ou seja, Comportamento Newtoniano). Para as temperaturas mais
baixas, percebe-se que as curvas apresentam uma inclinação, caracterizando um com-
portamento não-Newtoniano, onde a viscosidade dinâmica é maior para as taxas de
cisalhamento mais baixas e decresce a medida que a taxa de cisalhamento aumenta.
Temperatura (°C)
4 12 20 40 60
0 50100 200
50
5
Petróleo 13 Petróleo 14 Petróleo 15 Petróleo 2
5000
500
50
5
Petróleo 1 Petróleo 10 Petróleo 11 Petróleo 12
5000
500
50
5
0 50100 200 0 50100 200
Cisalhamento (s−1)
Para uma concentração da fase dispersa de 70%, na figura 22 observa-se , pela in-
clinação das curvas, que todas as emulsões apresentam comportamento não-Newtoniano
para todas as temperaturas. Em todos os petróleos a variação da viscosidade se com-
37
porta da mesma maneira, a viscosidade dinâmica é maior para as taxas de cisalha-
mento mais baixas e decresce a medida que a taxa de cisalhamento aumenta. Além
disso, para todas as taxas de cisalhamento, a viscosidade dinâmica é sempre maior
nas temperaturas mais baixas e diminui a medida que a temperatura aumenta.
Temperatura (°C)
4 12 20 40 60
0 50100 200
Petróleo 8 Petróleo 9
50000
5000
500
100
Petróleo 4 Petróleo 5 Petróleo 6 Petróleo 7
50000
5000
Viscosidade (cP)
500
100
Petróleo 14 Petróleo 15 Petróleo 2 Petróleo 3
50000
5000
500
100
Petróleo 1 Petróleo 10 Petróleo 12 Petróleo 13
50000
5000
500
100
0 50100 200 0 50100 200
Cisalhamento (s−1)
38
fase dispersa, vemos casos onde as maiores viscosidades se encontram no meio da
faixa de temperatura analisada.
Temperatura (°C)
4 12 20 40 60
0 50100 200
10
Cisalhamento (s−1)
39
Temperatura (°C)
4 12 20 40 60
0 50100 200
Petróleo 8 Petróleo 9
100
50
20
10
50
20
10
Cisalhamento (s−1)
40
de cisalhamento. Com essas informações é possı́vel utilizar um método de regressão
para ajustar adequadamente um modelo para esse óleo. O interessante nesse caso é
comparar qual técnica de regressão apresenta o melhor ajuste individual para cada
óleo separadamente.
Para avaliar o desempenho de cada modelo, foi realizado o ajuste individual com
o conjunto de dados reológicos completos de cada petróleo, ou seja, levando em con-
sideração todos os valores de fração de água, temperatura e taxa de cisalhamento
levantados em laboratório. Para cada petróleo foi feito o cálculo das medidas de
desempenho do ajuste individual, e ao final, para avaliar o desempenho geral do mo-
delo, e poder compara-lo aos outros, é calculada a média dos erros encontrados em
cada regressão individual.
A correlação proposta por Richardson (1933) [47], foi ajustada utilizando uma
regressão linear robusta, com modelo:
ηr = e(kφ) (40)
onde φ é a fração de água e k é o parâmetro a ser ajustado.
Na tabela 6 estão representados os indicadores de desempenho e o valor do pa-
râmetro ajustado (k) para cada um dos 15 petróleos analisados. A média dos Erros
Absolutos Médios (MAE) para o modelo descrito foi de 2,51. Já a média dos Erros
Absolutos Médios Percentuais (MAPE) dos 15 petróleos foi 24,88.
41
Tabela 6: Resultados do ajuste individual dos petróleos para o modelo Richardson
42
20
10
10
5
Predito
Predito
5
2
2
1
1
1 2 5 10 20 1 2 5 10 20 50 100
Observado Observado
a) Petróleo 2 b) Petróleo 8
Figura 25: a) Petróleo com o melhor ajuste individual pelo modelo Richardson.
b) Petróleo com o pior ajuste individual pelo modelo Richardson.
Para emulsões fortes, com 100% do volume de lı́quido emulsionado, condição se-
melhante ao das emulsões preparadas para esse estudo, os parâmetros ajustados pela
equação 17, utilizada por Almeida [6] para ajustar os dados originais dos experimen-
tos de Woelflin (1942), são a = 2, 1102 e b = 5, 2456, resultando na equação:
2)
νr = e(2,1102φ+5,2456φ (41)
onde φ é a fração de água.
Na tabela 7 são apresentados os erros obtidos ao aplicar esse ajuste para todas as
faixas de fração de água, temperatura e taxa de cisalhamento analisadas. A média
dos Erros Absolutos Médios (MAE) para o modelo descrito foi de 8,41. Já a média
dos Erro Absoluto Médio Percentual (MAPE) foi 86,55. Como o ajuste foi feito para
petróleos mais pesados, para faixas de temperatura acima da TIAC e para taxas de
cisalhamento mais baixas [32], o modelo apresentou erros altos de predição. Esse
resultado reforça a importância de realizar um ajuste para os óleos leves nacionais.
43
Tabela 7: Desempenho do ajuste para os dados experimentais de Woelflin.
2)
ηr = e(a·φ+b·φ (42)
onde φ é a fração de água; a e b são parâmetros a serem ajustados.
Na tabela 8 estão representados os resultados dos ajustes individuais. A média
dos Erros Absolutos Médios (MAE) para o modelo descrito foi de 2,32. Já a média
dos Erros Absolutos Médios Percentuais (MAPE) foi 20,25.
44
Tabela 8: Desempenho do ajuste individual e parâmetros a e b ajustados para o
modelo Exponencial
45
10
20
10
5
Predito
Predito
5
2
2
1
1
1 2 5 10 20 1 2 5 10 20 50 100
Observado Observado
a) Petróleo 12 b) Petróleo 8
Figura 26: a) Petróleo com o melhor ajuste individual pelo modelo Exponencial.
b) Petróleo com o pior ajuste individual pelo modelo Exponencial.
2)
ηr = e(1,3505φ+3,3694φ (43)
2)
ηr = e(1,7173φ+4,6797φ (44)
A correlação proposta por Ronningsen [33], foi ajustada utilizando uma regressão
linear generalizada, com modelo:
ln(ηr ) = k1 + k2 T + k3 φ + k4 φT (45)
onde T é a temperatura em o C e k1 ,k2 ,k3 e k4 são parâmetros a serem ajustados.
Na tabela 9 está representado o desempenho dos ajustes individuais. A média
dos Erros Absolutos Médios (MAE) para o modelo descrito foi de 1,59. Já a média
46
dos Erro Absoluto Médio Percentual (MAPE) foi 19,48. Os coeficientes ajustados
para cada petróleo são apresentados na tabela 10.
Tabela 10: Parâmetros resultantes do ajuste individual dos petróleos para o modelo
Ronningsen
Óleo k1 k2 k3 k4
Petróleo 1 -0,155248 -0,001280 3,565319 0,035701
Petróleo 2 0,052518 -0,005596 3,446712 0,020974
Petróleo 3 -0,161675 0,000550 4,104122 0,017497
Petróleo 4 -0,163110 0,000143 3,160872 0,021093
Petróleo 5 -0,148369 -0,001160 3,301798 0,041666
Petróleo 6 -0,230633 0,001179 4,021145 0,010370
Petróleo 7 -0,204328 -0,000011 3,434104 0,012158
Petróleo 8 -0,182845 -0,002553 3,652118 0,049174
Petróleo 9 0,024897 -0,003624 3,082919 0,033402
Petróleo 10 -0,090553 -0,000826 3,724025 0,035600
Petróleo 11 -0,239322 0,000679 3,327724 0,026008
Petróleo 12 -0,182862 -0,000790 3,397874 0,012444
Petróleo 13 0,317820 -0,011866 3,365094 0,038119
Petróleo 14 0,070521 -0,004746 3,898256 0,000469
Petróleo 15 -0,117107 -0,003145 2,906944 0,056692
47
Na figura 27 são apresentados os gráficos dos valores preditos x observados dos
petróleos que apresentaram o melhor e o pior ajuste, pelo critério do Erro Absoluto
Médio Percentual (MAPE).
20
50
10
20
10
5
Predito
Predito
5
2
2
1
1
1 2 5 10 20 1 2 5 10 20 50
Observado Observado
48
onde: K - temperatura em Kelvin.
Na tabela 11 estão representados os resultados de desempenho dos ajustes indi-
viduais para o conjunto de dados completo. A média dos Erros Absolutos Médios
(MAE) para o modelo descrito foi de 460,78. Já a média dos Erro Absoluto Médio
Percentual (MAPE) foi 23,72. Os valores do MAE variam muito entre os petróleos,
pois a dimensão desse indicador é da mesma ordem da variável resposta, nesse caso
a viscosidade cinemática. A viscosidade do Petróleo 11 (180,74 cP ), por exemplo,
e mais de dez vezes maior que a do Petróleo 9 (15,19 cP ), ambas medidas a uma
temperatura de 30o C e taxa de cisalhamento 50s−1 .
Tabela 11: Resultados do ajuste individual dos petróleos para o modelo Farah,
sem TIAC
49
Os modelos acabam sendo definidos pelo valor que a variável dummy assume,
como mostrado na equação:
(0) : ln(ln(ν + 0, 7)) = k1 + k2 φ + k3 ln(K) + k4 φln(K)
t1 = (1) : ln(ln(ν + 0, 7)) = (k1 + k5 ) + (k2 + k6 )φ + (k3 + k7 )ln(K)
+(k4 + k8 )φln(K)
Tabela 12: Resultados do ajuste individual dos petróleos para o modelo Farah
50
Tabela 13: Parâmetros resultantes do ajuste individual dos petróleos para o modelo
Farah
Óleo k1 k2 k3 k4 k5 k6 k7 k8
Petróleo 1 24,7732 -22,4425 -4,1450 4,1130 18,9961 -13,9916 -3,3291 2,4480
Petróleo 2 29,9397 -28,6870 -5,0173 5,1549 3,2932 10,2449 -0,5772 -1,7896
Petróleo 3 25,9673 -18,6057 -4,3263 3,4212 3,3256 -0,5169 -0,5702 0,0752
Petróleo 4 26,8031 -18,9046 -4,4532 3,4378 1,6573 3,5818 -0,2746 -0,6438
Petróleo 5 25,9531 -23,9941 -4,3088 4,3532 5,0602 2,3934 -0,8761 -0,4382
Petróleo 6 26,0161 -17,7564 -4,3180 3,2494 3,0154 0,2972 -0,5228 -0,0548
Petróleo 7 26,0699 -20,8968 -4,3478 3,7918 5,3188 8,2831 -0,9263 -1,4609
Petróleo 8 29,4784 -28,6634 -4,9586 5,2093 7,7879 -2,7659 -1,3554 0,4605
Petróleo 9 26,0920 -24,3239 -4,3802 4,4298 17,6071 -8,8274 -3,0819 1,5398
Petróleo 10 28,6694 -22,3274 -4,7722 4,0631 1,6446 -1,6915 -0,2749 0,2812
Petróleo 11 23,3146 -12,7429 -3,7969 2,3519 3,4091 -3,9600 -0,5717 0,6732
Petróleo 12 24,0084 -21,6527 -3,9745 3,9103 9,1579 8,0475 -1,6048 -1,4075
Petróleo 13 24,6663 -20,1683 -4,1013 3,6965 21,1833 -25,3418 -3,7227 4,4618
Petróleo 14 23,6084 -14,0686 -3,8953 2,5900 4,9317 0,2141 -0,8633 -0,0334
Petróleo 15 23,2132 -16,3927 -3,8006 3,0193 7,3921 -5,2194 -1,2662 0,8749
51
2000 5000
10000
2000
500
Predito
Predito
200 500
100
50
50
20
20
10
Observado Observado
Figura 28: a) Petróleo 12 - melhor ajuste individual pelo modelo Farah. b) Petróleo
15 - pior ajuste individual pelo modelo Farah.
52
5.2.1.5 Novo modelo para viscosidade cinemática (Farah Modificado)
5 5
ln(cisalhamento)
ln(cisalhamento)
4 4
3 3
31,0 31,2 31,4 31,6 31,8 −25 −24 −23 −22 −21 −20
k1 k2
5 5
ln(cisalhamento)
ln(cisalhamento)
4 4
3 3
−5,35 −5,30 −5,25 −5,20 3,6 3,8 4,0 4,2 4,4 4,6
k3 k4
Figura 29: análise dos parâmetros da equação de Farah e a viscosidade para o óleo
Petróleo 2.
Com base nessa observação, para cada parâmetro da equação original, criou-se
novos termos para incluir a taxa de cisalhamento. A equação resultante é apresentada
a seguir:
53
O modelo proposto foi ajustado utilizando uma regressão linear generalizada.
Tabela 14: Resultados do ajuste individual dos petróleos para o modelo Farah
Modificado, sem TIAC
Os modelos acabam sendo definidos pelo valor que a variável dummy assume,
54
como mostrado na equação 52:
(0) : ln(ln(ν + 0, 7)) = k1 + k2 φ + k3 ln(K)+
k4 ln(tcis) + k5 ln(tcis)ln(K) + k6 φln(tcis)+
k7 φln(K) + k8 φln(tcis)ln(K)
t1 = (1) : ln(ln(ν + 0, 7)) = (k1 + k9 ) + (k2 + k10 )φ+
(k3 + k11 )ln(K) + (k4 + k12 )ln(tcis)+
(k5 + k13 )ln(tcis)ln(K) + (k6 + k14 )φln(tcis)+
(k7 + k15 )φln(K) + (k8 + k16 )φln(tcis)ln(K)
Tabela 15: Desempenho do ajuste individual dos petróleos para o modelo Farah
Modificado utilizando a TIAC
55
Tabela 16: Parâmetros resultantes do ajuste individual dos petróleos para o modelo
Farah Modificado
Óleo k1 k2 k3 k4 k5 k6 k7 k8
Petróleo 1 66,11 -64,27 -11,41 -5,61 0,99 6,99 11,51 -1,24
Petróleo 2 38,19 -15,98 -6,46 -1,24 0,22 -0,62 2,96 0,10
Petróleo 3 32,80 -20,27 -5,50 -0,88 0,15 0,29 3,73 -0,06
Petróleo 4 34,69 -19,41 -5,81 -1,56 0,27 1,03 3,53 -0,18
Petróleo 5 38,70 -28,27 -6,53 -1,93 0,34 1,67 5,11 -0,30
Petróleo 6 33,56 -20,13 -5,63 -1,14 0,20 0,67 3,70 -0,13
Petróleo 7 36,57 -12,78 -6,18 -1,30 0,23 0,04 2,39 -0,01
Petróleo 8 57,38 -56,05 -9,85 -5,05 0,89 6,18 10,05 -1,10
Petróleo 9 54,36 -35,43 -9,33 -2,68 0,47 0,57 6,39 -0,10
Petróleo 10 39,00 -35,99 -6,57 -2,18 0,38 3,01 6,49 -0,54
Petróleo 11 24,82 -15,45 -4,01 0,48 -0,09 -0,31 2,82 0,05
Petróleo 12 39,39 -13,13 -6,67 -1,56 0,27 -0,12 2,45 0,01
Petróleo 13 60,84 -60,53 -10,46 -3,76 0,66 3,77 10,83 -0,67
Petróleo 14 31,53 -12,41 -5,29 -0,75 0,13 -0,36 2,35 0,05
Petróleo 15 32,95 -24,78 -5,45 -0,59 0,10 0,80 4,46 -0,14
Tabela 17: Parâmetros resultantes do ajuste individual dos petróleos para o modelo
Farah Modificado
56
5000
2000
500
500
Predito
Predito
200
50
50
10 20
10
5
10 50 500 5000 10 50 200 1000 5000
Observado Observado
Figura 30: a) Petróleo 5 - melhor ajuste individual pelo modelo Farah Modificado.
b) Petróleo 8 - pior ajuste individual pelo modelo Farah Modificado.
57
temperatura > T IAC :
log(log(ν + 0, 7)) = 57, 38 − 56, 05φ − 9, 85ln(K) − 5, 05ln(tcis)
+0, 89ln(tcis)ln(K) + 6, 18φln(tcis) + 10, 05φln(K) − 1, 10φln(tcis)ln(K)
ηr = 1 + K1 φ + K2 φ2 + K1 φ3 + ... (53)
Onde φ representa a fração de água e K1 , K2 , K3 , ... são constantes
Os elementos de maior grau no polinômio representariam a interação entre as
partı́culas. Pelo fato do impacto da temperatura e taxa de cisalhamento ser maior
quando a concentração da fase dispersa aumenta, foram realizadas varias tentativas
de associar essas duas variáveis a elementos de maior grau do polinômio. Associ-
ando essa ideia com o modelo exponencial de Richardson [47], chegamos a seguinte
equação:
58
Tabela 18: Desempenho do ajuste individual dos petróleos para o modelo Modelo
Novo, sem TIAC
Os modelos acabam sendo definidos pelo valor que a variável dummy assume,
como mostrado na equação 56:
(0) : ln(ηr ) = K1 φ + K2 φ2 + K3 T φ4 + K4 ln(T cis)φ4
t1 =
(1) : ln(ηr ) = (K1 + K5 )φ + (K2 + K6 )φ2 + (K3 + K7 )T φ4 + (K4 + K8 )ln(T cis)φ4
59
Tabela 19: Desempenho do ajuste individual dos petróleos para o modelo Modelo
Novo ,para valores acima e abaixo da TIAC.
Tabela 20: Parâmetros resultantes do ajuste individual dos petróleos para o modelo
Modelo Novo
Óleo k1 k2 k3 k4 k5 k6 k7 k8
Petróleo 1 1,3997 4,4308 0,1884 -1,0166 0,1364 1,7428 -0,1222 -0,2359
Petróleo 2 2,6389 3,7459 0,0443 -1,3571 -0,0399 -1,5632 0,0271 0,7308
Petróleo 3 1,5897 5,7520 0,0761 -1,3376 1,1071 -1,6064 -0,0518 0,5244
Petróleo 4 0,6427 5,0505 0,0534 -0,8218 1,4221 -1,1883 -0,0298 -0,0044
Petróleo 5 1,5385 4,1032 0,1440 -0,9846 0,7377 0,8754 -0,0551 -0,4756
Petróleo 6 0,2562 7,8586 0,0566 -1,4506 1,5662 -2,6039 -0,0411 0,4829
Petróleo 7 -0,4862 7,7996 0,0065 -1,0822 1,0677 -2,4353 0,0315 0,3382
Petróleo 8 0,6505 5,3199 0,2014 -0,9190 0,1071 3,3146 -0,1307 -0,6146
Petróleo 9 2,2748 2,6258 0,1251 -0,9025 0,2397 1,3179 -0,0899 -0,0073
Petróleo 10 1,6837 4,1415 0,2193 -1,0623 1,4934 -0,2189 -0,1763 0,1280
Petróleo 11 -0,5461 8,1165 0,2380 -1,6874 1,7981 -1,3199 -0,2506 0,8780
Petróleo 12 0,2923 6,7245 0,0121 -1,1502 1,0005 -3,1731 0,0624 0,4297
Petróleo 13 5,0719 -3,1327 0,4648 -0,5188 -3,3267 8,7494 -0,4341 -0,2877
Petróleo 14 2,9211 4,5607 0,0008 -1,7698 -1,0435 0,2833 -0,0063 0,7179
Petróleo 15 1,3957 3,3364 0,2258 -0,8980 0,1491 4,2592 -0,2016 -0,3343
60
100
100
50
50
20
20
Predito
Predito
10
10
5
5
2
2
1
1
1 2 5 10 20 50 1 2 5 10 20 50 100
Observado Observado
Figura 31: a) Petróleo 15 - melhor ajuste individual pelo modelo Modelo Novo. b)
Petróleo 8 - pior ajuste individual pelo Modelo Novo.
61
5.2.1.7 Modelo Não-Paramétrico - k-Nearest Neighbour ponderado(wkNN)
n
!1/p
X
|xi − yi |p (57)
i=1
62
rectangular
triangular
50
epanechnikov
biweight
triweight
gaussian
40
mean squared error
inv
30
20
10
2 4 6 8 10
Figura 32: Gráfico mostrando o erro para cada valor de k e algoritmos de kernel,
para o método wkNN. A combinação de [k,kernel] com menor erro é indicada como
solução. Nesse caso,o kernel triweight e número de vizinhos k = 4.
63
Tabela 22: Resultados do ajuste individual dos petróleos para o modelo wkNN
64
50
20
20
10
10
Predito
Predito
5
5
2
2
1
1
1 2 5 10 20 1 2 5 10 20 50
Observado Observado
Figura 33: a) Petróleo 12 - melhor ajuste individual pelo modelo wkNN. b) Petróleo
13 - pior ajuste individual pelo modelo wkNN.
65
[46] para a viscosidade cinemática, mas o ajuste nessas duas faixas também influen-
ciou o modelo baseado na viscosidade relativa.
Tabela 23: Desempenho dos modelos pelo Erro absoluto médio percentual
(MAPE). Média, maior valor, menor valor e desvio padrão do MAPE, obtidos
dos 15 petróleos analisados em cada modelo.
30
20
10
66
avaliado dessa forma, foram calculadas as estatı́sticas de desempenho e depois foi
calculada a média das estatı́sticas. Como a base de dados possui 15 petróleos, para
cada modelo analisado são realizadas 15 rodadas, uma para cada petróleo.
Ao final, para possibilitar a comparação entre os modelos, são calculadas as mé-
dias dos Erros Absolutos Médios (MAE) e dos Erros Absolutos Médios Percentuais
(MAPE) das 15 rodadas.
A correlação foi ajustada utilizando uma regressão linear generalizada, com mo-
delo:
2)
ηr = e(a·φ+b·φ (58)
onde φ é a fração de água; a e b são parâmetros a serem ajustados.
Na tabela 24 estão representados os resultados da validação cruzada. A média
dos Erros Absolutos Médios (MAE) para o modelo descrito foi de 2,69. Já a média
dos Erro Absoluto Médio Percentual (MAPE) foi 23,70.
Tabela 24: Desempenho do ajuste por validação cruzada para o modelo Exponen-
cial
67
petróleos que apresentaram o melhor e o pior ajuste, pelo critério do Erro Absoluto
Médio Percentual (MAPE).
20
15
15
Predito
Predito
10
10
5
0 10 20 30 40 0 5 10 15 20 25 30
Observado Observado
2)
ηr = e(2,3975φ+2,6153φ (59)
68
Tabela 25: Resultados do ajuste genérico dos óleos para o modelo Exponencial,
ajuste final
A correlação proposta por Ronningsen [33], foi ajustada utilizando uma regressão
linear generalizada, com modelo:
ln(ηr ) = k1 + k2 T + k3 φ + k4 φT (60)
onde T é a temperatura em o C e k1 ,k2 ,k3 e k4 são parâmetros a serem ajustados.
Na tabela 26 estão representados os resultados da validação cruzada. A média
dos Erros Absolutos Médios (MAE) para o modelo descrito foi de 2,32. Já a média
dos Erro Absoluto Médio Percentual (MAPE) foi 25,11.
69
Tabela 26: Desempenho do ajuste por validação cruzada para o modelo Ronningsen
70
30
30
25
25
20
20
Predito
Predito
15
15
10
10
5
5
0
0
0 10 20 30 40 5 10 15 20
Observado Observado
A correlação proposta por Farah, foi ajustada utilizando uma regressão linear
generalizada, com modelo:
71
Na tabela 27 estão representados os resultados da validação cruzada. A média
dos Erros Absolutos Médios (MAE) para o modelo descrito foi de 890,03. Já a média
dos Erro Absoluto Médio Percentual (MAPE) foi 58,81.
Tabela 27: Desempenho do ajuste por validação cruzada para o modelo Farah
72
4000
4000
3000
3000
Predito
Predito
2000
2000
1000
1000
0
0
Observado Observado
Figura 37: a) Petróleo 6 - melhor ajuste genérico pelo modelo Farah. b) Petróleo
9 - pior ajuste genérico pelo modelo Farah.
A nova correlação, foi ajustada utilizando uma regressão linear generalizada, com
modelo:
73
Tabela 28: Desempenho do ajuste por validação cruzada para o modelo Farah
Modificado
74
8000
6000
6000
4000
Predito
Predito
4000
2000
2000
0
0
0 2000 6000 10000 0 500 1500 2500 3500
Observado Observado
Figura 38: a) Petróleo 6 - melhor ajuste genérico pelo modelo Farah Modificado.
b) Petróleo 9 - pior ajuste genérico pelo modelo Farah Modificado.
75
Tabela 29: Desempenho do ajuste por validação cruzada para o modelo wkNN
76
50
40
40
30
30
Predito
Predito
20
20
10
10
0
0
0 5 10 15 20 25 30 5 10 15 20
Observado Observado
Figura 39: a) Petróleo 6 - melhor ajuste genérico pelo modelo wkNN. b) Petróleo
7 - pior ajuste genérico pelo modelo wkNN.
A correlação proposta por Souza (2010) [21] foi ajustada utilizando uma regressão
linear generalizada, com modelo:
77
Tabela 30: Desempenho do ajuste por validação cruzada para o modelo Souza
78
40
40
30
30
Predito
Predito
20
20
10
10
0
0
0 10 20 30 40 5 10 15 20
Observado Observado
Figura 40: a) Petróleo 3 - melhor ajuste genérico pelo modelo Souza. b) Petróleo
7 - pior ajuste genérico pelo modelo Souza.
A nova correlação proposta foi ajustada utilizando uma regressão linear genera-
lizada, com o modelo:
79
Na tabela 31 estão representados os resultados da validação cruzada. A média
dos Erros Absolutos Médios (MAE) para o modelo descrito foi de 2,16. Já a média
dos Erro Absoluto Médio Percentual (MAPE) foi 19,06.
Tabela 31: Desempenho do ajuste por validação cruzada para o modelo Modelo
Novo
80
60
50
50
40
40
Predito
Predito
30
30
20
20
10
10
0
0
0 10 20 30 40 5 10 15 20
Observado Observado
Figura 41: a) Petróleo 3 - melhor ajuste genérico pelo modelo Modelo Novo. b)
Petróleo 7 - pior ajuste genérico pelo modelo Modelo Novo.
A correlação proposta por Netto (2001) [43] foi ajustada utilizando uma regressão
linear generalizada, com o modelo:
2)
ηr = e(k1 φ+k2 AP Iφ+k3 φ (70)
onde:
API é a densidade API
k1 , k2 e k3 são constantes
81
Na tabela 32 estão representados os resultados da validação cruzada. A média
dos Erros Absolutos Médios (MAE) para o modelo descrito foi de 2,71. Já a média
dos Erro Absoluto Médio Percentual (MAPE) foi 23,82.
Tabela 32: Desempenho do ajuste por validação cruzada para o modelo Netto
82
20
20
15
15
Predito
Predito
10
10
5
5
0 10 20 30 40 5 10 15 20
Observado Observado
Figura 42: a) Petróleo 3 - melhor ajuste genérico pelo modelo Netto. b) Petróleo
7 - pior ajuste genérico pelo modelo Netto.
2)
ηr = e(1,3684φ+0,0406AP Iφ+2,4967φ (71)
83
Tabela 33: Desempenho dos modelos pelo Erro absoluto médio percentual
(MAPE). Média, maior valor, menor valor e desvio padrão do MAPE, obtidos
dos 15 petróleos analisados em cada modelo.
100
80
60
40
20
Exponencial Ronningsen Farah Farah Modificado wkNN Souza Modelo Novo Netto
O modelo que apresentou melhor desempenho foi o modelo dos k-vizinhos mais
proximos ponderado (wkNN) utilizando apenas a fração de água, temperatura e
taxa de cisalhamento como variáveis regressoras. Entre os modelos paramétricos que
utilizaram a viscosidade relativa como variável regressora, os modelos de Souza e o
Modelo Novo, que utilizam a taxa de cisalhamento na sua fórmula, apresentaram um
Erro Absoluto Médio Percentual um pouco melhor que os modelos.
84
35
Erro Absoluto Médio Percentual
30
25
20
15
10
85
6 Considerações Finais
Como a viscosidade relativa é uma relação entre a viscosidade da emulsão e a
viscosidade do petróleo desidratado, ela elimina em grande parte a influência da
grande variação de viscosidade existente entre os petróleos. Como a densidade API é
altamente correlacionado com a viscosidade do óleo, a sua influência também é bem
menor nos modelos que utilizam a viscosidade relativa como variável resposta do que
nos modelos baseados na viscosidade dinâmica e cinemática.
Como consequência, os modelos que utilizam a viscosidade relativa apresentaram
resultados melhores que os modelos baseados na viscosidade cinemática e dinâmica
quando foi realizado o ajuste genérico dos petróleos. É importante notar que os mo-
delos que utilizavam a viscosidade cinemática e dinâmica testados não incluı́am entre
suas variáveis explicatórias nenhuma propriedade que pudesse sanar essa desvanta-
gem. Nesse sentido, a densidade API ou a viscosidade inicial do óleo desidratado são
candidatos promissores para serem utilizados em futuros estudos.
Para o ajuste individual dos óleos, não foi observada uma diferença de desempe-
nho tão grande entre os modelos baseados na viscosidade relativa e os modelos que
utilizam a viscosidade dinâmica ou cinemática.
Pela análise dos dados, e dos erros nos modelos de regressão, foi observado um
comportamento altamente não-linear da temperatura e da taxa de cisalhamento na
viscosidade relativa das emulsões. Modelos não-paramétricos geralmente apresentam
bons resultados em problemas não-lineares. Para o ajuste individual, o método de
regressão não-paramétrico wkNN apresentou resultados melhores que os métodos de
regressão paramétricos tradicionais.
Para simuladores de escoamento, se os dados laboratórias estiverem disponı́veis,
a utilização do modelo wkNN pode representar bem a viscosidade relativa. É impor-
tante observar que o método wkNN não consegue representar bem valores fora da
faixa dos dados de treinamento, por isso, os dados levantados no laboratório devem
abranger faixas de temperatura, taxa de cisalhamento e fração de água que serão
encontradas ao longo do sistema de produção do campo.
O comportamento da viscosidade das emulsões após a inversão de fases não fez
parte do escopo desse trabalho, por isso não foi possı́vel verificar se o método de
regressão não-paramétrico wKNN conseguiria modelar bem esse mudança abrupta
na viscosidade. Seria interessante levantar em laboratório a reologia das emulsões em
toda faixa de concentração de água (0% a 100%) para verificar se o modelo proposto
conseguiria predizer a viscosidade nessas condições.
86
7 Conclusões
Para o ajuste individual, o modelo que apresentou melhor desempenho foi o mé-
todo dos k-vizinhos mais próximos ponderado (wkNN), sendo capaz de descrever
com boa precisão o comportamento reológico dos petróleo leves brasileiros, utili-
zando apenas a fração de água, temperatura e taxa de cisalhamento como variáveis
regressoras. Entre os modelos paramétricos, os dois modelos novos, que incorporam
a taxa de cisalhamento em suas equações, apresentaram um desempenho melhor que
os modelos existentes.
Para o ajuste genérico, os modelos que utilizam a viscosidade relativa como va-
riável resposta apresentaram desempenho melhor que os modelos que utilizam a vis-
cosidade cinemática. Apesar do modelo wkNN e do novo modelo paramétrico, com
viscosidade relativa como variável resposta, apesentarem um desempenho um pouco
melhor que os modelos existentes, a diferença de desempenho não é tão significativa
quanto a que foi observada no ajuste individual.
A revisão da literatura sobre emulsões realizada nesse trabalho serviu de base
para a melhor compreensão das variáveis envolvidas na modelagem matemática do
comportamento reológico das emulsões.
Foi realizada uma análise dos dados reológicos das emulsões de petróleos leves
Brasileiros, fornecidas pelo Centro de Pesquisa da Petrobras (CENPES). Observou-se
que com o incremento da fração volumétrica de água há um aumento significativo na
viscosidade do fluido. Com o aumento da fração de água, todos os petróleos apresen-
taram também um aumento do comportamento não-newtoniano das suas emulsões.
Como consequência, a da taxa de cisalhamento deve ser observada na modelagem
matemática da viscosidade das emulsões. A formação de parafinas, em temperaturas
abaixo da TIAC, também se mostrou importante. Os modelos paramétricos pro-
postos tiveram uma melhora significativa quando foram feitos ajustes independentes
para faixas acima e abaixo da TIAC.
87
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