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Para Crianças
Isabel Leal
Agradecimentos
Agradeço a todos os que participaram neste livro pela alegria, a amizade, o apoio e o
companheirismo que me concederam.
Toni Hemmerich, Karuna ® Reiki master/teacher e gestora de um centro holístico
em Nova Iorque – EUA, colega e uma querida amiga.
Lisete Soares, contacto e divulgação dos anjos, que tem guiado os meus passos
com tanta presença e paciência.
Rita Oom, pintora, irmã de outras dimensões.
Ingrid Cañete, psicóloga, escritora, professora universitária. Uma sempre presente
colega da rede mundial de estudos Índigo e Cristal. Tal como eu, participante no mais
recente livro de Lee Carroll, The Índigo Children Tem Years Later, traduzido em Portugal
pela Estrela Polar.
Agradeço a todas as crianças que foram minhas alunas e que me inspiraram, ao
longo dos anos, a fazer este trabalho e a perceber a importância da Meditação para um
coração mais simples, mais ingénuo e mais infantil.
Agradeço aos meus professores que, apesar da distância, todos os dias guiam e
iluminam os meus dias, a minha carreira e o meu crescimento.
Este livro é para todos os pais, professores, psicólogos, pediatras, assistentes
sociais, autores, artistas, enfermeiros…enfim, todos aqueles que lidam com crianças e
jovens em geral. É um incentivo para que aprendam a integrar a disciplina de Meditação
nas suas vidas e nas suas actividades, enriquecendo assim a vida dos mais novos.
Um bem-haja a todos!
Índice
Prefácio……………………………………………………………………… 11
Introdução…………………………………………………………………… 17
Testemunhos……………………………………………………………….. 139
DALAI LAMA
Prefácio
Com a prática da Meditação, descobri a paz interior, a concentração e a forma de
chegar até aos meus amigos de infância que não via mas, depois, passei a ver!
Enquanto fazemos Meditação somos todos iguais, aprendemos a respirar – sim, a
respirar, que é uma coisa que deixamos de saber fazer quando entramos na idade adulta
– e, principalmente, aprendemos a conhecer melhor as pessoas.
Através desta aprendizagem, que, com a prática, se vai tornando cada vez mais
dinâmica e interessante, as crianças e os animais reconhecem-nos e aproximam-se,
porque eles conseguem «ver» a diferença.
Gosto de chamar LUZ a esses seres, porque, de facto, somos seres da LUZ, só
que uns evoluem e caminham para a mesma, daí serem considerados especiais,
enquanto outros acomodam-se à ideia, que nos transmitiram em crianças, de que
nascemos, crescemos e morremos. A vida é muito mais do que isto, é uma dádiva do
Universo. É por essa razão que, enquanto seres de LUZ, nos preocupamos tanto em
proteger o nosso planeta.
Todos vimos a este mundo com uma missão, e, portanto, é muito importante
estarmos despertos e ouvirmos o nosso coração.
A Meditação está ao alcance de todas as pessoas e não pode ser considerada
uma modalidade exclusiva de determinados estratos sociais.
As artes energéticas não se praticam porque estão na moda, por serem novidade
ou porque as suas armas e os seus factos são engraçados.
A Meditação é, acima de tudo, uma forma de estar na vida, pois faz parte
integrante das nossas escolhas interiores.
Não estranhem se, durante as práticas ou até durante o dia-a-dia, começarem a
ver borboletas à vossa volta. De facto, elas sentem a vossa energia e a vossa essência.
Tive muito gosto em partilhar convosco o meu testemunho; afinal, a Meditação está
ao alcance de todos e, para isso, basta querer!
Desejo a todos os leitores deste livro uma boa viagem pelo vosso interior e um
grande enriquecimento pessoal.
Este livro da Isabel Leal é, mais uma vez, um brinde à vida e, tal como ela, muito
especial.
Todos podemos fazer a diferença!
Até sempre.
Ouço o meu Silêncio e sinto o Amor a dançar, estou no meu Ser e agradeço a
Deus por me iluminar.»
Compete-nos tentar!
a tolerância.»
DALAI LAMA
Embora este livro seja dedicado ao tema Meditação para crianças, ou para jovens, decidi
escrever um capitulo dedicado à Meditação para adultos, para que possam ser o exemplo
ou o professor/orientador de Meditação em casa ou na escola.
Como já foi referido anteriormente, as crianças reagem por imitação e, numa
segunda fase, por reconhecimento e respeito. Caso não reconheçam no adulto nem uma,
nem outra manifestação, não vale a pena ensiná-las ou pedir-lhes que façam Meditação.
Apresentarei, seguidamente, algumas dicas simples, alguma teoria e alguns
exercícios que podem entusiasmar o mais céptico dos cépticos.
A Meditação é uma disciplina que deve ser treinada, para que os resultados
comecem a surgir. Fantástica ferramenta de auto-conhecimento, permite ao ser humano
conhecer-se além do que algum dia lhe foi explicado. A mente torna-se mais disciplinada,
o ser mais calmo, mais seguro e existe um reflexo imediato no bem-estar e na saúde.
Muitos pensam que se trata de uma perda de tempo e um incomodo para o corpo ao
fim de alguns minutos. A surpresa total é realizar que meditar é ir ao encontro do que já
se é. É, por conseguinte, um processo natural. Um estado muito semelhante aos
momentos experimentados quando me deito para dormir (partindo do pressuposto que
durmo bem e que relaxo mesmo antes de adormecer, o que, hoje em dia, não é possível
para todos). O passado e o futuro desaparecem e, aos poucos, fica só a paz.
Momentos de silêncio que deixam observar o que se passa na mente. Que tipos de
relação a mente mantém com tudo o que a rodeia? O que penso da minha vida? Como
sou conduzido? Perdi a noção do que faço ou da minha vida?
Tenho objectivos que gostaria de alcançar. O poder da minha mente é forte e está
devidamente treinado, ajudando-me a concretizar rapidamente as minhas intenções.
Devo ter sempre um caderno para registar, após a Meditação, as experiências e os sinais
que vou vivendo, de modo a ir construindo, aos poucos, um guia, só meu, que me ajudará
a orientar o meu dia-a-dia e a alcançar os meus objectivos.
Externamente, devo aprender mais sobre a postura, a respiração e a disciplina
mental. Internamente, devo aprender quem sou, quais são as minhas reais capacidades e
estar ciente de que sou um ser espiritual e, por isso, ilimitado, tal como a fonte que me
criou.
A Meditação é uma disciplina milenar e faz parte integrante de alguns movimentos
religiosos. Pode, no entanto, ser praticada sem qualquer envolvimento religioso ou
crença. Todavia, o budismo é a mais completa «escola» de Meditação que alguma vez
conheci. Como já foi mencionado anteriormente, existem diversas vertentes e religiões,
mas vou tentar fornecer explicações muito simples neste livro. O estudo que realizei com
estes seres, meditativos por natureza, deixou-me sem palavras. São a bondade em
pessoa. A energia que envolve cada ser é de natureza tão pura que a proximidade,
mesmo em silêncio, causou em mim profundas transformações.
Com eles aprendi que a Meditação é algo interno e individual. O desenvolvimento
que cresce com a disciplina de Meditação em cada um de nós é depois sentido pelos que
nos rodeiam. É mágico, sente-se no silêncio.
Através da Meditação, podemos compreender quem somos neste preciso momento,
descobrir o nosso potencial e decidir o que desejamos ser de hoje em diante. É, contudo,
um processo dinâmico; portanto, quanto mais meditarmos, mais descobriremos e melhor
entenderemos o potencial que temos e o que poderemos vir a realizar.
Quando nos dizem que utilizamos apenas 10% das nossas capacidades, não nos
explicam bem onde estão os restantes 90%. Remetem-nos para alguns filamentos de
ADN e dizem-nos que os restantes se resumem a lixo. Está tudo muito mal explicado!
Nos Estados Unidos da América, as pessoas que não estão ligadas às áreas Nova
Era inscrevem-se em aulas de Meditação. Médicos, professores, actores, enfermeiros,
directores gerais de grandes multinacionais aderiram à Meditação. O sucesso da
Meditação duplicou em apenas uma dezena de anos e é, hoje em dia, tão importante
como a natação ou o ténis. A Meditação é praticada em escolas, faculdades, hospitais (na
recuperação de doentes), firmas de advogados, consultórios de dentistas, prisões, spas,
clínicas de recuperação e rejuvenescimento e pelos quadros de direcção e administração
de empresas.
Para os conhecedores desta matéria, os estudos nunca têm fim, pois «gurus» e
técnicas diversas estão, actualmente, ao alcance de algumas horas de viagem. Para os
iniciados, as aulas de Meditação estão, hoje em dia, ao seu alcance em todo o mundo e
funcionam como um programa pessoal de desenvolvimento e de protecção da saúde,
assim como uma forma de organizar a mente e os objectivos profissionais a atingir.
Muitos são os famosos que, hoje em dia, meditam para encontrar a paz: Shania
Twain, Richard Gere, Heather Graham, Madonna, Sting, entre outras centenas de
pessoas bem – sucedidas mundialmente, desportistas, homens de negócios e respectivas
equipas.
O estudo da Meditação é cada vez mais recomendado, quer para facilitar o
desenvolvimento espiritual, quer para ajudar na cura de doenças, como a sida, o cancro,
a hiperactividade, o défice de atenção, os distúrbios depressivos, ou até para controlar a
dor em estados crónicos.
A Meditação tem um intuito preestabelecido que, mais tarde ou mais cedo, acabará
por dar os seus resultados, ou seja, o objectivo é estabelecido, o ser concentra-se nele
durante o período de Meditação, na sua forma mais perfeita e concretizável, e os
resultados surgem.
Um ambiente adequado é uma das condições mais importantes para que os
momentos de Meditação sejam tranquilos e eficazes. Estes momentos, por mais breves
que sejam, devem ser calmos e não sofrer interrupções de qualquer espécie. Para tal,
deve ter tudo organizado ao pormenor, para não ser incomodado. Meditar sempre no
mesmo local ajuda. Manter o local limpo, organizado e agradável também.
Manter uma hora certa para meditar ajuda a pessoa a disciplinar-se. Estabeleça
metas mais curtas de inicio, ou seja, comece por meditar durante três ou cinco minutos;
depois, à medida que vai sentindo bem-estar e mais vontade, aumente o tempo
dispendido. Meditar de manhã pode ser mais eficaz do que à noite, pois não existe tanto
cansaço e a eficácia é maior. Acorde uns minutos mais cedo todos os dias e verá que
vale a pena.
Aprenda a respirar, ou seja, antes de tomar decisões sobre os momentos em que
vai meditar, dispense alguns minutos, durante alguns dias, só para perceber o que
significa respirar. Respirar é algo tão natural que um grande numero de pessoas já não se
lembra de como se faz correctamente e que sensações causa. Resumindo: a maior parte
das pessoas respira mal, não o sabe fazer e já se esqueceu de que esse acto é sinónimo
de vida.
A postura também é muitíssimo importante. Se se sentir confortável, conseguirá
manter a disciplina sem dor nem esforço. O mais importante é perceber qual é a posição
que mais lhe agrada e, depois, manter-se desperto, isto é, não adormecer. Para algumas
pessoas, de mais idade ou com peso acima da média, meditar sentado numa cadeira
pode ser uma posição confortável. A mais comum é a de sentado em posição de lótus.
Manter-se aquecido ou quente pode ajudá-lo a meditar, pois em algumas estações
do ano o frio aperta e estar parado pode fazer arrefecer o corpo.
A Meditação pode igualmente ser feita em andamento. Concentrado em si, saia à
rua para dar um passeio no parque ou num local no seio da natureza. A sua atenção deve
estar concentrada apenas nos passos que dá e estes devem ser dados da maneira mais
lenta possível. Peço-lhe que centre realmente toda a sua atenção nos movimentos que
envolvem os seus passos, os locais onde pisa e o modo como pisa. Execute este
exercício durante, pelo menos, dez minutos. Não atenda telefones, evite falar com alguém
e concentre a sua tenção apenas em si mesmo. Escolha uma mudra e coloque as mãos
nessa posição enquanto caminha.
Fazer ioga, praticar tai-chi, chi-kung, a cerimónia do chá, ikebana ou a construção
de mandalas são alguns exemplos de Meditação em movimento.
O estado meditativo envolve silêncio e o corpo deve estar tranquilo, se o modo de
meditar escolhido for o estático. Caso tenha dificuldade em relaxar para entrar em
Meditação, faça um exercício prévio, que consiste em relaxar todos os membros do seu
corpo físico. Pense nos seus pés e em como estes estão relaxados, porque a sua
vontade assim o impõe. Mantenha este discurso interno até chegar à cabeça, passando
por todos os pontos físicos: pernas, bacia, estômago, pescoço, braços, olhos,
cabeça…Uma outra forma muito eficaz de acalmar o corpo físico é a presença da sua
mão. Lembre-se de que o primeiro gesto que faz quando se magoa ou queima é levar a
mão que está livre ao local dorido. Assim, pense em que locais do seu corpo sente maior
tensão e massaje esses pontos durante alguns segundos.
A posição das mãos durante a Meditação é um ponto essencial a estudar, visto que
cada mudra (posição das mãos) tem o seu significado. Nas mãos estão contidos
centenas de pontos energéticos por onde a energia flui. A mente tem mais feixes de
nervos ligados às mãos do que a qualquer outra parte do nosso corpo. Quando unimos as
nossas mãos entrelaçando os dedos, o polegar que fica por cima, seja o direito ou o
esquerdo, indica qual é o hemisfério do nosso cérebro que predomina.
Mudras são posições que podemos efectuar com as nossas mãos e que estimulam
determinados campos do nosso cérebro, conectando-nos com o nosso interior. Através
delas podemos utilizar a nossa energia e a energia universal em beneficio próprio. O
coração traz a energia, a cabeça decide o que fazer com ela e as mãos moldam e
direccionam esta energia para o local de acção. O segredo da saúde está nas nossas
mãos e nos nossos dedos. Já na Antiguidade Clássica as mudras eram utilizadas em
beneficio do Homem; portanto, utilize-as também hoje em dia.
A mente, por norma, encontra-se descontrolada. Os iniciados têm muita dificuldade
em lidar com esta questão. O que deverão fazer com a mente? Existem diversas
explicações sobre os vários tipos de Meditação existentes e os diferentes modos de
educar a mente. Devo frisar que é de fulcral importância o indivíduo centrar-se na
respiração na altura em que está a meditar. Respirar significa respirar. Não levanta
questões, dúvidas nem porquês. A mente nada tem a dizer sobre a respiração. Deve, por
isso, concentrar a sua atenção na inspiração e na expiração de uma forma consciente.
Não deve penalizar-se por não conseguir meditar logo no primeiro dia, até porque a
mente não se cala. É função da mente ter na sua posse informação e explorá-la. É o que
a mente faz melhor. Porém, não nos devemos esquecer de que a mente faz parte
integrante do ser e, por conseguinte, devemos tratá-la com carinho. Tente meditar todos
os dias, pacientemente.
A maior contradição vem do facto de o ser ilimitado ter conhecimento de que a
mente tem mais poder do que sabe. Contudo, esta precisa de ser disciplinada. Torna-se,
então, confuso para o ser saber que pode mas não consegue meditar. Meditando e
colocando em prática, dia após dia, as dicas sugeridas, verifica-se uma rendição natural,
pois o ser sabe que, afinal, está a fazer algo que é natural.
Quando está a meditar, concentre-se na respiração e imagine que, a cada
inspiração, uma luz quente e muito branca entra e percorre todo o seu corpo físico. Pode
ainda concentrar a sua atenção na contagem numérica ascendente e descendente, ou
seja, conte mentalmente de um até cinco e acompanhe com a inspiração; depois, conte
de cinco até um e expire, lentamente.
Aos poucos, a mente habitua-se a ter paz e já não pode passar sem ela. Cada
momento de Meditação deixa de constituir uma perda de tempo e passa a ser um
momento de bem-estar. Com a experiência, o bem-estar instala-se e, por esse motivo, a
pessoa sente mais tranquilidade e lucidez para tomar decisões, tomando efectivamente
melhores decisões. O nível de stresse baixa e a saúde em geral mantém-se em níveis
mais razoáveis, começando o individuo a entender finalmente, de uma forma mais ampla,
que meditar é realmente bom.
Se adoptar uma postura confortável, uma posição de mudra, se colocar um cobertor
sobre as costas; se estiver numa sala energicamente limpa; se se concentrar na
respiração; se tiver uma boa dose de paciência e compaixão para consigo mesmo,
alcançará, sem margens para dúvida, bons resultados.
É possível meditar de olhos abertos. Requer maior concentração, pois tudo o que
nos rodeia pode ser uma fonte de distracção. Para melhorar este tipo de Meditação, deve
definir um foco, ou seja, uma imagem que inspire e que respeite, um desenho com cores
suaves ou, então, um objecto. Passado algum tempo, o resultado deste tipo de Meditação
é fortíssimo, dado que a pessoa fica preparada para fazer Meditação em qualquer lugar
ou ocasião da sua vida. O importante é perceber que todos os tipos de Meditação têm o
mesmo fim: o bem-estar!
A Meditação é excelente para a saúde, pois promove um grande bem-estar físico, o
relaxamento e a paz de espírito. Este estado é óptimo, principalmente para o coração e
para a pulsação. O ser sai revitalizado, porque passa a ter mais cuidado com a postura
corporal e toma uma maior consciência da respiração. Ganha, assim, mais energia vital e,
por essa razão, tem mais energia para as exigências do dia-a-dia. Quando estamos
doentes, vivemos sem esforço. Quando temos dores no corpo, estamos em esforço.
Gastamos mais energia quando estamos zangados, ou quando sentimos dor, do que
quando nos sentimos felizes e saudáveis. Logo, essa energia pode ser canalizada para
outras actividades, como, por exemplo, para a concretização e a realização de acções
positivas.
Estudos recentes revelam que a prática da Meditação fortalece o sistema
imunológico e exames cerebrais realizados mostram uma efectiva redução do stresse que
se encontra acumulado no organismo (originado por um dia-a-dia muito agitado). Ficou
ainda demonstrado que a disciplina de Meditação é excelente para o equilíbrio emocional.
A gestão emocional é determinante nos dias que correm, porque os desafios que se
nos colocam, actualmente, são cada vez maiores e mais difíceis de ultrapassar. Se
estivermos emocionalmente estáveis, conseguiremos tomar decisões mais acertadas e os
resultados serão mais eficazes. Pensamos melhor.
Em todo o mundo existem pessoas que sofrem de ansiedade, de depressão, de
comportamentos derrotistas ou destrutivos, de interferências negativas nos campos
laboral e amoroso. Profissionais da ciência e da medicina prescrevem hoje em dia, em
todo o mundo, a Meditação em vez de alguns medicamentos.
As pessoas que praticam Meditação regularmente revelam um maior índice de
felicidade e de sentimentos positivos. Inúmeros técnicos de psicoterapia complementam
as suas consultas com aconselhamento de aulas de Meditação, estando convencidos de
que a progressão dos seus pacientes será mais rápida e saudável, uma vez que o
paciente se encontra mais consciente do tratamento que está a fazer. A cada passo, ele
sabe, através da Meditação, como se desenrola o seu processo e por que razão tem
problemas de ordem psíquica e, em alguns casos, também de ordem física.
Terapeutas, médicos e técnicos que lidam com o infortúnio alheio respeitam a
pratica da Meditação, pois é uma forma de também eles terem uma vida mais saudável e
equilibrada e, consequentemente, de lidarem de um modo mais positivo com os seus
pacientes.
A Meditação é muitas vezes recomendada a pessoas de idade avançada, uma vez
que ajuda em casos de alterações cardíacas e das funções cerebrais e na redução do
stresse provocado pela consciência e pela dor que decorre da perda de capacidades.
Alguns estudos revelam que a prática corrente da Meditação pode contribuir para o
rejuvenescimento e para o retardamento do envelhecimento. Os benefícios são físicos e
psicológicos. Assim, os avós também podem e devem fazer Meditação com as crianças e
com os jovens.
Quem sou? Qual é a minha vocação? Em que áreas serei bem sucedido? Que tipo
de pessoas me agradam mais? Entre outras questões, são estas algumas das dúvidas
que pairam na cabeça de cada ser humano. A influência dos pais, dos professores e da
sociedade em geral molda a nossa personalidade de acordo com estes conceitos. Um
dia, mais tarde ou mais cedo, não saberei bem quem sou. Cada vez tenho mais
dificuldade em satisfazer as minhas necessidades no campo laboral, intimo, social e
criativo. Faço escolhas que me deixam um vazio, que não correm bem e que não me
realizam. A Meditação ajuda-me a olhar o meu interior e a tomar decisões em
conformidade com as minhas características e vontades.
Tendo em consideração apenas o que é externo, como o prazer físico, a bebida, a
comida e as distracções de diversos tipos, o ser humano nunca consegue ser
completamente feliz. Nada permanece e tudo tem um início e um fim. As pessoas
perdem-se quando fazem compras, precipitam-se para os institutos de beleza, enchem a
casa de adereços e, no final, nunca atingem a satisfação plena.
Somos capazes de mudar de posição porque temos o pé dormente, mas não somos
capazes de abandonar as ideias que nos provocam infelicidade. É complexo, não? A
felicidade é um estado de ser. Não pode ser alcançada à custa de algo exterior a nós,
pois significaria que estávamos a dar poder a outra pessoa ou a qualquer coisa.
A união entre aquilo que acreditamos (mente) e o que sentimos ou nos apetece
fazer (emoções) é, por vezes, o factor responsável pela grande confusão que se instala
nas nossas vidas. Ambos habitam em nós e cada um tem a sua parte de poder. Cada
parcela de nós opta por tomar decisões diferentes. Em meditação, podemos analisar a
situação em que nos encontramos, decidir como deveremos agir e abrir caminhos que
apontem para soluções. Temos ainda a possibilidade de fechar caminhos que verificamos
que só causam sofrimento.
Quem melhor do que nós próprios para colocar ordem nesta situação? Seria
aconselhável primeiro sermos mais honestos connosco mesmos e, depois, fazemos a nós
próprios as nossas vontades. Resolver esta dicotomia já nos poupa muita frustração. Em
seguida deveríamos perceber que o nosso interior e o nosso exterior são obra e criação
nossas, já que, a cada pensamento, criamos os momentos seguintes. Neste caso, o
karma também tem a sua influência, ou seja, existe uma sequência de eventos ou
pessoas que fazem realmente parte da nossa realidade; contudo, devemos escolher
conscientemente como ultrapassar esses momentos. A vida não é linear, tem oscilações
e, consequentemente, devemos ser bons marinheiros e conduzir o barco da forma mais
segura e tranquila possível. A Meditação pode ajudar-nos.
Uma das leis da energia e dos estudos energéticos é igual à lei da Física, que diz
que, para toda a acção, existe uma reacção de igual ou superior intensidade. O
pensamento, a palavra e a acção constituem fontes de bem-estar ou de problemas. Tudo
o que pensamos, dizemos ou fazemos, seja a nós mesmos ou aos outros, um dia
regressará a nós. Nos momentos meditativos temos a oportunidade de analisar o que
estamos a fazer, como estamos a agir e que repercussões as nossas acções podem ter
ou trazer.
A fuga de si próprio porque não se tem tempo ou coragem para se analisar
interiormente é um denominador comum a muitas pessoas. A fonte que nos dá vida
deixa-nos criar externamente coisas fantásticas com as mãos. Internamente também as
criamos, mas com o poder da mente. Seria bom que cada um de nós dispusesse de
momentos dedicados apenas a si mesmo, em que se visitaria e saberia, de vez em
quando, quem é e para onde vai. Meditar também é isto. Conhecer as nossas ideias e
saber se são, de facto, as melhores escolhas para poder obter os melhores resultados.
Externamente estaremos sempre em contacto com as pessoas de que não
gostamos, com a comida que nos cai mal, com o barulho que vem da casa do vizinho,
com o dia nebuloso quando desejávamos sol, mas internamente quem manda somos
nós. O lugar de paz que cada um de nós pode criar só a si próprio diz respeito e este
pode proporcionar bem-estar sempre que a pessoa deseje. Meditar é essencial, porque
nos coloca em contacto com a nossa essência e retarda todos os efeitos do
envelhecimento.
A felicidade é um estado de espírito interno. Sair de casa feliz faz com que o meu
dia corra melhor e com que todas as pessoas se relacionem melhor comigo. O dia-a-dia
pode ser tão confuso e árduo que, entretanto, o ser já se esqueceu de ser feliz, de que,
ainda assim, pode ser feliz e que existe uma nova área de negócio chamada terapia do
riso, que permite que as pessoas se sintam melhor consigo mesmas. Dê umas boas
gargalhadas ao espelho mesmo sem motivo e lembre-se, ainda que a sua vida esteja a
desmoronar, de que a alegria também é um estado de espírito interno. Energia atrai
energia e as pessoas felizes, que riem mais vezes, têm sempre mais possibilidades de,
um dia, terem melhores oportunidades.
A honestidade com que encaro a minha vida é um dos pontos fundamentais para a
criação de uma mente sã, ou seja, se eu não souber quem sou, quais são as raízes reais
dos meus problemas e as situações que vivo no dia-a-dia, não terei conhecimentos que
me permitam melhorar a minha maneira de viver nem saberei que soluções aplicar. Viver
em verdade, isto é, ver-me a mim e a tudo o que me rodeia com verdade e honestidade é
meio caminho andado para encontrar o tal lugar de paz. Mais à frente, neste livro,
apresentarei um guia que costumo utilizar nos meus cursos de formação, para que o leitor
também o possa utilizar. Talvez este venha a ser o ponto de partida para a sua mudança.
O estado de ignorância em que cada ser humano vive, ou desconhecimento, ou
esquecimento, leva-o a criar cenários, ideias e realidades que não verdadeiros. Inúmeras
pessoas acreditam no que lhes dá mais jeito e no que as faz aparentemente sofrer
menos. Na realidade acabam por sofrer imenso a curto prazo, pois os problemas nunca
ficam resolvidos. Quem não encara a raiz de um problema com realismo, não pode
aplicar a solução mais adequada. O ser humano precisa de estudar e saber mais sobre si
mesmo para poder ter outras ideias e encontrar soluções correctas. A partir desse
momento, começará a ver tudo mais claramente e poderá aplicar métodos e soluções que
o ajudem a resolver e a melhorar a sua vida.
Ao fazer Meditação, o ser é confrontado consigo mesmo e toma contacto com os
seus sentimentos, com as suas visões e com a sua realidade interna. Isto leva a que cada
indivíduo comece, aos poucos, a viver em verdade e a perceber as consequências dos
seus actos.
O karma é gerado diariamente ou em vidas passadas. São energias resultantes de
pensamentos, actos e palavras ou omissões que são mal aplicadas, ou seja, acções e
atitudes que não permitiram que a pessoa fosse boa para si própria ou para o próximo.
Como o indivíduo não teve a atitude, a palavra ou o pensamento mais adequado, um dia
terá de corrigir esta situação. Quando não se tem conhecimento de nada disto, a vida
torna-se injusta e as coisas podem correr mal, porque afinal Deus não existe. Ele existe,
sim, e tem uma bondade infinita. Deixa-nos fazer quase tudo…
As energias que colocamos em movimento um dia ser-nos-ão devolvidas e trar-nos-
ão ampliado tudo o que fizemos. Então, seremos aconselhados a dar mais atenção ao
que fazemos, pensamos e dizemos.
A lei da causa-efeito, ou karma, está presente em cada dia das nossas vidas. Existe
o karma da própria pessoa, dos outros, da cidade, do país, etc. Se um indivíduo não viver
uma vida de paz, estará constantemente a gerar karma; se não souber quem é, estará
sempre a gerar karma; se não quiser viver em verdade e perceber a consequência dos
seus actos, gerará mais e mais karma. Gerar karma aprisiona as pessoas, pois fará
nascer mais vidas continuamente com os mesmos problemas. Só contrariando este
sistema poderemos sair deste círculo vicioso e falso.
O ser humano pode nascer sabendo onde nasceu e que função vai desempenhar no
plano terreno. Para tal, precisa de resolver o karma que tem, estudar, perceber quem
realmente é e ganhar uma nova consciência.
A abertura de consciência está intimamente ligada à sabedoria, ao conhecimento
que a pessoa tem de si própria e às suas vivências. Quanto melhor um indivíduo se
conhece, mais conhecimentos possui sobre as leis da vida, sobre o ser humano, sobre as
interligações e mais facilmente pode ser feliz e fazer os outros felizes.
O sistema mental está intimamente ligado ao meu chakra do plexo solar
(representado pela cor amarela) e ao ego (zona da boca do estômago). Desde pequenos
somos educados para a individualidade. Acreditamos nisso. Somos encorajados a
batalhar, a exercer força e poder desmedido e a competir, entre outros temas que
supostamente conduzem à auto-estima.
Na realidade, uma auto-estima bem trabalhada vem do coração. Vem do
conhecimento de saber ser e estar. A força que nos é exigida para que o sucesso seja
alcançado deveria sair do coração. Seria, então, uma força segura de amor e de
bondade. É uma força que brota de dentro para fora e que nos é imediatamente
devolvida.
A força que é ensinada nos dias que correm sai apenas do plexo solar. Trata-se do
poder do ego, bem diferente do poder do coração, que possui uma força inesgotável.
Com a pratica da Meditação, percebo todos estes mecanismos e entendo, afinal,
que não há necessidade de fazer qualquer esforço, pois já venho preparado com tudo o
que preciso.
A meta fundamental da Meditação, ou qualquer outro estudo espiritual (ou seja,
vejo-me como espírito e estudo-me), é relembrar e reeducar o ser. Quando o ser se
lembra de quem realmente é, pára de sofrer, começa a resolver todos os seus problemas,
um por um, com paz e certeza.
Ao contrário do que possa parecer e do que experimentamos todos os dias, a
natureza da mente é estar em paz. Assim, não é difícil integrar a disciplina de Meditação
nas nossas vidas.
Compreender que a mente é também a criadora do dia seguinte é fundamental.
Muitas são as pessoas que, todos os dias, se levantam para ir trabalhar sem terem noção
de quem são e o que desejam realmente das suas vidas. Têm a cabeça cheia de
problemas, poucas soluções em embrião e um emaranhado confuso de ideias e imagens.
Poucos sabem o que querem fazer e como lá chegar. Muitos já perderam os sonhos e já
não se lembram do que os faz feliz. Instala-se um estado de letralgia que faz com que o
ser ande pela vida sem entusiasmo, sem alegria e sem motivação.
Nos momentos em que meditamos, é possível ter tempo e, conscientemente,
organizar o que nos orienta, o que gostamos de fazer e o que nos faz felizes. A
imaginação é um estado a que as crianças aderem com facilidade e que se vai perdendo
com a idade se o acompanhamento não for incentivado. Os adultos já não sabem
imaginar. Quando meditamos podemos imaginar, podemos ir buscar as imagens do
impossível que, um dia, poderá ser exequível.
A Meditação pode ser praticada por qualquer pessoa e em qualquer região, embora
algumas sejam energeticamente mais puras e, por esse motivo, as pessoas sentem-se
muito atraídas por fazer uma viagem. A Meditação realizada em locais mais puros é mais
rápida e mais intensa.
Quando estudo com o desejo de desenvolver a minha alma e auxiliar no que for
possível os que me rodeiam (caso eles solicitem essa orientação), estou a crescer e a
libertar-me dos padrões de sofrimento. Quando estudo para ser um modelo de orgulho e
de vaidade para mim e para os que me rodeiam, o sofrimento volta a aparecer. Pretendo
com isto dizer que o estudo por si só não é suficiente, mas é a forma como me posiciono
face a esse estudo que faz toda a diferença.
Estudar ou construir algo na vida com o plexo solar desequilibrado apenas vai
procurar fama e reconhecimento; logo, sofrimento nesta ou em vidas seguintes. Estudar
ou construir algo na vida com o coração conduz ao bem-estar pessoal e alheio…em
silêncio.
Analisemos a motivação que nos move com sinceridade.
Diversas são as posições meditativas. Para começar, convém escolhermos uma
posição que seja confortável e agradável. Podemos estar sentados numa almofada ou
numa cadeira. As costas devem estar direitas e os ombros alinhados. Podemos fechar os
olhos ou mantê-los entreabertos para que alguma luz entre. O importante é não
adormecermos.
Externamente, é determinante ter bons ensinamentos e um professor que nos possa
guiar. O professor é uma peça – chave para aprofundar os estudos de Meditação, já que
nos orienta e nos indica o caminho a seguir. Internamente, é importantíssimo ter
dedicação e força de vontade. É, ainda, fundamental percebermos que a Meditação não é
uma disciplina espiritual que sirva o intuito de o ser se gabar, mas uma ferramenta de
libertação e de abertura da consciência.
Tratar o físico com mimo e cuidado é a obrigação de cada ser. Ter tempo para se
mimar e gostar de si pode constituir um passo na direcção da Meditação. A forma como
nos olhamos ao espelho, como organizamos um bom banho de espuma, a roupa que
vestimos, o exercício físico que fazemos, os cuidados alimentares que temos são alguns
dos pontos básicos de quem gosta de si próprio e se preocupa consigo mesmo. Meditar
assemelhar-se-á, mal comparado, a este tipo de cuidado, só que ao nível do interior. Em
Meditação, a pessoa analisa-se, tentando perceber o que a tortura, onde lhe dói, por que
motivo lhe dói e construir planos de mudança.
Uma doença é o resultado de um estado mental depressivo e negativo. Limpando
este estado através da técnica da Meditação, o ser pode atingir níveis de satisfação mais
interessantes. Em Meditação, como já foi mencionado anteriormente, podemos ocupar-
nos a organizar a nossa mente, lembrarmo-nos do que realmente gostaríamos de fazer,
sabermos quais são os caminhos possíveis para lá chegar, quais são as envolventes e
percebermos que impacto causaremos em nosso redor. Ao encontrarmo-nos ocupados
com este plano construtivo, damos força ao que nos faz felizes e retiramos força ao que
nos deprime.
Compreender que tudo é energia, que os nossos pensamentos são energia e que,
um dia, serão reais pode constituir um bom motivo para cuidarmos mais dos nossos
pensamentos. Aquilo a que chamamos massa humana são as pessoas que compõem
este planeta. Esta massa energética ou conjunto de pessoas tem um peso energético.
Este peso influencia seguramente tudo o que vive e tudo o que pensa. Se a maioria das
pessoas pensa em termos de crise, todas as pessoas pensarão em termos de crise. A
crise, na verdade, é apenas uma ideia que floresce na cabeça de muitas pessoas, pois
aquela não existe.
Na verdade, o planeta transforma-se a todo o momento; sempre assim foi na
História da Terra. Esgota alguns recursos e recupera outros. Ter e não ter é um factor de
crescimento, um desafio que nos permite aprender a lidar com a impermanência da vida.
Em Meditação posso aprender e querer, conscientemente, viver outra realidade, ou
seja, posso decidir onde estou e que fenómenos, como a crise, a doença, a infelicidade,
entre outros, não me afectam.
Em conjunto posso chegar mais longe. Quando muitas pessoas se juntam para fazer
Meditação, realizam muitos sonhos, porque a união faz a força e multiplica os resultados.
É importante que comece por meditar sozinho, para dominar a técnica e, depois,
experimente meditar com mais amigos ou familiares. Podem estar todos juntos na mesma
casa ou em casas separadas. O importante é que meditem todos à mesma hora, sobre o
mesmo propósito e que esse seja positivo, claro!
«É engraçado que, quando se inicia a Meditação, sinto que estão todos juntos
e preparados para o momento. Tenho-me sentido bem.»
A prática da Meditação não serve para se esvaziar a mente, ao contrário do que se
pensa. Muitos são os que têm a mente descontrolada, cheia de pensamentos, e
gostariam de, durante alguns segundos, ter uma «branca», um vazio, porque nessa altura
seriam invadidos pela paz. Porém, a Meditação não é isso, é o contacto com a nossa
essência interior, connosco, com as nossas manias, com as nossas formas de pensar
com calma e com a aceitação do nosso ser. Então, sim, a paz acaba por chegar.
Quando pensamos sobre um determinado assunto, temos uma certa perspectiva,
por vezes, muda. Não porque o amigo ou a amiga tenham um ponto de vista diferente,
mas porque ouvir-me falar sobre um tema que me interessa lhe dá outro peso. Não
parece tão grave. Assim é com a Meditação, ou seja, meditando, olhando para mim com
calma e tempo, consigo ter outra noção do que realmente se passa.
As conclusões que tiramos após os momentos de Meditação fazem com que tudo se
torne muito relativo. Dizem os especialistas que meditar é o caminho para a iluminação,
ou seja, a compreensão do que somos afinal. Muito do que vivemos no dia-a-dia são
ilusões criadas pela nossa própria mente.
Certamente já lhe aconteceu ter uma briga com um amigo. Passam-se semanas e
ambos não voltam a falar-se. Dentro de si continua a acalentar as razões (que são só as
suas razões) desta zanga que justificam o afastamento. Ao encontrar novamente este seu
amigo, pode descobrir que este não ficou aborrecido consigo. É possível que seja uma
pessoa mais branda, que não aprecie de todo discussões e brigas. Vai ficar surpreendido,
pois perceberá finalmente que a zanga só tinha um sentido, era só sua e só estava dentro
de si. No entanto, a briga começou por uma discórdia entre ambas as partes. Este
exemplo ilustra bem o que uma mente pouco organizada pode fazer e o que significa
albergar maus sentimentos.
Enquanto anda zangado com esta pessoa, alimenta, sem saber, sentimentos
poucos nobres e gasta a sua energia com os mesmos, envelhece e fica com rugas. A
Meditação ajuda a começar cada dia como se fosse uma folha em branco, sendo a
compreensão a nota dominante. Ao fazermos Meditação, podemos escolher o que
queremos continuar a pensar e o que não queremos. A análise cuidada do que pensamos
leva-nos a decidir pela lógica. Não desejamos perder tempo com o que nos parece
absurdo. Todavia a Meditação exige tempo e técnica.
Existem estados de ser que devem ser cuidadosamente guardados, uma vez que
facilitam e tornam mais doces as relações humanas. São estes que nos acompanham no
dia da nossa morte. São os registos que ficam na alma e passam de vida em vida,
afastando o karma e o sofrimento e atraindo o dharma na nossa direcção. A bondade,
estado que impede tudo cuja origem seja a má vontade, é uma disposição permanente de
não querer fazer o mal, aconteça o que acontecer externamente. Significa compaixão e
abertura do coração a tudo o que existe. «Simpatia» é o termo que deriva de «simpático»,
no sentido de semelhante, daquele que acolhe tudo e todos e evita mal entendidos, que é
imparcial e tem a capacidade de perceber que todos os seres procuram o mesmo, a
felicidade. O estado natural de paz facilita as experiências do mundo sem sair da esfera
da tranquilidade.
Há muitos estudiosos que acreditam que os bloqueios da energia e os chakras que
se encontram desequilibrados são a causa do aparecimento de inúmeras doenças. O
reajuste alcançado através de estados meditativos não só devolve o ajuste necessário,
como pode curar em definitivo algumas doenças ou ajudar numa regeneração mais
rápida.
«Faltam cerca de dez minutos para concluir a Meditação e sinto que o chakra
da coroa está completamente aberto, em plena actividade. Só me apetece receber
luz violeta e não sair mais deste local. Sou invadido por uma sensação
maravilhosa, mesmo muito boa. Ocorre-me que poderia canalizar esta luz para o
chakra do coração e enviá-la de novo para o Universo. Este desejo, já não tão
espontâneo, não me dá tanto prazer, pelo que opto por me deixar levar e apenas
receber aquela intensa e abundante quantidade de luz. Tenho a cabeça
completamente aberta e sinto muita pressão, inclusive nos ouvidos, como se
estivesse dentro de um avião. Espectacular!»
Reagir a tudo o que o rodeia é o que o ser humano faz melhor, sem, no entanto, se
lembrar de que a acção solicita uma reacção e vice-versa e que o nível energético dos
desacordos pode levar determinados problemas longe de mais ou afastar uma resolução
satisfatória para ambas as partes. Este controlo é conseguido através da Meditação, visto
que as emoções de quem medita regularmente estão sempre mais calmas e controladas.
Meditar regularmente é necessário. No dia em que não lhe apetece mesmo nada
meditar é o dia em que a Meditação é mais imperiosa. Em ocasiões como esta, é precisa
muita força de vontade. Passadas algumas semanas, já é fácil meditar. Aos poucos, fazer
Meditação enquanto pratica qualquer actividade torna-se natural.
«O que sinto é que, após um dia de correria intensa, no trabalho e depois com
os filhos em casa, um momento de paz, de silêncio, de introspecção e de dedicação
exclusiva a um tem funciona para mim como um calmante, um bálsamo. Apesar de
tudo, ainda sinto muita dificuldade em concentrar-me. Quando dou por mim, já
estou a divagar para outros assuntos e, quando consigo finalmente acalmar a
mente, sinto que desligo completamente por momentos.»
Procure meditar de manhã. Como acabou de acordar e está mais fresco e disponível
para se entregar à Meditação com disciplina, não ocorre o risco de adormecer.
Meditar e incluir mantras nesta técnica contém muito poder. Estudos efectuados
sobre diversas tradições antigas apontam para o facto de o som ter um poder acima da
média para manter o ser concentrado (no que está a dizer) e para captar as energias
sagradas e ligadas ao divino. No início, era o verbo. Os sons são utilizados desde sempre
para curar. Interagem rapidamente com a energia humana. Um mantra é um som
sagrado, que visa despertar o inconsciente e acordar a alma para a perfeição da criação.
Encontre, por isso, um mantra que seja do seu agrado e adicione-o aos seus momentos
de Meditação.
Os cristais, como o próprio nome indica, têm uma estrutura interna cristalina. A
presença ou utilização consciente destes cristais, ou pedras, ou minerais, pode despertar
a vibração cristalina de cada ser humano e auxiliá-lo a tornar possível a vibração
energética de qualidade que atrai paz e tranquilidade. Escolha o cristal ou, melhor, o
cristal é que o escolherá a si na loja – verá que estes seres também têm vida interna e
falam com o seu íntimo no momento da compra – e utilize-o para meditar.
Para efectuar a limpeza dos cristais, pode proceder do seguinte modo:
Encha com água um recipiente de vidro ou de plástico e adicione sal marinho
(apenas umas pedrinhas de sal, como se fosse para temperar um ovo; caso contrário,
matará o cristal). Deixe o cristal dentro desta água durante 12 horas. Decorrido esse
tempo, passe o cristal por água corrente e coloque-o ao sol durante mais 12 horas, ou
num local em que o sol bata habitualmente (em dias de chuva, o sol estará lá em cima, no
céu, no mesmo local de sempre).
Quem medita é, muitas vezes, apontado como um ser em fuga, esquisito, que gosta
de isolar-se e que vive num mundo à parte. Na verdade, todas as pessoas que conheço e
que meditam encontram-se entre as mais conscientes, pois têm uma visão serena da
vida, logo, actuam melhor. Fazem melhores escolhas, porque possuem uma forte e
rápida capacidade de análise. Seguem a intuição, pelo que cometem menos erros.
Relacionam-se melhor com as crianças, pois não só representam exemplos sólidos e
respeitados como transmitem segurança e são boa companhia. Descem com facilidade
ao nível dos mais pequenos, brincam com eles e respondem às suas necessidades.
As eras de conhecimento e a confiança das pessoas num futuro próximo positivo
tenderão a valorizar o potencial interno, o poder acumulado em várias vidas, a maturidade
da alma e a energia amorosa. O ser vai movimentar-se no planeta Terra livremente, em
abundância e num ambiente de felicidade, porque finalmente vai saber, com toda a
certeza, quem é o de onde vem. Os mais novos já nos dão exemplos disso. Através da
Meditação, adultos e crianças chegam mais rapidamente a estas conclusões. Começam a
respeitar-se, a respeitar o sagrado que vive dentro do chakra do coração e todos os que
vivem na Terra.
No rebuliço do dia-a-dia, muitas são as emoções e reacções do ser humano ao meio
que o rodeia. A fúria, o espanto, a ansiedade, o medo são algumas das emoções que
transparecem com frequência. Nós não somos essas emoções, mas elas são tão fortes
que acabam por fazer parte de nós, podendo, inclusive, em situações extremas, passar a
habitar a nossa personalidade. Esta ligação ao Eu interno é importante para que o ser
humano conheça as suas características. Através da Meditação, o ser humano liga-se ao
seu ser superior, aos seres dos seus irmãos e à fonte que o criou.
O que sabes de ti, aquilo em que acreditas e sentes que é verdade constrói a tua
vibração. Saber que o divino te fez à sua imagem e semelhança é fundamental. Vibrar
com esta certeza é fulcral. A cada momento estás a criar a tua energia, a tua realidade e,
por conseguinte, destacas-te das ideias gerais. A Meditação dá-te essa força. Ensina-te a
compaixão, ou seja, a capacidade de perdoar e de olhar para cada ser humano cruel,
sabendo que ele, na verdade, também procura ser feliz. Se não consegue é porque está
desequilibrado, porque se esqueceu de quem é e comete, por essa razão, cada vez mais
erros.
Nascer consecutivamente com o mesmo tipo de vida e cair consecutivamente nos
mesmos erros é uma perda de tempo. É dar ao ego a capacidade de gerir a tua vida por
ti. O ego é teu. Controla-o. Educa-o. Percebe o que é o ego e o que é alma. A Meditação
ajuda-te. Educa-te. Mostra-te.
O outro é um espelho de ti. Não aceitas esta dádiva do Universo e revoltas-te. Não
gostas de ver através do outro as loucuras que cometeste em vivências passadas?
Agradece a cada ser que se cruza no teu caminho; entra em Meditação para perceber por
que motivo é que tens um espelho desses e como deves proceder para resolver a
situação.
Os mais novos desejam muito ressoar contigo e juntos ressoar com o Planeta.
Enquanto não fizeres o teu trabalho de casa, não haverá harmonia, nem empatia e as
gerações não se entenderão. Estudar a espiritualidade passa pelo estudo de ti mesmo
com frontalidade e profundidade. Quando te conheces bem, podes ambicionar fazer algo
que seja útil à evolução da tua alma e das almas que te rodeiam ou te procuram. Antes
disso, é apenas fuga.
Todos chegamos ao Planeta com uma missão para cumprir, com karma e dharma
para resolver e ajudar, respectivamente, e com a grande ambição de crescer e evoluir. O
estudo da Meditação dá-te referenciais, pois podes começar por te observar em silêncio,
sem teres de partilhar os teus pontos de fracos com ninguém, e, aos poucos, podes
transformá-los em energia positiva e construtiva.
É importante respeitar algumas das leis do Universo. Saber que tudo o que se faz,
pensa ou diz um dia volta multiplicado é o suficiente para atribuir ao ser humano mais
responsabilidade pelo modo como age, uma vez que pode passar a ser vítima da
situação que ele mesmo criou. Aquilo que eu achar que posso causar à minha volta,
alguém se encarregará de deixar de novo à minha porta. Depois terei de lidar com esse
facto, porque não existem cantos para se depositar lixo no planeta Terra. Tudo é
regenerado e reciclado, para depois se voltar a usar.
Algumas pessoas confiam mais no juízo final alheio, porque é mais cómodo. Não se
encarregam de estudar, caso a caso, o que se passa nas suas vidas. Existe a opinião
pública, geral e, diria, absolutista. Ter uma opinião pessoal é algo penoso. Ao longo da
História da Humanidade, todos quantos possuíam uma visão mais alargada dos
acontecimentos da sua época tiveram dificuldade em fazer valer suas opiniões. A
diferença pode ser material para um fenómeno de exclusão. Contudo, é devido à
diferença que o Homem evolui, segue em frente e conhece novas realidades. O medo
envolvido em cada passo novo que o homem dá torna-o um ser cruel. A defesa e a
recusa são a sua primeira arma. Se todos meditarem, surgirão mais ideias, alcançando
novas visões, novas possibilidades. Ficaremos assim mais próximos das crianças.
Espero já ter referido motivos suficientes para que o leitor seja um aluno da
disciplina de Meditação. Vai gostar e perceber que é simples.
http://video.google.com/videoplay?docid=-
4232897377629019446&q=holographic+universe
DALAI LAMA
Exercícios práticos para adultos
Vou contar-vos uma história acerca de uma rapariga jovem e muito esperta e sobre
a sua vida. O seu nome é Katie.
Katie é um espírito feliz. Tem uma vida de amor e paz. Os seus dias são divertidos,
cheios de aventuras e experiências novas. Mora numa linda casa, a comida que ingere, a
água que bebe e a sua saúde são boas e tem muitos amigos. Katie vive numa
comunidade sábia. Ela vive com seres da luz, rodeada pelo oceano, pelo Sol e pela Lua.
Todos se ajudam uns aos outros. Partilham conhecimentos e bens e todos auxiliam na
educação das crianças. Todos os elementos desta comunidade têm o chakra do coração
aberto. Cuidam uns dos outros. São abençoados.
Katie também sabe que o lado escuro existe. De vez em quando, alguns estranhos
entram na sua comunidade, disfarçados de pessoas locais, para a controlarem a ela e ao
seu povo. Por norma, não ficam muito tempo, pois não conseguem viver na luz. Quando
se aperceberem de que não podem controlar completamente a comunidade, ou mudar a
forma de estar daquelas pessoas sábias, vão-se embora. Na comunidade de Katie não
podem ter o poder, não podem roubar o poder do Sol, da Lua e da bem-aventurança. No
entanto, têm fome.
Imagina-te defronte da tua casa. Olhando para Este, podes ver uma garça azul que
voa na tua direcção. Não é apenas uma garça azul, mas antes um guia especial. Ela
pousa perto de ti e convida-te a voar. Deixas o teu bairro, a tua cidade, o teu país. Voas
para Este em direcção ao Sol e à Terra da Luz. É um voo tranquilo. Estás feliz e sentes-te
seguro. Não tens preocupações. Sentes-te em segurança junto desta garça, como se a
conhecesses desde sempre. A beleza do local deixa-te extasiado. Sentes muita paz.
Avistas o local onde vais aterrar. Quando te aproximas, começas a ver prédios, o
mar e pessoas. A garça aterra na praia.
Um dia em que o Sol não brilhava muito, uma linda mulher aproximou-se da Terra
da Luz. Ela estava vestida de uma forma simples: com uma saia comprida e um top
branco. Calçava sandálias e os seus pés não estavam limpos. Ela contou a sua triste
história. Tinha perdido o marido e a família. Tinha fome e procurava abrigo.
Katie levou imediatamente a mulher para casa. Deu-lhe de comer, roupa para
vestir e um banho. Falou-lhe da sabedoria existente na comunidade, da partilha de
alimentos e de outros bens materiais, da forma como todos tomavam conta uns dos
outros e de como se apoiavam mutuamente. Esta bela mulher juntou-se à comunidade.
Fez amigos, trabalhou e celebrou com eles. A comunidade acolheu-a.
A bela mulher nem sempre entendia a forma de estar dos elementos desta
comunidade, pelo que a sua vida era difícil na Terra da Luz. Ela não tinha auto-confiança
e sentia-se ameaçada por todos. O Universo era um mistério para ela. Ela não via a
beleza e não percebia a abundância. Não era feliz nem estava em paz. Vinha de um
mundo em que imperavam a guerra, o conflito e a competição. Ela escondia alimentos e
dinheiro que não lhe pertenciam. Não confiava em ninguém.
O medo e a confusão tomaram conta desta bela mulher e, por isso, ela
desenvolveu uma grave doença. Katie e o seu povo eram pessoas compassivas.
Perceberam que ela vivera na escuridão durante muito tempo. Se a bela mulher estivesse
preparada para viver uma vida mais amorosa, este povo poderia ajudá-la a curar-se do
escuro.
A bela mulher aceitou a hipótese de cura. Ficou grata por ter amigos que realmente
gostavam dela. Preparou-se.
Katie reuniu um grupo de curadores. Eles preparam-se.
A garça aterra gentilmente na praia da Terra da Luz. Está um dia quente e o Sol
não brilha muito. Sentes a areia nos pés e o calor do Sol na cara. O vento sopra suave. O
azul do oceano é imenso. Começas a andar na praia e a garça guia-te a um homem. Ele
cumprimenta-te e convida-te a juntares-te a ele. Ele mostra-te a sábia comunidade, as
pessoas, as casas, o campo. Vês a beleza e sentes a paz. Ele convida-te a viver uma
nova vida.
O meu guia pega-me na mão e diz-me que está na hora de voltar. Leva-me de
novo à praia onde a garça me aguarda. Agradeço ao guia. Estou grata por ter
experimentado tanta paz e felicidade. Senti-me amada. Libertei a escuridão que havia em
mim. Cresci. Tenho esperança.
A garça voa para Oeste, onde se situa a minha casa. Pergunto-me se estarei
preparada para regressar. A minha cabeça está limpa, o meu coração está aberto e o
meu corpo cheio de paz. Sou deixada à minha porta, com a promessa de poder voltar a
voar com a garça. Estou grata.
O dia está limpo e ensolarado. Abro os olhos e vejo os cristais que me rodeiam.
Apercebo-me de que estive numa grelha de cristais. A minha energia foi recarregada.
Estou acordada. Sou Luz cristalina. Respiro. O meu nome é Katie.
Estava sentada junto ao mar. sempre fui fã de golfinhos. O cheiro a sal entra-me
pelas narinas e dá-me gozo respirar. É diferente. Enterro as mãos na areia e sinto, grão a
grão, a areia que se afasta para deixar entrar os meus dedos. sinto o fresco da areia
molhada. Sensações que só a praia me pode dar. O mar que se estende à minha frente é
calmo e quente. Sinto uma brisa suave e doce, que me toca e faz mover alguns fios do
meu cabelo. Aos poucos, enterro também os pés na areia. Começo pelos dedos até
ganhar espaço suficiente para todo o pé ficar tapado. Estou ligada à Mãe Terra. Olho em
redor e acredito agora que a Criação nos fez perfeitos e belos. As cores, as sensações, o
ser inteligente que sou, os animais. Perto de mim, algumas gaivotas correm pela praia,
conversam umas com as outras e depois voam, fazendo corridas. Os sons da Natureza
são harmónicos. Será possível existir algo tão perfeito?
Nada destoa.
Decidi aproveitar o momento de ligação à Natureza para fazer uma Meditação.
Uma paisagem tão ajustada e completa só pode constituir um bom cenário para encetar
uma viagem ao centro de mim mesma. Fecho os olhos e ligo-me, antes de mais, aos
sons, ao mar a bater, às gaivotas, aos golfinhos, ao vento, ao ondular das palmeiras; e só
depois ao sentimento de ligação com as energias da Terra. Sinto-me segura. Agora vou
mais fundo e analiso o que me vai na mente. Preocupações, flashes de gente que ri,
avisos que me lembram que tenho coisas a fazer nos próximos dias, que horas serão e a
minha maior preocupação é o Miguel. O Miguel é o meu filho. Parece que não vai bem na
escola. Distraído como só ele sabe ser. Tem um sorriso traquina, que lhe fica bem. Tem
sardas e o cabelo encaracolado, mas deixa-me muito aborrecida por causa das queixas
que recebo da escola.
Este momento de Meditação é-lhe dirigido por alguns momentos. Quero realmente
ajudá-lo. Sei, através dos estudos das energias, que devo contribuir positivamente.
Visualizo a sua cara traquina e, com a força da minha mente, vejo-o envolto numa luz
rosa. Tenho conhecimento de que esta cor tem a vibração do amor incondicional, que é
afinal o que eu sinto por ele. Sei que esta cor aplicada constantemente o protege, a ele e
a mim, pois assim não caio na tentação de me preocupar. Se me preocupar, estarei a
envolver o meu filho em energia cinzenta, e isso é que eu não quero. Sei que a cor rosa
abre os caminhos e limpa todas as outras energias de cores mais feias e escuras. É a
energia do chakra do coração aberto, o amor de mãe, o amor incondicional. Quem poderá
resistir a tal força?
Agora, penso um pouco em mim. Vejo-me cheia de sucesso, bonita, atraente e
amada. Percebo que gostar de mim constrói a minha auto-estima, o que me torna mais
forte. Faço Meditação todos os dias, sei quem sou, o que quero, o que não quero, quem
gosta de mim, o valor que tenho, a força que tenho. Sei, sobretudo, que o amor possui
uma energia que, no silêncio, conquista tudo e todos, quase sem eu ter de lutar ou pedir.
Através da Meditação, limpo todos os dias as energias que me impedem de viver este
padrão que eu mesma escolhi e que se revela tão eficaz.
Agora vejo a minha casa, simples mas confortável. Gosto de ir para casa. Lá sinto-
me bem. É justo, é o meu local de descanso e de regeneração. Nem todos têm casa; eu
quero aproveitar bem a minha e agradecer por isso. Cómoda e simples. Porque sei que
sou a rainha – fada da casa, encho cada canto com luz branca. Sei que a casa tem a
minha vibração se eu lha quiser dar. É por isso que me sinto bem lá dentro. As paredes,
os móveis. Porque sempre cuidei da minha casa. Os bebés das minhas amigas nunca
choravam quando vieram visitar-me e os meus filhos cresceram saudáveis.
Vejo agora o meu marido. Gosto mesmo dele. Ele dá-nos estabilidade, segurança,
orientação. Eu represento a Terra, ele representa o Céu. É sábio e amoroso. Quando o
conheci, ele já era assim. Eu quero manter esta ligação e percebo que devo trabalhá-la.
Quando dois seres estão no mesmo nível espiritual é maravilhoso. Mesmo que eu viaje,
mesmo que eu me afaste em trabalho, sinto sempre onde ele está e como está. A ligação
que nos une não necessita de recorrer a telemóveis, nem a palavras e não se quebra
com o tempo ou com a distância.
Agora vou ligar-me à minha alma e aos seres que comigo costumam trabalhar. Um
unicórnio, um cavalo branco com asas e muitas fadinhas coloridas. Verde, azul, rosa,
amarelo, em tons que na Terra nunca vi. São ternurentos. Entre nós não existem
palavras. Tudo se passa na vibração, no silêncio e no entendimento de quem trabalha em
conjunto há inúmeras vidas. Só as suas presenças em meu redor me fazem vibrar mais
alto e me dão força e confiança. Juntos fazemos rodas de energia e amor em volta dos
que estão doentes, do planeta Terra, das crianças que vivem na rua. Espalhamos a
nossa vibração como o pó da Sininho do Peter Pan.
Esta Meditação já dura há muito tempo. Encho-me de cor rosa dos pés à cabeça.
Agradeço a todos os que me acompanham nesta viagem. Sei que existem muitos reinos,
embora sejam invisíveis e sensíveis às minhas intenções. Procuro a paz e o amor dentro
de mim, pois tenho a certeza de que é dando que se recebe. O Universo não perdoa e
devolve-me em milhares de vezes tudo o que dou de livre vontade.
Abro os olhos e vejo novamente os golfinhos a mergulhar e o mar calmo e quente à
minha frente. Vou nadar um pouco com eles e sinto como a vida é maravilhosa e de uma
incrível beleza.
Poucas vezes pensamos como o Criador é grandioso, criativo e belo.
Isabel Leal
MEDITAÇÃO – O MEDO
(Repita este exercício várias vezes, conforme o grau de dificuldade do medo que
sente.)
Isabel Leal
MEDITAÇÃO – GIBBERISH
Isabel Leal
EXERCÍCIO PRÁTICO – QUEM SOU E O QUE SEI SOBRE MIM
Ponto 1 – Material
Todo o material é individual. Se fizer este exercício em grupo, cada pessoa deve
ter o seu próprio material.
Ponto 2 – Preparação
Ponto 3 – Exercícios
Com um espelho pequeno de mão, olhe bem para si. Faça a si próprio as
seguintes perguntas mantendo contacto visual consigo mesmo através do espelho.
Com o espelho na mão, uma vez mais, deve dizer sentidamente: «Eu gosto de
mim, eu observo-me e gosto do que vejo.» Identifique uma situação difícil da sua vida e
afirme com pesar: «Está bem, este problema não vai durar para sempre e servirá para eu
aprender e crescer enquanto alma.»
Registe no seu caderno tudo o que lhe ocorreu durante o exercício.
Leia as respostas eu deu no exercício anterior, desde a alínea a) até à alínea e).
Agora feche os olhos. Deixe as mãos caídas sobre o colo. Concentre-se na sua
respiração durante dois ou três minutos. Pense nas respostas que deu, analisando-as
pormenorizadamente, ou seja, verifique o que motivou as suas respostas e que soluções
variáveis (que podem realmente ser postas em prática) poderá apresentar.
Registe-as, uma a uma, no seu caderno.
Disponha os sete lenços de papel por ordem, ou seja, pelas cores do arco-íris.
Coloque os lenços no seu colo, abertos em leque. Agora feche os olhos. Concentre-se na
sua respiração durante dois ou três minutos. Com os olhos fechados, passe as mãos
pelos lenços. Sinta quais são os três lenços de cor que lhe causam bem-estar e coloque-
os de lado. Quando estiverem os três escolhidos, abra os olhos e verifique que cores
escolheu. A cor tem vibração; por isso, apesar de parecer que os lenços de papel são
todos iguais, na verdade não são.
Certifique-se de que cores escolheu e a que chakras correspondem. Feche de
novo os olhos e mergulhe na zona de cada um dos três chakras para verificar o que lá se
passa. Registre no seu caderno todas as experiências por que passou e o que se
encontrava em cada chakra.
Vamos retomar o que respondeu na alínea f) e ver que sentimentos terá no dia em
que seu plano estiver realizado, daqui a seis meses. Para isso, feche de novo os olhos e
concentre-se na sua respiração durante uns minutos. Tente ver ou sentir o que se vai
passar. Abra agora os olhos e faça Meditação caminhando. Cuide que cada pé se move
lentamente. Sinta cada movimento do seu corpo. Pense no que se vai passar e como se
vai passar. No total, pode demorar dez minutos.
Registe no seu caderno.
Sente-se virado para uma mesa e coloque previamente as três velas coloridas em
cima da mesa.
Feche os olhos e inicie o breve exercício de respiração que já lhe foi explicado.
Acalme a mente e tente sentir-se o mais neutro possível.
Abra os olhos e solicite ao elemento fogo que o acompanhe neste exercício. Com
a ajuda deste elemento, partilhará todos os seus desejos de concretização.
Acenda cuidadosamente cada uma das velas, pensando nas decisões que tomou.
Com os olhos abertos, sentado virado para as velas, deixe as mãos caídas sobre o
colo. Concentre-se na sua respiração durante alguns minutos (dois ou três minutos).
Enquanto inspira e expira, peço-lhe que se concentre apenas nesse acto, naquilo que
está a fazer, isto é, a inspirar e a expirar. Em seguida, sempre de olhos abertos, imagine
tudo o que pediu com o máximo de realidade possível e envolva esses pensamentos na
energia do fogo.
Registe no seu caderno.
Ponto 5 – Revisões
Dentro de 15 dias, volte a ler tudo o que escreveu nos pontos 1, 2 e 3. se for do
seu agrado, repita o exercício. É engraçado assistir à evolução, às mudanças.
Isabel Leal
DALAI LAMA
Meditação para crianças
Existe, presentemente, uma oferta externa imensa e atractiva para as crianças e para os
jovens. Por este motivo, todos se afastam cada vez mais do seu íntimo, do seu valor, da
sua auto-estima e do seu poder pessoal.
A Meditação pode ajudar a criança e o jovem a atingirem o bem-estar e a
ganharem auto-confiança. Um fortíssimo sentimento de poder interior, de
desenvolvimento da concentração e de aprendizagem sobre a direcção da energia
permite que a criança e o jovem alcancem os seus objectivos, se entusiasmem
gradualmente e renovem a sua alegria de viver.
Este contexto é muito tranquilizador para pais e professores. As crianças que têm
um maior índice de auto-estima são melhores alunas e apresentam um comportamento
mais assertivo.
Um pouco por todo o mundo, os pais já não sabem como acompanhar as crianças
ou como fazê-las felizes. Quanto maior for a quantidade e a qualidade das ofertas
apresentadas à criança e ao jovem, maior será a exigência destes e maior será a
dificuldade em encontrar algo que lhes agrade da próxima vez. O apelo é externo e
material. As exigências da criança acabam por acompanhar o mundo externo no que se
refere à grande variedade e à beleza. Porém, como em tudo, um dia verifica-se um
esgotamento.
Professores e famílias de todo o mundo rendem-se ao poder da Meditação para
orientar as suas vidas e a dos mais novos, sabendo que no interior também existe beleza,
satisfação e paz, provenientes de uma fonte inesgotável.
O professor de Meditação para crianças também deve ser, para sempre, um aluno
de Meditação. É uma área que envolve muito treino, disciplina e constante descoberta de
novos conhecimentos pessoais e técnicos. A Meditação pode e deve ser praticada em
casa, na escola e em qualquer outro local.
A disciplina de Meditação devolve ao adulto tudo o que já falámos neste livro e dá-
lhe a possibilidade de conhecer-se e viver em paz. Actualmente, as crianças são mais
exigentes. Lidam mal com a autoridade que não tem uma razão. Querem explicações.
Querem estudar o que podem colocar imediatamente em prática. Livros de auto-ajuda
direccionados para o ser sobre o poder do aqui e agora, explicando como se vive no
presente sem memórias do passado ou preocupações com o futuro, são levados em
consideração; no entanto, continuamos a ensinar matérias às crianças que, um dia, talvez
daqui a dez anos, elas venham a colocar em prática.
http://www.kenpage.com/healingtechniques/moment.html
As crianças e o jovens gostam de perceber que existe uma aplicação prática em
tudo o que fazem e aprendem. São mais rápidos, mais inteligentes e mais abertos a todas
as áreas de conhecimento e experiências. Existe uma maior liberdade. Os jovens são
mais avançados e expeditos nos dias que correm e mais exigentes com quem
acompanha a sua educação.
Reconhecem autoridade se o adulto tem realmente uma boa mensagem a passar,
se é equilibrado, se tem uma boa energia, se é justo e calmo, se transmite segurança.
Caso não se registem estas condições, a criança e o jovem não nutrem respeito pelo
adulto, porque não o reconhecem como um bom orientador. Se existir empatia e respeito,
o entendimento entre ambas as partes pode verificar-se até no silêncio, ou seja, não há
necessidade das «velhas» atitudes educacionais, que pressupõem a aplicação de
autoritarismo e, por vezes, de alguma forma de violência, que incute respeito através da
disciplina do medo. A verdade é que a maior parte dos jovens, nos dias que correm, já
não tem medo de nada.
Urge que o adulto estude para ser capaz de dar um bom exemplo e para que a
zona de respeito seja restaurada.
Todo o ser humano tem diferentes níveis de percepção: o corpo físico e o que com
ele pode ser experimentado. Baseada nos cinco sentidos, existe uma enorme variedade
de experiências muito ricas e imediatas que constroem o ser. O contexto social e cultural
molda, ao longo dos anos, o grupo e o indivíduo, a mente e todos os ensinamentos
impostos e procurados. A intuição raramente é ouvida, assim como a imaginação
enquanto meio de fuga na direcção da alma, entre outras componentes que cercam o ser
humano desde a nascença até a morte.
Cada uma destas áreas possui informação e energias diferentes. A disciplina de
Meditação permite a observação e a análise destas zonas e a tomada de consciência do
que encontramos em cada uma delas. Através deste método, muitos jovens e adultos
descobrem um potencial que até então desconheciam. Por exemplo, um imenso dom
para a cozinha, para a música ou para a pintura aparece, sem que haja aulas de
desenvolvimento destas competências.
A Meditação, quer para o professor ou pai, que para a criança ou jovem, revela,
sobretudo, o caminho em direcção à calma e à paz, sendo igualmente um grande auxiliar
no que diz respeito à organização da mente para o estudo. Jovens com mau
aproveitamento escolar são sujeitos à disciplina de Meditação em casa, em aulas de
Meditação especializadas ou ainda quando esta técnica é incluída no currículo normal da
escola. Passado algum tempo, apresentam um temperamento mais doce, mais
concentrado e o índice de mau aproveitamento reduz.
É necessário, no último exemplo, que os professores de várias áreas, como o
Português, a Matemática ou as Ciências, sejam alunos da disciplina de Meditação e
saibam orientar um pouco os seus alunos nesta matéria.
Quando afirmo que é necessário que o professor seja aluno da disciplina de
Meditação, tal deve-se ao facto de, apesar de este poder não dominar a técnica (para
isso basta ler alguns livros da especialidade), deve ter experiência dos conhecimentos
que está a transmitir e saber que a sua própria energia também sofre alterações. Desta
forma, e com a ajuda da Meditação, o professor passa igualmente a ter um
comportamento totalmente diferente quando vai dar aulas.
As crianças aprendem por imitação; portanto, respeitarão e seguirão, com mais
facilidade, um professor que pratica e que é um bom exemplo do que outro que precisa
apenas de uma rápida e fugaz solução para aliviar a sua carga diária.
Crianças com quatro anos fazem Meditação com tanta facilidade como as que têm
catorze anos. Os tempos devem, no entanto, ser diferentes. A criatividade da Meditação
deve ser rica, cuidada e estar adequada ao universo e à realidade da criança. Para tal, é
necessário que se questione previamente a criança no que diz respeito aos seus gostos e
preferências.
A Meditação para crianças deve ser guiada por um texto, ou por um tema
apropriado à sua idade, acompanhado por música, que pode ser dito pelo professor que
dá as aulas. Há sempre a possibilidade de comprar CDs gravados nas lojas da
especialidade, com Meditação guiada, próprios para o efeito.
Aproveito para lançar um desafio: envie-me um texto muito criativo de uma
Meditação destinada a crianças para o seguinte e-mail:
criancasde1novomundo@yahoo.com, o qual se encontra à sua disposição. Se o seu texto
for escolhido, fará parte de um trabalho que estou a desenvolver, que será publicado e
dedicado às crianças.
Partindo de um texto, ou de uma breve história, a criança pode orientar o momento
meditativo que lhe é solicitado e esse converter-se-á em algo imaginativo e divertido. A
música deve ser apropriada ao texto escolhido, ou seja, se o tema estiver relacionado
com a praia, a música deve conter sons das ondas do mar.
A música deve ser composta por especialistas que tenham amor pelo trabalho na
área da Meditação para crianças. Como têm uma sensibilidade muito apurada, as
crianças vão perceber, através dos sons que compõem a música, se a pessoa que a
compôs gosta realmente ou não dos mais pequenos.
Toda e qualquer situação de stresse para a criança pode e deve socorrer-se de
algum tempo de Meditação. A ida de uma criança ao dentista reveste-se quase sempre
de stresse, quer para a criança, quer para os pais. Assim, se os dentistas colocarem os
CDs de Meditação a tocar no seu consultório, o resultado poderá ser interessante. Outro
momento que pressupõe a existência de algum stresse é quando a criança vai cortar o
cabelo e esta situação não lhe agrada. Os cabeleireiros podem ter estes CDs de
Meditação nos seus salões. Através destes recursos, poder-se-á ajudar a criança e o
jovem a sentirem-se mais calmos e mais confortáveis em situações que desencadeiam
stresse e nervosismo, trazendo benefícios a todos os elementos intervenientes.
A Meditação é a disciplina de paz, como tal, excelente para ajudar as crianças e os
jovens a melhorarem o seu rendimento escolar, a aumentarem a sua auto-estima, a
reconhecerem o seu poder pessoal, a sua maturidade emocional, a sua organização
pessoal e a terem uma noção mais adequada da sua vocação.
O CD incluído neste livro pretende demonstrar que a Meditação guiada é simples e
divertida para as crianças. É um incentivo para pais e professores, para que utilizem esta
técnica em vez dos habituais momentos de autoridade e de falta de paciência. Após um
momento de quebra, coloque a criança a ouvir este CD enquanto você, o adulto, se
concentra numa tarefa do seu agrado. Deixe passar algum tempo, para que a conversa
com a criança possa então decorrer de uma forma mais leve e mais calma.
A agitação do dia-a-dia e o imediatismo ocidentais fazem com que a maioria dos
pais não tenha tempo, nem paciência, para o estudo da Meditação. Culturalmente, não
constitui um hábito imprescindível, pelo que muitos desconhecem o potencial desta
disciplina. Consideram-na, inclusivamente, uma perda de tempo. Aqueles que, todos os
dias, pensam em começar a meditar, encontram sempre algo mais atractivo para fazer.
Difícil é explicar a quem nunca praticou Meditação os excelentes benefícios de que
se pode usufruir e a paz que se consegue alcançar. Não existem palavras adequadas
para definir Meditação. A Meditação requer paciência. Adulto e criança em conjunto
podem alcançar resultados magníficos, em termos de melhoria de relacionamento e de
conhecimento pessoal.
As crianças orientais nascem dentro desta área de conhecimento e quem as
observa vê-lhes sempre um sorriso estampado no rosto, apesar de muitas delas não
terem acesso ao mundo material dos brinquedos e dos jogos que as crianças ocidentais
possuem. São crianças brincalhonas e boas estudantes.
Existe um vazio deixado pela medicina e pela psicologia, que não explicam
determinados fenómenos que acontecem a todas as crianças de uma forma inata e que,
muitas vezes, provocam perturbações do sono, fadiga e mau aproveitamento escolar.
«Foi muito bonito ter meditado. Vi muitas cores, algumas delas nunca as vi
nesta terra.»
Tais fenómenos assaltam os mais pequenos e devem ser entendidos, pois podem
acontecer especialmente aos que não são mais sensíveis. Estou a falar de casos em que
as crianças falam de uma pessoa que já faleceu. Parece um amigo imaginário, mas na
verdade tem o mesmo nome que tinha quando era vivo e a criança descreve
características que essa pessoa tinha. Na realidade, é uma pessoa que pertenceu à
família. Este tema deve ser compreendido e tratado com serenidade; por sua vez, o
adulto deve dar apoio à criança. Menciono esta questão porque pode surgir nos
momentos de Meditação. As crianças são mais abertas do que os adultos e, por esse
motivo podem ter acesso a visões durante a Meditação. Mais uma vez, o adulto deve
estar bem preparado para lidar com o que está acontecer, ou então procurar ajuda,
acreditando sempre que a criança não está a mentir.
Caso verifique que a criança é muito sensível e tem dificuldade em fazer Meditação
tradicional, insira a pintura de mandalas no processo.
A Meditação passará a ser feita de olhos abertos e com a criatividade envolvida. O
efeito é igualmente benéfico. Diria até mais completo, porque o efeito meditativo está
presente, a disciplina também, assim como o silêncio, a cromoterapia e a geometria
sagrada. As mandalas têm a propriedade de nos prenderem a atenção, estimularem a
criatividade, diminuírem o stresse e cruzarem a cor com as formas geométricas, que
constituem a base da construção humana. Convidam à introspecção e à percepção dos
aspectos e arranjos harmónicos.
Tradicionalmente, a construção de mandalas consiste em momentos de
nascimento de arte sagrada. As mandalas estão associadas a momentos de introspecção
e silêncio. Momentos em que a alma está em processo de criação, em contacto com os
seus elementos mais simples como, por exemplo, a cor. Professores de todo o mundo
escolhem mandalas pré-desenhadas e simples para os alunos pintarem alguns minutos
antes dos testes e exames escolares, pois constituem momentos de descompressão e
relaxamento. Esta técnica é utilizada por pessoas de todas as idades, em família, por
psicólogos que pretendem ajudar seus pacientes na recuperação de desequilíbrio vários
e em hospitais, sobretudo na recuperação de crianças com doenças graves, como o
cancro.
A prática e a realização de mandalas podem ser efectuadas isoladamente ou em
conjunto com a Meditação e música apropriada. Esta reunião de elementos permite o
alinhamento do ser físico com a energia da alma. Desta forma, os momentos serão mais
profundos e mais criativos. São frequentes os momentos de amor incondicional, os
estados de graça e de cura profunda a todos os níveis.
«As mandalas estão abundantemente representadas no Ocidente,
principalmente desde a Idade Média. As rosáceas dos vitrais das catedrais de
Chartres e de Notre-Dame são mandalas translúcidas, inspiradoras da paz interior
que deve estar presente nos campos religiosos da mente.»
Exercício prático:
Este exercício pode ser efectuado por crianças, jovens e adultos. Pode ser
igualmente realizado em família. Cada elemento executa a sua mandala. Os materiais
para a pintura da mandala deverão ser escolhidos a gosto.
A Meditação para crianças e para jovens ainda é uma disciplina pouco conhecida e
fora do comum para os ocidentais. No início, exige-se aos adultos um esforço adicional
no acompanhamento da criança ou do jovem, enquanto figura exemplar. Todos estão
muito ocupados e consideram esta actividade um desperdício de tempo. Na verdade, a
Meditação ensina os mais jovens a desenvolver a tolerância, a paz e o perdão, entre
outras virtudes.
A Meditação deve ser utilizada nas escolas por diversos motivos. É na escola que
as crianças e os jovens se encontram mais horas por dia. É, por conseguinte, na escola
que ocorre a maioria dos factores de desenvolvimento e crescimento. O professor é como
um familiar para o aluno, pois este procura nele apoio e exemplos. Também é na escola
que as crianças de diferentes credos, nacionalidades e níveis culturais se encontram.
Desta forma, existe um lado profícuo e culturalmente enriquecedor, mas também um
factor de discórdia. A Meditação contribui para a pacificação do aluno perante ele mesmo
e os demais.
As épocas de testes e exames faz com que o stresse associado a esta questão
diminua e, por consequência, os resultados melhorem.
Os relatos de professoras minhas alunas revelam, por vezes, opiniões opostas.
Umas acham que o tempo de aula é curto para fazer Meditação, mesmo que seja feita no
início da aula durante cinco minutos, e para dar a matéria. Esquecem-se obviamente de
somar todos os segundos que perdem a chamar a atenção dos alunos ao longo de uma
aula inteira. Tudo somado será provavelmente suficiente para realizar um breve momento
meditativo.
Outras ainda pensam que os cinco minutos que usam no início das aulas fazem
maravilhas. Nestes momentos de meditação, estando apenas concentrados na sua
respiração, alunos e professores ficam ao mesmo nível energético e a aula decorre em
paz, com concentração e em silêncio. Técnicos ligados à formação e ao bem-estar infantil
e juvenil ainda desconhecem o potencial da Meditação.
A convivência com uma vertente energética pode porventura ser agradável, devido
ao contacto com anjos, santos, fadas, unicórnios e elfos. Porém, também pode ser
desagradável, na medida em que os seres observados podem pertencer a reinos de
baixa vibração e, por esse motivo, apresentar uma imagem pouco atractiva. Os espíritos
que morrem, que ficam demasiado apegados à matéria e que não reconhecem a sua
constituição de luz mantêm, durante certo tempo, o aspecto com que morreram. São
seres que já se encontram noutros planos e que se apresentam às crianças, constituindo
motivo de susto e terrores nocturnos. É ainda possível que um espírito não encarnado
persiga uma criança. Pode ser alguém com quem esta tem um karma a ajustar.
Consequentemente, é importante que a família e a casa sejam um lugar de paz para ela.
Cada vez mais as famílias aceitam explicações alternativas e acreditam que existe
vida depois da morte, pois o ser é, de facto, intemporal. Percebem igualmente que o
karma é uma lei de causa – efeito, que pode atormentar os mais novos desde tenra
idade. O karma pode ser entendido como o registo falado, pensado, omitido ou efectuado
numa vida passada, que deixou marcas que devem ser equilibradas para o bem-estar do
próprio e dos que o rodeiam. Pensando em termos energéticos, será fácil perceber que
esta actividade terá de apresentar uma compensação para que o equilíbrio ocorra. A
Meditação pode ajudar a equilibrar esta área, já que oferece à criança cada vez mais paz
e confiança.
É importante ensinar à criança que tudo é impermanente. As pessoas nascem; as
pessoas morrem; as pessoas casam-se; as pessoas divorciam-se. As pessoas são donas
de uma empresa e as pessoas abrem falência da mesma. O hábito de guardar tudo o que
temos, seja a que custo for, pode causar-nos muitos dissabores. Quanto mais nos
apegamos a alguém, ou a algo maior, maior será o sofrimento quando essa pessoa nos
deixar ou quando perdemos o que julgávamos ser nosso para sempre. Não quero com
isto dizer que não devamos dar importância a alguém, ou ao que possuímos em termos
materiais, mas sim que é fundamental ter em mente que pode não ser eterno. Aceitar
que, na vida, tudo é passageiro constitui uma fonte de equilíbrio, paz de espírito e
confiança para prosseguir o nosso caminho sem medos. Em Meditação, a criança
habitua-se a lidar com cenários imaginativos, que são seus apenas por momentos,
treinando assim a impermanência.
Uma vez aprendida e dominada a técnica de Meditação, esta pode ser aplicada às
mais diversas actividades do dia-a-dia. No desporto, nos momentos de estudo, a
conduzir, a passear, no caminho para a escola, para casa, entre outros exemplos. A
calma e a clareza mental, obtidas através da prática da Meditação, fazem com que a
criança e o jovem procedam de uma forma mais eficaz nas mais pequenas coisas do dia-
a-dia.
A Meditação é utilizada com muito sucesso em casos de crianças que têm
problemas de saúde, crianças hospitalizadas ou crianças com doenças crónicas. Através
do exercício da Meditação, a criança aprende a aceitar o estado de doença em que se
encontra, em vez de lutar sem orientação ou de sentir-se deprimida. Ganha vigor e luta
para melhorar de uma forma mais consciente, com mais força de espírito e de uma forma
orientada, pois ao manter-se calma, apesar do cenário negativo, pode receber dicas e
sugestões de exercícios ou de métodos que a ajudem a debelar a doença. Uma criança
ou um jovem deprimido devido a uma doença raramente apresenta consciência do seu
processo ou força de espírito e positivismo para recuperar.
Recebi muitas famílias com queixas graves quanto ao comportamento dos seus
filhos. Em poucas horas, pude verificar que as crianças são o espelho da família e da
educação que receberam. Ou seja, os pais perdem a perspectiva correcta e equilibrada
dos problemas e gritam, em vez de falarem num tom de voz normal; queixam-se do
cansaço que sentem, mas vivem rodeados de barulho, música sem qualidade,
discussões, televisores com o som muito alto, telemóveis que tocam e são atendidos em
todas as situações (por exemplo, durante as refeições). Todos se sentem isolados porque
trabalham muito e, por esse motivo, vêem-se privados da companhia da família. Desta
forma, atender uma chamada telefónica na ânsia de não a perder e de não perder um
momento de contacto tornou-se normal e indispensável.
Ao viverem momentos de qualidade, em ambientes com estas características, as
crianças ou vão crescendo tímidas e sem força para superar este ruído feito pelos
adultos, ou irrequietas, hiperactivas e até malcomportadas, como forma de sobressair e
de atrair as atenções.
Na escola há o barulho da sala de aula, dos rapazes a jogar futebol, das meninas a
saltar à corda e a jogar à macaca ou a dizer segredos. E para mim um segredo é barulho.
Não gosto de barulho nem de segredos.
Em casa, o barulho continua. A primeira coisa que os meus papás fazem quando
chegam é ligar o televisor. E põem o som alto. Deve ser para não se sentirem sozinhos.
Afinal têm-se um ao outro e eu também estou em casa. Não os consigo perceber muito
bem.
Estou no quarto. Estou no meu mundo. Estou mais longe do barulho que vem da
sala, da cozinha e dos telemóveis. Gosto de olhar pela janela do meu quarto e ver o céu.
É que o céu tem sempre alguma coisa bonita – e nova – para me mostrar. Ora está limpo,
azul e com sol, ora com uma ou outra nuvem branca, ora com muitas nuvens – mais
cinzentas e um bocado tristes – , ora está com muitas – muitas, muitas, muitas, muitas,
muitas, mas mesmo muitas – estrelas. E quando o arco-íris aparece? Só me apetece
sorrir.
Às vezes, de tanto olhar para o céu, distraio-me. Principalmente quando há nuvens
e o vento anda a dançar com elas. Acho graça. Acho bonito. E de tanto olhar, de tanto
olhar, de vez em quando, nem ouço o toque da campainha que indica que o intervalo das
aulas acabou. Mas não há problema, há sempre um amiguinho que me chama e a
professora nunca ralhou comigo por causa disso.
Ainda assim, quando estou em casa e olho para o céu a partir da janela do meu
quarto é diferente. O céu é como se fosse assim uma espécie de meu melhor amigo.
Enquanto o barulho acontece fora do meu mundo – e como eu não gosto de barulho – ,
converso com ele. Principalmente sobre aquilo que me deixa triste. É certo que não me
responde, mas eu fico mesmo triste quando falo com ele. E de tanto conversar, de tanto
conversar, às vezes estou distraída e não ouço o papá e a mamã a chamarem por mim
para ir jantar. Quando me apercebo, eles já estão a fazer barulho à porta do meu quarto.
E eu peço desculpa e lá vou para a mesa.
Durante o jantar – e enquanto o televisor faz barulho e a mamã insiste para que eu
coma tudo, sobretudo os legumes, e eles conversam de coisas sérias (como costumam
dizer) – penso se o meu pai e a minha mãe também gostam do céu, do sol, das nuvens,
das estrelas e do arco-íris. E se também falam com ele. Nessa altura decido que, um dia,
lhes terei de fazer esta pergunta. Antes de adormecer, um deles conta-me uma história.
Confesso que gosto mais quando decidem improvisar. Há histórias escritas de que não
gosto muito e, por isso, insisto que eles pensem e me contem uma que saia da cabeça
deles. Por vezes, não estão com muita paciência, mas eu torno a insistir, porque
enquanto eles pensam não fazem barulho. Pelo contrário, ficam mais sorridentes e
menos sérios. E eu gosto deles assim.
Esta noite, o papá contou-me uma história sobre um menino da minha idade que
tinha andado à chuva com os seus amiguinhos e que depois ficou constipado. Eu percebi
o que ele me queria dizer e ouvia-o com atenção. Entretanto, comecei a pensar: se a
chuva vem do céu, se o céu é muito bonito, amigo e divertido, porque é que põe as
pessoas doentes? Acordei a sorrir. Quando a mamã me veio chamar, o sol entrou muito
contente pelo meu quarto dentro. Até parecia que sabia que, de certa forma, tinha
sonhado com ele. E ainda mais contente fiquei quando cheguei à escola e a professora
disse que tínhamos de escrever uma redacção. O tema era livre, ou seja, eu podia
escrever sobre aquilo que quisesse. Decidi escrever sobre o meu sonho:
«O Céu é um dos meus melhores amigos, mas confesso que fiquei um pouco triste
com ele quando soube que há meninos e meninas que ficam doentes quando apanham
chuva. E se a chuva vem do céu, e se ele é um dos meus melhores amigos, decidi
perguntar-lhe porque é que ele faz isso às meninas e aos meninos. Mas enquanto
conversava com ele sobre este assunto, aconteceu-me uma coisa muito surpreendente e
muito bonita. Havia algumas – poucas – nuvens no Céu e o sol apareceu muito bonito,
grande e quentinho por entre elas. Juntaram-se e transformaram-se numa bonita e
grande nuvem dourada. O vento começou a dançar com essa nuvem – nunca tinha visto
uma nuvem assim – e trouxe-a para cima da minha cabeça. Quando estava mesmo por
cima de mim, começou a deitar umas gotas douradas. No fundo era uma chuva, mas era
uma chuva diferente. Não era fria, não molhava nem punha ninguém doente. Quando me
apercebi, à minha volta estavam a minha professora, os meus amiguinhos da escola e o
meu papá e minha mamã. Estavam todos, tal como eu, a apanhar aquela chuva diferente.
Então, percebi que aquele era um banho especial, porque, a partir daquele momento,
todos passaram a fazer menos barulho, a dizer menos segredos e a olhar mais para o
Céu, para o sol, para as nuvens, para as estrelas e para o arco-íris. Eu fiquei muito
contente e agradeci ao meu melhor amigo.»
a professora gostou muito da minha redacção. Pediu-me que a lesse, na aula, em
voz alta e escreveu um recado para eu levar para casa, que aconselhava os meus pais a
lerem o que eu tinha escrito. Depois de ter lido em voz alta o meu sonho, quer para os
meus amiguinhos, quer para os meus pais, algo espantoso aconteceu. E não foi um
sonho. Aconteceu mesmo na vida real. Eles começaram a fazer menos barulho, a dizer
menos segredos e começámos a olhar, em conjunto, mais vezes para o Céu, para o sol,
para as nuvens, para as estrelas e para o arco-íris. Por falar nisso… Sabiam que a mamã
e o papá não viam o arco-íris há muitos, muitos anos?
Anónimo
Tendo em conta tudo o que já foi referido anteriormente e os exemplos que ainda
vamos apresentar mais adiante, entende-se que um dos principais objectivos da
Meditação é a aprendizagem sobre o valor pessoal e o respeito por tudo o que nos
rodeia, sabendo que todas as pessoas têm sentimentos e fazem o melhor que podem ou
sabem pela sua vida. As crianças precisam dos nossos exemplos e parâmetros. Através
da Meditação, todos, crianças e adultos, tomam contacto com o ser interno. O ser interno
de cada um é feito de paz e amor, pelo que é indispensável entrar em contacto com o
mesmo todos os dias, sem falta.
É fundamental que as crianças e os jovens percebam que esta natureza existe
dentro de si e, consequentemente, em todos quantos os rodeiam. É importante
compreender qual é a verdadeira natureza do ser humano, respeitá-la e valorizá-la. As
crianças devem aprender a estimar-se e a estimar todos os que fazem parte da sua vida.
Pela imposição e pela autoridade não é possível remeter a criança nem o jovem para
estas realidades. Mediante o contacto directo, íntimo e pessoal, a própria criança ou o
jovem entenderão o que se passa à sua volta e actuarão de acordo com a nova
informação de que dispõem de livre vontade. A Meditação é essencial para que estes
passos sejam dados.
Respeitar e controlar a nossa própria vida é fulcral para uma boa integração e para
dar bons exemplos a todos os que possam não estar nesta sintonia. As crianças que
fazem Meditação ganham um magnetismo mais forte, que é resultado do bom trabalho
energético que começa a estar presente na sua aura. Desta forma, a criança atrai para si
melhores situações e melhores pessoas e, portanto, a energia que a integra rejeita
automaticamente os episódios mais desagradáveis.
Ver-se como um cidadão do mundo, sensível e de bons valores é a base para uma
vida mais feliz, mais estável e com mais oportunidades. As crianças, mais facilmente do
que os adultos, sentem as vibrações energéticas. Sentem a violência praticada pelo
homem moderno. Sem qualquer dificuldade, crianças e jovens passam de zonas de
equilíbrio e segurança para zonas de medo, falta de confiança e falta de fé. Permitir que a
criança disponha de uma técnica como a Meditação para manter a sua essência, que é
de paz e de tranquilidade, fará com que as gerações futuras sejam constituídas por
adultos mais calmos e mais íntegros.
O pensamento segue a energia; a palavra é energia e o acto também. Na
Meditação, é-nos ensinada a responsabilidade de pensar, de falar e de actuar para que
sejam alcançados melhores resultados. É-nos ensinado ainda de que forma estas três
manifestações, utilizadas de forma positiva, nos proporcionam mais acontecimentos
positivos, de que modo afectam as pessoas que nos rodeiam e quais as respostas que
podemos receber das mesmas.
Um bom exercício que ilustra claramente o que acabei de mencionar é a
construção de uma lista de coisas menos positivas e a construção de uma lista de coisas
muito positivas, que trazem felicidade. Faça estas listas em conjunto com as crianças.
Feche os seus olhos e peça a uma criança que lhe leia primeiro uma lista e depois a
outra; depois, aperceba-se do que sente e de como a voz da criança muda ao ler cada
uma das listas.
tomar boas decisões é difícil para os adultos, mas ainda é mais complicado para os
mais novos. A Meditação ajuda, com o tempo de prática, a analisar o que nos vai na
mente, aquilo em que acreditamos e quais são os padrões que nos prejudicam ou nos
deixam tristes. A melhor forma de melhorarmos a nossa vida e tudo o que nos rodeia é
examinando os nossos registos e decidindo quais os que têm realmente interesse, já que
aquilo em que acreditamos é o que constrói a nossa realidade.
Como foi referido nos meus livros anteriores, as crianças Índigo necessitam de
alguma ajuda para serem bem sucedidas. Centrarem-se, ou seja, equilibrarem as
energias e concentrarem-se no que estão a fazer no momento presente é um dos pontos
fundamentais. Os Índigo têm dificuldade em concentrarem-se em alguns momentos,
inclusive em situações normais do dia-a-dia. Quando os temas não são do seu interesse,
ou não são escolhidos por eles, a dificuldade aumenta. A Meditação é uma excelente
técnica para ajudar a centrá-los rapidamente. Trabalhar no sentido de a auto-estima se
converter numa realidade é outro dos pontos indicados, bem como o estudo das energias,
para que a criança tenha noção do poder pessoal que possui. Uma vez que se sentem
inconformados com o sistema educacional em que estão inseridos, enquanto o sistema
não muda, precisam de uma técnica especial que os equilibre e os ajude a lidar com as
contrariedades. Os peritos em educação e os especialistas na infância defendem que a
melhor forma de predispor uma criança para aprender é brincar ou fazer algo que lhe
ofereça estabilidade e auto-conhecimento.
Quanto ao acompanhamento das crianças Cristal, são ainda mais numerosos os
factores que podem ser desenvolvidos através do recurso à Meditação como prática
regular, levada a cabo quer pelas crianças, quer pelos adultos. As crianças Cristal
possuem inúmeras capacidades extra-sensoriais, capacidades essas que o adulto já não
sabe utilizar e podem ser despertadas novamente, através da Meditação. Estas crianças
vão receber muitas mensagens para-normais e precisam de alguém que as compreenda
e as acompanhe com naturalidade. Necessitam de viver em ambientes de muita paz e,
portanto, a Meditação é a técnica mais adequada para estabelecer novos parâmetros de
paz e tranquilidade em casa e na vida diária com os pais. Devem realizar uma limpeza
energética frequente, quer na energia da aura, quer na energia da casa. Meditar em casa
e em conjunto fará com que a energia da casa seja purificada. Recomenda-se, ainda,
para um bom equilíbrio da criança Cristal, que estude as energias, para permitir um
entendimento mais amplo das suas capacidades.
http://videos.sapo.pt/sapozen/pesquisa.html?word=Crian%C3%A7a+Cristal&imageField.x
=10&imageField.y=6
DALAI LAMA
Exercícios práticos para crianças
Estes exercícios podem ser feitos em casa, na escola ou no jardim.
Com os olhos fechados, concentra-te na tua respiração. Inspira e expira com muita
calma, mantendo-te atento ao que o teu corpo sente.
Uma fada e um elfo aproximam-se com um pequeno baú, que está pintado com as
cores do arco-íris e tem lindos desenhos: um sol, nuvens, flores e pequenos pássaros. A
fada segura na asa esquerda da caixa e o elfo segura na asa direita.
Dentro deste baú está um tesouro. A fada explica ao elfo o que é e para que serve,
segregando-lhe ao ouvido. São estrelas douradas e prateadas. O elfo ri-se e deita a
língua de fora. «Servem para realizar desejos», diz ele.
Agora tu também possuis um pouco deste tesouro; por isso, utiliza-o de uma forma
sábia. Estas estrelas só fazem efeito se estiveres muito concentrado e tranquilo.
Começa por abrir o baú, tira algumas estrelas com a ponta dos dedos e, depois,
espalha-as à tua volta. Primeiro, as douradas e depois as prateadas. Espalha-as por cima
da tua cabeça e em cada canto da sala onde te encontrares.
Em seguida, concentra-te nos teus afazeres e estudos. Recorrendo à imaginação,
abre os teus livros de estudo e deita-lhes algumas estrelas douradas e depois as
prateadas em cima, para que sejas bem sucedido na escola.
Concentra-te na tua família, naqueles que amas e nos teus amigos. Deseja paz,
tranquilidade e muito amor para ti e para os teus. Deita algumas estrelas sobre ti.
Primeiro as douradas e depois as prateadas, só que desta vez espalha-as pela cabeça,
pelos braços e pelas pernas. Conforme as estrelas caem sobre ti, inspira com a certeza
de que és igualmente uma estrela.
Pensa agora em algo que gostavas muito de ter ou que queres muito que
aconteça. Constrói tudo com muitos pormenores: as cores, as imagens, os sons e as
pessoas. Deita algumas estrelas por cima dessa imagem. Acredita no que estás a fazer e
que é possível que aconteça. Acreditar é fundamental!
Concentra a tua atenção na respiração, faz uma inspiração profunda e expira.
Quando te apetecer, podes abrir os olhos.
Isabel Leal
MEDITAÇÃO GUIADA E PARTICIPADA – A NATUREZA
Isabel Leal
MEDITAÇÃO EM FAMÍLIA
Reúna todos os elementos da sua família. Se fizer este exercício na escola, reúna
toda a turma.
É conveniente que todos os intervenientes na Meditação se conheçam bem, para
que se verifique uma perfeita realização e um aproveitamento máximo deste exercício.
Podem participar adultos e crianças.
Sentados em círculo, de olhos fechados, concentrem-se na respiração. É
conveniente contarem de 1 até 4 ou 5 (consoante for um adulto ou uma criança, pois os
tempos de respiração são diferentes) e depois inspirarem; em seguida deverão contar de
5 ou 4 até 1 e depois expirarem.
Respire desta maneira durante alguns minutos.
Uma pessoa ao acaso senta-se no centro do círculo e escolhe ao acaso uma outra
pessoa. De olhos abertos, mas em silêncio, olha para essa pessoa e tenta lembrar-se de
tudo o que sabe sobre ela: que gestos e expressões faciais costuma fazer, assim como
tiques e tudo o que inclua movimento. Após ter uma ideia ou uma lista de coisas em
mente, comece a imitar essa pessoa, mantendo-se sempre a olhar para ela. É uma forma
de exercitar a criatividade e de caracterizar o outro em silêncio. As crianças e os jovens
são muito espertos e captam com imensa facilidade estes pormenores.
Após ter terminado a sua imitação, o indivíduo que estava no centro dirige-se para
o círculo de pessoas, enquanto o elemento que foi imitado encaminha-se para o centro do
círculo para imitar outra pessoa. Assim por diante, até que todos tenham feito uma
imitação ou tenham sido imitados.
Uma roda de família composta por pais, avós, primos e sobrinhos pode dar origem
a um divertido jogo de Meditação. O importante é manter o silêncio e escolher uma
música calma para acompanhar o exercício. Algumas gargalhadas serão inevitáveis.
Terminem o exercício com mais alguns momentos de Meditação, realizados com
os olhos fechados e com uma respiração pausada.
Isabel Leal
Era uma vez uma menina chamada Mariana. Ela era linda e tinha uns olhos verdes
da cor do mar. os seus cabelos caíam-lhe pelas costas em cachos, macios e castanhos
como a terra, na qual brincava todas as manhãs quando acordava e fazia sol lá fora.
Mariana amava tanto a Natureza, com todos os seus seres e elementos, que
estava sempre a agradecer a Deus Criador de todas as coisas pela bênção de estar viva
e de poder ver, sentir e respirar as maravilhas do seu planeta e do Cosmos. Mariana
sentia um amor especial pelos golfinhos, aqueles seres amorosos, sábios, brilhantes e
luminosos que habitam os oceanos, que brincam a rodopiar e que tanto nos encantam e
fazem rir com as suas brincadeiras e graças.
Ela conversava com eles à distância, a partir de qualquer lugar onde estivesse, a
qualquer hora do dia ou da noite. Eles eram seus amigos e protectores. Um dia, Mariana
estava a conversar com um desses seus amigos golfinhos, antes de adormecer, e ele
disse-lhe: «Vou ensinar-te uma maneira especial de conversares comigo e com os outros
golfinhos do grupo sempre que quiseres. Assim, nós saberemos quando é que precisas
de ajuda, de atenção, de cuidado e de protecção e viremos logo todos ajudar-te!»
Mariana, cheia de curiosidade, quis imediatamente que ele a ensinasse a comunicar com
eles. Vejamos o que o golfinho lhe ensinou.
Põe a tocar uma música relaxante (pede-se que sejam os pais ou um adulto a fazê-
lo, se a criança ainda for pequena). Pode ser música e sons de golfinhos. Então, relaxa e
fecha os olhos devagarinho. Respira fundo, inspirando e expirando a luz da vida. Imagina
agora que uma chuva de estrelas prateadas desce directamente do céu e cai
carinhosamente sobre ti. Esta chuva é uma chuva de luz e de energia amorosa, que se
espalha e te cobre integralmente. E começas a sentir uma calma e uma paz muito
grandes dentro de ti e em teu redor. Sente a paz. Em seguida, ver-te-ás a caminhar em
direcção ao mar, que se encontra muito perto de ti, lindo, muito verde, com ondas suaves
e uma areia branquinha e fofa.
Chegas então junto do mar e entras lentamente na água. Sente imediatamente a
água morna, clara e transparente a envolver os teus pés. Sentes vontade de continuar a
caminhar pelo mar dentro e, então, chegas a um local onde te podes deitar e boiar numa
água extremamente limpa e cristalina. Passado pouco tempo, estás cercado de oito
golfinhos amigos. Eles pedem para te manteres calmo e relaxado, pois desejam cuidar de
ti. Então, eles começam a girar e depois a dançar à tua volta, emitindo um som suave e
subtil que te acalma e te faz lembrar dos tempos em que estiveste na barriga da tua mãe;
era tão bom… Os golfinhos dançam suave e alegremente à tua volta até completarem
oito voltas. Em seguida, dizem-te que já estás curado e protegido. Já podes regressa
lentamente para a areia quentinha, caminhar pela praia e, aos poucos, podes retornar ao
teu momento presente, aqui e agora, e sentir toda a energia do amor em que foste
envolvido. Sente o amor em todo o teu ser. Tu és esse amor, tu és muito amado. Irradia
esse amor para todos os que te cercam. Esta é a tua missão de vida. Sente-te feliz por
isso.
Isabel Leal
«O período em que se adquire mais conhecimento
e experiência é o período em que surgem
mais dificuldades na vida de cada um.»
DALAI LAMA
Meditações incluídas no CD
Isabel Leal
MEDITAÇÃO 4 – DOS 10 AOS 12 ANOS
Isabel Leal
Isabel Leal
DALAI LAMA
Testemunhos
É sempre importante ler sobre relatos verídicos, pois são estes que melhor ilustram
as experiências por que todos passamos. Inúmeras vezes, os episódios são muito
semelhantes, porque, na verdade, somos todos realmente Um. A Meditação é um
caminho que deve ser percorrido, todos os dias, com disciplina e gosto, sendo um
caminho que o leva de volta a si mesmo.
Ao estar em contacto com a alma, eu sinto-me mais forte e tenho noção do meu
poder pessoal. Experiências ocorridas em vidas passadas apresentam-se para me fazer
acreditar que sou infinitamente sábio, mas que em alguns momentos também gerei muito
karma.
A Meditação ajuda-me a corrigir estas tendências, limpando o velho e ajustando o
novo a realidades mais concretas, mais humanas e mais amorosas.
TESTEMUNHO 1
A Meditação é um exercício pessoal que deve ser feito diariamente, como se fosse
um acto de higiene que cada um de nós tem o dever de fazer a si mesmo. É um
instrumento precioso para a reconstrução e a limpeza interiores. Possibilita uma maior
clareza de espírito para traçar metas e estabelecer objectivos para a nossa vida.
Sónia, Coimbra
TESTEMUNHO 2
Susana, Corroios
TESTEMUNHO 3
Pedro, Lisboa
TESTEMUNHO 4
Luís, Barreiro
TESTEMUNHO5
Alexandra, Porto
TESTEMUNHO 7
Quero participar em mais aulas. Foi uma experiência muito boa. Fiquei mais calmo
e, agora, já sei como deverei proceder em casa quando o meu mano andar à bulha
comigo.
TESTEMUNHO 8
O amor, afinal, mora no coração. Luz e paz para todos os meninos. Muitos
beijinhos e um «xi – coração» apertado.
TESTEMUNHO 9
Muito louco. Não há limites. Gostei muito e quero repetir esta experiência.
Manuel, Porto
DALAI LAMA
Aulas de Meditação
CONTACTOS:
E-mail: criancasde1novomundo@yahoo.com
Telefone: (00351) 938 159 613
Um abraço,
ISABEL LEAL
Bibliografia de apoio
DALAI LAMA