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Meditação

Para Crianças

Isabel Leal

1.ª edição, Maio de 2009


2.ª edição, Novembro de 2009
Editora Pergaminho SA
Lisboa – Portugal

Querida Ani Williams: obrigada pela tua participação


neste trabalho, por teres acreditado em mim e pelos sons mágicos
que através de ti vamos levar a tantas crianças.
«Na próxima vida vais nascer com asas.»

Agradecimentos

Agradeço a todos os que participaram neste livro pela alegria, a amizade, o apoio e o
companheirismo que me concederam.
Toni Hemmerich, Karuna ® Reiki master/teacher e gestora de um centro holístico
em Nova Iorque – EUA, colega e uma querida amiga.
Lisete Soares, contacto e divulgação dos anjos, que tem guiado os meus passos
com tanta presença e paciência.
Rita Oom, pintora, irmã de outras dimensões.
Ingrid Cañete, psicóloga, escritora, professora universitária. Uma sempre presente
colega da rede mundial de estudos Índigo e Cristal. Tal como eu, participante no mais
recente livro de Lee Carroll, The Índigo Children Tem Years Later, traduzido em Portugal
pela Estrela Polar.
Agradeço a todas as crianças que foram minhas alunas e que me inspiraram, ao
longo dos anos, a fazer este trabalho e a perceber a importância da Meditação para um
coração mais simples, mais ingénuo e mais infantil.
Agradeço aos meus professores que, apesar da distância, todos os dias guiam e
iluminam os meus dias, a minha carreira e o meu crescimento.
Este livro é para todos os pais, professores, psicólogos, pediatras, assistentes
sociais, autores, artistas, enfermeiros…enfim, todos aqueles que lidam com crianças e
jovens em geral. É um incentivo para que aprendam a integrar a disciplina de Meditação
nas suas vidas e nas suas actividades, enriquecendo assim a vida dos mais novos.
Um bem-haja a todos!
Índice

Prefácio……………………………………………………………………… 11

Introdução…………………………………………………………………… 17

Meditação para adultos…………………….………………………………. 27

Exercícios práticos para adultos………….……………………………….. 61

Meditação para crianças…………………………………………………… 83

Exercícios práticos para crianças………………………………………… 119

Meditações incluídas no CD………………………………………………. 129

Testemunhos……………………………………………………………….. 139

Aulas de meditação………………………………………………………… 147

Bibliografia de apoio……………………………………………………….. 149

«A mais profunda raiz do fracasso das nossas vidas


é pensar que sou um inútil e um fraco.
É essencial pensar de uma forma poderosa e firme:
“Eu consigo, sem ostentação ou preocupação.”»

DALAI LAMA
Prefácio

«Descobri que, através da meditação, a alma “voa”.»


Em criança, era diferente dos outros meninos, tinha os meus amigos mas gostav,
sobretudo, de falar com as pessoas que ninguém via, nem eu mesmo. Só que eu
conseguia senti-las e, se estivesse com muita atenção, até era capaz de ouvi-las!
Era tudo muito complexo para aquela época, em que todas as coisas
apresentavam explicações muito «terrenas». Se não éramos iguais aos outros, facilmente
rotulavam-nos como esquisitos, estranhos, ou até apontavam-nos o dedo e comentavam
que devíamos ter alguma deficiência, simplesmente porque, por momentos, nos
isolávamos, falávamos sozinhos e, depois, contávamos aos adultos «coisas» que, no seu
entendimento, eram, no mínimo, invulgares.
Estes interrogavam-se como era possível que crianças tão pequenas falassem de
assuntos que eles próprios desconheciam. Nós assumíamos atitudes extremas de
protecção em relação a tudo o que nos rodeava, conseguíamos adorar algumas pessoas
e de outras nem sequer nos aproximávamos. Havia uma característica comum a todas
estas crianças «especiais»: uma enorme dificuldade de concentração.
Sim, eu fui uma dessas crianças!
Esta breve introdução tem como objectivo facultar uma melhor compreensão dos
benefícios da Meditação, do tai-chi e do chi-kung, que descobri «por acaso», os quais
mudaram a minha vida para sempre.
Anos mais tarde, devido a uma intervenção cirúrgica que fiz à coluna, descobri, na
fase pós-operatória, uma modalidade desportiva chamada tai-chi.
Decidi experimentar mas, nas duas primeiras vezes, desisti e saí a meio da aula,
porque não percebia o que as outras pessoas estavam a fazer. Ainda assim, insisti e
tentei uma terceira vez. Quando me preparava, uma vez mais, para abandonar a aula, o
professor chamou-me e disse-me: «Hoje ficas até ao fim.»
Estou-lhe grata até hoje, porque esse dia operou uma grande mudança na minha
vida!
A Meditação faz parte das aulas de tai-chi e, habitualmente, é feita no final da aula.
Através da Meditação, conseguimos despertar os sentidos, ficamos mais atentos,
ou, como gosto de dizer, ficamos mais despertos para a vida, mais ágeis e, sobretudo,
passa a existir uma comunhão com a Natureza e com as alterações interiores, difíceis de
explicar na linguagem do ser humano.
Gosto sempre de recordar um episódio, que ocorreu durante um treino, que prova
bem esta comunhão com a Natureza, que é, na realidade, a energia que faz tudo e que
nos comanda. Esse treino realizou-se num pontão desactivado, sobre o mar. quando
cheguei à parte da meditação (na fase final do treino), um cardume de peixes de cores
incríveis começou a aproximar-se, nadando em circulo por baixo da zona do pontão onde
eu estava sentada e permanecendo lá até ao fim.
Isto é energia!


Com a prática da Meditação, descobri a paz interior, a concentração e a forma de
chegar até aos meus amigos de infância que não via mas, depois, passei a ver!
Enquanto fazemos Meditação somos todos iguais, aprendemos a respirar – sim, a
respirar, que é uma coisa que deixamos de saber fazer quando entramos na idade adulta
– e, principalmente, aprendemos a conhecer melhor as pessoas.
Através desta aprendizagem, que, com a prática, se vai tornando cada vez mais
dinâmica e interessante, as crianças e os animais reconhecem-nos e aproximam-se,
porque eles conseguem «ver» a diferença.
Gosto de chamar LUZ a esses seres, porque, de facto, somos seres da LUZ, só
que uns evoluem e caminham para a mesma, daí serem considerados especiais,
enquanto outros acomodam-se à ideia, que nos transmitiram em crianças, de que
nascemos, crescemos e morremos. A vida é muito mais do que isto, é uma dádiva do
Universo. É por essa razão que, enquanto seres de LUZ, nos preocupamos tanto em
proteger o nosso planeta.
Todos vimos a este mundo com uma missão, e, portanto, é muito importante
estarmos despertos e ouvirmos o nosso coração.
A Meditação está ao alcance de todas as pessoas e não pode ser considerada
uma modalidade exclusiva de determinados estratos sociais.
As artes energéticas não se praticam porque estão na moda, por serem novidade
ou porque as suas armas e os seus factos são engraçados.
A Meditação é, acima de tudo, uma forma de estar na vida, pois faz parte
integrante das nossas escolhas interiores.
Não estranhem se, durante as práticas ou até durante o dia-a-dia, começarem a
ver borboletas à vossa volta. De facto, elas sentem a vossa energia e a vossa essência.
Tive muito gosto em partilhar convosco o meu testemunho; afinal, a Meditação está
ao alcance de todos e, para isso, basta querer!
Desejo a todos os leitores deste livro uma boa viagem pelo vosso interior e um
grande enriquecimento pessoal.
Este livro da Isabel Leal é, mais uma vez, um brinde à vida e, tal como ela, muito
especial.
Todos podemos fazer a diferença!
Até sempre.

Paula Guerreiro de Sousa

Paula Guerreiro de Sousa tem uma licenciatura em Relações Públicas,


Comunicação e Publicidade, áreas em que sempre desempenhou funções e às quais o
seu percurso profissional está associado. É praticante de tai-chi e chi-kung. É graduada
pela Federação de Artes Marciais de Pequim, China, com o 1º Duan, e federada pela
Associação de Artes Marciais de Viana do Castelo com o 3º Duan. Dá aulas destas
modalidades em empresas privadas e hotéis, assim como aulas individuais. Desempenha
funções como administradora da Fundação da Criança, em Lisboa, e da Fundação da
Criança e Juventude, em S. Tomé e Príncipe, instituições de solidariedade que apoiam
crianças em risco e que «despertam consciências».
Introdução

O propósito deste livro é transmitir, a todas as pessoas, a noção de que a


Meditação é uma prática simples, natural, eficaz, promotora de saúde, equilíbrio,
pacificação e bem-estar, além de ser a melhor ferramenta que conheço para promover o
auto-conhecimento.
O ser humano não tem consciência de si próprio em toda a sua amplitude.
Pretendo com estas palavras afirmar que o ser humano é ilimitado e possui mais
capacidades e mais áreas que integram do que ele sabe ou, inclusive, percebe. É um
corpo físico suportado pela força energética da alma.
Os aspectos físico e material são fáceis de ser entendidos, pois vivemos num
planeta em que a materialidade impera, pelo que tudo o que seja não só material e visível
aos olhos físicos como também palpável é considerado e entendido.
O ser é ilimitado, uma vez que pode ser o eu quiser e acreditar no que desejar.
Possui um corpo físico e, além deste, uma infinidade de campos energéticos, todos eles
responsáveis por diversas áreas. O ser humano não tem noção deste facto e também não
faz ideia para que servem estes campos e qual o potencial que encerram.
A energia, a nossa ínfima partícula, vibra, ou seja, movimenta-se. Conforme a sua
actividade vibratória, assim encontramos ou não a densidade, ou seja, a matéria. Nem
tudo o que nos rodeia é material, inclusive as áreas que fazem parte do ser. Existem
reinos de seres, que não podem ser vistos com os nossos dois olhos físicos, que
interagem com todos nós, em silêncio e no plano invisível.
Através da Meditação posso ter sensibilidade para tudo o que acabo de explicar,
enquanto a ciência não encontra uma forma de apresentar provas para estes factos, o
que, além disso, também pode ser moroso.
Viajando no meu interior, encontro a minha verdadeira constituição, o meu
verdadeiro poder, e aprendo disciplinadamente a controlar a minha vida. Aprendo que sou
apenas luz e que tudo o resto são ilusões.
A finalidade deste livro é veicular a noção de que meditar pode ser divertido, útil e
didáctico. Quer os adultos, quer as crianças podem recorrer à Meditação. A Meditação
para adultos apresenta umas propriedades e a meditação para crianças outras; ainda
assim, a união final é a paz.
Como irão verificar ao longo deste livro, e com bom senso entender, dependendo
da idade, a compreensão e a interiorização de determinados temas é levada a cabo de
uma forma diferente. A Meditação para crianças tem especificidades que a Meditação
para adultos não possui, dado que a sua forma de estar é diferente; logo, a forma de
trabalhar para que a eficácia seja alcançada é igualmente distinta.
Gostaria que fosse compreendido o valor benéfico que a prática da Meditação
provoca nas crianças. Desejaria ainda colocar à vossa disposição vários exemplos e fazer
um apelo à vossa criatividade, uma vez que esta disciplina a isso mesmo convida: façam
os vossos exemplos com base naqueles que vos deixo, criem mais meditações e incluam
as crianças neste trabalho. As crianças são extremamente criativas e gostam de
participar na elaboração das meditações guiadas, as mais apropriadas para elas.
O CD incluído neste livro destina-se às crianças, pois os exemplos que contém são
direccionados à sua faixa etária. Pode ser utilizado em casa, na escola, em centros de
actividades para crianças, em hospitais (ajudando no bem-estar da criança e
influenciando positivamente a sua recuperação), em consultórios ou em cabeleireiros.
Deve ser usado em todas as situações nas quais seja útil apaziguar a criança.
A música que dele faz parte foi composta por uma cantora e compositor que
trabalha na área da musicoterapia e com crianças nos Estados Unidos da América.
Estamos a falar de música especialmente destinada a trabalhos de natureza terapêutica e
relaxante, composta especialmente para os mais pequeninos e para os jovens.
Incentivo que o CD seja utilizado em substituição de penalizações ou castigos
aplicados à criança. Na correria do dia-a-dia é mais fácil ralhar. Recebi, até hoje, muitas
mães que choraram de arrependimento à minha frente por terem reagido de uma forma
desadequada e exagerada em algumas alturas que exigiam calma e ponderação no
relacionamento com os mais pequenos. O meu abraço para elas, pois reconhecer que se
errou já é um grande acto de coragem. Não é fácil ser-se pai, mãe e muito menos admitir
que nem sempre se está preparado para orientar e educar crianças.
Sempre que exista discórdia entre adultos e crianças, é importante ter em mente
duas coisas: retirar a criança do cenário em que se encontra e fazer com ela algo
diferente e construtivo, ou rir e brincar. Em ambos os casos, a situação é interrompida.
Depois, renasce. Mais tarde, num ambiente tranquilo, o adulto pode explicar, com
tranquilidade, à criança ou ao jovem o que se passou e ambos poderão chegar a um
consenso.
O CD pretende ser uma ferramenta que contribui para acalmar as crianças e
oferecer um momento de reflexão aos que com elas lidam. Quando o utilizar pela primeira
vez, o adulto deve ter o cuidado de orientar a criança e de verificar se esta adere de
forma rápida e natural ao mesmo.
Não nos podemos esquecer de que os mais pequenos nos imitam. Como tal, é
aconselhável que dê o exemplo, um bom exemplo, e que tenha algum tempo para
praticar com os seus filhos ou com os seus alunos. É por demais evidente que colocar
simplesmente uma criança a meditar, ou a ouvir o CD, sozinha não é eficaz. A criança
deve ser sempre acompanhada por um adulto. Acredite que passarão momentos
divertidos e de grande cumplicidade.
Existem diversos tipos de meditação, mas essa vertente não será explorada neste
livro. Gostaria de propor alguns exemplos, que podem ser utilizados, sem qualquer
espécie de dificuldade, por adultos, por crianças e por jovens. A simplicidade é a
linguagem mais facilmente perceptível.
Em seguida, falaremos essencialmente sobre postura corporal, respiração, cores,
musica e concentração.
Todos temos uma noção básica sobre o que é a Meditação. Remete-nos,
geralmente, para a figura de lótus, ou seja, aquela em que um indivíduo está sentado de
pernas cruzadas, as mãos colocadas sobre o regaço em mudra (posição das mãos que
permite auxiliar a Meditação, ou o objectivo que se pretende alcançar com o estado
meditativo) e com os olhos fechados. E depois? O que fazer?
Os ocidentais, na sua grande maioria, não aguentam estar sentados na posição de
lótus durante muito tempo, pois não têm esse habito. Pode também ser difícil para as
crianças. Assim, ao longo deste livro, iremos descobrir que a Meditação pode ser
realizada a andar, a cozinhar, sentado numa cadeira ou até deitado (embora nesta
posição tenha de fazer um esforço maior para não adormecer).
Podemos meditar de olhos abertos, mas tal exige uma maior concentração. Para
que as pessoas não se distraiam e não comprometam a eficácia dos momentos de
Meditação, é conveniente que haja uma ilustração ou um objecto para o qual possam
olhar continuamente. As crianças gostam de competir e, por isso, muitas delas apreciarão
este método.
O importante é encontrar soluções adequadas a todos.
Não é objecto deste livro a abordagem da integração e da construção de mandalas
nos momentos meditativos, mas serão dados alguns exemplos simples. Será também
explicado o que são e para que servem. São duas matérias que combinam muito bem, as
mandalas e a Meditação.
Espero que este livro possa ser um guia prático e que a disciplina de Meditação
seja entendida com naturalidade. Nos países orientais, esta prática é mais comum e os
benefícios da mesma são compreendidos e valorizados em termos culturais. Muitas são
as crianças que têm uma disciplina de Meditação na escola. Os resultados obtidos a partir
dos momentos de Meditação servem para promover, posteriormente, um debate em
grupo. Os grupos são formados por três crianças. Entre os vários elementos dos grupos
são faladas, analisadas e melhoradas as dificuldades da vida encontradas nos momentos
de Meditação. É a disciplina em que os problemas são encarados frontalmente, em que
se confia nos parceiros para encontrar soluções e no decorrer da qual se cultivam
relações interpessoais e de confiança.
São cada vez mais as crianças que se sentem insatisfeitas com o sistema escolar e
com a vida em geral. Não têm objectivos, não sabem quem são. Tudo o que os rodeia,
actualmente, tem origem num apelo externo. A crise de que os jovens ouvem falar na
televisão e nas conversas dos adultos deixa-os sem perspectivas de futuro e sem ânimo,
julgando que a vida também vai ser difícil para eles. Por estes motivos, acreditam que
nada vale a pena. «Realização» e «plenitude» são palavras desconhecidas da maior
parte das crianças do Ocidente. Não sabem quem são, o que querem estudar e o que
realmente lhes preenche a alma. A vocação da criança não é convenientemente estudada
pelos pais. Muitas avançam na escola e, mais tarde, na faculdade sem sentido de missão
e sem vontade.
Fruto das experiências de vidas anteriores, todos trazemos connosco um potencial,
mas compete-nos descobrir qual é esse potencial e continuar. A Meditação pode oferecer
momentos de clareza mental, que ajudam a tirar boas conclusões sobre que rumos
devemos seguir, o que estudar, com quem casar, em que país viver, em que área social
ajudar, que hobbies ter e quais os momentos de criatividade que nos enchem de bem-
estar e plenitude.
O regular exercício da Meditação coloca qualquer ser humano em intima união com
os seus sentimentos e com o propósito da sua alma. São oportunidades de contacto com
energias mais subtis e mais puras, porque o ser em Meditação entra em relaxamento.
Desse contacto podem surgir novidades, escolhas e decisões nunca antes pensadas.

«Após o curso e durante os dias de Meditação, Aprendo sempre mais um


pouco a escutar o meu coração;

Ouço o meu Silêncio e sinto o Amor a dançar, estou no meu Ser e agradeço a
Deus por me iluminar.»

Estudos científicos mais recentes confirmam que a meditação pode melhorar


substancialmente os componentes de atenção, a capacidade de definir prioridades,
organizar tarefas e garantir que os objectivos estabelecidos sejam cumpridos. Manter a
atenção centrada numa informação especifica e estar mais alerta e mais consciente,
relativamente a tudo o que nos rodeia, constitui um modo simples e seguro de equilibrar o
corpo físico, emocional e mental. Os médicos recomendam e promovem cada vez mais
os benefícios da Meditação na vida da sociedade em geral, pois é uma forma genuína de
reduzir o stresse e de prevenir a doença. A Meditação faz com que o ser seja atraído pela
luz. A luz é informação, poder do coração e abertura de consciência. «Meditação» é uma
palavra que tem origem no sânscrito medha, que significa sabedoria. A mente educada
permite que o dia-a-dia seja o que nós quisermos.

Compete-nos tentar!

«Aprimorar a paciência requer que alguém

nos faça mal e que nos permita praticar

a tolerância.»

DALAI LAMA

Meditação para adultos

Embora este livro seja dedicado ao tema Meditação para crianças, ou para jovens, decidi
escrever um capitulo dedicado à Meditação para adultos, para que possam ser o exemplo
ou o professor/orientador de Meditação em casa ou na escola.
Como já foi referido anteriormente, as crianças reagem por imitação e, numa
segunda fase, por reconhecimento e respeito. Caso não reconheçam no adulto nem uma,
nem outra manifestação, não vale a pena ensiná-las ou pedir-lhes que façam Meditação.
Apresentarei, seguidamente, algumas dicas simples, alguma teoria e alguns
exercícios que podem entusiasmar o mais céptico dos cépticos.
A Meditação é uma disciplina que deve ser treinada, para que os resultados
comecem a surgir. Fantástica ferramenta de auto-conhecimento, permite ao ser humano
conhecer-se além do que algum dia lhe foi explicado. A mente torna-se mais disciplinada,
o ser mais calmo, mais seguro e existe um reflexo imediato no bem-estar e na saúde.
Muitos pensam que se trata de uma perda de tempo e um incomodo para o corpo ao
fim de alguns minutos. A surpresa total é realizar que meditar é ir ao encontro do que já
se é. É, por conseguinte, um processo natural. Um estado muito semelhante aos
momentos experimentados quando me deito para dormir (partindo do pressuposto que
durmo bem e que relaxo mesmo antes de adormecer, o que, hoje em dia, não é possível
para todos). O passado e o futuro desaparecem e, aos poucos, fica só a paz.
Momentos de silêncio que deixam observar o que se passa na mente. Que tipos de
relação a mente mantém com tudo o que a rodeia? O que penso da minha vida? Como
sou conduzido? Perdi a noção do que faço ou da minha vida?
Tenho objectivos que gostaria de alcançar. O poder da minha mente é forte e está
devidamente treinado, ajudando-me a concretizar rapidamente as minhas intenções.
Devo ter sempre um caderno para registar, após a Meditação, as experiências e os sinais
que vou vivendo, de modo a ir construindo, aos poucos, um guia, só meu, que me ajudará
a orientar o meu dia-a-dia e a alcançar os meus objectivos.
Externamente, devo aprender mais sobre a postura, a respiração e a disciplina
mental. Internamente, devo aprender quem sou, quais são as minhas reais capacidades e
estar ciente de que sou um ser espiritual e, por isso, ilimitado, tal como a fonte que me
criou.
A Meditação é uma disciplina milenar e faz parte integrante de alguns movimentos
religiosos. Pode, no entanto, ser praticada sem qualquer envolvimento religioso ou
crença. Todavia, o budismo é a mais completa «escola» de Meditação que alguma vez
conheci. Como já foi mencionado anteriormente, existem diversas vertentes e religiões,
mas vou tentar fornecer explicações muito simples neste livro. O estudo que realizei com
estes seres, meditativos por natureza, deixou-me sem palavras. São a bondade em
pessoa. A energia que envolve cada ser é de natureza tão pura que a proximidade,
mesmo em silêncio, causou em mim profundas transformações.
Com eles aprendi que a Meditação é algo interno e individual. O desenvolvimento
que cresce com a disciplina de Meditação em cada um de nós é depois sentido pelos que
nos rodeiam. É mágico, sente-se no silêncio.
Através da Meditação, podemos compreender quem somos neste preciso momento,
descobrir o nosso potencial e decidir o que desejamos ser de hoje em diante. É, contudo,
um processo dinâmico; portanto, quanto mais meditarmos, mais descobriremos e melhor
entenderemos o potencial que temos e o que poderemos vir a realizar.
Quando nos dizem que utilizamos apenas 10% das nossas capacidades, não nos
explicam bem onde estão os restantes 90%. Remetem-nos para alguns filamentos de
ADN e dizem-nos que os restantes se resumem a lixo. Está tudo muito mal explicado!
Nos Estados Unidos da América, as pessoas que não estão ligadas às áreas Nova
Era inscrevem-se em aulas de Meditação. Médicos, professores, actores, enfermeiros,
directores gerais de grandes multinacionais aderiram à Meditação. O sucesso da
Meditação duplicou em apenas uma dezena de anos e é, hoje em dia, tão importante
como a natação ou o ténis. A Meditação é praticada em escolas, faculdades, hospitais (na
recuperação de doentes), firmas de advogados, consultórios de dentistas, prisões, spas,
clínicas de recuperação e rejuvenescimento e pelos quadros de direcção e administração
de empresas.
Para os conhecedores desta matéria, os estudos nunca têm fim, pois «gurus» e
técnicas diversas estão, actualmente, ao alcance de algumas horas de viagem. Para os
iniciados, as aulas de Meditação estão, hoje em dia, ao seu alcance em todo o mundo e
funcionam como um programa pessoal de desenvolvimento e de protecção da saúde,
assim como uma forma de organizar a mente e os objectivos profissionais a atingir.
Muitos são os famosos que, hoje em dia, meditam para encontrar a paz: Shania
Twain, Richard Gere, Heather Graham, Madonna, Sting, entre outras centenas de
pessoas bem – sucedidas mundialmente, desportistas, homens de negócios e respectivas
equipas.
O estudo da Meditação é cada vez mais recomendado, quer para facilitar o
desenvolvimento espiritual, quer para ajudar na cura de doenças, como a sida, o cancro,
a hiperactividade, o défice de atenção, os distúrbios depressivos, ou até para controlar a
dor em estados crónicos.
A Meditação tem um intuito preestabelecido que, mais tarde ou mais cedo, acabará
por dar os seus resultados, ou seja, o objectivo é estabelecido, o ser concentra-se nele
durante o período de Meditação, na sua forma mais perfeita e concretizável, e os
resultados surgem.
Um ambiente adequado é uma das condições mais importantes para que os
momentos de Meditação sejam tranquilos e eficazes. Estes momentos, por mais breves
que sejam, devem ser calmos e não sofrer interrupções de qualquer espécie. Para tal,
deve ter tudo organizado ao pormenor, para não ser incomodado. Meditar sempre no
mesmo local ajuda. Manter o local limpo, organizado e agradável também.
Manter uma hora certa para meditar ajuda a pessoa a disciplinar-se. Estabeleça
metas mais curtas de inicio, ou seja, comece por meditar durante três ou cinco minutos;
depois, à medida que vai sentindo bem-estar e mais vontade, aumente o tempo
dispendido. Meditar de manhã pode ser mais eficaz do que à noite, pois não existe tanto
cansaço e a eficácia é maior. Acorde uns minutos mais cedo todos os dias e verá que
vale a pena.
Aprenda a respirar, ou seja, antes de tomar decisões sobre os momentos em que
vai meditar, dispense alguns minutos, durante alguns dias, só para perceber o que
significa respirar. Respirar é algo tão natural que um grande numero de pessoas já não se
lembra de como se faz correctamente e que sensações causa. Resumindo: a maior parte
das pessoas respira mal, não o sabe fazer e já se esqueceu de que esse acto é sinónimo
de vida.
A postura também é muitíssimo importante. Se se sentir confortável, conseguirá
manter a disciplina sem dor nem esforço. O mais importante é perceber qual é a posição
que mais lhe agrada e, depois, manter-se desperto, isto é, não adormecer. Para algumas
pessoas, de mais idade ou com peso acima da média, meditar sentado numa cadeira
pode ser uma posição confortável. A mais comum é a de sentado em posição de lótus.
Manter-se aquecido ou quente pode ajudá-lo a meditar, pois em algumas estações
do ano o frio aperta e estar parado pode fazer arrefecer o corpo.
A Meditação pode igualmente ser feita em andamento. Concentrado em si, saia à
rua para dar um passeio no parque ou num local no seio da natureza. A sua atenção deve
estar concentrada apenas nos passos que dá e estes devem ser dados da maneira mais
lenta possível. Peço-lhe que centre realmente toda a sua atenção nos movimentos que
envolvem os seus passos, os locais onde pisa e o modo como pisa. Execute este
exercício durante, pelo menos, dez minutos. Não atenda telefones, evite falar com alguém
e concentre a sua tenção apenas em si mesmo. Escolha uma mudra e coloque as mãos
nessa posição enquanto caminha.
Fazer ioga, praticar tai-chi, chi-kung, a cerimónia do chá, ikebana ou a construção
de mandalas são alguns exemplos de Meditação em movimento.
O estado meditativo envolve silêncio e o corpo deve estar tranquilo, se o modo de
meditar escolhido for o estático. Caso tenha dificuldade em relaxar para entrar em
Meditação, faça um exercício prévio, que consiste em relaxar todos os membros do seu
corpo físico. Pense nos seus pés e em como estes estão relaxados, porque a sua
vontade assim o impõe. Mantenha este discurso interno até chegar à cabeça, passando
por todos os pontos físicos: pernas, bacia, estômago, pescoço, braços, olhos,
cabeça…Uma outra forma muito eficaz de acalmar o corpo físico é a presença da sua
mão. Lembre-se de que o primeiro gesto que faz quando se magoa ou queima é levar a
mão que está livre ao local dorido. Assim, pense em que locais do seu corpo sente maior
tensão e massaje esses pontos durante alguns segundos.
A posição das mãos durante a Meditação é um ponto essencial a estudar, visto que
cada mudra (posição das mãos) tem o seu significado. Nas mãos estão contidos
centenas de pontos energéticos por onde a energia flui. A mente tem mais feixes de
nervos ligados às mãos do que a qualquer outra parte do nosso corpo. Quando unimos as
nossas mãos entrelaçando os dedos, o polegar que fica por cima, seja o direito ou o
esquerdo, indica qual é o hemisfério do nosso cérebro que predomina.
Mudras são posições que podemos efectuar com as nossas mãos e que estimulam
determinados campos do nosso cérebro, conectando-nos com o nosso interior. Através
delas podemos utilizar a nossa energia e a energia universal em beneficio próprio. O
coração traz a energia, a cabeça decide o que fazer com ela e as mãos moldam e
direccionam esta energia para o local de acção. O segredo da saúde está nas nossas
mãos e nos nossos dedos. Já na Antiguidade Clássica as mudras eram utilizadas em
beneficio do Homem; portanto, utilize-as também hoje em dia.
A mente, por norma, encontra-se descontrolada. Os iniciados têm muita dificuldade
em lidar com esta questão. O que deverão fazer com a mente? Existem diversas
explicações sobre os vários tipos de Meditação existentes e os diferentes modos de
educar a mente. Devo frisar que é de fulcral importância o indivíduo centrar-se na
respiração na altura em que está a meditar. Respirar significa respirar. Não levanta
questões, dúvidas nem porquês. A mente nada tem a dizer sobre a respiração. Deve, por
isso, concentrar a sua atenção na inspiração e na expiração de uma forma consciente.
Não deve penalizar-se por não conseguir meditar logo no primeiro dia, até porque a
mente não se cala. É função da mente ter na sua posse informação e explorá-la. É o que
a mente faz melhor. Porém, não nos devemos esquecer de que a mente faz parte
integrante do ser e, por conseguinte, devemos tratá-la com carinho. Tente meditar todos
os dias, pacientemente.
A maior contradição vem do facto de o ser ilimitado ter conhecimento de que a
mente tem mais poder do que sabe. Contudo, esta precisa de ser disciplinada. Torna-se,
então, confuso para o ser saber que pode mas não consegue meditar. Meditando e
colocando em prática, dia após dia, as dicas sugeridas, verifica-se uma rendição natural,
pois o ser sabe que, afinal, está a fazer algo que é natural.
Quando está a meditar, concentre-se na respiração e imagine que, a cada
inspiração, uma luz quente e muito branca entra e percorre todo o seu corpo físico. Pode
ainda concentrar a sua atenção na contagem numérica ascendente e descendente, ou
seja, conte mentalmente de um até cinco e acompanhe com a inspiração; depois, conte
de cinco até um e expire, lentamente.
Aos poucos, a mente habitua-se a ter paz e já não pode passar sem ela. Cada
momento de Meditação deixa de constituir uma perda de tempo e passa a ser um
momento de bem-estar. Com a experiência, o bem-estar instala-se e, por esse motivo, a
pessoa sente mais tranquilidade e lucidez para tomar decisões, tomando efectivamente
melhores decisões. O nível de stresse baixa e a saúde em geral mantém-se em níveis
mais razoáveis, começando o individuo a entender finalmente, de uma forma mais ampla,
que meditar é realmente bom.
Se adoptar uma postura confortável, uma posição de mudra, se colocar um cobertor
sobre as costas; se estiver numa sala energicamente limpa; se se concentrar na
respiração; se tiver uma boa dose de paciência e compaixão para consigo mesmo,
alcançará, sem margens para dúvida, bons resultados.
É possível meditar de olhos abertos. Requer maior concentração, pois tudo o que
nos rodeia pode ser uma fonte de distracção. Para melhorar este tipo de Meditação, deve
definir um foco, ou seja, uma imagem que inspire e que respeite, um desenho com cores
suaves ou, então, um objecto. Passado algum tempo, o resultado deste tipo de Meditação
é fortíssimo, dado que a pessoa fica preparada para fazer Meditação em qualquer lugar
ou ocasião da sua vida. O importante é perceber que todos os tipos de Meditação têm o
mesmo fim: o bem-estar!
A Meditação é excelente para a saúde, pois promove um grande bem-estar físico, o
relaxamento e a paz de espírito. Este estado é óptimo, principalmente para o coração e
para a pulsação. O ser sai revitalizado, porque passa a ter mais cuidado com a postura
corporal e toma uma maior consciência da respiração. Ganha, assim, mais energia vital e,
por essa razão, tem mais energia para as exigências do dia-a-dia. Quando estamos
doentes, vivemos sem esforço. Quando temos dores no corpo, estamos em esforço.
Gastamos mais energia quando estamos zangados, ou quando sentimos dor, do que
quando nos sentimos felizes e saudáveis. Logo, essa energia pode ser canalizada para
outras actividades, como, por exemplo, para a concretização e a realização de acções
positivas.
Estudos recentes revelam que a prática da Meditação fortalece o sistema
imunológico e exames cerebrais realizados mostram uma efectiva redução do stresse que
se encontra acumulado no organismo (originado por um dia-a-dia muito agitado). Ficou
ainda demonstrado que a disciplina de Meditação é excelente para o equilíbrio emocional.
A gestão emocional é determinante nos dias que correm, porque os desafios que se
nos colocam, actualmente, são cada vez maiores e mais difíceis de ultrapassar. Se
estivermos emocionalmente estáveis, conseguiremos tomar decisões mais acertadas e os
resultados serão mais eficazes. Pensamos melhor.
Em todo o mundo existem pessoas que sofrem de ansiedade, de depressão, de
comportamentos derrotistas ou destrutivos, de interferências negativas nos campos
laboral e amoroso. Profissionais da ciência e da medicina prescrevem hoje em dia, em
todo o mundo, a Meditação em vez de alguns medicamentos.
As pessoas que praticam Meditação regularmente revelam um maior índice de
felicidade e de sentimentos positivos. Inúmeros técnicos de psicoterapia complementam
as suas consultas com aconselhamento de aulas de Meditação, estando convencidos de
que a progressão dos seus pacientes será mais rápida e saudável, uma vez que o
paciente se encontra mais consciente do tratamento que está a fazer. A cada passo, ele
sabe, através da Meditação, como se desenrola o seu processo e por que razão tem
problemas de ordem psíquica e, em alguns casos, também de ordem física.
Terapeutas, médicos e técnicos que lidam com o infortúnio alheio respeitam a
pratica da Meditação, pois é uma forma de também eles terem uma vida mais saudável e
equilibrada e, consequentemente, de lidarem de um modo mais positivo com os seus
pacientes.
A Meditação é muitas vezes recomendada a pessoas de idade avançada, uma vez
que ajuda em casos de alterações cardíacas e das funções cerebrais e na redução do
stresse provocado pela consciência e pela dor que decorre da perda de capacidades.
Alguns estudos revelam que a prática corrente da Meditação pode contribuir para o
rejuvenescimento e para o retardamento do envelhecimento. Os benefícios são físicos e
psicológicos. Assim, os avós também podem e devem fazer Meditação com as crianças e
com os jovens.
Quem sou? Qual é a minha vocação? Em que áreas serei bem sucedido? Que tipo
de pessoas me agradam mais? Entre outras questões, são estas algumas das dúvidas
que pairam na cabeça de cada ser humano. A influência dos pais, dos professores e da
sociedade em geral molda a nossa personalidade de acordo com estes conceitos. Um
dia, mais tarde ou mais cedo, não saberei bem quem sou. Cada vez tenho mais
dificuldade em satisfazer as minhas necessidades no campo laboral, intimo, social e
criativo. Faço escolhas que me deixam um vazio, que não correm bem e que não me
realizam. A Meditação ajuda-me a olhar o meu interior e a tomar decisões em
conformidade com as minhas características e vontades.
Tendo em consideração apenas o que é externo, como o prazer físico, a bebida, a
comida e as distracções de diversos tipos, o ser humano nunca consegue ser
completamente feliz. Nada permanece e tudo tem um início e um fim. As pessoas
perdem-se quando fazem compras, precipitam-se para os institutos de beleza, enchem a
casa de adereços e, no final, nunca atingem a satisfação plena.
Somos capazes de mudar de posição porque temos o pé dormente, mas não somos
capazes de abandonar as ideias que nos provocam infelicidade. É complexo, não? A
felicidade é um estado de ser. Não pode ser alcançada à custa de algo exterior a nós,
pois significaria que estávamos a dar poder a outra pessoa ou a qualquer coisa.
A união entre aquilo que acreditamos (mente) e o que sentimos ou nos apetece
fazer (emoções) é, por vezes, o factor responsável pela grande confusão que se instala
nas nossas vidas. Ambos habitam em nós e cada um tem a sua parte de poder. Cada
parcela de nós opta por tomar decisões diferentes. Em meditação, podemos analisar a
situação em que nos encontramos, decidir como deveremos agir e abrir caminhos que
apontem para soluções. Temos ainda a possibilidade de fechar caminhos que verificamos
que só causam sofrimento.
Quem melhor do que nós próprios para colocar ordem nesta situação? Seria
aconselhável primeiro sermos mais honestos connosco mesmos e, depois, fazemos a nós
próprios as nossas vontades. Resolver esta dicotomia já nos poupa muita frustração. Em
seguida deveríamos perceber que o nosso interior e o nosso exterior são obra e criação
nossas, já que, a cada pensamento, criamos os momentos seguintes. Neste caso, o
karma também tem a sua influência, ou seja, existe uma sequência de eventos ou
pessoas que fazem realmente parte da nossa realidade; contudo, devemos escolher
conscientemente como ultrapassar esses momentos. A vida não é linear, tem oscilações
e, consequentemente, devemos ser bons marinheiros e conduzir o barco da forma mais
segura e tranquila possível. A Meditação pode ajudar-nos.
Uma das leis da energia e dos estudos energéticos é igual à lei da Física, que diz
que, para toda a acção, existe uma reacção de igual ou superior intensidade. O
pensamento, a palavra e a acção constituem fontes de bem-estar ou de problemas. Tudo
o que pensamos, dizemos ou fazemos, seja a nós mesmos ou aos outros, um dia
regressará a nós. Nos momentos meditativos temos a oportunidade de analisar o que
estamos a fazer, como estamos a agir e que repercussões as nossas acções podem ter
ou trazer.
A fuga de si próprio porque não se tem tempo ou coragem para se analisar
interiormente é um denominador comum a muitas pessoas. A fonte que nos dá vida
deixa-nos criar externamente coisas fantásticas com as mãos. Internamente também as
criamos, mas com o poder da mente. Seria bom que cada um de nós dispusesse de
momentos dedicados apenas a si mesmo, em que se visitaria e saberia, de vez em
quando, quem é e para onde vai. Meditar também é isto. Conhecer as nossas ideias e
saber se são, de facto, as melhores escolhas para poder obter os melhores resultados.
Externamente estaremos sempre em contacto com as pessoas de que não
gostamos, com a comida que nos cai mal, com o barulho que vem da casa do vizinho,
com o dia nebuloso quando desejávamos sol, mas internamente quem manda somos
nós. O lugar de paz que cada um de nós pode criar só a si próprio diz respeito e este
pode proporcionar bem-estar sempre que a pessoa deseje. Meditar é essencial, porque
nos coloca em contacto com a nossa essência e retarda todos os efeitos do
envelhecimento.
A felicidade é um estado de espírito interno. Sair de casa feliz faz com que o meu
dia corra melhor e com que todas as pessoas se relacionem melhor comigo. O dia-a-dia
pode ser tão confuso e árduo que, entretanto, o ser já se esqueceu de ser feliz, de que,
ainda assim, pode ser feliz e que existe uma nova área de negócio chamada terapia do
riso, que permite que as pessoas se sintam melhor consigo mesmas. Dê umas boas
gargalhadas ao espelho mesmo sem motivo e lembre-se, ainda que a sua vida esteja a
desmoronar, de que a alegria também é um estado de espírito interno. Energia atrai
energia e as pessoas felizes, que riem mais vezes, têm sempre mais possibilidades de,
um dia, terem melhores oportunidades.
A honestidade com que encaro a minha vida é um dos pontos fundamentais para a
criação de uma mente sã, ou seja, se eu não souber quem sou, quais são as raízes reais
dos meus problemas e as situações que vivo no dia-a-dia, não terei conhecimentos que
me permitam melhorar a minha maneira de viver nem saberei que soluções aplicar. Viver
em verdade, isto é, ver-me a mim e a tudo o que me rodeia com verdade e honestidade é
meio caminho andado para encontrar o tal lugar de paz. Mais à frente, neste livro,
apresentarei um guia que costumo utilizar nos meus cursos de formação, para que o leitor
também o possa utilizar. Talvez este venha a ser o ponto de partida para a sua mudança.
O estado de ignorância em que cada ser humano vive, ou desconhecimento, ou
esquecimento, leva-o a criar cenários, ideias e realidades que não verdadeiros. Inúmeras
pessoas acreditam no que lhes dá mais jeito e no que as faz aparentemente sofrer
menos. Na realidade acabam por sofrer imenso a curto prazo, pois os problemas nunca
ficam resolvidos. Quem não encara a raiz de um problema com realismo, não pode
aplicar a solução mais adequada. O ser humano precisa de estudar e saber mais sobre si
mesmo para poder ter outras ideias e encontrar soluções correctas. A partir desse
momento, começará a ver tudo mais claramente e poderá aplicar métodos e soluções que
o ajudem a resolver e a melhorar a sua vida.
Ao fazer Meditação, o ser é confrontado consigo mesmo e toma contacto com os
seus sentimentos, com as suas visões e com a sua realidade interna. Isto leva a que cada
indivíduo comece, aos poucos, a viver em verdade e a perceber as consequências dos
seus actos.
O karma é gerado diariamente ou em vidas passadas. São energias resultantes de
pensamentos, actos e palavras ou omissões que são mal aplicadas, ou seja, acções e
atitudes que não permitiram que a pessoa fosse boa para si própria ou para o próximo.
Como o indivíduo não teve a atitude, a palavra ou o pensamento mais adequado, um dia
terá de corrigir esta situação. Quando não se tem conhecimento de nada disto, a vida
torna-se injusta e as coisas podem correr mal, porque afinal Deus não existe. Ele existe,
sim, e tem uma bondade infinita. Deixa-nos fazer quase tudo…
As energias que colocamos em movimento um dia ser-nos-ão devolvidas e trar-nos-
ão ampliado tudo o que fizemos. Então, seremos aconselhados a dar mais atenção ao
que fazemos, pensamos e dizemos.
A lei da causa-efeito, ou karma, está presente em cada dia das nossas vidas. Existe
o karma da própria pessoa, dos outros, da cidade, do país, etc. Se um indivíduo não viver
uma vida de paz, estará constantemente a gerar karma; se não souber quem é, estará
sempre a gerar karma; se não quiser viver em verdade e perceber a consequência dos
seus actos, gerará mais e mais karma. Gerar karma aprisiona as pessoas, pois fará
nascer mais vidas continuamente com os mesmos problemas. Só contrariando este
sistema poderemos sair deste círculo vicioso e falso.
O ser humano pode nascer sabendo onde nasceu e que função vai desempenhar no
plano terreno. Para tal, precisa de resolver o karma que tem, estudar, perceber quem
realmente é e ganhar uma nova consciência.
A abertura de consciência está intimamente ligada à sabedoria, ao conhecimento
que a pessoa tem de si própria e às suas vivências. Quanto melhor um indivíduo se
conhece, mais conhecimentos possui sobre as leis da vida, sobre o ser humano, sobre as
interligações e mais facilmente pode ser feliz e fazer os outros felizes.
O sistema mental está intimamente ligado ao meu chakra do plexo solar
(representado pela cor amarela) e ao ego (zona da boca do estômago). Desde pequenos
somos educados para a individualidade. Acreditamos nisso. Somos encorajados a
batalhar, a exercer força e poder desmedido e a competir, entre outros temas que
supostamente conduzem à auto-estima.
Na realidade, uma auto-estima bem trabalhada vem do coração. Vem do
conhecimento de saber ser e estar. A força que nos é exigida para que o sucesso seja
alcançado deveria sair do coração. Seria, então, uma força segura de amor e de
bondade. É uma força que brota de dentro para fora e que nos é imediatamente
devolvida.
A força que é ensinada nos dias que correm sai apenas do plexo solar. Trata-se do
poder do ego, bem diferente do poder do coração, que possui uma força inesgotável.
Com a pratica da Meditação, percebo todos estes mecanismos e entendo, afinal,
que não há necessidade de fazer qualquer esforço, pois já venho preparado com tudo o
que preciso.
A meta fundamental da Meditação, ou qualquer outro estudo espiritual (ou seja,
vejo-me como espírito e estudo-me), é relembrar e reeducar o ser. Quando o ser se
lembra de quem realmente é, pára de sofrer, começa a resolver todos os seus problemas,
um por um, com paz e certeza.
Ao contrário do que possa parecer e do que experimentamos todos os dias, a
natureza da mente é estar em paz. Assim, não é difícil integrar a disciplina de Meditação
nas nossas vidas.
Compreender que a mente é também a criadora do dia seguinte é fundamental.
Muitas são as pessoas que, todos os dias, se levantam para ir trabalhar sem terem noção
de quem são e o que desejam realmente das suas vidas. Têm a cabeça cheia de
problemas, poucas soluções em embrião e um emaranhado confuso de ideias e imagens.
Poucos sabem o que querem fazer e como lá chegar. Muitos já perderam os sonhos e já
não se lembram do que os faz feliz. Instala-se um estado de letralgia que faz com que o
ser ande pela vida sem entusiasmo, sem alegria e sem motivação.
Nos momentos em que meditamos, é possível ter tempo e, conscientemente,
organizar o que nos orienta, o que gostamos de fazer e o que nos faz felizes. A
imaginação é um estado a que as crianças aderem com facilidade e que se vai perdendo
com a idade se o acompanhamento não for incentivado. Os adultos já não sabem
imaginar. Quando meditamos podemos imaginar, podemos ir buscar as imagens do
impossível que, um dia, poderá ser exequível.
A Meditação pode ser praticada por qualquer pessoa e em qualquer região, embora
algumas sejam energeticamente mais puras e, por esse motivo, as pessoas sentem-se
muito atraídas por fazer uma viagem. A Meditação realizada em locais mais puros é mais
rápida e mais intensa.
Quando estudo com o desejo de desenvolver a minha alma e auxiliar no que for
possível os que me rodeiam (caso eles solicitem essa orientação), estou a crescer e a
libertar-me dos padrões de sofrimento. Quando estudo para ser um modelo de orgulho e
de vaidade para mim e para os que me rodeiam, o sofrimento volta a aparecer. Pretendo
com isto dizer que o estudo por si só não é suficiente, mas é a forma como me posiciono
face a esse estudo que faz toda a diferença.
Estudar ou construir algo na vida com o plexo solar desequilibrado apenas vai
procurar fama e reconhecimento; logo, sofrimento nesta ou em vidas seguintes. Estudar
ou construir algo na vida com o coração conduz ao bem-estar pessoal e alheio…em
silêncio.
Analisemos a motivação que nos move com sinceridade.
Diversas são as posições meditativas. Para começar, convém escolhermos uma
posição que seja confortável e agradável. Podemos estar sentados numa almofada ou
numa cadeira. As costas devem estar direitas e os ombros alinhados. Podemos fechar os
olhos ou mantê-los entreabertos para que alguma luz entre. O importante é não
adormecermos.
Externamente, é determinante ter bons ensinamentos e um professor que nos possa
guiar. O professor é uma peça – chave para aprofundar os estudos de Meditação, já que
nos orienta e nos indica o caminho a seguir. Internamente, é importantíssimo ter
dedicação e força de vontade. É, ainda, fundamental percebermos que a Meditação não é
uma disciplina espiritual que sirva o intuito de o ser se gabar, mas uma ferramenta de
libertação e de abertura da consciência.
Tratar o físico com mimo e cuidado é a obrigação de cada ser. Ter tempo para se
mimar e gostar de si pode constituir um passo na direcção da Meditação. A forma como
nos olhamos ao espelho, como organizamos um bom banho de espuma, a roupa que
vestimos, o exercício físico que fazemos, os cuidados alimentares que temos são alguns
dos pontos básicos de quem gosta de si próprio e se preocupa consigo mesmo. Meditar
assemelhar-se-á, mal comparado, a este tipo de cuidado, só que ao nível do interior. Em
Meditação, a pessoa analisa-se, tentando perceber o que a tortura, onde lhe dói, por que
motivo lhe dói e construir planos de mudança.
Uma doença é o resultado de um estado mental depressivo e negativo. Limpando
este estado através da técnica da Meditação, o ser pode atingir níveis de satisfação mais
interessantes. Em Meditação, como já foi mencionado anteriormente, podemos ocupar-
nos a organizar a nossa mente, lembrarmo-nos do que realmente gostaríamos de fazer,
sabermos quais são os caminhos possíveis para lá chegar, quais são as envolventes e
percebermos que impacto causaremos em nosso redor. Ao encontrarmo-nos ocupados
com este plano construtivo, damos força ao que nos faz felizes e retiramos força ao que
nos deprime.
Compreender que tudo é energia, que os nossos pensamentos são energia e que,
um dia, serão reais pode constituir um bom motivo para cuidarmos mais dos nossos
pensamentos. Aquilo a que chamamos massa humana são as pessoas que compõem
este planeta. Esta massa energética ou conjunto de pessoas tem um peso energético.
Este peso influencia seguramente tudo o que vive e tudo o que pensa. Se a maioria das
pessoas pensa em termos de crise, todas as pessoas pensarão em termos de crise. A
crise, na verdade, é apenas uma ideia que floresce na cabeça de muitas pessoas, pois
aquela não existe.
Na verdade, o planeta transforma-se a todo o momento; sempre assim foi na
História da Terra. Esgota alguns recursos e recupera outros. Ter e não ter é um factor de
crescimento, um desafio que nos permite aprender a lidar com a impermanência da vida.
Em Meditação posso aprender e querer, conscientemente, viver outra realidade, ou
seja, posso decidir onde estou e que fenómenos, como a crise, a doença, a infelicidade,
entre outros, não me afectam.
Em conjunto posso chegar mais longe. Quando muitas pessoas se juntam para fazer
Meditação, realizam muitos sonhos, porque a união faz a força e multiplica os resultados.
É importante que comece por meditar sozinho, para dominar a técnica e, depois,
experimente meditar com mais amigos ou familiares. Podem estar todos juntos na mesma
casa ou em casas separadas. O importante é que meditem todos à mesma hora, sobre o
mesmo propósito e que esse seja positivo, claro!

«É engraçado que, quando se inicia a Meditação, sinto que estão todos juntos
e preparados para o momento. Tenho-me sentido bem.»
A prática da Meditação não serve para se esvaziar a mente, ao contrário do que se
pensa. Muitos são os que têm a mente descontrolada, cheia de pensamentos, e
gostariam de, durante alguns segundos, ter uma «branca», um vazio, porque nessa altura
seriam invadidos pela paz. Porém, a Meditação não é isso, é o contacto com a nossa
essência interior, connosco, com as nossas manias, com as nossas formas de pensar
com calma e com a aceitação do nosso ser. Então, sim, a paz acaba por chegar.
Quando pensamos sobre um determinado assunto, temos uma certa perspectiva,
por vezes, muda. Não porque o amigo ou a amiga tenham um ponto de vista diferente,
mas porque ouvir-me falar sobre um tema que me interessa lhe dá outro peso. Não
parece tão grave. Assim é com a Meditação, ou seja, meditando, olhando para mim com
calma e tempo, consigo ter outra noção do que realmente se passa.
As conclusões que tiramos após os momentos de Meditação fazem com que tudo se
torne muito relativo. Dizem os especialistas que meditar é o caminho para a iluminação,
ou seja, a compreensão do que somos afinal. Muito do que vivemos no dia-a-dia são
ilusões criadas pela nossa própria mente.
Certamente já lhe aconteceu ter uma briga com um amigo. Passam-se semanas e
ambos não voltam a falar-se. Dentro de si continua a acalentar as razões (que são só as
suas razões) desta zanga que justificam o afastamento. Ao encontrar novamente este seu
amigo, pode descobrir que este não ficou aborrecido consigo. É possível que seja uma
pessoa mais branda, que não aprecie de todo discussões e brigas. Vai ficar surpreendido,
pois perceberá finalmente que a zanga só tinha um sentido, era só sua e só estava dentro
de si. No entanto, a briga começou por uma discórdia entre ambas as partes. Este
exemplo ilustra bem o que uma mente pouco organizada pode fazer e o que significa
albergar maus sentimentos.
Enquanto anda zangado com esta pessoa, alimenta, sem saber, sentimentos
poucos nobres e gasta a sua energia com os mesmos, envelhece e fica com rugas. A
Meditação ajuda a começar cada dia como se fosse uma folha em branco, sendo a
compreensão a nota dominante. Ao fazermos Meditação, podemos escolher o que
queremos continuar a pensar e o que não queremos. A análise cuidada do que pensamos
leva-nos a decidir pela lógica. Não desejamos perder tempo com o que nos parece
absurdo. Todavia a Meditação exige tempo e técnica.
Existem estados de ser que devem ser cuidadosamente guardados, uma vez que
facilitam e tornam mais doces as relações humanas. São estes que nos acompanham no
dia da nossa morte. São os registos que ficam na alma e passam de vida em vida,
afastando o karma e o sofrimento e atraindo o dharma na nossa direcção. A bondade,
estado que impede tudo cuja origem seja a má vontade, é uma disposição permanente de
não querer fazer o mal, aconteça o que acontecer externamente. Significa compaixão e
abertura do coração a tudo o que existe. «Simpatia» é o termo que deriva de «simpático»,
no sentido de semelhante, daquele que acolhe tudo e todos e evita mal entendidos, que é
imparcial e tem a capacidade de perceber que todos os seres procuram o mesmo, a
felicidade. O estado natural de paz facilita as experiências do mundo sem sair da esfera
da tranquilidade.
Há muitos estudiosos que acreditam que os bloqueios da energia e os chakras que
se encontram desequilibrados são a causa do aparecimento de inúmeras doenças. O
reajuste alcançado através de estados meditativos não só devolve o ajuste necessário,
como pode curar em definitivo algumas doenças ou ajudar numa regeneração mais
rápida.

«Faltam cerca de dez minutos para concluir a Meditação e sinto que o chakra
da coroa está completamente aberto, em plena actividade. Só me apetece receber
luz violeta e não sair mais deste local. Sou invadido por uma sensação
maravilhosa, mesmo muito boa. Ocorre-me que poderia canalizar esta luz para o
chakra do coração e enviá-la de novo para o Universo. Este desejo, já não tão
espontâneo, não me dá tanto prazer, pelo que opto por me deixar levar e apenas
receber aquela intensa e abundante quantidade de luz. Tenho a cabeça
completamente aberta e sinto muita pressão, inclusive nos ouvidos, como se
estivesse dentro de um avião. Espectacular!»

Reagir a tudo o que o rodeia é o que o ser humano faz melhor, sem, no entanto, se
lembrar de que a acção solicita uma reacção e vice-versa e que o nível energético dos
desacordos pode levar determinados problemas longe de mais ou afastar uma resolução
satisfatória para ambas as partes. Este controlo é conseguido através da Meditação, visto
que as emoções de quem medita regularmente estão sempre mais calmas e controladas.
Meditar regularmente é necessário. No dia em que não lhe apetece mesmo nada
meditar é o dia em que a Meditação é mais imperiosa. Em ocasiões como esta, é precisa
muita força de vontade. Passadas algumas semanas, já é fácil meditar. Aos poucos, fazer
Meditação enquanto pratica qualquer actividade torna-se natural.

«O que sinto é que, após um dia de correria intensa, no trabalho e depois com
os filhos em casa, um momento de paz, de silêncio, de introspecção e de dedicação
exclusiva a um tem funciona para mim como um calmante, um bálsamo. Apesar de
tudo, ainda sinto muita dificuldade em concentrar-me. Quando dou por mim, já
estou a divagar para outros assuntos e, quando consigo finalmente acalmar a
mente, sinto que desligo completamente por momentos.»

Procure meditar de manhã. Como acabou de acordar e está mais fresco e disponível
para se entregar à Meditação com disciplina, não ocorre o risco de adormecer.
Meditar e incluir mantras nesta técnica contém muito poder. Estudos efectuados
sobre diversas tradições antigas apontam para o facto de o som ter um poder acima da
média para manter o ser concentrado (no que está a dizer) e para captar as energias
sagradas e ligadas ao divino. No início, era o verbo. Os sons são utilizados desde sempre
para curar. Interagem rapidamente com a energia humana. Um mantra é um som
sagrado, que visa despertar o inconsciente e acordar a alma para a perfeição da criação.
Encontre, por isso, um mantra que seja do seu agrado e adicione-o aos seus momentos
de Meditação.
Os cristais, como o próprio nome indica, têm uma estrutura interna cristalina. A
presença ou utilização consciente destes cristais, ou pedras, ou minerais, pode despertar
a vibração cristalina de cada ser humano e auxiliá-lo a tornar possível a vibração
energética de qualidade que atrai paz e tranquilidade. Escolha o cristal ou, melhor, o
cristal é que o escolherá a si na loja – verá que estes seres também têm vida interna e
falam com o seu íntimo no momento da compra – e utilize-o para meditar.
Para efectuar a limpeza dos cristais, pode proceder do seguinte modo:
Encha com água um recipiente de vidro ou de plástico e adicione sal marinho
(apenas umas pedrinhas de sal, como se fosse para temperar um ovo; caso contrário,
matará o cristal). Deixe o cristal dentro desta água durante 12 horas. Decorrido esse
tempo, passe o cristal por água corrente e coloque-o ao sol durante mais 12 horas, ou
num local em que o sol bata habitualmente (em dias de chuva, o sol estará lá em cima, no
céu, no mesmo local de sempre).
Quem medita é, muitas vezes, apontado como um ser em fuga, esquisito, que gosta
de isolar-se e que vive num mundo à parte. Na verdade, todas as pessoas que conheço e
que meditam encontram-se entre as mais conscientes, pois têm uma visão serena da
vida, logo, actuam melhor. Fazem melhores escolhas, porque possuem uma forte e
rápida capacidade de análise. Seguem a intuição, pelo que cometem menos erros.
Relacionam-se melhor com as crianças, pois não só representam exemplos sólidos e
respeitados como transmitem segurança e são boa companhia. Descem com facilidade
ao nível dos mais pequenos, brincam com eles e respondem às suas necessidades.
As eras de conhecimento e a confiança das pessoas num futuro próximo positivo
tenderão a valorizar o potencial interno, o poder acumulado em várias vidas, a maturidade
da alma e a energia amorosa. O ser vai movimentar-se no planeta Terra livremente, em
abundância e num ambiente de felicidade, porque finalmente vai saber, com toda a
certeza, quem é o de onde vem. Os mais novos já nos dão exemplos disso. Através da
Meditação, adultos e crianças chegam mais rapidamente a estas conclusões. Começam a
respeitar-se, a respeitar o sagrado que vive dentro do chakra do coração e todos os que
vivem na Terra.
No rebuliço do dia-a-dia, muitas são as emoções e reacções do ser humano ao meio
que o rodeia. A fúria, o espanto, a ansiedade, o medo são algumas das emoções que
transparecem com frequência. Nós não somos essas emoções, mas elas são tão fortes
que acabam por fazer parte de nós, podendo, inclusive, em situações extremas, passar a
habitar a nossa personalidade. Esta ligação ao Eu interno é importante para que o ser
humano conheça as suas características. Através da Meditação, o ser humano liga-se ao
seu ser superior, aos seres dos seus irmãos e à fonte que o criou.
O que sabes de ti, aquilo em que acreditas e sentes que é verdade constrói a tua
vibração. Saber que o divino te fez à sua imagem e semelhança é fundamental. Vibrar
com esta certeza é fulcral. A cada momento estás a criar a tua energia, a tua realidade e,
por conseguinte, destacas-te das ideias gerais. A Meditação dá-te essa força. Ensina-te a
compaixão, ou seja, a capacidade de perdoar e de olhar para cada ser humano cruel,
sabendo que ele, na verdade, também procura ser feliz. Se não consegue é porque está
desequilibrado, porque se esqueceu de quem é e comete, por essa razão, cada vez mais
erros.
Nascer consecutivamente com o mesmo tipo de vida e cair consecutivamente nos
mesmos erros é uma perda de tempo. É dar ao ego a capacidade de gerir a tua vida por
ti. O ego é teu. Controla-o. Educa-o. Percebe o que é o ego e o que é alma. A Meditação
ajuda-te. Educa-te. Mostra-te.
O outro é um espelho de ti. Não aceitas esta dádiva do Universo e revoltas-te. Não
gostas de ver através do outro as loucuras que cometeste em vivências passadas?
Agradece a cada ser que se cruza no teu caminho; entra em Meditação para perceber por
que motivo é que tens um espelho desses e como deves proceder para resolver a
situação.
Os mais novos desejam muito ressoar contigo e juntos ressoar com o Planeta.
Enquanto não fizeres o teu trabalho de casa, não haverá harmonia, nem empatia e as
gerações não se entenderão. Estudar a espiritualidade passa pelo estudo de ti mesmo
com frontalidade e profundidade. Quando te conheces bem, podes ambicionar fazer algo
que seja útil à evolução da tua alma e das almas que te rodeiam ou te procuram. Antes
disso, é apenas fuga.
Todos chegamos ao Planeta com uma missão para cumprir, com karma e dharma
para resolver e ajudar, respectivamente, e com a grande ambição de crescer e evoluir. O
estudo da Meditação dá-te referenciais, pois podes começar por te observar em silêncio,
sem teres de partilhar os teus pontos de fracos com ninguém, e, aos poucos, podes
transformá-los em energia positiva e construtiva.
É importante respeitar algumas das leis do Universo. Saber que tudo o que se faz,
pensa ou diz um dia volta multiplicado é o suficiente para atribuir ao ser humano mais
responsabilidade pelo modo como age, uma vez que pode passar a ser vítima da
situação que ele mesmo criou. Aquilo que eu achar que posso causar à minha volta,
alguém se encarregará de deixar de novo à minha porta. Depois terei de lidar com esse
facto, porque não existem cantos para se depositar lixo no planeta Terra. Tudo é
regenerado e reciclado, para depois se voltar a usar.
Algumas pessoas confiam mais no juízo final alheio, porque é mais cómodo. Não se
encarregam de estudar, caso a caso, o que se passa nas suas vidas. Existe a opinião
pública, geral e, diria, absolutista. Ter uma opinião pessoal é algo penoso. Ao longo da
História da Humanidade, todos quantos possuíam uma visão mais alargada dos
acontecimentos da sua época tiveram dificuldade em fazer valer suas opiniões. A
diferença pode ser material para um fenómeno de exclusão. Contudo, é devido à
diferença que o Homem evolui, segue em frente e conhece novas realidades. O medo
envolvido em cada passo novo que o homem dá torna-o um ser cruel. A defesa e a
recusa são a sua primeira arma. Se todos meditarem, surgirão mais ideias, alcançando
novas visões, novas possibilidades. Ficaremos assim mais próximos das crianças.
Espero já ter referido motivos suficientes para que o leitor seja um aluno da
disciplina de Meditação. Vai gostar e perceber que é simples.

http://video.google.com/videoplay?docid=-
4232897377629019446&q=holographic+universe

«Se o coração é absoluto e sincero,


você sentir-se-á naturalmente satisfeito e confiante,
não tendo qualquer razão para ter
medo dos outros.»

DALAI LAMA
Exercícios práticos para adultos

MEDITAÇÃO – VOU CONTAR-TE UMA HISTÓRIA…

Vou contar-vos uma história acerca de uma rapariga jovem e muito esperta e sobre
a sua vida. O seu nome é Katie.
Katie é um espírito feliz. Tem uma vida de amor e paz. Os seus dias são divertidos,
cheios de aventuras e experiências novas. Mora numa linda casa, a comida que ingere, a
água que bebe e a sua saúde são boas e tem muitos amigos. Katie vive numa
comunidade sábia. Ela vive com seres da luz, rodeada pelo oceano, pelo Sol e pela Lua.
Todos se ajudam uns aos outros. Partilham conhecimentos e bens e todos auxiliam na
educação das crianças. Todos os elementos desta comunidade têm o chakra do coração
aberto. Cuidam uns dos outros. São abençoados.
Katie também sabe que o lado escuro existe. De vez em quando, alguns estranhos
entram na sua comunidade, disfarçados de pessoas locais, para a controlarem a ela e ao
seu povo. Por norma, não ficam muito tempo, pois não conseguem viver na luz. Quando
se aperceberem de que não podem controlar completamente a comunidade, ou mudar a
forma de estar daquelas pessoas sábias, vão-se embora. Na comunidade de Katie não
podem ter o poder, não podem roubar o poder do Sol, da Lua e da bem-aventurança. No
entanto, têm fome.

Senta-te confortavelmente. Fecha os olhos. Inspira algumas vezes e relaxa. Ouve


a minha história. Deixa que o stresse do teu dia te saia do corpo. A tua respiração fica
mais lenta, a tua mente acalma-se e as tuas mãos caem sobre o teu colo. Concentra-te
nos batimentos do teu coração. Sente o seu ritmo. A cada batida do teu coração estás a
enviar paz e amor a cada célula do teu corpo. Concentrado no chakra do coração, faz
uma oração, uma oração que chega da tua alma. Pede aos teus guias e anjos que te
ajudem. Agora, presta atenção ao teu 6º chakra, no centro da testa. Imagina uma bola de
luz que gira. Mentalmente, imagina-te dentro dessa bola de luz, gira com ela e respira.

Imagina-te defronte da tua casa. Olhando para Este, podes ver uma garça azul que
voa na tua direcção. Não é apenas uma garça azul, mas antes um guia especial. Ela
pousa perto de ti e convida-te a voar. Deixas o teu bairro, a tua cidade, o teu país. Voas
para Este em direcção ao Sol e à Terra da Luz. É um voo tranquilo. Estás feliz e sentes-te
seguro. Não tens preocupações. Sentes-te em segurança junto desta garça, como se a
conhecesses desde sempre. A beleza do local deixa-te extasiado. Sentes muita paz.
Avistas o local onde vais aterrar. Quando te aproximas, começas a ver prédios, o
mar e pessoas. A garça aterra na praia.

Estás pronto para ouvir a minha história…


Um dia em que o Sol não brilhava muito, uma linda mulher aproximou-se da Terra
da Luz. Ela estava vestida de uma forma simples: com uma saia comprida e um top
branco. Calçava sandálias e os seus pés não estavam limpos. Ela contou a sua triste
história. Tinha perdido o marido e a família. Tinha fome e procurava abrigo.
Katie levou imediatamente a mulher para casa. Deu-lhe de comer, roupa para
vestir e um banho. Falou-lhe da sabedoria existente na comunidade, da partilha de
alimentos e de outros bens materiais, da forma como todos tomavam conta uns dos
outros e de como se apoiavam mutuamente. Esta bela mulher juntou-se à comunidade.
Fez amigos, trabalhou e celebrou com eles. A comunidade acolheu-a.
A bela mulher nem sempre entendia a forma de estar dos elementos desta
comunidade, pelo que a sua vida era difícil na Terra da Luz. Ela não tinha auto-confiança
e sentia-se ameaçada por todos. O Universo era um mistério para ela. Ela não via a
beleza e não percebia a abundância. Não era feliz nem estava em paz. Vinha de um
mundo em que imperavam a guerra, o conflito e a competição. Ela escondia alimentos e
dinheiro que não lhe pertenciam. Não confiava em ninguém.
O medo e a confusão tomaram conta desta bela mulher e, por isso, ela
desenvolveu uma grave doença. Katie e o seu povo eram pessoas compassivas.
Perceberam que ela vivera na escuridão durante muito tempo. Se a bela mulher estivesse
preparada para viver uma vida mais amorosa, este povo poderia ajudá-la a curar-se do
escuro.
A bela mulher aceitou a hipótese de cura. Ficou grata por ter amigos que realmente
gostavam dela. Preparou-se.
Katie reuniu um grupo de curadores. Eles preparam-se.

A garça aterra gentilmente na praia da Terra da Luz. Está um dia quente e o Sol
não brilha muito. Sentes a areia nos pés e o calor do Sol na cara. O vento sopra suave. O
azul do oceano é imenso. Começas a andar na praia e a garça guia-te a um homem. Ele
cumprimenta-te e convida-te a juntares-te a ele. Ele mostra-te a sábia comunidade, as
pessoas, as casas, o campo. Vês a beleza e sentes a paz. Ele convida-te a viver uma
nova vida.

katie e o grupo de curadores juntam-se numa montanha no centro da comunidade.


Estão rodeados de flores, de pássaros e ouvem o barulho do mar. Alguns membros da
comunidade vieram apenas por solidariedade, para ajudar. Katie olha em volta e repara
num coração puro que não conhece, que veste um colete cor-de-rosa e está junto de um
dos elementos mais velhos. Acena-lhe para lhe dar as boas-vindas.
A bela mulher deita-se com a cara virada para o Sol. Os curadores rezam e
solicitam a presença de Deus. Chamam o Universo, o Este, o Sul, o Oeste e o Norte, o
Pai do Céu e a Mãe Terra, e rogam a sua sabedoria e compaixão. Pedem ao Espírito
Santo que cure a bela mulher, removendo todo o medo e toda a conflitualidade, amargura
e tudo o que não pertença à Luz. Rogam ao Espírito Santo que a encha de amor, paz e
energias sagradas. Falam gentilmente com a bela mulher e pedem-lhe que respire e
relaxe. Solicitam-lhe que se concentre nos seus centros energéticos.
Os curadores colocam seis pedras brancas em volta da bela mulher. Pousam uma
no estômago. Estas pedras são brilhantes e do tamanho de um ovo. Elas brilham. O meu
guia informa-me que estas pedras se chamam de quartzo. Diz-me que estes cristais são
luz e são utilizados para despertar a Luz que há em nós. Alguns referem-se aos mesmos
como anjos.
A energia dos cristais ajuda-nos a ver e a sentir a presença de Deus em toda a
criação. É através da Sua presença que podemos libertar toda a escuridão e reter apenas
a Luz. Os cristais limpam o nosso corpo físico, bem como a nossa aura de energias
negativas e de traumas passados. (O meu guia contou-me como os cristais podem limpar
traumas futuros, mas isso é outra história…) Os cristais ampliam qualquer intenção.
Quando os cristais são colocados em nós, ou à nossa volta, têm a capacidade de activar
a nossa energia cristalina. Transformamo-nos numa grelha cristalina.
A bela mulher é uma grelha cristalina. Os curadores ligaram e carregaram os
cristais e, como resultado, a sua energia é recarregada. Estou espantada. Consigo ver a
escuridão a abandonar o seu campo energético e a Luz a preenchê-la. Observo os seus
centros energéticos a girar e a Luz Divina a entrar. A bela mulher parece agora alguns
anos mais nova. Ela brilha juntamente com os cristais.

O meu guia pega-me na mão e diz-me que está na hora de voltar. Leva-me de
novo à praia onde a garça me aguarda. Agradeço ao guia. Estou grata por ter
experimentado tanta paz e felicidade. Senti-me amada. Libertei a escuridão que havia em
mim. Cresci. Tenho esperança.
A garça voa para Oeste, onde se situa a minha casa. Pergunto-me se estarei
preparada para regressar. A minha cabeça está limpa, o meu coração está aberto e o
meu corpo cheio de paz. Sou deixada à minha porta, com a promessa de poder voltar a
voar com a garça. Estou grata.
O dia está limpo e ensolarado. Abro os olhos e vejo os cristais que me rodeiam.
Apercebo-me de que estive numa grelha de cristais. A minha energia foi recarregada.
Estou acordada. Sou Luz cristalina. Respiro. O meu nome é Katie.

Toni Hemmerich – Karuna® Reiki master-teacher

MEDITAÇÃO – O AMOR VENCE TUDO...

Estava sentada junto ao mar. sempre fui fã de golfinhos. O cheiro a sal entra-me
pelas narinas e dá-me gozo respirar. É diferente. Enterro as mãos na areia e sinto, grão a
grão, a areia que se afasta para deixar entrar os meus dedos. sinto o fresco da areia
molhada. Sensações que só a praia me pode dar. O mar que se estende à minha frente é
calmo e quente. Sinto uma brisa suave e doce, que me toca e faz mover alguns fios do
meu cabelo. Aos poucos, enterro também os pés na areia. Começo pelos dedos até
ganhar espaço suficiente para todo o pé ficar tapado. Estou ligada à Mãe Terra. Olho em
redor e acredito agora que a Criação nos fez perfeitos e belos. As cores, as sensações, o
ser inteligente que sou, os animais. Perto de mim, algumas gaivotas correm pela praia,
conversam umas com as outras e depois voam, fazendo corridas. Os sons da Natureza
são harmónicos. Será possível existir algo tão perfeito?
Nada destoa.
Decidi aproveitar o momento de ligação à Natureza para fazer uma Meditação.
Uma paisagem tão ajustada e completa só pode constituir um bom cenário para encetar
uma viagem ao centro de mim mesma. Fecho os olhos e ligo-me, antes de mais, aos
sons, ao mar a bater, às gaivotas, aos golfinhos, ao vento, ao ondular das palmeiras; e só
depois ao sentimento de ligação com as energias da Terra. Sinto-me segura. Agora vou
mais fundo e analiso o que me vai na mente. Preocupações, flashes de gente que ri,
avisos que me lembram que tenho coisas a fazer nos próximos dias, que horas serão e a
minha maior preocupação é o Miguel. O Miguel é o meu filho. Parece que não vai bem na
escola. Distraído como só ele sabe ser. Tem um sorriso traquina, que lhe fica bem. Tem
sardas e o cabelo encaracolado, mas deixa-me muito aborrecida por causa das queixas
que recebo da escola.
Este momento de Meditação é-lhe dirigido por alguns momentos. Quero realmente
ajudá-lo. Sei, através dos estudos das energias, que devo contribuir positivamente.
Visualizo a sua cara traquina e, com a força da minha mente, vejo-o envolto numa luz
rosa. Tenho conhecimento de que esta cor tem a vibração do amor incondicional, que é
afinal o que eu sinto por ele. Sei que esta cor aplicada constantemente o protege, a ele e
a mim, pois assim não caio na tentação de me preocupar. Se me preocupar, estarei a
envolver o meu filho em energia cinzenta, e isso é que eu não quero. Sei que a cor rosa
abre os caminhos e limpa todas as outras energias de cores mais feias e escuras. É a
energia do chakra do coração aberto, o amor de mãe, o amor incondicional. Quem poderá
resistir a tal força?
Agora, penso um pouco em mim. Vejo-me cheia de sucesso, bonita, atraente e
amada. Percebo que gostar de mim constrói a minha auto-estima, o que me torna mais
forte. Faço Meditação todos os dias, sei quem sou, o que quero, o que não quero, quem
gosta de mim, o valor que tenho, a força que tenho. Sei, sobretudo, que o amor possui
uma energia que, no silêncio, conquista tudo e todos, quase sem eu ter de lutar ou pedir.
Através da Meditação, limpo todos os dias as energias que me impedem de viver este
padrão que eu mesma escolhi e que se revela tão eficaz.
Agora vejo a minha casa, simples mas confortável. Gosto de ir para casa. Lá sinto-
me bem. É justo, é o meu local de descanso e de regeneração. Nem todos têm casa; eu
quero aproveitar bem a minha e agradecer por isso. Cómoda e simples. Porque sei que
sou a rainha – fada da casa, encho cada canto com luz branca. Sei que a casa tem a
minha vibração se eu lha quiser dar. É por isso que me sinto bem lá dentro. As paredes,
os móveis. Porque sempre cuidei da minha casa. Os bebés das minhas amigas nunca
choravam quando vieram visitar-me e os meus filhos cresceram saudáveis.
Vejo agora o meu marido. Gosto mesmo dele. Ele dá-nos estabilidade, segurança,
orientação. Eu represento a Terra, ele representa o Céu. É sábio e amoroso. Quando o
conheci, ele já era assim. Eu quero manter esta ligação e percebo que devo trabalhá-la.
Quando dois seres estão no mesmo nível espiritual é maravilhoso. Mesmo que eu viaje,
mesmo que eu me afaste em trabalho, sinto sempre onde ele está e como está. A ligação
que nos une não necessita de recorrer a telemóveis, nem a palavras e não se quebra
com o tempo ou com a distância.
Agora vou ligar-me à minha alma e aos seres que comigo costumam trabalhar. Um
unicórnio, um cavalo branco com asas e muitas fadinhas coloridas. Verde, azul, rosa,
amarelo, em tons que na Terra nunca vi. São ternurentos. Entre nós não existem
palavras. Tudo se passa na vibração, no silêncio e no entendimento de quem trabalha em
conjunto há inúmeras vidas. Só as suas presenças em meu redor me fazem vibrar mais
alto e me dão força e confiança. Juntos fazemos rodas de energia e amor em volta dos
que estão doentes, do planeta Terra, das crianças que vivem na rua. Espalhamos a
nossa vibração como o pó da Sininho do Peter Pan.
Esta Meditação já dura há muito tempo. Encho-me de cor rosa dos pés à cabeça.
Agradeço a todos os que me acompanham nesta viagem. Sei que existem muitos reinos,
embora sejam invisíveis e sensíveis às minhas intenções. Procuro a paz e o amor dentro
de mim, pois tenho a certeza de que é dando que se recebe. O Universo não perdoa e
devolve-me em milhares de vezes tudo o que dou de livre vontade.
Abro os olhos e vejo novamente os golfinhos a mergulhar e o mar calmo e quente à
minha frente. Vou nadar um pouco com eles e sinto como a vida é maravilhosa e de uma
incrível beleza.
Poucas vezes pensamos como o Criador é grandioso, criativo e belo.

Isabel Leal

MEDITAÇÃO – O MEDO

O medo é um comportamento natural perante o desconhecido. Em casos extremos,


pode até ser uma fobia. É a forma como o ser reage quando se encontra numa situação
que não lhe é familiar. Eu também tenho medos, todos temos. Todas as pessoas têm
medo numa ou noutra altura da sua vida. É normal. Não é possível resolver todos os
nossos medos de uma vez só, mas é exequível analisá-los, um a um, e perceber que,
afinal, não há razão para ter medo.
Pedir ajuda para ultrapassar este medo é o melhor passo a dar. As pessoas que
me rodeiam podem ajudar-me a superar os meus medos e a ter uma visão diferente dos
acontecimentos.
Ter confiança em mim ajuda-me e ter fé em que as coisas estão todas a correr
auxilia-me, porque aquilo em que acredito acaba por ser mais forte.
Imagine uma situação que lhe provoca realmente muito medo. Deve respirar fundo
e imaginar-se num cenário, seja ele qual for, que seja imaginário, mas que lhe cause
profundos sentimentos de paz, conforto e segurança, ou então algo que seja real (um
quadro, uma gravura, uma imagem) e que lhe transmita confiança. Se houver algum tipo
de música que lhe proporcione sentimentos de calma e vibre consigo, deve pô-la a tocar.
Contemple, durante alguns minutos, o que escolheu. Ouça a música.
Pense agora que, geralmente, estamos preparados para viver tudo aquilo que
temos de passar na vida. Pode ser desagradável, mas tem sempre um propósito, nem
que seja preparar a alma para se tornar mais forte e mais madura. Sim, porque o
propósito de nascer na Terra é deixar a alma evoluir.
Abra as suas mãos com as palmas voltadas para cima e, conscientemente, peça
apoio aos seus anjos da guarda. Relate em pormenor o que lhe causa medo. Solicite paz
e sabedoria para lidar com as situações que se lhe apresentarem. Fique atento às ideias,
imagens, cores e a todo o tipo de informação que pode guiá-lo a um novo caminho. Os
anjos falam baixinho. Deve, portanto, estar muito atento.
Pense de novo no que lhe provoca muito medo. Respire fundo três vezes seguidas,
com a certeza de que respirar o preenche de vida e força. Perceba que o problema já não
tem a mesma dimensão que tinha antes e, por conseguinte, liberte-o intencionalmente.
Formule uma frase na sua mente que seja representativa desta limpeza e repita-a três
vezes seguidas.
Respire fundo algumas vezes e sinta alívio e leveza pelo trabalho realizado. Abra
os olhos, movimentando ligeiramente as mãos e os pés.

(Repita este exercício várias vezes, conforme o grau de dificuldade do medo que
sente.)

Isabel Leal
MEDITAÇÃO – GIBBERISH

De pé em frente de um espelho, ou sentado com um espelho na mão, abra a boca


e emita sons sem nexo, sons que não está habituado a proferir, que considera
disparatados e sem sentido, junte consoantes e vogais e emita simplesmente sons.
Caso lhe apeteça, também pode fazer este exercício sentado, desde que tenha na
sua frente um espelho (de corpo inteiro ou de mão).
Não reprima nada, pois a intenção principal deste exercício é a quebra de padrões
habituais e a coragem para se ser diferente.
As crianças podem acompanhá-lo neste exercício. Ela gostam de brincar apenas
para passarem uns momentos divertidos.
Pratique todos os dias durante, pelo menos, dois a três minutos. Acompanhe com
caretas faciais e envolva também as mãos. É divertido, eficaz e pode ser feito bem
família.

MEDITAÇÃO DA LUZ DOURADA E PRATEADA

Sentado, procure respirar suavemente e pela zona do centro do peito, onde se


situa o chakra do coração.
Imagine que uma luz dourada envolve cada parede do quarto onde se encontra.
Pinte uma parede, depois outra e quando estiverem as quatro paredes pintadas, não
esqueça o chão e o tecto do quarto. Faça o mesmo com a cor prateada.
Imagine-se coberto de dourado. Para tal, coloque um manto dourado sobre si e
acredite que ficou invisível, pois este cobre-o da cabeça aos pés. Proceda da mesma
maneira com um manto de cor prateada.
Sabendo que está protegido pela luz dourada, pela luz prateada e que ficou
invisível, dê largas à sua imaginação e crie um cenário para cada área da sua vida. É o
cenário ideal no que se refere à sua vida profissional. Não se esqueça de se manter
focalizado no que está a imaginar, porque assim afastará todos os pensamentos que não
fazem parte do seu cenário e poderá respirar. No que diz respeito à sua vida familiar, qual
seria o seu cenário ideal? Respire e vá criando todos os cenários possíveis. Imagine tudo
com pormenores. Tenha presente que a luz dourada e a luz prateada estão sempre
consigo.
Pense na sua vida financeira e respire suavemente. Imagine que ela é fluida e
natural. Na sua imaginação, as situações de crise não existem. O dinheiro é uma energia
como outra coisa qualquer e, como tal, precisa de circular. Pense que recebe dinheiro
pela actividade que mais gosta de exercer. Esta é tão criativa que você a desenvolve com
alegria. Você vê notas a voar na sua direcção. Uma vez que o seu trabalho é executado
com alegria, quem beneficia do mesmo também o recebe com alegria. Tudo o que o
envolve e está relacionado com o seu trabalho e com a sua remuneração tem uma
energia muito positiva.
Inspire uma vez mais luz dourada e luz prateada por cada um dos seus chakras.
Um por um. Mantenha o manto colocado sobre si durante mais uns segundos e respire
pausadamente.

Isabel Leal
EXERCÍCIO PRÁTICO – QUEM SOU E O QUE SEI SOBRE MIM

Ponto 1 – Material

 1 caderno de capa rija;


 1 lápis com borracha na ponta;
 1 espelho com cerca de 20 cm;
 3 cristais já limpos, todos de cores diferentes;
 7 lenços de papel, com algumas cores do arco-íris;
 3 velas, uma de cada cor, lisas, com cerca de 7 cm de diâmetro e 10 a 15 cm de
altura.

Todo o material é individual. Se fizer este exercício em grupo, cada pessoa deve
ter o seu próprio material.

Ponto 2 – Preparação

Coloque a tocar uma música suave, muito baixinho. Sente-se confortavelmente,


em posição de lótus, sobre uma almofada ou numa cadeira. Procure não acender
qualquer vela ou incenso, para que não existam pontos de distracção externos. Se
realizar o exercício em grupo, os participantes devem sentar-se em círculo.

Ponto 3 – Exercícios

Feche os olhos. Deixe as mãos caídas sobre o colo. Concentre-se na sua


respiração durante alguns minutos (dois ou três minutos). Enquanto inspira e expira,
peço-lhe que se concentre apenas no acto de respirar, naquilo que está a fazer ou seja, a
inspirar e a expirar.
Após ter terminado o exercício, escreva no seu caderno que sentimentos se
apoderaram de si durante o mesmo e como se sente após ter acabado.

Sabendo que temos sete chakras, ou locais de comunicação enegética com o


meio que nos rodeia, feche de novo os olhos; concentre-se uma vez mais na sua
respiração, pensando apenas nela, e mantenha-se assim durante mais dois ou três
minutos. Decorrido este tempo, começando pelo chakra da raiz e subindo até terminar o
chakra da coroa, peço-lhe que faça um scan de cada chakra. Tente detectar que
sensações teve em cada um deles e que imagens, cheiros e cores surgiram na sua
mente. Realize este exercício calmamente. Não se esqueça nunca da respiração. Este
exercício deve durar, no máximo, dez minutos.
Após ter concluído o exercício, escreva no seu caderno que sentimentos, cores e
imagens experimentou e viu durante o mesmo e como se sente após ter acabado.

Com um espelho pequeno de mão, olhe bem para si. Faça a si próprio as
seguintes perguntas mantendo contacto visual consigo mesmo através do espelho.

a) «Há quanto tempo não olhava realmente para mim?»


b) «Quem sou eu?»
c) «Gosto de mim?»; «Gosto porque…»; «Não gosto porque…»
d) «O que desejo verdadeiramente mudar em mim externamente?»
e) «O que pensam os outros de mim?»
f) «O que quero realizar nos próximos seis meses, que irá melhorar e mudar a
minha vida?»

Escreva no seu caderno as respostas a cada pergunta e o que considerar


importante.

Com o espelho na mão, uma vez mais, deve dizer sentidamente: «Eu gosto de
mim, eu observo-me e gosto do que vejo.» Identifique uma situação difícil da sua vida e
afirme com pesar: «Está bem, este problema não vai durar para sempre e servirá para eu
aprender e crescer enquanto alma.»
Registe no seu caderno tudo o que lhe ocorreu durante o exercício.

Leia as respostas eu deu no exercício anterior, desde a alínea a) até à alínea e).
Agora feche os olhos. Deixe as mãos caídas sobre o colo. Concentre-se na sua
respiração durante dois ou três minutos. Pense nas respostas que deu, analisando-as
pormenorizadamente, ou seja, verifique o que motivou as suas respostas e que soluções
variáveis (que podem realmente ser postas em prática) poderá apresentar.
Registe-as, uma a uma, no seu caderno.

Disponha os sete lenços de papel por ordem, ou seja, pelas cores do arco-íris.
Coloque os lenços no seu colo, abertos em leque. Agora feche os olhos. Concentre-se na
sua respiração durante dois ou três minutos. Com os olhos fechados, passe as mãos
pelos lenços. Sinta quais são os três lenços de cor que lhe causam bem-estar e coloque-
os de lado. Quando estiverem os três escolhidos, abra os olhos e verifique que cores
escolheu. A cor tem vibração; por isso, apesar de parecer que os lenços de papel são
todos iguais, na verdade não são.
Certifique-se de que cores escolheu e a que chakras correspondem. Feche de
novo os olhos e mergulhe na zona de cada um dos três chakras para verificar o que lá se
passa. Registre no seu caderno todas as experiências por que passou e o que se
encontrava em cada chakra.

Vamos retomar o que respondeu na alínea f) e ver que sentimentos terá no dia em
que seu plano estiver realizado, daqui a seis meses. Para isso, feche de novo os olhos e
concentre-se na sua respiração durante uns minutos. Tente ver ou sentir o que se vai
passar. Abra agora os olhos e faça Meditação caminhando. Cuide que cada pé se move
lentamente. Sinta cada movimento do seu corpo. Pense no que se vai passar e como se
vai passar. No total, pode demorar dez minutos.
Registe no seu caderno.

Ponto 4 – A energia do fogo

Sente-se virado para uma mesa e coloque previamente as três velas coloridas em
cima da mesa.
Feche os olhos e inicie o breve exercício de respiração que já lhe foi explicado.
Acalme a mente e tente sentir-se o mais neutro possível.
Abra os olhos e solicite ao elemento fogo que o acompanhe neste exercício. Com
a ajuda deste elemento, partilhará todos os seus desejos de concretização.
Acenda cuidadosamente cada uma das velas, pensando nas decisões que tomou.
Com os olhos abertos, sentado virado para as velas, deixe as mãos caídas sobre o
colo. Concentre-se na sua respiração durante alguns minutos (dois ou três minutos).
Enquanto inspira e expira, peço-lhe que se concentre apenas nesse acto, naquilo que
está a fazer, isto é, a inspirar e a expirar. Em seguida, sempre de olhos abertos, imagine
tudo o que pediu com o máximo de realidade possível e envolva esses pensamentos na
energia do fogo.
Registe no seu caderno.

Ponto 5 – Revisões

Dentro de 15 dias, volte a ler tudo o que escreveu nos pontos 1, 2 e 3. se for do
seu agrado, repita o exercício. É engraçado assistir à evolução, às mudanças.

Isabel Leal

«Se você quer transformar o mundo,


experimente primeiro promover o seu aperfeiçoamento
pessoal e realizar inovações no seu próprio interior.»

DALAI LAMA
Meditação para crianças

Existe, presentemente, uma oferta externa imensa e atractiva para as crianças e para os
jovens. Por este motivo, todos se afastam cada vez mais do seu íntimo, do seu valor, da
sua auto-estima e do seu poder pessoal.
A Meditação pode ajudar a criança e o jovem a atingirem o bem-estar e a
ganharem auto-confiança. Um fortíssimo sentimento de poder interior, de
desenvolvimento da concentração e de aprendizagem sobre a direcção da energia
permite que a criança e o jovem alcancem os seus objectivos, se entusiasmem
gradualmente e renovem a sua alegria de viver.
Este contexto é muito tranquilizador para pais e professores. As crianças que têm
um maior índice de auto-estima são melhores alunas e apresentam um comportamento
mais assertivo.
Um pouco por todo o mundo, os pais já não sabem como acompanhar as crianças
ou como fazê-las felizes. Quanto maior for a quantidade e a qualidade das ofertas
apresentadas à criança e ao jovem, maior será a exigência destes e maior será a
dificuldade em encontrar algo que lhes agrade da próxima vez. O apelo é externo e
material. As exigências da criança acabam por acompanhar o mundo externo no que se
refere à grande variedade e à beleza. Porém, como em tudo, um dia verifica-se um
esgotamento.
Professores e famílias de todo o mundo rendem-se ao poder da Meditação para
orientar as suas vidas e a dos mais novos, sabendo que no interior também existe beleza,
satisfação e paz, provenientes de uma fonte inesgotável.
O professor de Meditação para crianças também deve ser, para sempre, um aluno
de Meditação. É uma área que envolve muito treino, disciplina e constante descoberta de
novos conhecimentos pessoais e técnicos. A Meditação pode e deve ser praticada em
casa, na escola e em qualquer outro local.
A disciplina de Meditação devolve ao adulto tudo o que já falámos neste livro e dá-
lhe a possibilidade de conhecer-se e viver em paz. Actualmente, as crianças são mais
exigentes. Lidam mal com a autoridade que não tem uma razão. Querem explicações.
Querem estudar o que podem colocar imediatamente em prática. Livros de auto-ajuda
direccionados para o ser sobre o poder do aqui e agora, explicando como se vive no
presente sem memórias do passado ou preocupações com o futuro, são levados em
consideração; no entanto, continuamos a ensinar matérias às crianças que, um dia, talvez
daqui a dez anos, elas venham a colocar em prática.

http://www.kenpage.com/healingtechniques/moment.html
As crianças e o jovens gostam de perceber que existe uma aplicação prática em
tudo o que fazem e aprendem. São mais rápidos, mais inteligentes e mais abertos a todas
as áreas de conhecimento e experiências. Existe uma maior liberdade. Os jovens são
mais avançados e expeditos nos dias que correm e mais exigentes com quem
acompanha a sua educação.
Reconhecem autoridade se o adulto tem realmente uma boa mensagem a passar,
se é equilibrado, se tem uma boa energia, se é justo e calmo, se transmite segurança.
Caso não se registem estas condições, a criança e o jovem não nutrem respeito pelo
adulto, porque não o reconhecem como um bom orientador. Se existir empatia e respeito,
o entendimento entre ambas as partes pode verificar-se até no silêncio, ou seja, não há
necessidade das «velhas» atitudes educacionais, que pressupõem a aplicação de
autoritarismo e, por vezes, de alguma forma de violência, que incute respeito através da
disciplina do medo. A verdade é que a maior parte dos jovens, nos dias que correm, já
não tem medo de nada.
Urge que o adulto estude para ser capaz de dar um bom exemplo e para que a
zona de respeito seja restaurada.
Todo o ser humano tem diferentes níveis de percepção: o corpo físico e o que com
ele pode ser experimentado. Baseada nos cinco sentidos, existe uma enorme variedade
de experiências muito ricas e imediatas que constroem o ser. O contexto social e cultural
molda, ao longo dos anos, o grupo e o indivíduo, a mente e todos os ensinamentos
impostos e procurados. A intuição raramente é ouvida, assim como a imaginação
enquanto meio de fuga na direcção da alma, entre outras componentes que cercam o ser
humano desde a nascença até a morte.
Cada uma destas áreas possui informação e energias diferentes. A disciplina de
Meditação permite a observação e a análise destas zonas e a tomada de consciência do
que encontramos em cada uma delas. Através deste método, muitos jovens e adultos
descobrem um potencial que até então desconheciam. Por exemplo, um imenso dom
para a cozinha, para a música ou para a pintura aparece, sem que haja aulas de
desenvolvimento destas competências.
A Meditação, quer para o professor ou pai, que para a criança ou jovem, revela,
sobretudo, o caminho em direcção à calma e à paz, sendo igualmente um grande auxiliar
no que diz respeito à organização da mente para o estudo. Jovens com mau
aproveitamento escolar são sujeitos à disciplina de Meditação em casa, em aulas de
Meditação especializadas ou ainda quando esta técnica é incluída no currículo normal da
escola. Passado algum tempo, apresentam um temperamento mais doce, mais
concentrado e o índice de mau aproveitamento reduz.
É necessário, no último exemplo, que os professores de várias áreas, como o
Português, a Matemática ou as Ciências, sejam alunos da disciplina de Meditação e
saibam orientar um pouco os seus alunos nesta matéria.
Quando afirmo que é necessário que o professor seja aluno da disciplina de
Meditação, tal deve-se ao facto de, apesar de este poder não dominar a técnica (para
isso basta ler alguns livros da especialidade), deve ter experiência dos conhecimentos
que está a transmitir e saber que a sua própria energia também sofre alterações. Desta
forma, e com a ajuda da Meditação, o professor passa igualmente a ter um
comportamento totalmente diferente quando vai dar aulas.
As crianças aprendem por imitação; portanto, respeitarão e seguirão, com mais
facilidade, um professor que pratica e que é um bom exemplo do que outro que precisa
apenas de uma rápida e fugaz solução para aliviar a sua carga diária.
Crianças com quatro anos fazem Meditação com tanta facilidade como as que têm
catorze anos. Os tempos devem, no entanto, ser diferentes. A criatividade da Meditação
deve ser rica, cuidada e estar adequada ao universo e à realidade da criança. Para tal, é
necessário que se questione previamente a criança no que diz respeito aos seus gostos e
preferências.
A Meditação para crianças deve ser guiada por um texto, ou por um tema
apropriado à sua idade, acompanhado por música, que pode ser dito pelo professor que
dá as aulas. Há sempre a possibilidade de comprar CDs gravados nas lojas da
especialidade, com Meditação guiada, próprios para o efeito.
Aproveito para lançar um desafio: envie-me um texto muito criativo de uma
Meditação destinada a crianças para o seguinte e-mail:
criancasde1novomundo@yahoo.com, o qual se encontra à sua disposição. Se o seu texto
for escolhido, fará parte de um trabalho que estou a desenvolver, que será publicado e
dedicado às crianças.
Partindo de um texto, ou de uma breve história, a criança pode orientar o momento
meditativo que lhe é solicitado e esse converter-se-á em algo imaginativo e divertido. A
música deve ser apropriada ao texto escolhido, ou seja, se o tema estiver relacionado
com a praia, a música deve conter sons das ondas do mar.
A música deve ser composta por especialistas que tenham amor pelo trabalho na
área da Meditação para crianças. Como têm uma sensibilidade muito apurada, as
crianças vão perceber, através dos sons que compõem a música, se a pessoa que a
compôs gosta realmente ou não dos mais pequenos.
Toda e qualquer situação de stresse para a criança pode e deve socorrer-se de
algum tempo de Meditação. A ida de uma criança ao dentista reveste-se quase sempre
de stresse, quer para a criança, quer para os pais. Assim, se os dentistas colocarem os
CDs de Meditação a tocar no seu consultório, o resultado poderá ser interessante. Outro
momento que pressupõe a existência de algum stresse é quando a criança vai cortar o
cabelo e esta situação não lhe agrada. Os cabeleireiros podem ter estes CDs de
Meditação nos seus salões. Através destes recursos, poder-se-á ajudar a criança e o
jovem a sentirem-se mais calmos e mais confortáveis em situações que desencadeiam
stresse e nervosismo, trazendo benefícios a todos os elementos intervenientes.
A Meditação é a disciplina de paz, como tal, excelente para ajudar as crianças e os
jovens a melhorarem o seu rendimento escolar, a aumentarem a sua auto-estima, a
reconhecerem o seu poder pessoal, a sua maturidade emocional, a sua organização
pessoal e a terem uma noção mais adequada da sua vocação.
O CD incluído neste livro pretende demonstrar que a Meditação guiada é simples e
divertida para as crianças. É um incentivo para pais e professores, para que utilizem esta
técnica em vez dos habituais momentos de autoridade e de falta de paciência. Após um
momento de quebra, coloque a criança a ouvir este CD enquanto você, o adulto, se
concentra numa tarefa do seu agrado. Deixe passar algum tempo, para que a conversa
com a criança possa então decorrer de uma forma mais leve e mais calma.
A agitação do dia-a-dia e o imediatismo ocidentais fazem com que a maioria dos
pais não tenha tempo, nem paciência, para o estudo da Meditação. Culturalmente, não
constitui um hábito imprescindível, pelo que muitos desconhecem o potencial desta
disciplina. Consideram-na, inclusivamente, uma perda de tempo. Aqueles que, todos os
dias, pensam em começar a meditar, encontram sempre algo mais atractivo para fazer.
Difícil é explicar a quem nunca praticou Meditação os excelentes benefícios de que
se pode usufruir e a paz que se consegue alcançar. Não existem palavras adequadas
para definir Meditação. A Meditação requer paciência. Adulto e criança em conjunto
podem alcançar resultados magníficos, em termos de melhoria de relacionamento e de
conhecimento pessoal.
As crianças orientais nascem dentro desta área de conhecimento e quem as
observa vê-lhes sempre um sorriso estampado no rosto, apesar de muitas delas não
terem acesso ao mundo material dos brinquedos e dos jogos que as crianças ocidentais
possuem. São crianças brincalhonas e boas estudantes.
Existe um vazio deixado pela medicina e pela psicologia, que não explicam
determinados fenómenos que acontecem a todas as crianças de uma forma inata e que,
muitas vezes, provocam perturbações do sono, fadiga e mau aproveitamento escolar.

«Foi muito bonito ter meditado. Vi muitas cores, algumas delas nunca as vi
nesta terra.»

Tais fenómenos assaltam os mais pequenos e devem ser entendidos, pois podem
acontecer especialmente aos que não são mais sensíveis. Estou a falar de casos em que
as crianças falam de uma pessoa que já faleceu. Parece um amigo imaginário, mas na
verdade tem o mesmo nome que tinha quando era vivo e a criança descreve
características que essa pessoa tinha. Na realidade, é uma pessoa que pertenceu à
família. Este tema deve ser compreendido e tratado com serenidade; por sua vez, o
adulto deve dar apoio à criança. Menciono esta questão porque pode surgir nos
momentos de Meditação. As crianças são mais abertas do que os adultos e, por esse
motivo podem ter acesso a visões durante a Meditação. Mais uma vez, o adulto deve
estar bem preparado para lidar com o que está acontecer, ou então procurar ajuda,
acreditando sempre que a criança não está a mentir.

Caso verifique que a criança é muito sensível e tem dificuldade em fazer Meditação
tradicional, insira a pintura de mandalas no processo.
A Meditação passará a ser feita de olhos abertos e com a criatividade envolvida. O
efeito é igualmente benéfico. Diria até mais completo, porque o efeito meditativo está
presente, a disciplina também, assim como o silêncio, a cromoterapia e a geometria
sagrada. As mandalas têm a propriedade de nos prenderem a atenção, estimularem a
criatividade, diminuírem o stresse e cruzarem a cor com as formas geométricas, que
constituem a base da construção humana. Convidam à introspecção e à percepção dos
aspectos e arranjos harmónicos.
Tradicionalmente, a construção de mandalas consiste em momentos de
nascimento de arte sagrada. As mandalas estão associadas a momentos de introspecção
e silêncio. Momentos em que a alma está em processo de criação, em contacto com os
seus elementos mais simples como, por exemplo, a cor. Professores de todo o mundo
escolhem mandalas pré-desenhadas e simples para os alunos pintarem alguns minutos
antes dos testes e exames escolares, pois constituem momentos de descompressão e
relaxamento. Esta técnica é utilizada por pessoas de todas as idades, em família, por
psicólogos que pretendem ajudar seus pacientes na recuperação de desequilíbrio vários
e em hospitais, sobretudo na recuperação de crianças com doenças graves, como o
cancro.
A prática e a realização de mandalas podem ser efectuadas isoladamente ou em
conjunto com a Meditação e música apropriada. Esta reunião de elementos permite o
alinhamento do ser físico com a energia da alma. Desta forma, os momentos serão mais
profundos e mais criativos. São frequentes os momentos de amor incondicional, os
estados de graça e de cura profunda a todos os níveis.
«As mandalas estão abundantemente representadas no Ocidente,
principalmente desde a Idade Média. As rosáceas dos vitrais das catedrais de
Chartres e de Notre-Dame são mandalas translúcidas, inspiradoras da paz interior
que deve estar presente nos campos religiosos da mente.»

Exercício prático:

1. Escolha uma folha de papel A4 da cor que mais lhe agradar.


2. Escreva, nessa folha e com uma caneta de cor que faça contraste, uma lista de
intenções que gostaria de ver realizadas.
3. Coloque uma música apropriada para fazer Meditação.
4. Concentre-se na sua respiração durante alguns minutos.
5. Deve efectuar o exercício em silêncio e até terminar a mandala.
6. Numa cartolina, desenhe e pinte a sua mandala com lápis de cera. Pode utilizar
várias cores. Escolha um tema, por exemplo a vegetação ou o mar, e realize
desenhos alusivos ao tema escolhido. Adicione formas como triângulos,
quadrados e círculos. (pode ainda utilizar mandalas previamente desenhadas,
já prontas para serem pintadas).
7. tenha perto de si um caderno e um lápis, para registar as ideias que lhe vierem
à mente durante o exercício.
8. Comece por pintar partindo do centro para o exterior. Ao mesmo tempo que
pinta a mandala, concentre-se na lista que criou no ponto 2.
9. Ao terminar a mandala, coloque-a num local bem visível, para o qual possa
olhar várias vezes ao dia.
10. Guarde a lista e os registos que fez no caderno. Verifique, mais tarde, que
acontecimentos se concretizaram e de que forma aconteceram.

Este exercício pode ser efectuado por crianças, jovens e adultos. Pode ser
igualmente realizado em família. Cada elemento executa a sua mandala. Os materiais
para a pintura da mandala deverão ser escolhidos a gosto.

Gratidão e palavras positivas são momentos de reprogramação da mente, os quais


se revestem de um imenso poder. Brincar com estes dois conceitos na construção de
uma mandala pode alterar a realidade de uma criança ou de um jovem. O foco deve ser
mantido em tudo o que a criança possui e pelo qual está muito grata. O adulto deve
ajudar a realizar este exercício e orientá-la, mas nunca interferir de forma a alterar as
escolhas da criança. Em seguida, devem ser escolhidas pequenas frases ou palavras
soltas que sejam positivas. Deste momento deve nascer uma nova mandala, desta vez
apenas composta por palavras e cor. A construção deve ser efectuada conforme os
pontos 1 a 10 do exercício anterior. Espero que se divirta bastante!
Um dos motivos de desentendimento familiar tem a ver com o facto de a forma de
pensar e de comunicar entre gerações ser disfuncional. Uma comunicação eficaz é
realizada em ambos os sentidos, ou seja, quem comunica apercebe-se de que o outro
realmente o ouve e, sobretudo, o entende. Entre pais e filhos registei muitos casos de
falta de entendimento e comunicação. Mães, pais e professores muitas vezes dão o seu
melhor e sentem-se frustrados, porque verificam que a sua autoridade foi desrespeitada e
as suas orientações ignoradas. É difícil entender que a educação com base em padrões
mais antigos e tradicionais já não é aceite pelos mais novos. Actualmente, a educação já
não pode assentar na autoridade, mas sim no respeito e no reconhecimento. As gerações
mais novas interessam-se por métodos mais recentes, mais modernos que pais e
professores não conhecem, porque no seu tempo também não foram instruídos nesse
sentido.
Quando meditam, todas as idades alcançam a mesma informação. Os egos são
transcendidos e todas as pessoas ficam ao mesmo nível. A energia atingida por todos
aqueles que praticam Meditação é, mais tarde ou mais cedo, a mesma. A comunicação
torna-se mais eficaz. Poucas são as pessoas que conseguem realmente colocar as
características da sua personalidade de lado e actuar de forma isenta. Muitas são as
pessoas que vivem enredadas na sua própria forma de pensar e de agir e não têm
consciência da sua presença ou influência. As crianças são muito sensíveis a tais
comportamentos. É comum ver crianças e jovens a evitarem descaradamente certos
adultos, mesmo que estes pertençam à sua família, ou a desejarem ficar doentes para
não irem à escola.
Vivemos numa época em que as agressões entre alunos na escola são comuns.
Crianças e jovens desamparados e sem referência são cruéis entre si. A Meditação pode,
por todos os motivos já apontados, ser a ferramenta ideal para criar na criança e no
jovem uma forte auto-estima e um sentido de poder energético, permitindo que as
ameaças externas sejam mais controladas. É algo que se executa no silêncio. O facto de
a criança sentir-se mais forte e de não ter medo dos acontecimentos negativos faz com
que estes tenham menos tendência a acontecer. Se ocorrerem poderão ser contornados
de uma forma mais eficaz.
Estudos realizados revelam cada vez mais revolta e insatisfação por parte dos
jovens, pois estes não vêem utilidade naquilo que aprendem. Vivemos tempos
impacientes, imediatistas e os mais novos seguem o exemplo. A Meditação proporciona
uma sensação de bem-estar e constitui, sobretudo, uma boa disciplina para a
concentração e para o desenvolvimento da organização mental. As crianças que meditam
regularmente são melhores alunas e têm mais facilidade de concentração. São mais
dóceis e mais tranquilas. Pedem aos pais que as acompanhem em casa nos momentos
de Meditação. Gostam de fazer Meditação antes de estudar e de dormir. O sono é
tranquilo e compensador.

«Parecia que eu ia adormecer, mas não. Foi só um momento de paz. Senti-me


bem!»

Os jovens que são hiperactivos aprendem a direccionar o imenso caudal de


energia que possuem para áreas criativas e desportivas. Os que sofrem de défice de
atenção aprendem a enraizar-se, a ligar-se ao planeta Terra e a gostar de estar no corpo
físico. Percebem que podem criar momentos felizes e compensatórios. As crianças que
sofrem de terrores nocturnos também beneficiam dos resultados da Meditação, porque
aprendem noções como a auto-segurança e a paz, o que lhes permite transformar, aos
poucos, estes episódios em momentos mais calmos e de sono regular.

A Meditação para crianças e para jovens ainda é uma disciplina pouco conhecida e
fora do comum para os ocidentais. No início, exige-se aos adultos um esforço adicional
no acompanhamento da criança ou do jovem, enquanto figura exemplar. Todos estão
muito ocupados e consideram esta actividade um desperdício de tempo. Na verdade, a
Meditação ensina os mais jovens a desenvolver a tolerância, a paz e o perdão, entre
outras virtudes.
A Meditação deve ser utilizada nas escolas por diversos motivos. É na escola que
as crianças e os jovens se encontram mais horas por dia. É, por conseguinte, na escola
que ocorre a maioria dos factores de desenvolvimento e crescimento. O professor é como
um familiar para o aluno, pois este procura nele apoio e exemplos. Também é na escola
que as crianças de diferentes credos, nacionalidades e níveis culturais se encontram.
Desta forma, existe um lado profícuo e culturalmente enriquecedor, mas também um
factor de discórdia. A Meditação contribui para a pacificação do aluno perante ele mesmo
e os demais.
As épocas de testes e exames faz com que o stresse associado a esta questão
diminua e, por consequência, os resultados melhorem.
Os relatos de professoras minhas alunas revelam, por vezes, opiniões opostas.
Umas acham que o tempo de aula é curto para fazer Meditação, mesmo que seja feita no
início da aula durante cinco minutos, e para dar a matéria. Esquecem-se obviamente de
somar todos os segundos que perdem a chamar a atenção dos alunos ao longo de uma
aula inteira. Tudo somado será provavelmente suficiente para realizar um breve momento
meditativo.
Outras ainda pensam que os cinco minutos que usam no início das aulas fazem
maravilhas. Nestes momentos de meditação, estando apenas concentrados na sua
respiração, alunos e professores ficam ao mesmo nível energético e a aula decorre em
paz, com concentração e em silêncio. Técnicos ligados à formação e ao bem-estar infantil
e juvenil ainda desconhecem o potencial da Meditação.
A convivência com uma vertente energética pode porventura ser agradável, devido
ao contacto com anjos, santos, fadas, unicórnios e elfos. Porém, também pode ser
desagradável, na medida em que os seres observados podem pertencer a reinos de
baixa vibração e, por esse motivo, apresentar uma imagem pouco atractiva. Os espíritos
que morrem, que ficam demasiado apegados à matéria e que não reconhecem a sua
constituição de luz mantêm, durante certo tempo, o aspecto com que morreram. São
seres que já se encontram noutros planos e que se apresentam às crianças, constituindo
motivo de susto e terrores nocturnos. É ainda possível que um espírito não encarnado
persiga uma criança. Pode ser alguém com quem esta tem um karma a ajustar.
Consequentemente, é importante que a família e a casa sejam um lugar de paz para ela.
Cada vez mais as famílias aceitam explicações alternativas e acreditam que existe
vida depois da morte, pois o ser é, de facto, intemporal. Percebem igualmente que o
karma é uma lei de causa – efeito, que pode atormentar os mais novos desde tenra
idade. O karma pode ser entendido como o registo falado, pensado, omitido ou efectuado
numa vida passada, que deixou marcas que devem ser equilibradas para o bem-estar do
próprio e dos que o rodeiam. Pensando em termos energéticos, será fácil perceber que
esta actividade terá de apresentar uma compensação para que o equilíbrio ocorra. A
Meditação pode ajudar a equilibrar esta área, já que oferece à criança cada vez mais paz
e confiança.
É importante ensinar à criança que tudo é impermanente. As pessoas nascem; as
pessoas morrem; as pessoas casam-se; as pessoas divorciam-se. As pessoas são donas
de uma empresa e as pessoas abrem falência da mesma. O hábito de guardar tudo o que
temos, seja a que custo for, pode causar-nos muitos dissabores. Quanto mais nos
apegamos a alguém, ou a algo maior, maior será o sofrimento quando essa pessoa nos
deixar ou quando perdemos o que julgávamos ser nosso para sempre. Não quero com
isto dizer que não devamos dar importância a alguém, ou ao que possuímos em termos
materiais, mas sim que é fundamental ter em mente que pode não ser eterno. Aceitar
que, na vida, tudo é passageiro constitui uma fonte de equilíbrio, paz de espírito e
confiança para prosseguir o nosso caminho sem medos. Em Meditação, a criança
habitua-se a lidar com cenários imaginativos, que são seus apenas por momentos,
treinando assim a impermanência.

Uma vez aprendida e dominada a técnica de Meditação, esta pode ser aplicada às
mais diversas actividades do dia-a-dia. No desporto, nos momentos de estudo, a
conduzir, a passear, no caminho para a escola, para casa, entre outros exemplos. A
calma e a clareza mental, obtidas através da prática da Meditação, fazem com que a
criança e o jovem procedam de uma forma mais eficaz nas mais pequenas coisas do dia-
a-dia.
A Meditação é utilizada com muito sucesso em casos de crianças que têm
problemas de saúde, crianças hospitalizadas ou crianças com doenças crónicas. Através
do exercício da Meditação, a criança aprende a aceitar o estado de doença em que se
encontra, em vez de lutar sem orientação ou de sentir-se deprimida. Ganha vigor e luta
para melhorar de uma forma mais consciente, com mais força de espírito e de uma forma
orientada, pois ao manter-se calma, apesar do cenário negativo, pode receber dicas e
sugestões de exercícios ou de métodos que a ajudem a debelar a doença. Uma criança
ou um jovem deprimido devido a uma doença raramente apresenta consciência do seu
processo ou força de espírito e positivismo para recuperar.
Recebi muitas famílias com queixas graves quanto ao comportamento dos seus
filhos. Em poucas horas, pude verificar que as crianças são o espelho da família e da
educação que receberam. Ou seja, os pais perdem a perspectiva correcta e equilibrada
dos problemas e gritam, em vez de falarem num tom de voz normal; queixam-se do
cansaço que sentem, mas vivem rodeados de barulho, música sem qualidade,
discussões, televisores com o som muito alto, telemóveis que tocam e são atendidos em
todas as situações (por exemplo, durante as refeições). Todos se sentem isolados porque
trabalham muito e, por esse motivo, vêem-se privados da companhia da família. Desta
forma, atender uma chamada telefónica na ânsia de não a perder e de não perder um
momento de contacto tornou-se normal e indispensável.
Ao viverem momentos de qualidade, em ambientes com estas características, as
crianças ou vão crescendo tímidas e sem força para superar este ruído feito pelos
adultos, ou irrequietas, hiperactivas e até malcomportadas, como forma de sobressair e
de atrair as atenções.

O SONHO DA NUVEM DOURADA

Na escola há o barulho da sala de aula, dos rapazes a jogar futebol, das meninas a
saltar à corda e a jogar à macaca ou a dizer segredos. E para mim um segredo é barulho.
Não gosto de barulho nem de segredos.
Em casa, o barulho continua. A primeira coisa que os meus papás fazem quando
chegam é ligar o televisor. E põem o som alto. Deve ser para não se sentirem sozinhos.
Afinal têm-se um ao outro e eu também estou em casa. Não os consigo perceber muito
bem.
Estou no quarto. Estou no meu mundo. Estou mais longe do barulho que vem da
sala, da cozinha e dos telemóveis. Gosto de olhar pela janela do meu quarto e ver o céu.
É que o céu tem sempre alguma coisa bonita – e nova – para me mostrar. Ora está limpo,
azul e com sol, ora com uma ou outra nuvem branca, ora com muitas nuvens – mais
cinzentas e um bocado tristes – , ora está com muitas – muitas, muitas, muitas, muitas,
muitas, mas mesmo muitas – estrelas. E quando o arco-íris aparece? Só me apetece
sorrir.
Às vezes, de tanto olhar para o céu, distraio-me. Principalmente quando há nuvens
e o vento anda a dançar com elas. Acho graça. Acho bonito. E de tanto olhar, de tanto
olhar, de vez em quando, nem ouço o toque da campainha que indica que o intervalo das
aulas acabou. Mas não há problema, há sempre um amiguinho que me chama e a
professora nunca ralhou comigo por causa disso.
Ainda assim, quando estou em casa e olho para o céu a partir da janela do meu
quarto é diferente. O céu é como se fosse assim uma espécie de meu melhor amigo.
Enquanto o barulho acontece fora do meu mundo – e como eu não gosto de barulho – ,
converso com ele. Principalmente sobre aquilo que me deixa triste. É certo que não me
responde, mas eu fico mesmo triste quando falo com ele. E de tanto conversar, de tanto
conversar, às vezes estou distraída e não ouço o papá e a mamã a chamarem por mim
para ir jantar. Quando me apercebo, eles já estão a fazer barulho à porta do meu quarto.
E eu peço desculpa e lá vou para a mesa.
Durante o jantar – e enquanto o televisor faz barulho e a mamã insiste para que eu
coma tudo, sobretudo os legumes, e eles conversam de coisas sérias (como costumam
dizer) – penso se o meu pai e a minha mãe também gostam do céu, do sol, das nuvens,
das estrelas e do arco-íris. E se também falam com ele. Nessa altura decido que, um dia,
lhes terei de fazer esta pergunta. Antes de adormecer, um deles conta-me uma história.
Confesso que gosto mais quando decidem improvisar. Há histórias escritas de que não
gosto muito e, por isso, insisto que eles pensem e me contem uma que saia da cabeça
deles. Por vezes, não estão com muita paciência, mas eu torno a insistir, porque
enquanto eles pensam não fazem barulho. Pelo contrário, ficam mais sorridentes e
menos sérios. E eu gosto deles assim.
Esta noite, o papá contou-me uma história sobre um menino da minha idade que
tinha andado à chuva com os seus amiguinhos e que depois ficou constipado. Eu percebi
o que ele me queria dizer e ouvia-o com atenção. Entretanto, comecei a pensar: se a
chuva vem do céu, se o céu é muito bonito, amigo e divertido, porque é que põe as
pessoas doentes? Acordei a sorrir. Quando a mamã me veio chamar, o sol entrou muito
contente pelo meu quarto dentro. Até parecia que sabia que, de certa forma, tinha
sonhado com ele. E ainda mais contente fiquei quando cheguei à escola e a professora
disse que tínhamos de escrever uma redacção. O tema era livre, ou seja, eu podia
escrever sobre aquilo que quisesse. Decidi escrever sobre o meu sonho:
«O Céu é um dos meus melhores amigos, mas confesso que fiquei um pouco triste
com ele quando soube que há meninos e meninas que ficam doentes quando apanham
chuva. E se a chuva vem do céu, e se ele é um dos meus melhores amigos, decidi
perguntar-lhe porque é que ele faz isso às meninas e aos meninos. Mas enquanto
conversava com ele sobre este assunto, aconteceu-me uma coisa muito surpreendente e
muito bonita. Havia algumas – poucas – nuvens no Céu e o sol apareceu muito bonito,
grande e quentinho por entre elas. Juntaram-se e transformaram-se numa bonita e
grande nuvem dourada. O vento começou a dançar com essa nuvem – nunca tinha visto
uma nuvem assim – e trouxe-a para cima da minha cabeça. Quando estava mesmo por
cima de mim, começou a deitar umas gotas douradas. No fundo era uma chuva, mas era
uma chuva diferente. Não era fria, não molhava nem punha ninguém doente. Quando me
apercebi, à minha volta estavam a minha professora, os meus amiguinhos da escola e o
meu papá e minha mamã. Estavam todos, tal como eu, a apanhar aquela chuva diferente.
Então, percebi que aquele era um banho especial, porque, a partir daquele momento,
todos passaram a fazer menos barulho, a dizer menos segredos e a olhar mais para o
Céu, para o sol, para as nuvens, para as estrelas e para o arco-íris. Eu fiquei muito
contente e agradeci ao meu melhor amigo.»
a professora gostou muito da minha redacção. Pediu-me que a lesse, na aula, em
voz alta e escreveu um recado para eu levar para casa, que aconselhava os meus pais a
lerem o que eu tinha escrito. Depois de ter lido em voz alta o meu sonho, quer para os
meus amiguinhos, quer para os meus pais, algo espantoso aconteceu. E não foi um
sonho. Aconteceu mesmo na vida real. Eles começaram a fazer menos barulho, a dizer
menos segredos e começámos a olhar, em conjunto, mais vezes para o Céu, para o sol,
para as nuvens, para as estrelas e para o arco-íris. Por falar nisso… Sabiam que a mamã
e o papá não viam o arco-íris há muitos, muitos anos?

Anónimo

Tendo em conta tudo o que já foi referido anteriormente e os exemplos que ainda
vamos apresentar mais adiante, entende-se que um dos principais objectivos da
Meditação é a aprendizagem sobre o valor pessoal e o respeito por tudo o que nos
rodeia, sabendo que todas as pessoas têm sentimentos e fazem o melhor que podem ou
sabem pela sua vida. As crianças precisam dos nossos exemplos e parâmetros. Através
da Meditação, todos, crianças e adultos, tomam contacto com o ser interno. O ser interno
de cada um é feito de paz e amor, pelo que é indispensável entrar em contacto com o
mesmo todos os dias, sem falta.
É fundamental que as crianças e os jovens percebam que esta natureza existe
dentro de si e, consequentemente, em todos quantos os rodeiam. É importante
compreender qual é a verdadeira natureza do ser humano, respeitá-la e valorizá-la. As
crianças devem aprender a estimar-se e a estimar todos os que fazem parte da sua vida.
Pela imposição e pela autoridade não é possível remeter a criança nem o jovem para
estas realidades. Mediante o contacto directo, íntimo e pessoal, a própria criança ou o
jovem entenderão o que se passa à sua volta e actuarão de acordo com a nova
informação de que dispõem de livre vontade. A Meditação é essencial para que estes
passos sejam dados.
Respeitar e controlar a nossa própria vida é fulcral para uma boa integração e para
dar bons exemplos a todos os que possam não estar nesta sintonia. As crianças que
fazem Meditação ganham um magnetismo mais forte, que é resultado do bom trabalho
energético que começa a estar presente na sua aura. Desta forma, a criança atrai para si
melhores situações e melhores pessoas e, portanto, a energia que a integra rejeita
automaticamente os episódios mais desagradáveis.
Ver-se como um cidadão do mundo, sensível e de bons valores é a base para uma
vida mais feliz, mais estável e com mais oportunidades. As crianças, mais facilmente do
que os adultos, sentem as vibrações energéticas. Sentem a violência praticada pelo
homem moderno. Sem qualquer dificuldade, crianças e jovens passam de zonas de
equilíbrio e segurança para zonas de medo, falta de confiança e falta de fé. Permitir que a
criança disponha de uma técnica como a Meditação para manter a sua essência, que é
de paz e de tranquilidade, fará com que as gerações futuras sejam constituídas por
adultos mais calmos e mais íntegros.
O pensamento segue a energia; a palavra é energia e o acto também. Na
Meditação, é-nos ensinada a responsabilidade de pensar, de falar e de actuar para que
sejam alcançados melhores resultados. É-nos ensinado ainda de que forma estas três
manifestações, utilizadas de forma positiva, nos proporcionam mais acontecimentos
positivos, de que modo afectam as pessoas que nos rodeiam e quais as respostas que
podemos receber das mesmas.
Um bom exercício que ilustra claramente o que acabei de mencionar é a
construção de uma lista de coisas menos positivas e a construção de uma lista de coisas
muito positivas, que trazem felicidade. Faça estas listas em conjunto com as crianças.
Feche os seus olhos e peça a uma criança que lhe leia primeiro uma lista e depois a
outra; depois, aperceba-se do que sente e de como a voz da criança muda ao ler cada
uma das listas.

«Estava muito mais calminho para fazer os testes!»

tomar boas decisões é difícil para os adultos, mas ainda é mais complicado para os
mais novos. A Meditação ajuda, com o tempo de prática, a analisar o que nos vai na
mente, aquilo em que acreditamos e quais são os padrões que nos prejudicam ou nos
deixam tristes. A melhor forma de melhorarmos a nossa vida e tudo o que nos rodeia é
examinando os nossos registos e decidindo quais os que têm realmente interesse, já que
aquilo em que acreditamos é o que constrói a nossa realidade.

A Meditação estimula a criatividade, abre o campo dos sentidos, disciplina, oferece


momentos de paz, ensina a aceitação, cultiva a paciência, facilita os relacionamentos
interpessoais, aumenta a capacidade de concentração, relembra a capacidade de sonhar,
fortalece a auto-estima e a aptidão para tomar boas decisões, reactiva o respeito pelo
próximo, abre o chakra do coração, cultiva a compaixão, ensina a equanimidade, facilita a
ligação à energia da alma, atrai mais e melhores relacionamentos e situações,
proporciona uma maior proximidade com os reinos mais simples, como a Natureza e os
animais, e melhores sentimentos, entre outras vantagens, o que a converte numa técnica
muito completa.
A hora de deitar e de adormecer é um momento difícil para a maioria das crianças
e das famílias. As crianças são irrequietas, curiosas e cheias de energia por natureza. Se
o ambiente familiar após o jantar não convida ao silencio – os sons devem estar baixos, a
luz deve ser suave e as conversas amenas – , as crianças captam estas energias e não
se querem deitar, e muito menos dormir.
Se não dormir bem, a maior parte das crianças apresenta cada vez mais
comportamentos de hiperactividade ou de mau aproveitamento escolar.
Para contrariar esta tendência, aconselha-se que o adulto se disponibilize, em
termos de tempo e paciência, para ler uma história, fazer uma massagem ou um exercício
de meditação adequado junto dos mais pequenos.
Os exercícios devem ser feitos com a criança já deitada.
Procure inspirar a sua criatividade em figuras tranquilas, como a Bela Adormecida,
o Bâmbi, o Peter Pan e a Sininho, a Branca de Neve e os Sete anões, os anjos, os
unicórnios, as fadas, a estrela-do-mar, as quais podem transformar-se em personagens
de uma bela história para dormir. Peça à criança que feche os olhos e se mantenha muito
quieta, para estar atenta à sua história e para poder participar nela.
Não se esqueça de que as crianças gostam mais de histórias que são criadas no
momento e que lhes são contadas pelos que constituem os seus exemplos. Pode apoiar-
se em alguns livros de histórias para crianças, se forem bem escolhidos.
Conte a sua história de uma forma tranquila, sobre temas tranquilos e em que a
criança seja uma personagem da mesma, pelo que terá de fazer tudo o que a
personagem faz. Deixe que a criança participe na construção da história. Grave tudo e,
durante o dia, construa um livro das vossas histórias num caderno de capa rija.
Relembro que a Bela Adormecida foi enfeitiçada, o que a deixou a dormir até o
príncipe aparecer e a beijar; a Estrela-do-Mar, muito quieta, observa tudo o que se passa
à sua volta; e os anjos mantêm-se muito sossegadinhos para que os adultos não dêem
pela sua presença. No entanto, enviam boas energias com o pensamento. O resto é fruto
da sua imaginação e da da criança.
Ensinar uma criança a respirar com intenção e tranquilamente ajuda a acalmar a
sua energia, que é sempre viva e agitada. Peça-lhe que se concentre em números, por
exemplo: de 1 a 4, deve inspirar; de 4 a 1, deve expirar.
As crianças gostam muito de cristais e de pedras. Estes podem ser programados
com intenção. Neste caso, intenção de uma boa noite de sono. Programe os cristais e
envolva a criança neste jogo. Em seguida, rodeie a cama da criança com cristais em
mandala. Os cristais devem ficar no chão. Podem servir para criar uma tenda de
campismo imaginária, ou até uma cama de princesa com um dossel.

o toque é muito útil e relaxante. No momento de adormecer, ninguém, nem


grandes nem pequenos, resistem a uma boa massagem. Aprenda shantala ou shiatsu
para perceber quais são os pontos de toque mais apropriados e que originam um
relaxamento imediato. Conte uma história e faça uma massagem aos seus filhos. Não se
esqueça de fazer Meditação logo no início, para entrar em sintonia com as boas energias.

«A minha filha é realmente um miminho, mas por vezes também se revela


extremamente difícil, em especial quando eu própria não me sinto bem. Penso que
ela me lê realmente os pensamentos, assim como eu consigo muitas vezes ler os
dela. Acredito que a Inês é a origem da minha própria transformação interior. Com
o seu nascimento, senti necessidade de evoluir espiritualmente para poder estar ao
seu nível vibracional, mas só o descobri quando li o seu livro Crianças de Um Novo
Mundo – Os Cristal. Até esse momento, não havia tomado consciência de que foi
ela, efectivamente, a grande causadora de tudo o que me tem acontecido
recentemente.»

Como foi referido nos meus livros anteriores, as crianças Índigo necessitam de
alguma ajuda para serem bem sucedidas. Centrarem-se, ou seja, equilibrarem as
energias e concentrarem-se no que estão a fazer no momento presente é um dos pontos
fundamentais. Os Índigo têm dificuldade em concentrarem-se em alguns momentos,
inclusive em situações normais do dia-a-dia. Quando os temas não são do seu interesse,
ou não são escolhidos por eles, a dificuldade aumenta. A Meditação é uma excelente
técnica para ajudar a centrá-los rapidamente. Trabalhar no sentido de a auto-estima se
converter numa realidade é outro dos pontos indicados, bem como o estudo das energias,
para que a criança tenha noção do poder pessoal que possui. Uma vez que se sentem
inconformados com o sistema educacional em que estão inseridos, enquanto o sistema
não muda, precisam de uma técnica especial que os equilibre e os ajude a lidar com as
contrariedades. Os peritos em educação e os especialistas na infância defendem que a
melhor forma de predispor uma criança para aprender é brincar ou fazer algo que lhe
ofereça estabilidade e auto-conhecimento.
Quanto ao acompanhamento das crianças Cristal, são ainda mais numerosos os
factores que podem ser desenvolvidos através do recurso à Meditação como prática
regular, levada a cabo quer pelas crianças, quer pelos adultos. As crianças Cristal
possuem inúmeras capacidades extra-sensoriais, capacidades essas que o adulto já não
sabe utilizar e podem ser despertadas novamente, através da Meditação. Estas crianças
vão receber muitas mensagens para-normais e precisam de alguém que as compreenda
e as acompanhe com naturalidade. Necessitam de viver em ambientes de muita paz e,
portanto, a Meditação é a técnica mais adequada para estabelecer novos parâmetros de
paz e tranquilidade em casa e na vida diária com os pais. Devem realizar uma limpeza
energética frequente, quer na energia da aura, quer na energia da casa. Meditar em casa
e em conjunto fará com que a energia da casa seja purificada. Recomenda-se, ainda,
para um bom equilíbrio da criança Cristal, que estude as energias, para permitir um
entendimento mais amplo das suas capacidades.

http://videos.sapo.pt/sapozen/pesquisa.html?word=Crian%C3%A7a+Cristal&imageField.x
=10&imageField.y=6

Muito em breve seremos um planeta em que a regeneração será o principal


objectivo e em que todos os habitantes deixaram de evoluir pelo sofrimento. Para que tal
aconteça, uma reforma implacável, que até pode ser dolorosa para alguns indivíduos,
está já em movimento. Há cada vez mais pessoas a adoecer. A Meditação pode ser uma
forma eficaz de concretizar esta mudança, ou uma forma de encontrar alguma
estabilidade, enquanto a mudança se processa. Crianças, jovens e adultos, em conjunto,
precisam de ajuda e de estabilidade.
Exercícios que ajudem a expandir a consciência, ou a tomar contacto com a
mesma, são extremamente importantes, pois colocam o ser, perante si mesmo e perante
o grupo, sem máscaras e sem medo das fragilidades que todos temos. Vivemos uma
nova era, que prima pela verdade e pela honestidade. Muitos são os que encontram na
Meditação uma ferramenta para melhorar o desenvolvimento das percepções e da
consciência. Ver auras concede ao ser a responsabilidade de se mostrar como realmente
é, porque ver a aura deixa a nu tudo o que a pessoa é, foi e será.
Hoje em dia, as crianças nascem com esta capacidade e, portanto, quando olham
para nós sabem tudo a nosso respeito. Ficam agitadas com a forma como a sociedade
caminha. Precisam de meditar para se acalmarem e para interpretarem toda a presente
informação.
Numa sociedade em que o ego impera, as crianças ficam perdidas. A Meditação
consegue, após ter estabelecido um foco, expandir a consciência que temos de nós
mesmos. Quando constatamos que somos diferentes do que pensamos, o ego é
destronado, mas regressará mais tarde, depois de ter sido trabalhado pela consciência e
estar à disposição do ser, sendo útil para dar força e impulso a novos projectos. Os livros
e os filmes da saga do Harry Potter são um êxito mundial, uma vez que falam de bruxaria,
magia, vassouras voadoras, quadros que falam, nos quais a energia é levada ao extremo,
em todas as suas potencialidades, no ecrã e, consequentemente, na mente imaginativa
das crianças. Penso, no entanto, que os adultos são o alvo primordial destes filmes e
romances, porque a grande mensagem que se pretende veicular é a seguinte: «Envolver-
se com a magia é divertido, mas tem as suas consequências.»
As crianças precisam de exemplos activos e de uma boa consciência. Estas
nascem mais inteligentes do que nunca, com uma maior visão e sabem, enquanto almas,
mais do que os seus pais e professores. A Meditação pode colocar todos os indivíduos no
mesmo patamar de conhecimento e de consciência. Quando falo de consciência, refiro-
me ao conhecimento da alma. Na Meditação, a consciência interior abre a visão do nosso
interior e as suas capacidades vão além da mente e dos registos que esta guarda,
durante várias vidas, assim como das emoções e dos sentidos.
É difícil para uma criança meditar durante muito tempo seguido. Meditar por breves
momentos mas regularmente é eficaz para a criança. O mais importante é a
aprendizagem da disciplina e saber respeitar os momentos de interiorização e de silêncio.
O esforço que o adulto faz para acompanhar a criança é essencial. A criança torna-se
mestre de si mesma e da sua vida, torna-se mais independente e mais alegre. O
desenvolvimento gradual que ocorre devido às aulas de Meditação torna o carácter da
criança mais sólido, ajudando-a a atingir mais facilmente os seus objectivos. Um ser que
consegue alcançar os objectivos que o fazem feliz e que são necessários, como, por
exemplo, ter boas notas na escola, é um indivíduo mais confiante, que tem mais tempo
para criar e pesquisar outras actividades e adquirir mais conhecimentos.
As crianças que meditam encontram dentro de si a segurança e a firmeza de
propósitos, deixando assim de estar tão dependentes dos adultos. Tornam-se mais
independentes e as suas escolhas também são mais sábias. Ouvem a sua intuição com
facilidade e, portanto, estão mais protegidas. O amor desenvolve-se `medida que temos
mais confiança e estabilidade. O ser que se abre mais e que se conhece melhor
considera-se feliz quer sozinho, quer na companhia do próximo. O amor familiar, dos pais
e dos filhos, deixa de ser maternal e passa a ser mais envolvente, porque constitui uma
mistura equilibrada da razão e dos sentimentos. Poucas famílias pensam nestas
questões, mas todas desejam criar crianças mais completas.

«Se a criança não receber a devida atenção,


em geral, quando for adulta, terá dificuldade
em amar os seus semelhantes.»

DALAI LAMA
Exercícios práticos para crianças
Estes exercícios podem ser feitos em casa, na escola ou no jardim.

MEDITAÇÃO GUIADA – ESTRELAS DOURADAS E PRATEADAS

Com os olhos fechados, concentra-te na tua respiração. Inspira e expira com muita
calma, mantendo-te atento ao que o teu corpo sente.
Uma fada e um elfo aproximam-se com um pequeno baú, que está pintado com as
cores do arco-íris e tem lindos desenhos: um sol, nuvens, flores e pequenos pássaros. A
fada segura na asa esquerda da caixa e o elfo segura na asa direita.
Dentro deste baú está um tesouro. A fada explica ao elfo o que é e para que serve,
segregando-lhe ao ouvido. São estrelas douradas e prateadas. O elfo ri-se e deita a
língua de fora. «Servem para realizar desejos», diz ele.
Agora tu também possuis um pouco deste tesouro; por isso, utiliza-o de uma forma
sábia. Estas estrelas só fazem efeito se estiveres muito concentrado e tranquilo.
Começa por abrir o baú, tira algumas estrelas com a ponta dos dedos e, depois,
espalha-as à tua volta. Primeiro, as douradas e depois as prateadas. Espalha-as por cima
da tua cabeça e em cada canto da sala onde te encontrares.
Em seguida, concentra-te nos teus afazeres e estudos. Recorrendo à imaginação,
abre os teus livros de estudo e deita-lhes algumas estrelas douradas e depois as
prateadas em cima, para que sejas bem sucedido na escola.
Concentra-te na tua família, naqueles que amas e nos teus amigos. Deseja paz,
tranquilidade e muito amor para ti e para os teus. Deita algumas estrelas sobre ti.
Primeiro as douradas e depois as prateadas, só que desta vez espalha-as pela cabeça,
pelos braços e pelas pernas. Conforme as estrelas caem sobre ti, inspira com a certeza
de que és igualmente uma estrela.
Pensa agora em algo que gostavas muito de ter ou que queres muito que
aconteça. Constrói tudo com muitos pormenores: as cores, as imagens, os sons e as
pessoas. Deita algumas estrelas por cima dessa imagem. Acredita no que estás a fazer e
que é possível que aconteça. Acreditar é fundamental!
Concentra a tua atenção na respiração, faz uma inspiração profunda e expira.
Quando te apetecer, podes abrir os olhos.

Isabel Leal
MEDITAÇÃO GUIADA E PARTICIPADA – A NATUREZA

Peça à criança para se sentar confortavelmente. O adulto deve sentar-se ao seu


lado. Procurem ficar junto de uma janela que tenha vista para a Natureza, de modo a que
esta seja a última coisa que a criança vê antes de fechar os olhos. Pode ainda fazer este
exercício no jardim ou no meio da Natureza. Se não puder estar num ambiente natural,
procure levar a cabo este exercício na zona mais calma da sua casa.
Ajude a criança a concentrar-se na respiração durante alguns minutos, ou seja,
quando inspira concentra a atenção na inspiração e, depois, na expiração. Se a criança
demonstrar dificuldades, utilize a técnica da numeração, que já foi mencionada
anteriormente neste livro.
Diga-lhe: Imagina que estás a passear numa zona em que a paisagem é muito
bonita.
(Pergunte à criança de que paisagem se trata. Tendo em linha de conta a escolha
da criança, continue a descrever a Meditação pormenorizadamente. Por exemplo, se a
criança escolheu uma praia, fale-lhe da areia, do mar e dos golfinhos. Se a criança
escolheu o campo, fale-lhe das árvores, das flores e dos passarinhos. Forneça muitos
pormenores e envolva a criança neste trabalho.)
Pergunte-lhe: Como te sentes?
(Procure perceber se a criança se sente confortável com o rumo que a Meditação
está a tomar. Se a Meditação for feita na praia e envolver o elemento água, deve garantir
que a criança se sente confortável, pois em vidas passadas ela pode ter tido problemas
com a água. Se tal acontecer, mude imediato de rumo, sem ser brusco e com muita
calma na voz, orientando a sua atenção para uma imagem, agradável.)
Quem queres convidar para te acompanhar neste passeio?
(Incentive a criança a convidar pessoas ou amigos que conhece e de quem gosta
para realizar este exercício, dado que estes a poderão ajudar a tornar a situação mais
real e confortável. Não a contrarie e não convide pessoas que a criança não escolheu
para executar este exercício.)
Como gostarias de brincar com… e com…?
(As pessoas ou crianças escolhidas.)
Chegou a hora de regressares a casa. Dá um abraço muito apertado aos teus
amigos e combina um novo encontro com eles.
(Observe o rosto da criança e perceba como é que ela se sente depois deste
momento de mimos com os amigos.)
Remeta a criança para a respiração mais uma vez, para que tome contacto com o
seu corpo físico. Peça-lhe para abrir os olhos, movimentando os pés e as mãos
lentamente.

Isabel Leal
MEDITAÇÃO EM FAMÍLIA

Reúna todos os elementos da sua família. Se fizer este exercício na escola, reúna
toda a turma.
É conveniente que todos os intervenientes na Meditação se conheçam bem, para
que se verifique uma perfeita realização e um aproveitamento máximo deste exercício.
Podem participar adultos e crianças.
Sentados em círculo, de olhos fechados, concentrem-se na respiração. É
conveniente contarem de 1 até 4 ou 5 (consoante for um adulto ou uma criança, pois os
tempos de respiração são diferentes) e depois inspirarem; em seguida deverão contar de
5 ou 4 até 1 e depois expirarem.
Respire desta maneira durante alguns minutos.
Uma pessoa ao acaso senta-se no centro do círculo e escolhe ao acaso uma outra
pessoa. De olhos abertos, mas em silêncio, olha para essa pessoa e tenta lembrar-se de
tudo o que sabe sobre ela: que gestos e expressões faciais costuma fazer, assim como
tiques e tudo o que inclua movimento. Após ter uma ideia ou uma lista de coisas em
mente, comece a imitar essa pessoa, mantendo-se sempre a olhar para ela. É uma forma
de exercitar a criatividade e de caracterizar o outro em silêncio. As crianças e os jovens
são muito espertos e captam com imensa facilidade estes pormenores.
Após ter terminado a sua imitação, o indivíduo que estava no centro dirige-se para
o círculo de pessoas, enquanto o elemento que foi imitado encaminha-se para o centro do
círculo para imitar outra pessoa. Assim por diante, até que todos tenham feito uma
imitação ou tenham sido imitados.
Uma roda de família composta por pais, avós, primos e sobrinhos pode dar origem
a um divertido jogo de Meditação. O importante é manter o silêncio e escolher uma
música calma para acompanhar o exercício. Algumas gargalhadas serão inevitáveis.
Terminem o exercício com mais alguns momentos de Meditação, realizados com
os olhos fechados e com uma respiração pausada.

Isabel Leal

MEDITAÇÃO COM A MARIANA

Era uma vez uma menina chamada Mariana. Ela era linda e tinha uns olhos verdes
da cor do mar. os seus cabelos caíam-lhe pelas costas em cachos, macios e castanhos
como a terra, na qual brincava todas as manhãs quando acordava e fazia sol lá fora.
Mariana amava tanto a Natureza, com todos os seus seres e elementos, que
estava sempre a agradecer a Deus Criador de todas as coisas pela bênção de estar viva
e de poder ver, sentir e respirar as maravilhas do seu planeta e do Cosmos. Mariana
sentia um amor especial pelos golfinhos, aqueles seres amorosos, sábios, brilhantes e
luminosos que habitam os oceanos, que brincam a rodopiar e que tanto nos encantam e
fazem rir com as suas brincadeiras e graças.
Ela conversava com eles à distância, a partir de qualquer lugar onde estivesse, a
qualquer hora do dia ou da noite. Eles eram seus amigos e protectores. Um dia, Mariana
estava a conversar com um desses seus amigos golfinhos, antes de adormecer, e ele
disse-lhe: «Vou ensinar-te uma maneira especial de conversares comigo e com os outros
golfinhos do grupo sempre que quiseres. Assim, nós saberemos quando é que precisas
de ajuda, de atenção, de cuidado e de protecção e viremos logo todos ajudar-te!»
Mariana, cheia de curiosidade, quis imediatamente que ele a ensinasse a comunicar com
eles. Vejamos o que o golfinho lhe ensinou.
Põe a tocar uma música relaxante (pede-se que sejam os pais ou um adulto a fazê-
lo, se a criança ainda for pequena). Pode ser música e sons de golfinhos. Então, relaxa e
fecha os olhos devagarinho. Respira fundo, inspirando e expirando a luz da vida. Imagina
agora que uma chuva de estrelas prateadas desce directamente do céu e cai
carinhosamente sobre ti. Esta chuva é uma chuva de luz e de energia amorosa, que se
espalha e te cobre integralmente. E começas a sentir uma calma e uma paz muito
grandes dentro de ti e em teu redor. Sente a paz. Em seguida, ver-te-ás a caminhar em
direcção ao mar, que se encontra muito perto de ti, lindo, muito verde, com ondas suaves
e uma areia branquinha e fofa.
Chegas então junto do mar e entras lentamente na água. Sente imediatamente a
água morna, clara e transparente a envolver os teus pés. Sentes vontade de continuar a
caminhar pelo mar dentro e, então, chegas a um local onde te podes deitar e boiar numa
água extremamente limpa e cristalina. Passado pouco tempo, estás cercado de oito
golfinhos amigos. Eles pedem para te manteres calmo e relaxado, pois desejam cuidar de
ti. Então, eles começam a girar e depois a dançar à tua volta, emitindo um som suave e
subtil que te acalma e te faz lembrar dos tempos em que estiveste na barriga da tua mãe;
era tão bom… Os golfinhos dançam suave e alegremente à tua volta até completarem
oito voltas. Em seguida, dizem-te que já estás curado e protegido. Já podes regressa
lentamente para a areia quentinha, caminhar pela praia e, aos poucos, podes retornar ao
teu momento presente, aqui e agora, e sentir toda a energia do amor em que foste
envolvido. Sente o amor em todo o teu ser. Tu és esse amor, tu és muito amado. Irradia
esse amor para todos os que te cercam. Esta é a tua missão de vida. Sente-te feliz por
isso.

Ingrid Cañete – Psicóloga, escritora


e professora universitária

MEDITAÇÃO PARTICIPADA – OS ANIMAIS

Peça às crianças para se sentarem em círculo, de pernas cruzadas em posição de


lótus e de olhos fechados, e para se concentrarem na sua respiração, inspirando e
expirando com a consciência do que é realmente respirar. Em seguida, solicite a cada
criança que imagine o seu animal preferido e que identifique as características desse
animal.
A seguir, todos abrem os olhos. Um a um encaminham-se para o centro do círculo,
em silêncio, para mostrar, através de mímica facial ou física, qual foi o animal escolhido.
A primeira criança do círculo, que está sentada a assistir, descobre qual é o animal e
profere o seu nome em voz baixa. Depois, dirige-se ao centro e faz a mímica do animal
que escolheu. Em sequência, todas as crianças fazem uma imitação e aprendem a
brincar com a Meditação, a calma e os animais.
No final, quando todos já foram ao centro imitar o animal escolhido, voltam a
sentar-se em círculo e fazem exercícios de respiração durante breves minutos.

Isabel Leal
«O período em que se adquire mais conhecimento
e experiência é o período em que surgem
mais dificuldades na vida de cada um.»

DALAI LAMA

Meditações incluídas no CD

MEDITAÇÃO 1 – DOS 4 AOS 6 ANOS

Sentamo-nos confortavelmente e na posição que o nosso corpo quiser tomar.


Estamos contentes por irmos fazer esta viagem/Meditação. Respiramos todos
juntos. É divertido sentirmos o ar a entrar e a sair de dentro de nós.
O corpo está mole e relaxado, os nosso olhos vão-se fechando devagarinho e
prestamos muita atenção às palavras que vamos ouvir.
Estamos prontos para viajar.
Aparece à nossa frente um céu imenso, muito azul e com nuvens.
Vemos a cor das nuvens, branquinhas ou cinzentas; somos nós que colocamos as
nuvens naquele céu azul.
Agora, as nuvens começam a formar desenhos: animais, árvores, talvez o rosto de
uma pessoa que nós conhecemos. Ou de um anjo! Sim, vemos as asas, o cabelo de um
anjo, a roupa com fitas.
Ficamos a olhar.
Apreciamos a música.
Então, as nuvens desfazem os desenhos, juntam-se umas às outras, ficam muito
gordas e pesadas, e começam a deixar cair grandes gotas de chuva e brilham no ar.
Parecem estrelas a descer do céu, pousam nas nossas cabeças, são lindas e
suaves, dançam e ficam presas nos nossos cabelos.
Sentimo-nos felizes, assim enfeitados com esta chuva mágica.
Podemos terminar a viagem e voltar à sala. Começamos a mexer os pés e as
mãos, abrimos os olhos…

Lisete Soares – Contacto e divulgação dos anjos,


Lisetesoares@hotmail.com
MEDITAÇÃO 2 – DOS 4 AOS 6 ANOS

Senta-te confortavelmente e presta atenção à tua respiração.


Cada vez que respirares, sentir-te-ás mais relaxado e em paz. Imagina que se
encontra, diante de ti, um belo arco-íris, lindo, com todas as suas cores bem vivas.
Sente como este é belo e te transmite alegrai e paz.
Tu sentes necessidade de brincar com as cores do arco-íris e começas a imaginar
que entras dentro dele.
Quando começares a entrar dentro do arco-íris, sente as cores mexerem-se e
vibrarem com o teu corpo: as cores vermelha, laranja, amarela, verde, azul, índigo,
violeta, branca e tantas outras que querem brincar contigo. Estas cores dão-te uma
sensação de alegria e bem-estar.
Brinca com elas e deixa-as entrar dentro de ti. Sente que cada uma delas fica
dentro de ti em determinadas partes do teu corpo. Deixa-as ficar dentro do teu corpo e
sente que elas te transmitem conforto e tranquilidade.
Agora, lentamente, cada vez que respirares, começas a sentir novamente o que te
rodeia e podes abrir os olhos e sentir que estás mais alegre e em paz.

Rita Oom – Pintora, http://www.rita.pt.vu/

MEDITAÇÃO 3 – DOS 6 AOS 10 ANOS

Sentados confortavelmente, vamos respirar lentamente e fechar os olhos. Vamos


encher o peito de ar e depois deitá-lo fora.
Sente um sol muito grande, quentinho e brilhante sobre a tua cabeça e imagina-te
junto ao mar numa praia muito bonita. Está tudo tranquilo.
Vieste a esta praia para te encontrares com os teus amigos, os golfinhos.
Um grupo deles aproxima-se. Vamos contá-los: um, dois, três, quatro, cinco. São
cinco golfinhos.
Eles estão mais próximos e desafiam-te para a brincadeira.
Entra na água e brinca com eles. Com eles podes passear, brincar e conhecer
lugares muito especiais. Juntos nadarão até ao fundo do mar.
Vais ver estrelas-do-mar, corais, peixinhos coloridos…
Sente como é bonita a vida dentro de água.
Agora agradece aos golfinhos por te terem proporcionado esta viagem magica e,
depois, pede-lhes que te tragam de volta para a praia.
Senta-te na areia quente e despede-te destes teus amigos com a promessa de que
irão estar juntos de novo.
Respira fundo e regressa a esta sala. Estica muito os braços e as pernas;
espreguiça-te à vontade.

Isabel Leal
MEDITAÇÃO 4 – DOS 10 AOS 12 ANOS

Sentados confortavelmente, vamos prestar atenção à respiração. O ar entra e sai


lentamente e os olhos fecham-se. Muito relaxados, vamos fazer uma viagem pelo
Espaço.
Imagina-te a vestir um fato espacial: as botas, o capacete, e constata que alguns
colegas teus, pessoas tuas conhecidas e teus convidados também vão realizar esta
viagem.
Juntos, entram na nave que vos aguarda e todos se sentam confortavelmente nas
cadeiras, apertando seguidamente o cinto.
A nave levanta voo e em breve entra na órbita do planeta Terra. Olha pela janela e
vê como o teu planeta é bonito e muito azul.
A nave segue viagem rumo a um planeta imaginado por ti.
Pela janela consegues ver muitos planetas de várias cores e tamanhos, os seus
anéis, luas e estrelas.
Neste momento estás perto do planeta que a tua imaginação escolheu. Que cor
tem este planeta? É habitado? Como são os seus habitantes? Falam a mesma língua que
tu?
Aproveita para lhes enviares uma bola de luz branca como sinal da tua presença e
amizade.
Enquanto fazes o caminho de volta para casa, outras naves se cruzam com a tua.
Também viajam de planeta em planeta.
Sente gratidão e sente-te acompanhado. Sabes que não estás só. Deixa que este
sentimento preencha o teu coração.
A tua nave acabou de chegar ao planeta Terra. Toda a tua família e os teus amigos
te aguardam. Mal a nave aterra e vais ao encontro deles, dás a cada um um abraço muito
apertado de saudades.
Contas-lhes que a tua viagem foi maravilhosa e que viveste uma experiência única.
Todos te ouvem com muita atenção.
Concentra agora a tua atenção no centro da tua testa e, respirando lentamente,
abre os olhos e estica-te o mais que puderes, abrindo braços e pernas, dando a sensação
de que estás a crescer como se fosses um gigante.
Agradece este passeio e sente-te filho do planeta Terra.

Isabel Leal

MEDITAÇÃO 5 – DOS 12 AOS 14 ANOS

Faz algumas inspirações e expirações e concentra a tua atenção na zona do peito.


Sente o corpo a relaxar dos pés à cabeça. Aproveita para enviares para o centro da
Terra todas as tensões e preocupações que te inquietam, para que estas sejam
transformadas em energia de alegrai. Esta energia de alegria volta para ti.
Encontras-te num belo local no meio da Natureza e caminhas em direcção à água.
À medida que te deslocas e te aproximas da água, percebes que estás descalço e que
pisas pedras, todas elas de cores diferentes e todas elas muito bonitas. Cada uma brilha
como um raio, fazendo com que o caminho pareça um arco-íris.
Quando encontras uma pedra azul – esverdeada, descobres também um unicórnio.
É um representante de Jesus e da sua energia de amor. Vão ficar juntos neste local
durante alguns minutos. O unicórnio vai ajudar-te a perceber que, em algumas situações
da tua vida, precisas de ajuda e vai fornecer-te orientação para as poderes resolver.
Aparecem, então, fadas, anjos e uma Fénix para te ajudarem. Todos juntos
encontrarão uma solução. Ouve com atenção o que eles te dizem.
A comunicação é feita por telepatia. Tudo o que te quiserem dizer, surgirá na tua
mente.
Neste momento, o teu chakra do coração, que se situa no centro do teu peito,
irradia luz branca em direcção a todas as situações que precisam de ser resolvidas. Cada
um dos problemas fica dentro de uma bola de luz branca.
Presentemente, o unicórnio, as fadas e os anjos fazem uma roda à tua volta e tu
ficas no meio. Estão a cuidar de ti e dar-te energia de cura e de paz.
Agradeces-lhes e despedes-te deles com a certeza de que poderão estar
novamente juntos sempre que queiras.
Respira fundo e lentamente. Abre os olhos, sente os braços e as pernas e
experimenta uma sensação de felicidade.

MEDITAÇÃO 6 – DOS 14 AOS 16 ANOS

Sentado confortavelmente, concentra a tua atenção na zona do centro do peito;


respira fundo algumas vezes e fecha os olhos.
Sente todo o corpo a relaxar e sente a tua aura. Este campo magnético, que
envolve o teu corpo físico, também é teu e precisa de ser limpo e bem cuidado.
Imagina um feixe de luz branca a entrar pelo topo da tua cabeça, em seguida entra
luz dourada e, depois, luz violeta.
Estas três cores preenchem-te dos pés à cabeça. Inspira e a luz entra; expira e
sente o corpo mais leve, cada vez mais leve.
Chama o teu anjo da guarda e pede-lhe que te acompanhe neste exercício.
Imagina-te de um tamanho três vezes maior do que o planeta Terra. Com esta
dimensão, pensa no que gostarias de fazer para que o planeta fosse curado.
Observa-te a executar algumas tarefas como, por exemplo, a pegar num aspirador
gigante e a aspirar todo o lixo inútil que as pessoas fazem diariamente.
Imagina-te a enviar luz branca para todas as pessoas que estão doentes, a apagar
todos os fogos que estão activos neste momento e a fazer tudo o que a tua imaginação
ditar.
Neste momento, sentes-te contente e satisfeito devido a todas as tarefas que
realizaste e porque ajudaste muitas pessoas. Recebes, então, luz branca dos céus, o que
te fortalece e te torna mais feliz.
Respira fundo e sente o teu corpo físico. Regressa a esta sala.

Isabel Leal

«Um inimigo externo não tem maneira


de destruir a nossa tranquilidade
de espírito.»

DALAI LAMA
Testemunhos

É sempre importante ler sobre relatos verídicos, pois são estes que melhor ilustram
as experiências por que todos passamos. Inúmeras vezes, os episódios são muito
semelhantes, porque, na verdade, somos todos realmente Um. A Meditação é um
caminho que deve ser percorrido, todos os dias, com disciplina e gosto, sendo um
caminho que o leva de volta a si mesmo.
Ao estar em contacto com a alma, eu sinto-me mais forte e tenho noção do meu
poder pessoal. Experiências ocorridas em vidas passadas apresentam-se para me fazer
acreditar que sou infinitamente sábio, mas que em alguns momentos também gerei muito
karma.
A Meditação ajuda-me a corrigir estas tendências, limpando o velho e ajustando o
novo a realidades mais concretas, mais humanas e mais amorosas.

TESTEMUNHO 1

A Meditação é um exercício pessoal que deve ser feito diariamente, como se fosse
um acto de higiene que cada um de nós tem o dever de fazer a si mesmo. É um
instrumento precioso para a reconstrução e a limpeza interiores. Possibilita uma maior
clareza de espírito para traçar metas e estabelecer objectivos para a nossa vida.

Sónia, Coimbra

TESTEMUNHO 2

Uma experiência única, intensa e gratificante. Isabel, obrigada por me teres


mostrado esta possibilidade. A Meditação é algo que todos deveríamos fazer. Contigo
aprendi a ter de novo a luz na minha vida. Um bem-haja.

Susana, Corroios

TESTEMUNHO 3

Vou começar por escrever uma frase que nunca esquecerei:


«No silêncio nós mostramos o que somos.»
Este ensinamento foi muito importante para mim. Aprendi a dar mais um passo
firme nesta vida. Senti, durante várias meditações, a presença do meu Eu Superior, da
minha alma; aprendi a ouvir-me, a ouvir o meu coração, o amor divino. Estou grato por
mais esta bênção e pela paz interior encontrada. De facto, é no silêncio que mostramos o
que somos.

Pedro, Lisboa
TESTEMUNHO 4

É uma experiência maravilhosa. Descobri uma vertente da minha personalidade na


qual nunca tinha reparado convenientemente. Agora, sei mais qualquer coisa sobre mim
mesmo e sobre o que vim fazer a este mundo. Numa única frase posso descrever uma
viagem ao meu íntimo, ao meu «eu». Foi uma viagem ao passado e ao futuro, centrando-
me no agora.

Luís, Barreiro

TESTEMUNHO5

Querida Isabel, obrigada por me ajudar através da partilha do seu conhecimento.


Posso perceber um pouco melhor quem sou, olhar para dentro, conhecer-me melhor e
seguir a minha trajectória enquanto alma. Sempre em contínua melhoria.

Alexandra, Porto

TESTEMUNHO 7

Quero participar em mais aulas. Foi uma experiência muito boa. Fiquei mais calmo
e, agora, já sei como deverei proceder em casa quando o meu mano andar à bulha
comigo.

Luís Miguel, Sintra

TESTEMUNHO 8

O amor, afinal, mora no coração. Luz e paz para todos os meninos. Muitos
beijinhos e um «xi – coração» apertado.

Isabel, Costa da Caparica

TESTEMUNHO 9

Muito louco. Não há limites. Gostei muito e quero repetir esta experiência.

Manuel, Porto

Nos meus livros Crianças de Um Novo Mundo – Os Índigo e Crianças de Um


Mundo Novo – Os Cristal foram incluídos testemunhos para explicar melhor a temática
que abordámos. Recebi vários e-mails ao longo destes anos a agradecer estes
testemunhos, pois muitas famílias se reviram neles e sentiram-se envoltas em mais paz,
por perceberem que não eram as únicas que procuravam soluções para os seus
problemas e uma vida melhor para os seus filhos.
Alguns professores agradeceram-me porque, através dos testemunhos, puderam
tomar um contacto mais próximo com alguns exemplos que os ajudaram a gerir casos
reais e, consequentemente, puderam tomar decisões mais acertadas.
O testemunho é importante para desmistificar estes temas e para a sociedade
perceber que são comuns e naturais em todas as casas e em todas as salas de aula.
O meu obrigada aos meus alunos, de todas as idades, que deram o seu
testemunho para este livro. Fico eternamente grata pela sua confiança, pelo tempo que,
todas as semanas, passamos em conjunto, pela sua amizade e pelo carinho
demonstrado.
A cada aula que dou, a minha alma fica cada vez mais em paz. Vejo os resultados
a acontecer na vida de todos aqueles que me procuram e o sorriso estampado nos seus
rostos. Seria engraçado abrir uma exposição de fotografia com os rostos no primeiro dia
que me consultam e os mesmos rostos, plenos de felicidade, algumas semanas depois.
Cada aluno mais novo mostrou-me que tudo o que vive é sagrado e que é
importante pensar e sentir assim. Todos os seres ressoam entre si. Ressoar em paz e
amor é o próximo passo que a Humanidade vai dar.
Mal nasce, a criança é influenciada pelo ambiente que a rodeia. Absorve os bons e
os maus momentos, os bons e os maus ensinamentos. Um dia será reflexo precisamente
disso. Um dia já não saberá bem quem é afinal. Meditando mantém-se fiel à sua origem.
Os trabalhos de Meditação em família revelaram como é bom aprender a técnica e
conhecer melhor as capacidades de cada um. Além do exercício de expansão de
consciência, podem partilhar-se sentimentos, ideias e ainda problemas nunca antes
abordados. O medo que os pais têm de falhar é imenso e o medo que a criança tem de
perder o amor dos pais também o é, e este medo constitui uma grande barreira ao bom
entendimento. Se meditarmos, a ambiente torna-se mais sereno e surge a hipótese de
um entendimento equilibrado.
Fantástico são todos os seres. Com eles aprendi muito sobre mim mesma. Que a
meditação seja uma mais valia nas nossas vidas e que estas sejam firmes, cheias de
sucesso e repletas de paz, amor e saúde.

São os meus votos sinceros.

«A amizade só pode ter lugar através


do desenvolvimento do respeito mútuo
e dentro de um espírito de sinceridade.»

DALAI LAMA
Aulas de Meditação

Dou aulas de Meditação em Lisboa. Destas aulas fazem parte as técnicas


meditativas, as mudras, as mandalas, as cores, a imaginação e a criatividade.
As aulas são destinadas às crianças e aos jovens que necessitam de apoio em
casos de hiperactividade, de construção da auto-estima e da auto-afirmação, de
obesidade, de mau aproveitamento escolar, de défice de atenção, de falta de
concentração, de depressão, de ansiedade e de perturbações do sono, entre outros
problemas que afectam os mais novos.
Este trabalho pode ser efectuado como complemento das actividades escolares,
contribuindo, assim, para uma melhoria significativa dos resultados finais.
Alguns dos problemas mais comuns na vida das famílias está intimamente ligado
ao tempo dispendido com jogos de computador, ao acesso prolongado à Internet, à
visualização contínua de televisão, ao consumo de droga, de álcool, à busca de estímulos
rápidos que proporcionem algum prazer imediato e popular. A Meditação fornece
estímulos internos, sem dependências externas e sem poluição.
Se as nossas qualidades enquanto indivíduos fossem utilizadas na sua máxima
potência, este planeta seria um conto de fadas.

CONTACTOS:

E-mail: criancasde1novomundo@yahoo.com
Telefone: (00351) 938 159 613

Um abraço,

ISABEL LEAL
Bibliografia de apoio

BRENNAN, Barbara Ann, Luz Emergente, Editora Pensamento, 1993.


CHEN, Chão-Hsiu, Feng Shui do Corpo, Editora Pergaminho, 2000.
CHARROUX, Robert, O Livro dos Mundos Esquecidos, Edições 70, 1971.
GYALTSEN, Lama Khetsung, Entre o Samsara e o Nirvana, Editora Pergaminho,
2006.
DALAI, Lama, O Caminho para a Serenidade, Editora Presenºça, 2004.
DALAI, Lama, Uma vida de Compaixão, Editora Pergaminho, 2007.
FALARDEAU, Guy, As Crianças Hiperactivas, Edições Cetop, 1997.
FONTANA, David, Teaching Meditation to Children, Watkins Publishing, 2007.
GOLEMAN, Daniel, A Arte da Meditação, Editora Sextante, 2006.
KIRKWOOD, Annie, Prayers, Affirmations & Meditations for Daily Living, Blue
Dolphin Publishing, 1997.
OSHO, Meditação, Editora Pergaminho, 2000.
POLICH, Judith Bluestone, Return of the Children of Light, Bear & Co, 2000.
PROPHET, Elizabeth Clare, Meditação, Summit Univ. Press, 2003.
RENSSEN, Marielle, Meditação e Relaxamento, Editoral Estampa, 2006.
ROZMAN, Deborah, Meditação para Crianças, Ground Editora, 1976.
SAAVEDRA, Beth Wilson, Meditação para as Mães de Crianças Pequenas,
Edições Rocco, 2000.
SOGYAL, Rinpoche, O Livro Tibetano da Vida e da Morte, Editora Prefácio, 1993.
TOLLE, Ecknart, Um Novo Mundo, Editora Pergaminho, 2006.
VIRTUE, Doreen, Angel Medicine, Hay house, 2004.
WEISS, Brian, Meditação, Editora Pergaminho, 2003.
YESHE, Lama, Wisdom Energy, Wisdom Publications, 1994.

«Transformar o nosso e a nossa mente


é compreender como funcionam os pensamentos
e as emoções»

DALAI LAMA

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