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Através da presente carta, o Bloco de Esquerda de Sintra vem dar o seu contributo no âmbito da
consulta pública do projecto de Loteamento Urbano Quinta das Flores Residence, doravante
referido como empreendimento.
A freguesia de Agualva tem mais de 50 mil habitantes e está integrada na cidade de Agualva Cacem,
com cerca de 120 mil residentes.
A freguesia de Massamá tem cerca de 30 mil habitantes e está integrada na cidade de Queluz, que
conta com mais de 100 mil habitantes.
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Ambas as cidades, e estas duas freguesias em particular, se debatem com problemas derivados de
quatro décadas de crescimento urbano desregulado e pouco cuidado, tais como as dificuldades de
mobilidade interna, falta de espaços verdes ou equipamentos de saúde, educativos e sociais
insuficientes para responder às necessidades da população.
Este empreendimento irá contribuir para piorar uma situação que já é complicada, pois a
construção de um novo bairro, com 16 prédios de quatro a sete pisos acima do solo, onde irão
habitar cerca de 1800 pessoas, irá continuar ocrescimento urbano e populacional numa zona onde
este deveria ser contido.
Apesar de se estar projectado para a zona de fronteira entre as referidas freguesias, verifica-se que o
bairro que ficará localizado, na sua grande maioria, na Freguesia de Agualva, do que vai resultar:
Por outro lado, o aparecimento de um bairro tão distante do centro da freguesia a que pertence, e tão
próximo do centro de outra freguesia, acabará por gerar a reivindicação de uma mudança dos
limites da Freguesia de Massamá, solução que irá facilitar a vida às pessoas mas não resolverá o
problema do aumento de pressão sobre os equipamentos desta freguesia.
Um exemplo do que acaba de se dizer está hoje a acontecer na Quinta da Barota, urbanização que
pertence a Belas mas cuja população, devido à distância ao centro da sua freguesia e à proximidade
a Massamá , reivindica pertença a esta freguesia;
Na verdade, não há distinção entre o Território previsto para o Parque e o território onde o
empreendimento irá surgir, pelo que, face às necessidades de espaços verdes, aquela área deveria
ser considerada como zona natural de alargamento do futuro Parque.
Para tal, é preciso que, no imediato, o empreendimento não seja viabilizado, para que, ao abrigo do
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artigo 72º do Decreto Lei 380/99 de 22 de Setembro, se possa vir a altrerar a classificação de
terreno urbanizavel inscrita no Plano Director Municipal.
Existem mais de 300 mil fogos devolutos no território nacional, e que uma parte considerável destes
se situa no concelho de Sintra – no censos de 2001 são apontadas 30 mil, mas é bem possível que
este número tenha aumentado.
É possível observar, nas urbanizações de ambas as freguesias, e nas cidades onde estas estão
englobadas, que existem dezenas de casas vazias e para venda (muitas delas em empreendimentos
deste mesmo promotor).
Estes argumentos reforçam a ideia de que a construção deste empreendimento não se justifica, uma
vez que, aliada a necessidade de contenção do betão, não existe necessidade de nova habitação;
Alguns aspectos que não considerados no Resumo Não Técnico do Estudo de impacto
Ambiental
Na zona da intervenção, ou na sua fronteira, existe um corredor de linhas Alta Tensão que não é
mencionada no RNTEIA. Sabemos a polémica que a proximidade das linhas de Alta Tensão a zonas
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urbanas tem causado no país. Se é errado implantar estas infra estrtuuras perto de habitações,
contrariando o principio da precaução, mais errado será construir novas casas junto de linhas já
montadas.
No RNTEIA não encontramos referências a um conjunto de situações que devem ser tidas em
contas e que terão implicação para a qualidade de vida das populações que já habitam as freguesias
em questão e naqueles que irão chegar.
Não é definido com clareza qual o destino a dar à zona de montado que existe na área de
implantação do empreendimento. Há uma sugestão de que ficarão numa “suposta zona verde”, mas
isto não é dito com clareza. Sendo o sobreiro uma espécie protegida por lei, deveria haver
informação concreta sobre o assunto.
Não se faz qualquer menção aos impactos que esta urbanização trará nos equipamentos de saúde,
educação e serviços sociais das freguesias para onde está previsto. Como já tivemos possibilidade
de observar, não são questões menores.
Os impactos relacionados com a ferrovia também não são tidos em conta, quer se trate do aumento
da utilização dos comboios da linha de Sintra ou do do ruído que a proximidade à infra estrutura
trará ao bairro.
André Beja
Helena Carmo
João Silva
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