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Fonte/Crédito: www.advocaciaclovismalheiros.adv.br
Essa mistura de tempos rural e urbana viabiliza o que é chamada de aposentadoria híbrida.
Trata-se de uma aposentadoria por idade urbana, mas cujo requisito de tempo de contribuição
é formado por alternância das atividades urbanas e rurais.
Como vigora a regra de que o tempo rural não gera a necessidade do respectivo pagamento, a
decisão da TNU pode ser uma mão na roda para quem faltava muito pouco para completar o
requisito da aposentadoria por idade, mas desconhecia que o tempo rural poderia ser
resgatado para esse fim ou mesmo dispunha na atualidade de condições financeiras de
continuar pagando o INSS, com o propósito de completar o tempo urbano.
A Turma Nacional, ao assim julgar, permite que os requisitos da aposentadoria por idade não
sejam integralizados exclusivamente por atividade urbana.
O relator do caso, o juiz Marcos Antônio Garapa de Carvalho, entendeu que tal raciocínio deve
ser multiplicado em outros juizados federais brasileiros. Até porque o STJ já vem acatando a
ideia. Garapa destacou que no julgamento do REsp n.º 1.407.613/RS, o STJ firmou que “(…)
seja qual for a predominância do labor misto no período de carência ou o tipo de trabalho
exercido no momento do implemento do requisito etário ou do requerimento administrativo,
o trabalhador tem direito a se aposentar com as idades citadas no § 3º do art. 48 da Lei
8.213/1991, desde que cumprida a carência com a utilização de labor urbano ou rural. Por
outro lado, se a carência foi cumprida exclusivamente como trabalhador urbano, sob esse
regime o segurado será aposentado (caput do art. 48), o que vale também para o labor
exclusivamente rurícola (§§1º e 2º da Lei 8.213/1991)”.
Com a consolidação do entendimento de se utilizar do tempo rural para completar o que
faltava para a aposentadoria por idade urbana, o Poder Judiciário facilita que mais pessoas
possam ter acesso ao jubilamento por velhice.