A Interdisciplinaridade E Psicologia Na Área Da Saúde.
A interdisciplinaridade é a incorporação dos resultados de várias disciplinas, tomando-
lhes de empréstimos, conceitos de análises para integrá-los, após comparar e julgar esses conceitos, pressupondo a intersubjetividade, não pretendendo, pois, a construção de uma “superciência”, mas a mudança de atitude frente ao problema, uma substituição da ideia fragmentada do ser humano, por uma mais unitária. Dessa forma, a interdisciplinaridade se caracteriza por uma colaboração entre disciplinas diversas ou entre setores de heterogêneos de uma mesma ciência. A preocupação com a interdisciplinaridade remonta dos sofistas e romanos, tendo um pico no século XVII, com o desenvolvimento da enciclopédia, e sofre um grande impacto no século XIX com o avanço científico, crescimento tecnológico e, consequentemente, multiplicação de tarefas, divisão do trabalho e socialização. Essa preocupação volta-se devido a fragmentação dos saberes e práticas, resultando na realidade fragmentária da visão humana. Com isso, essa nova epistemologia vem para restaurar as significações humanas do conhecimento, vinculando o homem com o mundo onde ele reside. Assim, esta visão não pretende destruir o desenvolvimento das especialidades científicas, mas fazer com que o especialista enxergue o homem em sua totalidade.
Saúde: Um novo conceito e a necessidade interdisciplinar
A área da saúde, tido como representante a medicina contemporânea, apresentou-se
bastante fragmentada. Devido ao seu sucesso com a classificação das ciências naturais, o uso do método anátomoclínico e da experimentação, a ideia organicista da doença foi bastante acentuado, mas, por outro lado, reconheceu os fatores genéticos, socioeconômicos, ambientais e psicológicos, trazendo para o campo da saúde, a microbiologia, ciências sociais, psicologia e imunologia, partindo de um olhar multifatorial, abandonando, pois, a antiga concepção linear da causalidade da doença. Contudo, apesar desses acontecimentos, a visão de unicidade não foi o suficiente para alterar a visão fragmentária, pois, para que isso acontecesse, dependeria das inter-relações dos cientistas, tentando ampliar o olhar a todos os domínios do conhecimento, e percebendo o homem como objetivo de sua pesquisa. É este foco que permitirá uma análise das condições reais em que se produzem, restaurando a concepção unitária do fenômeno humano. Essa perspectiva levou-nos à adesão a um conceito de saúdo como qualidade inerente ao homem, resultante do consumo de uma série de meios de vida e da capacidade produtiva do indivíduo, dependendo do grau de desenvolvimento da sociedade como um todo. Dessa forma, é permitido a participação de ciências como a psicologia, sociologia, antropologia para a abordagem da saúde e doença.