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IRS LEI N.

º 11 /2009
PRIMEIRA ALTERAÇÃO AO CÓDIGO DO IMPOSTO SOBRE O
RENDIMENTO DE PESSOAS SINGULARES (IRS)
DIÁRIO DA REPÚBLICA 68
Quinta – Feira, 8 de Outubro de 2009

Versão 1.0
Carlos Neves
Dedico este livro a minha querida esposa que me deu dois lindos filhos

Carlos Neves
LEI N.º 11/2009 - PRIMEIRA ALTERAÇÃO AO CÓDIGO DO IRS

IRS
LEI N.º 11/2009
PRIMEIRA ALTERAÇÃO AO CÓDIGO DO IMPOSTO SOBRE O
RENDIMENTO DE PESSOAS SINGULARES (IRS)
DIÁRIO DA REPÚBLICA Nº 68
Quinta – Feira, 8 de Outubro de 2009

Titulo
Código do Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Singulares (IRS)
Lei n.º 11 /2009
Autor
Carlos Neves
Editor
Carlos Neves
Projeto Gráfico
Carlos Neves
gemboo@hotmail.com
Versão 1.0
Organizado e paginado por: Carlos Neves 2
DIÁRIO DA REPÚBLICA Nº 68 - Quinta – Feira, 8 de Outubro de 2009

Índice

Título I Incidência ................................................................................................... 10


Capítulo I Incidência Real .................................................................................... 10
Secção I Disposição introdutória ..................................................................... 10
Artigo 1.º Caracterização do Imposto ...................................................... 10
Secção II Categoria A....................................................................................... 10
Artigo 2.º Objeto ..................................................................................... 10
Artigo 3.º Rendimentos de trabalho dependente .................................... 11
Artigo 4.º Conceito de trabalho dependente e de entidade patronal ....... 12
Artigo 5.º Pensões ................................................................................... 13
Artigo 6.º Rendimentos da categoria A isentos ........................................ 14
Artigo 7.º Isenção do pessoal estrangeiro das missões diplomáticas ........ 15
Secção III Categoria B ...................................................................................... 15
Artigo 8.º Objeto ..................................................................................... 15
Artigo 9.º Conceito de rendimentos empresariais e profissionais ............ 15
Artigo 10.º Conceito de atividades empresariais ou profissionais ............ 17
Artigo 10.ºA Isenção ................................................................................ 17
Artigo 11.º Atividades comerciais e industriais, agrícolas, silvícolas ou
pecuárias .................................................................................................. 17
Artigo 11.ºA Facto gerador do imposto ................................................... 18
Secção IV Categoria C...................................................................................... 18
Artigo 12.º Objeto ................................................................................... 18
Artigo 13.º Rendimentos de capitais ........................................................ 18
Artigo 14.º Rendimentos de capital mobiliário......................................... 19
Artigo 15.º Rendimentos obtidos pela participação no capital de qualquer
tipo de entidades ...................................................................................... 19
Artigo 16.º Rendimentos obtidos pela cessão temporária a terceiros de
capitais próprios ....................................................................................... 19
Artigo 17.º Rendimento de capital imobiliário ......................................... 20

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LEI N.º 11/2009 - PRIMEIRA ALTERAÇÃO AO CÓDIGO DO IRS

Artigo 18.º Facto gerador dos rendimentos de capitais............................ 21


Secção V Categoria D ...................................................................................... 21
Artigo 19.º Objeto ................................................................................... 21
Artigo 20.º Incrementos patrimoniais ...................................................... 21
Artigo 21.º Avaliação dos incrementos patrimoniais ................................ 22
Artigo 22.º Valor de aquisição e de transmissão ...................................... 22
Artigo 23.º Montante efetivo da aquisição dos elementos patrimoniais .. 22
Artigo 24.º Valor de aquisição a título gratuito ........................................ 23
Artigo 25.º Valor de aquisição a título oneroso de bens imóveis .............. 23
Artigo 26.º Valor de aquisição de transferência entre patrimónios .......... 23
Artigo 27.º Valor de aquisição a título oneroso de partes sociais e de
outros valores mobiliários ......................................................................... 23
Artigo 28.º Valor de aquisição a título oneroso de bens importados ........ 24
Artigo 29.º Valor de aquisição a título oneroso de outros elementos
patrimoniais.............................................................................................. 24
Artigo 30.º Montante efetivo da alienação dos elementos patrimoniais .. 24
Artigo 31.º Divergência de valores........................................................... 25
Artigo 32.º Relações especiais ................................................................. 25
Artigo 33.º Isenção parcial na alienação de casa própria.......................... 25
Capítulo II Incidência Pessoal .............................................................................. 25
Artigo 34.º Sujeito passivo ....................................................................... 25
Artigo 35.º Âmbito da sujeição ................................................................ 26
Artigo 36.º Residência ............................................................................. 26
Artigo 37.º Rendimentos obtidos em território são-tomense................... 26
Artigo 38.º Cotitularidade de rendimentos .............................................. 27
Artigo 39.º Imputação especial ................................................................ 27
Título II Determinação do rendimento coletável ..................................................... 29
Capítulo I Regras Gerais ...................................................................................... 29
Artigo 40.º Determinação do rendimento coletável das categorias A e B . 29
Artigo 41.º Determinação do rendimento coletável das categorias C e D . 29

Organizado e paginado por: Carlos Neves 4ii


DIÁRIO DA REPÚBLICA Nº 68 - Quinta – Feira, 8 de Outubro de 2009

Artigo 42.º Valores fixados em moeda diversa da dobra .......................... 29


Artigo 43.º Rendimentos em espécie ....................................................... 30
Capítulo II Rendimentos do Trabalho Dependente .............................................. 30
Artigo 44.º Determinação do rendimento coletável ................................. 30
Capítulo III Rendimentos Empresariais e Profissionais ......................................... 31
Artigo 45.º Regras de determinação dos rendimentos empresariais e
profissionais.............................................................................................. 31
Artigo 46.º Delimitação do património empresarial ................................. 31
Artigo 47.º Rendimento de atos isolados ................................................. 32
Artigo 48.º Regime simplificado de determinação do lucro tributável ...... 32
Artigo 49.º Encargos não dedutíveis para efeitos fiscais........................... 32
Artigo 50.º Dedução de prejuízos fiscais .................................................. 33
Artigo 51.º Realização do capital social com entrada do património
empresarial ............................................................................................... 33
Artigo 52.º Deduções de perdas .............................................................. 34
Capítulo IV Rendimentos de Capitais e Incrementos Patrimoniais ....................... 34
Artigo 53.º Regras de determinação dos rendimentos de capitais e dos
incrementos patrimoniais ......................................................................... 34
Artigo 54.º Eliminação da dupla tributação económica de rendimentos
obtidos pela participação em fundos próprios de qualquer tipo de
entidades .................................................................................................. 34
Título III Processo de determinação do rendimento coletável ................................. 36
Artigo 55.º Declaração de rendimentos ................................................... 36
Artigo 56.º Dispensa de apresentação de declaração ............................... 36
Artigo 57.º Rendimentos litigiosos........................................................... 37
Artigo 58.º Falecimento de titular de rendimentos .................................. 37
Artigo 59.º Apuramento do rendimento coletável com base na declaração
anual......................................................................................................... 37
Artigo 60.º Apuramento do rendimento coletável com base em outros
elementos................................................................................................. 37
Artigo 61.º Aplicação de métodos indiciários ........................................... 38

5
iii
LEI N.º 11/2009 - PRIMEIRA ALTERAÇÃO AO CÓDIGO DO IRS

Artigo 62.º Alterações dos elementos declarados .................................... 38


Artigo 63.º Competência para o apuramento ou alteração do rendimento
coletável ................................................................................................... 38
Artigo 64.º Notificação e fundamentação dos atos .................................. 38
Artigo 65.º Revisão dos atos de fixação ................................................... 39
Título IV Taxas ........................................................................................................ 40
Artigo 66.º Taxas de englobamento aplicáveis às categorias A, B e D ....... 40
Artigo 67.º Taxas de retenção por conta dos rendimentos da categoria A40
Artigo 68.º Taxa de retenção por conta sobre rendimentos da categoria B
de residentes ............................................................................................ 41
Artigo 69.º Taxa liberatória sobre rendimentos ilíquidos ......................... 41
Artigo 70.º Englobamento dos rendimentos líquidos da categoria D........ 42
Título V Liquidação ................................................................................................. 43
Artigo 71.º Competência para a liquidação .............................................. 43
Artigo 72. º Prazo para liquidação............................................................ 43
Artigo 73.º Deduções à coleta ................................................................. 43
Artigo 74.º Deduções relativas à situação pessoal e familiar .................... 44
Artigo 75.º Dupla tributação internacional .............................................. 44
Artigo 76.º Dedução à coleta relativas às despesas com a saúde ............. 45
Artigo 77º Dedução à coleta relativa às despesas com a educação e
formação .................................................................................................. 45
Artigo 78º Deduções à coleta relativas a encargo com os imóveis............ 45
Artigo 79.º Liquidação adicional .............................................................. 46
Artigo 80.º Liquidações corretivas no regime de transparência fiscal ....... 46
Artigo 81.º Liquidações corretivas em caso de relações especiais ............ 46
Artigo 82.º Juros compensatórios ............................................................ 47
Artigo 83.º Prazo de caducidade .............................................................. 47
Artigo 84.º Revisão oficiosa ..................................................................... 48
Artigo 85.º Limites mínimos .................................................................... 48
Artigo 86.º Restituição oficiosa do imposto ............................................. 48

Organizado e paginado por: Carlos Neves 6


DIÁRIO DA REPÚBLICA Nº 68 - Quinta – Feira, 8 de Outubro de 2009

Título VI Pagamento ............................................................................................... 49


Artigo 87.º Pagamento do imposto.......................................................... 49
Artigo 88.º Retenção na fonte - regras gerais........................................... 49
Artigo 89.º Retenção na fonte sobre rendimentos da categoria A ............ 49
Artigo 90.º Retenção na fonte em caso de rendimentos da categoria A
devidos por uma única entidade ............................................................... 50
Artigo 91.º Retenção sobre rendimentos de outras categorias ................ 50
Artigo 92.º Pagamentos por conta ........................................................... 50
Artigo 93.º Juros compensatórios nos casos de retenção na fonte ........... 51
Artigo 94.º Responsabilidade do substituto por quantias não retidas ...... 52
Artigo 95.º Responsabilidade do substituto por quantias retidas e não
entregues.................................................................................................. 53
Artigo 96.º Responsabilidade do substituto por registo incorreto na
contabilidade ............................................................................................ 53
Artigo 97.º Regras de pagamento dos rendimentos da categoria B .......... 53
Artigo 98.º Falta de pagamento do imposto autoliquidado ...................... 53
Artigo 99.º Pagamento do imposto anual liquidado pelos serviços .......... 54
Artigo 100.º Falta de pagamento de retenções na fonte e de pagamentos
por conta .................................................................................................. 54
Artigo 101.º Modalidades de pagamento ................................................ 54
Artigo 102.º Local de pagamento ............................................................ 55
Artigo 103.º Impressos de pagamento ..................................................... 55
Artigo 104.º Compensação ...................................................................... 55
Artigo 105.º Juros de mora ...................................................................... 55
Artigo 106.º Privilégios creditórios .......................................................... 55
Artigo 107.º Transferência de rendimentos para o estrangeiro ................ 56
Título VII Obrigações Acessórias ............................................................................. 57
Artigo 108.º Obrigações declarativas ....................................................... 57
Artigo 109.º Prazos de apresentação das declarações ............................. 58
Artigo 110.º Local de apresentação das declarações ................................ 59

v7
LEI N.º 11/2009 - PRIMEIRA ALTERAÇÃO AO CÓDIGO DO IRS

Artigo 111.º Emissão de recibos e faturas ................................................ 59


Artigo 112.º Obrigações contabilísticas.................................................... 59
Artigo 113.º Obrigações de escrituração do grupo 2 ................................ 59
Artigo 114.º Transição entre grupos ........................................................ 60
Artigo 115.º Centralização, arquivo e escrituração de livros..................... 60
Artigo 116.º Comunicação de rendimentos e retenções .......................... 60
Artigo 117.º Rendimentos isentos, dispensados de retenção ................... 61
Artigo 118.º Informação das seguradoras ................................................ 61
Artigo 119.º Notários, conservadores e oficiais de justiça ........................ 61
Artigo 120.º Sociedades corretoras e sociedades financeiras de
corretagem ............................................................................................... 62
Artigo 121.º Documentos comprovativos de encargos............................. 62
Artigo 122.º Obrigação de comprovar os elementos das declarações ...... 62
Artigo 123.º Representantes ................................................................... 63
Artigo 124.º Pluralidade de obrigados ..................................................... 63
Artigo 125.º Alienação de valores mobiliários.......................................... 63
Artigo 126.º Depósito de ações e outros valores mobiliários ................... 64
Título VIII Disposições finais.................................................................................... 65
Artigo 127.º Competência territorial ....................................................... 65
Artigo 128.º Ano fiscal ............................................................................. 65
Artigo 129.º Declarações e outros documentos ....................................... 65
Artigo 130.º Envio de documentos pelo correio ....................................... 65
Artigo 131.º Registo dos sujeitos passivos ............................................... 66
Artigo 132.º Classificação das atividades ................................................. 66
Artigo 133.º Atualização de valores ......................................................... 66
Artigo 134.º Fixação do salário mínimo nacional...................................... 66

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vi
DIÁRIO DA REPÚBLICA Nº 68 - Quinta – Feira, 8 de Outubro de 2009

CÓDIGO DO IMPOSTO SOBRE O


RENDIMENTO DAS PESSOAS
SINGULARES (IRS)

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LEI N.º 11/2009 - PRIMEIRA ALTERAÇÃO AO CÓDIGO DO IRS

Título I
Incidência

Capítulo I
Incidência Real

Secção I
Disposição introdutória

Artigo 1.º
Caracterização do Imposto

1. O Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Singulares (IRS) incide sobre o valor
dos rendimentos tal como determinado nos termos deste Código.

2. Os rendimentos a que se refere o número anterior provêm das categorias


seguintes:

a) Categoria A: rendimentos do trabalho dependente e de pensões;

b) Categoria B: rendimentos empresariais e profissionais;

c) Categoria C: rendimentos de capitais;

d) Categoria D: incrementos patrimoniais.

3. Os rendimentos, quer em dinheiro, quer em espécie, e mesmo quando


provenientes de atos ilícitos, ficam sujeitos à tributação, nos termos definidos
neste Código, seja qual for a moeda e a forma por que sejam auferidos.

Secção II
Categoria A

Artigo 2.º
Objeto

Ficam compreendidos na categoria A os rendimentos do trabalho dependente e as


pensões e rendas vitalícias ou rendimentos de natureza equiparável.

Organizado e paginado por: Carlos Neves 10


DIÁRIO DA REPÚBLICA Nº 68 - Quinta – Feira, 8 de Outubro de 2009

Artigo 3.º
Rendimentos de trabalho dependente

1. Consideram-se rendimentos de trabalho dependente, compreendidos na


Categoria A deste imposto, todas as remunerações ou utilidades, principais ou
acessórias, pagas ou postas à disposição do seu titular, qualquer que seja a sua
denominação ou natureza, provenientes direta ou indiretamente de:

a) Ordenados, salários, vencimentos, indemnizações por despedimento, horas


extraordinárias, comissões ou bónus, gratificações, percentagens, subsídios,
participações ou prémios, senhas de presença, emolumentos e participações
em multas;

b) Honorários dos membros dos órgãos estatutários das pessoas coletivas e


entidades equiparadas e outras remunerações em virtude do exercício
dessas funções;

c) O valor de presentes oferecidos pelo empregador ao trabalhador;

d) Qualquer subsídio atribuído pelo empregador em benefício de um


trabalhador;

e) Os subsídios de viagem, e as importâncias auferidas pela utilização de


automóvel próprio ao serviço da entidade patronal, na parte em que ambas
excedam os limites legais ou até ao limite dos quantitativos estabelecidos
para os funcionários do Estado, como remunerações fixas equivalentes ou
mais aproximadas;

f) Qualquer pagamento atribuído pelo empregador devido à perda, quaisquer


alterações ou ao termo do contrato de trabalho;

g) Quaisquer pagamentos efetuados no termo do contrato de trabalho,


relativos a montantes a que o trabalhador tem direito e ainda não pagos,
independentemente da designação dos mesmos;

h) As verbas para as despesas de representação, de que não tenham sido


prestadas contas até ao fim do exercício;

i) O reembolso ou quitação pelo empregador de qualquer despesa do


trabalhador, incluindo despesas domésticas ou despesas de saúde;

j) O montante que um empregador tem direito e renuncia, caso o trabalhador


tenha a obrigação de lhe pagar um determinado montante;

11
LEI N.º 11/2009 - PRIMEIRA ALTERAÇÃO AO CÓDIGO DO IRS

k) Os abonos para falhas devidos a quem no seu trabalho tenha de movimentar


numerário, na parte que exceda l0% da remuneração mensal fixa;

l) Os abonos de família e respetivas prestações complementares, exceto na


parte que não exceda os limites legais estabelecidos;

m) O subsídio de refeição, na parte em que exceder um terço do salário mínimo


legalmente estabelecido;

n) Importâncias despendidas pela entidade patronal com seguros de doença


não obrigatórios e acidentes pessoais não laborais, seguros e operações do
ramo «Vida», contribuições para fundos de pensões e para quaisquer
regimes complementares de segurança social;

o) Os subsídios de residência ou equivalentes quando não sejam prestadas


contas no fim do ano fiscal de que os montantes foram aplicados ao fim a
que se destinam;

p) Os resultantes da utilização pessoal pelo trabalhador ou membro de órgão


social, de viatura automóvel que gere encargos para a entidade patronal;

q) As importâncias despendidas pela entidade patronal com viagens e estadas,


de turismo e similares, não conexas com as funções exercidas pelo
trabalhador ao serviço da mesma entidade;

r) Os impostos e outros encargos legais devidos pelo trabalhador e que a


entidade empregadora tome sobre si;

s) Quaisquer outros direitos, benefícios ou regalias não incluídos na


remuneração principal que sejam auferidos devido à prestação de trabalho
ou em conexão com esta e constituam para o respetivo beneficiário uma
vantagem económica;

t) Outras remunerações acessórias, periódicas ou não, fixas ou variáveis, de


natureza contratual ou não.

2. Consideram-se remunerações acessórias todos os direitos, benefícios ou regalias


não incluídos na remuneração principal que sejam auferidos devido à prestação
de trabalho ou em conexão com esta e constituam para o respetivo beneficiário
uma vantagem económica.

Artigo 4.º
Conceito de trabalho dependente e de entidade patronal

Organizado e paginado por: Carlos Neves 12


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1. Para efeitos deste imposto, considera-se trabalho dependente:

a) Trabalho por conta de outrem prestado ao abrigo de contrato individual


de trabalho ou de outro a ele legalmente equiparado;

b) Trabalho prestado ao abrigo de contrato de aquisição de serviços ou


outro de idêntica natureza, desde que seja prestado sob a autoridade e a
direção da pessoa do adquirente dos serviços;

c) Exercício de função, serviço ou cargo públicos;

d) Situações de pré-reforma, pré-aposentação ou reserva, com ou sem


prestação de trabalho, bem como de prestações atribuídas, a qualquer
título, antes de verificados os requisitos exigidos nos regimes
obrigatórios de segurança social aplicáveis para a passagem à situação de
reforma ou, mesmo que não subsista o contrato de trabalho, se mostrem
subordinadas à condição de serem devidas até que tais requisitos se
verifiquem, mesmo que devidas por fundos de pensões ou outras
entidades, que se substituam à entidade originariamente devedora.

2. Para efeitos deste imposto, considera-se entidade patronal toda aquela que pague
ou coloque à disposição remunerações que constituam rendimentos de trabalho
dependente nos termos dos artigos seguintes, sendo a ela equiparada qualquer
outra entidade que com ela tenha relações especiais, nos termos definidos no
Código do Imposto sobre Rendimento de Pessoas Coletivas (IRC).

Artigo 5.º
Pensões

1. Consideram-se pensões, compreendidas na Categoria A deste imposto:

a) As prestações devidas a título de pensões de aposentação ou de reforma,


velhice, invalidez ou sobrevivência, bem como outras de idêntica natureza;

b) As prestações a cargo de companhias de seguros, fundos de pensões, ou


quaisquer outras entidades, devidas no âmbito de regimes complementares
de segurança social em razão de contribuições da entidade patronal;

c) As pensões e subvenções não compreendidas nas alíneas anteriores,


independentemente da pessoa que tenha originado o direito à sua perceção;

d) As rendas temporárias ou vitalícias.

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LEI N.º 11/2009 - PRIMEIRA ALTERAÇÃO AO CÓDIGO DO IRS

2. A remição ou qualquer outra forma de antecipação de disponibilidade dos


rendimentos previstos no número anterior não lhes modifica a natureza de
pensões.

3. Os rendimentos referidos neste artigo ficam sujeitos à tributação desde que pagos
ou colocados à disposição dos respetivos titulares.

Artigo 6.º
Rendimentos da categoria A isentos

1. Estão isentos os seguintes rendimentos:

a) As prestações efetuadas pelas entidades patronais, para regimes obrigatórios


de segurança social que visem assegurar exclusivamente benefícios em caso
de reforma, invalidez ou sobrevivência;

b) As pensões previstas nas alíneas a) e d) do n.º 1 do artigo anterior que sejam


de quantitativo anual inferior ou igual a Dbs. 24.000.000,00;

c) Os benefícios imputáveis à utilização e fruição de realizações de utilidade


social e de lazer mantidas pela entidade patronal;

d) As bolsas concedidas pela entidade empregadora para os estudos ou cursos


do sujeito passivo ou de filhos deste, bem como as bolsas concedidas pelo
Estado ou quaisquer outras entidades sem fins lucrativos, desde que as
instituições onde são lecionados os cursos emitam certificado de inscrição e
prova bastante da frequência dos mesmos, e desde que o beneficiário não
acumule simultaneamente mais do que uma bolsa;

e) As prestações, realizadas em território são-tomense, relacionadas


exclusivamente com ações não individualizadas de formação profissional dos
trabalhadores, quer estas sejam ministradas pela entidade patronal, quer por
organismos de direito público ou entidade reconhecida como tendo
competência nos domínios da formação e reabilitação profissionais pelos
Ministérios competentes;

f) As indemnizações por despedimento até ao montante do limite legalmente


estabelecido.

2. Não se aplica o disposto da alínea d), do n.º 1 na parte que ultrapasse os limites
estabelecidos em regulamento, os quais não podem exceder o dobro dos
montantes das bolsas que o Estado São-tomense pague, em condições
equiparáveis.

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Artigo 7.º
Isenção do pessoal estrangeiro das missões diplomáticas

Fica isento de IRS, nos precisos termos do Direito Internacional aplicável:

a) O pessoal das missões diplomáticas e consulares, quanto às remunerações


auferidas nessa qualidade;

b) O pessoal ao serviço das organizações estrangeiras ou internacionais, quanto


às remunerações auferidas nessa qualidade.

Secção III
Categoria B

Artigo 8.º
Objeto

Ficam compreendidos na categoria B os rendimentos empresariais e profissionais.

Artigo 9.º
Conceito de rendimentos empresariais e profissionais

1. Consideram-se rendimentos empresariais e profissionais, compreendidos na


categoria B deste imposto, todas as contraprestações ou utilidades, pagas ou
postas à disposição do seu titular, qualquer que seja a sua denominação ou
natureza, que procedam direta ou indiretamente de atividades empresariais ou
profissionais, tais como:

a) Os decorrentes do exercício de qualquer atividade comercial, industrial,


agrícola, silvícola ou pecuária;

b) Os auferidos no exercício, por conta própria, de qualquer atividade de


prestação de serviços, incluindo as de carácter científico ou técnico, conexas
ou não com qualquer atividade mencionada na alínea anterior;

c) Os provenientes da propriedade intelectual ou industrial ou da prestação de


informações respeitantes a uma experiência adquirida no sector industrial,
comercial ou científico, quando auferidos pelo seu titular originário;

d) Os decorrentes de atividades artísticas, desportivas e ou culturais.

2. Consideram-se ainda rendimentos desta categoria:

a) Os rendimentos de capitais mobiliários ou imobiliários imputáveis a


atividades empresariais e profissionais;

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LEI N.º 11/2009 - PRIMEIRA ALTERAÇÃO AO CÓDIGO DO IRS

b) As mais-valias apuradas no âmbito das atividades empresariais e


profissionais, definidas nos termos do Código do IRC, incluindo as resultantes
da transferência para o património particular dos empresários de quaisquer
bens afetos ao ativo da empresa;

c) As importâncias auferidas, a título de indemnização, conexas com a atividade


exercida, nomeadamente a redução, suspensão e cessação desta, assim
como pela mudança do local do respetivo exercício;

d) As importâncias relativas à cessão temporária de exploração de


estabelecimento;

e) Os subsídios ou subvenções no âmbito do exercício de atividade abrangida


na alínea a) do n.º 2;

f) Os subsídios ou subvenções no âmbito do exercício de atividade abrangida


na alínea b) do n.º 2;

g) Os provenientes da prática de atos isolados referentes à atividade abrangida


na alínea a) do n.º 2;

h) Os provenientes da prática de atos isolados referentes à atividade abrangida


na alínea b) do n.º 2.

3. Para efeitos do disposto nas alíneas g) e h) do número anterior, consideram-se


rendimentos provenientes de atos isolados os que não resultem de uma prática
reiterada de uma atividade compreendida na categoria B, e decorram do
exercício acidental dessa mesma atividade.

4. Para efeitos deste imposto, consideram-se como provenientes da propriedade


intelectual os direitos de autor e direitos conexos.

5. Para efeitos do disposto na alínea a) do n.º 2, entende-se que os rendimentos de


capitais imobiliários são imputáveis a atividades empresariais e profissionais
quando concorram as seguintes circunstâncias:

a) Que no desenvolvimento destas atividades se conte, ao menos, com um local


exclusivamente destinado a levar a cabo a gestão da mesma;

b) Que para o desenvolvimento das mesmas se tenha, ao menos, uma pessoa


empregada com contrato individual de trabalho ou equivalente.

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Artigo 10.º
Conceito de atividades empresariais ou profissionais

São atividades empresariais ou profissionais as que procedendo conjuntamente do


trabalho pessoal e de capital, ou de um só destes fatores, pressuponham, da parte do
sujeito passivo, a ordenação por conta própria de meios de produção e de recursos
humanos ou de um destes, com a finalidade de intervir na produção ou distribuição
de bens ou serviços.

Artigo 10.ºA
Isenção

Ficam isentos de IRS 50% dos rendimentos provenientes de atividade exclusivamente


agropecuária, relativamente a cada exercício, após dedução dos eventuais prejuízos.

Artigo 11.º
Atividades comerciais e industriais, agrícolas, silvícolas ou pecuárias

1. Consideram-se atividades comerciais e industriais, designadamente, as seguintes:

a) Compra e venda;

b) Fabricação;

c) Pesca;

d) Explorações mineiras e outras indústrias extrativas;

e) Transportes;

f) Construção civil;

g) Urbanísticas e exploração de loteamentos;

h) Atividades hoteleiras e similares, restauração e bebidas, bem como venda ou


exploração do direito real de habitação periódica;

i) Agências de viagens e de turismo;

j) Artesanato;

k) As atividades agrícolas e pecuárias não conexas com a exploração da terra ou


em que esta tenha carácter manifestamente acessório;

17
LEI N.º 11/2009 - PRIMEIRA ALTERAÇÃO AO CÓDIGO DO IRS

l) As atividades agrícolas, silvícolas e pecuárias integradas noutras de natureza


comercial ou industrial.

2. Consideram-se atividades agrícolas, silvícolas ou pecuárias, designadamente, as


seguintes:

a) As comerciais ou industriais, meramente acessórias ou complementares


daquelas, que utilizem, de forma exclusiva, os produtos das próprias
explorações agrícolas, silvícolas ou pecuárias;

b) Caça e a exploração de pastos naturais, água e outros produtos espontâneos,


explorados diretamente ou por terceiros;

c) Explorações de marinhas de sal, algas e outras;

d) Explorações apícolas.

Artigo 11.ºA
Facto gerador do imposto

O facto gerador do imposto considera-se verificado no último dia do período de


tributação.

Secção IV
Categoria C

Artigo 12.º
Objeto

Ficam compreendidos na categoria C os rendimentos de capitais.

Artigo 13.º
Rendimentos de capitais

1. Consideram-se rendimentos de capitais a totalidade das utilidades ou


contraprestações, qualquer que seja a sua denominação ou natureza, que
provenham direta ou indiretamente de elementos patrimoniais, bens ou direitos,
cuja titularidade seja do sujeito passivo e não se encontrem afetos a atividades
empresariais ou profissionais realizadas pelo mesmo.

2. Incluem-se nos rendimentos de capitais:

Organizado e paginado por: Carlos Neves 18


DIÁRIO DA REPÚBLICA Nº 68 - Quinta – Feira, 8 de Outubro de 2009

a) Os provenientes dos bens móveis e, em geral, dos restantes bens ou direitos


de que seja titular o sujeito passivo que não se encontrem afetos a atividades
empresariais ou profissionais do mesmo;

b) Os provenientes dos bens imóveis, rústicos, urbanos ou mistos, que não se


encontrem afetos a atividades empresariais ou profissionais do sujeito
passivo.

Artigo 14.º
Rendimentos de capital mobiliário

São rendimentos de capital mobiliário os frutos e demais vantagens económicas,


qualquer que seja a sua natureza ou denominação, sejam pecuniários ou em espécie,
procedentes, direta ou indiretamente, de elementos patrimoniais, bens, direitos ou
situações jurídicas, de natureza mobiliária, tais como:

a) Rendimentos obtidos pela participação no capital de qualquer tipo de


entidades;

b) Rendimentos obtidos pela cessão temporária a terceiros de capitais próprios;

c) Outros rendimentos que provenham do capital mobiliário e em geral dos


restantes bens ou direitos tal como definido no n.º 1 do artigo 13.°, e alínea
a) do n.º 2.

Artigo 15.º
Rendimentos obtidos pela participação no capital de qualquer tipo de
entidades

Para efeitos do disposto na alínea a) do n.º 2 do artigo 13.° estão incluídos nos
rendimentos obtidos pela participação no capital de entidades, entre outros, os
dividendos e quaisquer participações nos lucros das sociedades, incluindo os
adiantamentos por conta de lucros e os apurados na liquidação, bem como qualquer
outra utilidade recebida por um sujeito em virtude da sua condição de sócio,
acionista, associado, membro de uma fundação, de uma cooperativa, ou de outra
qualquer entidade de direito público ou privado.

Artigo 16.º
Rendimentos obtidos pela cessão temporária a terceiros de capitais
próprios

Para efeitos do disposto na alínea b) do n.º 2 do artigo 13.° estão incluídos nos
rendimentos obtidos pela cessão temporária a terceiros de capitais próprios, as

19
LEI N.º 11/2009 - PRIMEIRA ALTERAÇÃO AO CÓDIGO DO IRS

contraprestações de qualquer tipo, qualquer que seja a sua denominação, em


dinheiro ou em espécie, obtidas por essa cessão, tais como:

a) Os rendimentos contáveis desde a data do último vencimento ou emissão,


primeira colocação ou endosso, se ainda não tiver ocorrido qualquer
vencimento, até à data de transmissão, bem como a diferença entre o valor
de reembolso, amortização ou vencimento e o preço de emissão, no caso de
títulos cuja remuneração seja constituída, total ou parcialmente, por essa
diferença;

b) Os juros e qualquer outra forma de remuneração acordada como


contraprestação pela cessão temporária a terceiros de capitais próprios e
que não estejam compreendidos na alínea a);

c) O rendimento proveniente da propriedade industrial ou da prestação de


informações respeitante a uma experiência adquirida no sector industrial,
comercial ou científico, que não se encontre afeta a atividades empresariais
ou profissionais realizadas pelo sujeito passivo;

d) O rendimento proveniente da propriedade intelectual, quando o sujeito


passivo não seja o seu autor;

e) O rendimento derivado da prestação de assistência técnica ou do uso, ou da


concessão do uso de equipamento agrícola, industrial, comercial ou
científico, a não ser que tenham lugar no âmbito de uma atividade
empresarial.

Artigo 17.º
Rendimento de capital imobiliário

1. São rendimentos de capital imobiliário, os provenientes da titularidade de bens


imóveis rústicos, urbanos ou mistos ou de direitos reais que recaiam sobre os
mesmos, tais como as rendas dos prédios rústicos ou urbanos pagas ou colocadas
à disposição dos respetivos titulares, bem como os provenientes da cessão de
exploração de estabelecimentos comerciais ou industriais, incluindo a dos bens
móveis naqueles existentes.

2. São havidas como rendas, independentemente do momento e do modo de


pagamento:

a) As importâncias relativas à cedência do uso do prédio ou de parte dele e aos


serviços relacionados com aquela cedência;

b) As importâncias relativas ao aluguer de máquinas e mobiliário instalado no


imóvel locado;

Organizado e paginado por: Carlos Neves 20


DIÁRIO DA REPÚBLICA Nº 68 - Quinta – Feira, 8 de Outubro de 2009

c) A diferença, auferida pelo sublocador, entre a renda recebida do


subarrendatário e a paga ao senhorio;

d) As importâncias relativas à cedência do uso, total ou parcial, de bens imóveis,


para publicidade ou outros fins especiais;

e) As importâncias relativas à cedência do uso de partes comuns de prédios em


regime de propriedade horizontal;

f) As importâncias relativas à constituição, a título oneroso, de direitos reais de


gozo temporários, ainda que vitalícios, sobre prédios rústicos, urbanos ou
mistos.

3. Presume-se que as situações previstas neste artigo dão origem ao pagamento de


rendas, a não ser que o sujeito que cede o bem faça prova do contrário.

Artigo 18.º
Facto gerador dos rendimentos de capitais

1. Os rendimentos de capital ficam sujeitos a tributação, desde o momento em que se


vencem, se presume o vencimento, são colocados à disposição do seu titular, são
liquidados ou desde a data do apuramento do respetivo quantitativo, conforme
os casos.

2. Tratando-se de mútuos, de depósitos e de aberturas de crédito, considera-se que


os juros se vencem na data estipulada, ou, na sua ausência, na data do reembolso
do capital.

Secção V
Categoria D

Artigo 19.º
Objeto
Ficam compreendidos na categoria D os incrementos patrimoniais.

Artigo 20.º
Incrementos patrimoniais

1. São incrementos patrimoniais as variações positivas no valor do património do


sujeito passivo que ocorram por ocasião de qualquer alteração na composição
daquele, salvo o disposto no n.º 2.

21
LEI N.º 11/2009 - PRIMEIRA ALTERAÇÃO AO CÓDIGO DO IRS

2. São também considerados incrementos patrimoniais os prémios de quaisquer


lotarias, rifas e apostas mútuas, totoloto, jogos do loto e bingo, bem como as
importâncias ou prémios atribuídos em quaisquer sorteios ou concursos,
efetivamente pagos ou postos à disposição.

3. Não são considerados incrementos patrimoniais as variações no valor do


património do sujeito passivo que sejam considerados para efeitos de outras
categorias tal como definidas neste Código.

Artigo 21.º
Avaliação dos incrementos patrimoniais

O montante dos incrementos patrimoniais corresponde:

a) No caso de transmissão onerosa, à diferença entre o valor de aquisição e de


transmissão dos elementos patrimoniais;

b) Nos demais casos, ao valor de transmissão dos elementos patrimoniais ou


partes proporcionais, consoante o caso.

Artigo 22.º
Valor de aquisição e de transmissão

1. O valor de aquisição é constituído pelo montante efetivo da aquisição, acrescido


dos juros pagos para essa aquisição, diminuído pelo montante da amortização
dos bens que tenha ocorrido ao abrigo das regras aplicáveis do Código do IRC e
regulamentares.

2. O valor de transmissão é constituído pelo montante efetivo da alienação do bem,


diminuído dos custos dos investimentos e melhorias efetuadas nos bens
transmitidos e dos custos e tributos inerentes à transmissão e suportados pelo
transmitente, desde que tais custos e tributos sejam devidamente comprovados.

3. Para efeitos do n.º 1, os juros só são tomados em consideração, desde que não
tenha sido autorizada nenhuma dedução dos mesmos.

Artigo 23.º
Montante efetivo da aquisição dos elementos patrimoniais

Organizado e paginado por: Carlos Neves 22


DIÁRIO DA REPÚBLICA Nº 68 - Quinta – Feira, 8 de Outubro de 2009

Para a determinação dos incrementos patrimoniais sujeitos a IRS, considera-se


montante efetivo da aquisição dos elementos patrimoniais, o valor determinado
segundo os artigos seguintes.

Artigo 24.º
Valor de aquisição a título gratuito

No caso de elementos patrimoniais adquiridos a título gratuito, o valor de aquisição é


igual ao custo da aquisição do bem pelo transmitente do mesmo a título gratuito.

Artigo 25.º
Valor de aquisição a título oneroso de bens imóveis

1. No caso de aquisição onerosa de direitos reais sobre bens imóveis, considera-se


valor de aquisição o que tiver servido para efeitos de liquidação da sisa.

2. Não havendo lugar à liquidação da sisa, considera-se o valor que lhe serviria de
base, caso fosse devida, determinado de harmonia com as regras próprias
daquele imposto.

3. O valor de aquisição de imóveis construídos pelos próprios sujeitos passivos


corresponde ao valor patrimonial inscrito na matriz, acrescido dos custos de
construção devidamente comprovados, se superior àquele.

Artigo 26.º
Valor de aquisição de transferência entre patrimónios

No caso de transferência para o património particular do titular de rendimentos da


categoria B de quaisquer bens afetos à atividade empresarial e profissional,
considera-se valor de aquisição o valor de mercado à data da transferência.

Artigo 27.º
Valor de aquisição a título oneroso de partes sociais e de outros valores
mobiliários

No caso de aquisição onerosa de partes sociais e de outros valores mobiliários,


considera-se valor de aquisição:

a) Tratando-se de valores mobiliários cotados em Bolsa, o custo


documentalmente provado ou, na sua falta, o da menor cotação verificada
nos dois anos anteriores à data da alienação, se outro menos elevado não for
declarado;

23
LEI N.º 11/2009 - PRIMEIRA ALTERAÇÃO AO CÓDIGO DO IRS

b) Tratando-se de quotas ou de outros valores mobiliários não cotados em


Bolsa, o custo documentalmente provado ou, na sua falta, o respetivo valor
nominal.

Artigo 28.º
Valor de aquisição a título oneroso de bens importados

No caso de aquisição onerosa de bens importados, considera-se valor de aquisição:

a) Tratando-se da primeira alienação onerosa, após a importação, o respetivo


valor aduaneiro;

b) Tratando-se da primeira alienação onerosa sucessiva à mencionada na alínea


a), o preço pago pelo alienante, documentalmente provado.

Artigo 29.º
Valor de aquisição a título oneroso de outros elementos patrimoniais

No caso de aquisição onerosa de outros elementos patrimoniais não referidos nos


artigos anteriores, considera-se valor de aquisição preço pago pelo alienante,
documentalmente provado.

Artigo 30.º
Montante efetivo da alienação dos elementos patrimoniais

1. Para a determinação dos incrementos patrimoniais sujeitos a IRS, considera-se


montante efetivo da alienação dos elementos patrimoniais:

a) No caso de troca, o valor atribuído no contrato aos bens ou direitos


recebidos, ou o valor de mercado, quando aquele não exista ou este for
superior, acrescidos ou diminuídos, um ou outro, da importância em dinheiro
a receber ou a pagar;

b) No caso de expropriação, o valor da indemnização;

c) No caso de afetação de quaisquer bens do património particular do titular de


rendimentos da categoria B a atividade empresarial e profissional, o valor de
mercado à data da afetação;

d) Nos demais casos, o valor da respetiva contraprestação.

Organizado e paginado por: Carlos Neves 24


DIÁRIO DA REPÚBLICA Nº 68 - Quinta – Feira, 8 de Outubro de 2009

2. Nos casos das alíneas a), b) e c) do número anterior, tratando-se de direitos reais
sobre bens imóveis, prevalecerão, quando superiores, os valores porque os bens
houverem sido considerados para efeitos de liquidação de sisa ou, não havendo
lugar a esta liquidação, os que devessem ser, caso fosse devida.

3. No caso de troca por bens futuros, os valores referidos na alínea a) do n.º 1


reportam-se à data da celebração do contrato.

4. No caso previsto na alínea c) do n.º1 deste artigo, prevalecerá, se o houver, o valor


resultante da correção a que se refere o n.º 4 do artigo 46.°.

Artigo 31.º
Divergência de valores

Quando a Administração Tributária considere fundadamente que possa existir


divergência entre o valor declarado e o valor real da transmissão, tem a faculdade de
proceder à respetiva determinação, segundo o valor do mercado.

Artigo 32.º
Relações especiais

A avaliação das operações entre entidades com relações especiais entre elas faz-se
segundo o valor de mercado tal como determinado no Código do IRC.

Artigo 33.º
Isenção parcial na alienação de casa própria

São isentos em 50% da tributação os incrementos provenientes da transmissão


onerosa de imóveis destinados a habitação própria e permanente do sujeito passivo,
desde que sejam observadas as seguintes condições:

a) O imóvel esteja situado em território são-tomense;

b) O sujeito passivo demonstre ter aí habitado permanentemente durante, pelo


menos, 5 anos.

Capítulo II
Incidência Pessoal

Artigo 34.º
Sujeito passivo

Ficam sujeitas a IRS as pessoas singulares que residam em território são-tomense as


que, nele não residindo, aqui obtenham rendimentos.

25
LEI N.º 11/2009 - PRIMEIRA ALTERAÇÃO AO CÓDIGO DO IRS

Artigo 35.º
Âmbito da sujeição

1. O IRS devido pelas pessoas residentes em território são-tomense, incide sobre a


totalidade dos seus rendimentos, incluindo os obtidos fora desse território.

2. Tratando-se de não residentes, o IRS incide unicamente sobre os rendimentos


obtidos em território são-tomense.

3. Para efeitos do disposto neste Código, o território são-tomense compreende


também as zonas onde, em conformidade com a legislação são-tomense e o
direito internacional, a República Democrática de São Tomé e Príncipe tem
direitos soberanos relativamente à prospeção, pesquisa e exploração dos
recursos naturais do leito do mar, do seu subsolo e das águas sobrejacentes.

Artigo 36.º
Residência

1. São residentes em território são-tomense os sujeitos passivos em relação aos


quais, o ano a que respeitem os rendimentos ocorra alguma das seguintes
situações:

a) Hajam nele permanecido mais de 180 dias, seguidos ou interpolados;

b) Aí disponham em 31 de Dezembro desse ano de habitação em condições que


façam supor a intenção de a manter e ocupar como residência permanente;

c) Se situe em território são-tomense o núcleo principal ou a base das suas


atividades profissionais ou empresariais ou dos seus interesses económicos;

d) Desempenhem no estrangeiro funções ou comissões de carácter público, ao


serviço da República Democrática de São Tomé e Príncipe;

e) Em 31 de Dezembro, sejam tripulantes de navios ou aeronaves, desde que


aqueles estejam ao serviço de entidades com residência, sede ou direção
efetiva no território são-tomense.

2. Os residentes são obrigados a comunicar o domicílio fiscal à administração


tributária.

Artigo 37.º
Rendimentos obtidos em território são-tomense

Organizado e paginado por: Carlos Neves 26


DIÁRIO DA REPÚBLICA Nº 68 - Quinta – Feira, 8 de Outubro de 2009

1. Consideram-se obtidos em território são-tomense os rendimentos que se


encontrem nas condições referidas no Código do IRC, e bem assim os que, não se
encontrando nessas condições, que a seguir se indicam:

a) Os rendimentos do trabalho dependente decorrentes de atividades nele


exercidas, ou quando tais rendimentos sejam devidos por entidades que nele
tenham residência, sede, direção efetiva ou estabelecimento estável a que
deva imputar-se o pagamento;

b) As remunerações dos membros dos órgãos estatutários das pessoas coletivas


e outras entidades, devidas por entidades que nele tenham residência, sede,
direção efetiva ou estabelecimento estável a que deva imputar-se o
pagamento;

c) Os rendimentos de trabalho prestado a bordo de navios e aeronaves, desde


que os seus beneficiários estejam ao serviço de entidade com residência,
sede ou direção efetiva nesse território.

Artigo 38.º
Cotitularidade de rendimentos

Os rendimentos que pertençam em comum a várias pessoas são imputados a estas


na proporção das respetivas quotas, que se presumem iguais quando
indeterminadas, e tendo em conta as seguintes regras:

a) Tratando-se de rendimentos da categoria A, cada cotitular engloba os


rendimentos ilíquidos e as deduções legalmente admitidas;

b) Tratando-se de rendimentos da categoria B, cada cotitular engloba a parte do


lucro tributável que lhe couber;

c) Tratando-se dos restantes rendimentos, a cada cotitular são imputados os


rendimentos ilíquidos que lhes couberem.

Artigo 39.º
Imputação especial

1. Constitui rendimento dos sócios ou membros das entidades referidas no artigo


12.º do Código do IRC, que sejam pessoas singulares, o resultante da imputação
efetuada nos termos e condições dele constantes.

2. Para efeitos do disposto no número anterior, as respetivas importâncias integrar-


se-ão como rendimento líquido na categoria B.

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LEI N.º 11/2009 - PRIMEIRA ALTERAÇÃO AO CÓDIGO DO IRS

Organizado e paginado por: Carlos Neves 28


DIÁRIO DA REPÚBLICA Nº 68 - Quinta – Feira, 8 de Outubro de 2009

Título II
Determinação do rendimento coletável

Capítulo I
Regras Gerais

Artigo 40.º
Determinação do rendimento coletável das categorias A e B

O rendimento coletável das categorias A e B é o que resulta do englobamento dos


rendimentos dessas categorias, auferidos em cada ano, depois de feitas as deduções
e os abatimentos previstos nas secções seguintes.

Artigo 41.º
Determinação do rendimento coletável das categorias C e D

Não são englobados para efeitos da sua tributação os rendimentos das categorias C e
D, sem prejuízo da opção pelo englobamento dos rendimentos da categoria D nos
termos previstos no artigo 71.º.

Artigo 42.º
Valores fixados em moeda diversa da dobra

1. A equivalência em dobras de rendimentos ou encargos expressos noutra moeda


será determinada pela cotação oficial em São Tomé e Príncipe da respetiva divisa,
nas datas que as normas de contabilidade adotadas considerem relevantes,
consoante ocorra uma das seguintes situações:

a) Transferência de rendimentos para o exterior;

b) Proveniência de rendimentos do exterior; ou

c) Obtenção e pagamento no estrangeiro de rendimentos que não sejam


transferidos para São Tomé e Príncipe até ao fim do ano.

2. Não sendo possível comprovar, tendo em conta as normas de contabilidade


adotadas, as datas relevantes a que se refere o número anterior, aplicar-se-á o
câmbio de 31 de Dezembro do ano a que os rendimentos ou encargos respeitem.

29
LEI N.º 11/2009 - PRIMEIRA ALTERAÇÃO AO CÓDIGO DO IRS

Artigo 43.º
Rendimentos em espécie

1. A equivalência em dobras dos rendimentos em espécie far-se-á de acordo com as


seguintes regras, de aplicação sucessiva:

a) Pelo preço tabelado oficialmente;

b) Pela cotação oficial de compra;

c) Pelo valor de mercado, em condições de concorrência.

2. No caso de empréstimos sem juros ou a taxa de juro reduzida, o rendimento em


espécie corresponde ao valor obtido por aplicação ao respetivo capital da
diferença entre a taxa de juro do Banco Central para o tipo de operação em causa
e a taxa de juro que eventualmente seja suportada pelo beneficiário.

3. Quando se tratar da atribuição do uso de veículos automóveis pela entidade


patronal, o rendimento anual corresponde ao produto de 0,50% do valor
aduaneiro ou do valor da aquisição nos casos em que a viatura é adquirida no
mercado interno, pelo número de meses de utilização da mesma.

4. Quando se tratar da utilização de habitação concedida pela entidade patronal, o


rendimento em espécie corresponde à diferença entre o valor do respetivo uso e
a importância paga a esse título pelo beneficiário, observando-se na
determinação daquele as regras seguintes:

a) O valor do uso é igual à renda suportada pela entidade patronal em


substituição do beneficiário;

b) Não havendo renda, o valor do uso é igual ao valor da renda de mercado, ou,
não sendo possível apurar este, a um sexto do total da remuneração anual
auferida pelo beneficiário.

5. Quando não for concedida pela entidade patronal casa de habitação, e estiver
fixado por lei subsídio de residência ou equivalente, o valor de uso não poderá
exceder, em qualquer caso, o montante desse subsídio.

Capítulo II
Rendimentos do Trabalho Dependente

Artigo 44.º
Determinação do rendimento coletável

Organizado e paginado por: Carlos Neves 30


DIÁRIO DA REPÚBLICA Nº 68 - Quinta – Feira, 8 de Outubro de 2009

Aos rendimentos brutos da Categoria A deduzir-se-ão, por cada titular que os tenha
auferido, os seguintes montantes:

a) Contribuições do trabalhador para o Instituto Nacional de Segurança Social;

b) As quotizações sindicais;

c) As indemnizações pagas pelo trabalhador à sua entidade patronal por


rescisão unilateral do contrato individual de trabalho sem aviso prévio, em
resultado de sentença judicial ou de acordo judicialmente homologado, ou,
nos restantes casos, a indemnização de valor não superior à remuneração de
base correspondente ao aviso prévio;

d) 50% dos rendimentos englobados, provenientes das pensões nas alíneas a) e


d) do artigo 5.°, sem prejuízo do disposto na alínea b) do artigo 6.°.

Capítulo III
Rendimentos Empresariais e Profissionais

Artigo 45.º
Regras de determinação dos rendimentos empresariais e profissionais

1. Os sujeitos passivos com rendimentos da categoria B são organizados em dois


grupos de tributação, designados por Grupo 1 e por Grupo 2, segundo as regras
aplicáveis do Código do IRC.

2. A constituição do Grupo 1 e do Grupo 2 e a definição da matéria coletável seguem


o regime estabelecido no Código do IRC com as necessárias adaptações, e em
tudo o que não for contrariado por este Código.

Artigo 46.º
Delimitação do património empresarial

1. Na determinação do rendimento só são considerados proveitos e custos os


relativos a bens ou valores que façam parte do ativo da empresa individual do
sujeito passivo ou que estejam afetos às atividades empresariais e profissionais
por ele desenvolvidas.

2. No caso de afetação de quaisquer bens do património particular do sujeito passivo


à sua atividade empresarial e profissional, o valor de aquisição pelo qual esses
bens são considerados corresponde ao valor de mercado à data da afetação.

31
LEI N.º 11/2009 - PRIMEIRA ALTERAÇÃO AO CÓDIGO DO IRS

3. No caso de transferência para o património particular do sujeito passivo de bens


afetos à sua atividade empresarial e profissional, o valor dos bens corresponde ao
valor de mercado dos mesmos à data da transferência.

4. O valor de mercado a que se referem os números anteriores, atribuído pelo sujeito


passivo no momento da afetação ou da transferência dos bens, poderá ser objeto
de correção sempre que a Administração Tributária considere,
fundamentadamente, que o mesmo não corresponde ao que seria praticado entre
pessoas independentes.

Artigo 47.º
Rendimento de atos isolados

Na determinação do rendimento dos atos isolados, tal como definidos no n.º 3 do


artigo 9.° deduzem-se apenas as despesas necessárias à sua obtenção devidamente
comprovadas, até à concorrência, com as limitações decorrentes do artigo 49.°.

Artigo 48.º
Regime simplificado de determinação do lucro tributável

1. Sem prejuízo do disposto no número seguinte, aplica-se o regime simplificado de


determinação do lucro tributável nos casos previstos no Código do IRC, com as
necessárias adaptações.

2. Ficam excluídos do regime simplificado de determinação do lucro tributável, os


sócios ou membros das entidades abrangidas pelo disposto no artigo 12.º do
Código do Imposto sobre Rendimento de Pessoas Coletivas (IRC).

Artigo 49.º
Encargos não dedutíveis para efeitos fiscais

1. Para além das limitações previstas no Código do IRC, não são dedutíveis para
efeitos de determinação do rendimento da Categoria B, mesmo quando
contabilizados como custos ou perdas do exercício as despesas de deslocações,
viagens e estadas do sujeito passivo ou membro do seu agregado familiar, que
com ele trabalham, na parte que exceder, no seu conjunto, 10% do total dos
proveitos contabilizados, sujeitos e não isentos deste imposto.

2. Quando o sujeito passivo afete à sua atividade empresarial e profissional parte do


imóvel destinado à sua habitação, os encargos dedutíveis com ela conexas,
designadamente amortizações, juros, rendas, energia, água e um número de
telefone, não podem ultrapassar 10% do total dos proveitos contabilizados,
sujeitos e não isentos deste imposto.

Organizado e paginado por: Carlos Neves 32


DIÁRIO DA REPÚBLICA Nº 68 - Quinta – Feira, 8 de Outubro de 2009

3. Se o sujeito passivo exercer a sua atividade em conjunto com outros profissionais,


os encargos dedutíveis são rateados em função da respetiva utilização dos
respetivos serviços ou meios de trabalho ou, na falta de elementos que permitam
o rateio, proporcionalmente aos rendimentos brutos auferidos.

4. Não são dedutíveis as remunerações dos titulares dos rendimentos desta


categoria, bem como as atribuídas à membros do seu agregado familiar que com
eles trabalhem, assim como outras prestações a título de ajudas de custo,
subsídios de refeição e outras de natureza remuneratória.

5. Quando o sujeito passivo utilizar viatura própria ao serviço da atividade, os


encargos dedutíveis com ela conexos não poderão ultrapassar 3% do total dos
proveitos contabilizados.

Artigo 50.º
Dedução de prejuízos fiscais

Nos casos de sucessão por morte, a dedução de prejuízos fiscais prevista no artigo
52.º do Código do IRC só aproveita ao sujeito passivo que suceder àquele que
suportou o prejuízo.

Artigo 51.º
Realização do capital social com entrada do património empresarial

1. Não há lugar ao apuramento de qualquer resultado tributável por virtude da


realização de capital social resultante da transmissão da totalidade do património
afeto ao exercício de uma atividade empresarial e profissional por uma pessoa
singular, desde que, cumulativamente, sejam observadas as seguintes condições:

a) A entidade para a qual é transmitido o património seja uma sociedade e


tenha a sua sede e direção efetiva em território são-tomense;

b) A pessoa singular transmitente fique a deter pelo menos, 50% do capital da


sociedade e a atividade exercida por esta seja substancialmente idêntica à
que era exercida a título individual;

c) Os elementos ativos e passivos objeto da transmissão sejam tidos em conta


para efeitos desta com os mesmos valores por que estavam registados na
contabilidade ou nos livros de escrita da pessoa singular, ou seja, os que
resultam da aplicação das disposições do presente Código ou de reavaliações
feitas ao abrigo de legislação de carácter fiscal;

d) A sociedade referida na alínea a) se comprometa, através de declaração, a


respeitar o disposto no artigo 80.º do Código do IRC, a qual deve ser junta à

33
LEI N.º 11/2009 - PRIMEIRA ALTERAÇÃO AO CÓDIGO DO IRS

declaração anual de rendimentos da pessoa singular relativa ao exercício da


transmissão.

2. As partes de capital recebidas em contrapartida da transmiss2ão devem ser


valorizadas, para efeito de tributação dos ganhos ou perdas relativos à sua ulterior
transmissão, pelo valor líquido correspondente aos elementos do ativo e do passivo
transferidos, valorizados nos termos da alínea anterior.

3. Os ganhos resultantes da transmissão onerosa, qualquer que não seja o seu título,
e das partes de capital recebidas em contrapartida da transmissão referida no n.º1
são considerados, antes de decorridos cinco anos a contar da data desta, como
rendimentos empresariais e profissionais.

Artigo 52.º
Deduções de perdas

Se, nos termos das disposições anteriores relativas ao cálculo, for apurado um
resultado líquido negativo, o seu montante é dedutível ao resultado líquido positivo
do conjunto dos rendimentos nos 5 anos seguintes.

Capítulo IV
Rendimentos de Capitais e Incrementos Patrimoniais

Artigo 53.º
Regras de determinação dos rendimentos de capitais e dos incrementos
patrimoniais

Os rendimentos de capitais e os incrementos patrimoniais sujeitos a imposto, são os


colocados à disposição do seu titular ou os liquidados, conforme os casos, não sendo
efetuadas quaisquer deduções.

Artigo 54.º
Eliminação da dupla tributação económica de rendimentos obtidos pela
participação em fundos próprios de qualquer tipo de entidades

São apenas considerados em 50% do seu valor, os rendimentos obtidos pela


participação em fundos próprios de qualquer tipo de entidades, tais como os
dividendos e quaisquer participações nos lucros das sociedades, incluindo os
adiantamentos por conta de lucros e os apurados na liquidação, bem como qualquer
outra utilidade recebida por um sujeito em virtude da sua condição de sócio,
acionista ou associado.

Organizado e paginado por: Carlos Neves 34


DIÁRIO DA REPÚBLICA Nº 68 - Quinta – Feira, 8 de Outubro de 2009

35
LEI N.º 11/2009 - PRIMEIRA ALTERAÇÃO AO CÓDIGO DO IRS

Título III
Processo de determinação do rendimento coletável

Artigo 55.º
Declaração de rendimentos

1. Os sujeitos passivos das categorias A, B e ou D, quando neste último caso optem


pela tributação dos rendimentos líquidos, apresentarão, anualmente, uma
declaração de modelo oficial, relativa aos rendimentos do ano anterior e a outros
elementos informativos relevantes para a sua concreta situação tributária,
devendo ser-lhe juntos, e fazendo dela parte integrante os anexos e outros
documentos que para o efeito sejam mencionados no referido modelo.

2. Sempre que as declarações não forem consideradas claras ou nelas se verifiquem


faltas ou omissões, a Administração Tributária notificará os sujeitos passivos ou
os seus representantes para, por escrito, e no prazo que lhes for fixado, não
inferior a oito, nem superior a quinze dias, prestarem os esclarecimentos
indispensáveis.

Artigo 56.º
Dispensa de apresentação de declaração

1. Ficam dispensados de apresentar a declaração a que se refere o artigo anterior, os


sujeitos passivos em relação aos quais se verifique, exclusivamente uma das
seguintes situações, no ano a que o imposto respeita:

a) Apenas tenham auferido rendimentos tributados às taxas liberatórias


previstas no artigo 70.º, e não optem, no caso e termos previstos pelo artigo
71.°, pelo seu englobamento; ou

b) Apenas tenham auferido rendimentos de trabalho dependente por parte de


um Único empregador, desde que tenham sido objeto, pela totalidade, de
retenção na fonte do correspondente IRS, nos termos do artigo 91.°; ou

c) Apenas tenham auferido rendimentos de pensões, devidos por uma Única


entidade, desde que tenham sido objeto, pela totalidade, de retenção na
fonte do correspondente IRS, nos termos do artigo 91.°.

2. O disposto no número anterior aplica-se também aos sujeitos passivos que


tenham auferido rendimentos nos termos da alínea b) conjuntamente com
rendimentos tributados nos termos da alínea a), ou que tenham auferido
rendimentos nos termos da alínea c) conjuntamente com rendimentos tributados
nos termos da alínea a).

Organizado e paginado por: Carlos Neves 36


DIÁRIO DA REPÚBLICA Nº 68 - Quinta – Feira, 8 de Outubro de 2009

Artigo 57.º
Rendimentos litigiosos

Se a determinação do titular ou do valor de quaisquer rendimentos depender de


decisão judicial, o apuramento só se faz depois de transitada em julgado a decisão, e
opera-se na declaração de rendimentos do ano em que transite.

Artigo 58.º
Falecimento de titular de rendimentos

Ocorrendo o falecimento de qualquer pessoa, os rendimentos relativos aos bens


transmitidos e correspondentes ao período posterior à data do óbito serão
considerados, a partir de então, nos englobamentos a efetuar em nome das pessoas
que os passaram a auferir, procedendo-se, na falta de partilha até ao fim do ano a
que os rendimentos respeitam, à sua imputação aos sucessores e ao cônjuge
sobrevivo, segundo a sua quota ideal nos referidos bens.

Artigo 59.º
Apuramento do rendimento coletável com base na declaração anual

1. O rendimento coletável de IRS apura-se com base na declaração anual de


rendimentos apresentada no prazo legal e de harmonia com as regras
estabelecidas nas secções precedentes e com as regras relativas a benefícios
fiscais a que os sujeitos passivos tenham direito.

2. O disposto no número anterior aplica-se aos casos em que não tenha ocorrido
autoliquidação, sendo esta obrigatória, desde que a declaração anual de
rendimentos tenha sido apresentada no prazo legal, e sem prejuízo da multa
aplicável nos termos do Código Geral Tributário.

Artigo 60.º
Apuramento do rendimento coletável com base em outros elementos

1. O rendimento coletável de IRS apura-se com base no montante determinado no


exercício mais próximo ou com base em todos os elementos de que a Direção dos
Impostos disponha, quando:

a) A declaração anual de rendimentos não seja apresentada;

b) Ocorra alguma das situações ou factos previstos no artigo 31.°, no n.º 4 do


artigo 46.°; ou

c) Se verifiquem os pressupostos para aplicação de métodos indiciários no


artigo 61.°.

37
LEI N.º 11/2009 - PRIMEIRA ALTERAÇÃO AO CÓDIGO DO IRS

2. Nos casos previstos no número anterior, o sujeito passivo será previamente


notificado para, no prazo de 15 dias, apresentar a declaração em falta, sem
prejuízo da multa aplicável nos termos do Código Geral Tributário.

3. O disposto no n.º 1 aplica-se também aos casos em que a declaração anual seja
apresentada fora do prazo legal, salvo se for possível efetuar a liquidação com
base na declaração apresentada.

4. Na falta de apresentação da declaração, será a liquidação efetuada até 31 de


Agosto do ano seguinte àquele a que respeita.

Artigo 61.º
Aplicação de métodos indiciários

Sempre que a administração tributária verificar a existência de rendimentos, bens ou


direitos cuja detenção ou aquisição ou o seu valor não corresponda ao rendimento
ou património declarado do sujeito passivo, aplicam-se os métodos indiciários nos
termos previstos no código do IRC, com as necessárias adaptações.

Artigo 62.º
Alterações dos elementos declarados

Nos casos do artigo 60.°, a Administração Tributária pode proceder à alteração dos
elementos declarados sempre que, sendo apresentada a declaração dentro do prazo
legal e não se verificando os pressupostos para aplicação dos métodos indiciários,
devam ser efetuadas correções decorrentes de erros evidenciados nas próprias
declarações, de omissões nelas praticadas ou correções decorrentes de divergência
na qualificação dos atos, factos ou documentos com relevância para a liquidação do
imposto.

Artigo 63.º
Competência para o apuramento ou alteração do rendimento coletável

A competência para a prática dos atos de apuramento, fixação ou alteração referidos


nos artigos 60.° a 62.° é exercida pelo Diretor dos Impostos ou pelo Chefe da
Delegação do Príncipe consoante o domicílio fiscal dos sujeitos passivos.

Artigo 64.º
Notificação e fundamentação dos atos

1. Os atos de apuramento ou alteração previstos no artigo 61.º e 62.º serão sempre


notificados aos sujeitos passivos, com a respetiva fundamentação.

Organizado e paginado por: Carlos Neves 38


DIÁRIO DA REPÚBLICA Nº 68 - Quinta – Feira, 8 de Outubro de 2009

2. A fundamentação deve ser expressa, através de exposição, ainda que sucinta, das
razões de facto e de direito da decisão, equivalendo à falta de fundamentação a
adoção de fundamentos que, por obscuridade, contradição ou insuficiência, não
esclareçam concretamente a sua motivação.

3. A falta de fundamentação acarreta a nulidade do ato.

Artigo 65.º
Revisão dos atos de fixação

1. No caso da aplicação de métodos indiciários, o ato de fixação da matéria tributável


pode ser revisto nos três anos posteriores pela entidade que o praticou, quando,
em face de elementos concretos conhecidos posteriormente, se verifique ter
havido injustiça grave ou notória em prejuízo do Estado ou do sujeito passivo.

2. A revisão a que se refere este artigo pode ser feita oficiosamente ou suscitada pelo
interessado.

39
LEI N.º 11/2009 - PRIMEIRA ALTERAÇÃO AO CÓDIGO DO IRS

Título IV
Taxas
Artigo 66.º
Taxas de englobamento aplicáveis às categorias A, B e D

1. As taxas do imposto aplicáveis às categorias A, B e D, após o englobamento, são as


constantes da tabela seguinte:

Rendimentos Colectáveis Anuais Em Taxas Parcela a abater

(1) (2) (3)

Até Dbs. 11.700.000,00 0

De Dbs. 11.700.001,00 até Dbs. 50.000.000,00 10% Dbs. 881.250,00

De Dbs. 50.000.001,00 até Dbs. 100.000.000,00 13% Dbs. 1.380.000,00

De Dbs. 100.000.001,00 até Dbs. 150.000.000,00 15% Dbs. 1.875.000,00

De Dbs. 150.000.001,00 até Dbs. 240.000.000,00 20% Dbs. 5.625.000,00

Superior a Dbs. 240.000.000,00 25% Dbs. 9.000.000,00

2. O rendimento coletável anual dentro de cada escalão de rendimento da coluna 1 é


multiplicado pelas percentagens indicadas na coluna 2, deduzindo-se depois a
parcela indicada na coluna 3.

Artigo 67.º
Taxas de retenção por conta dos rendimentos da categoria A

1. Estão sujeitos às seguintes taxas de retenção na fonte, os rendimentos da


categoria A, quando não são devidos por uma única entidade.

Remuneração mensal Taxas

De Dbs. 975.001,00 até Dbs. 4.167.000,00 8%

De Dbs. 4.167.001,00 até Dbs. 8.333.000,00 11%

Organizado e paginado por: Carlos Neves 40


DIÁRIO DA REPÚBLICA Nº 68 - Quinta – Feira, 8 de Outubro de 2009

De Dbs. 8.333.001,00 até Dbs. 12.500.000,00 13%

De Dbs. 12.500.001,00 até Dbs. 20.000.000,00 18%

Superior a Dbs. 20.000.000,00 23%

2. Os rendimentos da categoria A devidos por uma única entidade, estão sujeitos às


taxas de retenção previstas no artigo 66.°.

Artigo 68.º
Taxa de retenção por conta sobre rendimentos da categoria B de residentes

Estão sujeitos a retenção na fonte, por conta do imposto devido a final, à taxa de
15%, os rendimentos ilíquidos da categoria B, obtidos em território são-tomense por
residentes e devidos pelas entidades referidas no artigo 92.°.

Artigo 69.º
Taxa liberatória sobre rendimentos ilíquidos

1. Estão sujeitos a retenção na fonte, a título definitivo, à taxa de 15%, os seguintes


rendimentos, devidos pelas entidades referidas no artigo 89.º:

a) Rendimentos de capitais obtidos em território São-tomense, e não


abrangidos pela categoria B;

b) Incrementos patrimoniais obtidos em território são-tomense, e não


abrangidos pela categoria B, e sem prejuízo do disposto no artigo 71.º;

c) Os restantes rendimentos, obtidos em território são-tomense, por não


residentes, não imputáveis a estabelecimento estável situado neste
território.

2. Ficam também sujeitos à taxa liberatória prevista neste artigo os rendimentos de


capitais obtidos em território São-tomense e não abrangidos pelo artigo 92.°,
devendo o sujeito passivo proceder a entrega do imposto devido até ao dia 10 do
mês seguinte ao ato de pagamento ou vencimento, ainda que presumido.

3. No caso de incrementos patrimoniais resultantes da transmissão onerosa de


imóveis a que se refere o artigo 33.º, a retenção na fonte segundo o regime de
isenção parcial previsto nesse artigo, depende de uma declaração do sujeito
passivo vendedor de que o imóvel constituía a sua habitação própria e
permanente.

41
LEI N.º 11/2009 - PRIMEIRA ALTERAÇÃO AO CÓDIGO DO IRS

Artigo 70.º
Englobamento dos rendimentos líquidos da categoria D

1. Os incrementos patrimoniais líquidos ficam sujeitos a englobamento, às taxas do


artigo 66.º, se o sujeito passivo for residente e optar por apresentá-los na
declaração anual, comprovando as deduções admitidas por esta lei.

2. Quando o sujeito passivo exerça a opção referida n.º 1, fica, por esse facto,
obrigado a declarar a totalidade dos rendimentos obtidos.

Organizado e paginado por: Carlos Neves 42


DIÁRIO DA REPÚBLICA Nº 68 - Quinta – Feira, 8 de Outubro de 2009

Título V
Liquidação
Artigo 71.º
Competência para a liquidação

1. A liquidação do IRS é da competência:

a) Do Diretor dos Impostos ou outros funcionários por ele indicados;

b) Dos titulares de rendimentos da Categoria B no caso dos sujeitos passivos do


Grupo 1, sendo facultativa para os restantes, quando a declaração anual de
rendimentos seja apresentada dentro do prazo legal, e devendo, em
qualquer caso, ser efetuada nas respetivas declarações.

2. Havendo lugar a autoliquidação de imposto e não sendo efetuado o pagamento


deste e de juros de mora devidos até ao dia em que é ou deve ser apresentada a
declaração periódica de rendimentos, a liquidação e cobrança do imposto serão
promovidas pela Direção dos Impostos ou pelos seus serviços, nos termos dos
artigos 99.º e 100.°.

Artigo 72. º
Prazo para liquidação

1. A fixação dos rendimentos tributáveis em IRS deve estar concluída até 31 de


Agosto de cada ano.

2. Sempre que o número de processos justifique, pode o Diretor dos Impostos


indicar outros funcionários da sua direção ou solicitar o concurso de funcionários
afetos a outros serviços públicos, de reconhecida competência, para procederem
à fixação de rendimentos coletáveis.

Artigo 73.º
Deduções à coleta

1. À coleta do IRS serão efetuadas, nos termos dos artigos subsequentes, as


deduções relativas:

a) À situação pessoal e familiar dos sujeitos passivos;

b) À dupla tributação internacional;

c) As despesas com saúde;

d) As despesas de educação e de formação, e

43
LEI N.º 11/2009 - PRIMEIRA ALTERAÇÃO AO CÓDIGO DO IRS

e) Aos encargos com imóveis.

2. Serão ainda deduzidos à coleta do IRS os pagamentos por conta do imposto e as


importâncias retidas na fonte que tenham aquela natureza, respeitantes ao
mesmo período de tributação.

3. As deduções referidas neste artigo serão efetuadas pela ordem nele indicada e
apenas as previstas no número anterior, quando superiores à coleta, conferem
direito ao reembolso da diferença.

4. As deduções previstas no n.º 1 aplicam-se apenas aos sujeitos passivos residentes


em território são-tomense.

5. A dedução prevista na alínea e) não pode exceder a importância de Dbs.


15.000.000,00.

Artigo 74.º
Deduções relativas à situação pessoal e familiar

1. À coleta do IRS devida por sujeitos passivos residentes em território são-tomense


e até ao seu montante serão deduzidos anualmente:

a) 10% do salário mínimo anual por cada sujeito passivo;

b) 15% do salário mínimo anual, quando exista um dependente, existindo dois


deduz-se o montante de 20% do salário mínimo anual e sendo três ou mais,
o montante será de 25% do salário mínimo anual, desde que não sejam
sujeitos passivos deste imposto.

2. Os limites previstos nas alíneas a) e b) do número anterior são elevados à 35%


quando se trate de sujeitos passivos ou dependentes a seu cargo cujo grau de
invalidez permanente, devidamente comprovada pela entidade competente, seja
igual ou superior a 60%.

Artigo 75.º
Dupla tributação internacional

Têm direito à dedução relativa à dupla tributação internacional a que se refere a


alínea b) do artigo 74.°, os titulares de rendimentos das diferentes categorias obtidos
no estrangeiro e sujeitos e não isentos de IRS, com exceção dos rendimentos da
categoria B sujeitos ao regime do Grupo 2, até ao montante da coleta do IRS, nos
termos definidos no artigo 85.° do Código do IRC, com as necessárias adaptações.

Organizado e paginado por: Carlos Neves 44


DIÁRIO DA REPÚBLICA Nº 68 - Quinta – Feira, 8 de Outubro de 2009

Artigo 76.º
Dedução à coleta relativas às despesas com a saúde

1. São dedutíveis à coleta 10% das seguintes importâncias:

a) Aquisição de bens e serviços diretamente relacionados com despesas de


saúde do sujeito passivo e do seu agregado familiar;

b) Aquisição de bens e serviços diretamente relacionados com as despesas de


saúde dos ascendentes e colaterais até ao 1.º grau do sujeito passivo, desde
que não possuam rendimentos superiores ao salário mínimo nacional e com
aquele vivam em economia comum;

c) Os juros de dívidas contraídas para o pagamento das despesas mencionadas


nas alíneas anteriores;

d) As despesas diretamente relacionadas com a saúde do sujeito passivo, do seu


agregado familiar, dos seus ascendentes e colaterais até ao 1.º grau, desde
que devidamente justificadas.

2. As deduções previstas no número anterior são efetuadas até ao limite de Dbs.


1.000.000,00, ou de 2,5% das importâncias referidas nas alíneas a), b), c) e d).

Artigo 77º
Dedução à coleta relativa às despesas com a educação e formação

1. São dedutíveis à coleta 10% das seguintes importâncias:

a) Aquisição de bens e serviços diretamente relacionados com despesas de


educação e formação do sujeito passivo e do seu agregado familiar;

b) As despesas diretamente relacionada com a educação e formação do sujeito


passivo e do seu agregado familiar, desde que devidamente justifica das
através de faturas comprovativas;

2. As deduções previstas no número anterior são efetuadas até ao limite de Dbs.


1.000.000,00.

Artigo 78º
Deduções à coleta relativas a encargo com os imóveis

São dedutíveis à coleta 30% das seguintes importâncias:

45
LEI N.º 11/2009 - PRIMEIRA ALTERAÇÃO AO CÓDIGO DO IRS

a) Despesas de manutenção e de conservação que incubam ao sujeito passivo,


por ele sejam suportadas e se encontram documentalmente provadas, bem
como a contribuição predial urbana que incide sobre o valor do imóvel,

b) No caso de fração autónoma de prédio em regime de propriedade horizontal


deduzem-se se também os encargos de conservação, que nos termos da lei
civil, o condómino deva obrigatoriamente suportar, por ele sejam
suportados, e se encontrem documentalmente provados.

c) Juros de dívidas contraídas com a aquisição e construção de habitação


própria.

Artigo 79.º
Liquidação adicional

1. Quando se verificar que na liquidação se cometeram erros de facto ou de direito ou


houve quaisquer omissões de que resultou prejuízo para o Estado, a Direção dos
Impostos deverá repará-los mediante liquidação adicional, sempre com a
observância do disposto nos artigos 60.° e 61.°, e dentro do prazo de caducidade.

2. O disposto no número anterior aplica-se aos casos em que, por virtude de fiscalização
ou exame à escrita do contribuinte ou fixação de matéria coletável por métodos
indiciários, seja exigível imposto maior do que o que foi liquidado.

Artigo 80.º
Liquidações corretivas no regime de transparência fiscal

Sempre que, relativamente às entidades a que se aplique o regime de transparência


fiscal definido no artigo 12.° do Código do IRC, haja lugar a correções que
determinem alteração dos montantes imputados aos respetivos sócios ou membros,
a Direção dos Impostos promoverá as correspondentes modificações na liquidação
efetuada àqueles, cobrando-se ou anulando-se em consequência as diferenças
apuradas.

Artigo 81.º
Liquidações corretivas em caso de relações especiais

A Direção dos Impostos, bem como quaisquer outros serviços dele dependentes,
poderão efetuar as correções que sejam necessárias para a determinação do lucro
tributável, sempre que, em virtude das relações especiais entre o contribuinte e
outra pessoa sujeita ou não ao IRC, e independentemente do regime fiscal aplicável
às atividades exercidas, tenham sido estabelecidas condições distintas das que
seriam normalmente acordadas entre pessoas independentes, conduzindo a que o

Organizado e paginado por: Carlos Neves 46


DIÁRIO DA REPÚBLICA Nº 68 - Quinta – Feira, 8 de Outubro de 2009

lucro apurado na contabilidade seja diverso do que se apuraria na ausência dessas


condições.

Artigo 82.º
Juros compensatórios

1. São devidos juros compensatórios, nos termos do artigo 38.° do Código Geral
Tributário, sem prejuízo da multa cominada ao infrator, sempre que, por facto
imputável ao sujeito passivo, for retardada:

a) A liquidação de parte ou da totalidade do imposto devido;

b) A entrega de pagamentos por conta;

c) A entrega do imposto retido ou do que deveria ter sido retido no âmbito da


substituição tributária.

2. São ainda devidos juros compensatórios quando o sujeito passivo, por facto a si
imputável, tenha recebido reembolso superior ao devido.

3. Para efeitos das alíneas a) e c) do número anterior, entende-se haver


retardamento na liquidação, sempre que as declarações de rendimentos a que se
refere o artigo 62.° sejam apresentadas fora dos prazos legais.

4. Os juros compensatórios devidos serão liquidados conjuntamente com:

a) O imposto devido;

b) O imposto retido ou que o deveria ter sido, sempre que as entidades


devedoras cumpram as obrigações de entrega, fora dos prazos legalmente
estabelecidos;

c) O imposto por conta que autonomamente deva ser liquidado e entregue nos
cofres do Estado, sempre que os contribuintes cumpram as obrigações de
entrega fora dos prazos legalmente estabelecidos, ou não as cumpram.

Artigo 83.º
Prazo de caducidade

1. A liquidação do IRS, ainda que adicional, só pode efetuar-se no prazo de


caducidade devendo, dentro do mesmo prazo, ser notificada ao sujeito passivo.

47
LEI N.º 11/2009 - PRIMEIRA ALTERAÇÃO AO CÓDIGO DO IRS

2. A propositura da ação de liquidação do imposto, no caso de rendimentos


litigiosos, determina a suspensão da contagem do prazo de caducidade até ao
trânsito em julgado da decisão.

3. Em caso de ter sido efetuado reporte de resultado líquido negativo, o prazo de


caducidade é o do exercício desse direito.

Artigo 84.º
Revisão oficiosa

1. Sempre que, por motivos imputáveis aos serviços ou por duplicação de coleta, da
liquidação tenha resultado imposto superior ao devido, proceder-se-á à
revogação total ou parcial da liquidação.

2. Revogado o ato de liquidação, será emitida a correspondente nota de crédito.

3. O crédito ao reembolso de importâncias indevidamente cobradas pode ser


satisfeito por ordem de pagamento ou por compensação nos termos previstos na
lei.

Artigo 85.º
Limites mínimos

Não haverá lugar a cobrança ou reembolso quando, em virtude de liquidação, ainda


que adicional, reforma ou revogação de liquidação, a importância a cobrar ou a
importância a restituir seja inferior a 1/12 do valor mensal do salário mínimo
nacional.

Artigo 86.º
Restituição oficiosa do imposto

1. A diferença entre o imposto devido a final e o que tiver sido entregue nos Cofres
do Estado em resultado de retenção na fonte ou de pagamentos por conta,
favorável ao sujeito passivo, deverá ser restituída até ao fim do terceiro mês
seguinte ao termo do prazo previsto no n.º 1 do artigo 88.°.

2. Se, por motivos imputáveis aos serviços, não for cumprido o prazo previsto no
número anterior, são devidos juros indemnizatórios, à taxa prevista para os juros
compensatórios no artigo 38.º do Código Geral Tributário, contados dia-a-dia,
desde o termo do prazo previsto para o reembolso até à data em que for emitida
a correspondente nota de crédito.

Organizado e paginado por: Carlos Neves 48


DIÁRIO DA REPÚBLICA Nº 68 - Quinta – Feira, 8 de Outubro de 2009

Título VI
Pagamento
Artigo 87.º
Pagamento do imposto

1. O IRS, acrescido de eventuais juros compensatórios devidos, deve ser pago até 30
de Setembro do ano seguinte àquele a que respeitam os rendimentos.

2. As importâncias efetivamente retidas ou pagas a título de pagamentos por conta,


nos termos dos artigos 89.° a 93.° serão deduzidas ao valor do imposto
respeitante ao ano em que ocorreu a retenção ou pagamento.

Artigo 88.º
Retenção na fonte - regras gerais

1. Nos casos previstos nos artigos 87.° a 89.° e noutros estabelecidos na lei, a
entidade devedora dos rendimentos sujeitos à retenção na fonte é obrigada, no
ato do pagamento, do vencimento, ainda que presumido, da sua colocação à
disposição, da sua liquidação ou do apuramento do respetivo quantitativo,
consoante os casos, a deduzir-lhes as importâncias correspondentes às taxas de
imposto aplicáveis respeitantes ao ano em que esses atos ocorrem.

2. As quantias retidas deverão ser entregues nos locais de cobrança legalmente


estabelecidos, consoante o domicílio fiscal do sujeito passivo, nos prazos
indicados nos números seguintes.

3. As quantias retidas nos termos dos artigos 90.° a 92.° deverão ser entregues até
ao dia 10 do mês seguinte àquele em que foram deduzidas.

4. Sempre que se verifiquem incorreções nos montantes retidos, devidas a erros


imputáveis à entidade devedora dos rendimentos, deve a sua retificação ser feita
na primeira retenção a que deva proceder-se após a deteção do erro, sem porém,
ultrapassar o último período de retenção anual, e sem prejuízo dos juros
compensatórios devidos.

Artigo 89.º
Retenção na fonte sobre rendimentos da categoria A

1. As entidades devedoras de rendimentos de trabalho dependente e de pensões são


obrigadas a reter o imposto sobre os referidos rendimentos líquidos de que
sejam devedoras.

49
LEI N.º 11/2009 - PRIMEIRA ALTERAÇÃO AO CÓDIGO DO IRS

2. As entidades devedoras, e os titulares de rendimentos do trabalho dependente e


de pensões residentes em território são-tomense, são obrigados, respetivamente:

a) A solicitar ao sujeito passivo, no início do exercício de funções ou antes de


ser efetuado o primeiro pagamento ou colocados à disposição, os dados
indispensáveis relativos à sua situação;

b) A prestar a informação a que se refere a alínea anterior, em declaração


apresentada em dois exemplares, sendo um destinado à entidade patronal e
o outro a ser entregue na Direção dos Impostos ou na Delegação do Príncipe,
consoante o domicílio fiscal dos titulares dos rendimentos.

Artigo 90.º
Retenção na fonte em caso de rendimentos da categoria A devidos por uma
única entidade

1. No caso previsto nas alíneas b) e c) do artigo 56.°, a entidade devedora dos


rendimentos deve retê-los na fonte às taxas previstas no artigo 66.° e deduzindo
ao montante de retenção mensal a efetuar 1/12 do montante de dedução à coleta
a que se refere o artigo 75.°.

2. Se a situação referida na alínea b) ou alínea c) do artigo 56.º se alterar, o sujeito


passivo deve informar imediatamente o empregador, para que este passe a
aplicar as taxas de retenção do artigo 68.°.

Artigo 91.º
Retenção sobre rendimentos de outras categorias

As entidades que disponham ou devam dispor de contabilidade organizada,


incluindo entidades e organismos públicos, e organizações internacionais e não
governamentais, são obrigadas a reter o imposto, sobre os rendimentos ilíquidos de
que sejam devedores, tratando-se de rendimentos das categorias B, C e D, e dos
restantes rendimentos, obtidos em território são-tomense, por não residentes sem
estabelecimento estável neste território, mediante aplicação das taxas referidas no
artigo 69.° e 70.°.

Artigo 92.º
Pagamentos por conta

1. A titularidade de rendimentos da categoria B determina, para os respetivos


sujeitos passivos, a obrigatoriedade de efetuarem três pagamentos por conta do
imposto devido a final, até ao último dia dos meses de Junho, Setembro e
Dezembro.

Organizado e paginado por: Carlos Neves 50


DIÁRIO DA REPÚBLICA Nº 68 - Quinta – Feira, 8 de Outubro de 2009

2. A totalidade dos pagamentos por conta é igual a 75% do montante calculado de


conformidade com as regras previstas no Código do IRC, para cada grupo de
tributação, com as necessárias adaptações.

3. Cessa a obrigatoriedade de serem efetuados os pagamentos por conta quando:

a) Os sujeitos passivos verifiquem, pelos elementos de que disponham, que os


montantes das retenções que lhes tenham sido efetuadas sobre os
rendimentos da categoria B, acrescidos dos pagamentos por conta
eventualmente já feitos e relativos ao próprio ano, sejam iguais ou
superiores ao imposto total que será devido;

b) Deixem de ser auferidos rendimentos da categoria B que os tornam


obrigatórios.

4. Os pagamentos por conta poderão ser reduzidos pelos sujeitos passivos quando o
pagamento por conta a efetuar for superior à diferença entre o imposto total que
os sujeitos passivos julgarem devido e os pagamentos já feitos.

5. Verificando-se, pela declaração de rendimentos do ano a que respeita o imposto,


que, em consequência da cessação ou redução dos pagamentos por conta, deixou
de pagar-se uma importância superior a 25% da que, em condições normais, teria
sido entregue, haverá lugar a juros compensatórios desde o termo do prazo em
que cada entrega deveria ter sido efetuada até ao termo do prazo para a
apresentação da declaração ou até à data da autoliquidação, se anterior.

6. Os juros compensatórios referidos no número anterior serão calculados nos


termos do artigo 38.° do Código Geral Tributário, contando-se dia a dia desde o
termo do prazo fixado para cada pagamento até à data em que, por lei, a
liquidação deva ser feita.

Artigo 93.º
Juros compensatórios nos casos de retenção na fonte

1. Quando a retenção na fonte tenha a natureza de imposto por conta e a entidade


que a deva efetuar a não tenha feito, total ou parcialmente, serão por ela devidos
juros compensatórios sobre as respetivas importâncias, contados, desde o dia
imediato àquele em que deviam ter sido entregues até ao termo do prazo da
entrega da declaração anual de rendimentos pelo sujeito passivo, ou desde aquela
mesma data até à data do pagamento ou da liquidação, se esta ocorrer antes do
termo desse prazo, sem prejuízo da responsabilidade que ao caso couber.

51
LEI N.º 11/2009 - PRIMEIRA ALTERAÇÃO AO CÓDIGO DO IRS

2. Quando a retenção na fonte tenha a natureza de imposto por conta e a entidade


que a deva efetuar a tenha feito, mas não tenha entregue o imposto ou o tenha
entregue fora do prazo, serão por ela devidos juros compensatórios sobre as
respetivas importâncias, contados desde o dia imediato àquele em que deviam
ter sido entregues até à data do pagamento ou da liquidação.

3. Sempre que a retenção na fonte tenha carácter definitivo, e a entidade que a deva
efetuar a não tenha feito, total ou parcialmente, ou, tendo-a feito, não tenha
entregue o imposto ou o tenha entregue fora do prazo, serão por ela devidos
juros compensatórios sobre as respetivas importâncias, contados desde o dia
imediato àquele em que deviam ter sido entregues até à data do pagamento ou da
liquidação, sem prejuízo da responsabilidade que ao caso couber.

4. Os juros compensatórios devem ser pagos:

a) Conjuntamente com as importâncias retidas, quando estas sejam


entregues fora do prazo legalmente estabelecido;

b) Autonomamente, no prazo de 30 dias a contar do termo do período em


que são devidos, quando, tratando-se de retenção com a natureza de imposto por
conta, esta não tenha sido efetuada.

Artigo 94.º
Responsabilidade do substituto por quantias não retidas

1. Quando a retenção for efetuada meramente a título de pagamento por conta do


imposto devido a final, cabe ao substituído a obrigação originária pelo imposto
não retido e ao substituto a responsabilidade subsidiária, ficando este ainda
sujeito aos juros compensatórios nos termos do n.º 1 e da alínea b) do n.º 4 do
artigo 94.º.

2. Quando o dever de retenção tenha carácter definitivo, e o tributo não tenha sido
retido, cabe ao substituto a responsabilidade solidária pelo pagamento do tributo
não retido e respetivos juros compensatórios nos termos do n.º 3 e alínea a) do
n.º 4 do artigo 94.º.

3. Quando a retenção do tributo tiver sido apenas parcial em relação ao montante


devido, a obrigação ou a responsabilidade referidas nos números anteriores
dizem respeito ao pagamento da diferença entre as importâncias que deveriam
ter sido deduzidas e as que efetivamente o foram.

Organizado e paginado por: Carlos Neves 52


DIÁRIO DA REPÚBLICA Nº 68 - Quinta – Feira, 8 de Outubro de 2009

Artigo 95.º
Responsabilidade do substituto por quantias retidas e não entregues

1. A entidade obrigada à retenção é responsável pelas importâncias retidas e não


entregues nos cofres do Estado, ficando o substituído desonerado de qualquer
obrigação quanto ao seu pagamento.

2. O processo de execução fiscal pode, porém, reverter contra o substituído, desde


que se prove que este tinha conhecimento de que o montante do tributo retido
não foi declarado como a lei o exige, e não informou atempadamente a
Administração Tributária do facto. Neste caso, o substituto e substituído são
sujeitos passivos solidários, podendo a administração fiscal escolher o
património a executar.

Artigo 96.º
Responsabilidade do substituto por registo incorreto na contabilidade

Se o substituto tributário registar incorretamente o montante de remunerações


pagas, principais ou acessórias, compreendidas nos rendimentos de trabalho
dependente, e qualquer que seja a sua designação, ele é subsidiariamente
responsável pela diferença resultante entre o montante de tributo que o substituído
deveria ter pago sobre estes montantes e o montante de tributo efetivamente pago.

Artigo 97.º
Regras de pagamento dos rendimentos da categoria B

Os sujeitos passivos com rendimentos da categoria B ficam sujeitos às regras de


pagamento do Código do IRC.

Artigo 98.º
Falta de pagamento do imposto autoliquidado

Havendo lugar a autoliquidação de imposto e não sendo efetuado o pagamento


deste e de juros de mora devidos até ao dia em que é ou deve ser apresentada a
declaração anual de rendimentos, a liquidação e cobrança do imposto serão
promovidas pela Direção dos Impostos ou pelos seus serviços nos termos do artigo
63.°, e o pagamento será feito no prazo do artigo seguinte e sem prejuízo das
sanções aplicáveis.

53
LEI N.º 11/2009 - PRIMEIRA ALTERAÇÃO AO CÓDIGO DO IRS

Artigo 99.º
Pagamento do imposto anual liquidado pelos serviços

1. Nos casos da liquidação do imposto anual efetuada pelos serviços, o sujeito


passivo será notificado para pagar o imposto anual devido, no prazo de trinta
dias a contar da notificação e bem assim dos juros de mora que devam ser
liquidados.

2. As notificações serão feitas nos termos do Código Geral Tributário.

3. Quando a liquidação do imposto anual não puder ser paga de uma só vez, poderão
requerer no prazo de quinze dias a contar da notificação, o pagamento até três
prestações mensais, com limite de pagamento em Dezembro.

4. Decorrido o prazo referido no n.º 1 ou no n.º 3, consoante o caso, sem que se


mostre efetuado o referido pagamento, haverá lugar a cobrança coerciva.

Artigo 100.º
Falta de pagamento de retenções na fonte e de pagamentos por conta

1. Nos casos de retenção na fonte, bem como nos casos em que sejam devidos
pagamentos por conta a entregar nos cofres do Estado, a Administração
Tributária, independentemente do procedimento de transgressões ou criminal
que no caso couber, notificará as entidades devedoras para efetuarem o
pagamento do imposto e juros compensatórios devidos, no prazo de trinta dias a
contar da notificação.

2. Decorrido o prazo referido no n.º 1, sem que se mostre efetuado o referido


pagamento, haverá lugar a cobrança coerciva

Artigo 101.º
Modalidades de pagamento

1. O pagamento do IRS será efetuado em moeda corrente, numerário, cheque


visado, vale de correio ou transferência bancária.

2. Se o pagamento for efetuado por meio de cheque, a extinção da obrigação do


imposto só se verificará com o recebimento efetivo da respetiva importância, não
sendo, porém, devidos juros de mora pelo tempo que mediar entre a entrega ou
expedição do cheque e aquele recebimento, salvo se não for possível fazer a
cobrança integral da dívida por falta de provisão.

3. Tratando-se de vale do correio, a obrigação do imposto considera-se extinta com


a sua entrega ou expedição.

Organizado e paginado por: Carlos Neves 54


DIÁRIO DA REPÚBLICA Nº 68 - Quinta – Feira, 8 de Outubro de 2009

Artigo 102.º
Local de pagamento

1. O pagamento do IRS, quando efetuado por conta ou no prazo de cobrança


voluntária, poderá ser feito nos postos de cobrança e outros locais de receção a
definir em legislação própria.

2. No caso de cobrança coerciva o pagamento será efetuado nas recebedorias que


funcionem junto dos serviços fiscais que emitiram o título executivo.

Artigo 103.º
Impressos de pagamento

Os pagamentos previstos neste Código serão efetuados mediante a apresentação


dos impressos de modelo aprovado.

Artigo 104.º
Compensação

1. A obrigação de IRS pode extinguir-se por compensação, total ou parcial, com


crédito do devedor ao reembolso de IRS.

2. A compensação opera-se com a entrega pelo sujeito passivo da respetiva nota de


crédito.

Artigo 105.º
Juros de mora

Quando o imposto liquidado ou apurado pela Administração Tributária, acrescido


dos juros compensatórios eventualmente devidos, não for pago no prazo em que o
deva ser, começarão a contar juros de mora a partir do termo daquele prazo,
calculados nos termos legais.

Artigo 106.º
Privilégios creditórios

Para o pagamento do imposto sobre o rendimento liquidado sobre os últimos cinco


anos, o Estado goza de privilégio mobiliário geral e privilégio imobiliário sobre os
bens existentes no património do sujeito passivo à data da penhora ou outro acto
equivalente.

55
LEI N.º 11/2009 - PRIMEIRA ALTERAÇÃO AO CÓDIGO DO IRS

Artigo 107.º
Transferência de rendimentos para o estrangeiro

1. As entidades devedoras dos rendimentos sujeitos à retenção na fonte, bem como


quaisquer outras entidades, não podem realizar transferências para o estrangeiro
nem autorizar essas transferências quanto a rendimentos sujeitos a imposto
sobre o rendimento obtidos em território são-tomense por não residentes, sem
que se mostre pago ou assegurado o imposto que for devido.

2. Sem prejuízo da responsabilidade tributária aplicável e dos juros devidos, a não


observância do disposto no n.º 1 fica sujeita à sanção do n.º 10 do artigo 81.° do
Código Geral Tributário.

Organizado e paginado por: Carlos Neves 56


DIÁRIO DA REPÚBLICA Nº 68 - Quinta – Feira, 8 de Outubro de 2009

Título VII
Obrigações Acessórias

Artigo 108.º
Obrigações declarativas

1. Os sujeitos passivos de IRS, residentes e não residentes com estabelecimento


estável em território são-tomense, estão obrigados a declarar perante a Direção
dos Impostos, nos termos, prazos e condições do presente Código, os factos a
seguir mencionados:

a) O início de uma ou várias das atividades suscetíveis de produzir rendimentos


da categoria B, incluindo o exercício acidental ou temporário das mesmas
(declaração de início de atividade);

b) A informação contabilística e fiscal relativa ao ano anterior, no caso de


sujeitos passivos com rendimentos da categoria B do Grupo 1 (declaração
anual de informação contabilística e fiscal);

c) O rendimento tributável a determinar segundo as regras definidas neste


Código, no caso dos sujeitos passivos com rendimentos da categoria A, com
rendimentos da categoria B do Grupo 1 e do Grupo 2 com escrituração
simplificada (declaração anual de rendimentos) e ou com rendimentos da
categoria D quando neste último caso o sujeito passivo opte pela tributação
dos rendimentos líquidos;

d) A alteração de ramo de atividade e da designação no caso de sujeitos


passivos com rendimentos da categoria B (declaração de alterações);

e) A mudança de localização do domicílio fiscal no caso de sujeitos passivos com


rendimentos da categoria B (declaração de alterações);

f) cessação parcial da atividade comercial, industrial, ou agrícola, de ofício ou


profissão liberal não sujeito a tributação pela categoria A (declaração de
cessação de atividade);

g) A cessação total das atividades referidas na alínea anterior (declaração de


cessação de atividade);

h) A mudança de grupo ou de regime, no caso de sujeitos passivos com


rendimentos da categoria B (declaração de mudança de grupo ou regime).

57
LEI N.º 11/2009 - PRIMEIRA ALTERAÇÃO AO CÓDIGO DO IRS

2. Aplica-se à categoria B o conceito de cessação de atividade do Código do IRC.

Artigo 109.º
Prazos de apresentação das declarações

1. As declarações a que se refere esta Secção devem ser apresentadas nos prazos a
seguir indicados:

a) A declaração de início de atividade, no prazo de quinze dias antes do início de


qualquer das atividades referidas na alínea a) do artigo anterior, não se
considerando verificado esse início com a prática dos atos preparatórios
impostos por lei ou de uso corrente;

b) A declaração anual de rendimentos, no caso dos sujeitos passivos com


rendimentos da categoria A e ou D, quando neste último caso optem pela
tributação dos rendimentos líquidos, durante o mês de Fevereiro do ano
seguinte àquele a que os rendimentos respeitam;

c) A declaração anual de rendimentos e a declaração anual de informação


contabilística e fiscal, no caso dos sujeitos passivos com rendimentos da
categoria B, pertencentes ao Grupo 1, existam ou não outros rendimentos a
englobar, até 30 de Abril do ano seguinte àquele a que os rendimentos
respeitam;

d) A declaração anual de rendimentos, no caso dos sujeitos passivos com


rendimentos da categoria B pertencentes ao Grupo 2 com escrituração
simplificada, existam ou não outros rendimentos a englobar, durante o mês
de Fevereiro do ano seguinte àquele a que os rendimentos respeitam;

e) A declaração de alterações, no prazo de 30 dias a contar da data da alteração


ocorrida;

f) A declaração de cessação de atividade, nos 30 dias a seguir ao facto que


determina a cessação no impresso próprio da declaração anual de
rendimentos;

g) A mudança de grupo ou de regime, no caso de sujeitos passivos com


rendimentos da categoria B (declaração de mudança de grupo ou regime), no
prazo de 30 dias a contar da data da alteração ocorrida.

2. A declaração anual de rendimentos dos sujeitos passivos da categoria B é


acompanhada dos documentos referidos no Código do IRC, consoante o Grupo a
que pertençam e o regime aplicável.

Organizado e paginado por: Carlos Neves 58


DIÁRIO DA REPÚBLICA Nº 68 - Quinta – Feira, 8 de Outubro de 2009

3. A declaração anual será ainda apresentada nos 30 dias imediatos à ocorrência de


qualquer facto que determine alteração dos rendimentos já declarados ou
implique, relativamente a anos anteriores, a obrigação de os declarar, sem
prejuízo de multa aplicável nos termos do Código Geral Tributário.

Artigo 110.º
Local de apresentação das declarações

1. As declarações devem ser entregues na Direção dos Impostos ou na Delegação do


Príncipe, consoante o domicílio fiscal do sujeito passivo.

2. O cumprimento das obrigações declarativas estabelecidas neste Código pode


ainda ser efetuado através dos meios disponibilizados no sistema de transmissão
eletrónica de dados, para o efeito autorizado.

Artigo 111.º
Emissão de recibos e faturas

Os titulares dos rendimentos da categoria B são obrigados:

a) A passar recibo, em impresso de modelo oficial, de todas as importâncias


recebidas dos seus clientes, ainda que a título de provisão, adiantamento ou
reembolso de despesas, pelas prestações de serviço referidas nas alíneas b),
c) e d) do n.º 2 do artigo 9.º;

b) A emitir fatura ou documento equivalente por todas as operações efetuadas,


e a emitir documento de quitação de todas as importâncias recebidas, nos
casos não abrangidos pela alínea a).

Artigo 112.º
Obrigações contabilísticas

Os titulares de rendimentos da categoria B pertencentes ao Grupo 1, são obrigados a


dispor de contabilidade organizada, nos termos da lei comercial e fiscal,
nomeadamente do Código do IRC, que permita o controlo do lucro tributável.

Artigo 113.º
Obrigações de escrituração do grupo 2

Aos titulares de rendimentos da categoria B pertencentes ao Grupo 2 aplicam-se as


regras do Código do IRC que definem as respetivas obrigações de escrituração.

59
LEI N.º 11/2009 - PRIMEIRA ALTERAÇÃO AO CÓDIGO DO IRS

Artigo 114.º
Transição entre grupos

Aos titulares de rendimentos da categoria B aplicam-se as regras do Código do IRC


de transição entre grupos.

Artigo 115.º
Centralização, arquivo e escrituração de livros

1. Os sujeitos passivos são obrigados a centralizar a contabilidade ou a escrituração


dos livros referidos nos artigos anteriores no seu domicílio fiscal, incluindo o de
estabelecimento estável ou instalação situados em território são-tomense,
devendo neste último caso indicar, na declaração de registo ou na declaração
anual de rendimentos, a sua localização.

2. Os sujeitos passivos são obrigados a arquivar os livros da sua escrituração e os


documentos com ela relacionados, devendo conservá-los em boa ordem durante
os dez anos civis subsequentes.

Artigo 116.º
Comunicação de rendimentos e retenções

1. As entidades devedoras de rendimentos que estejam obrigadas a efetuar a


retenção de imposto relativamente a rendimentos de sujeitos passivos
residentes, são obrigadas a:

a) Possuir registo atualizado das pessoas credoras desses rendimentos, ainda


que não tenha havido lugar a retenção do imposto, do qual constem,
nomeadamente, o nome, número fiscal e respetivo código, bem como a data
e valor de cada pagamento ou dos rendimentos em espécie que lhes tenham
sido atribuídos;

b) Entregar aos sujeitos passivos, até 20 de Janeiro de cada ano, documento


comprovativo das importâncias devidas no ano anterior, incluindo, quando
for caso disso, as correspondentes aos rendimentos em espécie que lhes
hajam sido atribuídos, do imposto retido na fonte e das deduções a que
eventualmente haja lugar;

c) Entregar à Administração Tributária uma declaração relativa àqueles


rendimentos, que fará parte integrante da declaração a que se refere a alínea
c) do n.º 1 do artigo 109.°.

Organizado e paginado por: Carlos Neves 60


DIÁRIO DA REPÚBLICA Nº 68 - Quinta – Feira, 8 de Outubro de 2009

2. As entidades devedoras de rendimentos que estejam obrigadas a efetuar a


retenção de rendimentos de sujeitos passivos não residentes são obrigadas a
entregar à Administração Tributária, até ao último dia útil do mês de Junho, uma
declaração relativa àqueles rendimentos em impresso de modelo a aprovar por
despacho da Ministro das Finanças ou em suporte informático.

Artigo 117.º
Rendimentos isentos, dispensados de retenção

As entidades devedoras dos rendimentos a que se refere o artigo 70.°, cujos titulares
beneficiem de isenção, são obrigadas a:

a) Entregar à Administração Tributária, até ao dia 30 de Junho de cada ano,


uma declaração relativa àqueles rendimentos, em impresso de modelo
aprovado oficialmente ou em suporte informático;

b) Possuir registo atualizado dos titulares desses rendimentos em conformidade


com o seu regime fiscal, bem como os documentos comprovativos da
isenção.

Artigo 118.º
Informação das seguradoras

As empresas de seguros deverão comunicar à Administração Tributária, até final de


Fevereiro de cada ano, em impresso de modelo aprovado oficialmente ou por
suporte informático, relativamente ao ano anterior e ao seguro de vida, os resgates
de apólices de seguros de grupo e os resgates ou adiantamentos de apólices de
seguros individuais efetuados antes de terem decorrido cinco anos após a sua
constituição, dele devendo constar:

a) O número da apólice e as datas de constituição do seguro, do seu resgate ou


adiantamentos;

b) A identificação fiscal da entidade que constituiu o seguro e da entidade que


beneficiou do resgate ou adiantamentos;

c) O montante total dos prémios pagos durante a vigência da respetiva apólice.

Artigo 119.º
Notários, conservadores e oficiais de justiça

Os notários, conservadores e oficiais de justiça são obrigados a enviar à


Administração Tributária, até ao final do mês de Fevereiro de cada ano, relação dos
atos praticados nos seus cartórios e conservatórias e das decisões transitadas em
julgado no ano civil anterior dos processos a seu cargo, que sejam suscetíveis de

61
LEI N.º 11/2009 - PRIMEIRA ALTERAÇÃO AO CÓDIGO DO IRS

produzir rendimentos sujeitos a IRS, mediante impresso de modelo aprovado


oficialmente ou por suporte informático.

Artigo 120.º
Sociedades corretoras e sociedades financeiras de corretagem

As sociedades corretoras, as sociedades financeiras de corretagem e as outras


instituições financeiras deverão comunicar à Administração Tributária, até ao final do
mês de Fevereiro de cada ano, relativamente a cada sujeito passivo, mediante
modelo aprovado oficialmente ou por suporte informático:

a) O número total de ações e outros valores mobiliários alienados com a sua


intervenção, bem como o respetivo valor;

b) O número de contratos de instrumentos financeiros derivados, bem como o


respetivo valor, adquiridos ou vendidos com a sua intervenção e, bem assim,
aqueles em que se verifiquem situações de vencimento, exercício ou outras
formas de extinção do contrato.

Artigo 121.º
Documentos comprovativos de encargos

1. As instituições de crédito e as companhias de seguros deverão entregar aos


sujeitos passivos, até 20 de Janeiro, documento comprovativo de juros, prémios
de seguros de vida e outros encargos, pagos por aqueles no ano anterior e que
possam ser deduzidos ou abatidos aos seus rendimentos, nos casos previstos
neste Código.

2. Dentro do mesmo prazo, as restantes entidades que recebam juros ou paguem


quaisquer despesas suscetíveis de dedução ou abatimento nos rendimentos,
deverão entregar aos sujeitos passivos documento comprovativo de tais
pagamentos.

Artigo 122.º
Obrigação de comprovar os elementos das declarações

1. As pessoas sujeitas a IRS deverão apresentar, no prazo que lhes for fixado, os
documentos comprovativos dos rendimentos auferidos, das deduções e
abatimentos e de outros factos ou situações mencionadas na respetiva
declaração, quando a Administração Tributária os exija.

2. A obrigação estabelecida no número anterior mantém-se durante os cinco anos


seguintes àquele a que respeitem os documentos.

Organizado e paginado por: Carlos Neves 62


DIÁRIO DA REPÚBLICA Nº 68 - Quinta – Feira, 8 de Outubro de 2009

3. O extravio dos documentos referidos no n.º 1 por motivo não imputável ao


sujeito passivo não o impede de utilizar outros elementos de prova daqueles
factos.

Artigo 123.º
Representantes

1. Os não residentes que obtenham rendimentos sujeitos a IRS, bem como os que,
embora residentes em território nacional, se ausentem deste por um período
superior a seis meses devem, para efeitos tributários, designar uma pessoa
singular ou coletiva com residência em São Tomé e Príncipe para os representar
perante a Administração Tributária e garantir o cumprimento dos seus deveres
fiscais.

2. A designação a que se refere o n.º 1 será feita na declaração de início de atividade


ou de registo de número de contribuinte, devendo nela constar expressamente a
sua aceitação pelo representante.

3. Na falta de cumprimento do disposto no n.º 1 e independentemente da sanção


que ao caso couber, não haverá lugar às notificações previstas neste Código, sem
prejuízo de os sujeitos passivos poderem tomar conhecimento das matérias a que
as mesmas respeitariam junto do serviço que, para o efeito, seja competente.

Artigo 124.º
Pluralidade de obrigados

Se a obrigação acessória impender sobre várias pessoas, o cumprimento por uma


delas exonera as restantes.

Artigo 125.º
Alienação de valores mobiliários

Os adquirentes de ações e outros valores mobiliários cujas mais-valias estejam


sujeitas a IRS não poderão exercer quaisquer direitos, conferidos pela sua
titularidade, diretamente ou por intermédio de instituição financeira, sem
comprovarem, perante a entidade respetiva, que:

a) Foi efetuada por si ou pelos alienantes a correspondente comunicação à


Administração Tributária, quando essa aquisição tenha sido realizada sem a
intervenção das entidades referidas nos artigos 120.° e 121.° deste Código;
ou

b) A aquisição foi realizada com a intervenção das referidas entidades.

63
LEI N.º 11/2009 - PRIMEIRA ALTERAÇÃO AO CÓDIGO DO IRS

Artigo 126.º
Depósito de ações e outros valores mobiliários

1. O depósito de ações e outros valores mobiliários suscetíveis de produzir


rendimentos da categoria C deverá ser titulado por documento emitido pela
respetiva instituição financeira, do qual conste a identificação dos valores
depositados.

2. O levantamento de ações e outros valores mobiliários referidos no número


anterior deverá ser titulado por documento emitido pela respetiva instituição
financeira, do qual conste a identificação dos valores depositados e a declaração,
quando for o caso, de que os mesmos foram adquiridos com a sua intervenção.

Organizado e paginado por: Carlos Neves 64


DIÁRIO DA REPÚBLICA Nº 68 - Quinta – Feira, 8 de Outubro de 2009

Título VIII
Disposições finais

Artigo 127.º
Competência territorial

1. Para efeitos deste imposto, os atos tributários, qualquer que seja a sua natureza,
consideram-se praticados na Direção dos Impostos ou na Delegação do Príncipe,
consoante o domicílio fiscal do sujeito passivo.

2. Tratando-se de não residentes que não tenham nomeado representante, os atos


tributários a que se refere o número anterior consideram-se praticados na
Direção dos Impostos de São Tomé.

Artigo 128.º
Ano fiscal

Para efeitos do IRS, o ano fiscal coincide com o ano civil.

Artigo 129.º
Declarações e outros documentos

Sempre que, neste Código, não se exija a utilização de impressos de modelo oficial,
podem as declarações, relações, requerimentos ou outros documentos ser
apresentados em papel comum de formato A4, ou em suporte que, com os requisitos
estabelecidos pela Administração Tributária, permita tratamento informático.

Artigo 130.º
Envio de documentos pelo correio

1. As declarações e outros documentos que, nos termos deste Código, devam ser
apresentados em qualquer serviço da Administração Tributária podem ser
remetidos pelo correio, sob registo postal, acompanhados de um sobrescrito,
devidamente endereçado, para a devolução imediata dos duplicados ou dos
documentos, quando for caso disso.

2. No caso previsto no número anterior, considera-se que a remessa foi efetuada na


data constante do carimbo dos Correios de São Tomé e Príncipe ou na data do
registo.

3. Ocorrendo extravio, a Administração Tributária poderá exigir 2.a via, que, para
todos os efeitos, se considera como remetida na data em que, comprovadamente,
o tiver sido o original.

65
LEI N.º 11/2009 - PRIMEIRA ALTERAÇÃO AO CÓDIGO DO IRS

Artigo 131.º
Registo dos sujeitos passivos

1. Com base nas declarações periódicas de rendimentos, de início de atividade ou de


outros elementos de que disponha, a Administração Tributária organizará e
manterá atualizado um registo de sujeitos passivos de IRS.

2. Sempre que ocorra qualquer alteração relativa à situação pessoal ou familiar do


sujeito passivo de IRS, deverá esta ser comunicada:

a) Na declaração de rendimentos respeitante ao ano da verificação dos factos;

b) Em declaração de modelo oficial a apresentar durante o mês de Janeiro do


ano seguinte àquela verificação, caso o sujeito passivo não esteja obrigado à
apresentação da declaração de rendimentos.

3. O cancelamento do registo respeitante a não residentes será feito em face da


declaração da cessação de atividade em território são-tomense ou de declaração
de alienação das suas fontes de rendimento tributável nesse território, as quais
deverão ser apresentadas até final do mês seguinte ao da verificação desses
factos.

Artigo 132.º
Classificação das atividades

As atividades exercidas pelos sujeitos passivos do IRS serão classificadas, para efeitos
deste imposto, de acordo com a Classificação das Atividades Económicas são-
tomenses por Ramos de Atividade (CAE), do Instituto Nacional de Estatística ou de
acordo com os códigos mencionados na tabela de atividades.

Artigo 133.º
Atualização de valores

Os valores em moeda nacional fixados neste Código serão objeto de atualização


anual mediante aplicação do coeficiente calculado nos termos do artigo 107.° do
Código Geral Tributário.

Artigo 134.º
Fixação do salário mínimo nacional

Para efeitos de aplicação do presente Código o valor do salário mínimo nacional deve
ser fixado por Despacho do Ministro do Plano e Finanças.

Organizado e paginado por: Carlos Neves 66


APÊNDICE
ASSEMBLEIA NACIONAL

Lei n.º 11/2009

Primeira Alteração ao Código do Imposto Sobre o Rendimento de Pessoas


Singulares (IRS), aprovado pela Lei n.º 17/2008, de 31 de Dezembro.

Tendo sido recentemente publicado o Código do Imposto Sobre o Rendimento de Pessoas


Singulares (IRS);

Tendo-se posteriormente constatado certas imprecisões e lacunas, bem como a


consagração de medidas legislativas pouco adequadas à realidade São-tomense;

Mostrando-se, portanto, necessário corrigir a situação, de forma a que os desideratos


almejados com a adoção do diploma se cumpram;

Assim, a Assembleia Nacional decreta, nos termos da alínea b) do artigo 97.º da


Constituição, o seguinte:

Artigo 1.º
Alteração a Lei n.º 17/2008, de 31 de Dezembro

São alterados os artigos 20.°, 21.°, 43.°, 49.°, 66.°, 68.°, 70.°, 75.°, 77.°, 78.º, 79.º e 91.°
do Código do Imposto Sobre o Rendimento de Pessoas Singulares (IRS), que passam a ter as
seguintes redações:

Artigo 2.º
Aditamento dos artigos 10.ºA, 11.ºA e 135.º

São aditados os artigos 10.°A, 11.ºA e 135.° ao Código do Imposto Sobre o Rendimento
de Pessoas Singulares com a seguinte redação:

Artigo 3.º
Norma revogatória

1. São revogados a alínea k) do n.º1 do artigo 3.º e o artigo 67.º do Código de Imposto
sobre o Rendimento de Pessoas Singulares (IRS).

2. Após a publicação é revogada toda a legislação que contrarie o presente Diploma.

Artigo 4.º
Republicação

1. É republicada, em anexo, com a redação atual, o Código do Imposto Sobre o


Rendimento de Pessoas Singulares, aprovado pela Lei n.º17/2008, de 31 de Dezembro.

2. Para efeitos de republicação é alterada a numeração dos artigos 67.º a 134.º.

Artigo 5.º
Entrada em vigor
A presente Lei entra em vigor na data da sua publicação.

Assembleia Nacional, em São Tomé, 3 de Julho de 2009.

O Presidente da Assembleia Nacional, Interino,

Jayme José da Costa.

Promulgado em 17 de Setembro de 2009.

Publique-se.

O Presidente da República,

Fradique Bandeira Melo de Menezes.

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