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Nas décadas finais do século XIX, a economia, como muitas outras disciplinas, foi
profissionalizada. Isso representou um forte contraste com o mundo de Smith, Malthus, Ricardo
e seus contemporâneos. Ocorreram mudanças importantes também no ambiente intelectual em
que as ideias econômicas durante boa parte dos séculos XVIII e XIX. Mesmo no século XVII, a
ciência tinha influenciado a maneira como as questões econômicas eram tratadas. No século
XIX, porém, a ideia do “cientista” se estabelecera, tendo o termo sido cunhado por William
Whewell (1794-1866) em 1833. As pessoas deixaram de se referir à ciência como “filosofia
natural”, e a distancia entre ciência e filosofia se ampliou. Isso afetou de diversas maneiras a
economia.
Jevons discordou de Ricardo sobre a teoria do valor. Jevons argumentava que o valor
dependia inteiramente da utilidade. Em particular, o valor dependia do beneficio que um
consumidor recebia da última unidade consumida.
Jevons argumentava que a economia era inerentemente matemática porque lidava com
quantidades. Para ele, o estabelecimento da economia como ciência estava estreitamente
relacionado com a medição exata de quantidades econômicas.
Na segunda metade do século XIX, a economia alemã estava dominada pelo movimento
histórico – geralmente dividido na escola histórica “antiga”, encabeçada por Wilhelm Roscher, e
a escola histórica “nova”, encabeçada por Gustav Schmoller (1838 – 1917), embora a primeira
fosse muito menos escola que a última. Antes do surgimento das escolas históricas, não havia
nenhuma ortodoxia na economia alemã, apenas uma diversidade de grupos como a chamada
escola “romântica”. O termo “smithianismo” era associado com uma variante extrema de
liberalismo.
O movimento histórico na economia alemã foi estabelecido por Roscher. Em seu livro,
ele argumentava que não era que a economia politica clássica estivesse errada, mas que ela era
inadequada, dadas as condições politicas e industriais na Alemanha de seu tempo. As teorias
econômicas deviam levar em conta as circunstâncias em que diferentes países se achavam.
Além do mais, era importante elaborar leis e estágios de desenvolvimento histórico.
A nova escola histórica foi mais radical. Schmoller compartilhava a atitude da escola
histórica antiga sobre a economia clássica e tentou ampliar o tema. Ele era cético quanto à ideia
de leis da história, argumentando que elas frequentemente não passavam de generalizações
duvidosas ou verdades psicológicas – que não guardavam nenhuma relação com as leis das
ciências naturais. Para ele, era importante que as proposições econômicas se baseassem na
observação empírica detalhada, pois só assim se poderia levar em conta corretamente as
circunstancias de tempos e lugares determinados. Ele não se opunha à teoria, mas sustentava a
necessidade de um cuidado extremo na apuração dos fatos do caso antes de se fazer qualquer
generalização. O método pelo qual a base empírica necessária seria estabelecida consistia de
estudos históricos detalhados.