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ENGENHARIA MECÂNICA
Belo Horizonte
Escola de Engenharia da UFMG
2017
ANO
“Há uma força motriz mais poderosa que o vapor,
a eletricidade e a energia atômica: a vontade. ”
Albert Einstein
RESUMO
Palavras-chave: coletor solar, modelo numérico, regime permanente, geração direta de vapor,
aplicabilidade industrial.
ABSTRACT
This work is concerned with the development of a numerical model to simulate the
behavior of a parabolic trough collector with direct steam generation at steady state. The model
was based on the conservation of energy, mass and momentum equations. Correlations from
literature were used to calculate the heat transfer and pressure drop coefficient and to determine
the heat loss to the external ambient. The model was validated through the comparison with
experimental data from literature. The operation of the system was assessed under various input
variables in order to analyze the influence of these variables on the performance of the collector.
Finally, some simulations were made to evaluate the applicability of these collectors to process
heat generation. The results show that the system has a good applicability, subject to some
observations on the available area and desired thermal power.
Keywords: solar collector, numerical model, steady state, direct steam generation, industrial
application.
LISTA DE FIGURAS
Letras latinas
A Área [m2]
a Constante
b Constante
C Constante
c Constante
cp Calor especifico a pressão constante [J/kgK]
D Diâmetro externo do tubo [m]
d Diâmetro interno do tubo [m]
e Rugosidade relativa
E Equação da hora [min]
f Fator de atrito
FS Fator de sombra
G Velocidade mássica [kg/m2s]
H Coeficiente convectivo de transferência de calor [W/m2K]
h Entalpia [J/kg]
̅
H Radiação diária incidente [MJ/m2]
I Radiação horária incidente [MJ/m2]
k Condutividade térmica [W/mK]
KT Índice de limpidez
L Comprimento [m]
M Massa [kg]
ṁ Vazão mássica [kg/s]
N Potência [W]
n Número de dia do ano
P Pressão [bar]
p Perímetro [m]
q Energia térmica por unidade de comprimento [W/m]
q̇ Fluxo de calor [W/m2]
r Raio do tubo [m]
rd Razão entre a radiação horária difusa e a radiação diária difusa
rt Razão entre a radiação horária total e a radiação diária total
T Temperatura [ºC]
t Tempo [s]
U Coeficiente total de transferência de calor [W/m2K]
u Velocidade [m/s]
V Velocidade [m/s]
v Volume específico [m3/kg]
V̇ Vazão volumétrica [m3/s]
w Largura [m]
x
Título de vapor
Letras gregas
α Fração de vazio
β Ângulo de inclinação [º]
γ Deslizamento entre fases
δ Ângulo de declinação [º]
ε Emissividade
η Eficiência
θ Ângulo de incidência [º]
μ Viscosidade dinâmica [kg/s.m]
ρ Massa [kg/m3]
ϕ Ângulo da latitude [º]
χ Parâmetro de Martinelli
ω Ângulo horário [º]
Subscritos
ab Referente ao tubo absorvedor
abs Referente à absorção
amb ambiente
bf Referente ao escoamento bifásico
ent Referente à entrada do volume de controle
f Fluido
i Interno
l Líquido
m média
o externo
p Parede do tubo absorvedor
perd Referente à perda
sai Referente à saída do volume de controle
v Vapor
z zenith
Números adimensionais
Nu Número de Nusselt
Pr Número de Prandtl
Re Número de Reynolds
NOMENCLATURAS
1. INTRODUÇÃO ............................................................................................................... 14
3. METODOLOGIA ........................................................................................................... 45
3.1. Introdução ........................................................................................................................ 45
3.2. Hipóteses do Modelo ....................................................................................................... 45
3.3. Equações do Modelo ........................................................................................................ 45
3.3.1. Escoamento água-vapor ................................................................................................. 45
3.3.2. Parede do Tubo .............................................................................................................. 46
3.4. Método de Resolução das Equações............................................................................... 51
3.5. Validação do modelo matemárico .................................................................................. 55
5. CONCLUSÕES ............................................................................................................... 71
REFERÊNCIAS ..................................................................................................................... 73
14
1. INTRODUÇÃO
ainda mostra que há previsões de que se a concentração atmosférica de gases do efeito estufa
continuar a aumentar nas taxas atuais, a temperatura da Terra pode aumentar em outros 2 a 4ºC
e causar aumento entre 30 a 60 cm do nível do mar no próximo século. Essa alteração pode
levar a enchentes de áreas costeiras, deslocamentos de regiões férteis à agricultura para altitudes
mais altas e diminuição da disponibilidade de água limpa para irrigação e outros usos. Portanto,
tais alterações colocariam em perigo a sobrevivência de populações inteiras.
Há diversas fontes de energia alternativas que podem ser utilizadas em substituição
aos combustíveis fósseis, de forma a amenizar os danos causados ao meio-ambiente e a grande
dependência de fontes não-renováveis de energia. Os benefícios derivados da instalação e
operação de sistemas de energias renováveis podem ser divididos em três categorias: redução
do consumo energético para a produção de eletricidade, criação de novos postos de trabalho e
diminuição da emissão de gases poluentes. Em relação a outras fontes de energia renovável, a
energia solar apresenta interessantes vantagens, como seu grande potencial energético e o fato
de ser uma fonte limpa cujo fornecimento causa mínima poluição ambiental.
A energia solar é o recurso de energia permanente mais abundante no planeta. Estima-
se que a energia total emitida pelo Sol é de 3,8 x 1023 kW por segundo, a qual é irradiada em
todas as direções. Porém, apenas 1,8 x 1014 kW dessa energia é interceptada pelo nosso planeta
e 60% desse valor atinge a superfície terrestre, o restante é refletido de volta ao espaço ou
absorvido pela atmosfera. No entanto, estima-se que cerca de 30 minutos de radiação solar
sobre a Terra é equivalente à demanda anual de energia de todo o planeta. (Kalogirou, 2004)
Um importante entrave para a consolidação das tecnologias solares como fontes de
energia é a distribuição irregular e intermitente da energia solar no planeta, o que cria
dificuldades econômicas e tecnológicas para o seu uso. Essas complicações podem ser
superadas pelo aumento da eficiência, diminuição dos custos de produção e manutenção e pelo
aumento da confiabilidade dos sistemas utilizados para geração de calor e energia elétrica
proveniente de fontes solares.
Há duas distintas tecnologias de utilização direta da energia solar, a energia
fotovoltaica e a energia solar térmica. Sistemas de energia fotovoltaica utilizam painéis solares,
geralmente feitos de células solares de silício, para converter a radiação solar diretamente em
eletricidade, através do efeito fotovoltaico. Esses painéis geram energia elétrica sem emissões,
barulho ou vibração, no entanto, os custos de geração ainda são relativamente altos. Já os
sistemas de energia solar térmica aplicam coletores para transformar a energia de radiação do
sol em calor transferido para a água, óleos ou outros fluidos. Coletores solares não
concentradores são capazes de produzir temperaturas de até 100ºC e são utilizados em
16
2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
2.1. Introdução
O principal componente dos sistemas de energia térmica solar são os coletores solares,
os quais são capazes de captar a energia da radiação proveniente do sol, transformá-la em calor
e transferi-lo ao fluido que circula em seu interior. Sendo assim, a energia solar coletada é
conduzida pelo fluido do coletor quer diretamente para a água quente ou equipamentos de
condicionamento de ar, ou para tanques de armazenamento de energia térmica de onde pode
ser aproveitada para uso em dias nublados ou durante a noite.
Há, basicamente, dois tipos de coletores solares: coletores não concentradores e
coletores concentradores. Enquanto os não-concentradores possuem a mesma área para
interceptar e absorver a radiação solar, os concentradores interceptam a radiação em grandes
superfícies, geralmente côncavas, e a direciona para uma pequena área de absorção, o que
aumenta o fluxo de radiação. Portanto, os coletores concentradores permitem atingir
temperaturas de trabalho bastante superiores às temperaturas alcançáveis pelos não
concentradores e, consequentemente, maiores eficiências termodinâmicas, graças à utilização
de um dispositivo óptico entre a fonte de radiação e a superfície de absorção de energia.
Este capítulo detalha o funcionamento do coletor cilíndrico-parabólico, discute a
aplicação da energia solar para geração de calor para processos industriais e relata um estudo
dos princípios físicos que regem o comportamento térmico desses coletores, apresentando uma
revisão bibliográfica dos mecanismos de transferência de calor e de perda de pressão, tanto em
escoamentos monofásicos como em escoamentos bifásicos, necessários para a criação do
modelo de simulação numérica. Por fim, é feita uma breve apresentação das definições dos
principais parâmetros solares de interesse no estudo dos coletores solares.
Figura 1. Ela pode variar desde valores próximos à unidade à valores de ordem de grandeza
próxima à 10.000. Quanto maior é a razão de concentração, maior será a temperatura na qual a
energia pode ser disponibilizada, porém há um aumento nos requisitos de precisão na qualidade
e no posicionamento do sistema óptico (Kalougirou, 2004).
a radiação em um tubo absorvedor localizado na linha focal dos refletores, conforme mostrado
na Figura 3. Os tubos absorvedores são cobertos por um tubo de vidro para reduzir as perdas
térmicas e os coletores podem ser orientados na direção Leste-Oeste com um sistema de
rastreamento do Sul para o Norte ou o contrário. O primeiro modo possui a vantagem de
necessitar de pouco ajuste durante o dia e de sempre ter a abertura completa de frente para o sol
ao meio-dia, porém o rendimento do coletor é afetado durante as primeiras e últimas horas do
dia devido à altos ângulos de incidência. Já coletores posicionados na direção Norte-Sul
possuem maior perda de radiação incidente ao meio-dia e menor no início e fim do dia.
De acordo com Birnbaum et al. (2008), a maioria das usinas de energia solar em
operação no mundo utilizam coletores cilíndrico-parabólicos, dos quais praticamente todos
utilizam óleo como fluido de trabalho, com o calor sendo fornecido à turbina através de um
trocador de calor óleo/água, no que é chamado de Geração de Vapor Indireta (Indirect Steam
22
Generation – ISG). Essas plantas são divididas em dois ciclos: o campo solar e o bloco de
potência. No campo solar, óleo sintético é circulado e aquecido nos tubos absorvedores pela
concentração da radiação solar. O óleo é bombeado para trocadores de calor onde calor é
transferido para o ciclo água-vapor de um sistema de Rankine convencional (Bloco de potência).
No entanto, óleos sintéticos são quimicamente estáveis até apenas 400ºC, o que limita a
temperatura do vapor e consequentemente a eficiência da usina. Além disso, sistemas ISG
possuem riscos ambientais associados ao vazamento de óleo e subsequentes incêndios, como o
que aconteceu na usina termosolar SEGS II, conforme mostrado pelo Los Angeles Times (1999)
- Storage Tank at Solar Power Plant in Desert Explodes; Immediate Area Is Evacuated.
Para superar essas restrição, diversos fluidos alternativos são discutidos por Eck et
al.(2007), e a tecnologia mais promissora é a de geração direta de vapor(Direct Steam
Generation – DSG). Nesse modo de operação água é utilizada como fluido de trabalho e é
evaporada no interior dos tubos absorvedores, dessa forma o sistema é operado com apenas um
ciclo e os trocadores de calor, que significam um custo considerável da construção e operação
de um sistema ISG, são eliminados. Há, porém, algumas desvantagens relacionadas ao uso da
geração direta de vapor, como a necessidade de sistemas de controle mais complexos e a
geração de maiores gradientes de temperatura no escoamento do fluido devido ao regime
bifásico e, consequentemente, maiores tensões térmicas sobre o material da tubulação do
absorvedor. Os sistemas de armazenamento de energia também são mais caros, no momento,
em relação à geração indireta de vapor.
Diversas pesquisas vêm sendo feitas para responder alguns desses questionamentos
sobre a aplicação do DSG, com destaque para o projeto DISS (Direct Solar Steam) construído
na Plataforma Solar de Almería e iniciado em 1996. Conforme mostrado por Zarza et al. (2002)
foram testados e avaliados 3 modos de operação com diferentes pressões de trabalho e a
funcionalidade da tecnologia DSG foi comprovada. Atualmente, é utilizada para o
desenvolvimento de componentes, como separadores de vapor e materiais de tubos
absorvedores de alta temperatura, e para otimização de estratégias de controle e de operação.
Segundo esses autores, a principal conclusão da primeira fase do projeto, a qual terminou em
1998, é de que a tecnologia de geração direta de vapor em coletores parabólicos cilíndricos é
viável e o conhecimento adquirido nessa etapa foi de extrema importância para as pesquisas
posteriores.
Os modos de operação testados foram: modo de circulação única, modo de injeção e
modo de recirculação, conforme apresentado na Figura 4. No primeiro, água é escoada pelo
tubo absorvedor uma única vez e ao final é gerado vapor, caracterizando o modo mais simples
23
em termos de tubulação, porém o que exige um sistema de controle mais robusto para monitorar
a qualidade do vapor gerado sob a variação da radiação solar incidente e das condições de
entrada da água. No modo de injeção, água líquida é injetada em diversos pontos ao longo de
diferentes coletores e água é recirculada através do coletor. Esse sistema é mais complexo e
caro, no entanto, permite um controle mais simples das propriedades do vapor de saída. Por fim,
no modo de recirculação há um separador de água/vapor próximo ao fim da fase de evaporação
e o liquido é então recirculado pelo coletor. Dessa forma, o sistema pode ser razoavelmente
controlado, no entanto, o excesso de água e o trabalho de bombeamento na recirculação acarreta
em custos e perdas parasitas adicionais.
Zarza et al. (2002) concluíram que o modo de recirculação é o mais viável para
aplicações comerciais em relação à parâmetros financeiros e técnicos, principalmente devido à
maior facilidade de controle do vapor de saída. Feldhoff et al. (2012) compararam os sistemas
DSG e ISG em relação à eficiência e ao custo de energia elétrica e concluíram que o DSG
apresenta uma eficiência 8% melhor, porém um investimento inicial 10% maior em relação ao
ISG o que, no final, gera um custo de eletricidade 6% maior. Eles citam, como principais razões
para esse investimento consideravelmente maior, a utilização de sistemas de armazenamento
24
de energia mais onerosos e o maior custo específico de obtenção de energia solar. Dentre as
razões para tal está o fato de o modo de recirculação, o qual foi utilizado no estudo, apresentar
restrições em tamanho devido às altas pressões de projeto, resultando em limitações dos
componentes críticos e da tubulação principal. Por fim, os autores citam que a utilização do
modo de passagem única permitiria, em uma análise inicial, a obtenção de um custo de
eletricidade até 3,4% menor do que o obtido em um sistema de geração indireta de vapor.
Por essa razão o modo de circulação única foi analisado em detalhe no projeto DUKE
por pesquisadores do ISR – Institute of Solar Research, e comprovou-se que ele é um modo de
operação viável, o que, em conjunto com a redução dos custos de investimento, o torna
extremamente atraente para utilização em plantas de geração de energia elétrica e para
aplicações na indústria (Reuschenbach, 2015).
A primeira usina de geração de energia elétrica em grande escala que utiliza geração
direta de vapor com coletores parabólicos cilíndricos começou a operar no ano de 2012 em
Kanchanburi, Tailândia. Ela é equipada com 14 evaporadores e 7 ciclos de superaquecimento
e fornece vapor a 330ºC e 30bar a uma turbina de vapor de 5 MW. As primeiras experiências
de operação demonstram que a operação é satisfatória mesmo sob condições transientes de
radiação. O sistema não é suportado por sistemas de combustíveis fósseis ou armazenadores de
energia térmica explícitos. (Khenissi, et al, 2015).
Tabela 2-2 – Processos com maior potencial para utilização de energia solar
Temperatura
Setor Industrial Processo
(ºC)
Secagem 30 - 90
Lavagem 40 - 80
Alimentos e Pasteurização 80 -110
bebidas Evaporação 95-105
Esterilização 140-150
Tratamento térmico 40-60
Lavagem 40-80
Branqueamento 60-100
Indústria Têxtil
Tintura 100-160
Secagem e Desengraxamento 100-130
Evaporação 95-105
Indústria Química Destilamento 110-300
Processos químicos variados 120-180
Preparação 120 - 140
Destilação 140-150
Indústria de
Separação 200-220
Plásticos
Extensão 140-160
Secagem 180-200
Pré-aquecimento de água de
30-100
Todos Setores caldeira
Aquecimento de ambiente 30-80
Fonte: IRENA, 2015
26
A integração da energia térmica solar aos processos industriais pode ser feita de três
maneiras: como uma fonte de calor para aquecimento direto de um fluido em circulação e
geração de vapor, como mostrado na Figura 5, para pré-aquecimento da água de alimentação
de uma caldeira, ou para a manutenção da temperatura de processos industriais a baixas
temperaturas. Os coletores cilíndrico-parabólicos, por possuírem maior capacidade de captação
de energia térmica, possibilitam a utilização da energia solar para geração direta de vapor. No
entanto, para esse caso, armazenamento de calor é importante para garantir que haja calor
disponível ao longo de todo o dia.
de serem bastante úteis para análise de sistemas de alta complexidade, qualquer modelo
numérico deve ter como princípio o compromisso entre o esforço computacional e a qualidade
dos resultados esperados.
A análise do comportamento do escoamento monofásico em um coletor cilíndrico-
parabólico é relativamente simples, porém, na geração direta de vapor haverá uma longa região
com escoamento bifásico, o que amplia a complexidade do sistema devido aos consideráveis
gradientes de densidade do fluido entre a entrada e a saída do coletor.
Há diversas abordagens que podem ser utilizadas para a modelagem de sistemas DSG
em coletores parabólicos. As principais distinções entre elas são pautadas na forma como o
escoamento bifásico é tratado na derivação das principais equações. No entanto, todos eles
devem considerar que haverá três diferentes regiões no coletor: na entrada haverá uma parte de
pré-aquecimento da água líquida, com baixa dependência com a pressão, seguido de uma seção
de evaporação com escoamento bifásico e, por fim, a região de superaquecimento com
escoamento monofásico de vapor, ambas significativamente dependentes da pressão do fluido.
Modelos complexos desenvolvidos para a indústria nuclear consideram o escoamento
por um sistema de 6 equações: as equações da conservação da massa, do momento e da energia
são associadas à cada fase separadamente. O sistema é fechado pela utilização de leis de
interação empírica. Hoffman et al. (2014) implementou um modelo desse tipo utilizando um
sistema de código computacional chamado ATHLET (Analysis of THermal-hydrauilics of
LEaks and Transients). O modelo apresentado por ele permite a obtenção de informações
detalhadas sobre o comportamento do fluido, porém requer maior esforço computacional.
Neste trabalho, o objetivo é enfatizar no comportamento global do sistema ao invés de
análises detalhadas e de grande complexidade. O sistema de equações pode ser simplificado se
o escoamento bifásico for considerado como um fluido homogêneo, ou seja, as fases de líquido
e vapor estão em equilíbrio termodinâmico, possuem a mesma velocidade e estão igualmente
distribuídas na seção transversal do tubo.
Lippke et al. (1996) desenvolveram um modelo baseado no princípio do equilíbrio
termodinâmico, considerando um balanço de energia e de massa para o fluido. Já a pressão foi
considerada em uma iteração separada baseada em correlações de perda de pressão estática.
Odeh et al. (1998) elaboraram uma modelagem da geração direta de vapor com base
na temperatura do tubo absorverdor, permitindo que possa ser utilizado para a análise de
28
𝐻∙𝑑 (2.1)
𝑁𝑢𝐷 = = 4,36
𝑘
1/3 (2.3)
𝑅𝑒 ∙ 𝑃𝑟 𝜇 0,14
̅̅̅̅𝐷 = 1,86 ∙ (
𝑁𝑢 ) ∙( )
𝐿⁄ 𝜇𝑠
𝑑
onde Re, Pr, L e d são o número de Reynolds, o número de Prandtl, o comprimento e o diâmetro
interno, respectivamente. Já 𝜇 e𝜇𝑠 são as viscosidades dinâmicas calculadas à temperatura
média do fluido e à temperatura da parede. O domínio de validade da equação é dado por:
𝜇
0,48 < 𝑃𝑟 > 16700 0,0044< (𝜇 ) > 9,75
𝑠
30
Para escoamento turbulento a análise é mais complexa. Uma das correlações mais
utilizadas para o cálculo do número de Nusselt local no escoamento turbulento completamente
desenvolvido em um tubo circular liso, a equação de Dittus-Boelter, é dada por Incropera (2008):
Em caso de aquecimento do fluido (Tp > Tm), usa-se n=0,4, já para resfriamento (Tm >
Tp), usa-se n=0,3. As propriedades do fluido são calculadas considerando-se sua temperatura
média. A faixa de validade dessa correlação é:
𝜇 0,14 (2.5)
̅̅̅̅ 4/5 1/3
𝑁𝑢𝐷 = 0,0027 ∙ 𝑅𝑒 ∙ 𝑃𝑟 ∙ ( )
𝜇𝑠
a) Perdas Maiores
Para o escoamento monofásico completamente desenvolvido a queda de pressão pode
ser calculada por (Fox, 2013):
L V̅2 (2.6)
∆𝑃 = f ∙ ∙ ∙ρ
𝑑 2
64 (2.7)
f=
Re
1,11 (2.9)
1 𝑒⁄𝑑 6,9
= −1,8 ∙ log [( ) + ]
√𝑓 3,7 𝑅𝑒
0,316 (2.10)
𝑓=
𝑅𝑒 0,25
b) Perdas Menores
A passagem do fluido pelos acessórios de uma tubulação causa uma perda de carga
adicional, sobretudo, como resultado da separação do escoamento. Essas perdas são
relativamente menores se o sistema incluir longos trechos retos de tubo de seção constante. Elas
32
são tradicionalmente calculadas de duas maneiras, conforme as equações 2.11 e 2.12 (Fox,
2013):
̅2
V (2.11)
∆𝑃 = K ∙ ∙ρ
2
onde ṁ, ṁ𝑙 e ṁ𝑣 são a vazão mássica da mistura bifásica, da fase líquida e da fase de vapor,
respectivamente.
d) Fração de vazio
É a razão entre a seção reta ocupada por vapor e aquela ocupada pela mistura bifásica:
A𝑣 𝐴𝑣 (2.14)
𝛼= =
A𝑙 +A𝑣 A
onde A, 𝐴𝑙 e 𝐴𝑣 são seções retas ocupadas pela mistura bifásica, pela fase líquida e pela fase de
vapor, respectivamente.
33
e) Velocidades
As velocidades de escoamento das fases vapor e líquido são dadas, respectivamente,
por:
ṁ𝑣 𝑉𝑣̇ ṁ𝑙 𝑉̇𝑙 (2.15)
𝑢𝑣 = = 𝑢𝑙 = =
ρ𝑣 ∙ 𝐴𝑣 𝐴𝑣 ρ𝑙 ∙ 𝐴𝑙 𝐴𝑙
onde ρ𝑙 , 𝑉𝑣̇ e 𝑉̇𝑙 são as massas específicas e as vazões volumétricas das fases vapor e líquida
respectivamente. Já as velocidades superficiais do vapor e do líquido referenciadas à área total
da seção do tubo são dadas por:
f) Deslizamento
É a razão entre as velocidades das fases vapor e líquido sobre a interface líquido-vapor:
𝑢𝑣 (2.17)
γ=
𝑢𝑙
c) Escoamento estratificado
O líquido se concentra na região inferior do tubo e ambas as fases escoam
separadamente e possuem uma interface caracterizada por uma sombra. Ocorre quando as
velocidades das fases vapor e líquido são baixas.
d) Escoamento estratificado com ondas
É uma variante do escoamento estratificado no qual aparecem ondas na interface
líquido – vapor devido ao aumento da velocidade da fase vapor.
e) Escoamento de Golfadas
Um contínuo aumento da velocidade do vapor leva as bolhas a formarem golfadas
espumantes que são propagadas ao longo do canal a alta velocidade. A parte superior do tubo
atrás da onda é molhada por um filme residual que é drenado para o escoamento líquido.
f) Escoamento anular
Escoamento em que a fase vapor, ao possuir uma velocidade ainda mais alta, gera a
formação de um núcleo de vapor com um filme líquido em torno da periferia do tubo. Esse
filme é mais espesso na base do tubo.
G𝑓 ∙ (1 − x) ∙ d𝑖𝑛𝑡 (2.21)
Re =
𝜇𝑙
onde Gf é a velocidade mássica, definida pela razão entre a vazão mássica e a área da seção
transversal interna da tubulação, ṁ/A.
Para a obtenção de H𝑒𝑏 Chen, originalmente, baseou-se na análise de Forster e Zuber
(1955). Porém, Stephan e Baehr (2006) argumentam que investigações recentes mostram que
isso leva à resultados relativamente pouco precisos. Dessa forma, utiliza-se as correlações
empíricas propostas por Stephan (2006) e Odeh et. al (1998):
𝑛
W q̇ (2.22)
H𝑒𝑏 = 3800 [ 2 ] ∙ ( ) ∙ F𝑝
𝑚 𝐾 20000
onde q̇ é o fluxo de calor incidente no tubo (W/m2), e n e Fp são dados por Stephan (2006) e
Odeh et. al (1998):
n = 0,9 − 0,3 ∙ P𝑛 0,15 (2.23)
1 (2.24)
F𝑝 = 2,55 ∙ P𝑛 0,27 ∙ (9 + 2 ) P𝑛
2
1 − P𝑛
E:
P (2.25)
P𝑛 =
𝑃𝑐𝑟𝑖𝑡
onde Pcrit, pressão crítica para a água, é de aproximadamente 221 bar.
37
Stephan (2006) e Odeh et. al (1998) propõem que se utilize as correlações de Gungor
e Winterton (1986) para o cálculo dos fatores F e S:
q̇ (2.28)
Bo =
G𝑓 ∙ ∆ℎ𝑣
Para a zona deficiente de líquido, as correlações acima não são aplicáveis. À medida
que a ebulição ocorre, a quantidade de líquido presente na mistura decresce e,
consequentemente, a espessura do filme de líquido sobre a parede diminui constantemente até
seu completo desaparecimento. O título de vapor correspondente a esse ponto de
desaparecimento é chamado de título crítico e corresponde ao início do escoamento da região
denominada de deficiente de líquido. Sthapak desenvolveu uma correlação para estimar o título
crítico (Maia, 2007):
−0,161 (2.29)
x𝑐𝑟𝑖𝑡 = 7,943 [𝑅𝑒𝑣 ∙ (2,03 ∙ 104 ∙ 𝑅𝑒𝑣 −0,8 ∙ ∆𝑇𝑠𝑎𝑡 − 1)]
onde:
G∙x∙d (2.30)
Re𝑣 =
𝜇𝑣
δ 2
𝑥 2 ∙ v𝑣 (1 − 𝑥)2 ∙ v𝑙 δG 𝑑𝑃 (2.32)
{𝑃 + 𝐺 [ + ]} = −( )
δz 𝛼 1−𝛼 δt 𝑑𝑧 𝐹
𝑑𝑃 (2.33)
( ) = 𝐹 ∙ (1 − 𝑥)1/3 + 𝐵 ∙ 𝑥 3
𝑑𝑧 𝐹
39
𝐹 = 𝐴 + 2 ∙ (𝐵 − 𝐴) ∙ 𝑥 (2.34)
𝑑𝑃 𝐺𝑓 2 (2.35)
𝐴 = ( ) = 𝑓𝐿0
𝑑𝑧 𝐿0 2 ∙ 𝐷 ∙ 𝜌𝐿
𝑑𝑃 𝐺𝑓 2 (2.36)
𝐵 = ( ) = 𝑓𝑉0
𝑑𝑧 𝑉0 2 ∙ 𝐷 ∙ 𝜌𝑉
(2.38)
𝑀𝑙 = ∫ 𝜌𝑙 𝐴𝑙 𝑑𝑧 = 𝐴 ∫(1 − 𝛼) ∙ 𝜌𝑙 𝑑𝑧
(2.39)
𝑀 = 𝑀𝑙 + 𝑀𝑣 = 𝐴 ∫[𝛼 ∙ 𝜌𝑣 (1 − 𝛼) ∙ 𝜌𝑙 ] 𝑑𝑧
1 (2.40)
𝛼=
1−𝑥 𝜌
1 + ( 𝑥 ) ∙ 𝜌𝑣 ∙ 𝛾
𝑙
40
1 (2.41)
𝛼ℎ𝑜𝑚 =
1−𝑥 𝜌
1 + ( 𝑥 ) ∙ 𝜌𝑣
𝑙
𝐾𝐻 (2.42)
𝛼= = 𝛼ℎ𝑜𝑚 ∙ 𝐾𝐻
1 − 𝑥 𝜌𝑣
1+( 𝑥 )∙ 𝜌
𝑙
Há uma distinção entre Hora solar e a Hora Padrão. A Hora Solar é a hora baseada no
movimento angular aparente do sol ao longo do céu, sendo o meio-dia solar o momento em que
o sol cruza o meridiano do observador. No entanto, a Hora Padrão não é baseada no meridiano
42
local, mas no meridiano padrão para um determinado fuso-horário. Sendo assim, a Hora Solar
pode ser calculada, em horas, por:
360 (2.48)
𝐵 = (n − 1)
365
Tabela 2-4 – Valores recomendados para o dia médio dos meses do ano
Dia médio do mês
Mês Data n, dia do ano
Janeiro 17 17
Fevereio 16 47
Março 16 75
Abril 15 105
Maio 15 135
Junho 11 162
Julho 17 198
Agosto 16 228
Setembro 15 258
Outubro 15 288
Novembro 14 318
Dezembro 10 344
Fonte: Duffie e Beckman, 1991
43
Em que GSC é a constante solar, a energia do sol, por unidade de tempo, recebida em
uma área unitária de superfície perpendicular à direção de propagação da radiação, à média
distância entre a Terra e o Sol, fora da atmosfera. Duffie e Beckman (1991) recomendam utilizar
o valor de GSC = 1367 W/m².
A determinação da ocorrência de períodos de variados níveis de radiação é de extremo
interesse para a análise de coletores solares. Para isso, utiliza-se o índice de limpidez médio
mensal, definido como a razão entre a radiação diária média mensal incidente em uma
̅ , e a radiação diária média mensal extraterrestre:
superfície horizontal, 𝐻
̅
𝐻 (2.52)
̅𝑇 =
𝐾
̅0
𝐻
A radiação normal pode ser obtida fazendo-se a subtração entre a radiação incidente e
a radiação difusa.
45
3. METODOLOGIA
3.1. Introdução
∂ ∂ (3.1)
𝐴𝑓 [ρ𝑓 ∙ (ℎ𝑓 − 𝑃𝑓 𝑣𝑓 )] = −𝐴𝑓 (𝐺𝑓 ∙ ℎ𝑓 ) + 𝐻𝑓 𝑝𝑓 ∙ (𝑇𝑝 − 𝑇𝑓 )
∂t ∂z
46
1 ∂𝑇𝑝 (3.4)
(𝑞𝑎𝑏𝑠,𝐿 − 𝑞𝑝𝑒𝑟𝑑,𝐿 − 𝑞𝐹 ) ∙ =
ρ𝑝 A𝑝 c𝑝 ∂t
Na equação 3.4 os termos à esquerda são, respectivamente, a energia absorvida pelo
tubo absorvedor, a energia perdida pela parede para o ambiente externo e a energia cedida ao
fluido pela parede, todas por unidade de comprimento. A determinação desses termos é
discutida a seguir.
O calor absorvido pelo tubo recebedor pode ser interpretado como o calor efetivo
incidente no tubo absorvedor. Ele pode ser calculado pela irradiação normal incidente (DNI)
no coletor corrigida por diversos fatores ópticos, como mostrado na equação 3.5 (Patnode,
2006).
Além disso, é necessário determinar a porção da radiação que é difusa e a que é direta.
Para isso, utiliza-se a razão entre a radiação difusa horária, Id, e a radiação difusa diária, Hd,
definida por Duffie e Beckman (1991):
1⁄ (3.10)
cos 𝜃 = (cos2 𝜃𝑧 + cos 2 𝛿 ∙ sin2 𝜔) 2
48
O calor perdido pelo tubo para o ambiente externo deve levar em consideração as
perdas por radiação, convecção e condução, conforme mostrado na Figura 8.
49
𝑊 (3.13)
𝑎 = 1,91 ∙ 10−2 [ ]
𝐾 ∙ 𝑚2
𝑊
𝑏 = 2,02 ∙ 10−9 [ 4 ]
𝐾 ∙ 𝑚2
𝐽
𝑐 = 6,608 ∙ 10−3 [ ]
𝐾 ∙ 𝑚3
50
Nesse modelo assume-se que o tubo absorvedor é revestido de material cermet, cuja
emissividade é determinada pela equação 3.14:
A temperatura do céu é definida pela equação 3.15 e a emissividade pela equação 3.16:
A energia cedida pelo tubo absorvedor ao fluido de trabalho é dada pela equação:
𝑞𝐹 = 𝑈𝑓 𝐴𝑝 ∙ (𝑇𝑝 − 𝑇𝑓 ) (3.17)
1 (3.18)
𝑈𝑓 =
1 𝑟𝑖 𝑟𝑜
+ ln (
𝐻𝑓 𝑘 𝑟𝑖 )
T k
[K] [W/(m.K)]
300 14,9
400 16,6
600 19,8
800 22,6
Fonte: Incropera, 2008
Através de um ajuste de curva, determina-se uma função para o cálculo da
condutividade térmica em função da temperatura da parede, como mostrado na Figura 9 e na
Equação 3.14, para Tp em K.
20
[W/(m.K)]
0
300 400 500 600 700 800 900
Temperatura [K]
(International Association for Properties of Water and Steam Industrial Formulation 1997 –
IAPWS IF-97).
∂G𝑓 (3.21)
=0
∂z
Além disso, baseado no modelo proposto por Feldhoff (2015), a equação do momento
pode ser aproximada por uma correlação de perda de pressão de fricção estacionária:
∂P dP dP (3.22)
= − ( ) ⟹ 𝑃𝑠𝑎𝑖 = 𝑃𝑒𝑛𝑡 − ( ) ∙ 𝑑𝑧
∂z dz 𝑓 dz 𝑓
𝑇𝑒𝑛𝑡 + 𝑇𝑝 (3.24)
𝑇𝑚,𝑖𝑛𝑖𝑐𝑖𝑎𝑙 =
2
Por fim, calcula-se um novo valor para a temperatura da parede do tubo pela equação:
𝑞𝐹 (3.30)
𝑇𝑝 = 𝑇𝑚 +
𝑈𝑓 ∙ 2 ∙ π ∙ r𝑖𝑛𝑡 ∙ 𝑑𝑧
O modelo foi desenvolvido para o modo de passagem única de vapor, dessa forma, foi
simulado o sistema até o oitavo coletor, ou seja, antes da separação de água e vapor. Além disso,
conforme pode ser observado na Figura 13 e na Tabela 3-2, há 4 curvas de 90º entre o quinto e
o sexto coletor, após 500 metros de tubulação. A perda de pressão nesses componentes foi
calculada pela equação (2.12) considerando-se a relação entre o comprimento equivalente e o
diâmetro do tubo, L𝑒 /𝑑, igual a 30, conforme sugerido por Uçkun (2013).
Zarza (2006) não disponibiliza os dados da velocidade do vento e da temperatura de
orvalho. Portanto, considerou-se uma velocidade de 2,235 m/s, que é a velocidade média do
vento em Almería, Espanha no mês de junho, segundo dados do Modern-Era Retrospective
analysis for Research and Applications (MERRA-2) da NASA. Para o cálculo da temperatura
de orvalho foi utilizada a humidade relativa média e a temperatura média do ar em junho na
cidade de Almería, cujos valores são de 61% e 23,5ºC, segundo a Agência Estatal de
Meteorologia da Espanha, baseados em dados históricos.
Os resultados gerados pelo modelo numérico criado são mostrados na Figura 14. A
Tabela 3-3 faz uma comparação entre os valores simulados e os resultados apresentados por
Zarza (2006).
58
4. RESULTADOS E DISCUSSÕES
4.1. Introdução
N = 𝑚̇𝑣 ∙ ℎ𝑣 (4.1)
onde A é a área total do coletor determinada pelo seu comprimento e pela largura de abertura
de 5,76m.
A Tabela 4-1 resume os valores da área mínima de campo solar necessária para a
geração de potência de vapor em diferentes situações de radiação.
Processos de menor potência, por volta de 125kW, exigem uma área de campo solar
de no mínimo 195m² em situações de grande intensidade de radiação normal direta. Para essas
localizações é possível obter potências de aproximadamente 375kW com uma área de 540 m².
Dessa forma, áreas próximas à linha do Equador demonstram ser candidatas viáveis à aplicação
da tecnologia do coletor solar cilíndrico-parabólico. Há um caso, inclusive, de aplicação em
uma indústria farmacêutica no Egito. (IRENA, 2015)
66
Foram realizadas duas simulações com a variação da área do coletor para uma
aplicação típica da indústria, com temperatura de entrada de 75ºC, pressão de entrada de 7,5
bar e vazão mássica de 0,06 kg/s.
A Figura 31 demonstra que com uma área de 400m² seria possível a geração de uma
potência de vapor superior a 90kW por aproximadamente 5 horas por dia, o que representa 62,5%
de um dia de trabalho de 8 horas. Dessa forma, seria possível a substituição de sistemas de
geração de vapor a gás ou carvão por um tempo considerável, o que possibilitaria a redução
significativa do consumo desses combustíveis e de emissão de gases nocivos ao meio-ambiente.
O coletor poderia ser utilizado por praticamente todo o dia para aplicações que
requerem potência de vapor de 60 kW. Próximo ao meio-dia o coletor permite a geração de
potência de até 125kW, dessa forma, o vapor excedente poderia ser direcionado para um
armazenador e ser utilizado para suprir a necessidade de potência do fim do dia de trabalho.
Portanto, aplicações de potência de 100kW poderiam ser viabilizadas ou, no mínimo, seria
possível substituir geradores de vapor convencionais por parte considerável do dia. A
capacidade de potência total gerada em um dia, representada pela área sob a curva da potência,
é de 820kW.
70
5. CONCLUSÕES
menores potências apresentam maior campo de aplicabilidade, já que processos que exigem
50kW podem ser supridos por coletores cuja área de campo solar é de 260m².
As seguintes sugestões são apresentadas para trabalhos futuros:
Desenvolvimento de um modelo matemático operando em regime transiente;
Aplicação de um modelo mais completo com a utilização de um software específico
para dinâmica de fluidos computacional;
Utilização de um modelo para o coletor nos três modos de operação: circulação única,
recirculação e injeção.
Estudo detalhado da aplicabilidade econômica do coletor cilíndrico-parabólico;
Estudo mais detalhado da influência de parâmetros construtivo do coletor, como
diâmetro do tubo absorvedor, área de abertura e material de construção do coletor.
73
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