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Casa Civil
Subchefia para Assuntos Jurídicos
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TORTURA CRIME
b) para PROVOCAR ação ou omissão de natureza criminosa;
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1) NÃO EXISTE tortura crime contra CONTRAVENÇÃO PENAL – DL 3.688/41, só contra
fato delituoso. Exemplo: Wallace, mediante coação moral irresistível, coage Dos anjos
a matar Evandro. Nesse caso, Dos anjos não responderá por nada, pois agiu sob
coação moral irresistível e será isento de pena. Já Wallace responderá pelo
HOMICÍDIO mediante AUTORIA MEDIATA e também por TORTURA, pois “torturou”
Dos anjos a praticar um crime.
2) A denominada tortura para a prática de crime ocorre quando o agente usa de violência
ou grave ameaça para obrigar a vítima a realizar ação ou omissão de natureza
criminosa. Assim, essa forma de tortura não abrange a provocação de ação
contravencional
TORTURA RACISMO
c) em razão de DISCRIMINAÇÃO RACIAL ou RELIGIOSA; (sexual NÃO)
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TORTURA CASTIGO
II - submeter alguém, sob sua guarda, poder ou autoridade, COM emprego de violência
ou grave ameaça, a INTENSO sofrimento FÍSICO ou MENTAL, como forma de aplicar CASTIGO
PESSOAL ou medida de CARÁTER PREVENTIVO.
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1) ATENÇÃO: Essa forma de Tortura é a única na lei 9.455/97 que admite a realização
por meio de violência imprópria, ou seja, o legislador NÃO TROUXE uma forma
específica PARA QUE o agente delitivo a cometesse, como por exemplo, essa tortura
pode ser realizada por hipnose, sonífero ou substância psicoativa utilizada contra
pessoa presa ou sujeita a medida de segurança. Outro detalhe importante é que essa
modalidade NÃO EXIGE que o agente tenha FINALIDADE. Esse é a ÚNICA
modalidade da lei de tortura que NÃO exige finalidade.
2) Segundo a doutrina tradicional o sujeito ativo do delito em comento (art.1º,§1°) pode
ser qualquer pessoa, enquanto o sujeito passivo somente pode ser a pessoa presa ou
sujeita à medida de segurança, denominada: sujeito passivo qualificado.
3) Veja esta assertiva: “Um agente penitenciário federal determinou que José, preso sob
sua custódia, permanecesse de pé por dez horas ininterruptas, sem que pudesse
beber água ou alimentar-se, como forma de castigo, já que José havia cometido,
comprovadamente, grave falta disciplinar. Nessa situação, esse agente cometeu crime
de tortura, ainda que não tenha utilizado de violência ou grave ameaça contra José”.
Está ERRADA! Ainda que NÃO tenha utilizado violência ou grave ameaça contra o
preso José, o agente penitenciário federal cometeu crime de tortura, visto que
SUBMETEU PESSOA PRESA A SOFRIMENTO FÍSICA ou MENTAL POR
INTERMÉDIO DE ATO NÃO PREVSTO EM LEI (obrigar preso a permanecer de pé
por dez horas ininterruptas, sem que pudesse beber água ou alimentar-se, como forma
de castigo, com toda certeza, não encontra respaldo constitucional e legal).
4) Observe esta outra assertiva: “O agente público que submeter pessoa presa a
sofrimento físico ou mental, ainda que por intermédio da prática de ato previsto em lei
ou resultante de medida legal, praticará o crime de tortura”. Está ERRADA! Aos moldes
do §1º, art. 1º, pois, se há PREVISÃO LEGAL para o ato, ou ainda, se ato resultar de
MEDIDA LEGAL, NÃO HÁ crime de TORTURA.
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1) Observe esta assertiva: “Aquele que se omite em face de conduta tipificada como crime
de tortura, quando tinha o dever de evitá-la ou apurá-la, será punido com as mesmas
penas do autor do crime de tortura”. Está ERRADA! Na verdade, aquele que se OMITE
quando tinha o DEVER de EVITÁ-LO ou APURÁ-LO, será punido com pena de
detenção de 1 a 4 anos, e não com as mesmas penas.
2) Essa tortura recebe conceitos doutrinários de TORTURA IMPRÓPRIA, ANÔMALA
ou ATÍPICA.
3) Conforme preceitua o § 7º da lei em comento – “O condenado por crime previsto nesta
Lei, salvo a hipótese do § 2º (tortura omissiva), iniciará o cumprimento da pena em
regime fechado”. Assim, fica evidente que o legislador, na tortura omissiva, estipulou
OUTRO REGIME DE PENA (semiaberto) para quem cometer esse delito,
caracterizando-se a única hipótese na lei.
4) A TORTURA OMISSIVA também NÃO SERÁ CONSIDERADA crime equiparado a
HEDIONDO.
5) Veja está assertiva: “Um agente de polícia resolveu torturar um preso sob sua guarda,
e, antes que isso ocorresse, o delegado responsável tomou conhecimento da intenção
do agente. O delegado não concordava com a tortura e não a praticou, mas nada fez
para evitá-la. Nessa situação, tanto o agente quanto o delegado poderiam ser
responsabilizados penalmente, com base na lei que define os crimes de tortura”. Está
CORRETO! No caso em tela, ambos deveriam responder pelo delito de tortura, pois
tanto aquele que pratica o delito quanto aquele que se OMITE, ou seja, não age para
impedir a tortura, embora tenha o dever de fazê-lo, responde pelo delito. Portanto, no
presente caso, AMBOS deverão responder pelo delito.
6) Observe esta outra assertiva: “Determinado policial militar efetuou a prisão em
flagrante de Luciano e o conduziu à delegacia de polícia. Lá, com o objetivo de fazer
Luciano confessar a prática dos atos que ensejaram sua prisão, o policial responsável
por seu interrogatório cobriu sua cabeça com um saco plástico e amarrou-o no seu
pescoço, asfixiando-o. Como Luciano não confessou, o policial deixou-o trancado na
sala de interrogatório durante várias horas, pendurado de cabeça para baixo, no
escuro, período em que lhe dizia que, se ele não confessasse, seria morto. O delegado
de polícia, ciente do que ocorria na sala de interrogatório, manteve-se inerte. Em
depoimento posterior, Luciano afirmou que a conduta do policial lhe provocara intenso
sofrimento físico e mental. Considerando a situação hipotética acima e o disposto na
Lei Federal n.º 9.455/1997, julgue o item subsequente. O delegado não pode ser
considerado coautor ou partícipe da conduta do policial, pois o crime de tortura
somente pode ser praticado de forma comissiva”. Está ERRADA! Pois quem se omite
responde também pelo crime, conforme prevê o §2º art. 1º da Lei em comento.
7) Veja esta outra assertiva: “O agente carcerário X dirigiu-se ao escrivão de polícia Y
para informar que, naquele instante, o agente carcerário Z estava cometendo crime de
tortura contra um dos presos e que Z disse que só pararia com a tortura depois de
obter a informação desejada. Nessa situação hipotética, se nada fizer, o escrivão Y
responderá culposamente pelo crime de tortura”. Está ERRADA! Responderá
DOLOSAMENTE, e não culposamente como aponta a questão, pelo crime de tortura,
no caso, em uma modalidade que pune a omissão de quem tinha o dever de apurar
um deito de tortura.
8) Observe esta assertiva: “O delegado que se omite em relação à conduta de agente
que lhe é subordinado, não impedindo que este torture preso que esteja sob a sua
guarda, incorre em pena mais branda do que a aplicável ao torturador”. Está
CORRETA! Segundo a Lei 9.455/97, quem comete o crime de tortura é punível com
RECLUSÃO (2 a 8 anos) e aquele que se OMITE em face dessas condutas, quando
tinha o dever de evitá-las ou apurá-las, incorre na pena de DETENÇÃO (1 a 4 anos).
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1) Para memorizar as causas de AUMENTO PENA (1/6 a 1/3) nos crimes de TORTURA,
basta lembrar de SAGA MDC (Star Wars- Máximo Divisor Comum):
S- Sequestro (mediante)
A- Adolescente
G- Gestante
A- Agente público (cometido por)
M- Maior de 60 anos (idoso)
D- Deficiente
C- Criança
EFEITOS DA CONDENAÇÃO
§ 5º A CONDENAÇÃO ACARRETARÁ a PERDA do cargo, função ou emprego público e
a interdição para seu exercício pelo DOBRO do prazo da pena aplicada.
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1) A exceção é aquele que se OMITE em face dessas condutas, quando tinha o DEVER
de EVITÁ-LAS ou APURÁ-LAS, cuja a pena é de DETENÇÃO de 1 a 4 anos.
2)
PRINCÍPIO DA EXTRATERRITORIALIDADE
Art. 2º O disposto nesta Lei aplica-se ainda quando o crime NÃO tenha sido cometido em
TERRITÓRIO NACIONAL, sendo a vítima BRASILEIRA ou encontrando-se o agente em local
sob JURISDIÇÃO BRASILEIRA.
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4) Veja esta assertiva: “O condenado por crime de tortura cumprirá a pena privativa de
liberdade imposta em regime integralmente fechado, por tratar-se de crime hediondo”.
Está ERRADA! Pois a lei de tortura diz que o condenado por crime de tortura, SALVO
aquele que se omite em face dessas condutas, quando tinha o dever de evita-las ou
apurá-las, iniciará o cumprimento da pena em regime fechado. Ou seja, existe a
possibilidade de início do cumprimento da pena fora do regime fechado. Até 2007 a lei
de crimes hediondos dizia que a pena nos crimes de tortura deveria ser cumprida
integralmente em regime fechado (antigo §1º do art. 2º). Decisão do Supremo de 2006
e a lei 11.464/07 disseram que a pena será cumprida INICIALMENTE em regime
fechado.
5) Observe esta assertiva: “Pela lei que define os crimes de tortura, o legislador incluiu,
no ordenamento jurídico brasileiro, mais uma hipótese de extraterritorialidade da lei
penal brasileira, qual seja, a de o delito não ter sido praticado no território e a vítima
ser brasileira, ou encontrar-se o agente em local sob a jurisdição nacional”. Está
CORRETA! As hipóteses são:
Ser a VÍTIMA BRASILEIRA; ou
Torturador encontrar-se em local sob jurisdição brasileira.
Assim, pela lei que define os crimes de tortura, o legislador incluiu, no ordenamento
jurídico brasileiro, mais uma hipótese de extraterritorialidade da lei penal brasileira, qual
seja, a de o delito não ter sido praticado no território e a vítima ser brasileira, ou
encontrar-se o agente em local sob a jurisdição nacional.