Computadores

SEGUNDA-FEIRA 22 NOVEMBRO 2004 DIRECTOR JOSE MANUEL FERNANDES EDITOR RUI JORGE CRUZ

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As teias dos O Autodesk As novas SAP faz balanço De ‘Myst IV’ a
seguros nas TI Forum 2004 placas-mãe BTX nas PME ‘Silent Hill 4’
Roubo do código-fonte ‘Software’ para a partilha Tecpédia explica como são Como o Business One e Cinco jogos de aventura
a uma empresa não deu de dados nos projectos e as novas ‘motherboards’ o All-in-One se têm saído para os PC e um deles
direito a indemnização na gestão a prazo que já estão a surgir no mercado português também para Mac e PS2
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O PRIMEIRO GRANDE DESAFIO AO INTERNET EXPLORER DESDE O NETSCAPE

O ‘browser’ Firefox agita as águas da Net

A
FUNDAÇÃO Mozilla lançou, há de criadores de vírus e de “worms” O “download” de
cerca de duas semanas, a versão para atacarem computadores e servi- ficheiros é sempre
1.0 do Firefox, um novo pro- dores no mundo inteiro ao longo dos realizado para o
grama de navegação na Internet últimos anos. Conforme sublinham “desktop” do com-
(ou “browser”, como são mais os seus fervorosos adeptos, o Firefox putador a fim de
conhecidas estas aplicações), não efectua a ligação ganhar tempo no
que mais não é do que a pri- RUI JORGE CRUZ através de um “link” que processo e de que o
meira versão comercial do já tenha um ficheiro exe- utilizador o encon-
conhecido Mozilla, que milhões de utilizado- cutável associado — processo usado tre facilmente mais
res têm vindo a usar e a popularizar ao longo por muitos vírus e “worms”, como o tarde. As muitas
dos últimos meses. conhecido “cavalo de Tróia” — sem possibilidades de
Disponível para cópia gratuita no ende- previamente solicitar a autorização personalização da
reço www.mozilla.org, o Firefox entronca, do expressa do utilizador interface é outra das
ponto de vista da tecnologia, na linhagem Mas as vantagens apontadas ao vantagens apontadas
dos “browsers” da Netscape, ou não fosse a Firefox não se ficam ao Firefox, podendo
Fundação Mozilla uma organização sem fins por aqui — até os utilizadores ins-
lucrativos constituída por programadores e porque, conforme talar diferentes tipos
técnicos da Netscape — empresa que, há uns orgulhosamente de barras de modo a
anos, foi salva da falência graças à aquisição apontam os seus conformar o “brow-
pela America Online (AOL) com o patrocínio adeptos, ele incor- ser” aos tipos de uso
da Sun Microsystems. pora uma série de mais frequentes.
Alguns dias antes, a versão de pré-lan- funcionalidades Para além de
çamento do Firefox já registara cerca de desenvolvidas em tudo isso, o Firefox
5 milhões de “downloads”, num contexto regime de volunta- dispõe de tudo aquilo
de grande mobilização de largas franjas riado por muitos dos vras-passe ou de números que já se tornou norma nos “browsers”: as
de utilizadores que, por uma razão ou por seus utilizadores. de cartões de crédito e “bookmarks”, os favoritos, a lista de histórico
outra — entre as quais, serem adeptos do Um destes aspectos actividades semelhantes. da navegação, o “zooming” de texto para
“software” de “open source” —, não apreciam é o seu lançamento Por outro lado, o Firefox mais fácil leitura dos textos afixados em tipo
a Microsoft e os seus produtos. simultâneo de variado conjunto de línguas, permite visualizar numa única janela mais reduzido, etc., etc.
Voltando ao plano das tecnologias, uma entre as quais o português do Brasil. mais do que uma página da Web e manter O segmento dos “browsers” é incontesta-
das características fundamentais do Firefox Assim, entre as vantagens do Firefox outras abertas em fundo, o que torna a sua velmente dominado pelo Internet Explorer,
é a opção por linguagens e ferramentas dis- contam-se o bloqueamento dos anúncios chegada à frente mais rápida. Também da Microsoft, mas, segundo um estudo da
tintas das do Internet Explorer (IE) — como do tipo “popup” e uma alegada impene- a procura do Firefox parece ser bastante empresa WebSideStory, citado pelo “Wall
é o caso do ActiveX, um dois pilares do IE (e trabilidade ao “software” de espionagem poderosa, graças a um conjunto de diferen- Street Journal”, a sua quota de mercado
de muitas outras aplicações da Microsoft) e das acções do utilizador (o chamado tes ferramentas — entre as quais se conta terá recuado 2,6 pontos percentuais desde
cujas características ou defeitos de progra- “spyware”), usado por muita gente para uma designada (na versão inglesa) por o passado mês de Junho, situando-se agora
mação têm sido aproveitados por centenas fins fraudulentos, como a captação de pala- Smart Keywords. nos 92,9 por cento. ●

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computadores .2 S E G U N D A - F E I R A . 2 2 . N O V E M B R O . 2 0 0 4
 SOLUÇÕES BUSINESS ONE E ALL-IN-ONE EM 70 CLIENTES
SAP cresce entre as pequenas
e as médias empresas
A
SAP PORTUGAL efectuou,
na semana passada, um
balanço da sua activi-
dade ligada às peque-
nas e médias empresas
(PME), tendo sido anunciada a con-
quista de 70 novos clientes desde o
início do ano — o que representará
cerca de 800 utilizadores. A nível
mundial, a SAP tem 725 parceiros
e algo como 4200 clientes da sua
solução Business One, destinada
às PME.
Até 2003, a SAP dedicou-se
sobretudo às grandes e médias
organizações, desenvolvendo solu-
ções de “software” para a gestão
de todo o negócio dessas empresas.
No ano passado — confrontada com
uma certa saturação do segmento de
grandes clientes e também quando
os seus mais directos concorrentes
começaram a prestar atenção às
pequenas e médias empresas —, a
SAP lançou duas propostas dedica-
das às pequenas e médias organi-
zações. Foram então apresentados
o mySAP All-in-One e o SAP Busi-
ness One, e também constituído um
conjunto de parceiros (actualmente
17) para distribuir as novas solu-
ções. Neste momento, os planos da
SAP prevêem o aumento do número
de parceiros como forma de chegar
a mais clientes.
“A estratégia da SAP para as
PME tem sido bem sucedida e
está na altura de partilhar alguns
resultados”, começou por dizer Luís
Urmal Carrasqueira, responsável
pela área das PME
da SAP Portugal, ISABEL GORJÃO SANTOS
na apresentação dos
primeiros números relacionados
com a sua área de negócio. “Desde
o início do ano, foram conquista-
dos 70 novos clientes, pequenas e
médias empresas, o que significa
859 novos utilizadores”. Escla-
recendo o que a SAP entende
por PME — e negando o alegado
relativismo deste conceito —, Luís
Urmal Carrasqueira salientou que
a sua empresa tem mais do que um
cliente com apenas dois utilizado-
res da solução fornecida.
Os sectores abrangidos são vários: dade de técnicos capazes de resolver
“Fechámos já contratos com empresas
da área da construção civil, do retalho
ou do têxtil”, referiu o responsável da
SAP, para quem este facto é devido “à
versatilidade das soluções”.
Na apresentação dos resultados
relativos à área das PME, a SAP
fez-se acompanhar de parceiros
que falaram da sua experiência
com as soluções da SAP. Um desses
parceiros foi a Profarin, empresa
do sector farmacêutico que procede
à distribuição de medicamentos,
levando-os dos laboratórios aos
grossistas. A empresa tem 30 anos
e uma facturação anual na ordem
dos 75 milhões de
euros. A opção pela
solução da SAP
deveu-se ao facto de a Profarin ter
relações comerciais com empresas
multinacionais, “havendo, por-
tanto, todo o interesse em que as
linguagens e os conceitos sejam
os mesmos”, como referiu Mário
Cajada, director da empresa.
“Actualmente, é necessária uma
integração plena entre as aplicações
[dos parceiros de negócio]. Por isso,
tivemos que deixar o sistema que
tínhamos”, disse Mário Cajada, para
quem a segurança e a disponibili-
S E G U N D A - F E I R A . 2 2 . N O V E M B R O . 2 0 0 4
qualquer percalço com o sistema são
aspectos fundamentais.
Também a Guimasete, uma
empresa distribuidora de equipa-
mentos de telecomunicações com
sede em Guimarães, optou por uma
solução da SAP porque o sistema
anteriormente usado consistia num
conjunto de várias aplicações. Carla
Lopes, responsável da empresa,
considerou que a possibilidade de
efectuar uma gestão integrada das
vendas — o que implica acompa-
nhar o percurso dos equipamentos
vendidos através do número de série
— foi o factor diferenciador.
Existem hoje 130 profissio-
nais portugueses com formação
específica na aplicação Business
One, da SAP. O número médio
de utilizadores desta solução é
de seis pessoas, por empresa,
passando-se a uma média de 17
utilizadores no caso da solução
SAP All-in-One. “Estamos certos
de que vamos continuar a crescer
neste segmento das pequenas e
médias empresas”, adiantou Luís
Urmal Carrasqueira, referindo
que tal crescimento não passará
apenas pelo número de clientes
mas também pela especialização
da oferta da SAP. ●
da.net
Mais de 1 milhão de portugueses
visitou ‘sites’ de televisões…
Mais de um milhão de portugueses visitou “sites”
de televisões nacionais ou estrangeiras quando
usaram a Internet a partir de casa nos primeiros
nove meses de 2004 — revelou o estudo Netpanel,
realizado pela Marktest e cujos resultados foram
divulgados na passada semana pela agência Lusa.
Entre Janeiro e Setembro deste ano, 1 milhão e 60
mil residentes no Continente com 4 e mais anos de
idade navegaram em “sites” de televisões nacionais
ou estrangeiras. Este valor corresponde a 65 por
cento do total de utilizadores de Internet durante
o referido período.
Ao todo, foram visitadas mais de 93 milhões
de páginas de “sites” de estações de televisão,
a uma média de 88 páginas por utilizador — o
que corresponde a mais de 1,4 milhões de horas
de navegação. O domínio Sapo.pt foi o mais
acedido, tendo recebido 722 mil visitantes únicos,
o equivalente a 68,1 por cento dos internautas
que navegaram neste tipo de sítios da Web.
Seguiram-se-lhe o domínio Tvcabo.pt, com 455 mil
utilizadores únicos, o Rtp.pt, (374 mil), o Iol.pt (292
mil), e o Cnn.com (256 mil). ●
… e foi ao Cartoonnetwork.com que
mais tempo dedicaram
As três primeiras posições mantêm-se em
termos do número de páginas consultadas mas,
quanto ao tempo despendido, é o domínio
Cartoonnetwork.com a ocupar o primeiro lugar,
com 268 mil horas de navegação, logo seguido do
Sapo.pt (245 mil horas). Numa análise por “sites”,
o Sic.sapo.pt foi o mais visitado, com 470 mil
utilizadores únicos no período (44,3 por cento do
total de visitantes deste tipo de sítios), seguido
do www.tvcabo.pt, com 455 mil utilizadores
únicos, do www.rtp.pt, e do www.tvi.iol.pt. O
Netpanel é um estudo regular, do tipo painel,
que tem por objectivo determinar os perfis de
navegação dos internautas portugueses, sendo
usada uma tecnologia que permite acompanhar
e registar toda a utilização da Web em cada um
dos computadores usados para esse efeito por
qualquer dos membros do painel. ●
computadores .3
 tecpédia H E N R I Q U E C A R R E I R O FÓRUM CENTROU-SE NO SECTOR HOSPITALAR E NAS REDES RODOVIÁRIAS E FERROVIÁRIAS

A Autodesk e a partilha
de dados nos projectos
U
MA MAIOR COLABORAÇÃO
entre as várias equi-
pas envolvidas em
projectos de construção
— bem como a gestão

Intel BTX da grande quantidade de dados que

tais projectos implicam — foram
os principais temas debatidos na

C
om a chegada da época natalícia e, com ela, de última edição do Autodesk Forum,
uma vaga de jogos de elevada qualidade gráfica que teve lugar no passado dia 10,
para os PC, muitos dos apreciadores desta forma em Lisboa. A construção e a gestão
de diversão começam a sentir a necessidade de hospitais, e os sectores rodoviá-
de mais uma troca de computador. Para jogar rio e ferroviário estiveram em des-
“Half-Life 2”, um dos mais populares jogos em 3D para PC, as taque mas as questões abordadas
recomendações de sistema são de um processador a, pelo na conferência são comuns a todo o
menos, 2,4 GHz e 512 MB de memória, para além de uma sector da construção civil.
placa gráfica de topo de gama — por exemplo, uma com a Especializada no desenvolvi-
tecnologia Radeon X800, da ATI. mento de “software” para constru-
Todos estes componentes de elevado desempenho geram ção — quer se trate de
uma enorme quantidade de calor, que as arquitecturas actu- peças de mecânica ou
ais de PC se esforçam por afastar do computador da melhor de grandes edifícios —, “Não é possível, simplesmente, com-
forma. Por isso, nos PC actuais se multiplicam os sistemas a Autodesk tem vindo a preender a complexidade à volta da
de arrefecimento, levando a que estes gerem um nível de realizar todos os anos o construção de um edifício se este
ruído elevado — especialmente gravoso em aplicações seu Forum, conferência apenas estiver representado em
multimédia. que agora apresenta papel”, afirmou Winstanley, que
A raiz do problema remonta a há cerca de dez anos, quando a um novo formato e se destacou o facto de as tecnologias
Intel lançou aquilo que, na altura, era um avanço significativo dedica a sectores especí- proporcionarem a oportunidade de
para os PC: uma nova arquitectura da placa de sistema, que ficos das actividades de partilhar essa informação e de simu-
se convencionou chamar ATX, e que vinha substituir o velho construção. Desta vez, lar a construção de um edifício ainda
desenho AT. Este fora concebido em 1994, na altura em que a construção e a gestão antes de esta começar.
o processador 80286 funcionava a 6 MHz. O desenho ATX de infra-estruturas hos- “Reduzir o consumo de energia,
surgiu em 1995, na altura dos primeiros Pentium, com veloci- pitalares e o desenvolvi- avaliar a acessibi-
dades de relógio de 75 MHz. Em finais de 2004, os fabricantes mento e manutenção de lidade ou determi-
estão a lançar máquinas com Pentium IV a 4 GHz — que, se redes rodoviárias e ferro- nar a forma como
contarmos apenas com a frequência de relógio, são cerca de viárias foram os temas escolhidos. o edifício pode
50 vezes mais rápidas do que as suas homólogas de há dez Recentemente lançado, o maior ser afectado pela
anos. Estava, portanto, mais do que na altura de haver mudan- destaque foi para o Autodesk Civil chuva são algumas
ças de arquitectura e de desenho das placas de sistema (os 3D 2005, uma solução que pretende das coisas que já
chamados “motherboards”). dar resposta às crescentes necessi- podem ser feitas de
Assim, a Intel, em conjunto com os fabricantes de placas, defi- dades do sector da construção civil forma fácil e muito
niu uma nova geração, a que chamou BTX (Balanced Techno- no que se refere a partilha de infor- eficiente”, explicou
logy Extended), que pretende acomodar os novos formatos mação e ao acompanhamento das Jason Winstanley,
de PC — como os mais pequenos e os dos computadores infra-estruturas ao longo todas as acrescentando que
que vão funcionar como servidores de média. Fabricantes fases da sua existência, do projecto à a tecnologia da
como a norte-americana Gateway já furaram o embargo manutenção e actualização. Autodesk pode ser
relativamente à utilização desta tecnologia e anteciparam-se Como gerir a crescente comple- das tecnologias sem interferirem usada para fazer a gestão do edifício
no lançamento de caixas BTX… e os rivais deverão em breve xidade dos dados electrónicos, fazer com os doentes”, explicou Jorge ao longo de todo o seu ciclo de vida.
seguir-lhes o exemplo. simulações e diminuir os custos da Horta. As questões de segurança e de “A principal mudança a que assis-
Face à geração actual de máquinas, os computadores base- obra e da respectiva conservação e disponibilidade também não podem timos é a fragmentação do sector da
ados em BTX pretendem pelo menos diminuir significativa- remodelações foram tópicos tratados ser esquecidas quando se trata de construção, pois muitos grupos res-
mente o ruído de funcionamento do sistema. por Jorge Horta, director-geral da projectar um hospital e os seus equi- ponsáveis por determinado projecto
Os componentes são rearrumados por forma a que os que Autodesk Portugal na apresentação pamentos. nunca trabalharam juntos”, salien-
geram mais calor fiquem alinhados numa zona específica da da conferência. Segundo este respon- “Os projectos já deixaram de tou o responsável da Autodesk. No
máquina. Desta forma, será possível criar um túnel de ar para sável da Autodesk, em declarações à ser lineares, para passarem a entanto, durante os meses em que o
arrefecimento, entre as partes da frente e de trás da máquina. margem do debate, a construção e a basear-se em modelos que podem projecto está em execução, “é preciso
Duas ventoinhas de elevada qualidade mas de baixa rotação exploração de hospi- ser reorientados”, que a informação seja partilhada e
— e, portanto, de operação mais silenciosa — asseguram o tais “deverá registar ISABEL GORJÃO SANTOS explicou o responsá- que não exista nenhuma falha nessa
fluxo do ar sobre a zona quente do computador. Em teoria, um desenvolvimento vel da Autodesk, que comunicação”. Como exemplo, Jason
este novo desenho ajudará a aumentar o grau de fiabilidade muito grande nos próximos anos”. destacou também a componente de Winstanley referiu-se ao facto de
da máquina, uma vez que o aquecimento continuado tende Para além dos projectos para cons- colaboração entre as várias equipas muitos projectos serem elaborados
a diminuir o tempo de vida útil dos componentes. truir hospitais, há que ter em conta envolvidas num projecto. por pessoas que se encontram em
A Intel aproveitou para melhorar também outros aspectos a manutenção dos edifícios ao longo No que se refere ao sector rodo- diferentes países. “É preciso que um
internos, nomeadamente simplificando a cablagem, que de muitos anos: “Os projectos da área viário e ferroviário, foi salientada a arquitecto acorde, em Nova Iorque, e
passa agora concentrar-se num número mais reduzido de hospitalar são muito complexos, até necessidade de “romper com os pro- saiba o que esteve a fazer, nas últi-
cabos, contribuindo para diminuir a aparente confusão do porque, muitas vezes, ainda não são cessos tradicionais”, ou seja, acabar mas horas, o arquitecto que esteve a
interior do PC. conhecidas as máquinas que serão com a informação desorganizada e trabalhar em Lisboa”. Afinal, sector
E se a maioria dos consumidores não notará a diferença utilizadas daqui a poucos anos. Daí a criada a partir de soluções tecnológi- da construção “tem vindo a tornar-se
exterior entre uma caixa baseada em BTX e uma em ATX, a necessidade de desenvolver um pro- cas já desactualizadas. Consideram global e bastante competitivo”.
grande tendência será claramente para o aparecimento de jecto suficientemente flexível.” os responsáveis da Autodesk que a Não se trata apenas de uma
caixas mais pequenas e próximas dos formatos habituais na Considerando a quantidade de colaboração e a construção a partir questão de tecnologia mas, também,
área da electrónica de consumo. Para isso é que esta norma serviços associados, é, por vezes, de modelos são “as palavras-chave, da necessidade de alterar muitos dos
contempla a construção de placas de sistema de dimensões necessário construir galerias para neste momento”. processos — referiu ainda o respon-
bastante reduzidas e, daí, a especial ênfase no silêncio de que seja possível fazer a manuten- Jason Winstanley, responsável sável da Autodesk. “A colaboração
funcionamento. Os fabricantes sempre vão dizendo também ção sem perturbar o funcionamento da Autodesk pela divisão de soluções só acontece quanto as empresas
que a maior simplicidade do desenho BTX pode levar ainda a normal do hospital. “Há até hospitais de construção, salientou a importân- possuem as aplicações e as ligações
baixas mais acentuadas de preços. Estas, sim, são boas notícias que possuem uma espécie de ‘duplo cia de se obter uma maior eficiência adequadas para o fazer. Por isso, a
e poderão assegurar, por si, só o sucesso do novo formato. ● chão’ [algo análogo ao chamado “piso em todos os projectos realizados. E estratégia da Autodesk passa por
técnico”, hoje usado em muitos tipos isso, disse, consegue-se através da ir ao encontro das necessidades dos
Tecpédia é uma enciclopédia em construção sobre a era digital de instalações], onde as pessoas cir- gestão e da coordenação de todos os clientes, atribuindo maior valor à
culam para procederem à renovação documentos que esse sector envolve: informação que produzem”. ●

computadores .4 S E G U N D A - F E I R A . 2 2 . N O V E M B R O . 2 0 0 4
 SYBASE ESPERA AUMENTAR EM 10 POR CENTO O SEU VOLUME DE NEGÓCIOS

PowerDesigner 11.0
para modelar bases de dados
A
SYBASE, EMPRESA que desenvolve “software” dados que foi desenvolvida em França, há 15 anos, e que junto de bases de dados assentes nos motores da Oracle,
para modelação de bases de dados, lançou permite controlar todo o processo de criação de bases de no SQL, da Microsoft, ou no MySQL. “As bases de dados
na semana passada a versão 11.0 da sua dados. A melhor integração com os sistemas utilizados são repositórios de informação das empresas e é necessá-
ferramenta PowerDesigner. pelas empresas e as funcionalidades que rio conseguir lê-las e torná-las compreensíveis, de modo a
A empresa anunciou também ISABEL GORJÃO SANTOS visam a disponibilização de “web services” poder apoiar as várias necessidades das empresas”, expli-
que espera alcançar, neste ano fiscal, (serviços através da Internet e assentes cam os responsáveis da Sybase em comunicado sobre a
um aumento de 10 por cento no seu volume de negócios nas suas tecnologias) são algumas das suas principais nova versão do PowerDesigner. Esta “vem tornar mais
— objectivo para que deverá contribuir o aumento da características. fácil essa compreensão e tornar exequível aos gestores
sua facturação na área dos serviços. Eduardo Taborda, Desde que foi lançado, o Power Designer tem vindo a das empresas e das entidades públicas a criação de fluxos
director-geral da Sybase em Portugal, referiu que, neste ser actualizado com o objectivo de integrar novas funcio- de processos de negócio, permitindo controlar esses fluxos
momento, foi já alcançado um crescimento de 8 por cento nalidades, que permitam interpretar e modelar um con- e analisar os pontos críticos de cada processo”. ●
face o ano anterior, tendo a área de serviços registado um
aumento de 26 por cento.
O crescimento nesta área deveu-se aos novos
contratos de fornecimento de tecnologia e serviços,
uma vez que a área da manutenção é facturada
directamente pelo centro europeu da Sybase, como
explicou Eduardo Taborda. “Este ano correu bem para
a Sybase”, adiantou o director-geral da empresa em
Portugal, e isto apesar da redução do investimento
e da contenção de custos nalgumas áreas que são
importantes para a Sybase — tais como o sector das
telecomunicações e o da banca.
Apesar de o mercado português representar cerca de
30 por cento do total das licenças de tecnologia vendidas na
Península Ibérica pela Sybase, esta possui tantos consultores
em Portugal como em Espanha, o que traduz uma preocupa-
ção de investimento na área da consultoria e dos serviços.
Actualmente presente em 32 países e com cerca
de 3600 funcionários, a Sybase foi fundada em 1984,
em Dublin (Irlanda). No ano passado, a facturação da
empresa foi de 778,1 milhões de dólares, um volume
de negócios que resulta do investimento da empresa
em diversos mercados verticais, como é o caso do sector
financeiro, das telecomunicações, da saúde ou da admi-
nistração pública.
Em Portugal, a empresa está presente desde 1996,
tendo registado crescimentos na ordem dos 97, 50 e 30
por centos nos primeiros três anos, respectivamente,
estabilizando depois (como seria normal) em percentagens
inferiores, de 15, 10 e 5 por cento nos últimos três anos.
No ano passado, contudo, as vendas relativas a produtos
registaram um crescimento na ordem dos 28 por cento.
Rui Ribeiro, gestor de serviços profissionais da
Sybase, apresentou a versão 11.0 do PowerDesigner.
Trata-se de uma ferramenta para modelação de bases de

S E G U N D A - F E I R A . 2 2 . N O V E M B R O . 2 0 0 4 computadores .5
 virose
Sober.I alastra rapidamente pela Europa e pelos EUA
No fim da semana que passou — mais concretamente, na sexta-feira
—, foi descoberta uma nova variante do “worm” Sober, classificada
com um grau de perigosidade médio ou elevado devido à sua
rápida propagação pela Europa e pelos EUA logo naquele dia.
Dependendo da empresa de “software” antivírus, assim a variante
é denominada I, H ou J. Esta nova versão do Sober, que se propaga
através de mensagens com textos em inglês ou alemão, é a ameaça
mais séria dos dois últimos meses.
Tal como as variantes anteriores, o Sober.I utiliza o seu próprio motor
de SMTP para enviar as mensagens que o propagam para endereços
recolhidos nos PC infectados, sendo estes depois usados para
descarregarem programas pata os computadores dos incautos.
Quando o “worm” é executado, faz aparecer uma janela de erro do
Windows com o título “WinZip Self-Extractor” e o texto “WinZip_
Data_Module is missing ~Error: {2A0DCCF6}”. Ao mesmo tempo, cria
uma série de ficheiros na pasta do sistema, em que se destacam
os ficheiros que podem ter vários nomes, sendo uma hipótese
Expoler.exe ou Win32data.exe.
As mensagens enviadas pelo “worm” apresentam assuntos retirados
de uma extensa lista e que fingem ser reenvios, pois começam
por “FwD:”. Eis alguns exemplos: “hi there”,“hey dude!”,“Details”,“Oh
God it’s”,“damn!”,“Registration confirmation”,“Confirmation”,“Your
Password”,“Your mail account” e “Delivery failure notice”.
Os ficheiros anexos podem ter as extensões .bat, .com, .pif, .scr
ou .zip, sendo estes alguns dos nomes utilizados: “mail.4052.scr”,
“verisign.2095.pif”,“re_mail8831.bat”,“thats_hard.eml.bat”,
“mycrosift.word.com”,“oh_nono_1771.scr”,“im_
shocked.5578.DOC.com” e “voyager.EML.com”.
Golten usa Arafat
para explorar nova falha
Já no princípio da semana surgira
um novo “worm”, a explorar
uma falha publicitada
pela Microsoft em
meados de Outubro.
Trata-se do Golten
e foi considerado uma
.com
Peoplesoft nas mãos dos accionistas …
O futuro da Peoplesoft encontra-se nas mãos dos respectivos accio-
nistas, em particular dos grandes accionistas institucionais — e da
sua decisão de venderem (ou não) as acções à Oracle, que reforçou
a sua intenção de assumir o controlo da sua empresa após tanto o
Departamento de Justiça dos EUA como a União Europeia terem
retirado as suas objecções à intenção de compra pela empresa de
Larry Ellison (ver notícia, nesta secção, da edição de Computadores de
1 de Novembro último). A Oracle, entretanto, havia definido a meia-
noite da passada sexta-feira como data-limite para a sua oferta de
9200 milhões de dólares pelos 383 milhões de acções da Peoplesoft
na posse dos accionistas. E, até ao início desse dia, dois dos grandes
accionistas institucionais já haviam tomado posição: um contra o
“take over” da Oracle, outro anunciando a aceitação da “generosa
oferta” de 24 dólares por acção. A firma de investimentos Columbia
Wanger Asset Management, com sede em Chicago e detentor de 7,1
milhões de acções, declarou que não cederia às propostas da Oracle
por considerar que o valor oferecido não corresponde ao valor real
da Peoplesoft. Por seu lado, o fundo de pensões California Public
Employees’ Retirement System, que detém 1,5 milhões de acções,
mostrou-se disposto a aceitar as condições propostas pela Oracle. ●
… mas tudo só se resolverá em 2005
Também a Capital Guardian Trust Co., que detém cerca de 37,4
milhões de acções, declarou estar disposta a aliená-las, ao passo
que a Private Capital Management afirmou não estar disponível
para vender os seus 35,1 milhões de acções. Os executivos das duas
empresas não perdem, entretanto, nenhuma oportunidade para
transmitirem a animosidade quase pessoal que“envenenou”as nego-
ciações para uma eventual aquisição da Peoplesoft pela Oracle Corp.
David Duffel,“chief executive officer” (CEO) da Peoplesoft, citado pelo
“Wall Street Journal”, enviou uma carta a Larry Ellison ameaçando-o
com um procedimento judicial a propósito das insinuações que o
presidente da Oracle teria feito acerca de uma sua venda de acções
da empresa realizadas no ano passado. Responsáveis da Peoplesoft
enviaram, entretanto, uma mensagem de correio electrónico aos
seus empregados dizendo que admitiam que a Oracle viesse a
conseguir comprar mais de 50 por cento das acções mas que isso
não significaria necessariamente que ela alcançasse o objectivo da
aquisição — isto devido às providências cautelares adoptadas pela
actual administração da Peoplesoft (a chamada “poison pill” que as
computadores .6
Dia 22
OS VÍRUS DA SEMANA
W97M/Yous, WM/MDMA.C;D;H, W97M/
Alamat, VBS/Alphae, W97M/Cobra.a1
Dia 23
ameaça pouco importante. Este “worm” merece destaque apenas W97M/Cobra.a1, W97M/Azrael, W97M/
pelos métodos usados para se propagar e por explorar uma falha Alamat, TRASHER.D, WM/MDMA.C;D;H,
recentemente descoberta. WM/NOMVIR.A;B, VBS/San@M, VBS/
Em termos de propagação, o Golten (também denominado Scard Valentin@MM, W97M/Bablas.aj, WM/
ou Aler) é propagado através de mensagens de E-mail que fingem Niknat.A, W97M/Melissa.o@mm, WM/
conter informações sobre o recentemente falecido presidente da ANGUS.A, WM/ANGUS.A
Autoridade Palestiniana, Yasser Arafat.
As mensagens que o propagam contêm dois ficheiros anexos: uma Dia 24
imagem chamada arafat_1.emf e um outro ficheiro com o nome WM/ANGUS.A, W97M/Bablas.aj, WM/
arafat_2.emf que é um ficheiro especialmente preparado para MDMA.C;D;H, W97M/Alamat, WM/
instalar o “worm”. O Golten, depois de infectar um computador, tenta CONCEPT.L;M, W97M/Cobra.a1, W32/
propagar-se através da partilha ADMIN$, ligando o computador a Winur.worm.a, W32/Winur.worm.b
sistemas remotos na rede utilizando as credenciais existentes ou
palavras-passe básicas da conta de administrador. Dia 25
W32/Winur.worm.b, W97M/Cobra.a1,
Mais falhas descobertas no Internet Explorer W32/Winur.worm.a, VBS/Alphae, VBS/Zync,
Acid.A (intended), W32/Urick@MM, X97M/
A empresa de segurança Secunia divulgou, a meio da semana, terem Anis, W97M/Alamat, WM/MDMA.C;D;H,
sido descobertas, por dois investigadores diferentes, mais três falhas X97M/Hongo.c, W97M/Multi.a, AOS.A,
no Internet Explorer 6 — as quais foram classificadas W97M/Jackal.A
como “pouco críticas” e “não críticas”.
Duas das falhas podem ser exploradas Dia 26
em conjunto de modo a permitir que
W95/CIH.1003, WM/TAMAGO.A, WM/
possa ser introduzido num computador
MDMA.C;D;H, W97M/Alamat, VBS/
conteúdo mal-intencionado, contornando
Gaggle@MM, W97M/Cobra.a1, X97M/
um mecanismo de
Reten.d
segurança existente
no Windows XP
Dia 27
com o Service Pack 2. A
W97M/Cobra.a1, VBS/Gaggle@MM, W97M/
terceira pode ser explorada para
Trugbar.a, W97M/Alamat, WM/MDMA.C;D;H,
substituir os “cookies” de um sítio
WM/HELPER.F;G;H, W97M/Jackal.A
de confiança de modo a “desviar”
uma sessão da Web se esse sítio tiver
métodos de autenticação pouco Dia 28
seguros. WM/Eraser.B;C:Tw, WM/MDMA.C;D;H,
Até ao momento, ainda não foram W97M/Este, VBS/Baracu.A@mm, VBS/
detectadas tentativas de aproveitamento Gaggle@MM, W97M/Cobra.a1, W97M/
destas novas falhas do “browser” da Alamat, W97M/Clave.a, W97M/Ekiam
Microsoft. ● JOSÉ DOUTIL
empresas norte-americanas adoptam, no plano legal, para impe- principal produto da Autodesk, usado por milhares de arquitectos e
direm a concretização de aquisições hostis). De acordo com vários desenhadores, e cuja versão 2005 foi lançada no início deste ano, é
especialistas citados pelo “Wall Street Journal” na passada semana, responsável por 40 a 45 por cento da facturação da empresa, como
os episódios decisivos deste braço-de-ferro só deverão verificar-se referiu Al Castino, “chief financial officer” (CFO) da Autodesk, salien-
já em 2005. ● tando a importância crescente de outros produtos. ●
Receitas da Google diminuem WhatEverNet investe na consultoria
A Google anunciou que as suas receitas relativas ao quarto trimestre A WhatEverNet Computing, empresa que desenvolve soluções para
deste ano fiscal irão diminuir em relação aos trimestres anteriores, o computação em rede, vai investir na disponibilização de serviços
que levou o valor das suas acções a descer na passada quinta-feira. A de consultoria e acaba de criar a WhatEverNet Consulting. A nova
empresa adiantou perante a Security and Exchange Commition (SEC), área de serviços de consultoria pretende apresentar novos modelos
a comissão que tutela o mercado de valores mobiliários nas bolsa de de gestão da informação e fornecer um serviço que parta de um
Nova Iorque, que poderia não conseguir manter neste trimestre e nos integrador e não de um fornecedor de tecnologia. Tais serviços
seguintes o nível de crescimento verificado no segundo e terceiro destinam-se a organizações de média e grande dimensão que pos-
trimestre fiscal deste ano. A empresa que detém o principal motor suam sistemas de informação de elevada capacidade. “Os serviços
de busca na Internet enfrenta agora um aumento da concorrência e apresentados consistem na modelação da realidade das empresas
um abrandamento do seu crescimento à medida que o seu negócio e na recomendação de um novo modelo”, explicam os responsáveis
se tem tornado maior. No terceiro trimestre, as receitas da Google da WhatEverNet em comunicado, salientando o facto de o valor da
diminuíram 15 por cento quando comparadas com as do trimestre informação criada variar ao longo do seu ciclo de vida e de existirem
anterior, para 806 milhões de dólares; e, no segundo trimestre, veri- nas empresas aplicações fundamentais, cuja interrupção poderá
ficou-se um crescimento face ao período anterior de 7,5 por cento, trazer graves consequências para os negócios. Recorrendo a dados
para 700 milhões de dólares. Depois deste anúncio, as acções da de várias empresas que analisam o mercado de tecnologias de
Google desceram 4,96 dólares (2,9 por cento) para 167,54 dólares na informação, os responsáveis da WhatEverNet salientaram o facto de
passada quinta-feira. Mark Mahaney, analista da American Techno- menos de 25 por cento das organizações possuírem planos para a
logy Research, justificou o que se passa com a Google com “a lei dos continuidade das suas actividades em caso de falha das aplicações,
grandes números”:“É muito difícil manter um crescimento de 100 por ao mesmo tempo que 80 por cento dos dados armazenados não
cento, ano após ano, a partir de uma base cada vez mais alargada”.● são utilizados.●
Autodesk triplica lucros no trimestre & pessoas
A Autodesk anunciou que os seus lucros no terceiro trimestre fiscal LUÍS BARBOT é o novo director-geral da Lexmark Portugal, sucedendo
quase triplicaram, o que se deveu a um aumento de 28 por cento nas no cargo a Claudio Cremonesi, que regressou à sede europeia da Lex-
receitas. A empresa prevê ainda um crescimento maior no presente mark. Luís Barbot, de 40 anos, ingressou em Maio de 2002 na Lexmark
trimestre. No período fiscal findo no passado dia 31 de Outubro, a Portugal ao cabo de 14 anos na HP, para assumir as funções de gestor
Autodesk apresentou lucros líquidos na ordem dos 74,1 milhões comercial. Entre 2001 e 2002, na HP, foi gestor de vendas e“marketing”,
de dólares, o que constitui um aumento significativo em relação tendo desempenhado diversas outras funções sempre nas vertentes
ao trimestre anterior, em que o lucro líquido fora de 22,6 milhões de comercial e de “marketing”.Licenciado em Engenharia Electrotécnica,
dólares. Entretanto, a Autodesk prevê alcançar neste trimestre, que em 1987, pela FEUP e com um MBA concluído em 1993 no Instituto
terminará em Janeiro de 2005, receitas entre os 335 e os 345 milhões Superior de Estudos Empresariais da Universidade do Porto, o novo
de dólares, o que representará um crescimento de cerca de 12 por director-geral da Lexmark Portugal trabalhara (antes de 1990 e da sua
cento quando comparado com o terceiro trimestre. O AutoCAD, o entrada na HP) na CPC, então a grande importadora da HP. ●
S E G U N D A - F E I R A . 2 2 . N O V E M B R O . 2 0 0 4
 TRIBUNAL ILIBOU SEGURADORAS DE PAGAREM INDEMNIZAÇÕES POR PERDA DE CÓDIGO-FONTE
O azar da empresa cujo
‘software’ foi roubado
A
PERDA DE “software” resultante da
acção de um vírus informático e
do roubo de “software” não dão
direito a indemnização dado o tipo
de apólice do seguro. Foi nesse
sentido que deliberou, no início de Novembro,
o Supremo Tribunal inglês face a uma queixa
apresentada pela Tektrol — uma empresa
que comercializa um equipamento de controlo
de poupança energética para motores indus-
triais — contra as seguradoras International
Insurance Company of Hanover e a Great
Lakes Reinsurance.
Os factos remontam a 19 de Dezembro
de 2001, quando a Tektrol viu roubado o
código-fonte de gestão desse equipamento,
apesar de ter tomado várias precauções. O
código-fonte consiste nas instruções originais
de um “software”, escritas numa linguagem
de programação por informáticos, e em que
assenta a aplicação final disponibilizada aos
utilizadores.
O “software” estava guardado em dois
computadores na empresa, existindo ainda
uma versão em papel. Uma outra cópia foi
armazenada num local diferente, gerido
pela empresa Compwise Systems, e uma
quinta cópia estava no computador portá-
til do director.
Foi este quem desencadeou alguns dos
eventos seguintes, quando, em plena época
natalícia, abriu um cartão electrónico, pro-
veniente de uma (aparentemente) segura
empresa de advogados, o qual activou um
vírus informático. Este afectou o portátil, que
teve de ser formatado para apagar quaisquer
vestígios do vírus.
Como o vírus apenas foi detectado nesse
dia 19 pelas empresas de segurança, os pro-
gramas de antivírus instalados na empresa
ou na Compwise não tinham ainda sido
actualizados e não o podiam eliminar. Após a
formatação do portátil, o director da Tektrol
acedeu aos computadores da Compwise para
obter a cópia de “backup” ali armazenada e
efectuou a sua transferência.
Como se o azar não fosse suficiente, os
escritórios da Tektrol foram assaltados a 2
de Janeiro de 2002 e os computadores com
o código-fonte, bem como a cópia em papel,
desapareceram.
Cinco dias depois, o roubo foi detectado, bem
como o facto de não existir qualquer outra cópia
do “software” original, porque o vírus também
eliminara a cópia de segurança armazenada na
Compwise Systems, pelo que a versão existente
no portátil estava inutilizada.
A Tektrol accionou então o seu seguro,
alegando danos pela paralisação da sua acti-
vidade. Nessa altura, descobriram que esse
seguro pagava perdas por causas acidentais
mas que, neste caso — como naturalmente
alegou a companhia de seguros —, a perda não
tinha sido acidental. A apólice declarava ainda
que a seguradora não era responsável pela
perda de programas de “software” derivada
da acção de “pessoas mal-intencionadas” ou
mesmo pela simples perda de dados num sis-
tema informático, apesar de o seguro garantir
uma cobertura para o roubo de computadores.
No entanto, o juiz considerou que se
tratava de dois eventos independentes,
apesar de interligados, mas que, a ter
ocorrido apenas um deles, isso não teria
perturbado o normal desenvolvimento e
prossecução do negócio da Tektrol. Resu-
mindo, a acção do vírus informático — por
si só — não teria impedido o funcionamento
regular da empresa, tal como o roubo não
teria perturbado a sua actividade, porque
Erro humano é o principal responsável pela perda de dados
No final dos anos 90, um investigador nacional a
terminar uma tese entregou o seu computador
a uma empresa para que esta lhe aumentasse
o desempenho. Sem ter feito qualquer cópia do
trabalho, alertou a empresa para o ficheiro onde
este se encontrava, que não devia ser eliminado.
A empresa formatou o disco sem ter feito
qualquer cópia do ficheiro e o trabalho de meses
perdeu-se.
A história — verdadeira — parece ingénua mas
todos os dias se verificam casos destes em todo
o mundo. Por exemplo, um executivo colocou
o seu disco rígido no congelador do frigorífico,
depois de ter lido na Internet que isso seria uma
boa solução para resolver os problemas que ele
apresentava.
Este caso lidera “a lista dos mais estranhos
acidentes” ocorridos com computadores, como
lhes chamava recentemente a BBC Online. Há
de tudo, desde comandos efectuados sem
querer e que eliminam ficheiros ou a raiva que
leva a esmurrar um computador. Esta “‘raiva
informática’ parece ser um problema crescente”,
salienta Adrian Palmer, director da Ontrack
Data Recovery.“Quase 90 por cento dos dados
perdidos devem-se ao erro humano ou a falhas
mecânicas”,revela Jim Reinert, responsável do
sector de “software” e serviços desta empresa.“Os
desastres naturais atraem a atenção mediática
mas são situações raras, causando apenas 2 por
cento dos casos de dados perdidos”.
Esta empresa revelou o caso de um homem tão
furioso com as falhas do seu portátil que o pôs
na sanita e puxou o autoclismo várias vezes. Ou
da mulher que esqueceu o portátil no tejadilho
do carro, arrancou — e, ao reparar no facto, fez
marcha atrás e esmagou o computador. Ou
a cópia de segurança teria garantido a nor-
malidade do mesmo.
O vírus e o roubo foram consideradas as
causas da perda e da interrupção do negócio
— explica o juiz na decisão — mas não exis-
tiu perda após o vírus e antes do
roubo. Se não tivesse havido o PEDRO
vírus, o roubo não teria provo-
cado as perdas reclamadas pela Tektrol, que
julgou estar protegida contra elas antes do
assalto. Por isso, se tanto as consequências do
vírus como as do roubo estavam excluídas da
apólice, as seguradoras ganharam.
S E G U N D A - F E I R A . 2 2 . N O V E M B R O . 2 0 0 4
TMN alarga cobertura
do 3G
a 13 cidades…
Seis meses após o lançamento
do primeiro telemóvel com
videochamada em Portugal,
a TMN anunciou há cerca de
duas semanas que passara
a oferecer aos seus clientes
cobertura da sua rede 3G
— de terceira geração de
telecomunicações móveis,
baseada na norma UMTS
— em 13 das maiores
cidades do país, para além
de serviços de “roaming”
de terceira geração em seis
países europeus. Depois de ter
disponibilizado esta tecnologia
nas regiões da Grande Lisboa e
do Grande Porto, a TMN afirma
ter já estendido a cobertura
do 3G às restantes cidades
do Continente onde houve
jogos do Europeu 2004: Aveiro,
Braga, Coimbra, Guimarães,
Leiria, Loulé e Faro. Seguiram-
se-lhes, nas ilhas, o Funchal e
Ponta Delgada e, por fim, Beja
● e Setúbal. Ao celebrar um novo
acordo de “roaming” com a
rede de terceira geração do
operador Soneira, na Finlândia,
a TMN aumentou para seis
o número de países onde os
seus clientes poderão utilizar
os serviços de 3G na Europa:
Alemanha, Áustria, Espanha,
ainda o caso da viga de aço que caiu em cima Itália, Reino Unido e, agora,
de um portátil que continha os dados para a a Finlândia — neste caso,
construção do edifício. com excepção do serviço de
A mensagem destes responsáveis é simples: videochamada, que ainda
quem não quer perder dados sensíveis deverá não é disponibilizado pelo
ter algum cuidado a protegê-los, fazendo cópias operador finlandês. ●
regulares — que deverão também ser bem
protegidas. A par da actualização de programas … dando maior
de antivírus, é igualmente aconselhável ter uma
unidade de alimentação ininterrupta (a chamada
sustentação às
UPS) para o caso de falhar a electricidade e soluções empresariais
atenção a ruídos estranhos no computador.
A escala de “desastres” na perda de dados A TMN lançou o seu primeiro
compilada pela Ontrack é liderada pela telemóvel de terceira geração
eliminação de ficheiros ou de correio electrónico em Abril deste ano e, um mês
— acidental ou por vírus informáticos. Seguem- depois, o primeiro serviço
se os danos físicos (quedas do computador, de videoatendimento; viria
exposição a calor, água ou fogo), que podem depois o videomail, “um
gerar erros e problemas no disco rígido, serviço pioneiro, que permite
sobreaquecimento do disco ou dos circuitos a qualquer utilizador do
electrónicos, e falhas ou destruição de dados em serviço de videochamada
servidores. deixar mensagens de
Em caso de problemas, existem em Portugal vídeo na caixa de correio
várias entidades que se dedicam à recuperação dos clientes para quem
de dados, a par das grandes empresas de fez uma videochamada
“software”.A NCA e a Assistimo são parceiras não atendida”. A TMN já
nacionais da Ontrack. A Recovery Labs, a Ondata introduziu no mercado
ou a SOS Computador também se dedicam vários telemóveis no âmbito
a esta área. E, para provar que os problemas do seu serviço i9 capazes
não acontecem só aos pequenos, a Data de suportar a tecnologia
Recovery Center tem, na sua lista de clientes, UMTS, como o Samsung
a Procuradoria Geral da República, as câmaras Z105, o Sony Ericsson Z1010,
municipais de Oeiras ou de Guimarães, o Museu o Siemens U15 e o Nokia
da Marinha, o Instituto de Meteorologia, a Ordem 7600. Ainda para usar esta
dos Advogados, a Liga Portuguesa de Futebol, tecnologia UMTS, a TMN
a Vodafone e a TMN, a Oni ou a Santa Casa da disponibilizou uma placa PC
Misericórdia de Lisboa. ● P.F. Card denominada Acesso
3G (Novatel Merlin U530),
destinada a ser usada nos
computadores portáteis e,
Nas conclusões, o juiz especifica ainda através delas, proporcionar o
que, “mesmo que fosse o caso de apenas acesso à Internet e ao correio
uma das perdas estar excluída da queixa, electrónico através das
o pedido de uma indemnização ao abrigo telecomunicações móveis de
da apólice não teria acolhimento”. O terceira geração (à imagem,
magistrado considerou que, aliás, de serviços semelhantes
FONSECA vistos de forma independente, nas suas concorrentes
qualquer um dos eventos não Vodafone e Optimus),
devia ser protegido pelo seguro nem consti- no âmbito de soluções
tuir fundamento para qualquer pagamento concebidas de acordo com
pelas seguradoras. Feitas as contas, a as necessidades dos seus
Tektrol perdeu o seu código-fonte e o direito clientes empresariais. ●
a qualquer indemnização. ●
computadores .7
 agenda PORTO EDITORA LANÇOU ALGUNS TÍTULOS DA COLECÇÃO FOR DUMMIES

SEMANA ABERTA DA CIÊNCIA E

TECNOLOGIA
“Encontro marcado com a Ciência” Livros e CD-ROM
para totós
Data: 22-11-2004 a 28-11-2004
Local: Campus Universitário da Universidade de
Aveiro e Fábrica de Ciência Viva
Organização: Universidade de Aveiro
E-mail: semanaberta@ua.pt

URL: www.ua.pt/
CSI 2004 - 5ª Conferência de Sistemas de
Informação
Tema: Código Seguro
Data: 25-11-2004
Local: Escola Superior de Tecnologia e Gestão
– Instituto Politécnico de Leiria
URL: www.dei.estg.ipleiria.pt/events/csi2004
CSS 2004 – The IASTED International
Conference on Circuits, Signals and Systems
Data: 28-11-2004 a 1-12-2004
Local: Clearwater Beach, Florida, EUA
Contacto: IASTED Secretariat
E-mail: calgary@iasted.org
URL: www.iasted.org/conferences/2004/florida/
css.htm
Seminário DELL Technology & Solutions
Tour
“Via rápida em direcção ao futuro”
Data: 29-11-2004
Local: Hotel Corinthia Alfa, Lisboa
Contacto: 707 200 537
URL: www.dell-events.com/tst
ICM 2004 – The 16th International
Conference on Microelectronics
Data: 6-12-2004 a 8-12-2004
Local: Tunis, Tunísia
Contacto: Conference Secretariat
E-mail: conference@gms.org
URL: www.gmslab.org/conferences/icm2004/
IC-FPT’04 – The 2004 International
Conference on Field-Programmable
Technology
Data: 6-12-2004 a 8-12-2004
Local: Brisbane, Austrália
E-mail: enquiries@icfpt04.itee.uq.edu.au
URL: icfpt04.itee.uq.edu.au
Asia-Pacific Conference on Circuits and
Systems
Data: 6-12-2004 a 9-12-2004
Local: Tainan, Taiwan
URL: apccas.ee.ncku.edu.tw
IP/SOC 2004 – IP Based SoC Design Forum &
Exhibition
Data: 8-12-2004 a 9-12-2004
Local: Grenoble, França
URL: www.us.design-reuse.com/ipsol2004/
C
OMO SE imprime fotografias,
elabora um currículo e cartas
de apresentação ou a faz um
ponto de cruz passará agora a
ser mais fácil de aprender com
a colecção Para Totós, lançada na semana
passada pela Porto Editora. Os novos títu-
los, disponíveis em livro ou em CD-ROM,
consistem na adaptação para português
da colecção For Dummies, iniciada pela
editora Wiley em 1991, nos EUA.
Quem já ouviu ou usou a expressão
“totó” para designar alguém que não con-
segue desempenhar determinada tarefa
facilmente percebe qual é o objectivo dos
novos títulos: explicar, de forma simples, originais — ou, pelo menos, com um tema
o essencial acerca de vários
temas. Nos EUA, a colec- ISABEL GORJÃO SANTOS
ção é já bastante vasta
mas, para já, a Porto Editora lançou no
mercado português uma dúzia de títulos
— dois livros e dez CD-ROM.
“Gestão para Totós”, de Bob Nelson
e Peter Economy, e “Técnicas de Vendas
Para Totós”, de Tom Hopkins, são os pri-
meiros livros da colecção agora lançada.
No que se refere aos CD-ROM, os dez títu-
los que já se encontram no mercado são
“Gestão Pessoal para Totós”, “Impressão
de Fotografias Para Totós”, “Postais Para
Totós”, “Cartões de Visita Para Totós”,
“MP3 Para Totós”, “Currículos e Cartas
de Apresentação Para Totós”, “Convites
Para Totós”, “Capas de CD Para Totós”,
“Ponto de Cruz Para Totós” e “Técnicas de
Digitação Para Totós”.
A colecção que agora chega a Portugal
está já presente em 90 países e foi tradu- situações podem também
zida para 39 línguas. Desde 1991, foram
já editados pela Wiley 750 títulos For
Dummies, tendo sido impressos cerca de
100 milhões de exemplares.
“Leves na abordagem mas não ocos” é
a expressão usada pelos responsáveis da
Porto Editora para definir os títulos desta
colecção. Recorrer ao humor, à irreverên-
cia e a uma linguagem simples e acessí-
vel é um dos objectivos, a que se junta
a disponibilização dos conhecimentos
PHILIPS ADAPTA À RADIOLOGIA PROGRAMA DE RECONHECIMENTO DE VOZ EM PORTUGUÊS
essenciais acerca dos temas abordados. tos, etc. — e, em “Impressão de Fotografia
Em “Gestão Para Totós”, por exemplo, o Para Totós”, pode aprender-se a imprimir
leitor pode aprender os instrumentos e correctamente as fotografias tiradas.
as técnicas de gestão ou a melhor forma Quem gosta de música e quer apren-
de lidar, enquanto gestor, com as pessoas der a usar o formato MP3 para ouvir
que trabalham numa empresa. música no computador ou gravar os seus
“A arte de vender” ou “A importância CD tem agora à disposição “MP3 Para
dos trabalhos de casa” são dois dos capí- Totós”. Por outro lado, se o objectivo é dar
tulos de “Técnicas de Vendas Para Totós”, uma festa, então o “Convites Para Totós”
um livro destinado a vendedores ou a também pode ajudar. Para gerir o orde-
pessoas ligadas a uma área de vendas nado e tentar encontrar formas de econo-
mas também a quem pretende comunicar mizar, a Porto Editora lançou o “Gestão
melhor nas suas relações profissionais ou Pessoal Para Totós”, um título para pôr
pessoais. toda a família a fazer contas aos gastos,
Nos CD-ROM, um dos títulos mais com funções de alarme para quando estes
são excessivos nalgumas áreas.
muito diferente quando Os novos livros e títulos multimédia
comparado com os outros já estão disponíveis, custando os primei-
títulos — é o “Ponto de ros 21,90 euros e os CD-ROM 9 , 9 9
Cruz para Totós”. O utilizador pode esco- euros. ●
lher entre 500 desenhos
originais, divididos por
12 categorias (crianças,
festas, cozinhas, etc.),
imprimir diagramas
para ver os pontos ao
pormenor e ficar a conhe-
cer as melhores linhas a
usar.
Em “Capas de CD
Para Totós”, encontram-
se mais de 300 modelos
divididos por categorias,
podendo-se escolher
também o tipo de papel
para imprimir. Vários
modelos para diferentes
ser encontrados no título
relativo a currículos e
cartas de apresentação, e
o mesmo acontece com o
título que ensina a criar
cartões de visita.
“Postais Para Totós”
é um CD-ROM que ajuda
a criar postais para as
mais diversas ocasiões —
aniversários, casamen-

IEDM - 2004 IEEE International Electron

Devices Meeting
Data: 13-12-2004 a 15-12-2004
Local: São Francisco, Califórnia, EUA
Contacto: Phyllis Mahoney
E-mail: idem@his.com
URL: www.his.com/~iedm/
ICECS 2004 - International Conference on
Electronics, Circuits and Systems
Data: 13-12-2004 a 15-12-2004
Local: Telavive, Israel
Contacto: Orly Yadid-Pecht
E-mail: oyp@ee.bgu.ac.il
URL: www.ee.bgu.ac.il/~icecs04/
VLSI Design 2005 – 18th International
Conference on VLSI Design
ICES 4 – 4th International Conference on
Embedded Systems
Tema:“Power-aware design on VLSI Systems”
Data: 3-01-2005 a 7-01-2005
Local: Taj Bengal, Kolkata, Índia
Contacto: Rana Dattagupta
E-mail: rdg@ieee.org
URL: vlsi.nj.nec.com
Reduzir a metade o tempo
de feitura dos relatórios
A
PHILIPS ELECTRONICS anunciou
recentemente a disponibili-
zação de uma versão do seu
“software” SpeechMagic em
português para ser usada pelos
profissionais da radiologia clínica. Graças
a esta aplicação de reconhecimento de
voz em português, os profissionais de
radiologia passam a poder assegurar a
finalização dos seus relatórios em metade
do tempo.
O SpeechMagic com ConText radio-
lógico em português ficará disponível
integrado em sistemas de informação
para radiologia e sistemas de arquivo de
imagens — soluções comercializadas pela
empresa holandesa. A primeira instalação
levada a cabo pela divisão de Sistemas
Médicos da Philips vai ser efectuada no
Instituto Português de Oncologia (IPO)
em Lisboa, onde duas dezenas de radiolo-
gistas irão utilizar o SpeechMagic.
Rui Costa, chefe de serviço de radiolo-
gia do IPO, explicou deste modo as van-
tagens da solução da Philips: “Produzir
um relatório imediatamente a seguir
ao exame constitui um enorme desafio.
Com o grande volume de relatórios que
temos de produzir, lutamos constante-
mente contra o atraso na transcrição dos
mesmos. O projecto-piloto mostrou-nos
que o reconhecimento de voz vai ajudar-
nos a alcançar os nossos objectivos de
redacção de relatórios de uma forma
rápida, eficiente, precisa e a baixo custo”.
O desenvolvimento do ConText em
português para a uso na radiologia clínica
foi efectuado em cooperação com a divisão
de Sistemas Médicos da Philips Portu-
guesa — o que permitiu nele incorporar
um vocabulário de reconhecimento com
a terminologia específica utilizada em
radiologia clínica, uma interface de uti-
lizador em português e a interface geral
para sistemas de aplicações.
“Habitualmente, a necessidade de
ditado num hospital é maior no serviço
de radiologia e, assim, este é o passo
lógico para a entrada num novo mercado
médico”, declarou Marcel Wassink, direc-
tor-geral da divisão de Reconhecimento
de Voz da Philips. “Queremos alargar
a utilização do SpeechMagic a outras
áreas médicas — até todos os hospitais
portugueses estarem em condições de
trabalhar com um sistema abrangente de
reconhecimento de voz.” ● R.J.C.

computadores .8 S E G U N D A - F E I R A . 2 2 . N O V E M B R O . 2 0 0 4
 S H A R E WA R E
Para editar fotos e vídeos caseiros
A
S ÉPOCAS festivas são
propícias ao registo
em vídeo ou fotografia
dos momentos mais
embaraçosos
divertidos das reuniões familiares.
Isto, aliado à proliferação de
máquinas de filmar e fotografar
digitais no mercado, levaram
muitos portugueses tenham, nos
últimos natais, a registar imagens
para a posteridade. Mas muitos
desses registos tendem a ser
aborrecidos devido à sua extensa
duração e aos momentos mortos.
Para evitar isto, é necessário fazer
a edição das imagens vídeo ou
criar uma sequência animada das
fotografias tiradas.
Para tal, a Magix, empresa
conhecida pelos seus produtos
de criação simples de músicas,
disponibiliza o Magix Movie Edit
Pro, que permite a edição em vídeo
de imagens gravadas em câma-
ras de filmar digitais (formato DV
e D8) ou analógicas (VHS, Vídeo8,
HI8) e a criação de sequên-
cias de vídeo com animação,
efeitos e sonorização a partir de
fotografias digitais. Para isso, o
utilizador apenas precisa de ligar
a sua câmara de filmar digital
através da porta Firewire. O
programa depois encarrega-se de
capturar e arquivar as imagens
no computador — desde que o
disco tenha o espaço disponível
necessário.
O utilizador doméstico pode,
assim, fazer a “montagem” dos
seus vídeos caseiros com o auxílio
do seu PC. E não se pense que
é necessário um equipamento
muito dispendioso: um simples
computador equipado com um
processador Pentium IV, 256
megabytes de RAM e um disco
rígido com muito espaço livre é
tudo o que é preciso — elementos
que, hoje em dia, são comuns nos
PC domésticos.
A tecnologia Firewire (também
conhecida por iLink ou IEEE 1394)
permite transferir imagens de
vídeo em tempo real
de e para a câmara de N U N O B E R NARDO
vídeo digital. Se o PC
não possuir uma porta Firewire,
poder-se-á adquirir uma placa
(cujo custo ronda os 80 euros)
para adicionar uma destas portas
ao computador. Quem tiver uma
câmara mais antiga — analógica
— em formato VHS ou Hi8
necessitará de um adaptador (que
custa, nas lojas da especialidade,
cerca de 100 euros).
MAGIX MOVIE EDIT PRO 2005
e cena, colocando uma
O Magix Movie Edit Pro
2005 insere-se num segmento
de entrada de gama e introduz o
conceito de criação e montagem
automática de vídeos domésticos.
O processo não pode ser mais
simples: O utilizador selecciona
as imagens que quer usar — por
exemplo, 5 minutos de imagens
gravadas numa festa —, arrasta-
as para a linha de edição,
adiciona algumas transições e
logo está criado o
seu primeiro vídeo
doméstico. Se não
gostar do resultado final, é só vol-
tar atrás, modificar as opções
e, em poucos minutos, o progra-
ma apresenta uma versão com-
pletamente diferente. Tudo isto é
realizado ao ritmo da música que
escolher como som de fundo.
Mas o utilizador pode optar
por usar uma abordagem de
edição vídeo mais tradicional.
S E G U N D A - F E I R A . 1 . M A R Ç O . 2 0 0 4
S E G U N D A - F E I R A . 2 2 . N O V E M B R O . 2 0 0 4
Neste caso, edita as
suas imagens, plano
a plano, aplicando
efeitos entre cada
locução ou músicas.
Este processo é tão
simples como pegar
nos diferentes ficheiros
(sons, músicas, vídeos
e fotos) e arrastá-los
para a linha de edição.
Depois, com o auxílio
do rato, pode acertar
os diferentes planos,
definir o tempo de cada
plano e adicionar uma
música, de forma a
tornar o resultado final
mais apelativo. Alguns
minutos de registo de
vídeo poderão dar para
criar dezenas de filmes diferentes
— tudo numa questão de minutos.
Terminada a edição, chega a
hora de passar o resultado final
para uma cassete de vídeo ou
mesmo para um CD-ROM (ou
um DVD) de forma a poder ser
apresentado a toda a família
numa próxima ocasião. Se tudo
isto parece complicado, ao usar o
programa, irá verificar que afinal
é muito simples. Quem não quiser
perder muito tempo, a forma
mais rápida de criar um vídeo é
copiar as imagens gravadas para
o PC, apagar os momentos mortos
(ficando apenas com as melhores
cenas) alinhá-las uma a uma e,
no final, colocar um tema musical
adequado às imagens — e logo
terá um filme interessante para
mostrar à família.
O programa está disponível em
regime de “demo” gratuita para
ser testada livremente durante
30 dias ( http://www.magix.com
). Findo esse prazo, o utilizador
deverá comprar a versão
registada, pagando cerca de 75
euros. A versão registada permite
o acesso a um sem-número de
funcionalidades, como a gravação
de programas de TV em disco e
consequente cópia para DVD,
o restauro em disco de filmes
antigos em VHS ou Hi8 e ainda
a criação de filmes com som
“surround” e formato 16:9 — tal e
qual as produções de Hollywood.
O Magix Movie Edit Pro 2005
é uma excelente ferramenta para
quem possui uma câmara digital
e pretende usar o seu computador
pessoal para criar os seus próprios
filmes. Os resultados são bastante
satisfatórios se pensarmos que são
obtidos a partir de uma aplicação
que custa apenas algumas dezenas
de euros. Quando comparado com
aplicações concorrentes, oferece
a melhor relação preço/funciona-
lidades do mercado, tornando-se
numa das aplicações mais reco-
mendadas para uso doméstico. A
interface gráfica e a disposição dos
comandos estão muito bem orga-
nizadas, tornando o uso do progra-
ma bastante simples e acessível
para qualquer tipo de utilizador. ●
FICHA
Editor
Rui Jorge Cruz
Redactores, colaboradores
e cronistas
Ana Gerschenfeld, Ana Machado,
André Ruivo, António Granado,
Casa dos Bits, Fernando Santos,
Helena Viegas, Henrique Carreiro,
Henrique Saias, Isabel Gorjão
Santos, João Cruz, José Antunes,
José Doutil, Luís Félix, Miguel
Crespo, Nuno Bernardo, Nuno
Vieira, Paulo Almeida, Pedro
Fonseca (pedrof@journalist.com),
Rita Cruz, Rita Hasse Ferreira
Secretariado
Paula Dias
Paginação
Ana Carvalho, Ivone Ralha,
Hugo Pinto, Jorge Guimarães
Projecto Gráfico & Designer
Luis Carlos Amaro/
Gráficos à Lapa
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especiais para Macau, Timor, São
Tomé e Guiné. Os preços incluem
IVA à taxa legal em vigor.
computadores .9
 JOGOS
‘MYST IV: REVELATION’, ‘SILENT HILL 4: THE ROOM’, ‘BLACK MIRROR’, ‘CONSPIRACY’ E ‘JOURNEY TO THE CENTER OF THE EARTH’
Pare, escute e olhe
A
VELHA MÁXIMA das passagens
de nível aplica-se na per-
feição a estes jogos de aven-
tura clássicos, em que a
acção é apenas passageira
e a dedução uma constante. Embora longe
da glória e do esplendor de outrora, há ainda
jogos que valem a pena, sejam estreias ou
continuações de linhagens de sucesso.
“Myst IV: Revelation” é um bom
exemplo de como um jogo pode eternizar-
se. O primeiro “Myst”
tornou-se um clássico MIGUEL
devido aos cenários gran-
diosos e deslumbrantes para a época,
e rapidamente teve uma sequela. En-
tretanto, os tempos mudaram e, quan-
do saiu o terceiro jogo, já o 3D era rei
e senhor. Os fãs da série aderiram mas
foi difícil cativar novos. Em 2003, “Uru:
Ages Beyond Myst” tentou dar um passo
em frente — mas com alguns tropeções.
Agora, os criadores arrepiaram caminho
e foram mais ao encontro do que seria
de esperar, sem perder a grandiosidade
dos cenários e a imaginação na criação de
mundos e ambientes místicos.
computadores .10
A cada momento, há agora pequenas
animações, de seres vivos, das estrelas
cadentes ou da água a correr, em vez de
cenários estáticos que podem ser vistos
em 360 graus. Com visão na primeira
pessoa, a animação não é muita mas é
melhor que o vazio anterior e até a mão
do personagem (o que se vê do “nós”) é
animada. Outro destaque é o som, que
agora surge associado a cada objecto e
que cria belos efeitos. Quanto à história,
continua a girar à volta dos
CRESPO mistérios das várias eras,
dos seus habitantes e dos
personagens enigmáticos que povoam os
vários mundos de “Myst”.
Os “puzzles” têm dificuldade acima da
média, como sempre, mas pode contar-se
com ajudas, que vão da dica à solução,
evitando que o jogador abandone o jogo
por KO. Mais actualizado e aproximado
do que é a norma actual e evitando os
erros de “Uru” (grandes passeios por lado
nenhum e muito pouco para fazer), “Myst
IV” parece ter reencontrado o caminho
certo, mesmo que os fãs gostassem de ter
ainda mais…
S E G U N D A - F E I R A . 2 2 . N O V E M B R O . 2 0 0 4
O caso de “Silent Hill 4: The Room”
é paradigmático: se os seus antecessores
marcaram uma época, este marca passo.
O ambiente aterrorizador continua
presente mas a fórmula é a mesma. Há
muita expectativa a cada momento, já se
sabe que monstros e demónios vão surgir
a qualquer instante e a defesa do jogador
está a cargo dos habituais cano e pistola.
O grafismo é atraente, carregado de
pormenores assustadores, e, a partir do
quarto, vai-se descobrindo algo entre
o sonho, a loucura e o pesadelo. Mas o
interesse que é aceder a áreas inéditas
desvanece-se a meio do jogo, em que se
inicia uma fuga contínua de percurso
inverso. É curioso como um jogo que
vive do inverosímil e do choque acaba
por se deixar cair no bocejo — mas a
verdade é que o modelo está estafado e
é preciso mais do que repetir a fórmula
para agradar a quem já conhece “Silent
Hill”. Quem não conhece e está disposto a
apanhar uns sustos pode arriscar, porque
a experiência é muito especial.
No campo dos desconhecidos, “Black
Mirror” é um jogo algo particular. Para
já, demorou bastante a chegar a Portugal,
pois, nalguns países, foi lançado há um
ano. Isso não quer dizer que pareça
desactualizado, porque a sua base já não
aposta em alta tecnologia. Em termos
gráficos, recorre a um 3D falso, sem grande
espectáculo mas que chega para cativar. A
interface é muito simples e baseada em
apontar e clicar, ao estilo mais clássico
possível. O mesmo acontece com a história,
bem montada, e de toques policiais góticos,
já que o personagem vai investigar um
fratricídio ocorrido no passado.
Escondendo muito bem o desfecho, o
jogo lança inúmeras pistas falsas, seja
através da exploração de locais (uma
centena) e objectos, seja pela resolução
de interessantes “puzzles” e diálogos
com os personagens (que têm vozes
interessantes). O bom ambiente sobrepõe-
se à menor riqueza tecnológica, fazendo de
“Black Mirror” uma aventura que os mais
tradicionalistas vão apreciar.
Para fazer par, “Journey to the Center
of The Earth” seria uma boa aposta.
Baseado na história homónima de Júlio
Verne, é uma aventura clássica bem
 JOGOS

dica

O Mapa do Documento
no Word
Para quem trabalha com documentos longos
no Microsoft Word, o programa apresenta
uma funcionalidade que facilita bastante
a navegação dentro do documento, em
substituição das teclas Page Up e Page Down
ou da barra de “scroll” da janela do programa.
Trata-se da função Mapa do Documento, do
menu Ver. Quando se escolhe este comando,
a janela do programa divide-se ao alto em
dois, ficando na parte da direita a visualização
Título “Myst IV: Revelation” clássica do documento e, na parte da esquerda,
Estilo Aventura 8 /10 uma representação do documento através da
Plataforma PC e Mac listagem das suas secções (como se pode ver na
Produtor Ubi Soft
imagem).
Cada uma das entradas na listagem do Mapa
Distribuidor Ecofilmes
do Documento funciona como uma ligação
Edição Novembro 2004
ao documento, que, quando se clica sobre
ela, na parte direita da janela aparece a área
Título “Silent Hill 4:
The Room” 7 /10 correspondente do documento e com o cursor a
piscar no seu início. Na nossa imagem, clicámos
Estilo Aventura
sobre a secção “Como alterar cabeçalhos e
Plataforma PC e PS2
rodapés” no painel da esquerda, e, à direita,
Produtor Konami
surgiu no cimo da janela a mesma parte do
Distribuidor Ecofilmes
documento.
Edição Outubro 2004
Como também se pode ver na imagem, a
listagem do painel da esquerda apresenta
Título “Conspiracies”
Estilo Aventura 3 /10
as secções do documento hierarquizadas,
apresentando as secções principais, que contêm
Plataforma PC
subsecções — um quadrado à esquerda com
Produtor GMX um sinal “mais” ou “menos” conforme a lista das
Distribuidor Infocapital subsecções está escondida ou visível.
Edição Agosto 2004 Dando um clique com o botão direito do rato
sobre a lista do painel da esquerda, surge um
Título “Black Mirror”
Estilo Aventura 7 /10
menu de contexto onde se pode escolher o nível
de pormenor da listagem, como se pode ver na
Plataforma PC imagem. Este nível é dado pelo nível dos títulos
Produtor GMX a mostrar, de 1 a 9, podendo-se ainda optar por
Distribuidor Infocapital mostrar tudo. Estes níveis correspondem aos
Edição Agosto 2004 estilos pré-definidos para os títulos. Se não se
quiser usar estes estilos como base para o Mapa
Título “Journey to the Center do Documento mas sim outros estilos, basta
of the World” 7 /10
adicionar um nível às definições desses estilos.
Estilo Aventura Para o fazer, com um parágrafo seleccionado
Plataforma PC que tenha o estilo pretendido aplicado, escolhe-
Produtor GMX se Parágrafo no menu Formatar. Na janela que se
Distribuidor Infocapital abre, no separador Avanços e Espaçamento, na
Edição Agosto 2004 área Geral, em Nível de Destaque, escolhe-se o
nível que se quer aplicar ao estilo escolhido
e depois carrega-se em OK.
construída, com excelente ambiente e uma
centena de “puzzles” bastante desafiantes. A partir desse momento, todos os parágrafos
O grafismo é interessante, especialmente formatados com aquele estilo surgem
a nível de cenários majestosos no na lista do Mapa do Documento, ao nível
submundo imaginário, e os personagens definido. ● JOSÉ DOUTIL
estão bem caracterizados, com a ajuda de
boas locuções.
O maior problema desta “viagem” é
o facto de, por vezes, o jogador se perder
nos grandes espaços ou ter dificuldade
em perceber a lógica de alguns “puzzles”
mais arrevesados — mas nada que faça
perder o interesse em mergulhar mais
fundo nesta aventura com muitos toques
de imaginação.
Por fim, apenas uma referência a
“Conspiracies”, talvez um dos jogos mais
desastrados de todos os tempos. A história é
banal e contada por vídeos com actores reais.
A parte de jogo é do tipo escolha múltipla
mas a opção do jogador não parece influir em
nada, seja nos diálogos seja nos “puzzles”. Os
gráficos parecem inacabados, o som é mau e
as vozes parecem feitas pelos piores actores
do mundo. Se alguém conseguir comprar o
jogo depois de ver a capa inacreditável, vai
ter uma experiência surrealista... ●

S E G U N D A - F E I R A . 2 2 . N O V E M B R O . 2 0 0 4 computadores .11
computadores .12 7c1bf3e5-024b-435b-bb28-84bbcd8a7552
S E G U N D A - F E I R A . 2 2 . N O V E M B R O . 2 0 0 4