Computadores
SEGUNDA-FEIRA 1 NOVEMBRO
As tecnologias O Autodesk
e a privacidade Civil 3D
A velha questão nos dez Nova aplicação de
anos da Comissão Nacional produtividade para
para a Protecção de Dados engenheiros e arquitectos
págs. 2-4 pág. 6
TOSHIBA E SOLBI LANÇAM COMPUTADORES COM AVANÇADOS RECURSOS MULTIMÉDIA
Qosmio e E.box para o lazer
A
TOSHIBA E A SOLBI apresentaram
na passada semana duas novi-
dades que, embora uma seja
portátil e a outra para “assen-
tar” na sala lá de casa, têm um
conjunto de funcionalidades orientadas
para a fruição de conteúdos multimédia
típicos dos momentos de lazer.
Há muito que o PC tem vindo a pro-
meter transformar-se também no centro
do entretenimento doméstico, capazes
reproduzir ou gravar música e filmes,
por exemplo, ou exibir sequências de
fotos. Ora foi isto que agora a Solbi fez
com as suas E.box 6000X, uma espécie de
PC optimizados para o Windows Media
Center — bem como a
Toshiba, que resolveu R U I J O R G E
transportar conceito e I S A B E L
idêntico para os portáteis
e apresentou o Qosmio, que também serve
para ouvir música ou ver televisão.
Quando chegar ao mercado, em meados
deste mês, o Qosmio não será, ainda, o que
virá a ser no início do ano: os primeiros
modelos não terão instalado o Windows
XP Media Center Edition (o sistema
operativo da Microsoft com uma série de
funções multimédia a par de todas as fer-
ramentas habituais do XP) e também não
integrarão o Qosmio Engine, “software”
que melhora a qualidade da imagem. Mas
os responsáveis da Toshiba em Portugal
adiantam que os primeiros compradores do
Qosmio não ficarão pre-
dicados, pois poderão
depois fazer a sua
actualização por um
valor inferior à dife-
rença entre o que
custa o Qosmio
agora (2890
euros) e o que
custará a versão
“completa”.
A Toshiba
chama ao
Qosmio um
AVPC, ou
seja, um PC
com capacidades
de áudio e vídeo (AV).
A difusão das ligações à
Internet por de banda larga, bem
como de novos e mais atraentes conte-
2004 DIRECTOR JOSE
Banda larga nos Organizar mais
países da OCDE e melhor o E-mail
As mais relevantes Um programa de ‘shareware’
conclusões da conferência para automatizar a
de peritos realizada no Porto arrumação dos ‘mails
págs. 8/9 pág. 13
údos, do uso do DVD e da música em MP3,
obrigou a empresa a criar um portátil que
contemplasse o lazer doméstico. “Todos
estes desenvolvimentos têm impacto no
consumidor da actualidade. Estas ten-
dências estão a resultar numa mudança
fundamental na computação, na qual o
entretenimento digital e electrónico e o
mercado dos PC estão a convergir”, dizem
os responsáveis da Toshiba.
Para além do que é habitual num PC,
o Qosmio integra ferramentas como o
referido Qosmio Engine, o Qosmio Player
(um leitor óptico de arranque instantâ-
neo, que pode funcionar sem se iniciali-
zar o sistema operativo do computador,
ou seja, com a mesma
CRUZ rapidez de um televisor
G O R J Ã O S A N T O S ou de uma aparelhagem
de som) ou a tecnologia
TruBrite, também desenvolvida pela
Toshiba para melhorar a qualidade das
imagens através da definição de contor-
nos e ajustamento das cores.
As restantes características do Qosmio
são as habituais num portátil: o modelo
G10-105 (o que estará disponível em Por-
tugal) terá 1024 MB de RAM, dois discos
rígidos de 60 GB, ecrã de 17 polegadas
com resolução de 1440 x 900 pixels, placa
gráfica GeForce FX Go5700, da nVidia,
conectividade Wi-Fi, gravador de CD e
DVD, e leitor para os vários formatos de
cartões de memória. Jorge Borges, direc-
ju- tor de “marketing” da Toshiba, disse que
a série Qosmio constitui um
investimento “em pro-
dutos de convergência
digital inteligentes e
apelativos, que permitem
aos utilizadores perso-
nalizarem ainda mais os
conteúdos multimédia de
forma fácil e intuitiva numa
plataforma móvel”.
A Solbi, por seu lado,
apresentou dois
modelos da sua
n o v a
l i n h a
Advan-
ced Media
Center: um,
a E.box em formato
mais próximo do PC
7c1bf3e5-024b-435b-bb28-84bbcd8a7552
MANUEL FERNANDES EDITOR RUI JORGE CRUZ
PUB
Cinco jogos
de guerra
De ‘Conflict: Vietnam’ a
‘Shellshock Nam’67’ e
‘Rainbow Six 3 Black Arrow’
págs.14/15
antivírus e de protecção contra intrusões
da Panda Software — estranhamente,
com uma licença para apenas três meses
de actualização do “software” e das assi-
naturas dos vírus e “worms” quando a
garantia do equipamento é, como manda
a lei, de dois anos.
Além da ligação à Internet, estas
E.box poderão ainda ser ligadas ao cabo
coaxial televisivo (embora não disponham
de conector SCART para as caixas de
acesso aos canais codificados). Assim,
graças a uma resolução máxima de saída
de 1280 x 720 pixels — proporcionada por
placas gráficas poderosas, passíveis de
opção na encomenda —, os utilizadores
poderão, por exemplo, ver filmes na TV,
“puxados” a pedido de serviços “on-line”
ou lidos num DVD ao mesmo tempo que
usufruem de uma qualidade superior de
reprodução de som graças às saídas das
E.box para conjuntos de colunas gerado-
ras de som envolvente.
A disponibilidade de leitores de car-
tões de memória e outros suportes dos
convencional (na imagem); outro, a E.box formatos mais usados nas máquinas foto-
Pro, que virá em formato idêntico ao dos gráficas digitais permitirão ainda aos uti-
equipamentos das aparelhagens de Hi-Fi lizadores não só visualizarem e editarem
(86 x 43 x 39 mm). O primeiro será posto as suas fotos e os seus vídeos na E.box,
à venda ainda neste mês, por 1319 euros como elaborarem e editarem diaporamas
(IVA incluído, enquanto a E.box Pro só complementados por uma banda musical
surgirá em Dezembro, por 1470 euros. Em adequada — os quais poderão depois ser
ambos, o ruído dos dispositivos de arrefe- gravados na unidade óptica num CD-
cimento foi reduzido para níveis inferiores ROM ou num DVD gravável.
aos do ruído normal de um lar. As
diferenças entre os dois mode-
los: só o Pro terá um ecrã de
“leads” ao estilo da electrónica
de consumo, só este poderá
gravar em “buffer” dois
canais televisivos ao mesmo
tempo (e não apenas um,
como a E.box), para além de
ser ainda mais silencioso.
Optimizados para o Win-
dows XP Media Center Edi-
tion 2005 — a mais recente
versão do novo sistema ope-
rativo da Microsoft — e para
o uso na sala de estar, estas
E.box não fazem sentido sem
um acesso à Internet por banda
larga, que terá de ter um débito
mínimo de 256 Kbps. Por isso, virão
também de origem com um programa
 da.net
Optimus e Vodafone partilham
‘hot spots’ para Wi-Fi
A Optimus e a Vodafone chegaram a um acordo para a
partilha dos respectivos “hot spots” (os locais públicos
onde é possível aceder à Internet sem fios e por banda
larga) em Portugal, anunciaram hoje as empresas. A partir
de 1 de Novembro, os clientes destas duas operadoras
de telecomunicações poderão aceder ao serviço de
acesso sem fios à Internet (o chamado Wi-Fi) nos mais de
90 locais já hoje disponibilizados pela Vodafone e pela
Optimus., sendo o pagamento deste serviço efectuado na
normal conta de telefone do cliente. A Vodafone oferece
Internet sem fios em 82 locais públicos (como centros de
congressos, o Centro Cultural de Belém, o aeroporto de
Lisboa e hotéis em todo o país), ao passo que a Optimus
dispõe de Wi-Fi em dez centros comerciais do grupo
Sonae. Para usar este serviço, basta ter um computador
portátil com recursos para Wi-Fi e um telemóvel (para
o pedido de sessão por SMS). Os clientes da Vodafone
pagam 5 euros por uma sessão de uma hora, 20 euros
por 24 horas e 30 euros para uma sessão de 72 horas; os
clientes da Optimus pagam 5 euros por uma hora, 15
euros por 12 horas e 30 euros por 72 horas. ●
Outkast galardoados com platina
por vendas via Web
A dupla norte-americana Outkast foi distinguida pela
indústria discográfica dos EUA pelos mais de 400 mil
“downloads” pagos da Internet por ela conseguidos
graças ao tema “Hey Ya”,revelou na passada semana a
BBC. Além do multiplatinado “Hey Ya”,retirado do álbum
“Speakerboxxx/The Love Below” (2003), André 3000
e Big Boi recebem galardões de platina pelos temas
“Roses” e “The Way You Move”,que registaram 200
mil descarregamentos pagos via Internet. A indústria
discográfica norte-americana atribuiu ainda o galardão
de ouro a Beyoncé e Usher por vendas superiores a 100
mil “downloads”.Esta é a primeira vez que a indústria
discográfica norte-americana atribuiu galardões às vendas
de música comprada através da Internet. Os “downloads”
pagos representam uma parcela crescente das vendas
de música, acompanhado pelo aparecimento de novos
programas e leitores de ficheiros de música. Segundo
a BBC, os analistas do sector prevêem que, nos EUA, o
comércio “on-line” de música aumentará de 77,5 milhões
de euros em 2003 para 1300 milhões de euros em 2009. ●
Internet e telemóveis como
novas formas de apostar
A Santa Casa da Misericórdia de Lisboa apresentou na
semana passada, na capital, uma nova modalidade que
permite aos apostadores jogarem no Totoloto ou no
Totobola através da Internet ou telemóvel. A partir de
meados da passada semana, o Totoloto, o Loto2, o Joker,
o Totobola e as lotarias clássica e popular passam a estar
disponíveis “on-line” no novo portal www.jogossantacasa.pt.
Até ao fim do ano, os responsáveis da Misericórdia
contam ter também o Euromilhões disponível na Internet
— disse à Lusa Lourdes Hill, administradora-delegada do
Departamento de Jogos da Santa Casa da Misericórdia de
Lisboa (SCML). No telemóvel, estão apenas disponíveis o
Totoloto, o Loto2 e o Joker. As novas formas de apostar nos
jogos da Santa Casa servem para evitar as filas que se têm
verificado nas últimas semanas, desde que começou em
Portugal o Euromilhões. Este novo jogo, uma espécie de
Totoloto europeu cujo primeiro prémio é de, pelo menos, 10
milhões de euros. Os responsáveis da SCML estimam que
as receitas do Totoloto deverão cair cerca de 10 por cento
no próximo ano devido às apostas no Euromilhões. Os dois
primeiros sorteios do Euromilhões com a participação dos
portugueses ficaram sem vencedores no primeiro prémio.
No passado fim-de-semana, um espanhol arrecadou
sozinho o primeiro prémio do concurso, no valor de 25
milhões de euros. O segundo prémio, de 123 mil euros, foi
conseguido por 13 apostadores, seis deles de Portugal. ●
computadores .2
TECNOLOGIAS COLOCAM DESAFIOS RENOVADOS À PRIVACIDADE DOS CIDADÃOS
Pequenos e grandes
‘big brothers’
L
EMBRA -SE DA ÚLTIMA vez em
que esteve a ser vigiado
por câmaras de vídeo para
a sua própria segurança? E
tem a certeza de não estar
a ser observado neste momento?
A videovigilância já tomou conta
de muitos espaços públicos e pri-
vados, sendo, em diversos locais,
assumida como um dispositivo de
segurança dos cidadãos mas não
tendo muitas vezes em conta até
que ponto é violada a privacidade
da vida pessoal.
A vigilância por sistemas de
vídeo é só uma das novas ameaças
a essa privacidade apontadas pela
Comissão Nacional de Protecção de
Dados (CNPD), que nesta semana
realizou um colóquio em Lisboa
onde alertou para as ameaças que
as novas tecnologias estão a colo-
car aos cidadãos. O tratamento de
dados na Internet, a recolha e o
tratamento de informação genética
e biométrica, e o uso de sistemas
de identificação por radiofrequência
(o chamado RFID) estão entre as
principais preocupações actuais da
Comissão — que se depara diaria-
mente com novos casos de violação
da privacidade dos cidadãos, não Na última semana, a Comissão também por ampliar o debate destas
tendo, muitas vezes, ainda um divulgou alguns pareceres relativos questões — o que se notou igualmente
suporte legal que lhe permita às questões de videovigilância que no colóquio da CNPD organizado na
combater estas ameaças. acabaram por se tornar bastante Fundação Gulbenkian, em Lisboa.
Luís Lingnau Silveira, presi- polémicos, trazendo para a actu- Durante a sessão de abertura,
dente da CNPD, destaca ainda alidade informativa os direitos à Leonor Beleza, vice-presidente da
que, para além do perigo indivi- privacidade, normalmente esque- Assembleia da República, deixou
dual que cada uma cidos. A proibição mesmo um repto à Comissão, salien-
destas tecnologias FÁTIMA CAÇADOR do uso do sistema tando que a actividade da CNPD é
acarreta por si, a sua / Casa dos Bits de videovigilância e muito dirigida às entidades públicas
utilização conjunta transmissão das ima- e policiais mas que, hoje, mesmo as
ou cruzada evidencia uma ameaça gens pela Internet em creches foi entidades com menor poder econó-
de dimensões muito superiores às amplamente debatida, mesmo no mico podem ter uma grande acção
que a Comissão tem enfrentado âmbito da própria Comissão, onde nesta área. “Hoje, a Comissão deve
até agora. o parecer não obteve unanimidade estar menos preocupada com o ‘big
A Comissão Nacional de Protec- (ver notícia na pág. 4). brother’ governamental e mais com
ção de Dados comemorou 10 anos A somar a esta decisão, a obriga- os pequenos ‘big brothers’ que existem
de existência, tendo visto reforçado ção comunicada à RTP de retirar as por ai”, alertou a parlamentar, refe-
em Agosto o seu quadro de pessoal câmaras de vídeo da redacção e dos rindo como exemplo a videovigilância
e os recursos disponíveis para a sua gabinetes de maquilhagem acabou em infantários. ●
missão de defesa dos direitos dos
cidadãos. Lingnau Silveira admite
que, até agora, a Comissão não Governo avança com proposta
tinha os meios necessários para
acorrer em tempo útil e em todos
de regime de prova digital
os casos em que era chamada a
O Governo aprovou em Conselho de Ministros, na passada quinta-feira, a
intervir. Ainda assim, foram sendo proposta de lei para o regime de obtenção da prova digital electrónica —
processados um número crescente
documento considerado essencial para regulamentar o acesso das entidades
de queixas e também realizadas judiciais e policiais a dados das comunicações electrónicas na posse dos
algumas acções de fiscalização, operadores de comunicações, quer de voz quer de dados.
como foi o caso do tratamento de Versando matéria bastante sensível, esta proposta define o período de tempo
dados nos hospitais (a ser divul- durante o qual os operadores são obrigados a guardar os dados do seu tráfego e
gada em breve). de localização das comunicações dos seus clientes. A aprovação da Convenção do
O presidente da CNPD afirmou Cibercrime a nível internacional gerara enorme polémica por se considerar que
a Computadores esperar que, com a o acesso a estes dados poderia levar a violações graves da privacidade — mas
nova Lei de Organização, a actividade também porque os operadores de comunicações reclamaram não ter condições
da Comissão possa ser alargada já no para armazenar estes dados e gerir os pedidos das entidades judiciais.
próximo ano, sobretudo na fiscalização. Já no ano passado tinha sido discutida em Portugal uma proposta do Partido
Confrontada com a rápida evolução Popular nesta matéria, sobre a qual recaiu um parecer negativo da Comissão
tecnológica e lacunas legislativas Nacional de Protecção de Dados (CNPD). A nova proposta de lei — elaborada
sobre temas como a identificação por pelo Ministério da Justiça — foi igualmente analisada pela CNPD, cujo
radiofrequência (RFID), e a recolha e parecer foi no sentido de permitir o acesso aos dados de tráfego apenas
tratamento de informação genética e com autorização judicial, como explicou à margem do colóquio Luís Lingnau
Silveira, presidente da CNPD, afastando a hipótese do acesso policial a esta
biométrica, a Comissão tem, muitas
informação. “Estes são dados que têm a ver com a privacidade e só devem
vezes, de proceder a exames técnicos
poder ser autorizados pela entidade guardiã dos direitos fundamentais”,
que vão muito para além da análise justificou Luís Silveira. A CNPD aconselha ainda, no mesmo parecer, que os
legal do enquadramento das questões dados devem ser guardados apenas por seis meses, considerando excessivo o
na legislação portuguesa — confessou período de um ano pretendido pelas autoridades judiciais. ● F.C./CdB
Amadeu Guerra, vogal da CNPD e pro-
curador-geral da República.
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 CABELEIREIROS E CRECHES, BANCOS OU RESERVAS NATURAIS QUEREM VIDEOVIGILÂNCIA
Aveiro
desenvolve
motor de
pesquisa
bibliográfica…
As imagens não são para todos
P
ORQUE PODE UM condo-
Os Serviços de mínio fechado dispor
Documentação da de um sistema de video-
Universidade de Aveiro vigilância que filma
(UA) desenvolveram um pessoas e bens, e uma
novo motor de pesquisa creche não? Porque é aceitável que
de livros e documentos um banco disponha de câmaras
na Internet que faz a de vigilância que filmam os seus
pesquisa simultânea funcionários mas já esse mesmo
em várias bibliotecas, tipo de câmaras foram suspensas
com um simples clique na RTP? Em Portugal, estas foram
— anunciou na passada algumas das deliberações tomadas
semana aquela instituição. pela Comissão Nacional de Dados
Maior rapidez e eficácia Pessoais (CNPD), que, na semana
no processo de procura passada, em Lisboa, comemorou
de informação e um leque 10 anos de existência com o coló-
abrangente de bibliotecas quio “Proteger os dados pessoais:
a pesquisar são as mais- um desafio constante” (ver notícia
valias do projecto que na pág. 2).
deu origem ao motor de No primeiro caso, como expli-
busca Colcat, pioneiro a cou o vogal da Comissão, Alexan-
nível nacional. O Colcat é dre Pinheiro, à margem do evento,
um sistema de pesquisa um condomínio fechado pode ter
metabibliográfica um sistema de videovigilância
distribuída que permite desde que todos os condóminos o
executar, só com um aceitem. Já no caso das creches,
clique, uma pesquisa isso não sucede nem é possível
simultânea e integrada — no caso em que a CNPD delibe-
nos catálogos de um rou sobre um pedido de instalação
conjunto de bibliotecas do sistema, as crianças tinham
nacionais e estrangeiras. menos de cinco anos. Mas, mesmo
Disponível em acesso com o acordo total de pais e funcio-
livre e gratuito em nários, levanta-se outra questão:
http://cc.doc.ua.pt , o é que, em geral, o sistema pode
serviço apresenta como servir para vigiar os trabalha-
pontos fortes a rapidez dores, que poderiam acabar por
na apresentação dos dar o seu acordo devido à relação
resultados, a eficácia no laboral. O facto de a transmissão
processo de procura ser efectuada pela Internet, com o
de informação e a risco de acesso ilegítimo, também
disponibilização de um pesou na deliberação da Comis-
leque bastante variado de são.
fontes de informação. ● No caso concreto do pedido, a
decisão da CNPD teve apenas um
… em bibliotecas voto contra e proveio de Luís Bar-
roso. Como explicou
nacionais e a Computadores este PEDRO
estrangeiras vogal da Comissão,
Para além da biblioteca seria possível autorizar o sistema
da UA, o sistema faculta desde que este só ficasse dispo-
ao utilizador uma nível aos pais ou a quem estes
busca nas bibliotecas dessem a “password” de entrada
das Universidades no sistema; ao contrário do que
de Lisboa, Minho, era pedido, a direcção da creche
Católica, Coimbra e das não teria acesso ao mesmo. Como
Faculdades de Letras, o sistema era transmitido em con-
Economia, Engenharia tínuo, não seriam feitas gravações
e de Medicina da e evitava-se, deste modo, qualquer
Universidade do Porto, vigilância sobre os funcionários.
na Biblioteca Nacional A CNPD considera, em geral,
(Porbase), na da que as operações de videovigilân-
Assembleia da República cia são admissíveis, com algumas
e ainda na California condições, quando a finalidade
Digital Library (Melvyl), é a “segurança das instalações
entre outras instituições e protecção de pessoas e bens”
estrangeiras. Após a — mesmo que, em certos casos,
busca, é apresentada, como o dos bancos, se possa dimi-
numa única página, nuir alguns direitos dos utentes ou
uma lista com as dos trabalhadores. O mesmo pode
bibliotecas onde existe suceder, por exemplo, em insta-
o livro pretendido ou lações que lidam com matérias
a quantidade de obras perigosas. Já na RTP, a recente
que cada biblioteca deliberação vinculativa de sus-
tem sobre um assunto, pender o uso de câmaras nas salas
com um certo título de maquilhagem e na redacção
ou de um autor, deveu-se sobretudo a considerar-
fazendo as ligações às se que eram violados os direitos
respectivas páginas de dos jornalistas à imagem e à confi-
resultados. Os docentes, dencialidade das fontes.
investigadores e alunos É nestas diferenças que os
de pós-graduação sistemas de videovigilância se
podem ainda consultar encontram actualmente, como
a obra no prazo de explicou Alexandre Pinheiro. Eles
15 dias, através do podem ser vistos como “um sis-
Serviço de Empréstimo tema demonizado, nocivo às liber-
Interbibliotecas. ● dades pessoais” mas também de
utilização bem sucedida quando se
computadores .4
ecrã fica negro, evitando qualquer
intrusão na vida privada. Nas
áreas de acesso público, a câmara
continua a funcionar mas é efectu-
ada uma desfocagem, que permite
suficiente nitidez para detectar
algum tipo de crime mas não
identifica visualmente as pessoas.
O sistema guarda as imagens
durante 30 dias, período em que
a Comissão poderá fiscalizar o seu
correcto uso.
O problema é que não só a
CNPD tem um corpo reduzido de
técnicos jurídicos e informáticos —
situação que se deverá alterar em
breve, como referiu o presidente
da CNPD, Lingnau da Silveira
(ver pág. 2) — como a legislação
sobre estes sistemas encontra-se
“pulverizada”, chegando mesmo
a constar do Código de Trabalho,
onde se refere que “o emprega-
dor não pode utilizar meios de
vigilância à distância no local de
trabalho, mediante o emprego de
equipamento tecnológico, com a
finalidade de controlar o desempe-
nho profissional do trabalhador”.
Por exemplo, um cabeleireiro viu
recentemente negada a instalação
de duas câmaras, uma apontada
para a caixa e a outra para a zona
de trabalho, precisamente por esta
razão.
Por outro lado, a miniaturiza-
ção de dispositivos de filmagem ou
o uso de telemóveis com capacida-
previnem crimes. “As imagens são ser filmada. O vogal da CNPD des multimédia vem trazer novos
dados pessoais” e considera-se que aponta para uma outra solução: desafios à privacidade — mas
são “dados sensíveis”. um aviso colocado antes da zona também aos tribunais. Alexandre
Nos espaços públicos, Alexan- de filmagem expressando “Sorria, Pinheiro exemplificou com dois
dre Pinheiro considera que as vai ser filmado”. casos: em Espanha, uma traba-
pessoas têm de ser avisadas antes No entanto, existem zonas em lhadora que filmou um episódio
de serem filmadas, ao contrário do que a existência de videocâmaras de assédio sexual viu esse registo
que sucede muitas não afecta a privacidade dos mora- ser aceite em tribunal. Como seria
FONSECA vezes, quando só o dores ou utilizadores. Um exemplo em Portugal? E poder-se-á agir
sabem no momento referido foi o do Parque da Arrá- perante um parente que brutaliza
em que lêem um aviso a dizer bida, onde o sistema instalado per- crianças em casa quando a prova
“Sorria, está a ser filmado” — mas, mite que, quando a câmara aponta desses actos é efectuada por uma
nessa altura, já não pode evitar para alguma zona habitacional, o videocâmara oculta? ●
A moda das tecnologias de vigilância
As videocâmaras podem ter algum sucesso actual Food and Drug Administration dos EUA autorizou a
no ramo da vigilância — mas outras tecnologias comercialização do VeriChip para aplicações clínicas. Do
estão igualmente a aparecer no mercado e a tamanho de um grão de arroz, o sistema é implantado
“empurrar” a privacidade para fronteiras inexploradas. dentro do corpo através de uma injecção e armazena
Uma das principais razões prende-se com o seu apenas um grupo de 16 dígitos. Este número, quando
embaratecimento, maior fiabilidade e, nalguns casos, introduzido numa base de dados, revela dados do
com a sua miniaturização, facilitando uma maior portador — como, por exemplo, os seus dados clínicos.
intrusão no próprio corpo humano. Sistemas semelhantes estão a ser usados por cerca
Outra tecnologia também a ter algum sucesso no de um milhar de pessoas no México, onde também o
mercado são os sistemas biométricos, que registam procurador-geral e elementos da sua equipa o usam para
dados fisiológicos ou mesmo comportamentais das ser detectada a sua localização em caso de rapto e como
pessoas. São resultantes, explicou o presidente da forma de acesso restrito a salas com documentação sobre
Comissão Nacional de Dados Pessoais (CNPD), Lingnau os cartéis da droga. Em Espanha, uma discoteca já forneceu
da Silveira, da “transformação em dados informáticos este sistema a 50 dos seus clientes fiéis, facilitando-lhes
de informações colhidas da face, da mão, das a entrada e o pagamento dos seus consumos; uma
impressões digitais, da íris, da retina”. congénere na Holanda fez o mesmo em 35 clientes.
Como os sistemas actuais ainda têm alguma margem de Luís Barroso chamou ainda a atenção para o sistema
erro, o objectivo é descobrir sistemas mais fiáveis, que Enum, um número único de identificação de telefone
vão surgir e acarretam um enorme potencial de invasão e de E-mail, com informação mundial centralizada
da privacidade do ser humano, pelo que “existe desde já numa única base de dados e que permite seguir uma
a necessidade de monitorizar essas novas tecnologias”, pessoa por toda a parte. Por isso mesmo, os serviços
referiu Luís Barroso, vogal da CNPD, até para evitar que de geolocalização (por telemóvel ou GPS), a crescente
caiam em zonas de “não direito”, onde a inexistência de privatização das organizações que actuam na área da
legislação aplicável facilita a sua disseminação. vigilância remota — através de satélites cada vez mais
Uma das mais preocupantes é a identificação por potentes — ou até iniciativas de governo electrónico
radiofrequência (RFID). Trata-se de minúsculos são áreas que merecem igualmente alguma atenção.
processadores emissores passíveis de serem instalados Em geral, referiu Luís Barroso, os futuros problemas
em objectos (como roupas) ou mesmo em pessoas, para a privacidade individual vão surgir das áreas NBIC,
cujos dados são captados em dispositivos de recepção e com a combinação de desenvolvimentos nos domínios
armazenamento de dados, já hoje usados para detectar da nanotecnologia, das biologias, das tecnologias da
roubos ou falhas em ambientes fabris. Em Outubro, a informação e das ciências cognitivas. ● P.F.
S E G U N D A - F E I R A . 1 . N O V E M B R O . 2 0 0 4
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 APLICAÇÃO INOVADORA PARA A CONSTRUÇÃO CIVIL APRESENTADA EM LISBOA

O Autodesk Civil 3D 2005

A
AUTODESK APRESENTOU na pas-
sada terça-feira ao mercado
português uma aplicação des-
tinada à construção civil que
assenta no conceito de modelo
— e não no conceito de desenho. Segundo
Jorge Horta, director-geral da empresa
em Portugal, o Autodesk Civil 3D 2005
(assim se chama a aplicação) levou cinco
anos a desenvolver e visa aumentar a pro-
dutividade na concretização de projectos
de engenharia e de arquitectura.
Jorge Horta sublinhou que, com o
Autodesk Civil 3D 2005, o técnico — seja
ele engenheiro ou arquitecto — passará a
trabalhar sobre um modelo integrado e que
qualquer alteração no projecto ou simulação
de cenários alternativos introduzida nesse
modelo se reflectirá automaticamente em
todos os desenhos, a duas e a três dimen-
sões. Segundo o director-geral da Autodesk,
isto significará que, nalguns casos, um
clique do rato poderá substituir dois dias
de labor de um engenheiro a trabalhar com
base em “software” mais convencional.
Observou ainda director-geral da
empresa em Portugal, citado pela agência
Lusa, que o Autodesk Civil 3D 2005 será
de fácil utilização para quem já souber tra-
balhar com AutoCAD, permitindo trocar
dados com aquele “software” e com o Land
Desktop, aplicações da Autodesk já antes
disponíveis no mercado português.
O Autodesk Civil 3D 2005 está já dispo-
nível em Portugal, numa versão adaptada
às normas nacionais, levada a cabo pela
Autodesk e pela Micrograf, a empresa que
comercializa em Portugal as aplicações
empresa norte-americana. O desenvolvi-
mento do Autodesk Civil 3D representou
um investimento de muitos milhões de
dólares em investigação e desenvolvi-
mento (I&D) — que durou cinco anos e
a que se seguiram dois anos de testes no
terreno, garantia de uma fiabilidade a “100
por cento” —, resultando naquilo que a
empresa considera ser um produto único
deste tipo no mercado, proporcionando
grandes ganhos de produtividade não só no
projecto como na execução das obras.
Segundo Jorge Horta, a fiabilidade do
Autodesk Civil 3D 2005 é mesmo garan-
tida — se assim não fosse, a Autodesk
arriscar-se-ia a pedidos de indemnização
por prejuízos elevadíssimos — e acres-
centou que os recursos de auxílio ao pro-
jecto contidas na nova aplicação poderão
permitir encontrar as melhores soluções
e evitar erros, induzindo grandes poupan-
ças na fase de execução da obra.
Para Jorge Horta, um dos grandes
problemas de Portugal é que os gestores
a todos os níveis não estão a investir
em tecnologias avançadas, que podem
aumentar muito a produtividade, sendo a
atitude “muito conservadora” dos gestores
no investimento em tecnologias “uma das
grandes razões da baixa produtividade”.
Salientando que as tecnologias
avançadas podem permitir “economias
impressionantes”, Jorge Horta defendeu
que o Governo deveria começar a lançar
concursos públicos de infra-estruturas
com estudos preliminares de grande qua-
lidade, o que evitaria que as empresas se
apresentassem a concursos com base, por
exemplo, em custos médios por quilóme-
tro. A esta luz, o projecto do comboio de
alta velocidade (TGV) será o primeiro con-
curso público em Portugal a ser lançado
com estudos de base e pré-projectos muito
avançados, o que tornará as empresas que
a ele concorram mais aptas a apresentar
propostas.
Jorge Horta defendeu ainda que o
Estado português precisa de investir
em tecnologias avançadas para reduzir
custos e aumentar as suas receitas, consi-
derando que não é a despedir pessoas nem
a vender património que se resolvem os
problemas. Para o director-geral da Auto-
desk, ou os decisores portugueses, ao nível
governamental e das empresas, investem
em tecnologias avançadas, aumentando
a produtividade e a competitividade — e
o país “dá um salto” nos próximos dois a
três anos — ou Portugal arrisca-se a ter
anos muito complicados e a pôr em causa o
processo de convergência com os restantes
países da União Europeia. ●

virose

OS VÍRUS DA SEMANA
Dia 1
VBS/Aqui, VBS/Zync, VBS/Alphae, W97M/
Falhas em programas multimédia para Windows Kolop, W97M/Ekiam, W97M/Alamat,
W32/PetLil@MM, WM/BADBOY.A;B;C,
Surgida na sexta-feira passada, a última variante do “worm” Bagle foi
Tribute.A;B, Acid.A (intended), WM/
classificada, de um modo geral, por todos os editores de programas
antivírus como sendo de nível médio de perigosidade. Havia já várias CVCK1.B;E, W97M/Change.A, W97M/
semanas que não surgia um vírus com esta classificação, ainda por Jany.a, X97M/Hopper.r, VBS/Bhong,
cima unânime. WM/Theatre.A, W97M/Tarap, VBS/
Esta variante do “worm” foi apelidada de AV pela Symantec, BB pela LoveLetter.bi, VBS/Count, W97M/Bablas.aj,
McAfee, BC pela Panda, AU pela Sophos e AT pela Kaspersky e JS/Gigger.a@MM, W97M/Shore.p
a Trend. Ela não difere muito das anteriores, sendo propagada
através de mensagens de correio electrónico com os seguintes Dia 2
assuntos: “Re:”,“Re: Hello”,“Re: Hi”,“Re: Thank you!” e “Re: Thanks :)”. VBS/Baracu.A@mm, W97M/Jany.a, WM/
O texto é sempre só um ícone de “smile”: “:))”. O ficheiro anexo da Helper.C;D;E, WM/Alliance.A, Flip, W97M/
mensagem chama-se “Price”,“price” ou “Joke” e poderá ter uma das Alamat, W97M/Trugbar.a, VBS/Aqui
extensões .com, .cpl, .exe ou . scr.
A Apple Computer e a RealNetworks publicaram recentemente Dia 3
“patches” para os seus programas de Windows de modo a resolver VBS/Aqui, W97M/Alamat, WM/Eraser.A:Tw,
importantes falhas de segurança. WM/HELPER.F;G;H
Na terça-feira passada a RealNetworks aconselhou os utilizadores
dos programas RealPlayer 10, RealPlayer 10.5 e RealOne Player a Dia 4
descarregar este “patch”. A falha nestes programas pode permitir a WM/Eraser.A:Tw, WM/Helper.C;D;E, W97M/
um intruso correr código num computador dissimulado num tema “software” Alamat, VBS/Aqui
gráfico ou numa “skin” para o programa. que os intrusos
A Apple fez sair a versão 6.5.2 do QuickTime na quarta-feira passada podem Dia 5
a fim de colmatar duas falhas existentes no seu leitor multimédia utilizar para VBS/Aqui, VBS/Zync, VBS/Irvine@MM,
para Windows. Uma destas falhas também afectava a versão para ter acesso a um VBS/Alphae, W32/Winur.worm.a, W32/
Macintosh mas foi resolvida para este sistema em Setembro. computador. Este tipo Winur.worm.b, W97M/Alamat, X97M/Anis,
de vírus não se propaga sozinho, W32/Urick@MM, W32/Supova.d.worm,
Novo vírus para o MacOS X sendo necessária a intervenção humana para que a epidemia alastre W32/Supova.e.worm, W32/Supova.f.worm,
— mais concretamente, de um utilizador administrador da máquina X97M/Hopper.r, W97M/Jackal.A, WM/
Foi, por outro lado, detectado um novo vírus que ataca os para que seja instalado. Eraser.A:Tw, WM/HELPER.F;G;H, AOS.A,
computadores Macintosh com o sistema operativo MacOS X. Este VBS/Count, JS/Gigger.a@MM
vírus, denominado Opener ou Renepo, pode permitir desactivar o Falsa actualização para o Red Hat
“firewall” integrado no sistema ou outros programas de segurança, Dia 6
roubar informações pessoais (como palavras-passe), tornar acessíveis Também o universo Linux já não está livre de perigos. Um “mail”, WM/Eraser.A:Tw, WM/Helper.C;D;E, WM/
quaisquer pastas do sistema ou destruir dados num computador alegadamente proveniente do Red Hat Security Team, está a tentar KOMPU.A, W97M/Alamat, VBS/Aqui
vulnerável. levar os utilizadores a instalarem uma falsa actualização do sistema
Segundo os especialistas em segurança, o vírus não representa uma operativo Linux Red Hat — quando o verdadeiro objectivo é instalar Dia 7
grande ameaça mas demonstra que os computadores Macintosh programas do tipo “cavalo de Tróia”. VBS/Aqui, W97M/Alamat, WM/Alliance.A,
são cada vez mais vistos como um alvo para este tipo de ameaças. Já Esta mensagem de correio electrónico parece fazer parte de um W32/Supova.f.worm, W32/Supova.e.worm,
existem duas variantes deste vírus, a A e a B, tendo esta última maior vasto ataque de “spam” desencadeado contra computadores e W32/Supova.d.worm, WM/Eraser.A:Tw,
capacidade de propagação. servidores que corram Linux. Nele se diz que a actualização visa WM/ERASER.H
O Opener é definido como um “rootkit”, um pacote de ferramentas de resolver uma falha crítica de segurança. ● JOSÉ DOUTIL

computadores .6 S E G U N D A - F E I R A . 1 . N O V E M B R O . 2 0 0 4
S E G U N D A - F E I R A . 1 . N O V E M B R O . 2 0 0 4 computadores .7
 uma pergunta a
Sam Paltridge
Responsável da OCDE para
as telecomunicações e a
Internet por banda larga
Que balanço é possível fazer
da conferência organizada no
Porto pela OCDE sobre desen-
volvimento da banda larga em
áreas rurais e remotas? Quais
os principais entraves à proli-
feração da banda larga e a que
mudanças deveremos assistir
nos próximos anos?
A
conferência correu muito bem.
Eu trabalho nesta área e aprendi
imenso, pois os assuntos tratados
foram bastante pertinentes para
os governos dos países-mem-
bros da OCDE. A banda larga é um tema
fundamental e directamente relacionado
com o desenvolvimento económico. Por isso,
deve-se possibilitar o acesso à Internet por
banda larga nas regiões onde esta ainda não
está disponível. A principal questão reside na
forma de fazer chegar a banda larga a todas
as pessoas, para que estas possam usufruir de
todos os seus benefícios.
A primeira coisa a fazer é reconhecer que o
uso da banda larga tem vindo a crescer muito
depressa. As pessoas começam a aperceber-
se das vantagens e dos novos serviços e vão
querer utilizá-los. Tanto os governos como o
sector privado têm aqui uma oportunidade e
um papel importante.
Nesta conferência, ouvimos também falar de
muitas tecnologias e das situações em que
estas podem ser usadas. O mercado tem cres-
cido muito depressa mas há ainda uma per-
centagem da população que continua de fora
— e é necessário estar atento a isso. A banda
larga também pode ser usada para comuni-
cações de voz e isso muda muita coisa. Neste
momento, ainda não deve ser encarada como
um serviço universal; mas, quando atingir 80
por cento da população, talvez possamos
considerar essa hipótese.
Enquanto a capacidade das ligações aumenta,
os custos tendem a baixar. As principais prio-
ridades dos governos passam pelo desen-
volvimento económico e todos os países
reconhecem que o papel das tecnologias de
informação e comunicação é fundamental
para alcançar esse desenvolvimento.
Em Agosto, havia cerca de 100 milhões de
subscritores de serviços de Internet de banda
larga nos países da OCDE. Nesses países,
encontram-se mais de 80 por cento dos utili-
zadores mundiais de Internet por banda larga.
A realidade é diferente em cada nação mas, na
China, por exemplo, a utilização da banda larga
tem vindo a crescer muito rapidamente, com
cerca de um milhão de novos utilizadores em
cada mês. No final deste ano, o número total
de utilizadores deverá chegar aos 150 milhões.
Esse número vai crescendo e os fornecedores
de conteúdos estão cada vez mais interessa-
dos neste negócio.
Em poucos anos iremos assistir a um
aumento muito significativo desses con-
teúdos. Aliás, ouvimos nesta conferência
falar muito no uso da banda larga em áreas
como a Saúde ou a educação. Trata-se,
também, de uma forma de poupar dinheiro
e, para além disso, há muita procura por
pessoas com interesses específicos, como
o desporto. O futebol tem sido um dos
temas principais para a criação de novos
conteúdos multimédia. Na verdade, banda
larga é sinónimo de melhores ligações e de
acesso a novos serviços. ●
Depoimento colhido por Isabel Gorjão Santos
computadores .8
OCDE QUER LEVAR A INTERNET E SERVIÇOS ÀS ZONAS RURAIS E REMOTAS
Uma volta ao mundo
em banda larga
É
IMPORTANTE LEVAR a Internet
de banda larga até às zonas
rurais e remotas, há várias
formas de o fazer e diversos
projectos em curso nos dife-
rentes países. Eis o que se procurou
mostrar na conferência “Desenvolvi-
mento da banda larga em áreas rurais
e remotas”, que teve lugar na Fundação
de Serralves, no Porto, nos passados dias
25 e 26. Representantes da Noruega à
Alemanha, passando pela Irlanda, Aus-
trália, Hungria ou EUA, apresentaram
alguns exemplos do que está a ser feito
nos seus países — uma espécie de “volta
ao mundo em banda larga”.
A conferência foi promovida pela
Organização para a Cooperação e
Desenvolvimento Económico (OCDE)
e pela Unidade de Missão Inovação
e Conhecimento (UMIC), a entidade
governamental responsável pelo desen-
volvimento da sociedade da informação.
Durante dois dias, empresas das tele-
comunicações e entidades governamen-
tais discutiram a melhor forma de levar
a Net de banda larga às áreas menos
povoadas ou mais longínquas.
Christina Speck, membro do grupo de
trabalho da OCDE dedicado aos serviços
de informação e de telecomunicações e do
National Telecommunications and Infor-
mation Administration dos EUA, salien-
tou a importância de políticas adequadas
ao desenvolvimento dos serviços de banda
larga em áreas rurais e remotas. Apesar
de o debate se centrar sobretudo naquelas
regiões, foram também referidas algumas
iniciativas levadas a cabo em grandes cen-
tros urbanos. Em Amesterdão (Holanda),
por exemplo, está a ser construída uma
rede para disponibilizar banda larga a
todos os habitantes. O projecto-piloto
começou no mês de Agosto, abrange 250
lares e envolve, para além de Internet,
serviços de televisão e de telefone sobre
IP (Internet Protocol).
Dirk van der Woude, responsável
pelas área das tecnologias de informação
e comunicação (TIC) de Amesterdão,
explicou que, hoje, 80 por cento dos habi-
tantes da sua cidade possuem já ligação à
Internet, sendo os principais utilizadores
os jovens entre os 12 e
os 18 anos. Mas grande ISABEL GORJÃO SANTOS
parte dessas ligações
não é de banda larga e daí a necessidade
de uma infra-estrutura de fibra óptica, a
ser financiada em 10 por cento pela admi-
nistração local e o restante por entidades
privadas. Destas parcerias resultará uma
rede “totalmente aberta e capaz de abarcar
uma vasta quantidade de serviços”.
Na Suécia, o objectivo é levar a Internet corrência”.
de banda larga até 98 por cento das cida-
des nas áreas rurais e a 75 por cento das
vilas até 2006. Björn Björk, responsável
pela área das TIC na associação sueca
de autarquias, explicou que este projecto
resulta de parcerias entre a administração
central, as autoridades locais e empresas
privadas. A penetração da banda larga na
Suécia ronda já os 30 por cento, sendo o
ADSL a solução mais adoptada (60 por
cento). Em cerca de 85 por cento das
autarquias há dois ou mais operadores de
telecomunicações e 130 fornecedores de
acesso à Internet com serviços de banda
larga. Para Björk, a voz sobre IP e os
serviços na área da saúde serão dois dos
principais factores de sucesso da banda
larga na Suécia.
S E G U N D A - F E I R A . 1 . N O V E M B R O . 2 0 0 4
“O mercado não pode deixar de resolver
os problemas relacionados com a cobertura
e a penetração da banda larga”, conside-
rou Axel Wehmeier, vice-presidente da
Deutsche Telekom dedicado às questões
da regulação. Para Wehmeier, o mercado,
as iniciativas políticas e a regulação devem
ser tidas como um todo que funciona em
simultâneo para o mesmo objectivo.
Mark Swarbrick é responsável pelo
Broadband Aggregation Project, ini-
ciativa que está a ser levada a cabo no
Reino Unido e pretende levar a banda
larga às áreas mais remotas e promo-
ver um conjunto de novos serviços. Mais
uma vez, as parcerias com entidades
locais foram o modelo
adoptado para levar a
banda larga a todas
as instituições de ensino ou da área da
saúde. Uma entidade nacional e nove
regionais juntaram-se para a aquisição
de equipamentos e de tecnologias, e 17
empresas de telecomunicações apresen-
taram as suas soluções. “Esta é também
uma forma de assegurar que existe con-
Foi também apresentado um projecto
português, o NetDouro, da responsabili-
dade da empresa Águas de Douro e Paiva
— iniciativa que abarca 18 municípios e
1,65 milhões de habitantes, e está a insta-
lar uma infra-estrutura de fibra óptica com
cerca de 300 quilómetros. Segundo Gabriel
Silva, da Águas de Douro e Paiva, o objec-
tivo é ligar por banda larga as autarquias
e outros edifícios públicos. Nesta região, há
também seis projectos integrados no pro-
grama Cidades Digitais que poderão vir a
usufruir desta rede. Para a fazer chegar
às 18 câmaras municipais, é ainda neces-
sário ampliá-la com mais 80 quilómetros
de fibra óptica, como referiu Nuno Car-
doso, administrador da Águas de Douro
e Paiva. Até 2006, deverá ficar concluído
um estudo de viabili-
dade e, depois disso,
caberá às autarquias
aumentar a capi-
laridade da rede.
Diversos operadores
de telecomunicações
já se mostraram
interessados na uti-
lização desta infra-
estrutura.
No Canadá, do
outro lado do Atlân-
tico, todas as escolas e
bibliotecas estão liga-
das à Internet desde
1999. Agora, o objec-
tivo é massificar o uso
do acesso à Internet
por banda larga e
“promover o seu uso
junto da comunidade,
provando que é algo
muito necessário”
— como referiu Peter
Hill, director para a
área de banda larga
da entidade gover-
namental Industry
Canada. Cerca de 80
milhões de dólares
foram já investidos
em 58 projectos de
instalação de banda
larga em 884 locali-
dades no Canadá.
Na Austrália,
cerca de 28 por cento dos utilizadores da
Internet já possuem banda larga. Todos
os fornecedores de acesso à Internet (ISP)
se podem inscrever no Higher Bandwidth
Incentive Scheme (HiBIS), um programa
governamental que prevê a atribuição de
incentivos aos ISP que disponibilizarem
banda larga nas zonas rurais e remotas
em condições idênticas às dos grandes
centros urbanos.
O objectivo da Irlanda é ocupar, em
2007, um lugar entre os dez países da
OCDE que mais usam a banda larga.
Niall O’Donnchu, responsável pela divi-
são de telecomunicações do departamento
governamental irlandês dedicado às
comunicações, explicou que, nos últimos
dois anos, foram investidos cerca de 65
milhões de euros na construção de uma
infra-estrutura. Esta deverá ficar conclu-
ída em Outubro do próximo ano e poderá
ser usada pelos vários operadores de
telecomunicações. Sete cidades irlandesas
estão já abrangidas por este projecto, que
envolveu parcerias entre o governo central
e as administrações locais e regionais. Os
contratos de disponibilização de serviços e
de exploração da rede, que será sempre
pública, terão a duração de 15 anos.
Peter Sere, director do departamento
de análise de mercado do Ministério
da Informática e das Comunicações da
Hungria, referiu que, no seu país, a taxa
de penetração da Internet é ainda rela-
tivamente baixa, apesar do elevado cres-
cimento registado nos últimos tempos.
Cerca de 40 por cento das ligações à
Internet são por banda larga, número
11 vezes superior ao que se verificava
em 2001. Grande parte dessas ligações
(80 por cento) situa-se nas áreas urbanas
ou suburbanas e Peter Sere prevê que,
mesmo em 2006, metade das áreas rurais
ou remotas não possuam ainda acesso à
Internet por banda larga. ●

A Net do cabo à rede eléctrica
O acesso à Internet por banda larga
pode ser disponibilizada por várias
formas, recorrendo-se ao cabo, ao
satélite, ao DSL, à rede eléctrica
— que é dos meios menos utilizados
— ou ao mais recente WiMax. Na
conferência organizada pela OCDE
(ver texto principal, na pág. ao
lado), falou-se um pouco de todos
estes suportes da comunicação,
das vantagens respectivas e da sua
utilização em diferentes situações.
A Intel tem vindo a apostar nos
recursos “wireless” (de ligação sem
fios) dos computadores e agora
investe no WiMax. Só há pouco tempo
se começou a ouvir falar nesta norma
mas Christian Morales, vice-presidente
e responsável pela região da Europa,
África e Médio Oriente (EMEA) da
Intel, explica que se trata do “irmão
mais velho do Wi-Fi”. Esta tende a ser
a norma mais usada para ligações
sem fios, mas explica o responsável
da Intel que o WiMax possui uma
capacidade bastante superior
— abrange uma distância de cerca
de 16 quilómetros e suporta débitos
de 6 Mbps (megabits por segundo).
Morales prevê que, em 2008, 22 por
cento dos acessos à Internet sejam
ainda efectuados através de ligação
telefónica, enquanto 70 por cento irão
basear-se em ligações fixas de banda
larga e 8 por cento já no WiMax. “Este
irá juntar-se às ligações de banda
larga que agora existem”.
Giuliano Berreta, presidente da
Eutelsat, referiu-se ao uso do
satélite para acesso à Internet
por banda larga. “Na maior parte
das vezes, as áreas com maior
densidade populacional são as
que primeiro têm acesso à banda
larga”, disse, salientando que o uso
do satélite evita que se tenha de
estabelecer uma ligação directa
para cada utilizador. “Através do
www.publico.pt
satélite, podemos cobrir todo um
continente ao mesmo tempo, todos
os utilizadores são igualmente
servidos e não é necessário nenhum
investimento adicional”. Afinal, “os
satélites já lá estão… e estão pagos”.
José Comabella, da Endesa, empresa
espanhola de fornecimento de
energia eléctrica, apresentou um
S E G U N D A - F E I R A . 1 . N O V E M B R O . 2 0 0 4
exemplo de uso da rede eléctrica
para acesso à Internet: o caso de
Saragoça. Nesta cidade espanhola,
está disponível um serviço desde
Outubro do ano passado que abarca
2 mil lares e que consiste numa
oferta de banda larga através da
rede de distribuição da energia
eléctrica. ● I.G.S.
agenda
5ª Conferência da Associação Portuguesa
de Sistemas de Informação (APSI)
Data: 3-11-2004 a 5-11-2004
Local: Pavilhão de Congressos do Instituto Superior
Técnico (IST-UTL), Lisboa
E-mail: capsi@dei.ist.utl.pt
URL: capsi.dei.ist.utl.pt
IDC Enterprise Forum
“Evaluating the Capabilities & Implementation
Options of On-Demand Computing”
Data: 4-11-2004
Local: San Jose, Califórnia, EUA
URL: www.idc.com/getdoc.jsp?containerId=IDC_
P7993
ESWC - The 4th Annual European
Shareware Conference
“Opening doors across Cyberspace”
Data: 6-11-2004 a 7-11-2004
Local: Estrasburgo, França
URL: www.euroconference.org
ICCAD 2004 – International Conference
on Computer Aided Design
The Premier Conference for Electronic Design
Technology and Automation
Data: ITC Test Week 7-11-2004 a 11-11-2004
Local: San Jose, Califórnia, EUA
Contacto: Nannette Jordan
E-mail: nannette@mpassociates.com
URL: www.iccad.com
Bibliotecas Digitais: Uma Revisão de
Tecnologia
2º Ciclo de Seminários em Estudos de Informação
e Bibliotecas Digitais e Gestão de Sistemas de
Informação
Local: Instituto Superior de Ciências do Trabalho e
da Empresa (ISCTE), Lisboa
“Bibliotecas digitais: uma revisão da tecnologia”
Data: 8-11-2004
“What Canadian are Acessing on Public Library
Internet Terminals: A Transaction Log Analysis”
Data: 25-03-2005
URL: www.dct.iscte.pt/mestrados/comum/
seminarios/seminarios.2004.htm
NORCHIP 2004
Data: 8-11-2004 a 9-11-2004
Local: Oslo, Noruega
Contacto: Ivan Ring Nielsen
E-mail: irn@technodata.dk
URL: www.norchip.org
computadores .9
 WEBMANIA

T udo (ou quase) preto no branco: as

contribuições para o financiamento
dos partidos norte-americanos e
das campanhas dos candidatos à
Presidência dos EUA estão nesta

O BEIJO
página do Center for Responsive
Politics, descritas ao pormenor e
analisadas de variadíssimas formas. E
as que maior interesse suscitam são
talvez as que relacionam a origem
dos fundos com acontecimentos posteriores à eleição. Por exemplo: se se for milionário e se se
apostar “convictamente” no futuro candidato vencedor, pode ser que, sem saber bem como, se
seja convidado a ocupar um posto diplomático de embaixador algures fora dos 50 Estados do tio
Sam. Pelo menos, é esta a tese que sustenta, com fartíssimos exemplos, este grupo de investigação
politicamente independente e sem fins lucrativos. Mas há muito mais a descobrir com pormenor!
Que influência compram certas organizações do movimento social, os grupos religiosos ou os
grandes “lobbies” sectoriais? ● mulher.aranha@publico.pt
www.opensecrets.org

W
WEBBMMAANNI IAA www.wikipedia.org www.uncleroyallaroundyou.co.uk www.newseum.org www.noggin.com

N ão sei se alguma vez viu algo

parecido com isto: é o resultado
de um trabalho de investigação
experimental em laboratório, na
University of Nottingham (no Reino
Unido), na área da Mixed Reality (ou
seja, uma mistura do mundo real com
mundos virtuais, com vista a produzir
S e sentir curiosidade de passar os
olhos por algumas centenas de
primeiras páginas de jornais de norte-
americanos e internacionais (versão
mega da vista
A programação televisiva é cada
vez menos pensada para as
necessidades das crianças. Privilegia-
se o entretenimento fácil, eléctrico,
superficial — e quase sempre estéril

D escrevê-la é difícil. Trata-se de

uma enciclopédia de conteúdo
livre e que cresce exponencialmente
a cada dia. Colaboradores de todo
o mundo e em todo o mundo
acrescentam contribuições: “Esta
página é um ‘wiki’, ou seja, qualquer
um pode nela editar artigos através
de um simples clique na opção ‘Edit
this page’.” Logicamente, não há
definição que nela não exista a pairar
no virtual. As entradas correspondem
a páginas que vivem interligadas
por uma infinidade de “links”, que
são óptimos para nos perdermos e
deliciarmos com tanta informação e
conhecimento variado — embora a
forma de ir sendo construída levante
muitas questões e controvérsias
(ver artigo na edição de 27-09-
2004 de Computadores). Mas vale
a pena registar este endereço no
seu caderninho especial, na secção
“páginas potencialmente muito
úteis para a próxima vez que estiver
atrapalhado”! ●
um ambiente onde os objectos físicos
e digitais possam não só coexistir mas
também interagir). O que é apresentado
neste sítio é um jogo que se desenrola
entre jogadores que se encontram a
circular livremente na rua e jogadores
que estão colados ao seu computador
e ligados à Net — e não se conhecem. A
partir daqui, tudo é possível: através de
bilhetes manuscritos, telefonemas em
locais estratégicos, atribuição de tarefas
inesperadas, vive-se uma aventura num
contexto que não é bem o nosso… ●
de olhos que dá
todos os dias à
passagem pelo
— em detrimento da pedagogia e do
desafio ao intelecto e à imaginação.
Em suma, as crianças são presas fáceis
quiosque), este é do bombardeamento de informação
o local certo para desordenada e desenquadrada (em
o fazer! O conceito grande parte, puro lixo) que é a TV
desta página pode de hoje. Mas alguém decidiu que
provocar alguma a mediocridade não é inevitável
estranheza mas e produziu uma alternativa com
não deixa margem qualidade pedagógica; e estendeu
para dúvidas: “O esse espaço diferente para as crianças
primeiro museu a um sítio na Internet recheado de
interactivo mundial actividades e cores. Chama-se Noggin e
de notícias”. O objectivo: promover um está à espera de quem o visite. ●
melhor entendimento entre o público
e os média noticiosos — que constitui
também uma homenagem à Primeira
Emenda da Constituição norte-
americana, ou seja, o direito (entre
outras coisas) a uma imprensa livre, à
livre expressão de ideias, à reunião e
ajuntamento em espaço público. ●

cabecadepescada.planetaclix.pt

C onsidera-se devidamente informado sobre as questões de geopolítica

deste rectângulo ocidental da Europa? Talvez devesse navegar mais na
Net para se ir actualizando… Tem noção de que, na superfície que se pensa
corresponder ao território nacional português, se deram alterações radicais?
Não, não, a Madeira não se tornou independente! Nem recuperámos
Olivença! Mas surgiu um novo país: as Berlengas! Tem hino nacional,
bandeira, televisão, presidente e uma rica história rumo à independência! Se
quiser sufocar a rir, faça turismo virtual na “cabeça de pescada”. ●

computadores .10 S E G U N D A - F E I R A . 1 . N O V E M B R O . 2 0 0 4
 PHILIPS JÁ DISPONIBILIZOU NOVO MODELO COM BONS RECURSOS MULTIMÉDIA

O telemóvel 755
A
PHILIPS ANUNCIOU em finais do
passado mês de Setembro um
dos seus mais interessantes
modelos que — sendo para
GSM, com tribanda (900, 1800
e 1900 MHz), também contempla o GPRS
de classe 10 e o WAP 1.2.1 — se destina à
exploração das virtualidades multimédia
das redes actuais dos operadores
de telecomunicações móveis.
Trata-se do Philips 755, que
traz, atrás, uma máquina
fotográfica digital
com resolução VGA
e “zoom” digital
de 4x, e um ecrã
táctil com 65 mil
cores, onde o utili-
zador pode escrever
e riscar com um esti-
lete apropriado — para,
por exemplo, retocar ou
manipular uma foto antes
de a enviar a alguém; ou
então usar mais expeditamente
um teclado digital no próprio ecrã
a fim de escrever mensagens de SMS
ou de MMS.
Não vindo barato (na casa dos 250
euros), o Philips 755 também não é dos
mais pequenos mas é certamente leve
(89 gramas) e traz ainda consigo uma
série de recursos multimédia na área
do áudio, quer no que respeita à varie-
dade e variação dos toques quer para
uso como aparelho com que se ouve “disc jokeys” de classe de um teclado “virtual” especial, que
música — seja ela de rádio ou gravada. mundial, como Carl reduz o tempo que demora a escrever
Aliás, os melómanos poderão tirar Cox, até já terão uma mensagem, o que será bastante
partido da função BeDJ. Graças produzido útil quando se está no meio de um acon-
a um “software” de mistura a l g u m a s tecimento e se pretende partilhá-lo com
— fácil de usar mas potente, outros. Além disso, os 7 megabytes dispo-
segundo o fabricante —, eles níveis permitem também usar o Philips
poderão criar o seu próprio 755 como gravador de voz.
som trabalhando a partir Muitas das suas funcionalidades
de estilos pré-definidos ou assentam no suporte da linguagem Java
através de tentativas pró- 2.0, entre as quais se conta
prias. E também poderão a capacidade de servir
fazer misturas de tons ou o
“download” de novos toques
via WAP, infravermelhos
ou MMS. E, de acordo
com a Philips,
para “slide shows” de imagens
guardadas graças ao armaze-
namento proporcionado pelos 7
MB de memória. Ou, então, enviar
imagens por MMS acompanhadas de
mensagens de voz gravadas a propósito.
Ou mesmo usar o correio electrónico
tirando partido do acesso do Philips 755
aos serviços de GPRS do operador de tele-
melodias, depois integra- das neste comunicações.
telemóvel. Mas, se se quiser apenas usar o velhi-
Se o utilizador não quiser guardar nho e fiável SMS, há uma função — Quick
as suas criações só para si, poderá usar SMS —, que, quando activada, exibe
os recursos de mensagens MMS super- imediata e automaticamente qualquer
rápidas “para partilhar imagens com os mensagem entretanto chegada, e à qual
amigos da forma mais simples possível” se pode responder carregando numa única
— para o que ajuda o Philips 755 dispor tecla. ● R.J.C.

.com

União Europeia alimenta esperanças
da Oracle…
A Comissão Europeia abriu caminho, na passada quarta-feira, a
uma futura concretização da aquisição da PeopleSoft pela Oracle
Corp. A Comissão declarou que não conseguira encontrar razões
suficientes para se opor à aquisição nem para impor condições
à sua concretização. Após ter analisado centenas de casos de
compra ou fusão entre empresas de “software”, este órgão da
União Europeia (União Europeia) concluiu que a manutenção
da PeopleSoft no mercado como entidade independente não
se traduziria “necessariamente numa redução agressiva dos
preços”, e ainda que um aumento da dimensão da Oracle não
acarretaria forçosamente uma menor concorrência no segmento
das aplicações empresariais e do “software” para bases de dados
— referindo mesmo empresas que poderão protagonizar tal
concorrência, entre as quais a Microsoft e a Lawson Software,
uma outra firma norte-americana. Esta reversão de posições da
Comissão tornara-se inevitável desde que um tribunal federal
dos EUA emitira um veredicto recusando fundamento aos argu-
mentos “anti-trust” do Departamento de Justiça. Os responsáveis
da PeopleSoft reagiram à notícia declarando que iriam analisar
a situação mas mantiveram a posição de que os 21 dólares por
acção oferecidos pela Oracle ficariam muito aquém do real valor
dos títulos da empresa. ●
… na tentativa de aquisição
da PeopleSoft
O Departamento de Justiça bloqueara em 25 de fevereiro a
compra da PeopleSoft pela Oracle dando acolhimento aos
argumentos da IBM e da própria PeopleSoft de que esta aqui-
sição hostil diminuiria drasticamente a competitividade no
sector. Logo a Oracle contestou a decisão do Departamento de
Justiça (apoiada pelos procuradores de sete estados com base
nas preocupações antimonopolistas e na legislação “antitrust”
em vigor), classificando-a como “destituída de fundamento nos
factos ou na lei”. Sendo líder mundial no “software” para bases
de dados e tendo entrado, nos últimos anos, no fornecimento
de aplicações empresariais, a Oracle anunciara em 6 de Junho
de 2003 a sua intenção de adquirir a PeopleSoft — ela própria
um dos maiores editores de aplicações empresariais e que,
entretanto, levou a cabo uma fusão com a J.D. Edwards, o que
lhe conferiu o segundo lugar neste “ranking”. A Oracle apresen-
tou a sua primeira proposta de operação pública de aquisição
(OPA) à PeopleSoft quatro dias após esta e a J.D. Edwards terem
anunciado a iminência da fusão. Segundo analistas citados pelo
“Wall Street Journal”, se as decisões do tribunal norte-americano
e da Comissão Europeia removem os obstáculos regulatórios à
aquisição hostil, por outro lado “condenam” as duas empresas a
negociar os termos de um acordo, pois permanecem ainda os
obstáculos processuais adoptados pela PeopleSoft (a chamada
“poison pill”) para dificultarem um “takeover”. ●
Acções da Google sempre a subir
As acções da empresa detentora do motor de busca na Internet
com o mesmo nome têm vindo a valorizar-se no mercado de capi-
tais norte-americano Nasdaq, tendo mesmo atingido os 200 dóla-
res na passada sexta-feira, numa evolução contrária à da maioria
das acções das empresas em geral (e não apenas das de tecno-
logias de informação) após a divulgação, nessa mesma manhã,
dos números do produto interno bruto (PIB) dos EUA relativos
ao terceiro trimestre do ano. Com efeito, o PIB norte-americano
cresceu apenas 3,7 por cento entre Julho e Setembro, valor inferior
aos projectados 4,3 por cento projectados pelos analistas da Wall
Street para o conjunto do ano de 2004. A progressão do valor das
acções da Google (lançadas em Agosto ao preço de 85 dólares!)
foi reforçada pelo anúncio de resultados da empresa, efectuada
na semana anterior e que davam mostras de um notável aumento
das receitas (para um valor-recorde de 805,9 milhões de dólares) e
dos lucros — para 52 milhões de dólares. O “cash flow” registado
ao fim dos primeiros nove meses do ano ascende a 608,9 milhões
de dólares, o que significa um aumento dos 97,1 por cento rela-
tivamente aos 308,9 milhões de dólares verificados no período
homólogo do ano anterior. ●
HiValue é ‘spin off’ da Ace
A Ace apresentou recentemente a HiValue, uma empresa
resultante do “spin off” da sua área de integração PHC que
“pretende assumir-se como o integrador de referência em
Portugal”. A nova empresa fornecerá serviços de implantação
e formação em soluções PHC, consultoria de gestão e integra-
ção de outras ferramentas e sistemas. A HiValue dedicar-se-á
ainda, a título complementar, à revenda de equipamentos e
infra-estruturas informáticas e de consultoria em sistemas
de informação. Segundo Isabel Eufrásio (responsável pela
ora extinta divisão de PHC da Ace, será a directora-geral da
HiValue, continuando o trabalho que desenvolvia “desde os
tempos da Ace Plus”, empresa integrada na Ace), trata-se de
“um projecto de continuidade, que tem um enorme potencial
de crescimento”, tendo a nova empresa “todas as condições
para equipar as PME com soluções que sirvam o seu justo
interesse, quer do ponto de vista de negócio como do retorno
do investimento (ROI)”. Isabel Eufrásio acrescentou ainda que
a HiValue “vai posicionar os seus serviços numa óptica ‘busi-
ness oriented’” que ainda “não foi aplicada no mercado das
PME em Portugal, as quais sofrem de uma carência no que
concerne ao leque de soluções disponíveis que suportem a
modernidade da gestão”. ●
Siemens ganha contrato de 300
milhões na Indonésia
O grupo alemão Siemens anunciou na passada semana que
vencera um concurso de valor superior a 300 milhões de euros
para a expansão e actualização da rede de telecomunicações
móveis baseadas em GSM do operador indonésio Telkomsel.
Segundo a empresa, o contrato terá a duração de três anos,
prevê o fornecimento da solução global, a qual incluirá os equi-
pamentos para a infra-estrutura e ainda a instalação da própria
rede. A Siemens refere ainda, em comunicado, que irá instalar
novas estações de base assentes na norma GSM e também
proceder à actualização da rede de distribuição do sinal. A
Telkomsel é o maior operador de telecomunicações móveis
da Indonésia, que conta com apenas 13,5 milhões de clientes
— o que se traduz numa taxa de penetração dos telemóveis
de apenas 11 por cento — mas onde as taxas de crescimento
do número de assinantes de redes móveis têm vindo a crescer
acentuadamente nos últimos anos. ●
Colt Telecom cresceu 7 por cento
O Colt Telecom Group registou um aumento de 7 por cento no
volume de negócios, de acordo com os resultados financeiros
apresentados, os quais se referem ao terceiro trimestre do ano
fiscal de 2004.“Durante o terceiro trimestre, a Colt reforçou o seu
processo de crescimento apresentando rendimentos e margens
em consonância com o registado no segundo trimestre”, adian-
tou Barry Baterman, presidente da Colt. Durante este período, o
EBITDA atingiu os 47 milhões de euros e as perdas diminuíram
11 por cento no trimestre, passando de 51,9 para 45,6 milhões
de euros. Também neste período, a Colt registou uma liquidez
de capital de 1137,9 milhões de euros. A empresa antecipou a
amortização das obrigações no valor de 465,9 milhões de euros,
reforçou a sua equipa de gestão e anunciou um novo serviço,
o SecureIT, para pequenas e médias empresas, “o primeiro de
um vasto conjunto de novos serviços que visa ampliar a oferta
da Colt a nível do IP”, como adiantou Jean-Yves Charlier, “chief
executive officer” (CEO) da empresa. ●

S E G U N D A - F E I R A . 1 . N O V E M B R O . 2 0 0 4 computadores .11
 TESTES DE USABILIDADE LANÇAM ALERTA PARA CONDIÇÕES DE USO NA WEB
Portais nacionais mostram-se
lentos na pesquisa
Nota do Editor — Na edição ante-
rior de Computadores e por um
lamentável lapso de paginação, o
presente texto não foi publicado na
pág. 4 e, em seu lugar, foi “repetida”
a notícia da pág. 6. Este erro foi
detectado a tempo de ser corrigido na
edição “on-line” da passada semana
mas decidiu-se publicá-lo agora
na edição em papel a fim de que os
respectivos leitores do Computado-
res tivessem oportunidade de o ler
também.
Entretanto, e face à publicação “on-
line” deste mesmo texto na passada
semana, entendeu a administração
da Media Capital, empresa detentora
do portal IOL, invocar o seu direito
de resposta face à única referência
que, neste texto (uma reportagem de
uma conferência realizada no âmbito
da Comtec-04 e dedicada ao tema da
usabilidade dos portais), se fazia a
esse mesmo portal.
Apesar da clara desproporção entre
a referência ao IOL e a dimensão
da “resposta” enviada, a edição
“on-line” de Computadores dá, hoje,
cumprimento ao direito invocado,
sendo publicada na íntegra a carta
da Media Capital. Nesta página,
o texto original é publicado sem a
passagem contestada pela empresa
detentora do portal IOL (a fim de
evitar nova invocação eventual do
direito de resposta à luz da Lei de
Imprensa) mas, na caixa junta e
para cabal esclarecimento dos leito-
res, dá-se conta dessa mesma passa-
gem, da contestação que dela faz a
Media Capital e confere-se ao autor
do estudo em causa a oportunidade
de explicar os fundamentos da meto-
dologia por si usada na respectiva
realização. R.J.C.
P
ESQUISAR UM ASSUNTO nos
principais portais portu-
gueses pode revelar-se
uma tarefa difícil de
concretizar no caso de o
utilizador optar por realizar a tarefa
recorrendo à estrutura hierárquica
dos directórios — revela um estudo
realizado por Bruno Figueiredo, con-
sultor independente, autor do livro
“Web Design” e membro do Grupo
Português de Profissionais de Usa-
bilidade.
Apresentado no Seminário de
Usabilidade que decorreu na Comtec,
o estudo apurou um tempo médio de
6 minutos para
obtenção de resul- CRISTINA
tados para este FERREIRA /
tipo de pesquisa,
que pode obrigar o utilizador a fazer
até 18 cliques, oferecendo-lhe em
troca um turbilhão de resultados
sem qualquer ordem aparente. Uma
resposta mais eficaz foi obtida nas
pesquisas com recurso ao motor de
busca, onde um tempo médio de res-
posta ronda os 30 segundos.
A dificultar a navegação está
ainda o excesso de publicidade veri-
ficado em muitos dos portais, que
torna as páginas mais pesadas e
lentas. Relativamente a estes aspec-
tos, o estudo conclui que, em média,
a “homepage” dos portais demora 37
computadores .12
segundos a carregar, quando o perí-
odo ideal é de 10 segundos. Por outro
lado, as páginas apresentam um
peso médio de 157 Kilobits, quando
o ideal seriam 64 Kilobits. Nestes
items, o Sapo e o Terravista obtive-
ram as melhores classificações.
O estudo de usabilidade analisou
quatro tipos de critérios diferencia-
dos: avaliação da página principal,
avaliação heurística, testes com um
grupo de cinco utilizadores, a quem
foi proposta a realização de três
tarefas e avaliação quantitativa dos
dados disponíveis nos portais.
No que respeita aos testes com
utilizadores
ALEXANDRA — pesquisa em
Casa dos Bits motor de busca,
pesquisa em
directório e pesquisa em canal —, a
segunda e a terceira tarefa deram
mesmo origem a desistências, justi-
ficadas pela frustração de não encon-
trar resultados ou pela desordem
aparente dos resultados encontrados.
Na pesquisa através da estrutura
hierárquica do directório, o sistema
do Aeiou e do Terravista motivaram
desistências entre os utilizadores
que realizaram a experiência.
De um modo geral, o estudo
detecta ainda outros problemas,
entre os quais se incluem erros
frequentes, comunicados através de
S E G U N D A - F E I R A . 1 . N O V E M B R O . 2 0 0 4
mensagens em inglês e sem quais-
quer indicadores de solução, arqui-
tectura da informação muitas vezes
complexa, um “design” pouco escalá-
vel e problemas de acessibilidade.
Foram objecto de análise, neste
estudo, os portais Sapo, Clix, IOL,
OniNet, Aeiou, Terravista e Yahoo.
No mesmo encontro, Ricardo
Carvalho, consultor da Nettec e da
IconMedialab partilhou alguns dos
principais problemas encontrados
na intranet das empresas a quem
presta serviços, que, depois de rea-
lizarem investimentos nesta área, se
deparam com baixos índices dos seus
funcionários.
Um dos principais aspectos subli-
nhados pelo consultor foi a falta de
integração entre os diferentes con-
teúdos e serviços disponibilizados
“on-line” pelos departamentos das
organizações, que apostam também
pouco na personalização e confor-
mação às especificidades concretas
de conteúdos disponibilizados. O
consultor destacou a importância
de maiores esforços no sentido de
tornar usáveis as intranets das
empresas, que se podem tornar
ferramentas de melhoria da produ-
tividade por permitir que tarefas
antes realizadas em papel — como
a marcação das férias — possam ser
efectuadas por essa via. ●
Como medir (ou não)
a usabilidade
A passagem contestada pela Media Capital é a que
se encontra entre travessões no período inicial
do terceiro parágrafo da notícia: “A dificultar a
navegação está ainda o excesso de publicidade
verificado em muitos dos portais — sobretudo no
IOL —, que torna as páginas mais pesadas e lentas.”
A propósito desta mesma referência, no essencial,
refuta a Media Capital: “(…) Importa realçar que
este estudo se baseia, entre outras coisas, num
teste realizado com 5 utilizadores. Perante os 1,8
milhões de utilizadores únicos que navegam no
universo IOL todos os meses (valores auditados
pela ABC Electronic em Dezembro de 2003), 5
utilizadores não é uma amostra representativa em
termos estatísticos.”
“Entre outras imprecisões, destacamos a velocidade
de abertura das páginas de entrada nos portais,
por considerarmos ser a mais relevante para os
utilizadores da Internet (…). Para além de não terem
sido referidos dados sobre a metodologia e ambiente,
o período de análise e a dimensão da amostra, os
resultados deste teste contradizem em absoluto
os valores apresentados semanalmente pela única
empresa credível e independente existente em
Portugal: a Marketware (…). Segundo esta, o IOL
está há 47 semanas no ‘top’ 10 dos ‘sites’ com melhor
desempenho, medido através do tempo de abertura
da página de entrada do portal incluindo todos os
objectos nela referenciados, inclusive, nas semanas
de 13 a 17 e 20 a 24 de Setembro deste ano, semanas
em que supostamente foi realizado o estudo citado,
os tempos médios de abertura da página foram de
1,4 e 1,41 segundos respectivamente. Esta conclusão
é tirada através de medições efectuadas para o
Índice KPBI30 (Keynote Portuguese Business Index
30 – Índice Português de Desempenho na Internet),
onde estão representados os 30 ‘websites’ nacionais
mais representativos de 6 sectores de actividade
(www.marketware.pt/kbpi30).”
“A contraposição do IOL ao estudo que efectuei
demonstra o pouco que se conhece em Portugal
das técnicas de avaliação de usabilidade”, declarou
a Computadores Bruno Figueiredo, autor do estudo
e membro do Grupo Português de Profissionais
de Usabilidade. “Recorreu-se, com efeito, a 5
utilizadores, número que permite encontrar até 80
por cento dos principais problemas segundo um
estudo de Jakob Nielsen (ver, em www.useit.com,
a coluna AlertBox de 19-3-2000), considerado
a sumidade mundial nesta área — conclusões
corroboradas por estudos semelhantes posteriores,
de outros profissionais”.
“O IOL considera o tempo de abertura da página
principal como o critério mais importante, quando
não o é de todo — e foi apenas um dos mais de
30 critérios empregues. A argumentação do IOL é
tanto mais estranha quando o que argumentam
foi precisamente comprovado pelo meu estudo:
nesse critério, o IOL está em 3º lugar. No estudo
da Marketware referido, o IOL encontra-se em 2º
mas não é considerado o portal Terravista, que
ocupa o 1º lugar no meu estudo. Os tempos que
referem também não têm em conta a velocidade
da ligação empregue (que a Marketware não
divulga), contrariamente ao que acontece no meu
estudo e que constitui um factor essencial nesta
comparação.”
“Além disso, a avaliação do ‘peso’ das páginas
de entrada foi obtida através de uma média de
várias medições efectuadas entre os dias 16 e
22 de Setembro, sendo os valores apresentados
pelo IOL referentes a outra data e, por isso, não
comparáveis.” ●
 S H A R E WA R E
Organização automática
do correio electrónico
O
S UTILIZADORES da
Internet vêem entrar
cada vez mais men-
sagens de E-mail
pela sua caixa de cor-
reio electrónico. São mais men-
sagens e menos tempo para as
filtrar, organizar e arquivar.
Para ajudar a resolver este pro-
blema, a Microsoft inclui no seu
Outlook um conjunto de filtros
que processam as mensagens e
executam várias funções para
cada tipo de mensagem. Por
exemplo, mensagens oriundas de
determinada pessoa vão direc-
tamente para a pasta de arquivo
com o nome desse remetente ou,
então, as mensagens publicitárias
são automaticamente apagadas.
Apesar de úteis, estes filtros tor- não é necessário ter
nam-se, por vezes, complexos
de programar e, ao mínimo erro,
apagam mensagens importantes ou
copiam novas mensagens para sub-
pastas antes de elas serem lidas.
A fim de auxiliar todos os
utilizadores do Outlook a gerirem
as suas mensagens de correio
electrónico, a empresa MailFiler
desenvolveu o MailFiler Pro, um
utilitário simples que permite
gerir de forma mais eficaz todas os o sistema irá criar
“mails” recebidos. Este organizador uma pasta por cada
de E-mail vai bastante mais longe
que o sistema de filtros incluído
no programa da Microsoft, quer
proporcionando uma organização
mais lógica das mensagens
recebidas, quer permitindo que
uma mesma mensagem possa
surgir em diversas pastas em
simultâneo, sem ser necessário
duplicar o seu conteúdo.
O MailFiler Pro pode ser
obtido gratuitamente em http:
//www.mailfiler.com/ e instalado
em qualquer PC equipado com
o sistema operativo Windows e
uma versão do Microsoft Outlook.
A versão de teste permite ao
utilizador analisar todas as po-
tencialidades do programa durante
90 dias; findo esse
prazo, é preciso pro- NUNO BERNARDO
ceder ao registo do
mesmo e ao pagamento de 30 euros
— valor que não será muito elevado
se atendermos às funcionalidades
oferecidas e ao tempo que se pou-
pa quando o processamento das
mensagens de E-mail é feito de
forma mais automática.
FICHA
MAILFILER PRO
necessário duplicar directa ao Microsoft Project — e Editor
as mensagens pelas associadas a pastas e ficheiros Rui Jorge Cruz
diversas pastas: a disponíveis no disco rígido do Redactores, colaboradores
mesma mensagem computador ou na rede. e cronistas
pode aparecer nas O sistema de pesquisa in- Ana Gerschenfeld, Ana Machado,
diferentes pastas cluído no programa permite-lhe André Ruivo, António Granado,
de arquivo mas percorrer milhares de men- Casa dos Bits, Fernando Santos,
o seu conteúdo sagens em poucos segundos Helena Viegas, Henrique Carreiro,
continua a estar para encontrando aquele Henrique Saias, Isabel Gorjão
“mail” importante. A partir do Santos, João Cruz, José Antunes,
momento em que se passa a José Doutil, Luís Félix, Miguel
utilizar o MailFiler Pro, todas Crespo, Nuno Bernardo, Paulo
Almeida, Pedro Fonseca, Rita
as mensagens recebidas são
Cruz, Rita Hasse Ferreira
automaticamente arquivadas de
Secretariado
acordo com as características
definidas. No entanto, todas as Paula Dias
Este programa novas mensagens — ainda não Paginação
requer que o Out- lidas — continuarão a estar Ana Carvalho, Ivone Ralha,
look esteja instalado disponíveis na pasta de men- Hugo Pinto, Jorge Guimarães
no computador mas sagens a ler. As mensagens Projecto Gráfico & Designer
publicitárias não solicitadas serão Luis Carlos Amaro/
a correr o produto automaticamente transferidas Gráficos à Lapa
da Microsoft para para uma pasta de lixo, pelo que
poder usar todas a caixa de entrada ficará “mais Computadores
as funcionalidades limpa”, ou seja, apenas com aque- é publicado às segundas-feiras
do MailFiler Pro — las mensagens que carecem de
todas as mensagens uma resposta imediata. E-Mail
recebidas (e envia- As mensagens oriundas de computadores@publico.pt
das) serão automa- “newsletters” electrónicas são Tel. 21-0111168
ticamente organiza- transferidas paras pastas pró- Fax 21-0111008
das em pastas pró- prias, para posterior consulta.
prias. Por exemplo, As mensagens que ainda não
sofreram tratamento ficarão pro-
Assine Computadores
visoriamente guardadas na pasta
interlocutor com de correio a ler, de forma a chamar
Assine o PÚBLICO
quem se comunica a atenção do utilizador. Depois de
à segunda-feira e receba o jornal
periodicamente. lidas, as mensagens que exigirem
em sua casa ou levante-o no seu
Nestas pastas, ir-se-á, uma resposta ou uma acção,
posto de venda habitual com os
assim, encontrar to- poderão ser transferidas para a suplementos Computadores e
da a correspondên- pasta de tarefas a realizar com Economia.
cia trocada com es- três níveis de prioridade (desde a
sa pessoa. Por ou- tarefa mais urgente até à menos E-mail: assinaturas@publico.pt
tro lado, se a orga- urgente). Estas acções a realizar Tel.: 808 200 095 (custo chamada
nização que se pretende para gravado num só local do disco irão aparecer na lista de tarefas local)
o correio electrónico for de ti- — não implicando a duplicação pendentes do próprio Outlook. Fax: 210 111 017
po cronológico, poder-se-á encon- da capacidade ocupada. O MailFiler Pro (http://www.
trar todas as mensagens de deter- A organização das mensagens mailfiler.com/) oferece um con- Assinatura semestral (26 exemplares):
minada semana na pasta própria. por pastas de arquivo facilita junto de funcionalidades que
Portugal €18.20
O mesmo tipo de organização significativamente o acesso a se tornam úteis no dia-a-dia de
Europa €58.50
pode ser aplicado a diversas determinado conteúdo, bem quem comunica intensivamente
Resto do Mundo €94.90
características da mensagem: como a pesquisa de um ou vários via correio electrónico. O pro-
organização por tipo de documento “mails”. Toda a informação esta- grama torna-se essencial em uti-
Assinatura anual (52 exemplares):
em anexo, por tamanho da rá sempre disponível de modo lizações profissionais para re-
mensagem, destinatá- a garantir que o acesso seja duzir o tempo necessário a gerir Portugal €36.40
rio, assunto, etc. Esta imediato. Assim, o MailFiler Pro o E-mail recebido e enviado, Europa €117.00
organização permi- ajuda a atenuar os efeitos do reduzindo os riscos de se perder Resto do Mundo €189.80
te, por exemplo, visualizar rapi- excesso de mensagens recebidas, mensagens ou de se deixar de
Desconto na assinatura anual
damente todas as mensagens tro- pois este assistente virtual responder a tempo às mensagens para escolas e instituições de
cadas com determinada pessoa irá fazer muito do trabalho de que impliquem atenção urgente. solidariedade social. Preços
entre duas datas. Outra grande organização e arquivo do correio Esta “secretária” virtual mantém, especiais para Macau, Timor, São
vantagem do programa reside no electrónico. As mensagens podem assim, todas as mensagens sem- Tomé e Guiné. Os preços incluem
facto de permitir vários tipos de igualmente estar organizadas pre acessíveis, arquivadas em IVA à taxa legal em vigor.
organização simultâneos, sem ser por projectos — com interligação pastas próprias. ●
S E G U N D A - F E I R A . 1 . M A R Ç O . 2 0 0 4
S E G U N D A - F E I R A . 1 . N O V E M B R O . 2 0 0 4 computadores .13
 JOGOS
‘CONFLICT: VIETNAM’, ‘SHELLSHOCK NAM’67’, ‘RAINBOW SIX 3’, ‘FULL SPECTRUM WARRIOR’, ‘THE OMEGA STRAIN’
A guerra em tempo real
O
ESPÍRITO GUERREIRO que
todos os dias nos entra
pelos telejornais dentro
é permanentemente re-
criado em obras de fic-
ção, do cinema à literatura. Os jogos
não são excepção e, no que toca
ao realismo, estão a níveis muito
elevados, seja qual for a plataforma.
Há muitas abordagens possíveis das
recriações de guerra mas, quando se
fala em acção em cenários reais, a
dificuldade está na escolha.
“Full Spectrum Warrior” já tinha
sido altamente aclamado na sua
estreia em exclusivo na
Xbox — e volta, agora, MIGUEL
a merecer elogios no
PC. Felizmente, não houve apenas
uma adaptação “atamancada”, mas
um trabalho cuidado para aproveitar
da melhor forma todo o esplendor
deste jogo de acção táctica, que leva
o jogador até um cenário do tipo do
do Iraque e o põe no comando de duas
brigadas encarregadas de cumprir
várias missões.
Baseado num sistema de simu-
lação do exército dos Estados Unidos
da América, permite organizar ca-da
grupo de soldados em termos estra-
computadores .14 S E G U N D A - F E I R A . 1 . N O V E M B R O . 2 0 0 4
tégicos (até ao mais ínfimo detalhe)
e também controlar a sua acção du-
rante o combate. Visualmente espan-
toso, complexo mas intuitivo, é possi-
velmente o melhor jogo de guerra que
conjuga táctica e acção já criado. Só
é pena é que a alteração de interface
obrigue quem já jogou na Xbox a
adaptação.
Outro cenário inevitável é o do
Vietname. E, aí, “Shellshock Nam’67”
é de um realismo arrepiante. Ao pôr o
jogador na pele de um soldado norte-
americano em combate, é de esperar
o pior — e com razões, pois é grande a
crueza com que é preciso
CRESPO defrontar inimigos. Vis-
to na terceira pessoa,
remete muito para “Socom” em todas
as vertentes mas destaca-se por ter
efeitos visuais impressionantes e uma
animação bem conseguida. No entanto,
é um jogo que se acaba depressa e
não tem modos alternativos que lhe
prolonguem a vida. E é pena…
O Vietname é também o cenário do
novo episódio da série “Conflict”. Com
uma componente táctica similar à dos
anteriores — com o jogador a controlar
uma brigada de quatro elementos —,
difere pelo facto de atribuir pontos no
 JOGOS

dica

Criar descrições de pastas

No sistema operativo Windows XP, quando
se passa com o rato sobre uma pasta, surge
um “pop-up” amarelo onde aparece inscrito
o seu tamanho numa primeira linha e, numa
segunda linha, os nomes dos primeiros ficheiros
contidos na raiz da pasta. Esta informação, junto
com o nome da pasta, é bastante útil para a
identificação do conteúdo dessa mesma pasta
sem ter que a abrir. Mas pode-se alterar o texto
daquele “pop-up” de modo a acrescentar uma
identificação escolhida pelo utilizador.
Para o fazer, tem que se começar por alterar
o ícone de representação da pasta. Para
isso, selecciona-se a pasta e dá-se um clique
carregando com o botão direito do rato e
escolhe-se Propriedades no menu de contexto.
Dentro do Explorador do Windows, também se
pode escolher o comando Propriedades no menu
Ficheiro.
Na caixa de diálogo que então surge, escolhe-se
o separador Personalizar e carrega-se no botão
Alterar Ícone. Isso faz surgir uma janela com os
ícones existentes por omissão no Windows (no
ficheiro Shell32.dll da pasta System32, dentro
da pasta do Windows). Pode-se escolher um
qualquer desses ícones — ou outro existente
num ficheiro diferente, se assim se desejar. A
seguir, carrega-se em OK nas duas janelas, o que
faz aplicar a escolha feita.
Quando se faz esta alteração no ícone, o sistema
operativo cria um ficheiro escondido — com o
nome Desktop.ini —, que não é visível mesmo
com a opção Mostrar Ficheiros e Pastas Ocultos
activada (no separador Ver em Opções de Pastas
acessível no Explorador do Windows no menu
Ferramentas).
É neste ficheiro que se vai escrever o texto
pretendido. Para editar o ficheiro, abre-se o Bloco
de Notas e aí, através do comando Abrir do menu
Ficheiro, procura-se a pasta em causa. No campo
Nome do Ficheiro, escreve-se “desktop.ini” e
depois manda-se abrir. O ficheiro terá um texto
parecido com o seguinte:

“[.ShellClassInfo]
IconFile=%SystemRoot%system32SHELL32.dll
Título “Rainbow Six 3 IconIndex=xx”
Black Arrow” 8
/10 Em que “xx” é o número do ícone escolhido.
Estilo Acção
Plataforma Xbox No fim do ficheiro, acrescenta-se o comando
Produtor UbiSoft “InfoTip=” e, a seguir ao sinal de igual, o texto
Distribuidor Ecofilmes que se quer apresentar — num máximo de 127
Edição Setembro 2004 caracteres, incluindo os espaços. Depois de gravar
o ficheiro e de o fechar, se se passar o rato sobre
Título “Shellshock a pasta, surge um “pop-up” diferente, com o texto
Nam 67” 7
/10 final de cada missão, que influencia
as seguintes. Com muitas armas à
PSone, pois a primeira consola da
Sony foi plataforma para três jogos.
escrito na primeira linha e o tamanho da pasta na
Estilo Acção segunda, como se pode ver na imagem.
escolha, veículos para conduzir e No entanto, há já uns bons anos que Por fim, pode-se voltar a pôr o ícone original
Plataforma PS2
uma quantidade de missões razoável não se ouvia falar de Gabe Logan, o mantendo o novo texto do “pop-up”.
Produtor Eidos
(que podem ser jogadas a quatro), herói de então. O ressurgimento, em
Distribuidor Ecofilmes Voltando à caixa de diálogo Alterar Ícone
“Conflict: Vietnam” é interessante estreia na PlayStation 2 (PS2), tro-
Edição Setembro 2004 Para a Pasta, carrega-se no botão Restaurar
mas não traz grandes novidades nem ca as voltas, pois Gabe agora é o patrão
Predefinições. ● JOSÉ DOUTIL
deslumbra por nenhum aspecto em e não o personagem jogável. A lógica
Título “Conflict Vietnam”
Estilo Acção 7
/10
especial, a não ser o som.
É em cenários de crise espalhados
por missões, numa organização go-
vernamental antiterrorista, tem como
Plataforma PC, PS2 pelo mundo que se desenrola “Black objectivo final evitar a disseminação do
Produtor SCI Arrow”, uma espécie de prolongamento vírus imaginário que dá nome ao jogo.
Distribuidor Infocapital do sucesso que foi (e é) “Rainbow Temos, portanto, um jogo de combate
Edição Outubro 2004 Six 3” na Xbox. Este é mais um jogo e fuga, com toques futuristas mas
de acção táctica em que se controla contexto muito actual.
Título “Full Spectrum quatro elementos — mas com visão Jogado na terceira pessoa mas com
Warrior” 9
/10 na primeira pessoa. Este jogo oferece o obrigatório modo de “sniper” — que
Estilo Acção dez novas missões e várias inovações. permite eliminar inimigos ao longe
Plataforma PC Há um modo para jogar a solo (sem —, “Syphon Filter: The Omega Strain”
Produtor THQ equipa), outro em que quem não tem não tem grande originalidade. O
Distribuidor Ecofilmes o serviço “on-line” Live (indisponível mesmo desalento deriva do grafismo,
Edição Setembro 2004 em Portugal) pode dividir a consola que é pobre para a norma actual na
com um amigo — em cooperação ou PS2, uma consola que, neste aspecto,
Título “Syphon Filter competição — e, por fim, duas dezenas é notável a nível geral ou em pormeno-
The Omega Strain” 7
/10
de mapas para o “on-line”. A mecânica
e a boa qualidade geral mantêm-se
res (como as animações plásticas dos
adversários), apesar de excelentes
Estilo Acção
inalteradas, o que, ajudado pelo preço efeitos em outros casos, como as que-
Plataforma PS2
económico (metade do habitual), faz das. Sendo interessante e bem cons-
Produtor Sony deste jogo um prazer. truído, “Omega Strain” tem como gran-
Distribuidor Sony O nome “Syphon Filter” diz bas- de defeito estar fora do seu tempo e não
Edição Julho 2004 tante a quem tem (ou teve) uma apresentar originalidade. ●

S E G U N D A - F E I R A . 1 . N O V E M B R O . 2 0 0 4 computadores .15
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