Computadores

SEGUNDA-FEIRA 27 SETEMBRO 2004 DIRECTOR JOSE MANUEL FERNANDES EDITOR RUI JORGE CRUZ

PUB
Wikipedia Dos Vaio Discutir o ‘open Um mega-ecrã De ‘Doom 3’
questionada às fotos digitais source’ digital a ‘Secret Wars’
Um controverso projecto Sony apresentou novidades A conferência da APDSI O Axium, da Sagem, com Três jogos sombrios,
de enciclopédia aberta, em várias linhas de produtos para divulgar o seu estudo diagonal de 127 centímetros não só nas histórias como
colaborativa e atraente incluindo dos computadores dedicado a esta alternativa e 1280 x 720 pixels também nas imagens
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NOVAS TECNOLOGIAS PERMITEM ECÓGRAFOS COM MAIOR FOTO-REALISMO

Fotos e vídeos dos bebés antes de nascerem

T
RATA-SE DE UM RITO de passagem
para todos os futuros pais: a
primeira ecografia do bebé. As
imagens mais ou menos difusas
do feto, produzidas durante o
exame numa sala de obstetrícia, são avi-
damente recebidas pelos casais e mostra-
das com orgulho a amigos e familiares.
Agora, no entanto, e tentando tirar par- já realizaram mais de 2 mil ecografias no
tido deste fenómeno recente, são várias as
empresas norte-americanas que, graças aos
progressos das tecnologias de informação
— e dos enormes ganhos de produtividade
na produção de componentes antes fabri-
cados em pequenas séries
—, começaram a vender SAM LUBELL
aparelhos de ecografia que / NYT Circuits
pouco ou nada têm a ver
com a saúde pré-natal. Esses aparelhos,
que usam as mais modernas tecnologias
de ultra-sons a três dimensões (3D), desti- de mostrar, num ecrã grande, as imagens
nam-se à prestação de um serviço — tirar
ecografias fetais — em pequenos estúdios,
que vendem aos seus clientes imagens
mais realistas que as proporcionadas pelos
ecógrafos convencionais.
Os futuros pais pagam entre cerca de
80 dólares (à volta de 65 euros, hoje em
dia) para uma curta sessão, destinada
sobretudo a determinar o sexo do feto, até
300 dólares (240 euros) por uma sessão de
meia hora gravada numa cassete de vídeo
ou num DVD e ainda com direito a fotos
a cores.
Os médicos obstetras já começaram
a prevenir para os perigos potenciais de
uma escusada exposição do feto aos ultra-
sons mas os donos dos estúdios dizem que
os seus exames são seguros e satisfazem
uma necessidade dos seus clientes. “As
mulheres adoram-nos”, diz Matt Evans,
advogado e fundador da empresa Baby
Insight ( www.baby-insight.com ) há cerca
de ano e meio. “Elas conseguem visualizar
os seus bebés e assim têm uma experiên-
cia emocional com eles.”
Matt Evans diz que os seus técnicos
seu único estúdio, na cidade de Potomac,
no estado de Maryland, nos EUA. O ser-
viço mais caro da Baby Insight, que custa
260 dólares (cerca de 210 euros), inclui um
vídeo com música de fundo, uma foto de
20 x 25 cm, duas de 12 x 18
cm e dez das mais pequenas,
quatro cartões de participa-
ção do eminente nascimento
e a possibilidade de reunir familiares e
amigos num anfiteatro da empresa a fim
de ultra-sons. O fundador
da Baby Insight diz que
os seus empregados estão
instruídos para alertarem Shirlesa disse, Enquanto os médicos, nos EUA, cos-
os clientes para o facto de depois, que tumam fazer a primeira ecografia às 20
este serviço não substituir as imagens, semanas de vida do feto (quando este já
o exame realizado por um apesar de um é suficientemente grande para se poder
médico especialista. pouco “assusta- detectar eventuais anomalias), os exames
Shirlesa Glaspie, de 24 doras”, haviam comerciais com ultra-sons são em geral feitos
anos, da vizinha cidade tornado a expe- mais tarde, quando o feto já está mais desen-
de Lanham, recorreu aos riência muito volvido e já é mais fotogénico. Os defensores
serviços da Baby Insight mais real: destes exames dizem que eles são realizados
no passado mês de Agosto, “Ele bocejava, em ambientes descontraídos e que usam
quando estava grávida de punha a língua máquinas para produzir imagens em 3D,
30 semanas (no seu sítio de fora, sorria. que não são tão eficazes para a observação e
na Web, a empresa diz que é entre as Isto dá-nos uma noção do que está real- diagnóstico de órgãos internos mas são “exce-
28 e as 32 semanas que se obtêm os mente a passar-se quando sentimos o lentes” a captar imagens ou sequências mais
resultados com maior “definição”). E nosso estômago a andar às voltas.” realistas da face e do corpo dos fetos. ●

7c1bf3e5-024b-435b-bb28-84bbcd8a7552
 SONY RENOVOU O SEU C ATÁLOGO PARA O DERRADEIRO TRIMESTRE DO ANO
Novos Vaio e televisores com LCD
P
ara preparar o último trimes-
tre do ano e encher as pra-
teleiras das lojas com novos
produtos muito a tempo das
compras de Natal, a Sony
apresentou já o seu novo catálogo. As
novidades são muitas e bem capazes de
interessar a quem gosta de cinema, de
fotografia ou de música.
Começando por aquele que já é o
equipamento central
mesmo para a Sony
— o computador —,
a empresa lançou
novos modelos da
sua gama de por-
táteis Vaio. Entre
eles, encontra-se a
série A200, cujos
modelos possuem
ecrãs de cristais
líquidos que inte-
gram a tecnologia
X-black, da Sony,
a qual melhora o
contraste, a repro-
dução das cores e o
brilho. Para além disso, estes novos por-
táteis dispõem de gravadores de discos
DVD de duplo formato e dupla camada,
capazes de ler e gravar
as modalidades de
discos DVD mais
usadas.
A tecnologia
Bluetooth para
ligação sem fios a
outros dispositivos
foi também inclu-
ída na série A200.
Desta série fazem
parte dois modelos,
o VGN-A297XP e o
VGN-A295HP. Ambos
utilizam o sistema operativo
Windows XP Professional, têm
processadores Pentium 4 M 745 ou 735,
da Intel, a 1,8 ou 1,7 GHz, respectiva-
mente, consoante se trate do modelo
A297XP ou A295XP. Os discos utilizados
são de 60 e 80 GB e os preços recomen-
dados são 1899 euros (para o VGN-
A295HP) e 2699 euros (VGN-A297XP).
Já no que se refere a computadores
portáteis mais destinados ao uso profissio-
nal, a Sony lançou a série S2, que sucede
ao modelo S1, que também integra um
leitor e gravador de DVD que suporta os
formatos DVD+RW e DVD-RW. Também
a qualidade gráfica foi melhorada no novo
modelo VGN-S2XP através da utilização do
controlador gráfico Mobility Radeon 9700,
da ATI — por muitos considerado o melhor
hoje disponível. O ecrã do novo modelo é de
13,3 polegadas, o processador é o Pentium 4
M 745 a 1,8 GHz e o disco é de 80 GB. Com
uma autonomia de 4 horas e 1,89 quilos de
peso, o VGN-S2XP estará disponível por
2699 euros.
A completar o rol de novidades nos
computadores portáteis, a Sony lançou a
computadores .2
série B1, também destinada a utiliza- utilizam a tecnologia X-black, da Sony, a usados em empresas ou espaços comer-
dores profissionais e composta por dois qual melhora a luminosidade, o contraste ciais. Enquanto o 42V1N possui uma
modelos — o VGN-B1XP e o VGN- e a intensidade das resolução de 852 x 480 pixels, o 42X1N
B1VP — equipados com processado- funciona com uma resolução de 1024 x
res Pentium 4 M a 1,7 e 1,6 GHz, 768 pixels. A maior
respectivamente. Ambas as máqui- resolução torna este
nas possuem 512 MB de memória último modelo mais
SDRAM mas enquanto o B1XP apropriado para
integra um gravador de DVD com- apresentações ou
patível com os formatos DVD+RW videoconfe-
e DVD-RW, o B1VP rências.
dispõe de uma Voltando
unidade que é aos ecrãs
simultaneamente de LCD,
DVD-ROM e CD- foram apre-
RW. Os discos sentados
são também dife- dois novos
rentes nos dois mode- modelos de
los, de 60 e 40 televisores:
GB, respec- o KLV-
tivamente, L 2 3 M 1 ,
e os preços com 23 polegadas, e o
recomendados KLV-17HR3, com 17 polega-
são 1649 euros (o VGN- das. No primeiro caso, a reso-
B1XP) e 1399 euros (o cores num lução é de 1366 x 768 pixels e
VGN-B1VP). monitor de cristais ambos os modelos possuem a
Ainda com o nome líquidos. Outra das características que função de “congelamento” de imagem — que
Vaio, embora bastante mais pequenos, distingue estes modelos, de acordo com é semelhante a fazer-se pausa quando se vê
foram lançados os Vaio Pocket, uma com- a Sony, é o rápido tempo de reacção (12 um DVD e permite, por exemplo, tirar nota
binação de leitor de áudio de topo de uma morada ou de
de gama com álbum uma receita de culinária
fotográfico digital, que se encontre a passar
que pode também no ecrã.
servir como disco Os televisores
externo de 20 ou encontram-se, cada
40 GB. Esta capa- vez mais, acompa-
cidade refere-se nhados de um DVD
aos modelos — e também a este
VGF-AP1 e VGF- respeito a Sony apre-
APL, os quais sentou novidades. É
se encontram o caso dos modelos da
disponíveis nova gama de gravado-
por 399 e 469 res DVD IQ, que inte-
euros. Os novos gram discos rígidos de
Vaio Pocket permitem elevada capacidade.
gravar cerca de 10 ou 20 mil músi- ms), o que Os modelos de topo de
cas, consoante o modelo, isto usando o os torna adequados para jogar e para ver gama são os RDR-HX1000 e o RDR-
modo AtracPlus 64 Kbps. Atrac é o formato filmes. Com uma resolução máxima de HX900, com discos de 250 GB e 160 GB,
da Sony para a gravação de ficheiros de 1280 x 1024 pixels, estes modelos têm o respectivamente, o que é suficiente para
áudio, mas estes equipamentos permitem preço recomendado de 630 e 797 euros, gravar até 325 horas de programação.
a gravação de áudio, vídeo ou outros dados dependendo da diagonal — 17 ou 19 Mas a nova série de gravadores é
nos formatos MP3, JPEG, MPEG, ATRAC polegadas. também composta pelos modelos RDR-
ou documentos criados em aplicações como Novos monitores de plasma com GX700 e RDR-GX300, que são compatí-
o Word ou o Powerpoint. 42 polegadas fazem também parte do veis com o formato Dual RW7R e estarão
Quanto a monitores as novidades da catálogo da Sony para o último trimes- disponíveis já no próximo mês de Outu-
Sony são os modelos SDM-HS74P e SDM- tre. O PFM-42V1N e o PFM-42X1N bro. ● ISABEL GORJÃO SANTOS
HS94P. Trata-se de dois monitores que são monitores adequados para serem
Fotos com 7,2 megapixels
Para quem gosta de fotografia e já não lente Carl Zeiss Vario-Sonnar, um “zoom”
dispensa ou quer experimentar uma óptico de 4x e duas ranhuras para utilização
máquina digital, a Sony lançou novos de cartões de memória Memory Stick e
modelos da linha Cyber-shot. Um dos CompactFlash. O ecrã de cristais líquidos,
principais destaques do catálogo é mesmo com 2,5 polegadas, permite visualizar desde
o modelo P150, uma máquina fotográfica logo o resultado.
capaz de registar imagens com 7,2 Já a Cyber-shot L1 é uma máquina fotográfica
megapixels graças à lente Carl Zeiss Vario digital com 4,1 megapixels de resolução e
Tessar e que dispõe de um “zoom” óptico de um “zoom” óptico de 3x. O seu tamanho
3x, tudo a um preço recomendado de 553 torna-a facilmente transportável no
euros. Este modelo utiliza o Real Imaging bolso e a autonomia permite tirar ser captada.
Para quem
Processor, da Sony. cerca de 240 fotografias.
Ainda nas máquinas fotográficas com 7,2 Na área das câmaras de vídeo, a Sony pretende passar
megapixels de resolução, a Sony lançou lançou a “camcorder” semiprofissional DCR- as fotografias para o
a Cyber-shot V3, um equipamento com HC1000. Três CCD (sigla de “charge coupled papel para além de as
device”, o elemento foto-sensível que regista guardar apenas em
as imagens) para a máxima sensibilidade à luz formato digital, a Sony
e uma melhor reprodução da cor, e uma lente lançou a DPP-FP30, uma impressora de
Carl Zeiss Vario-Sonnar T são dos principais sublimação térmica que imprime uma
argumentos deste equipamento. Uma função fotografia em aproximadamente 90
denominada Estabilizador de Imagem de segundos e com uma resolução de 300
Lente Activa permite que qualquer pequeno ppp (pontos por polegada). Disponível no
movimento causado pelas mãos ao segurarem próximo mês, esta impressora terá um
a máquina seja minimizado antes de a imagem preço recomendado de 200 euros. ● I.G.S.
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S E G U N D A - F E I R A . 2 7 . S E T E M B R O . 2 0 0 4 computadores .3
 tecpédia H E N R I Q U E C A R R E I R O DEPOIS DO WINDOWS, É A VEZ DAS CHAMADAS APLICAÇÕES DE PRODUTIVIDADE

Microsoft aceita desvendar

o código-fonte do Office
A
M ICROSOFT PASSARÁ a

Fujifilm Super disponibilizar, a certas

entidades governamentais
e organizações interna-

CCD SR II cionais, acesso ao código-

fonte das aplicações incluídas no seu
pacote Office. A empresa anunciou

C
om a aproximação da Photokina — a feira de esta decisão fez ontem (domingo, dia
fotografia que se realiza em Colónia, na Alemanha, 26) uma semana em Paris, no quadro
de dois em dois anos —, multiplicam-se os anúncios daquilo que designa por Microsoft
de fabricantes de novas e fascinantes máquinas e Government Security Program (GSP),
tecnologias. A maioria dos mais conhecidos, como uma iniciativa destinada a desvanecer
a Canon, a Nikon, a Fujifilm e a Minolta já começaram a pré- as preocupações e as críticas sobre
anunciar as máquinas que deverão estrear no“show”.Quase todas o carácter impenetrável — e, por
as máquinas de topo apresentam alguma inovação tecnológica isso mesmo, incontrolável — do seu
significativa. Canon e Nikon lançaram-se nas máquinas com “software” e das suas tecnologias por
resoluções muito elevadas, enquanto a Minolta apresentará parte dos serviços de informações e
finalmente, numa máquina SLR de lentes intermutávais, um das autoridades governamentais de
sistema de electrónico de estabilização de imagem. segurança dos países.
A Fujifilm, mais conhecida pelas suas máquinas de gama média, Esta medida surge na sequência
tem mantido ainda assim uma presença nas máquinas de topo, de idêntica abertura estabelecida rela-
recorrendo ao auxílio da tecnologia Nikon para os corpos das tivamente aos seus sistemas operati-
máquinas mas procurando diferenciar-se através da produção vos Windows — sobretudo o Windows
de sensores CCD próprios. 2000, o Windows XP e o Windows
O CCD (Charge Coupled Device) é o tipo de circuito mais Server, os mais usados nas empresas
comum para captura de imagem em máquinas fotográficas e nas organizações privadas e públicas
e de vídeo digitais. Alguns fabricantes, como a Canon, usam —, anunciada nos primeiros meses dores de 7/6/2004). vice packs”, utilizar os sistemas de
também circuitos CMOS, sobretudo em máquinas do tipo deste ano, estendendo agora o mesmo Portugal passou, assim, a integrar testes e suporte técnico da Microsoft
SLR digitais — mas o CCD é o tipo de circuito mais usado em critério a programas como o processa- um conjunto de mais de 60 países no desenvolvimento de aplicações e
máquinas da gama média. dor de texto (Word), a folha de cálculo cujas autoridades subscreveram o infra-estruturas de segurança, mini-
A maioria do esforço de investigação e desenvolvimento em (Excel), o correio electrónico (Outlook), Government Security Program da mizando as dúvidas e aumentando o
circuitos de imagem tem sido canalizado sobretudo para o “software” de bases de dados (Access) Microsoft — países esses que vão da conhecimento dos programas desta
conseguir meter mais pixels em “chips” cada vez mais pequenos e o destinado a elaborar ou visualizar Espanha à Rússia, do Reino Unido à empresa de “software”.
— à excepção dos circuitos para máquinas SLR, que costumam apresentações (Powerpoint). Nova Zelândia, passando por China, No acordo, está previsto o alarga-
obedecer a formatos de dimensões relativamente padronizadas A Microsoft sempre defendeu o Grécia e Austrália. mento deste tipo de acesso a outros
(mas que, ainda assim, têm continuado a conseguir conter cada carácter totalmente fechado do seu Mediante a adesão a este pro- profissionais da administração pública
vez mais transistores para maior resolução). O resultado desta código-fonte como forma essencial de grama, as autoridades governamen- que necessitem de conhecer o código e
corrida aos pixels nem sempre tem sido a melhor. Por exemplo, proteger a sua propriedade intelectual. tais asseguram a possibilidade de se submetam ao mesmo processo de
alguns dos circuitos com maior número de pixels sofrem Mas, por um lado, os acederem ao código- validação e de assinatura pessoal de
também de maior nível de “ruído electrónico”, que degrada paladinos do “software” RUI JORGE CRUZ fonte de versões actuais um contrato de confidencialidade — o
a qualidade da imagem, em especial sob condições de fraca de código-fonte aberto dos sistemas operati- qual obriga a que, no prazo de um ano
luminosidade. A razão é que quanto mais pequenos são os — o chamado “open source software”, vos Windows — entre as quais, do após o último acesso ao código-fonte
pixels, de mais luz precisam para serem “activados”. que é publicamente acessível a progra- Windows 2000, do Windows XP e do em causa, esses mesmos tecnólogos
Os apaixonados da fotografia analógica queixam-se também madores e quaisquer entidades — e, por Windows Server 2003, os de maior não desenvolvam código similar para
de que, nas máquinas digitais, a gama dinâmica é menor do outro, muitos especialistas de segurança relevância para as operações mais outras entidades nem possam traba-
que aquela a que estavam habituados no filme — por exemplo, privados e públicos desde há tempos sensíveis na administração pública lhar para empresas concorrentes da
com uma máquina digital é difícil combinar, numa mesma que têm vindo a pôr em causa o direito —, para além de versões beta e “ser- Microsoft. ●
imagem e sem degradação, zonas muito claras com outras reivindicado pela Microsoft a guardar
muito escuras. O resultado prático costuma ser, por exemplo, o conhecimento do seu código-fonte
ou céus muito “deslavados” ou áreas de sombra muito escuras apenas para si (ver artigos na pág. 7). Autoridades portuguesas promovem
e com pouco detalhe. A abordagem da Fujifilm, que é também E o mais importante argumento
um dos dois principais fabricantes de filme fotográfico, foi usar o reside na seguinte suposição: se os utilização do ‘software’ dito aberto
mesmo tipo de princípios que já aplicara antes às suas películas. programadores mal-intencionados
No sensor Super CCD SR II, usado na Fujifilm FinePix S3 Pro — sejam eles “hackers” desejosos de Realizar-se-á no próximo dia 29, tipo de “software” na administração
(a ser apresentada nesta semana), o CCD está especialmente fama e proveito rápido, malfeitores no Auditório do Núcleo Central do pública, sublinhamndo também a
concebido para suportar e captar situações extremas de comuns ou criminosos do tipo ter- Taguspark, nos arredores de Lisboa, UMIC a importância da auscultação
luminosidade. Cada elemento de captação de luz é constituído, rorista — conseguirem penetrar no um “workshop” organizado com “às posições do mercado”, num
na realidade, por dois díodos, de dimensões desiguais: o maior código-fonte da Microsoft, ficarão em o o objectivo de “dar a conhecer painel em que participarão
permite captar mais luz e, portanto, preservar melhor o detalhe vantagem face àqueles que cuidam as melhores práticas nacionais representantes da Microsoft, da
das zonas de sombra ou de menor iluminação; o mais pequeno, da segurança e da integridade dos e internacionais na utilização de PrimaveraSoft, da IBM e da editora
pelo contrário, não se deixa activar senão pela luz de maior sistemas de informação tanto das ‘software’ aberto, divulgar soluções da Caixa Mágica, uma das poucas
intensidade. Dentro da máquina, um processador de tratamento empresas como da administração baseadas em ‘software’ aberto distribuições de Linux desenvolvidas
de imagem combina as provenientes de cada par de díodos, pública — em particular, dos sistemas na administração pública, bem em português.
conseguindo assim obter o melhor de cada um deles. de informações (vulgo “intelligence” ou como, a discussão de vantagens A UMIC afirma que esta sua iniciativa
O resultado assim conseguido evita aos fotógrafos terem que de espionagem) de cada país. e desvantagens face à utilização se enquadra “no Plano de Acção para
fazer este tipo de operação de forma manual, em programas Daí que, no contexto do referido de ‘software’ proprietário”. A o Governo Electrónico (Resolução do
de tratamento de imagem. Estes sensores já nas suas iterações Government Security Program, a iniciativa é da Unidade de Missão Conselho de Ministros n.º 108/2003,
anteriores se haviam destacado por serem capazes de reproduzir Microsoft tenha encetado um processo Inovação e Conhecimento (UMIC), de 12 de Agosto), em que se prevê
cores com grande fidelidade e, em geral, gerarem imagens com de concessões às autoridades governa- a entidade governamental a quem a optimização do uso do ‘software’
um baixo nível de “ruído”. mentais ou equiparáveis, no sentido de cabe promover a sociedade da na administração pública” —
A FinePix S3 Pro, uma máquina baseada num sensor de 12,34 — sob condições bem definidas e envol- informação em Portugal. realizando-se ela, por coincidência,
megapixels (na prática, 6,17 de alta sensibilidade mais 6,17 de vendo responsabilização não só institu- A conferência contará com oradores alguns dias após o Parlamento
baixa), é ansiosamente aguardada para se poder comparar cional como individual — proporcionar de organismos públicos e privados ter aprovado um projecto de
os resultados obtidos pelo seu sensor com os resultantes de o acesso ao código-fonte dos Windows. de Portugal e de Espanha, entre os resolução do PCP que recomenda
conceitos mais tradicionais. E mesmo que perca no capítulo Em Portugal, desde Junho deste quais um representante da Comissão ao Governo a tomada de medidas
da resolução face às propostas de topo (que já excedem os ano que dois engenheiros da Unidade Europeia, Tiziana Arcarese, que irá para desenvolver a aplicação de
16 megapixels na máquina mais cara da Canon), ainda assim o de Missão Inovação e Conhecimento apresentar a posição deste órgão “software” livre na administração
Super CCD SR II obedece a princípios interessantes, que deveriam (UMIC) passaram a poder consultar comunitário face à utilização de pública. Este projecto obteve os
merecer a atenção dos outros fabricantes de sensores ● o código-fonte dos sistemas operativos “software” dito aberto. votos favoráveis das bancadas da
da Microsoft, no âmbito da adesão ao Num dos painéis serão apresentados esquerda parlamentar e a abstenção
Tecpédia é uma enciclopédia em construção sobre a era digital GSP da empresa por parte do Governo quatro projectos de aplicação deste do PSD e do CDS-PP (ver pág. 7). ●
português (ver suplemento Computa-

computadores .4 S E G U N D A - F E I R A . 2 7 . S E T E M B R O . 2 0 0 4
Depois de enfrentar tribos canibais na Nova Guiné e de resolver os enigmas da Ilha
Escondida no Pacífico Sul, Corto Maltese faz escala em Portugal. Não perca o segundo
volume de “A Balada do Mar Salgado”, por apenas mais €4 com o PÚBLICO.

S E G U N D A - F E I R A . 2 7 . S E T E M B R O . 2 0 0 4 computadores .5
 ENCICLOPÉDIA COLABORATIVA E MULTILINGUE ULTRAPASSA O MILHÃO DE ARTIGOS
A veracidade discutível
da Wikipedia
O
QUE É O desenrascanço?
O termo é conhecido dos
portugueses mas nem
sequer surge nalguns
dicionários. Para a enci-
clopédia Wikipedia — gratuita e cola-
borativa, que pode ser consultada em
www.wikipedia.org —, é um termo que
exprime a capacidade de resolver um
problema sem ter as ferramentas ade-
quadas ou o conhecimento necessário
para o fazer, recorrendo a capacidades
imaginativas ou apli-
cando alguns conhe-
cimentos anteriores a
novas situações.
O exemplo visual
do típico desenrascanço
português é dado por
uma imagem em que
dois homens seguram
um terceiro, debruçado
de uma janela para
consertar um aparelho
de ar condicionado.
“Muitos portugueses
acreditam fortemente
ser uma das suas
virtudes mais valo-
rizadas e parte da sua cultura” mas
não exclusiva, explica a enciclopédia,
apresentando o herói da série televisiva
norte-americana “MacGyver” como um
outro exemplo.
A Wikipedia dá ainda o exemplo
da empresa alemã Siemens, que ins-
talou empresas em Portugal devido às
características dos nacionais — porque,
“enquanto um alemão desiste quando
defronta uma dificuldade, um portu-
guês trabalha até a ter resolvida”.
Ora impõe-se a pergunta: qual a
veracidade e a fiabilidade deste tipo
de considerações numa enciclopédia
escrita a milhares de mãos?
Esta é a questão que atravessa a
Wikipedia, um projecto colaborativo
que ultrapassou na semana passada o
milhão de artigos, segundo a Wikime-
dia Foundation. O projecto foi criado
em Janeiro de 2001 para desenvolver
uma enciclopédia “on-line” gratuita e
de conteúdos abertos, criados e actu-
alizados num processo
colectivo por milhares de PEDRO
voluntários — e hoje dis-
ponível em mais de 100 línguas e com
cerca de 2500 novos termos, acrescen-
tados diariamente.
Os seus conteúdos serão em breve
editados em formato de CD-ROM e
DVD, e o prazo previsto já foi alargado
para incluir o Wiktionary (dicionário e
“thesaurus”), o Wikiquote — compêndio
de citações —, o Wikibooks (manuais e
livros) e o Wikisource, para documentos
caídos no domínio público.
Em 14 das línguas disponíveis,
existem mais de 10 mil artigos, tendo
o inglês a liderança — com 343 mil
termos —, seguido do alemão (137 mil)
e do japonês (70 mil). O português conta
apenas com 15 mil artigos mas ainda à
frente do esperanto (14 mil artigos).
“A ideia de partilhar conhecimento
é poderosa”, afirma Jimmy Wales,
fundador do projecto, salientando que
todos os termos passam por um pro-
cesso em tempo real de “peer review”
(revisão efectuada por pares). Embora
pareça um projecto sem mácula, desde
computadores .6 S E G U N D A - F E I R A . 2 7 . S E T E M B R O . 2 0 0 4
o final de Agosto que se desenvolveu
uma discussão sobre os seus méritos,
depois de Susan Stagnitta, da biblio-
teca da Liverpool High School, ter
questionado a sua validade.
Stagnitta afirma que a usa como
“experiência de ensino” pela negativa,
porque esta enciclopédia ao estilo
“faça você mesmo” não merece grande
crédito quando comparada com outras
obras tradicionais. “A Wikipedia não
é uma fonte segura”, explicava Susan,
e “ela própria declara isto no seu sítio
na Web” — onde se refere que os
seus conteúdos não foram “necessa-
riamente validados por profissionais
competentes em áreas particulares de
conhecimento”.
A bibliotecária inglesa colheu o
apoio de vários intervenientes na
discussão. O autor do blogue “Many
2 Many”, por exemplo, salientou que
faltava a esta enciclopédia colaborativa
o que é normal nas tradicionais — “res-
ponsabilidade” — no sen-
FONSECA tido de dispor de editores
conhecedores para verifi-
carem potenciais erros. “Os artigos da
Wikipedia são escritos por alguém que
se imagina um especialista…”
Esta fragilidade é reconhecida por
pessoas como Michael Ross, vice-pre-
sidente da editora da “Encyclopaedia
Britannica”. Apesar de apreciar e dali
retirar algumas ideias para futuras
edições da sua própria enciclopédia,
Ross questiona como poderá ela ser
fiável quando “as pessoas podem
escrever o que querem”. A “Encyclo-
paedia Britannica”, por exemplo,
dispõe de 20 editores, apoiados por
2500 especialistas, que validam qual-
quer termo inserido na obra.
É precisamente nesta dicotomia
entre autoridade tradicional e criação
colectiva que as opiniões se dividem
quanto a este ponto. Enquanto “a
autoridade tradicional se ganha atra-
vés de uma combinação de talento,
trabalho árduo e políticas” — nome-
adamente de verificação árdua para
evitar erros —, a “Wikipedia e muitos
projectos de ‘open source’ ganham a
sua autoridade através do escrutínio
colectivo de milhares de pessoas”, em
que qualquer erro é detectado e poste-
riormente corrigido. Mas, ao fim e ao
cabo, qual será a mais fiável?
Um exemplo concreto é dado pelo
autor de um outro blogue, o “Freedom
to Tinker”, que tentou avaliar os conte-
údos de textos que conhecia razoavel-
mente bem (por exemplo, uma entrada
sobre a sua própria pessoa) e verificou
que o texto estava quase todo correcto
mas a sua data de nascimento errada.
Corrigiu-a, apesar de ser um “pouco
estranho editar uma entrada de enci-
clopédia sobre mim mesmo”.
Em meados de Setembro, um outro
ponto de vista surgiu vindo de um leitor
da edição electrónica de “The Register”,
sobre a relação entre as universidade e
as bibliotecas, “coisas físicas que reque-
rem espaços físicos” e por a polémica
ter sido levantada por uma bibliotecá-
ria: “Acabe-se com a biblioteca, dê-se
acesso ‘on-line’ completo a qualquer
livro alguma vez escrito [e] imagine-se
as consequências”.
Noutro sentido, também a “Online
Journalism Review” se intrometeu
na discussão, tentando perceber se
a Wikipedia é uma ferramenta a ser
usada por jornalistas. Mark Glaser
explicava que “um jornalista pode
acreditar em parte ou mesmo em
muitos dos conteúdos da Wikipedia
mas que deverá prevalecer a verifi-
cação da informação”. No entanto,
dava um exemplo da rapidez com que
a comunidade que cuida da Wikipedia
resolve os erros: Alex Halavais, pro-
fessor da Buffalo’s School of Informa-
tics, inseriu 13 entradas incorrectas
na Wikipedia, as quais foram corrigi-
das no prazo de horas,.
A rapidez na resolução dos erros,
como refere aquele professor, poderá
dever-se a ele não ser “uma fonte
fiável” e que, descoberto um erro, as
suas outras entradas deverão ter sido
verificadas. No entanto, o responsável
do blogue “Dispatches from the Frozen
North” inseriu cinco erros em entradas
menos visitadas e nenhuma delas foi
detectada durante seis dias — ao fim
dos quais ele próprio as corrigiu.
Qual a solução para estes casos?
Para Jimmy Wales, o referido fundador
do projecto Wikipedia, citado pelo jornal
norte-americano “Washington Post”, “o
mais interessante numa comunidade é
que ela cresce naturalmente” e, assim,
“quanto mais gente for a este sítio na
Web e causar problemas, mais pessoas
teremos para os resolver”. ●
 APDSI APRESENTOU ESTUDO SOBRE ‘SOFT WARE’ DE CÓDIGO-FONTE ABERTO dica

O ‘open source’ Libertar espaço

no disco rígido

como alternativa
O
“OPEN SOURCE” — termo “software” de código-
utilizado para referir fonte aberto pode ser
o “software” de código- totalmente inspeccio-
fonte aberto, a que se nado quanto às suas
pode aceder para o características e fun-
melhorar ou adaptar a necessida- cionalidades, “o que
des específicas — constitui, para as constitui um factor a
empresas e para os organismos da considerar para a sua
administração pública, uma alter- adopção”.
nativa que não deverá ser esquecida Uma das prin-
(ver caixa). Essa foi uma das conclu- cipais conclusões
sões da conferência organizada, na deste estudo é que
semana passada, pela Associação o “open source”
para a Promoção e o Desenvolvimento deverá ser encarado
da Sociedade da Informação (APDSI), “pelo menos, em pé
onde se procurou analisar “de forma de igualdade com o
fundamentada, objectiva e desapaixo- ‘software’ proprie-
nada” a questão do “open source”. tário” — designação
A conferência organizada pela por que é geralmente
APDSI teve como objectivo a referido o “software”
apresentação de um estudo por si desenvolvido por uma Durante a sua execução, um sistema operativo como
elaborado sobre “open source”. Luís cada vez menos verdade que não empresa e por esta registado como o Windows utiliza muitos ficheiros com objectivos
Arriaga da Cunha, coordenador do exista suporte para o ‘open source’, propriedade intelectual, sendo por- específicos, que guarda em seguida numa pasta
grupo de trabalho que realizou o pois começa a haver suporte técnico tanto um exclusivo seu. concebida para ficheiros temporários. Mas também
estudo, explicou que este procu- que dá garantias”, adiantou o coor- O estudo promovido pela APDSI algumas aplicações que lhe estão associadas — como
rou identificar as oportunidades denador do grupo de trabalho, para contou com a participação de várias o Internet Explorer — guardam ficheiros temporários
proporcionadas pelo “open source”, quem a opção pelo “software” de entidades, como a Convex, a IBM, a em pastas próprias. E o mesmo faz a generalidade
bem como referir algumas das suas código-fonte aberto deve ser avaliada Quidgest, a SAP, a Sun, a Univer- dos programas de outras empresas, para além da
vantagens e as soluções existentes. como qualquer outra, de acordo com sidade de Évora, a Universidade do Microsoft, e que correm no Windows.
“Cerca de 10 por cento das as funcionalidades do “software”, as Minho e a WeDo Consulting. Composto A acumulação deste tipo de ficheiros poderá levar
empresas não tem qualquer conhe- questões de segurança e o respectivo por seis capítulos, o trabalho aborda a um “consumo” excessivo de espaço em disco, que,
cimento sobre ‘open source’”, disse apoio e manutenção. aspectos como os mitos e receios em quando se trabalha com ficheiros muito pesados
Luís Arriaga da Cunha, referindo Perante diversos responsáveis pela torno do “open source”, as respectivas — como filmes ou imagens de grande dimensão, por
que começa a existir “um modelo de área das tecnologias de informação e vantagens e debilidades, as estraté- exemplo —, impede o Windows de funcionar como
negócio sério e sustentável” baseado comunicação de empresas ou organis- gias de adopção e várias experiências deve. Uma das consequências típicas é o sistema não
no “software” de código-fonte aberto. mos da administração pública, alguns de utilização. Em apêndice, são ainda poder criar, no disco rígido, o ficheiro de paginação
Tal como no estudo “Open Source dos autores do estudo procuraram referidas algumas soluções de “open da memória virtual com a dimensão necessária para
Software – Que Oportunidades para abordar as questões mais controver- source” disponíveis. o processamento dos ficheiros solicitados ou criados,
Portugal?” (que a APDSI acaba de sas em torno do “open source”. Luís “Em Portugal, segundo estudos levando à interrupção da execução dos respectivos
publicar), procurou-se desmistifi- Arriaga da Cunha referiu que, por recentes, uma maioria bem superior programas.
car na conferência algumas ideias ser dado acesso ao código-fonte, o a 50 por cento das empresas admite Por estas razões, dever-se-á — de tempos a tempos
existentes acerca do “open source”. “software” que se enquadra no con- ter conhecimentos escassos sobre o — reduzir o número de ficheiros no disco ou criar mais
Muitas dessas ideias ceito de “open source” tema”, lê-se no trabalho da APDSI, espaço livre, isto sem prejudicar os programas. Para o
estão relacionadas I S A B E L G O R J Ã O SANTOS é bastante adaptável onde é destacado o facto de o “open fazer, deve-se utilizar um utilitário do próprio sistema
com o preço e com o e “inspeccionável”. No source” constituir uma realidade operativo chamado Limpeza do Disco.
suporte técnico dado aos sistemas entanto, disse, “a mudança de outros incontornável, que vem ampliar o Para aceder à funcionalidade Limpeza do Disco, clica-
baseados em “open source”. sistemas para sistemas de ‘open leque de alternativas às soluções se em Iniciar, aponta-se para Todos os Programas,
A este respeito, Luís Arriaga source’ deverá ser gradual”. existentes — “contribuindo, deste depois para Acessórios — e, dentro destes, para
da Cunha salientou que o “open Dando como exemplo áreas da modo, para os princípios saudáveis Ferramentas do Sistema; em seguida, escolhe-se
source” tem custos, até porque, administração pública — como a da concorrência no mercado com Limpeza do Disco. Isto faz abrir primeiro uma pequena
“pelo menos, tem que contar-se com defesa ou a segurança —, o coorde- base numa ética correcta e trans- janela com uma barra de progressão, que acompanha
a manutenção”. Por outro lado, “é nador deste estudo salientou que o parente”. ● a verificação do disco à procura de ficheiros que
possam ser eliminados sem afectar o sistema ou os
programas. Terminada a verificação, surge uma outra
Parlamento aprovou projecto do PCP janela (como a que se pode ver na figura).
para aposta do Estado no ‘software’ livre Em regra, o programa faz a listagem dos espaços
em disco ocupados pelos seguintes items: ficheiros
A maioria parlamentar PSD/CDS-PP viabilizou na passada nossas preocupações”, disse Gonçalo Capitão, defendendo temporários da Internet; programas transferidos
quinta-feira um projecto de resolução do PCP que reco- que “o acesso ao código-fonte de um programa é importante (controlos ActiveX e aplicações Java transferidos da
menda ao Governo a tomada de medidas para desenvolver nalgumas situações”. Internet); ficheiros existentes na Reciclagem; ficheiros
a aplicação de “software” livre na administração pública. O O deputado Carlos Zorrinho, do PS, defendeu que o projecto temporários do Windows; ficheiros antigos que não
projecto obteve os votos a favor das bancadas da esquerda do PCP era “oportuno” e frisou que o incentivo ao desenvol- são utilizados há bastante tempo e que podem ser
parlamentar e a abstenção do PSD e do CDS-PP. vimento do “software” livre é “uma opção de estratégia”. Fran- comprimidos; componentes do Windows que já não
O deputado social-democrata Gonçalo Capitão justificou cisco Louçã, do BE, considerou que o PCP — embora tivesse são utilizados; programas instalados que já não são
a viabilização da proposta do PCP dizendo que “é como o votado contra o projecto do seu partido no ano passado —“vai utilizados.
Melhoral: não faz bem nem faz mal” — posição contrariada no bom caminho”. A listagem que é apresentada na janela mostra, à
pelo deputado comunista Bruno Dias, que classificou a apro- O PCP apresentou ainda a debate um outro projecto, que reco- direita, o espaço ocupado em disco por cada um dos
vação do projecto como “uma grande vitória” para o desen- mendava ao Governo que votasse contra a patenteação de items. Marcando a caixa de verificação à esquerda dos
volvimento e, segundo a Lusa, defendeu que o Governo deve invenções para programas informáticos no próximo Conselho items, escolhe-se quais os que deverão ser aplicados,
tomar a iniciativa de promover o desenvolvimento deste Europeu — o qual seria rejeitado pela maioria PSD/CDS-PP aparecendo por baixo a quantidade total de espaço
tipo de “software” na administração pública como forma de mas obtido os votos favoráveis dos partidos de esquerda. O que será ganho em disco.
estimular a inovação. deputado Campos Ferreira, do PSD, admitiu a necessidade de O item Comprimir Ficheiros Antigos apresenta
O debate parlamentar sobre este diploma acabou por se cingir se estudar o que deve ou não ser patenteado no domínio das um botão Opções, que faz abrir uma outra janela
a um diálogo, muitas vezes técnico, entre o deputado do PSD aplicações mas defendeu que, nalguns casos, a patenteação onde se pode definir o número de dias ao fim dos
Gonçalo Capitão e o deputado do PCP Bruno Dias. Gonçalo (que implica o pagamento de licenças a quem comprar os quais, automaticamente, o Windows irá comprimir
Capitão lembrou que, no ano passado, já tinha havido um programas) é essencial para estimular a inovação. O deputado os ficheiros que não foram acedidos durante esse
debate sobre o assunto, por iniciativa do Bloco de Esquerda do CDS-PP Miguel Paiva, por seu lado, criticou a proposta período. Os ficheiros não são apagados mas, sim,
(BE), em que a maioria rejeitara o projecto bloquista por ser comunista argumentando que ser contra a possibilidade de comprimidos de modo a ocuparem menos espaço em
contra a “obrigatoriedade e exclusividade” de utilização do se patentear invenções neste campo “é rejeitar a propriedade disco. ● JOSÉ DOUTIL
“software” livre.“Agora, o PCP acabou por vir ao encontro das intelectual”. ● I.G.S.

S E G U N D A - F E I R A . 2 7 . S E T E M B R O . 2 0 0 4 computadores .7
 virose
Dia 27

OS VÍRUS DA SEMANA
W97M/Trugbar.a, W97M/Alamat, VBS/
Gaggle@MM, WM/MDMA.C;D;H, WM/
Código explora falha relativa a formato JPEG HELPER.F;G;H, W97M/Jackal.A

A semana que passou mostrou-se invulgarmente calma no que diz Dia 28

respeito ao surgimento de novos vírus e “worms”, pois os poucos WM/Eraser.B;C:Tw, WM/MDMA.C;D;H,
VBS/Gaggle@MM, W97M/Clave.a, W97M/
que apareceram foram, de um modo geral, classificados pelas
Alamat, W97M/Ekiam, W97M/Este, VBS/
empresas de “software” antivírus como de perigosidade baixa. Em
Baracu.A@mm
contrapartida, o perigo (de que fizemos eco na anterior em computadores
Virose) de exploração da falha na forma de lidar com os potencialmente Dia 29
ficheiros em formato JPEG por parte do Windows e vulneráveis VBS/San@M, W97M/Alamat, W97M/
de outros produtos da Microsoft está cada vez mais a falhas do Beko.a@MM, VBS/Gaggle@MM, W97M/
próximo. Isto porque, na quarta-feira passada, foram Windows. Bablas.aj, VBS/Valentin@MM, WM/
tornadas públicas linhas de código que permitem, Num exemplo MDMA.C;D;H
precisamente, fazê-lo — o chamado código “proof recente, esse “link”
of concept”. direccionava o Dia 30
Segundo alguns especialistas em utilizador para o WM/MDMA.C;D;H, Tribute.A;B, W97M/
segurança, dentro de poucos dias domínio www. xcelent.biz Jackal.A, AOS.A, W97M/Fifteen.a, VBS/
poderão surgir vírus e “cavalos de (com espaço, tal como Gaggle@MM, W32/Urick@MM, FHD.A,
Tróia” baseados neste código. Há pouco aqui se escreve), de onde X97M/Clonar, W97M/Alamat, VBS/
tempo, passou-se o mesmo com os “worms” era automaticamente Loveletter.ar, XM/Laroux.IC, X97M/Anis
Sasser e Blaster, surgindo exemplos de código descarregado código que
utilizado depois na sua criação com a antecedência explora a falha no DragDrop JavaScript. Esta Dia 1
de dois e nove dias, respectivamente. Torna-se, pois, imperioso que é uma falha do Internet Explorer, que permite descarregar e executar VBS/Aqui, W97M/Alamat, W97M/Ekiam,
todos os utilizadores do Windows actualizem os seus computadores, um ficheiro .exe sem o conhecimento do utilizador. Entre outras VBS/Alphae, VBS/Zync, W97M/Kolop,
aplicando o “patch” disponibilizado pela Microsoft para colmatar acções, desta maneira pode converter-se os computadores pessoais VBS/Bhong, VBS/LoveLetter.bi, W97M/
Jany.a, W97M/Change.A, X97M/Hopper.r,
aquela falha. dos utilizadores em novos difusores de “spam”.
VBS/Count, W97M/Tarap, W97M/Bablas.aj,
Relembramos que esta empresa disponibilizou também uma
W32/PetLil@MM, JS/Gigger.a@MM,
ferramenta especial de detecção dos programas — para além do Symantec revela falhas em produtos seus
W97M/Shore.p, WM/CVCK1.B;E, Tribute.A;B,
próprio Windows — que poderão ser afectados por esta falha e que, A Symantec divulgou na quinta-feira passada a descoberta de uma Acid.A (intended), WM/Theatre.A, WM/
portanto, precisam de ser actualizados. série de falhas de segurança nos seus produtos de “firewall” e de BADBOY.A;B;C
“gateway” que os tornam vulneráveis a ataques do tipo “denial-of-
Perigos do ‘click here’ service” (DoS). Dia 2
Grande parte das mensagens de correio electrónico do tipo “spam” As “firewalls” são vulneráveis a três tipos de ataques: um intruso pode Flip, WM/Helper.C;D;E, WM/Alliance.A,
incluem uma ligação identificada com uma frase do tipo “click here to desencadear um ataque do tipo “denial-of-service”, identificar serviços VBS/Baracu.A@mm, W97M/Jany.a, W97M/
remove” — que deveria servir para eliminar o endereço do utilizador na interface de rede WAN ou alterar a configuração da “firewall”. Os Alamat, VBS/Aqui, W97M/Trugbar.a
da base de dados utilizada pelo remetente. “gateways” só são vulneráveis aos dois últimos.
Segundo alguns especialistas de segurança, este “link” não é usado Os produtos afectados são os Symantec Firewall/VPN Appliance 100, Dia 3
para o fim declarado mas, sim, para confirmar, junto do remetente, 200 e 200R, bem como o Symantec Gateway Security 320, 360 e 360R. VBS/Aqui, W97M/Alamat, WM/
que o endereço em causa existe e recebeu a mensagem. Mas ele A empresa já disponibilizou uma actualização do “firmware” para esses HELPER.F;G;H, WM/Eraser.A:Tw
também pode servir para descarregar código “mal-intencionado” produtos. ● JOSÉ DOUTIL

.com

Yahoo Compra Musicmatch
A Yahoo anunciou a aquisição da Musicmatch, uma empresa
que proporciona o acesso “on-line” a conteúdos musicais. O valor
do negócio será de 160 milhões de dólares e reflecte a aposta
da empresa detentora do portal com o mesmo nome — um dos
mais utilizados na Web e dos poucos grandes que sobreviveram
à derrocada das “dot-com” — na resposta à procura crescente
de utilizadores dispostos a comprar músicas na tecnologias
de Internet. A Yahoo fica, assim, em melhores condições para
concorrer com empresas como a Apple (com o seu iTunes),
a RealNetworks e a nova Napster. A Musicmatch, cuja sede
é em San Diego, no estado norte-americano da Califórnia,
proporcionará à Yahoo dois novos recursos: uma loja “on-line”
de música capaz de vender trechos musicais individuais a 99
cêntimos de dólar cada; e uma aplicação muito apreciada pelos
utilizadores para a gestão e “arrumação” das músicas em formato
digital nos seus computadores. Considerada uma “jukebox”
digital e “on-line”, a Musicmatch tem o seu serviço disponível em
nada menos que dez línguas (o que lhe confere um potencial de
actuação global bem considerável) e dispõe, nos seus catálogos,
de cerca de 700 mil títulos. Por outro lado, disponibiliza um
serviço que, a troco de 8 dólares mensais, permite aos seus
já 225 mil subscritores escutarem qualquer música a pedido
através da Internet, sem limite do número de pedidos. ●
Reditus voltou aos lucros
A Reditus apresentou recentemente os seus resultados
referentes ao primeiro semestre do ano fiscal em curso, os
quais patenteiam um lucro semestral de 767,9 milhares
de euros (que deverão ser comparados com um prejuízo
de 2100 milhões de euros em igual período de 2003) e
proveitos operacionais de 9 milhões de euros. No final do ano
passado, a Reditus e a ParaRede assinaram um acordo para a
prossecução de projectos comuns, no âmbito do qual cada
uma das partes esperava conseguir acréscimos de facturação
da ordem dos 5 milhões de euros a partir de 2005. Uma das
faces visíveis deste acordo foi o contrato com a Companhia
de Seguros Tranquilidade para a digitalização do arquivo de
todas as apólices presentes e futuras dos clientes. Em carteira,
a parceira tem perto de 2,5 milhões de euros — afirmou o
presidente da Reditus, Moreira Rato, que adiantou que, até
ao final do ano, serão anunciados mais negócios conjuntos. A
parceira com a ParaRede representou 6 por cento das receitas
da Reditus no semestre. Quanto à consolidação no sector
e a um eventual reforço da Reditus na ParaRede, o gestor
disse apenas que “todas as opções estão em aberto, mas
nada está falado nesse sentido”. O acordo com a ParaRede
incluiu a compra de 4,9 por cento do seu capital pela Reditus
— que, entretanto, foi diluída no aumento de capital daquela
empresa tecnológica, reduzindo a participação da Reditus
para 2,1 por cento. ●
ParaRede lucra 1,32 milhões…
A ParaRede, por seu lado, anunciou lucros de 1,32 milhões
de euros no primeiro semestre deste ano face aos prejuízos
de 8,57 milhões de euros em igual período de 2003
— anunciou a empresa na passada semana. Esta evolução
foi explicada sobretudo por um aumento de 62 por cento
nas receitas consolidadas, para 16,2 milhões de euros. “O
objectivo estratégico de crescimento de 30 por cento ao
ano encontra-se, decorridos seis meses, perfeitamente ao
alcance de ser atingido ou mesmo superado”, declarou a
ParaRede em comunicado enviado à Comissão do Mercado
de Valores Mobiliários (CMVM). O presidente da empresa,
Paulo Ramos, disse que, à luz dos critérios do International
Financial Reporting Standards (que as sociedades cotadas
em bolsa terão de usar a partir de 1 de Janeiro de 2005), os
lucros ascenderiam a 2,97 milhões de euros. O “cash flow”
operacional (EBITDA) foi positivo em 1,2 milhões de euros e
a margem de EBITDA subiu para 7,3 por cento. Paulo Ramos
destacou que as vendas de tecnologias próprias mais do que
duplicaram no primeiro semestre, atingindo 2,32 milhões de
euros e representando já 14,4 por cento das vendas totais,
pretendendo a empresa continuar a reforçar a componente
das tecnologias próprias no volume de negócios. As receitas
internacionais representaram 4,9 por cento da facturação da
ParaRede no mercado angolano, onde deu “passos bem mais
rápidos” do que o esperado. ●
… e quer comprar 2 ou 3 empresas
Entretanto, Paulo Ramos disse que o grupo está em
negociações avançadas para aquisição, a curto prazo, de duas
ou três empresas que operam no mercado português. Na
conferência de imprensa para apresentação dos resultados
da empresa, Paulo Ramos afirmou que o grupo quer ser
a primeira empresa nacional no sector de tecnologias da
informação através de um crescimento orgânico mas também
da aquisições de outras empresas. O presidente da ParaRede
e o administrador executivo Pedro Rebelo Pinto salientaram
que as aquisições terão sempre como preocupação manter
o rácio de endividamento da empresa dentro de níveis
saudáveis, complementando produtos e competências, sem
pôr em causa o “cash flow” gerado. Rebelo Pinto admitiu
que as aquisições podem ser financiadas de diferentes
formas (incluindo o recurso ao mercado) mas sublinhou
que o aumento de capital “não está nas perspectivas
mais imediatas”, porque foi recentemente aumentado.
Paulo Ramos disse que as empresas a adquirir deverão
ser capazes de gerar valor imediato para os accionistas da
ParaRede, com competências fortes em determinadas áreas
tecnológicas, com boa estrutura de capitais e rentáveis, com
complementaridades ao nível da carteira de produtos ou
de serviços — a ParaRede precisa de dimensão para poder
competir com as empresas multinacionais nos grandes
projectos de tecnologia em Portugal. ●
Alcatel e Motorola na Áustria
A Áustria adjudicou na passada semana à Alcatel e à
Motorola a implantação do Digitalfunk BOS Austria, um
sistema nacional de telecomunicações e de geolocalização,
conforme anúncio do Ministério do Interior em Viena. Os
dois fabricantes de equipamentos ganharam uma segunda
ronda do concurso com um valor de 133 milhões de euros;
a primeira — em que o vencedor fora o consórcio Master
Talk, formado pelo grupo alemão Siemens e pelo próprio
município de Viena — foi anulada devido a problemas
técnicos e a atrasos no cumprimento do calendário
estipulado. A rede a ser montada foi concebida para ser
usada por múltiplas entidades oficiais austríacas (entre as
quais, a polícia, os bombeiros e a protecção civil), integrando
1300 pontos fixos e 22.500 pontos móveis, e tendo que estar
totalmente operacional em 2009. Os primeiros ensaios dos
componentes digitais desta rede — assenta na norma de
telecomunicações Tetra, desenvolvida pela Motorola — foram
já realizados e mostraram resultados satisfatórios, conforme
fez saber o porta-voz do Ministério do Interior austríaco,
citado pela agência AFP. ●

computadores .8 S E G U N D A - F E I R A . 2 7 . S E T E M B R O . 2 0 0 4
 SAGEM LANÇOU ECRÃ GIGANTE PARA O LAR BASEADO EM TECNOLOGIA DIGITAL
50 polegadas no Axium
A
SAGEM ANUNCIOU, ainda no
início do Verão, o Axium
um ecrã plano de grandes
dimensões destinado ao seg-
mento do «cinema em casa»
(o chamado «home cinema»). Segundo a
empresa, do mesmo grupo que o opera-
dor francês de telecomunicações com o
mesmo nome, o Axium assenta na tec-
nologia DLP (completamente digital),
aliando a qualidade de imagem a uma
dimensão “impressionante” — a que
não é estranho o milhão de pixels por
cada cor — para aquilo que são os ecrãs
disponíveis para o mercado doméstico
sem contar com os de plasma: uma
diagonal de 127 centímetros (ou 50
polegadas).
Nos dispositivos com tecnologia
DLP, existe um ponto central do sis-
tema que é uma matriz de 1 milhão
de micro-espelhos, que podem rodar
independentemente. Cada espelho
corresponde a um ponto (ou pixel) da
imagem. A matriz, com cerca de 0,3
polegadas quadradas (mais ou menos
2 cm quadrados), é iluminada por
uma luz e a imagem no ecrã é criada
pela matriz ao “inclinar” cada espelho
— que pode mudar de posição até 5
mil vezes por segundo e cuja dimensão
equivale a um quinto da largura de um
cabelo humano.
A tecnologia DLP, completamente
digital, proporcionará maior garantia
de precisão e estabilidade —, para
além de maior longevidade da quali-
dade, pois a matriz de micro-espelhos
é exclusivamente reflectiva e, por isso,
imune ao calor.
A razão de aspecto do Axium é de
16:9, a sua luminosidade é de 500 cd/
m2 — «que possibilita a sua utilização
CENTRO ATLÂNTICO LANÇOU LIVRO SOBRE LEGISLAÇÃO RESPEITANTE ÀS TIC
‘Cyberlaw em Portugal’
O
TÍTULO QUASE diz tudo
— “Cyberlaw em Portu-
gal – O Direito das Tec-
nologias de Informação e
Comunicação” — acerca
do livro lançado, na passada quinta-
feira, pela editora Centro Atlântico.
Da autoria dos magistrados António
Lourenço Martins e José Garcia Mar-
ques, e do advogado Pedro Simões
Dias, a obra aborda temas que vão
da regulação do mercado das tecno-
logias de informação e comunicação
(TIC) às questões da propriedade
intelectual ou da privacidade, pas-
sando pelas transacções electrónicas
e pela criminalidade informática.
Ao longo de 495 páginas e de sete
capítulos, os autores procuram expli-
car os mais diversos aspectos relacio-
nados com a legislação na área das
tecnologias de informação e comu-
nicação. Aliás, este trabalho resulta
de uma monografia elaborada pelos
autores sobre “legislação cibernética”
para publicação na “International
Encyclopedia of Laws”, da Kluwer
Law International. Mais tarde, esse
trabalho seria ampliado com alguns
dados relativos a Portugal.
Numa introdução geral, o leitor
encontra alguma informação sobre
Portugal, nomeadamente a relativa
a infra-estruturas de telecomunica-
ções, ao mercado das TIC, ao comér-
mesmo num ambiente muito luminoso»,
também porque tem propriedades anti-
reflexo — e um contraste de 2000:1 (o
que, segundo o fabricante, resulta em
pretos mais intensos, cores mais vivas
e maior percepção da profundidade da
imagem).
Em termos de resolução de imagem,
ela é de 1280 x 720 pixels) e
a sua nitidez bene-
ficia ainda de um
processamento de
«aperfeiçoamento
de imagem digital
da Sagem e do
Faroudja DCDi».
Com um
«design» que aposta
em linhas direitas
e simples, o Axium
(que dispõe de um
móvel opcional)
pesa 40 quilogramas,
sendo a sua profundi-
dade de apenas 37 cm e
a altura de 90 cm.
As interfaces do
Axium incluem nove
conectores de vídeo
— três conectores «scart»
que incluem dois RGB,
dois YUV, dois CVBS e
dois S-vídeo —, dois sin-
tonizadores, uma saída
de «Hi-Fi», uma saída de
«sub-woofer», duas entradas para sinal
de vídeo de PC (RGB analógico e DVI
digital). Tem ainda a possibilidade de se
ligar a nove periféricos em simultâneo,
como um leitor de DVD, uma «set-top
box», um leitor de vídeo, uma consola de
jogos, um videogravador de alta resolu-
ção, uma câmara de vídeo, etc.
cio electrónico e à disponibilização
de serviços através da Internet por
parte da administração pública, o
chamado E-government.
A primeira parte da obra aborda
os aspectos relacionados com a regu-
lação do mercado das TIC. A articu-
lação entre a legislação portuguesa
e a regulamentação comunitária, a
regulamentação do uso das técnicas
criptográficas e a resolução extraju-
dicial de litígios no sector
das TIC são alguns dos
temas desenvolvidos no
capítulo inicial.
A produção da pro-
priedade intelectual no
sector das TIC é o tema
da segunda parte da obra
— onde se encontra infor-
mação, por exemplo, sobre
a protecção jurídica das
bases de dados e o registo
de nomes de domínio na
Internet. Os contratos na
área das TIC, relativos a
“hardware”, “software” ou
manutenção, são tema de um outro
capítulo, ao qual se segue uma parte
dedicada às transacções electrónicas,
com os aspectos legais ligados à activi-
dade bancária electrónica, o estatuto
legal das transacções electrónicas e os
aspectos ligados à protecção dos con-
sumidores de serviços electrónicos.
S E G U N D A - F E I R A . 2 7 . S E T E M B R O . 2 0 0 4
Segundo a empresa, o utilizador
pode visualizar dois conteúdos ao
mesmo tempo — por exemplo, um pro-
grama de televisão no lado esquerdo do
ecrã e um filme em DVD no lado direito
— mas também a diferentes programas
televisivos graças ao sintonizador duplo
integrado no Axium.
Sendo a razão
de aspecto do
Axium de 16:
9, o utilizador
pode configurá-
lo para obter
sete formatos
de imagem
— 4/3, 16/9,
14/9, cinema,
legenda,
«scope» e “Investing in IT: Improving Efficiencies While Driving
«esticado» —,
cinco modos
de controlo
de imagem
(incluindo
um modo de
utilizador e
quatro modos
pré-definidos),
seleccionar
fontes, etc. Os
modos Picture
In Picture
(PIP) e Pic-
ture And
Picture (PAP)
são ainda outras
possibilidades.
O Axium, da Sagem, foi apresen-
tado com um preço de venda ao público
recomendado de 3490 euros (IVA inclu-
ído), provavelmente o único aspecto
“negativo” deste ecrã. ● RUI JORGE CRUZ
A responsabilidade civil extra-
contratual — nomeadamente, dos
operadores de rede e dos fornecedo-
res de acesso à Internet — é outro
dos temas a que os autores dedica-
ram uma parte do livro, à qual se
segue um capítulo sobre protecção da
privacidade, onde é explicada a legis-
lação existente e abordada também a
protecção da privacidade na área das
telecomunicações. Criminalidade
informática é o título da
última parte da obra,
onde são referidas a Lei
de Protecção de Dados
Pessoais, o Código Penal
e a Lei nº 109/91 de 17 de
Agosto (Lei da Criminali-
dade Informática).
António Lourenço
Martins é magistrado do
Ministério Público e juiz
de direito, José Garcia
Marques é delegado do
procurador da República
e juiz de direito, e Pedro
Simões Dias é mestre
em Ciências Jurídico-Criminais pela
Faculdade de Direito da Universidade
Clássica de Lisboa e ainda membro da
secção de Direito das Novas Tecno-
logias e do Comércio Electrónico na
Ordem dos Advogados, além de editor
da revista jurídica “on-line” “Direito
na Rede”. ● ISABEL GORJÃO SANTOS
agenda
ReConFig 04 – International Conference
on Reconfigurable Computing and FPGAs
Data: 20-09-2004 a 21-09-2004
Local: Colima, México
E-mail: reconfig@inaoep.mx
URL: ccc.inaoep.mx/fpgacentral/reconfig04/index.html
ESSDERC/ESSCIRC 2004
ESSDERC 2004 – 34th European Solid-State Device
Research Conference
ESSCIRC 2004 – 30th European Solid-State Circuits Conference
Data: 20-09-2004 a 24-09-2004
Local: Leuven, Bélgica
Organização: IMEC; Katholieke Universiteit Leuven
URL: www.imec.be/ovinter/static_general/ESSDERC-
ESSCIRC.shtml
Conferência “Biometria: o Futuro da Segurança”
Data: 23-09-2004, 9:30 – 13:00
Local: Fundação Portuguesa das Comunicações, Lisboa
Contacto: 707282707
URL: www.centrodecontacto.com
14th Annual The European IT Forum 2004
Innovation”
Data: 27-09-2004 a 28-09-2004
Local: Paris, França
E-mail: infoevents@idc.com
URL: www.idc.com/emea/itforum04
ASAP 2004 – IEEE 15th International Conference on
Application-Specific Systems, Architectures and Processors
Data: 27-09-2004 a 29-09-2004
Local: Galveston, Texas, EUA
E-mail: cavallar@rice.edu
URL: www.ece.rice.edu/asap2004
CICC - 2004 IEEE Custom Integrated Circuits Conference
… Innovation, Education, Communication
Data: 3-10-2004 a 6-10-2004
Local: Orlando, Florida, EUA
E-mail: cicc@his.com
URL: www.ieee-cicc.org
2004 IEEE International SOI Conference
Data: 4-10-2004 a 7-10-2004
Local: Charleston, South Carolina, EUA
Contacto: Toshiro Hiramoto
E-mail: hiramoto@nano.iis.u-tokyo.ac.jp
URL: www.soiconference.org
DFT 2004 – The 19th IEEE International Symposium on
Defect and Fault Tolerance in VLSI Systems
Data: 11-10-2004 a 13-10-2004
Local: Cannes, França
Contacto: Raoul Velazco
E-mail: raoul.velazco@imag.fr
URL: tima.imag.fr/Conferences/df
ICCD 2004 – International Conference on Computer
Design – VLSI in Computers & Processors
“The Convergence of Computing, Communications and
Consumer Electronics”
Data: 11-10-2004 a 13-10-2004
Local: San Jose, Califórnia, EUA
URL: www.iccd-conference.org
Directions 2004 – IT Governance and Business Value
Data: 12-10-2004 a 13-10-2004
Local: Centro de Congressos do Estoril, Lisboa
Contacto: Monica Kalman
E-mail: mkalman@idc.com
URL: www.idc.pt
BIBLIOTECAS DIGITAIS: UMA REVISÃO DE TECNOLOGIA
2º Ciclo de Seminários em Estudos de Informação e
Bibliotecas Digitais e Gestão de Sistemas de Informação
Local: Instituto Superior de Ciências do Trabalho e da Empresa
(ISCTE), Lisboa
“Gestão de Informação: estudo da configuração desta
disciplina em Portugal”
Data: 18-10-2004
“Bibliotecas digitais: uma revisão da tecnologia”
Data: 8-11-2004
“What Canadian are Acessing on Public Library Internet
Terminals: A Transaction Log Analysis”
Data: 25-03-2005
URL: www.dct.iscte.pt/mestrados/comum/seminarios/
seminarios.2004.htm
computadores .9
 FICHA S H A R E WA R E
Animações multimédia
ao alcance de todos
A
TECNOLOGIA FLASH, da
Editor Macromedia, tornou-
Rui Jorge Cruz se muito rapidamente
Redactores, colaboradores na norma para a
e cronistas apresentação de con-
Ana Gerschenfeld, Ana Machado, teúdos multimédia e animações
André Ruivo, António Granado, nos mais diversos tipos de dis-
Casa dos Bits, Fernando Santos, positivos — desde computadores
Helena Viegas, Henrique Carreiro, até organizadores pessoais (os
Henrique Saias, Isabel Gorjão chamados PDA) e telemóveis.
Santos, João Cruz, José Antunes, A maior parte dos “browsers”
José Doutil, Luís Félix, Miguel para a Web, independentemente
Crespo, Nuno Bernardo, Paulo do equipamento ou do sistema
Almeida, Pedro Fonseca, Rita
operativo, suportam este formato,
Cruz, Rita Hasse Ferreira
o que significa que quase todas as
Secretariado
pessoas que acedem a serviços “on-
Paula Dias line” podem ler e correr animações
Paginação neles criadas.
Ana Carvalho, Ivone Ralha, Para esta popularidade muito
Hugo Pinto, Jorge Guimarães contribui o facto de a criação de
Projecto Gráfico & Designer conteúdos no formato Flash ter
Luis Carlos Amaro/ deixado de ser um exclusivo das
Gráficos à Lapa ferramentas da Macromedia, an-
tes se tornando algo mais aberto
Computadores e disponível em várias aplicações. autor, produzindo
é publicado às segundas-feiras Criar um ficheiro .swf — que
contém conteúdos e animações
E-Mail em formato Flash — é hoje tão
computadores@publico.pt simples como criar um GIF ou um
Tel. 21-0111168 JPEG numa aplicação de edição de
Fax 21-0111008
imagens.
Com a crescente popularidade uma empresa.
do Flash, nasceu uma nova
categoria de aplicações de “sha-
Assine Computadores
reware”, que permitem criar
animações no formato Flash.
Assine o PÚBLICO
Ao pesquisar a Web, fomos en-
à segunda-feira e receba o jornal
contrar o FXWitz SWF Editor,
em sua casa ou levante-o no seu
uma aplicação muito
posto de venda habitual com os
suplementos Computadores e
recente mas que tem NUNO BERNARDO
Economia.
vindo a conquistar
a preferência de milhares de
E-mail: assinaturas@publico.pt utilizadores. Este programa per-
Tel.: 808 200 095 (custo chamada mite a qualquer pessoa, mesmo
local) àquelas sem conhecimentos o processo à medida que este
Fax: 210 111 017 de animação e “design”, criar
apresentações e animações multi-
Assinatura semestral (26 exemplares):
média para a Web a partir de um
conjunto de fotografias e imagens é executada. O programa permite
Portugal €18.20
previamente gravadas no disco.
Europa €58.50
Um dos pontos fortes do
Resto do Mundo €94.90
FXWitz SWF Editor é a sua
interface gráfica simplificada e o
Assinatura anual (52 exemplares):
conjunto de efeitos e animações
Portugal €36.40 pré-definidas que acompanham o
Europa €117.00 programa e permitem a geração
Resto do Mundo €189.80 automática de resultados. O
FXWitz SWF Editor pode ser
Desconto na assinatura anual
para escolas e instituições de
copiado gratuitamente do sítio
solidariedade social. Preços de suporte ao programa: http:
especiais para Macau, Timor, São //www.fxwitz.com. O processo de
Tomé e Guiné. Os preços incluem instalação é simples e rápido. A
IVA à taxa legal em vigor. partir daqui, abre-se todo um novo pode ser animado, recorrendo aos
mundo de criação multimédia,
computadores .10
FXWITZ SWF EDITOR
pois o utilizador
pode rapidamente
assumir-se como
desde a mais sim-
ples animação com
as fotografias das
últimas férias até
um portfólio de pro-
dutos e serviços de
O primeiro passo consiste
na colocação, na área central da
interface, de todos os elementos
que se pretende incluir no trabalho
— mover e arrastar objectos é tão
simples como usar o rato. O menu
Animação permite
criar efeitos especiais
e controlar todo o
projecto a partir de um dos exemplos
existentes. O modo de previsão
permite ao criador acompanhar
se vai desenvolvendo, podendo
mesmo proceder a correcções e
ajustamentos enquanto a animação
ainda a importação de imagens nos
formatos GIF ou JPEG, bem como
a inclusão de sons e músicas.
Sobre os conteúdos importados,
o utilizador pode depois adicionar
frases e textos e, a partir destes,
criar animações que captem a
atenção da audiência. Imagine-
se: adicionar balões (como na
banda desenhada) às fotografias,
com comentários proferidos por
cada uma das pessoas que nelas
surgem. Cada bloco de texto
diversos tipos de efeitos incluídos
S E G U N D A - F E I R A . 2 7 . S E T E M B R O . 2 0 0 4
de origem. A apli-
cação apresenta
todos os elementos
tal e qual estes vão
aparecer no “browser”
quando a animação
for executada. Pa-
ra dar um toque
especial ao projecto,
o utilizador pode
ainda contar com as
dezenas de efeitos
pré-construídos, disponíveis à
distância de um “clique”.
O FXWitz SWF Editor vai
encontrar no mercado doméstico
a sua grande base de utilizadores.
O programa pode ser usado com
sucesso na criação de filmes
animados com fotografias de
eventos festivos ou férias, com-
plementados com comentários e
legendas no ecrã com os comen-
tários mais oportunos. A tudo isto
pode ser adicionada uma música
e efeitos especiais para tornar a
apresentação mais dinâmica e
animada. Pode ainda ser usada
para o desenvolvimento de páginas
pessoais, onde o elemento visual
seja muito importante, ou seja,
para fotógrafos (e aspirantes…),
alunos de cursos de artes visuais,
modelos, candidatos a actores,
entre outros.
O objectivo da aplicação foi
totalmente conseguido. Qualquer
pessoa pode obter resultados ime-
diatos da aplicação, ao contrário
do que acontece no Macromedia
Flash que exige um processo de
aprendizagem mais demorado.
Pensado para o desenvolvimento
de pequenos projectos, o programa
dá um grande salto qualitativo
com esta segunda edição. Muitas
das novas funcionalidades vão
ao encontro das necessidades de
utilizadores mais experientes
mas mantêm a simplicidade da
primeira versão. A elaboração
de uma animação pode durar
apenas cinco minutos desde que
todos os elementos a incluir
(imagens, sons, etc.) estejam
já criados. Para quem quer dar
os primeiros passos na
animação para a Web,
esta é, sem dúvida, uma
das aplicações a ter
em conta.
Mas o FXWitz SWF
Editor pode ser usado
com sucesso para ou-
tros fins que não a
criação de animações
ou páginas de entrada
para sítios na Web. A
aplicação pode ainda
servir de ferramenta
de desenvolvimento de
anúncios publicitários
animados para a Web ou
mesmo de apresentações
ou de CD-ROM in-
teractivos.
O resultado final é exportado
para um ficheiro com a extensão
.swf (própria do formato Flash)
de modo a ser integrado numa
página da Web. O programa está
disponível em três opções de
registo: de uma versão mini, de 20º
até a uma versão mais completa
— leia-se: com mais efeitos e
exemplos, que poderão ser usados
em trabalhos —, que custa cerca
de 80 euros. O programa está
simultaneamente disponível para
os sistemas operativos MacOS, da
Apple, e Windows, da Microsoft. ●
 JOGOS

‘DOOM 3’, ‘ THIEF, DEADLY SHADOWS’ E ‘SOLDNER: SECRET WARS’

Puxar o jogo ao máximo

N
ÃO DEVE HAVER um jogador no adversários, a necessidade de descobrir a
Título “Doom 3”
mundo que não tenha, pelo
menos, ouvido falar de “Doom”.
maneira mais eficaz de destruir os inevitá-
veis “bosses” e todo o ambiente de tensão Estilo Acção 9
/10

Foi um dos jogos cruciais para fazem que este seja um jogo em que medo Plataforma PC
a evolução dos videojogos e e desejo se unem a cada passo, tornando Produtor Activision
criou um estilo, a acção na primeira pessoa, quase impossível que se pare de jogar. Distribuidor Ecofilmes
hoje muito importante. Ainda por cima, Além da já referida qualidade gráfica Edição Agosto 2004
“Doom 3” foi criando altas expectativas ao fora de série — com os efeitos de luz e
longo dos seus anos de desenvolvimento. E sombra em tempo real a serem totalmente
Título “Thief Deadly Shadows”
a verdade é que o resultado é, mais uma
vez, assombroso.
foto-realistas —, acrescente-se que o som
5.1, se usado com um bom sistema de Estilo Acção 8
/10

“Doom 3” baseia grande parte dos seus colunas, é capaz de fazer o jogador dar um Plataforma PC
trunfos na capacidade técnica e tecno- salto da cadeira ou encolher-se quando Produtor Eidos
lógica dos seus criadores. A id Software sente um “bafo” sobre o ombro. Não é o Distribuidor Ecofilmes
desenvolveu uma estrutura- fundamental em “Doom 3” Edição Julho 2004
base (conhecida como motor MIGUEL CRESPO mas já não há jogo deste
de jogo), que é, hoje, do mais género que não tenha uma
Título “Soldner: Secret Wars”
impressionante que pode ser visto. A
reprodução da física real é espantosa, com
vertente multijogador — e daí que a id
Software tenha criado modos de confronto Estilo Acção 7
/10

todo o tipo de texturas usadas a criarem
efeitos arrepiantes.
Mas se, tecnicamente, tudo é topo
de gama — até existem opções para
“hardware” que ainda não existe…
—, no que toca ao jogo propriamente dito
também estamos ao nível do melhor que é
possível fazer no momento.
A estrutura é sólida, a história
está bem contada e baseia-se na acção
jogável. O resultado é um jogo de acção na
primeira pessoa, com o típico ambiente de
terror, em que o jogador é surpreendido a
cada passo, sempre a ritmo intenso e com
grande dificuldade.
Um dos defeitos deste tipo de jogo, no
seu modo a solo, é que a “longevidade”
costuma ser curta e não é habitual que
se jogue uma segunda vez — daí a aposta
nos modos “on-line” ou via rede local
(LAN), que são teoricamente infinitos. Ora
“Doom 3” tem, no seu modo principal, uma
longevidade bastante razoável (umas 20
horas), o que já deixa os fãs satisfeitos.
A verdade é que a variedade de
a solo ou em equipas. Em suma, um ver-
dadeiro “Doom” mas que, preso ao seu
passado, não se destaca totalmente, pois
já há muitos outros jogos de acção com
grandes qualidades.
Num estilo diferente — para quem
prefere ambientes igualmente sombrios
mas com o misticismo do passado a
substituir o terror do futuro —, surge
“Thief: Deadly Shadows”. Também
pertencente a uma série de sucesso, este
novo jogo aperfeiçoa a ambiência soturna,
com um ritmo lento, muito baseado nas
sombras e no jogo furtivo, em vez da
vertigem obsessiva de “Doom 3”. É um jogo
de acção mas, para apreciar com alguma
calma, em que é preciso pensar e não
apenas disparar furiosamente. Em “Thief”,
o truque é manter-se na sombra, mover-se
em silêncio (o som, ou a ausência dele, é
fundamental), evitar o confronto.
O resultado é muito positivo, podendo
ser jogado tanto na terceira pessoa como
na primeira, possibilidade que muito ajuda
a avançar no jogo. Por vezes, é frustrante,
Plataforma PC
Produtor Jowood
Distribuidor PlayGames
Edição Junho 2004
porque basta um pequeno deslize para os
inimigos destruírem um grande esforço,
mas é dessa luta constante pela perfeição
na execução das missões que nasce muito
do interesse em “Deadly Shadows”.
Entre o futuro e o passado, está o
presente, que serve de base a “Soldner:
Secret Wars”. Além do cenário — aqui
temos ambientes realistas, apesar das
armas e veículos com toques futuristas —,
o que muda radicalmente neste jogo é que
ele foi criado, de forma nítida, a pensar
no jogo em rede local ou via Internet.
E aí porta-se bastante bem, até porque
o modo “on-line” é gratuito. Sem ter a
fama de outros títulos, “Soldner” é muito
divertido e envolvente para o jogo a solo
ou em equipa contra outros adversários
humanos (até 32).
No modo individual, no entanto, revela
algumas fraquezas que, sem o tornarem
mau, não o deixam destacar-se de outras
propostas existentes no mercado, como
o grafismo algo básico ou o som pouco
cativante. Mesmo assim, é tecnicamente
impressionante nas questões físicas, como
é o caso da destruição dos cenários, que se
estende ao próprio terreno e não apenas
aos usuais objectos ou edifícios. Esta
possibilidade de moldar o solo introduz uma
componente de estratégia interessante,
pois uma cratera de tiro de canhão pode
servir de trincheira ou as árvores abatidas
como abrigos protectores… ●

S E G U N D A - F E I R A . 2 7 . S E T E M B R O . 2 0 0 4 computadores .11
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