Computadores

SEGUNDA-FEIRA 5 JULHO 2004 DIRECTOR JOSE MANUEL FERNANDES EDITOR RUI JORGE CRUZ

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Wi-Fi já se paga Ataques aos Como fazer o Reunir os ‘Shrek 2’ e
na Expo Lisboa média na Net arquivo da Web mensageiros ‘Brother Bear’
Modelo de negócio Os últimos foram aos sítios As iniciativas de França e Um ‘shareware’ para Na esteira dos filmes,
arrancou após investimento do ‘Libération’ e da revista Inglaterra, e outras mais, combinar todos de entre os várias versões para três
inicial da Parque Expo ‘Nouvel Observateur’ como diversos consórcios mais usados por todos nós plataformas distintas
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PEDRO CUNHA
LAZER, TECNOLOGIAS E INVESTIGAÇÃO EM C AMPO NA FIL

O Mundial de
Futebol jogado
por robôs
G
ENTE MUITO JOVEM TRANSPORTA caixas um gigantesco laboratório: havia quem progra-
de plástico, cheias de fios e engenho- masse os robôs com o computador portátil, quem
cas, como quem carrega um tesouro.
Mais ao lado, há quem se sente nas
bancadas a apoiar a sua equipa. De
vez em quando, grita-se golo. Aproveitando a
euforia do Euro 2004, o Pavilhão 4 da Feira Inter-
nacional de Lisboa (FIL), no Parque das Nações,
encheu-se também de futebol — mas de um
futebol jogado por robôs, onde
o gozo do desporto e a investi- ISABEL GORJÃO SANTOS
gação tecnológica se juntaram.
Não faltou entusiasmo neste RoboCup 2004.
Cerca de 1600 estudantes universitários ou
do ensino secundário de 36 países participaram
neste campeonato mundial de futebol robótico,
que, na semana passada, trouxe a Lisboa alguns
dos melhores exemplos da investigação robótica.
Por entre alguma confusão de mochilas e sacos-
cama (de quem pouco dormiu), sobressaía o empe-
nho que fez deste evento robótico um momento de
aprendizagem e diversão.
No átrio de entrada para o RoboCup 2004, uma
exposição mostrava como o evento tem evoluído
desde a sua primeira edição, em 1997, na cidade
japonesa de Nagoya. A seguir, vários campos de
futebol e áreas de trabalho faziam do pavilhão
exibisse os dotes de dançarino ou de futebolista da
sua máquina e ainda quem se dedicasse a salvar
vítimas virtuais. Nas várias categorias presentes,
era patente o já grande rol de tarefas que os robôs
podem desempenhar.
O futebol robótico tem vindo a mudar com o
desenvolvimento das próprias tecnologias, uma
das quais reside na capacidade
de visão e percepção das máqui-
nas. Até 2002, era preciso colo-
car uma parede em redor do campo para o isolar do
exterior, para que as máquinas não confundissem a
bola com outros objectos da mesma cor que estives-
sem ali por perto; e a maior capacidade de visão dos
robôs deixou de exigir qualquer iluminação especial,
como acontecia dantes.
Os campos em que os robôs jogam são cada vez
maiores, pois as máquinas são cada vez mais capa-
zes de trabalhar em equipa e já deixaram de jogar
isoladas, levando a bola de baliza a baliza. Hoje, na
competição relativa a robôs de tamanho médio, os
campos têm 12 x 8 metros.
“Quando um robô vê a bola, informa os outros.
Os robôs partilham informação e também já é pos-
sível a troca de papéis, de atacante ➜

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➜ para defesa, por exemplo, conforme
a evolução do jogo”, explicou a Computadores
Pedro Lima, professor e investigador do Insti-
tuto de Sistemas e Robótica (ISR) do Instituto
Superior Técnico (IST), em Lisboa, e um dos
organizadores do RoboCup 2004.
Usar o futebol e a competição desportiva
para desenvolver investigação na área da robó-
tica é bastante divertido, “mas o importante
é que a metodologia que usamos possa ser
reprodutível noutros problemas de interesse”,
adianta Pedro Lima. “Mas o futebol robótico
dá-nos um gozo enorme, que nos leva a sofrer
que se farta na altura dos jogos”.
“Isto é um autêntico laboratório, onde
experimentamos as nossas ideias”, diz o
investigador, pelo que as equipas são cada vez
mais rápidas e eficazes a levar a bola para a
PEDRO CUNHA
faz robótica a sério em Portugal mas o público
não tem essa imagem. Daí a importância de se
mostrar à pessoas que isso acontece”.
Atarefado a preparar a sua equipa, na
zona reservada às escolas secundárias, estava
Paulo Vargas, professor da Escola Profissional
Cenatex, de Guimarães, onde são ministrados
cursos da área da electrónica — e foi o traba-
lho desenvolvido nesses cursos que os alunos
trouxeram para o RoboCup. Com duas equipas
presentes, a Cenatex procurava manter o seu
título de vice-campeã nacional e, segundo
Paulo Vargas dizia, descontraído, não deveria
dar “para sermos campeões mundiais”.
A Cenatex tem cerca de 100 alunos na área
de electrónica e o futebol robótico é pretexto
para leccionar algumas disciplinas, como
Sistemas Digitais, Informática, Programação
PEDRO CUNHA
e Electrónica. “Para além disso, há muitas
horas de carolice e de fins-de-semana à volta
dos robôs e dos computadores”. O entusiasmo
à volta do futebol robótico é geralmente grande.
“Tive que escolher quatro alunos, mas havia
mais do que 20 a querer vir à competição”,
diz Paulo Vargas. “O gosto pela ciência e pela
informática pode ganhar-se assim, o que é
muito importante”.
Um dos alunos que integrou a equipa da
Cenatex foi Micael Gonçalves. Tem 16 anos
e estuda nesta escola profissional de Guima-
rães há dois anos. “O curso de electrónica é
muito interessante e inclui diversas aulas à
volta dos robôs”, diz, orgulhoso por chegar a
um campeonato mundial, “onde participam
equipas da China, do Japão ou da Alema-
nha”. Micael Gonçalves pretende agora pros-

Como funciona o RoboCup

baliza. A meio do evento, que durou mais de
uma semana, Pedro Lima mostrava-se bas-
tante satisfeito com os resultados, destacando
a ênfase dada aos aspectos científicos do Robo-
Cup — e só a pouca adesão do público parecia
desapontar a organização. “Sabemos que se
É uma competição composta por diversas ligas, que diferem consoante o tamanho e as
capacidades dos robôs: a Liga de Robôs Médios, a Liga de Robôs Pequenos, a Liga dos Robôs de
Quatro Pernas, a Liga de Humanóides, a Liga de Simulação e a Liga de Resgate e Salvamento. seguir os estudos na área da informática ou
Na Liga de Robôs Médios, participaram 23 equipas, 5 das quais portuguesas, que jogaram da electrónica. Afinal, “o futebol robótico é
em quatro campos. Os robôs que participam nesta competição (4 em cada equipa) entusiasmante e permite aprender muita
são autónomos, transportam todos os sensores a bordo e jogam distinguindo as cores coisa, quase na brincadeira”.
importantes, como o laranja da bola ou o branco das linhas. Quando há, a cooperação entre Também entretida com o seu PC portátil
os robôs faz-se por uma ligação sem fios (nenhuma intervenção humana é permitida). estava Manuela Veloso, investigadora na
Na competição dos robôs pequenos, as equipas têm cinco máquinas sem sensores a Universidade Carnegie Mellon, da Pennsyl-
bordo e que percepcionam o que se passa através de uma câmara colocada no topo vania (EUA), e vice-presidente da Federação
do campo. O jogo é controlado por um computador que está fora do campo e os Mundial de Robocup. No Robocup 2004,
comandos são enviados para cada equipa através de um sistema de comunicação sem Manuela Veloso representou a federação e
fios. Este torneio teve quatro campos, onde jogaram 21 equipas — uma portuguesa: a da acompanhou as equipas da sua universi-
Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto. dade. “Neste evento, verificou-se uma enorme
Outra competição é disputada por quatro robôs quadrúpedes, neste caso, os cães-robôs ênfase na parte científica e no público”, disse,
Aibo, da Sony. Os sensores estão incorporados e os objectos relevantes, como a bola, são referindo também o sucesso da organização.
distinguidos pela cor. Aqui entraram 24 equipas, uma das quais da Universidade do Porto. “Inscreveram-se muitas equipas de juniores
As 12 equipas de robôs humanóides não disputaram exactamente um torneio. São, por vezes, e é engraçado ver o interesse pela área da
do tamanho de uma pessoa, caminham, são controlados remotamente e podem realizar robótica que há neste país, que já tem uma
algumas tarefas indispensáveis num jogo, como rematar, mas não disputar uma partida. grande visibilidade internacional”.
Na Liga de Simulação, formam-se duas equipas de 11 agentes virtuais, que jogam uma Um melhor trabalho de equipa entre os
contra outra. O jogo é baseado numa simulação realista, em computador, das acções robôs foi dos principais avanços registados
e dos sinais captados e emitidos pelos sensores de robôs jogadores de futebol. No nesta edição do RoboCup. “Estamos longe
RoboCup 2004 existiu também uma competição de robôs de busca e salvamento: foram de alcançar uma cooperação perfeita mas o
criados cenários de catástrofe e os robôs tiveram que procurar vítimas recorrendo a futebol robótico é muito motivador e coloca a
sensores de temperatura e movimento. robótica num patamar muito ambicioso”.
Tão concorrida como todas as outras juntas, disputou-se a competição destinada a No próximo ano, o RoboCup terá lugar em
juniores, com 161 equipas de todos os cantos do mundo, embora Portugal fosse o país Osaka, no Japão, e, em 2006, será na Alema-
mais representado, com 37 equipas de escolas secundárias e profissionais. ● I.G.S. nha, a par do Mundial de Futebol jogado por
futebolistas de carne e osso. ●

BRUXELAS SUSPENDEU SANÇÕES ENQUANTO ESPERA DECISÃO JUDICIAL MAS COBROU MULTA

Microsoft recorreu das decisões da CE

C
OMO PROMETERA, A MICROSOFT inter-
pôs recurso das decisões tomadas
pela Comissão Europeia em fins
de Março e, há duas semanas,
solicitou mesmo ao tribunal a
suspensão formal da multa de 497 milhões
de euros e das restantes exigências quanto
ao seu ‘software’ deliberadas pela Comissão.
Em 27 de Junho, a Comissão Europeia
anunciou a suspensão da aplicação das
sanções impostas à Microsoft em nome da
garantia da livre concorrência na área do
“software” — isto enquanto se aguarda a
decisão do Tribunal Europeu de Justiça de
primeira instância sobre o recurso inter-
posto pela empresa norte-americana. Com
efeito, e tal como declarara, a Microsoft
interpôs em 8 de Junho um primeiro recurso
no tribunal para obter a anulação da sua
condenação por abuso de posição dominante
e da multa daí decorrente por considerar
que as decisões da Comissão Europeia eram
lesivas dos interesses e direitos não só da
própria empresa como de outras editoras
de “software”.
No passado dia 25 de Junho, a empresa
formalizou mesmo um apelo à justiça europeia
pedindo a suspensão das medidas impostas por
Bruxelas em 24 de Março último — entre as
quais avulta o pagamento de uma multa-
recorde de 497 milhões de euros e a exclusão
do Media Player da versão do Windows XP que
os fabricantes e montadores de PC usam para
instalar nas suas máquinas.
“A Comissão informou o tribunal de
primeira instância do Tribunal Europeu de
Justiça” que “decidiu não aplicar” as exigên-
cias feitas enquanto o pedido da Microsoft
“está a ser examinado” — explica a comissão
em comunicado. O prazo para cumprir as
exigências de Bruxelas expirava na passada
segunda-feira (dia 28).
No entanto, no dia 1 de Julho (quinta-
feira), a porta-voz do comissário europeu da
Concorrência, Mario Monti, veio a terreiro afir-
mar que a Microsoft pagara nesse mesmo dia
a multa de 497 milhões de euros aplicada pela
Comissão Europeia — ao que parece a título de
provisão cautelar (“escrow” é o termo usado no
comunicado), não significando que também a
multa não possa vir a ser anulada ou alterada
pelas instâncias judiciais de recurso.
O executivo comunitário pretende que a
empresa partilhe informações com os con-
correntes para que os respectivos produtos
possam ser usados no sistema operativo Win-
dows e, entre outras exigências, que apresente
uma versão deste que não inclua o “software”
Media Player, que permite ver e ouvir fichei-
ros de áudio e de vídeo. A Comissão Europeia
considerou que, ao integrar o Media Player no
Windows, a Microsoft “esmagaria” as possibi-
lidades de concorrência dos produtos alternati-
vos, desenvolvidos por outras empresas.
O grande promotor da iniciativa san-
cionatória foi o comissário europeu para
a Concorrência, Mario Monti, em nome
da defesa dos consumidores e da inovação.
Brad Smith, vice-presidente da Microsoft,
sublinhou na altura que a sua empresa
negociara, ao longo de meses, várias propos-
tas de conciliação com Comissão Europeia,
as quais proporcionariam mais opções aos
consumidores europeus e maiores opor-
tunidades às empresas de “software”. A
Microsoft ter-se-á mesmo proposto inte-
grar no Windows três outras aplicações de
outros editores, além de fazer acompanhar
o seu Windows de um CD-ROM com outros
“media players” (embora não integrados no
sistema operativo).
Também em finais de Março, Steve
Ballmer, presidente executivo da Microsoft,
considerou “infeliz” a decisão da Comissão
Europeia mas assegurou que a Microsoft
continuaria a cooperar e a colaborar com
as autoridades e as empresas europeias em
torno das preocupações mútuas, como a inte-
roperabilidade, a segurança, a privacidade e
o combate ao “spam” (mensagens de E-mail
não solicitadas).
Na altura, também o Departamento de
Justiça dos EUA — com quem a Microsoft
mantivera um braço-de-ferro idêntico
durante a Administração Clinton, que
redundou depois num acordo extrajudi-
cial — considerou “infeliz” a decisão da
Comissão Europeia. Para o Departamento
de Justiça, a sanção poderá “prejudicar o
funcionamento de um mercado concorren-
cial” e esmagar os concorrentes com mais
sucesso. “O facto de esta multa ultrapas-
sar mesmo as exigidas aos membros dos
cartéis mais notórios poderá enviar uma
mensagem infeliz” quanto às prioridades
da Comissão na aplicação da regulamen-
tação antimonopolista.
Agora, no passado dia 30 de Junho, um tri-
bunal da Relação de Washington confirmou a
validade do “histórico acordo” antimonopolista
a que a Microsoft e as autoridades norte-ame-
ricanas chegaram em 2001, ao cabo de vários
anos de confrontos judiciais. O Departamento
de Justiça norte-americano e os procuradores
de cerca de 20 estados haviam acusado a
empresa de abusar da sua posição hegemónica
no mercado dos sistemas operativos.
A decisão dos juízes da Relação constituiu
uma vitória para a Microsoft e veio deitar por
terra as objecções do Massachusetts, o único
estado norte-americano que persistia na exi-
gência de maiores as sanções contra a empresa
de Bill Gates e Steve Ballmer.
Em 2000, a Microsoft foi declarada culpada
de práticas monopolistas em torno dos seus
sistemas operativos Windows, depois de dois
anos de batalhas judiciais. “O julgamento [do
tribunal de primeira instância] que aprova o
acordo extrajudicial é confirmado”, escreveram
os juízes do Tribunal da Relação, num docu-
mento de 83 páginas. O estado do Massachu-
setts (situado no Nordeste dos EUA) rejeitou
então esse acordo extrajudicial — aprovado em
Novembro de 2002 pela juíza de primeira ins-
tância — e recorreu em 2003 para o Tribunal
da Relação. ● RUI JORGE CRUZ

computadores .2 S E G U N D A - F E I R A . 5 . J U L H O . 2 0 0 4
 dica
Desenhar um
fluxograma no Word (1)
A melhor maneira de desenhar fluxogramas é
usando programas especializados nesse tipo
de desenho, como o Visio, da Microsoft. Mas o
Word contém óptimas capacidades para o fazer,
sobretudo após a empresa ter adquirido o Visio,
o que permitiu melhorar significativamente as
ferramentas respectivas naquele programa.
Para desenhar um fluxograma no Word, utiliza-se
a ferramenta de desenho Formas Automáticas.
Primeiro, no menu Ver, escolhe-se Barras de
Samsung inicia produção de novos módulos de memória ultrafinos
A Samsung Electronics, um dos maiores fabricantes
mundiais de memórias e de componentes semicondutores
para módulos de memória, anunciou a entrada em
produção industrial do primeiro “wafer level package”
(WLP), um módulo de memória ultrafino para módulos
de SDRAM do tipo DDR2, de elevado desempenho — na
ordem dos 512 megabits por segundo (Mbps). Diversamente
dos módulos convencionais, os de WLP são produzidos
directamente na placa de silício, incorporando neste o
processo de fabrico. Segundo a Samsung Electronics, a
concretização deste desenvolvimento foi antecipado face
à previsão inicial de 2007. O novo processo “potencia as
propriedades eléctricas, ao diminuir o ‘circuit-routing’, e
reduz consideravelmente o espaço físico, fazendo do WLP
uma solução de ‘package’ perfeita [dos ‘chips’ de memória]
para ambientes móveis e para módulos de memória de
alta densidade”. Ainda segundo a empresa sul-coreana, o computadores uma introdução facilitada da nova norma do
WLP permite aos “designers” de novas placas principais de “em aplicações SDRAM DDR2”. ●

Ferramentas e activa-se a barra Desenho. Ao fazê-

lo, é acrescentada à janela do programa, em baixo,
uma barra com as referidas ferramentas.
A seguir, desenham-se os objectos com as formas
pretendidas. Para isso, na barra de ferramentas
Desenho, clica-se em Formas Automáticas, põe-se o
rato sobre Fluxograma e, no submenu que aparece
então, dá-se um clique sobre a forma pretendida.
Depois de escolhida a forma, a visualização
do documento de Word passa a Esquema de
Impressão, aparecendo a página inteira dentro
da janela do programa — e com uma zona
rectangular delimitada a cinzento contendo a
legenda “Criar aqui o desenho”, como se pode ver
na imagem. Ao mesmo tempo, o cursor passa à
forma de cruz e aparece uma barra de ferramentas
flutuante, com o título Tela de Desenho.
Pode-se agora desenhar o objecto pretendido,
bastando para tal clicar com o rato dentro da área
definida. O objecto é, assim, desenhado com um
tamanho e proporções pré-definidos. Se, quando se
clicar, se arrastar o rato mantendo o botão premido,
o objecto poderá ocupar a área desejada. Se, ao
mesmo tempo que se arrasta o rato, se carregar
na tecla Shift, o objecto mantém as proporções
originais; caso contrário, pode ser desenhado de
forma distorcida.
Depois de desenhado o primeiro objecto, para
além do rectângulo delimitado a cinzento, a área
de desenho passa a incluir uns traços pretos, por
dentro do quadro cinzento, nos cantos e a meio
dos quatro lados. Estes traços correspondem a
“manípulos” que servem para redimensionar a área
de desenho sem alterar os objectos desenhados.
Se, ao mesmo tempo que se arrasta o rato, quando
se carrega sobre os manípulos dos cantos, se
carregar na tecla Shift, a área de desenho mantém
as proporções originais.
Os objectos desenhados também podem ser
redimensionados e deslocados. Para deslocá-los,
basta pôr o cursor do rato sobre o objecto, clicar
e arrastar. O cursor fica então com a forma de
quatro setas dispostas em cruz. Para redimensioná-
los, existem uns manípulos que aparecem sob a
forma de pequenos círculos brancos delimitados
a preto. Também aqui, ao arrastar os dos cantos,
carregando na tecla Shift, são mantidas as
proporções originais. ● JOSÉ DOUTIL

S E G U N D A - F E I R A . 5 . J U L H O . 2 0 0 4 computadores .3
 virose Dia 5

Microsoft trava o JS.Scob.Trojan…
A Microsoft divulgou na passada sexta-feira
um “truque” para que os computadores fiquem
protegidos contra uma falha crítica do Internet
Explorer. Esta falha pode permitir a um intruso
transformar um sítio da Web muito concorrido
num veículo para a transmissão de vírus.
As alterações às configurações introduzidas
pela Microsoft nos Windows XP, Windows Server
2003 e Windows 2000 não resolvem o problema
existente no Internet Explorer, protegendo
apenas de um ataque do “cavalo de Tróia”
JS.Scob.Trojan — também conhecido como
JS/Scob-A, Download.Ject ou Toofer.
Essas configurações estão disponíveis no
centro de “downloads” da empresa, devendo
brevemente ser também incluídas no sistema do
Windows Update. Entretanto, a Microsoft afirma
estar a trabalhar num conjunto de “patches”
que resolvam definitivamente o problema,
não havendo ainda uma previsão para a sua
disponibilidade.
A 24 do mês passado, um conjunto de sítios
na Web cujos servidores corriam o Internet
Information Service 5 (IIS) foram infectados
com um código em JavaScript com o nome de
JS.Scob.Trojan. Os sítios que já usam a última
versão do IIS não foram afectados.
Quando os utilizadores do Internet Explorer
visitam sítios na Web infectados com o
JS.Scob.Trojan, os seus computadores são
induzidos a tentar descarregar um vírus de um
sítio russo na Web. Os utilizadores de outros
“browsers” estão imunes a este tipo de ataque.
OS VÍRUS DA SEMANA
VBS/Aqui, VBS/Zync, VBS/
Irvine@MM, VBS/Alphae,
W32/Winur.worm.a, W32/
Winur.worm.b, W97M/Alamat,
X97M/Anis, W32/Urick@MM,
W32/Supova.d.worm,
W32/Supova.e.worm, W32/
Supova.f.worm, X97M/Hopper.r,
W97M/Jackal.A, WM/Eraser.A:
Tw, WM/HELPER.F;G;H, AOS.A,
VBS/Count, JS/Gigger.a@MM
Dia 6
WM/Eraser.A:Tw, WM/
Helper.C;D;E, WM/KOMPU.A,
W97M/Alamat, VBS/Aqui
Dia 7
VBS/Aqui, W97M/Alamat, WM/
Alliance.A, W32/Supova.f.worm,
W32/Supova.e.worm, W32/
mais recentes do Supova.d.worm, WM/Eraser.A:Tw,
programa. A falha WM/ERASER.H
fora detectada há seis
anos, nas versões 3 e 4 do Dia 8
WM/Eraser.A:Tw, VBS/San@M,
Internet Explorer — e mais VBS/Valentin@MM, WM/
tarde corrigida. Agora voltou a KOMPU.A, W97M/Alamat, VBS/
surgir nas versões 5.01, 5.5 e 6.0. Aqui, W97M/Tolu
A Microsoft foi “atormentada” por
Dia 9
um recente e inesperada vaga de VBS/Aqui, VBS/Alphae, VBS/Inself,
falhas do Internet Explorer, tendo o último W97M/Alamat, TRASHER.D, WM/
ataque sido detectado na terça-feira da semana Eraser.A:Tw, Acid.A (intended),
W97M/Jackal.A
que passou. Através de uma falha na aplicação perfeitamente legítimas e direccionar as pessoas
de navegação na Internet, as vítimas podem para outros sítios, onde é solicitada informação Dia 10
descarregar um programa através de um anúncio confidencial — como a relativa a contas bancárias X97M/Hopper.r, W97M/Nono.A,
do tipo “pop-up”. Esse programa é então utilizado ou a cartões de crédito. WM/Helper.B, AOS.A, WM/
Eraser.A:Tw, WM/Helper.A;B, VBS/
para ler entradas de teclado e roubar palavras- Entretanto, vários especialistas em segurança Loveletter.ar, W97M/Alina.a@mm,
passe quando as pessoas visitam um dos 50 sítios informática têm vindo a sugerir que os W97M/Melissa.ao@mm, W97M/
de bancos incluídos na lista de alvos — entre os utilizadores, como forma de defesa contra Hope.p, VBS/Baracu.A@mm,
VBS/Count, VBS/Godzilla@M,
quais se encontram bancos como o Citibank, o este tipo de ataques, ou desactivem certas W97M/Alamat, X97M/Anis, W32/
Barclays Bank e o Deutsche Bank. funcionalidades do Internet Explorer (o “scripting” Urick@MM, VBS/Zync, VBS/Aqui,
Segundo parece, a falha afecta computadores em ActiveX, e o JavaScript, por exemplo) ou, JS/Gigger.a@MM

… mas continuam
a surgir mais falhas
Entretanto, uma falha de segurança que havia
sido corrigida em versões mais antigas do
Internet Explorer reapareceu agora nas versões
que tenham abertas várias janelas do Internet
Explorer. Através de uma das janelas abertas,
os intrusos podem alterar o conteúdo de outro
sítio na Web sem que os utilizadores disso se
apercebam. Utilizando este método de ataque,
os intrusos podem inserir ligações em páginas
então, que mudem de programa navegador
Dia 11
para a Internet, já que os programas de outros
editores não se têm mostrado vulneráveis. Estes
VBS/Aqui, W32/Blurt@MM,
WM/Alliance.A, W97M/Alamat,
especialistas também aconselham os criadores de W97M/Bablas.aj, WM/Eraser.A:
Tw, W97M/AntiSocial.e,
sítios na Web a deixarem de programar com base WM/MERCY.B, WM/CVCK1.A,
no ActiveX. ● JOSÉ DOUTIL WM/JUNKFACE.A;B

computadores .4 S E G U N D A - F E I R A . 5 . J U L H O . 2 0 0 4
 OS MÉDIA E CERTAS BRINCADEIRAS NA INTERNET
O mundo
das falsas notícias
O
SÍTIO NA WEB do diário
francês “Libération” foi
alvo, na semana passada,
de um ataque de negação
de serviço — “denial of ser-
vice” (DoS) —, que consistiu em inun-
dar o endereço com milhões de acessos
a que o servidor do serviço não poderia
responder, provocando uma falha na
sua resposta a muitos leitores.
O serviço esteve inacessível durante
várias horas na terça e na quarta-feira,
confirmou o diário, que lembrou ataques
semelhantes em Feve-
reiro de 2000 à CNN e, em PEDRO
Outubro de 2001, ao “New
York Times”. Na quarta-feira, o endereço
da revista “Nouvel Observateur” também
esteve com problemas, à semelhança do
que acontecera em Maio, segundo a notí-
cia do “Libération”.
Em meados de Junho, também cerca
de 850 jornais e semanários nos EUA
foram tomados de assalto a partir dos
servidores da empresa Townnews.com,
tendo visto as suas primeiras páginas
alteradas com uma mensagem ofensiva
pelo Infektion Group, um grupo de
“crackers” alegadamente do Brasil. A
mensagem esteve visível durante apenas
uma hora de uma noite de domingo mas
obrigou a desligar os servidores de acesso
até à resolução do problema, o que só
aconteceu na manhã seguinte.
Estes são alguns dos problemas téc-
nicos com que as versões “on-line” dos
jornais estão a ver-se confrontadas desde
que marcam presença na Internet, a que
se juntam casos passados de alteração das
próprias notícias — o que é praticamente
impossível nas edições em papel.
Em Setembro de 2001, Adrian Lamo,
entretanto preso e condenado, alterou
uma notícia da agência Reuters colocada
numa página do Yahoo News. Lamo teve
acesso a um endereço onde se encontra-
vam as ferramentas de edição das pági-
nas da Web do Yahoo! e modificou uma
notícia de Agosto.
Na altura, para demonstrar a fra-
gilidade do sistema, Lamo forneceu a
Kevin Poulsen, jornalista da “Security
Focus” e ex-”hacker”, provas de outras
páginas alteradas num período de três
semanas. A escolha de Lamo centrou-se
em notícias antigas — para serem lidas
por poucas pessoas — mas conseguindo,
assim, demonstrar a vulnerabilidade do
sistema de edição da Yahoo!.
Adrian Lamo ficou conhecido por
expor publicamente as falhas de segu-
rança de vários sítios na Web e por se
oferecer para ajudar as empresas visadas
— algumas das quais, como a WorldCom,
o elogiaram publicamente.
Em Janeiro de 2004, Lamo consi-
derou-se culpado num outro caso, por
intrusão na rede interna do diário “New
York Times”. Os factos remontam a
Fevereiro de 2002, quando a agente do
FBI Christine Howard leu na “Security
Focus” a notícia do ataque ao jornal, onde
Lamo explicava como, em apenas dois
minutos, descobrira sete servidores mal
configurados em termos de segurança e
que preveniam (ou deviam prevenir) o
acesso público à rede interna (intranet)
do diário de Nova Iorque.
Este “hacker” e também estudante
de jornalismo teve, desta forma, acesso
a informação confidencial do jornal e
dos seus funcionários, tendo mesmo
criado uma conta própria com o seu
nome real, número de telefone e ende-
reço de correio electrónico numa lista
de 3000 colaboradores das páginas de
opinião do jornal. Mas Lamo foi igual-
mente acusado de ter efectuado mais
de 3000 buscas na base de dados Lexis-
Nexis a partir das contas de acesso do
“New York Times”.
O caso teve ainda um pormenor
lateral mas demonstrativo do interesse
do FBI em condenar Lamo quando
agentes daquela força de autoridade
notificaram vários jor-
FONSECA nalistas que cobriram
os casos anteriores
para estes lhes disponibilizarem os
documentos obtidos — mas um tribu-
nal recusou esta pretensão do FBI.
Como se este tipo de problemas
não fosse suficiente, surgiu uma outra
tendência para usar o aspecto gráfico
de sítios noticiosos na Web para difundir
mensagens falsas, o que leva mesmo
alguns meios de comunicação social a
acreditar serem verdadeiras.
No ano passado, a Microsoft e a
Vivendi Universal tiveram de desmentir
uma suposta notícia da CNN em que a
primeira teria adquirido a divisão de
jogos do grupo multimédia. A “notícia”
foi disponibilizada “on-line” por estudan-
tes da Universidade Purdue, nos EUA,
e copiava as páginas da CNN na Web,
incluindo mesmo ligações para publi-
cidade e textos verdadeiros da própria
estação de televisão.
Os estudantes foram identificados
e admoestados pela brincadeira que
enganou alguns meios de comunicação
social — da imprensa e rádios regio-
nais mas também estações de televi-
são e, nomeadamente, sítios na Web
dedicados aos videojogos. Uma outra
história deste “gerador de falsas notí-
cias” visou o cantor Dave Matthews,
S E G U N D A - F E I R A . 5 . J U L H O . 2 0 0 4
alegadamente falecido devido a uma
“overdose”, que se viu obrigado a des-
menti-la no seu sítio oficial na Web.
Um outro sítio semelhante — o
FakedNews.com — incluiu modelos
gráficos de páginas da CNN, da MTV e
da CNet para criar falsas notícias, que
podiam ser elaboradas pelos utilizado-
res, uma funcionalidade entretanto
desactivada. O sítio na Web foi origi-
nalmente criado como uma brincadeira
para ficar entre amigos mas, depois de
publicitado na Internet, passou a ter
diariamente 2 milhões de acessos e a
gerar milhares de histórias falsas.
Outra forma de disseminar notícias
falsas é, como bem sabe quem o usa, o
correio electrónico. Em Janeiro de 2003,
o diário espanhol “La Vanguardia” foi
obrigado a desmentir uma alegada notí-
cia com o título “Muere un motociclista
por congelación en plena A-7”, segundo
a qual um motociclista teria andado,
já morto, ao longo de 70 quilómetros
de auto-estrada e conseguido mesmo
passar uma portagem sem a pagar.
Alguns leitores, intrigados, ques-
tionaram o jornal sobre a notícia
inverosímil, que não surgira em lado
nenhum do jornal (em papel ou “on-
line”). Segundo explicou o responsável
editorial do “La Vanguardia Digital”,
Txema Alegre, ela circulou desde 9
de Janeiro em mensagens de correio
electrónico. “Um utilizador, impossível
de identificar, capturou o código-fonte
da página, editou no seu computador o
desenho das páginas com as imagens
capturadas e redigiu o texto da notícia
falsa”, após o que a enviou por correio
electrónico. Depois foi disseminada,
“circulando como rumor e acabando
cristalizada numa lenda urbana”,
disse Casasús. Como as anteriores, é
mais uma razão para não se acreditar
em tudo o que se lê… ●
Parceria entre a Microsoft e a Universidade
de Coimbra …
A Universidade de Coimbra e a Microsoft estabeleceram,
na passada semana, uma parceria para o desenvolvimento
de projectos nos domínios do ensino e da investigação.
Segundo a agência Lusa, ao abrigo do protocolo celebrado,
foi definido estabelecer um programa anual de actividades
e criar uma “academia” no seio da universidade onde se
ministrem cursos do “curriculum” oficial da Microsoft e sejam
conferidos certificados de competências tecnológicas. Se,
por um lado, a Microsoft poderá vir a aproveitar do saber e
da investigação que use as suas plataformas, a universidade
passa a ter um parceiro privilegiado para desenvolver novas
experiências no domínio do ensino e da investigação.“Há
vontade da Microsoft de se aproximar das universidades que
têm potencial e dotá-las de melhores meios”,referiu o pró-
reitor Pedro Saraiva, que disse ainda tratar-se de uma forma
de criar “elos de colaboração”,de “reconhecer competências” e
de “acarinhar o trabalho dos investigadores”.O Departamento
de Engenharia Informática (DEI), na sua perspectiva,“tem
vindo a realizar um trabalho interessante”,que é reconhecido
com a celebração deste protocolo. ●
… com o apoio da Critical Software
Para a Universidade de Coimbra, esta é também a
concretização de um propósito de “abertura crescente ao
mundo exterior”.Em resultado do ensino e investigação do
DEI, tem surgido a possibilidade de participar em projectos
internacionais, bem como empresas e ideias de negócio que
a Microsoft se mostra também disponível para apoiar. Pedro
Saraiva adiantou que, no plano de actividades do próximo
ano, está prevista a primeira experiência em Portugal de
“aula distribuída”.Munidos de computadores portáteis
e telecomunicações sem fios, os alunos e professores
comunicarão entre si em tempo real, colocando questões
e dúvidas, partilhem ou não o mesmo espaço físico.“Muda
um pouco o paradigma de interacção”,frisando que é uma
experiência que abre “novas oportunidades” e se pode
assumir como complementar no ensino. Além de colocar
ao serviço de alunos e professores as suas plataformas
informáticas, no próximo ano deverá também iniciar-se
um ciclo de deslocações a Coimbra de “alguns gurus das
tecnologias da informação” com que a Microsoft conta
nos seus vários centros de investigação. O protocolo agora
celebrado, por períodos renováveis de um ano, envolve,
além da Microsoft Portugal e da Universidade de Coimbra,
a Critical Software — empresa com importantes clientes
internacionais, como a NASA, criada por antigos alunos de
Coimbra. ●
Reservas pela Web em hotéis cresceram…
As reservas pela Internet do grupo hoteleiro Accor
representam já cerca de 6 por cento do seu volume de
negócios, anunciou recentemente a empresa francesa.
A Accor, que está presente em Portugal em parceria
com o grupo Amorim com nomes como Ibis, Sofitel ou
Mercure, recebe “on-line” 160 mil reservas semanais. Um
dos mais importantes instrumentos de venda é o portal
www.accorhotels.com , onde as vendas mais que duplicaram
nos quatro primeiros meses face a igual período de 2003,
sendo já responsável por 25 por cento das vendas do grupo
através da Web. As reservas pela Internet, onde se incluem
os “sites” de cada uma das marcas, representam cerca de
6 por cento do volume de negócios. Em 2003, o grupo
Accor registou uma facturação de 6800 milhões de euros
— mais 1,1 por cento descontados os efeitos cambiais. Mas,
contabilizando a evolução das taxas cambiais e os problemas
enfrentados pelo sector turístico internacional, as vendas
caíram 4,3 por cento. ●
… e vantagens já cativaram os portugueses
A parceria com o grupo Amorim resultou num volume de
negócios de 52,8 milhões de euros, mais 2,2 por cento que
em 2002, mas o lucro mais que duplicou para 2,8 milhões de
euros. Em Portugal, a maior parte dos clientes das cadeias
hoteleiras da Accor que reservam quartos pela Internet
são portugueses (30 por cento), seguidos dos franceses (18
por cento), ingleses e alemães, ambos com 9 por cento. Os
espanhóis são responsáveis por 6 por cento das reservas pela
Internet e os italianos por 5 por cento. A opção de reserva
de um quarto de hotel pela Internet tem vantagens: é mais
rápido e permite tarifas preferenciais nas unidades Novotel,
Mercure e Sofitel. Através do portal, os clientes podem aceder
ao sistema de reservas “on-line” de qualquer hotel do grupo,
em qualquer parte do mundo, e têm acesso a informações
sobre as diferentes unidades, como mapas de localização. ●
computadores .5
 FINDO O PROJECTO-PILOTO, ORGANIZAÇÃO AVANÇA COM EXPLORAÇÃO COMERCIAL

Redes Wi-Fi ao ar livre

no Parque das Nações
A
INFRA-ESTRUTURA de rede
sem fios instalada desde
o final do ano passado no
Parque das Nações já está
a ser explorada comercial-
mente pela PT Wi-Fi e pela Vodafone
— os dois únicos operadores que até
agora mostraram interesse em parti-
lhar o “modelo aberto” proposto pela
Parque Expo neste espaço. Desde
meados de Maio, o serviço de acesso
à Internet através desta tecnologia
sem fios deixou de ser gratuito, pas-
sando a ser oferecida aos utilizadores
deste espaço de lazer a possibilidade
de se ligarem através de um dos dois
operadores que já asseguram serviços
baseados na tecnologia Wi-Fi.
O modelo de negócio aberto estava
previsto desde o início da instalação da
rede, pois a Parque Expo desde sempre
assumiu que a área das telecomunica-
ções não se inseria na sua actividade
nuclear — pelo que, mantendo a pro-
priedade da infra-estrutura e a sua
manutenção, deixou a exploração aos
operadores e garantiu, desta forma, o
estimulo da concorrência em prol do
utilizador final, ao mesmo tempo que
valorizou o seu espaço.
Antes de terminar o período de
experimentação de seis meses, a
Parque Expo contactou mais de uma
dezena de operadores para sondar o
seu interesse em utilizar este “hotspot”
(ponto de acesso) que abrange os 100
hectares do Parque das Nações — mas
apenas a Vodafone e a PT Wi-Fi avan- logo o computador configurado; mas, era gratuita e pretendia ser tão
çaram. A Vodafone começou a oferecer se ainda não é assinante destas simples quanto possível.
os seus serviços logo em meados de redes, poderá seleccionar a que mais A cobertura dos 100 hectares do
Maio, enquanto a PT Wi-Fi estreou o lhe interessar a partir da página de Parque das Nações — que abrange
acesso mais tarde, na segunda semana entrada (“homepage”), que é exibida também os pavilhões existentes neste
de Junho. logo após a rede ser detectada. espaço — não foi alterada, continu-
António Ferreira, responsável na Durante os primeiros seis meses ando este a ser o maior “hotspot” de
Parque Expo pela gestão da infra- de utilização, a adesão dos utili- Portugal e um dos maiores na Europa.
estrutura, acredita que a estes dois zadores ao projecto Wi-Fi superou Neste momento, a Parque Expo está já
operadores em breve as expectativas da a preparar a segunda fase do projecto,
se juntarão outros. A FÁTIMA CAÇADOR Parque Expo, tendo que pretende disponibilizar quiosques
falta de resposta de / Casa dos Bits sido registadas cerca para acesso à Internet a quem não
outras empresas de de 7500 sessões possua ou não traga consigo o seu PC
telecomunicações, aparentando falta numa altura em que as próprias ou o seu computador de bolso — ver-
de interesse, poderá estar relacionada condições atmosféricas não favore- tente que fazia parte dos planos da
com a conjuntura do mercado e o posi- ciam muito o uso dos espaços ao ar empresa desde o início e que poderá
cionamento estratégico de cada um livre. Segundo António Ferreira, o alargar o potencial de utilizadores a
deles, justifica António Ferreira. número de utilizadores únicos não tirarem partido desta rede sem fios de
A Parque Expo continua a asse- foi contabilizado, pois a utilização banda larga. ●
gurar a manutenção da rede e a sua
monitorização — através de um con-
trato com a Convex — e este custo fixo
é depois dividido entre todos os opera- Oni alia-se a Vodafone para o Wi-Fi
dores que assinarem contratos para a
exploração da rede, reduzindo quase a A Oni juntou-se à ainda curta lista de operadores de telecomunicações
zero o investimento inicial necessário. portugueses a oferecer serviços de rede Wi-Fi aos seus clientes. Através de uma
Por enquanto, os contratos com a PT extensão do acordo de comercialização cruzada de serviços que já mantinha
Wi-Fi e a Vodafone não estão ainda com a Vodafone, os assinantes de ADSL da Oni vão agora poder ter acesso aos
assinados mas esta é uma “mera cerca de 70 “hotspots” instalados pela operadora móvel, para além do próprio
questão burocrática”, explica António Parque das Nações.
Ferreira, já que a operacionalidade da Paulo Conceição Neves, director de “marketing” da Oni, garante que, neste
rede está assegurada. acordo de “roaming”, existe a vantagem de os utilizadores terem logo acesso
Com esta nova fase de explora- através de uma rede já montada — mas não afasta a possibilidade de a Oni vir
ção comercial, a Parque Expo quis a instalar alguns “hotspots” em locais que considere interessantes, mas não para
assegurar que, para os utilizadores, a duplicar infra-estruturas existentes. “A Oni tem um grande investimento em
experiência de ligação iria manter-se infra-estruturas”, relembra o director de “marketing” da Oni, como os centros de
simples e intuitiva, tal como aconte- escritórios e empresas, e as grandes urbanizações.
ceu durante o período experimental Para já, só os utilizadores de ADSL da Oni terão acesso aos serviços de Wi-Fi
— embora agora seja exigido um da Vodafone, podendo usar os mesmos “login” e “password”, e sendo depois o
“login” e uma “password” para liga- serviço cobrado na factura mensal. A empresa está a considerar, numa segunda
ção através de um dos operadores. fase, a extensão do acesso aos clientes empresariais por “dial-up” e multiposto,
Quando um cliente que já utilizou a e, mais tarde, a todos os clientes com factura periódica. ● F.C. / CdB
rede Wi-Fi da Vodafone ou a da PT
se liga no Parque das Nações, tem

computadores .6 S E G U N D A - F E I R A . 5 . J U L H O . 2 0 0 4
 VÁRIOS PAÍSES AVANÇAM COM SOLUÇÕES PRÓPRIAS PARA OS SEUS SÍTIOS NA WEB
À procura de um modelo
de arquivo da Internet
A
FRANÇA E A I NGLATERRA avan-
çam para um arquivo estrutu-
rado da Web sob o respectivo
domínio. Em Portugal, um
ano após o apelo público de
Pacheco Pereira, não há novidades.
Em Junho, a British Library iniciou
um projecto a dois anos para a preservação
de 6000 sítios na Web. Liderado pelo UK
Web Archiving Consortium (UKWAC), o
objectivo é armazenar informação válida
em termos escolares, culturais e científicos
disponibilizada na Internet. Este consórcio
( www.webarchive.org.ukx ) conta com
a participação das principais bibliotecas
nacionais e grupos de investigação.
Também em Junho, a Biblioteca Nacio-
nal de França (BNF) lançou o tema de depó-
sito legal do domínio .fr. A conservação da
Web é um “quebra-cabeças” para qualquer
arquivista, como referia então o diário
francês “Libération”, com o constante apa-
recimento, actualização e morte de tantos
documentos. Em entrevista a este jornal,
Jean-Noël Jeanneney, presidente da BNF,
referia que a discussão sobre este assunto
terá lugar na Assembleia Nacional no
Outono, quando for abordado o projecto de
lei relativo aos direitos de autor e direitos
conexos na sociedade da informação.
Para já, salienta, é necessário definir
“critérios selectivos”, exemplificando que
a Austrália armazena extractos dos conte-
údos dos sítios na Web, enquanto a Suécia
“fotografa” o conjunto dos seus sítios com
intervalos regulares desde 1997 e outro
países “privilegiam o depósito voluntário”.
Pelo seu lado, o presidente da BNF quer
experimentar uma colecta temática de
sítios, o registo de todo o domínio .fr usando
a tecnologia sueca e ainda o
depósito de certos sítios (para PEDRO
o que já existem dezenas de
acordos), que não deverá ser obrigatório mas
estimulado junto dos actuais 250 mil ende-
reços, com cerca de 100 milhões de páginas
(ver experiências actuais em www.bnf.fr/
pages/infopro/depotleg/dli_intro.htm ).
UMIC PROMETE PROGRAMA DE COMPRAS PÚBLICAS ELECTRÓNICAS ATÉ 2007
Estado poupará até 267 milhões de euros
O
ESTADO PORTUGUÊS poderá
poupar entre 129 e 267 milhões
de euros por ano a partir de
2007, só na administração
central, graças ao programa de
compras públicas electrónicas — afirmou na
passada semana Carlos Oliveira, coordena-
dor da Unidade de Missão Inovação e Conhe-
cimento (UMIC), a entidade do Governo
responsável pela sociedade da informação.
Carlos Oliveira adiantou que, actuando
sobre 1 por cento das compras dos ministé-
rios, já se contabilizaram poupanças elevadas.
Segundo a Lusa, este responsável — que
falava na conferência “Empresas de Tecno-
logias de Informação em Rede”, organizado
pela Associação das Empresas de Tecnologias
da Informação e Electrónica (Anetie) e pela
UMIC — acrescentou que o programa de
compras públicas electrónicas visa transfor-
mar o modo como o Estado compra e, assim,
obter poupanças significativas. Além disso, o
programa facilitará o acesso das pequenas e
médias empresas (PME) à condição de forne-
cedoras do Estado, estimulando o desenvolvi-
mento do comércio electrónico.
Mas não sendo obrigatório, este depósito
poderá funcionar em termos de memória
futura? “A exaustividade já era impossível
para o audiovisual”, lembra Jeanneney.
“Se não podemos guardar tudo, podemos
esperar conservar o essencial para que o
nosso tempo seja inteligível para as gera-
ções futuras”.
Mas a França não olha só para a sua
estrutura cultural. A BNF foi também
a dinamizadora, em 2003, da criação
do International Internet Preservation
Consortium (IIPC), um consórcio interna-
cional de bibliotecas nacionais. Entre os
seus objectivos, explicitados
FONSECA em Maio passado ( http:
//netpreserve.org ), contam-
se o trabalho cooperativo tendo em conta os
quadros legais nacionais, para identificar,
desenvolver e facilitar a criação de soluções
para a recolha e a preservação de conteúdos,
facilitar a cooperação internacional entre
O portal de Internet para as compras
públicas electrónicas está actualmente a ser
desenvolvido com ministérios, numa fase-
piloto. Carlos Oliveira assinalou que há hoje
1500 organismos da administração pública
que fazem compras sem qualquer coordena-
ção ou articulação, sendo um dos objectivos
criar uma unidade integrada de compras,
suportada por unidades de compras em cada
ministério, que se coordenem entre si.
Diogo Vasconcelos, gestor da UMIC, con-
siderou que há um conjunto de iniciativas do
Governo — em particular, dos ministérios
da Ciência e Ensino Superior e da Economia
— que as empresas de tecnologias da infor-
mação (TI) estariam a subaproveitar. Este
responsável citou os programas que apoiam
a investigação das empresas em consórcio,
que possibilitam a integração de pessoas
com elevados conhecimentos, como doutora-
dos ou mestres, com grande participação nos
custos laborais, ou que subsidiam a criação
de núcleos ou departamentos de investigação
e desenvolvimento (I&D), desde as dos secto-
res tradicionais às dos mais avançados.
O gestor da UMIC sublinhou que alguns
S E G U N D A - F E I R A . 5 . J U L H O . 2 0 0 4
arquivos e a sensibilização internacional
para novas iniciativas.
O IIPC conta com as bibliotecas nacio-
nais da Austrália, Canadá, Dinamarca, Fin-
lândia, França, Islândia, Itália, Noruega, a
British Library, a Suécia e ainda a Biblio-
teca do Congresso e o Internet Archive,
ambos nos EUA. Portugal não está pre-
sente nem foram ainda divulgados quais-
quer projectos neste sentido, apesar de,
há cerca de um ano, o então eurodeputado
Pacheco Pereira ter apelado nas páginas do
PÚBLICO para “O ‘Depósito Obrigatório’ da
Internet Portuguesa”.
Escrevia então que “uma parte muito
significativa do retrato do Portugal con-
temporâneo perde-se todos os dias sem
apelo nem agravo: a Internet portuguesa”.
Salientando que “guardamos e bem os
jornais de paróquia, perdemos e mal as
páginas pessoais, os fanzines obscuros,
as revistas electrónicas, os blogues apa-
programas não estão a ser suficientemente
aproveitados pelas empresas, considerando
que tal poderá estar a acontecer por falta de
informação. Diogo Vasconcelos assinalou que
o programa da sociedade da informação estava
subfinanciado no actual quadro comunitário
de apoio (III QCA) mas que as verbas irão ser
significativamente reforçadas, em particular
nas áreas do governo electrónico, da difusão da
banda larga (que não estava contemplada) e do
apoio à investigação em TI, quer às empresas
quer ao sistema científico e tecnológico.
Rui Melo, presidente da Anetie, salientou
que, em Portugal, as empresas de TI têm “uma
oferta rica e vasta”, e que o desenvolvimento do
sector só está dependente dos estímulos à pro-
cura. Lembrando que a administração pública
constitui um grande mercado — em forte cres-
cimento graças ao desenvolvimento da socie-
dade da informação e do governo electrónico
—, Rui Melo assinalou que a Anetie reuniu-se
com os institutos públicos de informática mais
relevantes para tentar detectar as grandes ten-
dências. Apontou ainda o presidente da Anetie
a necessidade de sensibilizar a administração
pública para factores que bloqueiam a activi-
gados, os ‘sites’ de futebol, os locais de
raiva e paixão, ‘hobbies’ curiosos, páginas
que duram a brevidade de uma campanha
eleitoral, elogios e insultos (mais os insul-
tos) nos ‘newsgroups’, ‘chats’ estudantis
com linguagens únicas, grafismos de
‘pastiche’, mas reveladores de um gosto
ou de escolhas de imitação, músicas expe-
rimentais, primícias literárias, obsessões,
cultos, etc., etc.”
Isto apesar de “o Portugal que fala na
Internet [ser] apenas uma parte do Portugal
contemporâneo, uma parte muito reduzida,
com acesso ao computador, socialmente
muito definida, em grande parte urbana
e juvenil”. “Mas a sua voz mostra-se na
Internet como em nenhum outro lado,
numa altura em que cada vez há menos
cada uma destas coisas em papel. E, se não
se pode conhecer a vida de uma aldeia ou
vila pequena sem o jornal local, mesmo que
se fique pelas notícias de formaturas (em
desuso a não ser nos jornais de emigran-
tes), casamentos ou necrologias, também
será difícil perceber os nossos dias sem a
Internet portuguesa”.
Pacheco Pereira afirmava que “a blo-
gosfera devia ter um “depósito obrigatório”
imediato. Os blogues, enquanto formas
individualizadas de expressão, originais e
únicas, são uma voz imprescindível para se
compreender o país em 2003. Eles expres-
sam um mundo etário, social, comunica-
cional, cultural, político que, sendo uma
continuação do mundo exterior, tem ele-
mentos ‘sui generis’” — sendo “um bocado
como a correspondência nos séculos XVIII
e XIX, uma rara fonte para um reverso da
história institucional oficial ou dos seus
avatares”.
E finalizava Pacheco Pereira pergun-
tando: “Quem guarda os CD-ROM, quem
guarda os discos alternativos, quem guarda
os fanzines, quem guarda os panfletos
políticos e a parafernália dos objectos de
campanha, quem guarda os arquivos digi-
tais, quem guarda a Internet portuguesa?
Ninguém, diz o romeiro”. ●
dade das empresas de TI em Portugal, como
é o caso da “obsoleta central de compras do
Ministério das Finanças”.
Rui Melo destacou que a Anetie, que
representa empresas que operam em Por-
tugal, independentemente de terem capital
português ou estrangeiro, pretende incenti-
var a criação de competências que possam
ser exportadas e criem valor para o país.
Já Anabela Pedroso, também coordena-
dora da UMIC, salientou a importância do
Portal de Portugal, a lançar neste ano, que será
um apontador universal de tudo o que se faz na
administração pública em todas as áreas, o que
irá permitir uma alteração completa de pro-
cedimentos do Estado. Até Dezembro deverá
haver interligação entre todas as redes infor-
máticas dos diversos ministérios, criando um
único “anel” que permita comunicar e suportar
todos os serviços electrónicos. Anabela Pedroso
salientou ainda que o Portal de Portugal está
ligado ao Portal do Cidadão, ao qual as pes-
soas estão a aderir de forma crescente e que
recebe diariamente entre 50 e 100 mensagens
electrónicas — na sua maioria sugestões para
melhorar o serviço. ● Lusa
computadores .7
 UMA LOJA PARA PRODUTOS EM FIM DE CICLO DE VIDA

Solbi inaugurou
o seu Informarché
A
SOLBI-SOCIEDADE Luso-
britânica de Informática
inaugurou, na passada
sexta-feira, uma loja
de informática a que
chamou Informarché e que tem
como objectivo vender a preços mais
baixos — a empresas ou a particu-
lares — os produtos que já estão ou
irão ser descontinuados, ou seja, que
deixarão de ser vendidos ou serão
substituídos por outros modelos.
Situada junto à zona industrial de
Alfragide, nos arredores de Lisboa, o
Informarché-Outlet de Informática e
Electrónica pretende ser um espaço
de venda de produtos de informática a
baixo preço por estes se encontrarem
no fim do seu ciclo de vida ou por ter
sido difícil a sua colocação no mercado
através dos tradicionais canais de
venda. Delfim Pires, director-geral da
Solbi, explicou na inauguração deste
espaço comercial que a loja se destina,
por exemplo, a quem pretende adqui- muito utilizado, por exemplo, nos previsões ou são lançados novos pro-
rir uma impressora multifuncional EUA — caracteriza-se exactamente dutos enquanto outros são descon-
mas não necessita exactamente do pela venda, a preços mais baixos, de tinuados, temos então as condições
modelo que acabou de sair. produtos que já se encontram no fim criadas para a existência de ‘stocks’
Na Solbi, um dos maiores importa- do seu ciclo de vida ou que, no caso de excessivos. Tendo já larga experiên-
dores de componentes de tecnologias de roupas, pertencem a colecções ante- cia no mercado português, a Solbi
informação, o “stock” de equipamentos riores. Com esta loja, a Solbi pretende encontrou, através da criação de
descontinuados é, em média, de cerca exactamente promover esse conceito um ‘outlet’ de informática, a melhor
de 8 por cento. Todos esses equipamen- e vender, assim, os modelos ante- maneira de combater essa situação,
tos passarão agora a estar disponíveis riores dos equipamentos de vários oferecendo ao público produtos em
no Informarché, com descontos de 5 a fabricantes. Computadores, memó- fim de vida ou já descontinuados a
40 por cento em relação ao preço com rias, “motherboards”, impressoras, preços extremamente competitivos”,
que se encontravam à venda nas lojas. monitores ou máquinas fotográficas explica a empresa em comunicado.
Explica Delfim Pires que, em termos digitais podem ser encontrados no Entre as marcas que se poderão
de facturação, os objectivos da empresa Informarché. A par dos produtos des- encontrar no Informarché estão
para o novo espaço comercial rondam continuados, serão também vendidos algumas bem conhecidas, como são
os 150 mil euros mensais, em média, equipamentos que já tenham sido uti- os casos da Epson, da Lexmark, da
até ao final do ano. lizados em feiras ou demonstrações. LG, da BenQ ou da Creative, entre
O modelo de “outlet” — que é “Quando a procura é inferior às outras. ● I.G.S.

.com

ATI com vendas de 491,5 milhões … e prevê crescer 60 por cento

A ATI anunciou os seus resultados relativos ao terceiro trimestre
do ano fiscal de 2004, tendo registado um volume de negócios de
491,5 milhões de dólares, o que representa um crescimento de 38,2
por cento face ao período homólogo do ano anterior. Também a
margem bruta aumentou 2,7 por cento, para 35,3 por cento, quando
comparada com o mesmo período.“Estes resultados confirmam que
a ATI foi a empresa de eleição no que se refere a tecnologias gráficas”,
considerou KwokYuen Ho,presidente da ATI,referindo também que a
empresa registou,no ano passado,um volume significativo de vendas
no que se refere a controladores gráficos para computadores por-
táteis, dispositivos de bolso e televisores digitais.“A nossa estratégia
passa por nos posicionarmos na área e no momento certo, tal como
fizemos com os equipamentos gráficos para telemóveis, e acompa-
nhar a transição para a televisão digital e a melhoria da qualidade
gráfica nos computadores portáteis”, adiantou David Orton, “chief
executive officer”(CEO) da ATI. ●
CBE facturou 7,2 milhões de euros…
A CBE,empresa de engenharia que desenvolve e constrói infra-estru-
turas de telecomunicações, apresentou os resultados financeiros de
2003 e alguns dos principais projectos em que está envolvida. O
volume de negócios foi de 7,2 milhões de euros. No primeiro semes-
tre de 2004, a CBE registou já um crescimento de 41 por cento, meses
também marcados pelo início das operações em Espanha, onde será
investido cerca de 1 milhão de euros na criação de uma nova empresa.
No mercado nacional,a CBE irá investir 3 milhões de euros e como pró-
ximos objectivos os responsáveis da empresa referiram a expansão do
negócio para a Europa de Leste.Carlos Barroqueiro,administrador da
CBE, considerou que os resultados agora apresentados se devem“ao
processo de reestruturação levado a cabo com sucesso em 2002 e à
adopção de um estilo de gestão realista e adequado aos parâmetros
da actualidade económica e empresarial”.●
Com o mercado espanhol, a CBE prevê um volume de negócios total
em 2004 de 11,5 milhões de euros, mais 60 por cento.“A estratégia de
internacionalização da CBE passa pelo assumir da vocação ibérica,do
estabelecimento de fortes parcerias estratégicas no mercado espa-
nhol que permitam trabalhar na área das telecomunicações móveis e
fixas”,adiantou Carlos Barroqueiro.O administrador afirmou ainda que
a CBE investirá na Polónia,“que deverá servir como trampolim para
outros mercados do Leste europeu e que agora [já] fazem parte da
União Europeia”.O volume de negócios registado em 2003 deveu-se
a diversos projectos, como a instalação das redes de GSM e UMTS no
Estádio da Luz para a Ericsson e a Vodafone,a participação na primeira
fase de construção da nova rede de“trunking”digital com a tecnologia
CDMA 450 para a Radiomóvel ou a instalação de mais de 200 “sites”
de UMTS nas áreas do Porto e de Lisboa para a TMN. ●
Cabovisão com General Bandwidth
A General Bandwidth, fabricante norte-americano de equipamentos
para serviços de voz sobre Internet, vai fornecer a sua tecnologia à
Cabovisão,a segunda maior operadora de televisão por cabo em Por-
tugal — anunciou Brendon Mills,presidente da empresa norte-ameri-
cana.A General Bandwidth vai fornecer à Cabovisão a sua solução G6
VoIP Media Gateway, que permite reduzir os custos dos serviços de
voz sobre Internet, possibilitando aos operadores de cabo concorrer
em melhores condições com os tradicionais na área dos telefones
fixos, segundo a empresa norte-americana, cuja sede é em Austin, no
estado do Texas.A Cabovisão é uma operadora de televisão por cabo
— cuja implantação no terreno se situa sobretudo nas áreas metropo-
litanas de Lisboa e Porto, bem como em áreas apreciáveis das Beiras
e do Alentejo — que oferece também serviços em que combina o
acesso à Internet por banda larga ao de telefonia fixa, tendo mais de
230 mil clientes domésticos e 9 mil empresariais,e empregando 1200
trabalhadores, segundo dados divulgados no seu “site”.●

computadores .8 S E G U N D A - F E I R A . 5 . J U L H O . 2 0 0 4
S E G U N D A - F E I R A . 5 . J U L H O . 2 0 0 4 computadores .9
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mail: anuncio@pcforma.pt
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Enviar curriculum, trabalhos
realizados e contacto.
E-mail: carlosbaltazar@hot
mail.com
agenda
IOLTS 2004 - 10th IEEE International
On-Line Testing Symposium
Data: 12-07-2004 a 14-07-2004
OFERTAS Local: Funchal, Ilha da Madeira
Dê IMAGEM à sua Contacto: João Paulo Teixeira
empresa... E-mail: jct@inesc-id.pt
Elaboração de Sites para
Internet, Design Gráfico, URL: tima.imag.fr/conferences/iolts/iolts04/cfp.html
Multimédia.
E-mail: sfvasco@iol.pt
Hardware, Software e
LISBOA 2004 – 12th International Symposium
Internet on Applications of Laser Techniques to Fluid Mechanics
Instalam-se programas e Data: 12-07-2004 a 15-07-2004
corrigem-se problemas
em computadores ao Local: Lisboa
domicílio (Matosinhos URL: in3.dem.ist.utl.pt/lxlaser2004
– Porto)
Contacto: 96 961 02 76
Design Gráfico SOCRT 2004 – The 4th IEEE International Workshop
Criação de cartazes, on System-on-Chip for Real-Time Applications
imagem gráfica, paginação,
desdobráveis, tratamento Data: 19-07-2004 a 21-07-2004
de imagem, pré-impressão. Local: Alberta, EUA
Processamento de texto.
Aveiro/Braga. Contacto: Secretariat
Contacto: 966340860 E-mail: webmaster@socrt.org
E-mail: mrui@aeiou.pt
Executo todo o tipo de
URL: www.socrt.org
tarefas informáticas
na zona do Minho, como
MWSCAS 2004 – International Midwest Symposium
processamento de
texto, pequenos jornais, on Circuits ans Systems
panfletos, convites, páginas Data: 25-07-2004 a 28-07-2004
de internet, reparação
e manutenção de Local: Hiroshima, Japão
computadores. URL: huis2.huis.hiroshima-u.ac.jp/mwscas04
Contacto: 917538263
E-mail: sersanto@mail.pt
Executo tarefas MTDT 2004 – The International Workshop on Memory
informáticas Technology, Design and Testing
Processamento de
texto; apresentações Data: 9-08-2004 a 10-08-2004
em Powerpoint e excel; Local: San Jose, Califórnia, EUA
pesquisas na Internet
e bibliotecas. (Aveiro/
Contacto: Rochit Rajsuman
Coimbra) E-mail: r.rajsuman@advantest-ard.com
Contacto: 965583978
URL: www.ece.rochter.edu/workshops/MemoryDesign/index.html
E-mail: es_santos@mail.pt
Executo tarefas
informáticas ILSPED - International Symposium
Pesquisas na internet e em
on Low Power Electronics and Design
bibliotecas; processamento
de texto; digitalização de Data: 9-08-2004 a 11-08-2004
documentos e impressão a
p/b e a cor. Preços a acordar.
Local: Newport Beach, Califórnia, EUA
Contacto: 916981549 Contacto: Rajiv Joshi
E-mail: eporfirio@mail.com
E-mail: rvjoshi@us.ibm.com
Web Design
Construção de websites, URL: www.ilsped.org
manutenção, design
personalizado, formulários.
Contacto: 914029315 HOT CHIPS 16 - Symposium on High Performance Chips
E-mail: cidesign@jkpt.net Data: 22-08-2004 a 24-08-2004
URL: www.jkpt.net
Desktop Publishing e
Local: Stanford, Califórnia, EUA
Fotocomposição URL: www.hotchips.org/hc16/
Todo o tipo de trabalho
gráfico, paginação,ilustração
2D e 3D, artes criativas, ICMENS 2004 – The 2004 International
logotipos, cartazes, cartões, Conference on MEMS, NANO and Smart Systems
ideias publicitárias,
Contacto: 914029315
Data: 25-08-2004 a 27-08-2004
E-mail: cidesign@jkpt.net Local: Banff, Alberta, Canadá
URL: www.jkpt.net
E-mail: webmaster@icmens.org
Redes em ambiente
Windows URL: www.icmens.org
Montagem, manutenção,
instalação, configuração,
VDAT 2004 – 8th VLSI Design & Test Workshops
optimização. Consultoria
informática. Pessoal Data: 26-08-2004 a 28-08-2004
certificado Microsoft.
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INTEGRIT Y MESSENGER GEN2

Editor
Rui Jorge Cruz
Redactores, colaboradores
e cronistas
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André Ruivo, António Granado,
Casa dos Bits, Fernando Santos,
Helena Viegas, Henrique Carreiro,
Henrique Saias, Isabel Gorjão
Santos, João Cruz, José Antunes,
José Doutil, Luís Félix, Miguel
Crespo, Nuno Bernardo, Paulo
Almeida, Pedro Fonseca, Rita
Cruz, Rita Hasse Ferreira
Secretariado
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Todos os mensageiros
num só
O
S SERVIÇOS de men-
sageiro são uma das
funcionalidades da
Internet mais usadas.
Estes serviços têm
atraído utilizadores em todas as
faixas etárias, com especial incidên-
cia nos jovens e adolescentes. Para
quem nunca utilizou estes serviços
de conversação em tempo real,
existem hoje em dia no mercado
dezenas de aplicações de mensa-
geiro, promovidas pelos portais
e serviços “on-line”, como o AOL
ou o MSN. Estas ferramentas são
cada vez mais atraentes e simples
de usar, cativando todo o tipo de
utilizadores.
Por outro lado, existem várias
redes e tipos de aplicação, o que
impede utilizadores de um pro-
grama associado a uma rede de
falarem com utilizadores de outra
rede. Por exemplo, se se é utilizador
do Hotmail, o serviço gratuito de
E-mail da Microsoft, e se se possui
uma conta no serviço de mensageiro
do MSN, não se conseguirá aceder
a salas de conversação ou falar com
pessoas que, por exemplo, estejam
ligados à rede IRC (Internet Relay
Chat) ou ICQ — dois dos mais popu-
lares serviços de mensageiro.
Daí que um novo serviço de men-
sagens instantâneas — o Integrity
Messenger GEN2 — esteja rapi-
damente a ganhar adeptos graças
à sua capacidade de interoperar
com os outros sistemas. Embora o
novo serviço não tenha o volume
de utilizadores dos “gigantes” AOL,
Microsoft e Yahoo!, a sua crescente
audiência indicam que o GEN2 veio
para ficar. A popularidade do GEN2
advém do facto de os utilizadores
não necessitarem de ficar conecta-
dos a diversos serviços para mante-
rem contacto com amigos, parentes
e colegas de trabalho. A partir de
uma só ferramenta de comunicação
(ou mensageiro) podem interligar-
se aos mais usados serviços de con-
versação via Internet
e, assim, falar com NUNO BERNARDO
todos os seus amigos e
familiares, independentemente dos
serviços que cada um deles utilizar. dos contactos no servidor. Com esse
Uma das grandes vantagens do
Integrity Messenger GEN2 reside
no seu tamanho: para aqueles que
sofrem de falta de espaço no seu
disco rígido e não podem ter todos
os programas de mensagens ins-
tantâneas instalados no seu com-
putador, o GEN2 é uma excelente
alternativa.
A instalação não é complicada
se o utilizador já tiver alguma
familiaridade com os programas
de mensagens instantâneas “reuni-
dos” pelo GEN2 — ICQ, IRC, AOL,
MSN, Yahoo!, Mes-
senger. Outra grande
facilidade oferecida
pelo GEN2 é o armazenamento
recurso, o utilizador que acede à
Internet a partir de vários PC (em
casa, no escritório ou em viagem)
só precisa de adicionar os seus
amigos de uma única vez — e, ao
fazer o “login” noutra máquina, os
contactos ficam logo disponíveis. Os
contactos podem ainda ser gravados
e transferidos entre sistemas ou tro-
cados entre utilizadores.
O GEN2 é uma aplicação de
mensageiro que suporta os formatos
e as redes mais comuns, que centra-
liza todos estes sistemas de comuni-
cação numa só interface, facilitando
o contacto com pessoas de diferen-
tes serviços. O utilizador pode facil-
mente importar os seus contactos
para este programa, garantindo
que se pode falar ao mesmo tempo
para amigos ou familiares que este-
jam a usar outras redes ou aplica-
ções. Ou seja, é possível fazer uma
migração do arquivo de contactos de
um programa de mensageiro já em
uso para o GEN2 de forma simples
e imediata.
O modo de utilização do pro-
grama é muito similar ao de outro
tipo de ferramentas e o processo de
configuração e registo muito sim-
ples, não exigindo, assim, qualquer
tipo de aprendizagem. O programa
possui tudo o que se pode esperar
de um mensageiro, como alerta
de presença de amigos, múltiplas
conexões, máscaras para alteração
da interface, ícones e símbolos para
transmitir emoções e expressões,
bem como teclas de atalho.
E comunicar é bastante simples:
selecciona-se a pessoa ou pessoas
com quem se quer conversar, inicia-
se uma “sala privada” e começa-se
a digitar palavras e frases. Usa-se
os símbolos para reforçar os senti-
mentos ou aproveita-se para enviar
endereços ou imagens animadas
aos interlocutores.
A aplicação permite a configu-
ração de alertas e avisos para que
o utilizador seja sempre notificado
quando os seus conhecidos se
encontrarem ligados à rede, como
acontece nas aplicações concorren-
tes. Assim, identificará a qualquer
momento se a pessoa que deseja
falar está ligada à Internet ou
acabou de entrar. Os avisos podem
ser do tipo visual ou sonoro e, por
exemplo, a cada amigo pode ser
associado um som diferente, da
mesma forma que é normal asso-
ciarmos um toque no telemóvel a
cada pessoa que nos ligue.
O Integrity Messenger GEN2
é uma excelente ferramenta para
facilitar a comunicação entre pes-
soas através da Internet. Na sua
lista de funcionalidades, há carac-
terísticas para agradar não só ao
utilizador particular mas também
ao profissional e às instituições
de ensino. O facto de ser gratuito
permite-lhe competir directamente
com outras ferramentas mais popu-
lares, tendo como grande vantagem
a centralização de contactos e servi-
ços numa só interface. O utilizador
não terá, assim, de instalar diferen-
tes aplicações de mensageiro para
conseguir falar com todos os seus
amigos e familiares. O endereço do
sítio de suporte à aplicação é: http:
//www.integritymessenger.com/ .
Na versão beta testada por Com-
putadores, encontrámos alguns
problemas de estabilidade, que
provavelmente estarão já ultrapas-
sados na versão final. ●

computadores .11 S E G U N D A - F E I R A . 5 . J U L H O . 2 0 0 4
 JOGOS
‘Shrek 2’ e ‘Brother Bear’
C
OM A CHEGADA aos cinemas
portugueses da sequela de
“Shrek”, um dos mais fabu-
losos filmes de animação de
sempre, chegam também os
jogos para várias plataformas, que não
se limitam a adaptações tecnológicas,
tendo cada um deles características
próprias. Para o público mais jovem, os
títulos da Pixar (como “Shrek 2”) ou da
Disney (como o recente “Kenai e Koda”,
“Brother Bear” na versão original) são
nitidamente dos mais apelativos.
“Shrek 2” tem apostas muito dís-
pares no que toca a plataformas. No
PC, temos um jogo de componente
nitidamente infantil, com abordagem
pró-educativa, bem apontado a este
público-alvo mas algo
limitativo e pobre em MIGUEL
termos globais. Nas conso-
las domésticas, como na PlayStation 2
(PS2), encontra-se uma proposta mais
abrangente mas ainda dentro do estilo
familiar politicamente correcto. Por
fim, no GameBoy Advance (GBA), surge
um excelente jogo, que retrata muito
bem o espírito de “Shrek” e pode ter um
público verdadeiramente alargado.
A história segue mais ou menos a
do filme — ou seja, após o casamento,
Shrek, Fiona e o Burro têm de ir até ao
reino de Far Far Away, onde vivem os
pais da heroína, enfrentando grande
número de peripécias. Ao longo do
caminho, há personagens bem conhe-
cidos, de Pinóquio ao Espelho Mágico,
passando pelo Homem Biscoito ou pelo
DUAS SEQUELAS DE UM FILME PARA TRÊS PLATAFORMAS
Lobo Mau, com várias delas a serem
jogáveis em partes da história. Em Título “Shrek 2”
qualquer das versões, a história tem Estilo Acção 7 /10
o humor corrosivo habitual e as falas Plataforma PS2, Xbox
despertam risos inteligentes a cada Produtor Activision
momento, mesmo que os actores não
Distribuidor Ecofilmes
sejam as estrelas do filme. Obviamente,
todas os personagens são bem reco- Edição Junho 2004
nhecíveis e as expressões e as músicas
remetem o jogador para o universo de Título “Shrek 2”
“Shrek”. Estilo Acção 6 /10
Uma das características interessan- Plataforma PC
tes de qualquer das versões de “Shrek Produtor Activision
2” é a necessidade de entreajuda e alter-
Distribuidor Ecofilmes
nância entre os personagens, pois cada
um tem os seus talentos especiais; por Edição Junho 2004
isso, é preciso rodar entre os membros
da equipa com frequência, promovendo Título “Brother Bear”
um espírito de entreajuda Estilo Acção 6 /10
CRESPO muito positivo. A varie- Plataforma PC
dade, a jogabilidade e a Produtor Disney
ambiência típica são também comuns
Distribuidor Ecofilmes
— mas depois começam as diferenças.
A versão para PS2 é um jogo muito Edição Maio 2004
interessante, mesmo descontando o
factor “Shrek”, ou seja, é um bom jogo Título “Shrek 2”
por si só. Baseado em “puzzles”, com
uma componente de trabalho em equipa
Estilo Acção 8 /10
Plataforma GBA
e vários personagens jogáveis (não Produtor Activision
vale a pena estragar as surpresas…),
a dificuldade é média e as ajudas boas,
Distribuidor Ecofilmes
tendo em conta o público, com muitas Edição Junho 2004
indicações de como realizar acções.
Para aumentar a emoção, frequentes
as sequências de luta, que tornam
“Shrek 2” num divertido jogo de comba- coito), à vez ou em grupo, o jogador
tes, e surgem também ocasionalmente encontrará níveis bastante diferen-
minijogos que aumentam a variedade ciados, em que surgem regularmente
e quebram a rotina. O grafismo não novos desafios. Para avançar, é preciso
deslumbra mas a animação é razoavel- executar as operações da praxe — como
mente convincente e não desilude. saltar, lutar usar objectos (chaves,
No PC, temos um jogo muito dife- fadas que permitem prolongar os saltos,
rente e, infelizmente, para pior. É maçãs podres que afastam os inimigos,
básico, muito curto (joga-se em poucas etc.) e, claro, recolher moedas.
horas) e pouco polido. O grafismo é Nos níveis em que há mais que um
pobre, a jogabilidade mais reduzida e a personagem jogável, há muitas situ-
dificuldade baixa. A versão de PC des- ações em que é preciso trabalhar em
tina-se apenas às crianças, mas isso equipa, com cada um a ter de executar
não é desculpa para um jogo que se determinadas acções ou mesmo a ter de
limita a cumprir os serviços mínimos. entusiasmo inicial e esquecido o filme, participar em simultâneo (empurrando
Mais valia uma conversão da versão de não voltará a ser jogado. objectos, por exemplo). A dificuldade é
consolas. Voltando a “Shrek 2”, falta a versão crescente mas de forma gradual, exis-
A mesma lógica segue “Brother para a portátil da Nintendo. O jogo de tindo uma componente de estratégia
Bear”: o jogo para PC do filme “Kenai GBA não se limita a pegar na licença que complementa a acção. Por outro
e Koda” é nitidamente para crianças e e aproveitar o nome para cumprir os lado, há sempre indicação de como rea-
está longe de ser espectacular. Segue mínimos. Nesta versão, o imaginário lizar uma tarefa da primeira vez que ela
o estilo de acção-aventura na terceira está muito bem recriado e as limitações surge, evitando o recurso ao manual.
pessoa, com pequenos “puzzles” para técnicas da máquina foram bem ultra- No geral, todas estas adaptações de
resolver, alguma interacção com outros passadas com pequenos pormenores, filmes cumprem o seu papel, mas o facto
personagens e muitas sequências como a banda sonora ou as expressões de cada uma ser dirigida a um tipo de
cinemáticas. Mediano no capítulo da sonoras dos personagens. público torna difícil a comparação. Mas
realização, apela às crianças (o filme Este jogo de plataformas parte de a verdade é que as crianças continuam
é mesmo para elas, não tendo a abran- um estilo clássico mas acrescenta-lhe a ser vistas como um público menos
gência de “Shrek 2”) mas fica-se por aí. vários pormenores enriquecedores. Com exigente e, por isso, as versões mais
Seguindo a história do filme, é um com- quatro personagens jogáveis (Shrek, infantis são aquelas em que há menos
plemento interessante; mas, passado o Burro, Gato das Botas e Homem Bis- apuro técnico. ●
7c1bf3e5-024b-435b-bb28-84bbcd8a7552
S E G U N D A - F E I R A . 5 . J U L H O . 2 0 0 4 computadores .12