Computadores

SEGUNDA-FEIRA 28 JUNHO 2004 DIRECTOR JOSE MANUEL FERNANDES EDITOR RUI JORGE CRUZ

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Premiado ‘cubo’ A TV chega ‘Spam’ gera Como limpar PC Três jogos
português ao telemóvel maiores queixas ao desinstalar de aventuras
Prémio de ‘design’ para Telenovelas e séries Anacom revela dados Um ‘shareware’ para ‘Law & Order 2’, ‘Schizm 2:
criação da YDreams e televisivas refeitas para sobre as queixas recebidas eliminar vestígios inúteis Chameleon’, ‘Egypt III:
da Ideo para a Vodafone o novo suporte da moda do comércio electrónico de programas já idos The Fate of Ramsés’
➜ págs. 8 ➜ pág. 11 ➜ pág. 9 ➜ pág. 12 ➜ pág.15

DEPOIS DA APOSTA DA HP NA WILLIAMS-BMW, É A AMD A ASSOCIAR-SE À FERRARI

A importância das tecnologias

de informação na F1
O
FERRARI/ NEW YORK TIMES
S BOTÕES, OS interruptores e de todo o tipo de situações com que Schu-
as alavancas que preenchem macher poderá ver-se confrontado.
o volante de Michael Schu- Mas, quando se instala dentro do
macher já dão uma ideia de carro, o piloto fica sozinho. E, à medida
como as tecnologias de infor- que a corrida se vai desenrolando, a
mação vieram transformar as corridas de equipa técnica da Ferrari vai regis-
Fórmula 1. Este volante — cuja dimensão tando minuciosamente cada pormenor
é cerca de metade da de um normal auto- da competição — captando megabytes
móvel — é, no essencial, um computador, de dados emitidos pelo carro, através
com controlos electrónicos que gerem
centenas de elementos decisivos para o
desempenho do carro, para além de ter
um ecrã que, a cada momento, fornece ao
piloto informação em tempo real acerca
da sua posição na corrida, da sua velo-
cidade naquela volta, para além da sua
posição exacta no circuito onde está a
decorrer a prova.
E Michael Schumacher, que venceu
o Grande Prémio do Canadá no passado
dia 13 de Junho, personifica o novo tipo
de pilotos, cujo sucesso depende tanto das
suas qualidades de condutor como do seu
domínio dos sistemas informáticos que
apoiam a sua actuação.
Antes de cada corrida, diz o piloto
principal da Ferrari, ele reúne-se com os
engenheiros e compagina o seu “feeling” Os dados são dezena de técnicos. Ao mesmo tempo,
acerca da prova e do circuito com aquilo de um sistema de comunicações sem transmitidos para um centro informático essas informações são enviadas através
que os técnicos detectam nos dados colhi- fios, de cada vez que ele passa nas — equipado com poderosos computadores, da Internet para um centro de dados
dos nas sessões de treino — dados que imediações das “boxes”, muitas vezes a colocado nas traseiras da “box” da Ferrari de maiores dimensões em Maranello,
proporcionam a realização de simulações mais de 330 Km por hora. —, onde são analisados por mais de uma na Itália, onde fica o quartel- ➜

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 ➜
general da marca. Neste centro,
são executadas análises mais exaustivas,
destinadas a apoiar as decisões de Jean
Todt, responsável e grande estratego da
equipa, instalado no palanque frente à
“box”, frente a um grande ecrã de compu-
tador e em permanente contacto via rádio
com os seus condutores.
As tecnologias de informação estão,
evidentemente, a conferir uma nova
realidade à preparação e à determina-
ção das tácticas em muitas modalidades
desportivas. Mas talvez seja na Fórmula
1 que essas tecnologias mais penetraram
no núcleo central do desporto, levando
ao limite a capacidade de aperfeiçoar as
sinergias entre homem e máquina. E o
resultado é a criação de um verdadeiro
ciborgue — uma combinação de homem
e máquina em todos os sentidos destas
palavras.
A importância das tecnologias de
informação na Fórmula 1 de hoje cons-
tituem um dos contrastes mais gritantes
➜
entre esta e a Fórmula Indy, que dispõe
de carros muito menos potentes e tem
limites muito estritos ao uso que pode
fazer dessas mesmas tecnologias de infor-
mação.
Talvez por isso, o impulso dado pelas
tecnologias de informação tenha redun-
dado num crescendo das tensões no
mundo da Fórmula 1 — em particular, no
domínio da grande guerra de considerá-
veis investimentos entre as dez principais
equipas que, em cada ano, disputam este
campeonato.
Os números não são públicos mas,
segundo Paul Stoddart, proprietário da
equipa Minardi, o conjunto de todas elas
gastará algo como 2800 milhões de dóla-
res ao longo da época. “Ora pode-se gover-
nar um pequeno país com 2800 milhões
de dólares e ainda sobrar dinheiro”,
acrescenta Paul Stoddart.
O “patrão” da Minardi diz que as equi-
pas da Ferrari, a Toyota, a McLaren-Mer-
cedes e a Williams-BMW gastaram, cada
uma, já mais de 400 milhões de dólares
neste ano — ao passo que a sua equipa
tem um orçamento total de apenas 40
milhões de dólares.
E equipas como a Minardi estão em
grande desvantagem porque os computa-
dores e as tecnologias de informação (bem
como o dinheiro que as compra) desempe-
nham um papel significativo no sucesso
de “escuderias” como a da Ferrari, que
tem dominado o panorama da Fórmula
1 ao longo dos últimos cinco anos e já
ganhou sete das primeiras oito corridas
da presente época — com Michael Schu-
macher, um alemão de 35 anos, como
piloto principal, e o brasileiro Rubens
Barrichello como segundo piloto.
Os avanços tecnológicos estão
também a pôr á prova a própria Fede-
ração Internacional do Automóvel
(FIA), o organismo internacional que
governa esta modalidade desportiva. A
FIA encontra-se, desde há uns anos, no
centro de um debate sobre o crescente
contraste de recursos e possibilidades
entre as equipas mais ricas e as res-
tantes — e sobre a sua capacidade de se
dotarem de vantagens inultrapassáveis
graças ao facto de se apoiarem quase
inteiramente nos controlos por compu-
tadores para gerirem os seus carros, isto
para já não falar dos recursos em tec-
nologias de informação que usam para
simular sucessivas soluções de “design”
para motores e carroçarias.
A incessante controvérsia sobre o
papel das tecnologias de informação na
Fórmula 1 já vêm desde 1992, quando
a FIA ditou a interdição dos motores
com turbo-alimentação, a fim de limi-
tar as velocidades de ponta dos carros.
Em resposta, os “designers” viraram-se
para as tecnologias e para os sistemas
de informação — incluindo a telemetria
bidireccional —, multiplicando os dados à
disposição da “box” para dirigir e contro-
computadores .2
ANN JOHANSSON/AP
lar a corrida de cada um dos carros.
A FIA, por seu e com o objectivo de
manter acesa a competitividade na Fór-
mula 1, respondeu proibindo a telemetria
bidireccional e outras funcionalidades
automáticas relacionadas com as curvas e
outros controlos. Apesar disso, as equipas
persistem na contínua busca das mais
recentes tecnologias, apoiados também
pelos seus patrocinadores — que, nalguns
casos (como o da Williams-BMW e da
HP), são, eles próprios, grandes empresas
de tecnologias de informação.
S E G U N D A - F E I R A . 2 8 . J U N H O . 2 0 0 4
FERRARI/ NEW YORK TIMES
Outro exemplo é a Advanced Micro
Devices (AMD), do Silicon Valley e o
segundo maior fabricante de processa-
dores para computadores, que passou a
ser um dos principais patrocinadores da
Ferrari, em parte graças ao facto de o seu
“chief executive officer” (CEO), Hector
Ruiz, considerar que a Ferrari tem um
historial muito idêntico ao da própria
AMD. Daí que Hector Ruiz espere que
os computadores baseados nos processa-
dores da AMD possam desempenhar um
papel crucial na manutenção da liderança
ANN JOHANSSON/AP
pela Ferrari: “Já não se trata dos carros
de Fórmula 1 do tempo dos nossos avós.
Estamos a fazer tudo para que esta parce-
ria vá muito para além da publicidade.”
Mas parece não haver dúvida de que
a AMD — o segundo maior fabricante
mundial de semicondutores e de proces-
sadores para PC, a seguir à Intel mas a
uma grande distância — está a apostar
fortemente nas parcerias com equipas da
Fórmula 1. Poucos dias depois do Grande
Prémio do Canadá, a empresa de Ruiz
anunciou que iria fornecer ao “team”
suíço Sauber Petronas um supercom-
putador (mais exactamente, um grande
“cluster” de servidores a trabalharem em
conjunto) que passaria a figurar entre os
dez mais potentes do mundo.
Este supercomputador, que deverá ser
usado sobretudo em simulações de aerodi-
nâmica, veio chamar a atenção das auto-
ridades deportavas para outro aspecto:
a quantidade autorizada de testes em
pista a serem feitos pelos carros — testes
esses que custam à roda de 500 dólares
por quilómetro e que constituem uma das
vertentes que mais penalizam as equipas
com menos recursos financeiros.
A FIA está a considerar a hipótese de
impor um limite aos testes mas também
isso poderá introduzir novas desigualda-
des, na medida em que as equipas mais
ricas poderão mais facilmente substituir
os testes em pista por sofisticadas simu-
lações apoiadas por computadores.
A simulação recorrendo a compu-
tadores é já, de qualquer modo, um
elemento adquirido na Fórmula 1. O
sistema de dados sem fios usado pela
Ferrari fornece dados acerca de mais de
500 factores de desempenho dos carros
— leituras que permitem à equipa téc-
nica aconselhar os condutores sobre o
modo mais eficaz de fazerem cada uma
das curvas de um circuito, sobre quais os
componentes que terão que poupar mais
a fim de evitarem avarias durante a
corrida ou articularem estratégias tendo
em conta o desgaste dos pneus.
Os dados e as ferramentas de aná-
lise já nesta época desempenharam um
papel crucial na vitória de Schumacher
no Grande Prémio de Espanha, a 9 de
Maio em Barcelona. A meio da corrida, a
equipa apercebeu-se de uma fractura no
sistema de escape do carro, claramente
detectada nas leituras da pressão em
vários pontos do motor. Além disso, os
técnicos conseguiram observar os efeitos
da fuga dos gases de escape medindo
constantemente os valores enviados pelos
sensores de temperatura localizados em
diferentes pontos do motor.
Ross Brawn, director técnico da
Ferrari, declarou que, há una anos,
uma avaria idêntica tinha provocado
uma falha da suspensão, causada pela
libertação anormal de calor. “Consegui-
mos detectar claramente a falha apenas
pela observação dos dados”, disse Luca
Baldisseri, director de estratégia da
equipa da Ferrari, “o que nos permi-
tiu imediatamente concluir que não se
tratava de um problema de segurança”.
Mas a equipa continuou a monitorizar
o aquecimento da suspensão e alertou
Michael Schumacher para a necessidade
de abrandar o ritmo, a fim de reduzir os
riscos de males maiores.
Durante os treinos em Montréal, no
Grande Prémio do Canadá — realizado
no Circuito Gilles Villeneuve —, o piloto
australiano Mark Webber, de 27 anos,
da equipa Jaguar-Cosworth, reconheceu
também numa entrevista que a linha que
separa as tecnologias de informação das
capacidades dos condutores tem vindo a
tornar-se cada vez mais estreita e que
esta pressão só tende a aumentar. “Sou
um grande adepto de todo o contributo
que um condutor pode dar em termos
de fazer um carro andar cada vez mais
depressa”, disse o piloto da Jaguar-
Cosworth. ● JOHN MARKOFF / NYT Circuits
 dica

Usar a tecla Insert

para colar no Word
Por omissão, no Microsoft Word, a tecla Insert está
configurada para permitir activar ou desactivar o
modo de substituição de texto — ou Overtype (mais
exactamente: quaisquer novas letras ou palavras, em
vez de serem inseridas no ponto onde se encontra o
cursor, passam a substituir tudo o que se encontra a
seguir ao cursor). Também por omissão, este modo
está desactivado, sendo activado quando se carrega
na tecla Insert.

Com o modo de substituição activado, quando se

insere caracteres num texto, estes substituem, pois,
os que estão logo a seguir ao cursor de inserção
— apagando-os, portanto. Mas isto só se verifica
dentro do mesmo parágrafo, pois esta função não
permite substituir parágrafos, ainda que o consiga
fazer relativamente aos “soft-returns”, os falsos
parágrafos que se obtêm com a combinação de teclas
Shift+Enter.
Mas pode-se utilizar a tecla Insert para colar no
documento o conteúdo da área de transferência
(o chamado “clipboard”). Para isso, há que alterar
as configurações do programa. Na barra de menus,
escolhe-se Ferramentas e, neste submenu, Opções. Na
janela Opções, que se pode ver na imagem, carrega-se
no separador Editar.
Neste separador, na área Opções de Edição, activa-se
o comando Utilizar a Tecla INS Para Colar; a seguir,
carrega-se em OK.
A partir deste momento, sempre que se premir a
tecla Insert, o Word irá colar o conteúdo da área
de transferência no ponto do documento onde se
encontra o cursor de inserção — e, ao mesmo tempo,
deixa-se de poder utilizar essa mesma tecla para
activar ou desactivar o modo de substituição. Mas
continuará a ser possível utilizar este comando, agora
através da barra de estado — aquela que se situa
na base da janela do programa e que apresenta, à
esquerda, informações sobre a Página e Secção onde
está o cursor.
Do lado direito desta barra, existe uma série de grupos
de letras que correspondem a várias funções do
programa, que podem ser activadas ou desactivadas
aqui. São elas GRA, para Gravar Macro, RA (para
Registar Alterações), EXP (para Expandir Selecção) e,
por fim, SUB, para Substituir. Por omissão, todas elas
estão desactivadas — aparecendo as letras a cinzento,

www.publico.pt
como que esfumadas —, sendo preciso, para as activar,
dar dois cliques sobre a respectiva sigla (passando
as letras a apresentarem-se bem definidas, a preto).
Quando se quiser desactivar a função, proceder-se-á
de modo idêntico.
Para configurar o programa de modo a ter activo, por
omissão, o modo de substituição de texto, pode-se
ir de novo às Opções e activar o comando Modo
de Substituição, que se encontra logo abaixo do
anteriormente referido, como se pode ver
na imagem. ● JOSÉ DOUTIL

S E G U N D A - F E I R A . 2 8 . J U N H O . 2 0 0 4 computadores .3
 tecpédia H E N R I Q U E C A R R E I R O IBM INVENTARA O PC PARA VESTIR E AS REDES PESSOA A PESSOA (PAN) NOS ANOS 90

Microsoft patenteou transporte

de dados no corpo humano

Intel High
Definition Audio

Q
uando os computadores pessoais começa-
ram a apresentar bom som estéreo, em vez
dos simples bips das primeiras máquinas,
isso foi um salto gigantesco na qualidade
da experiência de utilização dos PC. Mas há
mais de oito anos que a especificação-base de áudio no PC,
conhecida como AC’97, não é alterada – e, apesar da quan-
tidade de placas de som do elevada qualidade entretanto
surgidas, a arquitectura-base da máquina impõe limitações
quanto aos débitos máximos que podem ser transferidos
simultaneamente em vários canais, o que restringe o que
pode ser feito em áudio multicanal.
A Intel apercebeu-se de que estava na altura de fazer evo-
luir a especificação para suportar não só o áudio multicanal
de qualidade mas também uma mudança na filosofia de

A
utilização do PC como centro de diversão doméstica. Assim Microsoft obteve provi-
nasceu uma especificação conhecida como Intel High Defi- mento, na semana pas-
nition Audio, que está agora a começar a surgir na primeiras sada, ao pedido de uma
“motherboards” (placas de sistema) dos PC. patente para a utilização
Enquanto a especificação AC’97 suportava até seis canais de do corpo humano como
48 kHz/20 bit, a HD Audio permite ir até oito canais de 192 meio para a transferência de dados,
kHz/32 bit, o que possibilita o equivalente ao DVD-Audio apresentado em 27 de Abril de 2000.
multicanal de alta qualidade. A Intel previu também que, No texto desta patente (com
sendo um PC um ambiente onde convivem necessidades o número 6.754.472), a empresa
diferentes em termos de prioridades de transferências de propõe a ligação de equipamentos
dados, pode acontecer, em certas alturas, que seja “roubada” portáteis ao corpo humano, uti-
banda às aplicações de áudio — o que resulta nas bem lizado como meio condutor para
conhecidas falhas de som ocasionais. Assim, o subsistema transmitir uma corrente eléctrica ou
de áudio estará, na nova especificação, mais bem protegido dados. Através de eléctrodos, vários
contra estas eventualidades. equipamentos podem ser ligados ao
A Intel também percebeu que os padrões de utilização do corpo humano, falando os autores
PC actuais obrigam a considerar ligações praticamente per- da patente — Lyndsay Williams,
manentes à Internet e que, portanto, o PC pode em qualquer William Vaablais e Steven Bathiche
altura estar a servir para comunicações, nomeadamente de — de altifalantes, ecrãs, relógios ou
voz. Assim, é possível desviar as comunicações de voz para teclados. Usando diferentes frequên-
um sistema de auscultadores, enquanto o som — por exem- cias, vários equipamentos podem
plo, de música ou a banda sonora de um filme — é encami- obter selectivamente energia para
nhado para os sistema de colunas. De igual modo, é possível os fazer funcionar. A modulação de
ter em paralelo dois sistemas de áudio simultâneos — por dados pode ser efectuada usando
exemplo, um para CD e outro para DVD, nomeadamente nos técnicas de utilização destas fre-
casos em que o PC é usado como centro de média domés- quências.
tico, fazendo “streaming” para diferentes partes da casa. A “invenção relaciona-se com
Outra área de melhoria (e que tende a ser ignorada) é a com- métodos e aparelhos para a trans-
ponente de captura de som para microfone — de grande missão de energia e dados, e, mais
importância, à medida que se desenvolvem as interfaces em particular, com métodos de acti-
baseadas em voz mas também os sistemas de voz sobre IP, var equipamentos ligados ao corpo
que imporão uma preocupação crescente com a qualidade humano e de comunicação de infor-
dos microfones e dos sistemas de captação. mação entre aparelhos”.
Para ajudar a tirar partido da nova plataforma, a Intel asse- Na sua explicação mais deta-
gurou a colaboração dos laboratórios da Dolby, tendo as lhada, a patente salienta que a
duas empresas anunciado, no passado mês de Fevereiro, técnica se aplica a qualquer orga-
a sua intenção de criar um programa de certificação para nismo vivo como suporte de trans-
os OEM, que lhes permitirá colocar no mercado computa- missão entre aparelhos
dores ostentando os diversos logotipos da Dolby (como — nomeadamente um PEDRO
Dolby Headphone, Dolby Virtual Speaker, Dolby® Digital para a geração de sinais
Live e Dolby Pro Logic® IIx), indicando assim as capacidades eléctricos e outro para a sua recep-
do respectivo sistema de som. O Pró Logic IIx, uma das mais ção, salientando a possibilidade de
recentes apostas da Dolby, permite apresentar conteúdo interacção entre ambos.
estéreo em formato multicanal. A Microsoft não divulgou qual-
Falta apenas, para o cenário audiófilo ficar completo, que quer aplicação futura do desenvolvi-
comecem a surgir para o PC unidades de DVD que supor- mento desta tecnologia.
tem também a norma SuperAudio CD, da Sony — o grande A ideia não é nova — referiu Ken
concorrente do DVD-Audio, da Panasonic, considerado por Dulaney, da consultora Gartner à
alguns puristas do som como o que mais se aproxima da IDG News Service —, acrescentando
qualidade das gravações analógicas. Mas, se o mercado que tecnologias de comunicações
como o Bluetooth podem ser mais
práticas e menos invasivas do corpo.
Tecpédia é uma enciclopédia em construção sobre a era digital “Pense-se nos problemas de ter
sempre coisas ligadas ao corpo”, refe-
riu. “Acho que pode ser uma daque-
las tecnologias interessantes mas
não práticas no longo prazo”, excepto
na área dos equipamentos médicos.
Ora sucede que as ideias constan-
tes da patente não são novas. E daí
que o anúncio da Microsoft levante
questões quanto aos seus direitos sobre
os conceitos agora patenteados — e as
tecnologias que deles possam advir.
As ideias não são patenteáveis mas a
descrição que delas se faz poderão ser
objecto de concessão de patente.
Em 1996, a IBM apresentou na
Comdex de Outono desse ano um
sistema de rede pessoal (“personal
area network” ou PAN) que permitia
a duas pessoas trocarem “cartões de
visita” electrónicos através de um
simples aperto de mão. Também
nesse ano, na revista “IBM Systems
Journal”, Tom Zimmerman, inves-
tigador da empresa, publicava um
texto intitulado “PAN: Near-field
intrabody communication” — expli-
cando que, à medida
FONSECA que se assistia a uma
crescente miniaturiza-
ção dos equipamentos, não existia
“um método para estes equipamentos
partilharem dados”; nele era também
referido um protótipo de sistema de
PAN que “permite aos utilizadores a
troca electrónica de cartões de visita
pelo aperto de mãos”.
O desenvolvimento da PAN
surgiu a Zimmerman após uma troca
de ideias com Mike Hawley, do Perso-
nal Information Architecture Group,
e Neil Gershenfeld, do Physics and
Media Group — ambos do Media Lab
do Massachusetts Institute of Tech-
nology (MIT), no Nordeste dos EUA,
onde o trabalho foi desenvolvido e
apoiado pela Hewlett-Packard Cor-
poration e pela Festo Didactic.
Na conclusão do seu trabalho, Zim-
merman explica como “a aplicação de
técnicas de telefonia por modem a equi-
pamentos de PAN pode fornecer capa-
cidades de 100 kilobits por segundo” ou
mais, usando técnicas de compressão.
O centro do sistema seriam os sapatos,
que assim podiam ser o recipiente dos
dados, armazenando a informação quer
de quem se cumprimenta como do local
onde isso se verificou.
Numa entrevista à revista “IBM
Microelectronics Design: Innovation
at Work”, em 1999, Tom Zimmerman
explicava que já tinha desenvolvido
a segunda geração de PAN mas
que estava admirado com a rápida
disseminação do Bluetooth, consi-
derando-o um “meio viável” para a
transmissão de dados em PAN e em
equipamentos passíveis de grande
disseminação, como os denominados
“wearable computers” (ver imagem
principal), algo como “computadores
prontos a vestir”.
Questionado sobre o “corpo
como transmissor”, o investigador
recusava a sua necessidade devido
precisamente à tecnologia de rádio
Bluetooth — “mais fácil, porque não
é preciso tocar em equipamentos ou
pessoas para se transferir dados”. No
entanto, admitia que haveria “nichos
onde esta tecnologia poderia ser útil”;
mas as ondas rádio seriam “melhores
para aplicações mais vastas”. Cabe
agora à Microsoft descobrir quais
poderão ser essas aplicações. ●

computadores .4 S E G U N D A - F E I R A . 2 8 . J U N H O . 2 0 0 4
S E G U N D A - F E I R A . 2 8 . J U N H O . 2 0 0 4 computadores .5
 virose
‘Verme’ Korgo com muitas variantes
Durante a última semana, apareceram seis novas versões do
“worm” Korgo. Surgido a 22 de Maio, este “worm” já vai em
dezassete variantes, sendo a última a Q.
O Korgo explora a mesma falha do Windows que o Sasser,
para a qual a Microsoft disponibilizou um “patch” há mais
de dois meses. É incompreensível que, tanto tempo passado
sobre a crise do Sasser, ainda haja muitos utilizadores
— entre utilizadores particulares e empresariais — que não
tenham aplicado aquele “patch”, permitindo que o número de
infecções detectadas para as diferentes variantes do Korgo se
mantenha num nível relativamente elevado, com as editoras
de programas antivírus a classificarem-nas com níveis de
perigosidade quase médios.
A variante Q, quando é executada, entre outras acções, apaga
do Registo do Windows, da chave HKEY_LOCAL_MACHINES
OFTWAREMicrosoftWindowsCurrentVersionRun os seguintes
valores: “Windows Security Manager”, “Disk Defragmenter”,
“System Restore Service”, “Bot Loader”, “SysTray”, “WinUpdate”,
“Windows Update Service”, “avserve.exe”, “avserve2.exeUpdate
Service” e “MS Config v13”. Na pasta do sistema, cria um ficheiro
com extensão .exe e com um nome escolhido aleatoriamente,
acrescentando um valor à chave atrás referida de modo a que
este ficheiro seja executado quando o sistema arranca.
O Korgo.Q injecta uma função no Explorer.exe como “thread”
e, se esta acção for bem sucedida, cria outros “threads” e abre
as portas TCP entre 256 e 8191, que utiliza para se enviar a si
próprio para outros computadores.
Ao mesmo tempo, tenta ligar-se — para se actualizar — a um
dos seguintes servidores de HTTP: adult-empire.com,
asechka.ru, citi-bank.ru, color-bank.ru, crutop.nu,
cvv.ru, fethard.biz, filesearch.ru,
kavkaz.tv, kidos- bank.ru,
konfiskat.org,
master-x.com,
mazafaka.ru,
parex-bank.ru,
roboxchange.com, www.redline.ru
ou xware.cjb.net.
computadores .6
Dia 28
OS VÍRUS DA SEMANA
WM/Eraser.B;C:Tw, WM/MDMA.C;D;H, W97M/
Este, VBS/Baracu.A@mm, VBS/Gaggle@MM,
W97M/Cobra.a1, W97M/Alamat, W97M/
Clave.a, W97M/Ekiam
Por fim, tenta explorar a falha LSASS do Windows através
da porta 445, fazendo busca de endereços de IP escolhidos Dia 29
aleatoriamente. Se encontrar um computador vulnerável, W97M/Alamat, W97M/Cobra.a1, W97M/
tentará ligar-se a ele e descarregar-se a si próprio. Beko.a@MM, VBS/Gaggle@MM, W97M/
Bablas.aj, VBS/Valentin@MM, VBS/San@M,
Falhas no Notes e Domino… e na Symantec WM/MDMA.C;D;H
Foram descobertas duas falhas nos Lotus Notes e Domino, Dia 30
da IBM, que podem ser exploradas de modo a conduzir WM/MDMA.C;D;H, FHD.A, VBS/Loveletter.ar,
a ataques de “scripting” entre sítios ou a executar código AOS.A, W97M/Jackal.A, XM/Laroux.IC, VBS/
estranho num servidor. Segundo parece, no entanto, Gaggle@MM, X97M/Anis, W32/Urick@MM,
nenhuma destas falhas é considerada uma ameaça Tribute.A;B, W97M/Cobra.a1, W97M/Alamat,
importante. As falhas afectam o Domino R6 e o Notes R6.x X97M/Clonar, VBS/Terrosist.ow, W97M/
tanto na sua versão para servidor como na sua versão para Fifteen.a
cliente. Segundo a IBM, ambas as falhas foram colmatadas
nas versões 6.0.4 e 6.5.2. Dia 1
Como no melhor pano cai a nódoa, também as empresas VBS/Aqui, VBS/Zync, VBS/Alphae, W97M/Kolop,
de produtos de segurança e antivírus têm os seus reveses. W97M/Ekiam, W97M/Alamat, W32/PetLil@MM,
Desta feita, foi a Symantec, que se viu confrontada com a WM/BADBOY.A;B;C, Tribute.A;B, Acid.A
existência de uma falha de “envenenamento” do “cache” (intended), WM/CVCK1.B;E, W97M/Change.A,
do DNS nos seus produtos de Enterprise Firewall W97M/Jany.a, X97M/Hopper.r, VBS/Bhong,
e Gateway Security, e no sistema WM/Theatre.A, W97M/Tarap, VBS/LoveLetter.bi,
operativo VelociRaptor. ●
VBS/Count, W97M/Bablas.aj, JS/Gigger.a@MM,
JOSÉ DOUTIL
W97M/Shore.p
Dia 2
VBS/Baracu.A@mm, W97M/Jany.a, WM/
Helper.C;D;E, WM/Alliance.A, Flip, W97M/
Alamat, W97M/Trugbar.a, VBS/Aqui
Dia 3
VBS/Aqui, W97M/Alamat, WM/Eraser.A:Tw,
WM/HELPER.F;G;H
Dia 4
WM/Eraser.A:Tw, WM/Helper.C;D;E, W97M/
Alamat, VBS/Aqui
S E G U N D A - F E I R A . 2 8 . J U N H O . 2 0 0 4
 PROPOSTAS DA SONY ERICSSON PARA SE PODER FALAR EM ANDAMENTO
Novos ‘car kits’ e auriculares
com Bluetooth
F
ALAR AO TELEMÓVEL enquanto
se conduz um carro exige a
instalação de equipamento
adequado — e no mercado
já existem soluções para os é bastante
mais diferentes modelos. Os fabri-
cantes parecem agora apostar nos
acessórios que integram a tecnologia
Bluetooth. É o caso da Sony Ericsson,
que, na semana passada, apresentou
um conjunto de produtos para quem
conduz o automóvel e telefona ao
mesmo tempo.
Um desses novos produtos, que
deverá estar disponível no próximo
mês, é o HCB-300, um “car kit” que
utiliza a tecnologia Bluetooth e que é uma cor diferente,
a principal novidade no que se refere a bastando seleccionar a
acessórios da Sony Ericsson para falar cor pretendida para que o sistema
ao telemóvel mantendo as mãos livres.
A tecnologia Bluetooth é indicada correspondente. Este sistema de
para estas situações, uma vez que
permite a comunica-
ção através de
radiofrequência
entre equipa-
mentos que
se encon-
trem próxi-
mos, a não
mais do que
dez metros
de distância.
Desta forma,
o “car kit” e o
telemóvel estabe-
lecem ligação entre
si quando o utilizador entra no
automóvel e este passa a poder ouvir
quem esteja do outro lado da linha
em alta-voz, através do sistema
de som do carro. O
HCB-300 integra
ISABEL GORJÃO SANTOS
uma pequena consola
e uma caixa que não
fica visível, e que se liga ao rádio
do carro, de forma a que este fique
em modo silencioso de cada vez que
surge uma chamada telefónica. Por
outro lado, se o utilizador não quiser
conversar em alta-voz através do sis-
tema de som do carro, pode também
usar um auricular Bluetooth.
A consola do “car kit” é um
pequeno aparelho que permite
atender uma chamada pressionando
apenas um botão ou fazer uma cha-
mada recorrendo a comandos de
voz, desde que o número pretendido
esteja gravado no telemóvel com a
opção de marcação por voz activada.
No caso do HCB-300, foi ainda
introduzida outra novidade: a possi-
bilidade de se memorizar a ligação de
cinco telemóveis distintos com Blue-
tooth no “car kit”, correspondentes a
outros tantos utilizadores do carro.
Desta forma, em cada momento, o
“car kit” estabelecerá ligação com o
da.net
primeiro dos cinco telemó- um botão — o som do rádio baixará
veis que entrar no seu então automaticamente para se dar
raio de acção. Esta início à conversação.
possibilidade Também para quem pretenda
falar ao telemóvel mas manter
útil, por as mãos livres, a Sony Erics-
exem- son lançou um conjunto de
p l o , novos auriculares com
quando tecnologia Bluetooth. É o
um carro caso do HBH-35 e do Apelos ao uso do ‘site’
é utilizado HBH-65, que podem do Ministério Economia…
por vários ser utilizados no carro
membros de ou no escritório. Mais O ministro da Economia, Carlos Tavares, apelou há
uma família: a uma vez, o utilizador cerca de duas semanas a uma maior utilização e
cada telemóvel poderá movimentar-se livre- divulgação do sítio na Web do seu ministério junto
passa a corresponder mente até dez metros (ou pouco dos empresários — em especial quanto à secção das
mais) de distância do seu telemóvel, reclamações electrónicas, que considera fundamental
podendo também atender ou desligar para o seu desempenho. “Não temos a pretensão de
chamadas carregando no botão prin- ter serviços perfeitos e, por isso, disponibilizamos o
estabeleça a ligação ao telemóvel cipal do auricular. serviço electrónico de reclamações, que é inovador na
Um outro administração pública”, referiu na altura Carlos Tavares,
identificação por cor permite a uma modelo, o Akono que falava no Porto, na Direcção Regional do Norte,
família inteira ou a um grupo de HBH-600 Blue- na apresentação do Ministério da Economia Online.
pessoas tirarem partido de um tooth, possui um Na cerimónia estiveram representantes do IAPMEI-
só “car kit”. A ligação é esta- “design” inovador e ICEP, da Prime e Gagest, que demostraram os novos
belecida no momento em um conjunto de capas serviços e possibilidades disponibilizados na Internet.
que é accionada a ignição coloridas, para o utilizador O ministro apelou também às associações empresariais
do automóvel. alterar o seu aspecto con- para divulgarem, junto das empresas, estas novas
forme lhe apetecer. funcionalidades, que visam desburocratizar o processo
Ainda no que se refere a soluções de criação de empresas. ●
para serem utilizadas no carro, a
Sony Ericsson lançou um outro … que proporciona acesso
sistema, o HCQ-30, que integra um directo aos processos
altifalante e um microfone e que se
A Sony liga ao isqueiro do carro. Quando Segundo Carlos Tavares, as empresas devem usar mais
Ericsson tem é efectuada uma chamada, basta a Internet, essencialmente porque é um instrumento
já no mercado premir o botão de resposta no que lhes poupa tempo, embora reconheça que o
um outro sistema, o HCB-30 telefone para atender. ● preço de ligação é ainda superior à média europeia.
que, à excepção do sistema Nesta sessão, Helena Correia, do gabinete de gestão
de identificação por cores, do Programa de Incentivos à Modernização da
é muito idêntico ao HCB- Economia, anunciou que o “site” do Prime passara a
300. Neste disponibilizar a consulta dos processos na Internet.
sistema, Qualquer empresário poderá agora, onde quer
também é que esteja, saber exactamente qual o estado do
possível efec- seu processo, através de uma palavra- chave de
tuar marcação por voz, por forma acesso que lhe é entregue no acto de candidatura
a dispensar o manuseamento do tele- — explicou a representante do Prime. Os “sites” que
móvel. Também é possível atender integram o Ministério da Economia Online podem
uma chamada pressionando apenas ser consultados através do endereço www.min-
economia.pt .●
Ordens em bolsa pela Web
cresceram 33 por cento em Maio
O volume de transacções efectuadas através da
Internet no mercado de capitais português aumentou
33 por cento em Maio face ao período homólogo —
anunciou no passado dia 15 de Junho a Comissão do
Mercado de Valores Mobiliários (CMVM). No quinto mês
do ano, os negócios efectuados pela Internet atingiram
395 milhões de euros, em desaceleração face aos dois
meses anteriores. Este montante representa, assim,
uma quebra de 16 por cento face a Abril e é menos de
metade das transacções verificadas em Março —
quando atingiram um máximo histórico, ultrapassando
os 800 milhões de euros. O peso do volume no total
das transacções efectuadas em sessões normais da
Euronext Lisboa foi de 7,4 por cento, inferior aos 9,2
por cento verificados em igual período de 2003. Em
termos de intermediários financeiros, o ActivoBank,
do grupo BCP, manteve e reforçou a liderança como o
mais activo na Internet, com uma quota de mercado
de 30,5 por cento. No “ranking” de Maio seguiu-se-lhe a
Big Online, do Banco de Investimento Global, com uma
quota de 20,2 por cento, em ligeiro decréscimo face ao
mês anterior, e o Millenniumbcp, do Banco Comercial
Português, com 11,4 por cento do mercado. O quinteto
da frente completa-se com o BPI Online, do Banco
Português de Investimento, e com o Banco Best, do
Banco Espírito Santo, com quotas de mercados de 7,5 e
5,8 por cento, respectivamente. ●
S E G U N D A - F E I R A . 2 8 . J U N H O . 2 0 0 4 computadores .7
 DISTINÇÃO TRAZ PROJECÇÃO INTERNACIONAL À EMPRESA PORTUGUESA YDREAMS

‘Cubo’ da Vodafone ganha

prémio de ‘design’ IDEA 2004
O
CUBO I NTERACTIVO da
Vodafone, um ecrã
interactivo de 4 por
4 metros desenvol-
vido pela empresa
portuguesa YDreams em parce-
ria com a norte-americana Ideo,
foi distinguido com um Gold
Award nos prémios de “design”
Industrial Design Excellence
Awards (IDEA) 2004, atribuí-
dos pela Industrial Designers
Society of America e patrocina-
dos pela revista norte-americana
“BusinessWeek”.
“Para a YDreams, vencer
em conjunto com a Ideo o Gold
Award na Europa é um reco-
nhecimento extraordinário, sem
dúvida, o mais importante até
hoje” — disse a Computadores
António Câmara, director-geral
da empresa, que foi fundada em
2000, no Monte da Caparica. O
Cubo e a distinção são desta-
cados pela “BusinessWeek” na
secção “O melhor do continente
europeu” do artigo dedicado ao
galardão, que faz o tema de capa
internacional da edição de 5 de
Julho. Além disso, “será tema de
artigos e reportagens nos jornais
‘New York Times’, ‘Washington
Post’, ‘ID Magazine’ e na CNN’”,
adianta António Câmara.
O Cubo Interactivo está ins-
talado na sede da Vodafone em
Lisboa, no Parque das Nações,
e permite que os visitantes, os
empregados ou os simples tran-
seuntes desenhem, escrevam ou
brinquem com jogos multijoga-
dor no grande ecrã utilizando os
seus telemóveis. A organização
dos prémios anuais IDEA 2004
considerou que a instalação
“expressa a marca Vodafone ao
exibir arte, escrita e jogos activa-
dos pelos visitantes através dos
seus telemóveis”.
Com este prémio, “o Voda-
fone Interactive Cube passa ser
um cartão de visita que nos abre
mercados a nível
global, nomeada- R I TA H A S S E
mente na publici-
dade e no desporto”
— considera o director da YDre-
ams, que já tinha atingido reco-
nhecimento internacional com os
seus canais de mapas “on-line” e
com o jogo móvel “Undercover”.
“Nós desenvolvemos traba-
lho inovador à escala mundial,
combinando de forma original o
desenho de interfaces, conteúdos
e suporte tecnológico”, justifica
António Câmara. A YDreams
é, desde o início, uma empresa
virada para o mer-
cado global. Mas
FERREIRA a projecção con-
seguida deve-se,
na opinião do director-geral, a
essa “capacidade de combinar o
‘soft’ com o ‘hard’”, que vem da
experiência de investigação no
Grupo de Análise de Sistemas
Ambientais da Faculdade de
Ciências e Tecnologia da Uni-
versidade Nova de Lisboa. “Aí,
os conteúdos eram o ambiente,
a tecnologia era o multimédia e
a realidade virtual, e procuráva-
mos desenhar interfaces intui-
tivas para que a participação
pública maciça viesse, um dia, a
ser possível.”
No caso desta distinção, a
YDreams tem “que agradecer à
Ideo, uma empresa excepcional
de ‘design’ industrial, que soube
promover o projecto internacio-
nalmente”, conclui Câmara. A
Ideo arrecadou, aliás, dez dos
130 galardões atribuídos — que
distinguiram produtos como
o leitor de MP3 iPod Mini, da
Apple, ou o “scanner” HP Scan-
Jet 4670. De acordo com a “Busi-
nessWeek”, os vencedores dos
IDEA 2004 “demonstram que o
‘design’ está a desempenhar um
papel cada vez mais decisivo
para as empresas, que estão a
abandonar as tácticas de sobre-
vivência baseadas nos cortes
de custos para regressarem às
estratégias de crescimento”. ●

VOZ SOBRE IP TRAZ MUDANÇAS AO MERCADO NORTE-AMERICANO

Telefone, dados e TV num só cabo

O
TRANSPORTE DE voz através
de redes de alto débito — a
que habitualmente se chama
voz sobre IP (VoIP) — estará
a prejudicar o negócio dos
operadores de telecomunicações norte-
americanos, que já se encontravam numa
situação difícil devido à concorrência dos
operadores de telecomunicações móveis.
Segundo analistas do sector, os operado-
res de telecomunicações por
cabo — que controlam cerca M AT T H I E U
de dois terços do acesso à DEMEESTERE / AFP
Internet através de banda
larga nos EUA (contra um terço das
linhas instaladas de DSL de outros ope-
radores de telecomunicações) — estão em
posição de promover esta mudança, que
consiste na disponibilização de serviços de
voz através da Internet, a par de serviços
de televisão por cabo e de Internet.
Para o consumidor, o principal inte-
resse é ter uma única factura para os três
serviços, enquanto, para o operador, se
perspectivam margens interessantes, pro-
venientes dos novos serviços que envolvem
a voz. A Comcast, principal operador de
cabo nos EUA, com 21,5 milhões de subs-
critores, anunciou os seus objectivos para
os próximos tempos e pretende que, até ao
final do ano, cerca de 50 por cento dos seus
clientes possam utilizar o seu
serviço de telefone através do
cabo, sem necessidade de
assinatura — percentagem
que deverá aumentar para 95 por cento
até ao final de 2005.
O operador anunciou já que irá dedi-
car a estes serviços de voz uma parte da
largura de banda proporcionada pela sua
infra-estrutura de cabo. Por seu lado, o
cliente não pagará mais por cada minuto
de conversa, falando o tempo que quiser
e pagando um montante fixo pelo serviço
de voz, a acrescentar à sua mensalidade.
“Usaremos a nossa própria rede e as
comunicações serão de melhor quali-
dade”, adiantou Robert Smith, porta-voz
da Comcast, adiantando que os clientes
não terão necessidade de novos aparelhos
telefónicos.
A tecnologia VoIP, que a Comcast está
a testar actualmente em mil lares de três
zonas urbanas, “é uma evolução natural
da utilização da rede”. Depois do vídeo “a
pedido” e da possibilidade de se gravar
imagens com qualidade digital, a Comcast
deverá oferecer também serviços de vide-
oconferência e de correio de voz, consultá-
vel a partir do televisor. “A voz, a imagem
e os dados são, em conjunto, uma oferta
muito atraente e valiosa para os clientes”,
considerou Eric Zamkoff, analista da IRG,
uma empresa de estudos de mercado.
Outros operadores de telecomunica-
ções por cabo, como a Time Warner Cable
ou a Cablevision, também já lançaram
alguns destes serviços. “Os operadores de
cabo podem utilizar o preço como forma
de entrar de maneira agressiva neste
mercado, pois não deverão contar com
grande resposta”, considerou Blaik Kirby,
da Adventis, uma empresa de análise de
mercado de Boston (EUA), adiantando
que as empresas de telecomunicações não
poderão baixar mais as suas tarifas.
O problema da voz sobre IP “é que se
trata de uma nova oferta que surge num
mercado já saturado”, concluiu. As compa-
nhias telefónicas locais, como a Verizon,
a SBC, a Bellsouth ou a Qwest, são as
que mais deverão ser penalizadas pela
disseminação da voz sobre IP no mercado
norte-americano. ●

computadores .8 S E G U N D A - F E I R A . 2 8 . J U N H O . 2 0 0 4
 JÁ FUNCIONA A SOLUÇÃO DE LITÍGIOS NO COMÉRCIO ELECTRÓNICO
‘Spam’lidera queixas e pedidos
de informação à Anacom
A
NOKIA PORTUGAL foi a pri-
meira empresa a requerer à
Anacom uma “solução pro-
visória de litígio”, no âmbito
da recente legislação sobre
o comércio electrónico, que entrou em
vigor no início do ano.
A Anacom — a autoridade regula-
dora das telecomunicações e a quem
foram conferidas competências como
entidade de supervisão na área da
legislação do comércio electrónico desde
o início do ano — recebeu o requeri-
mento a 14 de Maio, tendo decidido no
dia 18 seguinte “pela extinção do pro-
cesso por inutilidade, visto o conteúdo
em litígio ter, entretanto, sido removido
da rede pelo prestador intermediário do
serviço de armazenagem
principal”. Assim se pro- PEDRO
nunciou a Anacom, tendo
clarificado na semana passada tratar-
se de “alguns prestadores intermediá-
rios de serviços” e não apenas de um.
De acordo com os dados compilados
desde Janeiro nesta matéria e até final
de Maio, a Anacom foi principalmente
solicitada a intervir no domínio das
mensagens não solicitadas (conhecidas
por “spam”), que contou para 40,9 por
cento dos 22 pedidos de informação e
55,6 por cento das reclamações. Curio-
samente, o maior número de pedidos
de informação surgiu de particulares,
com apenas quatro pessoas colectivas a
MISERICÓRDIA DE LISBOA APOSTA NAS NOVAS TECNOLOGIAS
Totoloto e lotaria na Web
e no telemóvel
A
PARTIR DE SETEMBRO, será
possível apostar no Toto-
loto, no Totobola e nas
lotarias sem sair de casa,
via Internet ou telemóvel
— disse na passada semana à agência
Lusa Fernando Paes Afonso, presi-
dente do departamento de jogos da
Santa Casa da Misericórdia de Lisboa
(SCML). Prevista inicialmente para
Julho mas adiada devido a atrasos na
fase de testes, as novas modalidades de
aposta visam cativar novos apostadores
e “evitar o envelhecimento dos jogado-
res tradicionais”. Espera a SCML que
a possibilidade de apostar através da
Internet ou de SMS traga, nos próxi-
mos cinco anos, mais cerca de 6 por
cento de jogadores.
Para apostar nos vários jogos da
SCML através das novas tecnologias,
requererem esclarecimentos. Dois dos
pedidos surgiram de fora de Portugal.
A seguir ao “spam”, com nove reque-
rimentos, seguiram-se cinco pedidos de
informação sobre privacidade, três sobre
prestação de serviços, dois sobre contra-
tação electrónica e um sobre conteúdos,
um outro sobre responsabilidade e mais
um não especificado. A Anacom arqui-
vou 21 destes pedidos, um dos quais foi
enviado para outra entidade e um outro
não foi respondido.
Na semana passada, Fernando
Marante, assessor de imprensa da
Anacom, actualizou os dados para o
Computadores, tendo referido: “Neste
momento, temos 24 [pedidos] arquiva-
dos e um enviado para a Alta Autoridade
para a Comunicação
FONSECA Social, por ser matéria
da sua competência sec-
torial. A falta de resposta a um dos pedi-
dos, que se verificava aquando do envio
da informação anterior, devia-se ao facto
de a complexidade da questão formu-
lada exigir uma análise mais profunda
e aturada do caso”.
Em termos de reclamações, a
Anacom tratou 15 processos, tendo
arquivado 11 e estando “duas em fase
de apreciação e duas à espera de infor-
mação adicional por parte dos recla-
mantes que nos permita prosseguir
com a sua fiscalização”, refere a autori-
dade reguladora das telecomunicações.
será necessário um cartão que será uma
espécie de porta-moedas electrónico,
“carregado” com o dinheiro necessário
para fazer as apostas através do Multi-
banco ou a via Internet. O Multibanco
passará a ter um serviço especial para o
levantamento automático dos prémios
ou a transferência do dinheiro para a
conta do jogador — que, para tal, terá
apenas de digitar o número e a referên-
cia do seu “cartão de apostador”.
Além do aumento de meios disponí-
veis para efectuar as apostas, a SCML
está também a estudar a criação de
novos jogos, já no próximo ano, sobre-
tudo na área das apostas desportivas,
que actualmente é apenas constituída
pelo Totobola. “Estamos activamente a
preparar o futuro, mas é preciso estudar
bem o mercado em matéria de novos
jogos, até porque alguns podem tornar-
S E G U N D A - F E I R A . 2 8 . J U N H O . 2 0 0 4
Nestes casos, os requerentes — todos
nacionais — estão mais equilibrada-
mente repartidos entre queixas de par-
ticulares e de pessoas colectivas.
O “spam” liderava a temática das
reclamações, seguido por questões
relacionadas com conteúdos e ainda
com a privacidade. Nestes casos, a
Anacom arquivou seis queixas, manti-
nha duas pendentes e não respondeu
a uma. Cinco foram remetidas para
outra entidade, “ designadamente para
a Alta Autoridade para a Comunicação
Social e para a Comissão Nacional de
Protecção de Dados, por serem estas,
em função da matéria, as entidades
competentes para a sua apreciação”. ●
se viciantes e o Estado português não
quer isso”, disse Paes Afonso. O objec-
tivo do aumento da oferta é “tornar o
jogo legal suficientemente atractivo
para evitar e combater o jogo ilegal”.
Apesar da crise económica, a
SCML registou em 2003 um aumento
dos lucros (278 milhões de euros) e, já
neste ano, nos primeiros quatro meses,
viu crescer as receitas à volta de 25 por
cento face ao mesmo período do ano
passado. Dos lucros, apenas um quarto
reverte a favor da SCML, que assim
financia o apoio diário prestado a cerca
de 20 mil pessoas, nas áreas da saúde,
da educação e da formação profissional,
e da acção social. A maior parte dos
lucros reverte para a Segurança Social,
que depois os distribui por diversas ins-
tituições particulares de solidariedade
social (IPSS). ●
Fraudes no ‘dial-up’ no Reino Unido…
Os utilizadores de acesso à Internet através de linha telefónica
(ou “dial-up”) podem ser afectados por uma fraude em que a
ligação é encaminhada para um número de valor acrescentado,
originando elevadas contas telefónicas no final do mês. Este
tipo de fraude já não é novo mas, ultimamente, têm vindo a ser
utilizados programas capazes de alterar o número de telefone
correspondente ao fornecedor de acesso à Internet, substituindo-
o por outro número de valor acrescentado — como explica uma
notícia da agência Reuters divulgada na semana passada. No
Reino Unido, por exemplo, várias queixas têm sido apresentadas
no Independent Committee for the Supervision of Standards of
Telephone Information Services (ICSSTIS), a entidade britânica
responsável pelas supervisão dos serviços telefónicos, que,
por sua vez, tem visto aumentar o número de queixas que
encaminha para a National Hi-Tech Crime Squad, o organismo
responsável pela investigação deste tipo de crimes no universo
das tecnologias de informação. ●
… possibilitadas por ‘cavalos de Tróia’
Especialistas nesta área suspeitam que os números são
alterados por um pedaço de código a que se dá o nome
de “cavalo de Tróia”, um “verme informático” (que tem este
nome por não ser exactamente um vírus informático), que
se instala automaticamente no PC. Os “cavalos de Tróia” têm
sido bastante usados por quem pretende cometer fraudes
através da Internet, uma vez que podem alterar os parâmetros
de configuração dos computadores para acesso à Internet
através de linha telefónica — e o utilizador passa, sem o saber,
a ligar para um número de valor acrescentado. Um porta-voz
do ICSSTIS referiu que, nalguns casos, as contas telefónicas
mensais aumentaram de 15 libras para 1500 libras. Os
utilizadores da Internet foram solicitados a contactar o ICSSTIS
sempre que suspeitem que estão a ser vítimas de fraude. ●
Cinco vigaristas detidos também em Espanha
A Guarda Civil espanhola deteve, na semana passada, cinco
pessoas suspeitas de cometerem fraudes através da Internet,
levando também alguns utilizadores que usam ligação telefónica
a conectarem-se inadvertidamente a números de valor
acrescentado. O grupo de pessoas detido deverá ter arrecadado
cerca de 35 milhões de euros, numa operação que terá afectado
mais de 45 mil pessoas em todo o país. Responsáveis da Guarda
Civil espanhola adiantaram ainda que os detidos têm entre 30
e 39 anos, e que a fraude envolveu a criação de mais de 150
“sites” de música, pornografia, carros, lazer e viagens.“Quando os
cibernautas abriam essas páginas, era instalado inadvertidamente
um programa que alterava as ligações sem qualquer
consentimento dos utilizadores”.Entretanto, os números habituais
dos fornecedores de acesso à Internet eram substituídos por
outros em que a ligação custava cerca de 1 euro por minuto, o
que levou algumas das vítimas a receberem em suas casas contas
telefónicas na ordem dos 3 mil euros. Embora os responsáveis
desta fraude se encontrassem em Madrid, o servidor que
possibilitava as operações estava localizado em Vigo. ●
computadores .9
 WEBMANIA

U m espaço cultural e historicamente

diferenciado, com uma língua própria. O
país basco espanhol, à semelhança de outras
regiões, cultiva e preserva a sua diferença
face ao que chamam “Estado espanhol”. San
Sebastian e Bilbao são naturalmente as loca-

O BEIJO
lidades mais conhecidas do território Euskadi
mas esta página vem de uma das suas pro-
víncias, Gipuzkoa. Sendo a actividade cultural
muito intensa em toda a região — aliás, a
escolha da cidade de Bilbau para construir
um novo museu da Fundação Guggenheim
não foi acidental: a aposta na cultura, enca-
rada como motor de desenvolvimento eco-
nómico e progresso, revelou-se rapidamente
ganha e o País Basco ganhou mais um pólo de
atracção turística —, justifica-se este excelente trabalho de divulgação, de rede de informações, de
organização e coordenação entre instituições. Vale a pena dar uma espreitadela, sobretudo se for o
seu próximo destino de viagem. ● mulher.aranha@publico.pt
w ww.gipuzkoakultura.net

W
WEBBMMAANNI IAA
www.portugalpride.org www.orca-live.net www.musee-rodin.fr reggaerigolo.free.fr

B aleia, orca, Moby Dick, golfinho…

há quem tenha dificuldades em
distinguir! Talvez seja a falta de con-

O país anda todo pintado de verde,

vermelho e amarelo. Um bom-
bardeamento visual em tempos de
futebol. Mas existem bandeiras ainda
mais coloridas, em que o laranja, o
azul e o roxo se juntam às primeiras e
dizem dos gritos de muita gente. No
passado fim-de-semana, o vermelho
não evocou sangue derramado mas
exigiu o cumprimento do artº 13 da
Constituição Portuguesa, o princípio da
não discriminação em função da orien-
tação sexual. O amarelo reivindicou a
educação sexual nas escolas; o roxo
falou da homoparentalidade e o azul
reclamou o direito ao casamento civil
homossexual; o laranja pediu a extinção
do artº 175 do Código Penal e o verde
celebrou a incorporação, por imposição
da União Europeia, do princípio da não
discriminação em função da orientação
sexual no trabalho no Código de Tra-
balho português. Esta página serve de
plataforma de divulgação das acções
Pride de defesa e reivindicação dos
direitos dos chamados LGBT (lésbicas,
gays, bissexuais e transgéneros) em
Portugal. ●
tacto, de momentos de convívio e
converseta frequente entre o homem
e estas variadas espécies que gera
a confusão… Pois bem: o senhor
Paul Wong decidiu contribuir com
uma ajudinha para uma aproxima-
ção entre o homem e a orca. De há
20 anos a esta parte, algures onde
existam orcas, este senhor — que as
estuda, maravilhado, há mais de 30
anos — tem andado a escutar a sua
respiração. E Paul Wong sentiu-se de
tal forma invadido pelo esplendor da
natureza que lamentava não poder
partilhar aqueles momentos com o
resto do planeta. Até que apareceu a
Internet… ●
A uguste Rodin nasceu em Paris
no ano de 1840. Abriu os olhos
‘
para o desenho aos 10 anos e, aos 15,
descobriu a escultura. A cabo de três
tentativas falhadas para estudar em
C lique na minha cabeça para
entrar”. Só que Jean-Jacques não
tem uma — mas sim oito cabeças:
Belas-Artes, lançou-se a trabalhar como Alban, Cédric, Harold, Guillaume, Éric,
pôde, em decoradores e afins. Após Samir, Thomas et Baptiste. Neste seu
uma breve passagem pela Garde Natio- sítio, o leitor pode conhecer e desfru-
nale francesa, seria aposentado sob tar os sons produzidos por esta banda
pretexto de elevado grau de miopia. de reggae: 17 temas divertidos estão
Mas a paixão não o deixou desanimar disponíveis para audição. “rasta girl”,“j x
e continuou a efectuar trabalhos de i x b”, “mystic tendinite”, “alban’s retard”
escultura e a ganhar fama e crédito. O ou “je sais que tu sais” são alguns deles.
Estado francês encomendou-lhe traba- Os vídeos e as fotos não foram esque-
lhos, comprou-lhe outros. Ilustrou “As cidos, tal como um pequeno jogo de
flores do mal”, de Baudelaire, deu vida entretenimento. ●
ao “Pensador” e ao “Beijo”. Membro fun-
dador da Société Nationale des Beaux-
Arts, seria ainda condecorado, antes
de morrer, em 1917. Esta é a página na
Web do museu a ele dedicado, criado
por decreto, e que abriu ao público em
finais de 1919. Os seus jardins têm fama
de serem esplendorosos! ●

www.nuitblanche.com

N uit blanche. Noite branca. Noite em branco. Nos lençóis claros, passa horas, noite
dentro, a devorar páginas, capítulos, livros inteiros. A luzinha de cabeceira que pro-
jecta sombras de magia pelas paredes e o tecto. “É tarde, nem dei pelo tempo passar...!
Mas é só até terminar este capítulo, juro a mim mesmo.”“Nuit Blanche”, a revista do livro,
a publicação do Quebeque que passa em revista as obras publicadas em língua fran-
cesa, tece comentários, efectua recensões, publica entrevistas e “dossiers” temáticos,
oferece dicas de leitura. Para quem gosta de ler… e de passar noites em claro.

computadores .10 S E G U N D A - F E I R A . 2 8 . J U N H O . 2 0 0 4
 DAS TELENOVELAS ÀS SÉRIES DE ANIMAÇÃO MAS NÃO SÓ
Como a TV está
a chegar ao telemóvel
O
TELEMÓVEL é hoje um
centro de comunicação
por excelência. As suas
funcionalidades actuais
ultrapassam em muito
o conceito para o qual foi criado: per-
mitir a uma pessoa falar ao telefone,
onde quer que se encontre. Hoje,
com a proliferação de serviços com
o SMS, o MMS, o acesso à Internet,
os jogos, as aplicações e a videocon-
ferência introduzida com o UMTS, o
telemóvel assume o papel de meio de
comunicação e entretenimento, dispo-
nibilizando, num mero aparelho que
pode não pesar mais de 100 gramas,
serviços e funções que até agora está-
vamos habituados a ver (alguns deles)
apenas no mundo dos computadores.
O telemóvel é também o dispositivo
electrónico que pode acompanhar o
utilizador para todo o lado e com o qual
este estabelece uma relação muito emo-
cional. A maior parte das pessoas des-
pende algum do seu tempo (e dinheiro)
a modificar e adaptar o aparelho, quer
seja de forma física — com mudança de
capas, aplicação de objectos decorati-
vos — quer através da alteração dos
toques, das imagens de fundo ou das
mensagens de boas-vindas.
Talvez tenha sido a conjugação
de todos estes factores que levaram
algumas empresas internacionais a
criarem produtos de entretenimento
— que habitualmente estamos habi-
tuados a ver em televisão — desti-
nados apenas ao telemóvel. E aqui
não se trata de programas televisi-
vos tradicionais que possuem con-
teúdos (toques, imagens, serviços de
votação, jogos, etc.) disponíveis para
telemóveis, mas, sim, verdadeiros
programas de entretenimento criados
com o único objectivo de serem visuali-
zados no telemóvel.
O telemóvel permite agora ao
consumidor, para além de conversar
ao telefone, tirar fotografias ou ouvir
música, acompanhar uma telenovela
ou uma história de ficção criada com
o único objectivo de o entreter num
qualquer momento do dia, quando se
encontra fora de casa e não tem acesso
a um televisor. Um dos primeiros
projectos desenvolvidos nesta área foi
apresentando pela News Corporation,
detentora dos canais Fox e CNN, que
apresentaram em Abril deste ano os
primeiros episódios da telenovela fic-
cional Hotel Franklin. Cada episódio
tem a duração de um minuto e conta,
através do olhar de um porteiro, o dia-
a-dia e as peripécias que se passam
neste hotel.
O conteúdo está disponível em
diversos formatos, desde ficheiros de
“streaming” de vídeo para telemóveis,
quer em versões de MMS (com fotos),
para que uma vasta audiência possa
visualizar o conteúdo nos diferentes
modelos de aparelhos disponíveis nos
EUA, onde a novela tem estado a ser
exibida. Além do Hotel Franklin, a
News Corp., através da Fox Tele-
vision, criou filmes exclusivos para
telemóvel com os personagens da série
de animação Os Simpsons, também
com a duração de 1 minuto. Para Lucy
Hood, da News Corp., “a duração de 1
minuto parece ser a duração natural
para este meio”. Os assinantes do
serviço podem ainda receber os vídeos
periodicamente e enviá-los para os
amigos e familiares. A Disney, através
da sua divisão Disney Mobile, tem pro-
duzido igualmente filmes animados
de curta duração, em exclusivo para
telemóvel e que estão acessíveis para
utilizadores que possuam telemóveis
com recursos multimédia, na Ásia, nos
EUA e no Norte da Europa.
Na Holanda, surgiu o Jong Zuid
( http://www.jongzuid.nl/ ), produzido
pela Media Republic, um projecto
iniciado no Verão de 2003, destinado
a um público jovem e que, através do
S E G U N D A - F E I R A . 2 8 . J U N H O . 2 0 0 4
MMS, conta a história de um grupo de
amigos com idades entre os 20 e os 30
anos. Esta novela é interpretada por
actores profissionais, que habitual-
mente participam nas novelas para
televisão — mas que aqui surgem num
projecto inovador e original. Os subs-
critores do serviço, disponível através
do sítio na Web da MSN Holanda,
recebem no seu telemóvel duas vezes
por dia um ficheiro de MMS com
seis fotos, textos e sons, que contam
os eventos mais importantes desses
personagens. Para poder aceder a esta
novela, o utilizador tem de pagar 1,1
euros por semana para receber as dez
mensagens semanais de MMS. O sítio
na Web de suporte à novela inclui um
arquivo de todos os episódios já passa-
dos e não requer qualquer pagamento
para acesso aos conteúdos.
Esta novela vai para a sua segunda
temporada e recebeu já um prémio na
Holanda pela sua criatividade e ino-
vação. Acresce ainda que esta novela
não tem qualquer componente de
narrativa linear: o espectador recebe
o episódio no seu telemóvel mas não
poderá decidir a evolução da história.
As componentes interactivas limitam-
se à possibilidade de os utilizadores
poderem conversar via “chat” com os
seus personagens favoritos. Em Por-
tugal, a empresa Beactive tem vindo,
desde Janeiro de 2003, com o apoio da
Optimus, a disponibilizar — também
na Web e nos telemóveis — a teleno-
vela interactiva Diário de Sofia ( http:/
/www.diariodesofia.clix.pt ), usando as
tecnologias SMS e MMS. Neste caso,
o espectador, para além de receber o
conteúdo no seu telemóvel, pode ainda
interagir com ele, decidindo o desenro-
lar da narrativa.
As características do projecto do
Diário de Sofia valeram-lhe não só
uma nomeação para os Mobile Enter-
tainment Awards, atribuídos num
evento do sector, no início de Junho
em Londres, como o transformaram
num projecto que ultrapassou as
barreiras do telemóvel e passou a ser
também uma colecção de Livros, um
CD de música, um programa de rádio
e um programa de TV, transmitido no
Canal SMS TV da TV Cabo. Da Beac-
tive surgiu entretanto também uma
nova novela interactiva para telemó-
veis, As Aventuras do Miguel, que
está também a conquistar uma nova
audiência para este tipo de conteúdos
e formatos.
O telemóvel assume cada vez
mais um papel importante no dia-a-
dia das sociedades ocidentais. Com
uma taxa de penetração cada vez
mais próxima dos 100 por cento em
muitos países, este é o dispositivo
electrónico — logo a seguir ao televi-
sor — com maior índice de massifica-
ção. Por este motivo, é perfeitamente
natural que cada vez mais se assista
à proliferação de novos serviços ou à
transposição de formatos de entrete-
nimento tradicionais para o pequeno
telemóvel. Este dispositivo acompa-
nha o utilizador para todo o lado e, ao
contrário de muitos projectos basea-
dos na Internet, comporta modelos de
negócio perfeitamente identificados e
que parecem funcionar. ● N.B./R.J.C.
computadores .11
 FICHA S H A R E WA R E
ACE UTILITIES 2.3, DA ACE LOGIX SOFT WARE

Editor
Rui Jorge Cruz
Redactores, colaboradores
e cronistas
Ana Gerschenfeld, Ana Machado,
André Ruivo, António Granado,
Casa dos Bits, Fernando Santos,
Helena Viegas, Henrique Carreiro,
Henrique Saias, Isabel Gorjão
Santos, João Cruz, José Antunes,
José Doutil, Luís Félix, Miguel
Crespo, Nuno Bernardo, Paulo
Almeida, Pedro Fonseca, Rita
Cruz, Rita Hasse Ferreira
Secretariado
Paula Dias
Paginação
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Hugo Pinto, Jorge Guimarães
Projecto Gráfico & Designer
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D
EVIDO À proliferação do
uso da Internet e dos
CD-ROM e DVD com
“software” oferecidas
pelas re-vistas de
informática, muitos utilizadores
habituaram-se a instalar programas
e aplicações no seu PC por mera
curiosidade — aplicações que não
são usadas mais do que uma ou
duas vezes. Mas este procedimento
tem um efeito negativo: o com-
putador fica com dezenas de fi-
cheiros e de bibliotecas inactivos,
a ocupar um precioso espaço em
disco e que podem prejudicar o seu
desempenho. Esta situação pode ser
evitada recorrendo ao sistema de
remoção de programas do Windows
ou — mais eficazmente ainda — a
aplicações específicas, como o Ace
Utilities, um utili-tário que remove
programas e ficheiros inúteis
do disco rígido do computador e
optimiza todo o sistema para que
tudo funcione mais depressa.
O Ace Utilities é uma aplicação
produzida pela empresa norte-
americana Ace Logix Software
para resolver problemas a milhares
de utilizadores informáticos. Isto
porque, em muitos casos, quando
se acciona a tradicional operação
Remover, o mais provável é que
muitos ficheiros inúteis fiquem
ainda no disco, pois a instalação
dispersou dezenas de ficheiros
por todo o disco rígido — alguns
guardados nas pastas próprias,
criadas no próprio processo de
instalação; mas outros nas pastas
destinadas ao sistema operativo.
Infelizmente, nem sempre é
fácil desinstalar aplicações ou
programas — tarefa ainda mais
complicada quando se trata de
pequenos utilitários abusivamente
insta-lados no PC quando se acede
a determinado sítio e que, por
exemplo, aparecem sempre que se
corre o “browser” da Web.
A versão 2.3 do Ace Utilities
oferece novas funcionalidades, que
incrementaram signi-
ficativamente a sua
NUNO BERNARDO
utilidade, transforman-
do-o numa das ferramentas mais
completas para “limpar” o com-
putador de programas e ficheiros
indesejados. O programa é com-
posto por seis módulos principais,
cada um com uma função espe-cífica.
O Disk Cleaner é responsável
por detectar e apagar ficheiros
temporários ou obsoletos
do disco rígido, enquanto o
Duplicate Finder detecta
ficheiros repetidos em
diferentes pastas no PC.
Quando combinados, es-
tes módulos permitem
“limpar” o computador
de todos os ficheiros
criados pelo processo de
instalação e recuperará
todos os valores iniciais
(antes de se ter instalado
essa aplicação). O pro-
grama remove, assim,
todas as bibliotecas não
necessárias — que pode-
rão estar a provocar uma
maior lentidão do com-
putador.
Por seu lado, o módu-
lo RegCleaner irá remo-
ver entradas específicas
nos ficheiros de controlo
do Windows e optimizar
o ficheiro de registo do
sistema operativo. O dis-
co rígido ficará limpo de
qualquer marca ou ves-
tígio do programa ins-
talado e que agora se pretende
remover. O mesmo se passa com
ficheiros temporários ou ficheiros
duplicados, dispersos pelo disco
rígido.
O módulo Startup Manager
evita o arranque automático de
programas indeseja-
dos sempre que se liga
o PC, enquanto o
History Cleaner permite ao uti-
lizador apagar ficheiros gerados e
guardados pelo “browser” sempre
que se acede a certo sítio. Por fim,
existe um módulo de utilitários
que agrega pequenos comandos,
onde se inclui um optimizador do
disco rígido. O Ace Utilities está
ainda dotado de um
temporizador de ta-
refas que permite
especificar procedi-
mentos periódicos
(ou permanentes),
que irão remover fi-
cheiros desnecessá-
rios, como ficheiros
gerados e guarda-
dos em pastas tempo-
rárias, ficheiros guar-
dados no Lixo ou bibliotecas não
usadas, que serão removidos auto-
maticamente do sistema operativo.
Desta forma, o utilizador fi-
cará com mais espaço em disco e
libertará a memória do computador
para executar os programas e
as tarefas que realmente se pre-
tende. O temporizador de ta-
refas funciona sobre o sistema
operativo, estando sempre alerta,
controlando todos os processos de
instalação e remoção de ficheiros.
O utilizador pode, assim, ajustar
o Ace Utilities para limpar o
sistema uma vez por dia, uma vez
por semana ou num dia específico
do mês. O programa irá optimizar
o computador sem ser necessário
pressionar uma única tecla ou
um único clique do rato. Poucos
segundos depois, ficar-se-á com
mais espaço em disco.
Antes de instalar um
programa, o Ace Utilities criará
uma “imagem” do sistema antes
e depois da instalação, registando
todas as alterações efectuadas.
Desta forma, quando se pretender
remover o programa instalado,
esta ferramenta irá repor
todos os valores anteriores.
Caso o utilizador pretenda
ter um maior controlo
sobre este processo, poderá
configurá-lo de acordo com
o seu próprio método de
trabalho.
Poderá, por exemplo, evi-
tar remoções automáticas
de determinado tipo de
ficheiro e pretender ser
alertado antes de o Ace
Utilities apagar alguns
ficheiros específicos. Nas
suas opções de configuração,
esta ferramenta, permite ao
utilizador especificar qual o
“browser” a usar para ace-
der à Internet e qual a sua
localização no disco. Assim,
o Ace Utilities poderá ser
programado para limpar os
ficheiros temporários cria-
dos enquanto se navega
na Internet, bem como
os “cookies” gerados por
determinados sítios da Web.
O Ace Utilities é com-
patível com todas as mais
recentes versões do sistema
operativo Windows, da
Microsoft. Está disponível
uma ajuda detalhada, que
será útil para quem pretenda usar
as funcionalidades mais avançadas.
O sítio de suporte ao programa
poderá também dar algum apoio
à sua correcta utilização (http:
//www.acelogix.com).
O programa pode ser expe-
rimentado gratuitamente durante
30 dias mas, findo este período,
é requerido o pagamento de um
registo, que ronda os 25 euros.
Pelas suas características, o Ace
Utilities é, assim, recomendado
a todos os utilizadores de com-
putadores que pretendam re-
mover ficheiros e programas in-
desejados para optimizarem o seu
desempenho. ●

computadores .12 S E G U N D A - F E I R A . 2 8 . J U N H O . 2 0 0 4
 .com

Symantec compra Brightmail… a economia a recuperar gradualmente na maior parte da EMEA,

A Symantec Corp. anunciou um acordo para a aquisição da, uma
empresa especializada em tecnologias “anti-spam”,a qual envolverá
cerca de 370 milhões de dólares. Segundo a Symantec,“a tecnolo-
gia ‘anti-spam’ da Brightmail será um complemento-chave” para o
conjunto das suas próprias soluções de segurança de portas de
ligação. A concretização da operação está agora pendente da apro-
vação pelas autoridades reguladoras norte-americanas. “O ‘spam’
tornou-se cada vez mais numa das mais graves ameaças para
os indivíduos e empresas da actualidade, ultrapassando os vírus
como o principal problema a atacar os sistemas e administradores
de correio electrónico”,disse John W. Thompson, presidente e direc-
tor-geral da Symantec. “Construímos uma oferta completa para a
defesa contra o ‘spam’ que inclui várias tecnologias, tais como blo-
queio pró-activo para uma defesa mais robusta e multicamadas”,
afirmou Enrique Salem, presidente e director-geral da Brightmail.
A Symantec fizera já um investimento estratégico na Brightmail
em Julho de 2000, após o qual passou a deter uma participação de
cerca de 11 por cento no capital desta empresa. ●
… e reforça tecnologias ‘anti-spam’
As tecnologias “anti-spam” da Brightmail estão sobretudo orienta-
das para a protecção de redes empresariais, de fornecedores de ser-
viços e de operadores de telecomunicações sem fios, procurando
filtrar o “spam” e eliminar vírus e bloquear acessos não autorizados
a partir da Internet. O Brightmail Anti-Spam usa várias tecnologias
patenteadas, uma rede de detecção implantada globalmente e
um mecanismo dinâmico de disponibilização de regras definidas
para identificar e filtrar mensagens electrónicas não solicitadas ou
indesejadas — e que, segundo as duas empresas, permitem reduzir
o número de mensagens de correio electrónico legítimas retidas
(também designadas por “falsos positivos”) para menos de uma
mensagem em cada milhão.
O Brightmail Anti-Virus já combina, aliás, a tecnologia antivírus da
Symantec com a arquitectura “escalável de alto desempenho” da
Brightmail. “Ao reter e limpar mensagens infectadas na porta de
ligação à Internet, o Brightmail Anti-Virus é a solução que permite
aos maiores fornecedores de serviços proteger as suas redes e
utilizadores finais da ameaça de vírus transportados por correio
electrónico”. ●
Oracle cresceu na Europa…
No ano fiscal de 2004, ora findo, a organização da Oracle na
Europa, Médio Oriente e África (EMEA) averbou um aumento das
suas vendas na ordem dos 13 por cento face ao período homó-
logo anterior, para 3700 milhões de dólares. E, segundo Sergio
Giacoletto, vice-presidente executivo da Oracle EMEA, idêntica
percentagem de crescimento se terá verificado no último trimestre
graças a uma facturação de cerca de 1100 milhões de dólares.“Com
os nossos produtos e serviços inovadores — como as tecnologias
de ‘grid’ da Oracle, as soluções sem fios e os Sensor-Based Services
— ajudarão as organizações a concretizar as suas estratégias de
crescimento usando ferramentas de gestão de informação e de
‘business intelligence’.” Giacoletto acrescentou ainda que “outra
vantagem exclusiva da EMEA é a oportunidade de crescimento
nos dez novos Estados-membros da União Europeia, que estão a
implantar a mais moderna infra-estrutura para promover o desen-
volvimento acelerado das suas economias”. ●
… com os olhos postos no Leste
“Estamos a investir para estimular as inovações na Europa, com a
inauguração de centros de ‘know how’ em Praga, Varsóvia, Buda-
peste e Bucareste, com competências variadas para criar e desen-
volver aplicações móveis e soluções de ‘business intelligence’ que
suportem os nossos clientes e os nossos parceiros.” Neste período
fiscal, a empresa lançou o Oracle 10g Grid Computing, a Oracle
Information Architecture (repositório de dados centralizados
usado para identificar e reconciliar entidades de negócios com
duplicação em vários sistemas-fonte), os Sensor-Based Services,
um conjunto de recursos para capturar, gerir, analisar e respon-
der a dados provenientes de sensores (como a identificação por
radiofrequência, o chamado RFID), para além do Oracle Standard
Edition One, uma versão a preço mais competitivo da Standard
Edition Database para servidores com um ou dois processado-
res. Entre os exemplos de clientes-alvo preferenciais da Oracle
estão os serviços da administração pública, o sector financeiro,
as telecomunicações, as viagens e os transportes, para além da
manufactura industrial e da investigação e desenvolvimento
(I&D) e do ensino. ●
China Telecom adquire activos
A China Telecom adiantou, na passada quinta-feira, que espera
concretizar, no próximo dia 30, a já há muito planeada aquisição
de activos da sua empresa-mãe, a China Telecom Group. Os accio-
nistas aprovaram esta medida numa reunião extraordinária, que
teve lugar na passada quarta-feira. A China Telecom está presente
na bolsa e pertence ao maior operador de telecomunicações fixas
da China. A empresa-mãe irá transferir 10 dos seus departamentos
provinciais para a China Telecom em troca de 3400 milhões de
dólares, devendo cerca de um terço ser pago de imediato. Após
a aquisição, a empresa estará presente em 20 províncias da China,
o dobro das actuais dez províncias onde se encontra a operar. As
novas províncias em causa são Gansu, Guizhou, Hainan, Hubei,
Hunan, Ningxia, Qinghai, Shaanxi, Xinjiang e Yunnan. A aquisição
foi aprovada quase por unanimidade (99,9 por cento dos accionis-
tas), tendo a empresa-mãe, a China Telecom Group, optado pela
abstenção. ●

agenda

RSP 2004 – International Workshop on
Rapid System Prototyping
Data: 28-06-2004 a 30-06-2004
Local: Genebra, Suíça
URL: www.rsp-workshop.org
e-Medicina 2004 – As TIC e a relação
do Cidadão com o Sistema Nacional de
Saúde
Data: 29-06-2004
Local: Infarmed, Lisboa
Organização: Fórum Hospital do Futuro;
ADT – Associação para o Desenvolvimento
da Telemedicina
URL: www.centrodecontacto.com
Conferência “Biometria: o Futuro
da Segurança”
Data: 30-06-2004
Local: Fundação Portuguesa das
Comunicações
Jornadas Técnicas de Informática e
Gestão da Escola Profissional
de Felgueiras
Data: 2-07-2004
Local: Biblioteca Municipal de Felgueiras
Organização: Escola Profissional de
Felgueiras
E-mail: coord.ig@epfelgueiras.org
URL: www.epfelgueiras.org/jtig
IOLTS 2004 - 10th IEEE International
On-Line Testing Symposium
Data: 12-07-2004 a 14-07-2004
Local: Funchal, Ilha da Madeira
Contacto: João Paulo Teixeira
E-mail: jct@inesc-id.pt
URL: tima.imag.fr/conferences/iolts/iolts04/
cfp.html
SOCRT 2004 – The 4th IEEE
International Workshop on System-on-
Chip for Real-Time Applications
Data: 19-07-2004 a 21-07-2004
Local: Alberta, EUA
Contacto: Secretariat
E-mail: webmaster@socrt.org
URL: www.socrt.org
MWSCAS 2004 – International Midwest
Symposium on Circuits ans Systems
Data: 25-07-2004 a 28-07-2004
Local: Hiroshima, Japão
URL: huis2.huis.hiroshima-u.ac.jp/mwscas04
MTDT 2004 – The International
Workshop on Memory Technology,
Design and Testing
Data: 9-08-2004 a 10-08-2004
Local: San Jose, Califórnia, EUA
Contacto: Rochit Rajsuman
E-mail: r.rajsuman@advantest-ard.com
URL: www.ece.rochter.edu/workshops/
MemoryDesign/index.html
ILSPED - International Symposium on
Low Power Electronics and Design
Data: 9-08-2004 a 11-08-2004
Local: Newport Beach, Califórnia, EUA
Contacto: Rajiv Joshi
E-mail: rvjoshi@us.ibm.com
URL: www.ilsped.org
HOT CHIPS 16 - Symposium on High
Performance Chips
Data: 22-08-2004 a 24-08-2004
Local: Stanford, Califórnia, EUA
URL: www.hotchips.org/hc16/
ICMENS 2004 – The 2004 International
Conference on MEMS, NANO and Smart
Systems
Data: 25-08-2004 a 27-08-2004
Local: Banff, Alberta, Canadá
E-mail: webmaster@icmens.org
URL: www.icmens.org
VDAT 2004 – 8th VLSI Design & Test
Workshops
Data: 26-08-2004 a 28-08-2004
Local: Mysore, India
URL: www.vlsi-india.net/events/vdat2004
FPL – International Conference on
Programmable Logic and its Applications
Data: 30-08-2004 a 1-09-2004
Local: Antuérpia, Bélgica
URL: www.imec.be/fpl/Welcome.shtml

S E G U N D A - F E I R A . 2 8 . J U N H O . 2 0 0 4 computadores .13
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 JOGOS
‘LAW & ORDER 2: DOUBLE OR NOTHING’, ‘SCHIZM 2: CHAMELEON’, ‘EGYPT III: THE FATE OF RAMSÉS’
Uma casa aventureira
J
Á HÁ ALGUM tempo que as aventuras
clássicas foram remetidas para um
nicho no mundo dos videojogos.
Mas, como sempre, há um pequeno
reduto que continua a resistir aos
invasores, como é o caso da The Adventure
Company, a única editora especializada
neste género, que agora nos oferece três
propostas muito diferenciadas.
Um sucesso que poucos adivinharam
foi a adaptação da série televisiva Lei
e Ordem, exibida durante anos em
Portugal. A aposta, no ano passado, no
licenciamento de uma produção já algo
antiga foi recompensada
com um grande sucesso. A MIGUEL
proposta de fazer um jogo
policial no estilo “investigação seguida
de julgamento” é completamente contra-
corrente, mas descobriu que o público que
devora filmes e séries policiais também
gosta de desvendar os mistérios.
Naturalmente, o primeiro episódio de
“Law & Order” tem sucessor e “Double or
Nothing” vem subir a parada, embora sem
grandes novidades. Aliás, à primeira vista
tudo parece na mesma: começa-se com
um assassinato e, no papel do detective
Lennie Briscoe, vai-se ao local do crime
iniciar a investigação. Aí, interroga-se as
testemunhas, recolhe-se provas e começa
a montar-se o caso. A partir destes dados,
descobre-se potenciais suspeitos, pede-
se testes laboratoriais, autópsias ou
investigações aos arquivos.
Se tudo correr bem (pode não se
chegar a lado nenhum…), lá se passa à
fase de encontrar suspeitos, investigá-
los — sendo possível montar operações
de vigilância, por exemplo — e mesmo
prendê-los. Na segunda parte, há que
elaborar o processo da acusação e levá-
lo a tribunal, onde há argumentação,
interrogatório às testemunhas e até
objecções às insinuações da defesa… No
decorrer do jogo, interage-se também
com vários colegas, que vão ajudando. O
objectivo final é conseguir que o júri dê o
veredicto “culpado” ao alegado criminoso.
Se não se conseguir, pode recomeçar-se
tudo do início.
Face ao jogo anterior, pouco mudou:
a interface é a mesma, com o jogador a
mover-se (apontando e clicando) em cada
um dos locais, e a mudar de local através de
um mapa da cidade. Os locais são as várias
instalações iniciais (quartel, medicina
legal, local do crime, etc.) e outras que
aparecem apenas à medida que vão sendo
referenciadas na investigação. Temos
ainda o bloco onde tomamos notas do que
se vai descobrindo e a mala onde se guarda
as provas e as imagens de
CRESPO testemunhas e suspeitos,
que poderão ser sujeitos a
análises mais detalhadas. O telemóvel
serve para receber mensagens dos colegas
com conclusões das análises pedidas.
Uma inovação é não haver um tempo-
limite — o que era um problema no
primeiro jogo —, o que permite agora
que cada um faça a sua investigação ao
ritmo que quiser e não seja obrigado a
descartar indícios aparentemente menos
importantes sem os explorar só porque o
relógio está a contar. Graficamente, não
é nada de especial, com os personagens
a terem uma modelação 3D algo básica
e os cenários a serem pré-renderizados
(ou seja, não serem 3D) e o som também
é pouco mais do que a música da série e
as vozes dos personagens (razoavelmente
convincentes).
“Law & Order 2: Double or Nothing”
é um jogo para amantes de problemas e
histórias policiais, com interacção fácil,
sem necessidade de destreza física e que
não se preocupam com o uso da mais alta
tecnologia multimédia. Mais uma vez,
é pena que só inclua um caso — mas o
formato é válido e espera-se que não
fique por aqui. Já agora, não se poderia
fazer uns “Poirot”, “Sherlock Holmes” ou
mesmo “Columbo”?
“Egypt III: The Fate of Ramsés”
tem também um fundo policial mas é
S E G U N D A - F E I R A . 2 8 . J U N H O . 2 0 0 4
Título “Law & Order: Double reino. Com a dúvida entre uma sabotagem
or Nothing” 8
/10 terrena e um castigo dos deuses, Maya vai
movimentar-se em vários cenários (lindos
Estilo Aventura
de observar, até porque se pode rodar em
Plataforma PC
360 graus esféricos), parte deles do mundo
Produtor The Adventure Company
dos deuses. Os “puzzles” são interessantes
Distribuidor PlayGames e lógicos, sendo fácil avançar na acção;
Edição Junho 2004 mas a obrigação de fazer longos caminhos
para realizar tarefas torna-se um pouco
Título “Schizm 2: Chameleon” cansativa.
Estilo Aventura 6
/10 A história avança de forma consistente,
Plataforma PC com ajuda de cenas intercalares (as
Produtor The Adventure Company únicas em que vemos Maya, pois joga-se
Distribuidor PlayGames na primeira pessoa), e a parte educativa
Edição Maio 2004 é muito interessante, pois está integrada
no jogo, apesar de poder ser consultada
Título “Egypt III: The Fate à parte, de forma enciclopédica. Quem
of Ramsés” 7
/10 gosta de aventuras e da temática estará
à vontade se não esperar demais de um
Estilo Aventura
jogo que tem um visual e uma mecânica
Plataforma PC
nitidamente “demodés”.
Produtor The Adventure Company
A mesma sensação de regresso
Distribuidor PlayGames ao passado se dá com “Schizm 2:
Edição Maio 2004 Chameleon”. Apesar do cenário ser quase
o oposto (do passado faraónico passamos
para o futuro), temos um jogo de aventura
baseado em enigmas, com vastos cenários
substancialmente diferente em todos os quase sem acção. O curioso é ser mesmo
aspectos. Para já, vem de uma linhagem em 3D — mas “disfarça” tão bem que só
de aventuras históricas com tradição, que um olho clínico percebe que não é baseado
já teve jogos ambientados em Versalhes em cenários pré-renderizados.
ou na China, em que acontecimentos Mas, aqui, não há nada de policial,
e factos históricos se misturam com apesar de tudo se basear no mistério. No
ficção, sempre com base num rigor papel de um homem, Sen — acusado de
muito grande. Aventura clássica usando destruir um planeta, acordado ao cabo
uma tecnologia que já há muito viu os de 200 anos de sono criogénico por um
seus tempos áureos (o Omni 3D), tem holograma —, o jogador vai encontrar
cenários fabulosamente pormenorizados, um planeta vazio, meio destruído,
que podem ser vistos em 3D mas que pontuado por máquinas e artefactos meio
permitem interacção muito reduzida. O destruídos. Em “Schizm 2”, o desafio é
mesmo se passa ao nível de personagens: perceber os enigmas, mais que resolvê-los,
são poucos, limitados e com aspecto ao mesmo tempo que se aprecia cenários
simplista. Mas o ambiente e o cenário ora apocalípticos ora tirados de um sonho
estão muito bem montados — o antigo alucinogéneo. Dedicado a jogadores
Egipto do tempo do faraó Ramsés II. muito especiais, obriga a reflexão,
O personagem é Maya, uma jovem com paciência e dedicação — algo a que muitos
poderes mágicos, que terá de desvendar um jogadores não estão nem dispostos nem
mistério que está a ensombrar o futuro do habituados… ●
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7c1bf3e5-024b-435b-bb28-84bbcd8a7552