➜ jogos baseados em filmes que
não prestavam para nada. É certo que
estão a ficar melhores. Os jogos de ‘O
Senhor dos Anéis’, por exemplo, estão
muito mais burilados. Mas os jogadores
estão já fartos de muito mau material e
continuam a esperar mais.”
Tais expectativas têm vindo a ser
postas à prova pelos últimos jogos
inspirados em filmes, como “Shrek 2”
e “Homem-Aranha 2” (ambos da Acti-
vision), para além de “Harry Potter e
o Prisioneiro de Azkaban” e “O Senhor
dos Anéis: o Regresso do Rei”, da Elec-
tronic Arts.
Deverá reconhecer-se que, ao
longo destes anos, alguns jogos base-
ados em filmes e livros de sucesso,
como o “GoldenEye 007” para a
Nintendo 64, conseguiram triunfar
e tornar-se grandes êxitos. E mesmo
entre os devotos dos PC, títulos da
“Guerra das Estrelas” como “Knights
of the Old Republic” e “Jedi Knight”
foram unanimemente aclamados.
No entanto, as adaptações e os per-
sonagens concebidos explicitamente
para jogos têm encontrado muito maior
receptividade tanto junto dos críticos
como dos utilizadores. Nas consolas,
isso significa êxitos como “Final Fantasy”,
“Gran Turismo”, “Mario and Zelda” e outros
parecidos mais recentes, como “Grand Theft
Auto” e “Halo”. Nos PC, são “Civilization,
Command & Conquer”, “Diablo”, “Doom”,
“Half-Life”, “Myst”, “Warcraft” e, mais
recentemente, “The Sims”.
“De um modo geral, os jogos baseados
em filmes não funcionam”, diz Robert
Kotick, presidente e “chief executive offi-
cer” (CEO) da Activision, uma das maiores
editoras do ramo, para quem os seus títulos
deste ano “Shrek” e “Homem-Aranha” serão
uma excepção à regra. “Esta área de negó-
cio está muito dependente de sequelas de
criações de grande sucesso, desenvolvidas
e controladas pelos editores.”
Isto é certamente verdade no caso do
personagem Mario, da Nintendo, que, desde
os anos 80, já apareceu em mais de 65 jogos,
de que se venderam mais de 170 milhões de
cópias a nível mundial. “
“Tendemos a não nos esforçarmos tanto
com material licenciado como o fazemos com
OPERADOR NORTENHO DESAFIA ÚLTIMA INICIATIVA DA PT MULTIMÉDIA
TvTel lança banda larga pré-paga mais barata
A
TVTEL ANUNCIOU na passada
quarta-feira que disponibili-
zará no próximo dia 1 de Junho
(já amanhã) o Jetsonic Livre,
um novo serviço de acesso pré-
pago à Internet por banda larga, com um
preço apontado como sendo 44 por cento
inferior ao do serviço concorrente Zzt!,
recentemente anunciado e fornecido pela
PT Multimédia através da rede da Net-
cabo (ver Computadores de 17-5-2004).
O Jetsonic Livre não terá limites
para os “downloads” (transferência de
ficheiros da Internet para o computador)
a realizar pelos utilizadores, custará 1
euro por hora de ligação — contabilizado
à razão de 25 cêntimos por cada período
de 15 minutos ou fracção — e funcio-
nará com carregamentos de 15 euros no
máximo de três em três meses (ou antes,
se o saldo for esgotado).
A TV Cabo, do grupo PT Multimé-
dia, foi a primeira empresa a lançar, no
passado dia 10 de Maio, o acesso pré-
pago por banda larga à Internet. Zzt!
É o nome desse novo serviço de acesso
de alto débito à Internet por cabo em
regime de pré-pagamento, sem assina-
tura mensal, com recarregamentos obri-
gatórios de 22,5 euros no prazo máximo
computadores .2
personagens desenvolvidos e criados por
nós”, diz George Harrison, vice-presidente
da Nintendo para o “marketing”. “É certo
que isto nos dá maior liberdade para contro-
larmos o nosso destino. Se se tem um grande
sucesso com material licenciado, é certo e
sabido que, na vez seguinte, o detentor dos
direitos tentará exigir mais dinheiro.”
Então porque é os editores de jogos con-
tinuam a lançar tantos títulos inspirados
nos êxitos de Hollywood?
Por um lado, há razões financeiras de
peso. A edição de Junho da “Computer
Gaming World”, uma respeitada revista de
jogos para PC, traz uma crónica de Robert
Coffey, seu director executivo, intitulada
“Easy Money: Anyone Got a License to
Kill?” (algo como “Dinheiro Fácil: Alguém
Tem Licença para Matar?”).
“Toda a gente anda a fazer jogos como
forma de tirar partido das suas marcas e
simplesmente ganhar mais dinheiro, não
compreendendo necessariamente o que é
que faz a qualidade dos jogos”, disse
Coffey numa entrevista por telefone.
de dois meses. O custo deste serviço já
disponibilizado pela TV Cabo, debitado
por períodos de 10 minutos ou fracção, é
de 3 cêntimos por minuto.
Em comunicado citado pela agência
Lusa , a TvTel refere ainda que os clien-
tes que aderirem ao Jetsonic Livre terão
direito a 10 caixas de correio electrónico
e a 100 megabytes para alojamento de
páginas pessoais e gestão de E-mail.
O custo de activação será de 25 euros
— idêntico ao que sucede com o Zzt!,
cobrado pela PT Multimédia para se
aderir ao seu novo serviço de Internet
por banda larga.
7c1bf3e5-024b-435b-bb28-84bbcd8a7552
S E G U N D A - F E I R A . 3 1 . M A I O . 2 0 0 4
“A maioria desses jogos sob licença são
muito chatos e quadrados.”
O problema parece surgir das diferen-
ças essenciais entre os filmes e os jogos
enquanto formas de média. Os filmes, como
os livros, são obviamente lineares, com um
encadeamento de história definido e perso-
nagens especificamente delineados.
Muitos dos jogos de maior sucesso, no
entanto — sejam eles baseados em “Diablo”,
“Grand Theft Auto”, “The Sims” ou “Zelda”
—, assentam na mais pura noção de liber-
dade, da possibilidade de se criar uma
experiência singular através das opções dos
próprios jogadores. Recriar uma cena num
filme não envolve a mesma profundidade
de experiência de como quando se cria as
nossas próprias cenas.
“Em última análise, os filmes não têm
a ver connosco”, diz Robert Coffey. “Têm
a ver com outras pessoas. Além disso, já
sabemos como acaba o filme. Um jogo é um
média de tipo diferente.”
Arthur Glaser, de 53 anos, “chief financial
officer” (CFO) de uma organização sem fins
A TvTel é uma operadora
de televisão por cabo e de
telecomunicações, com uma
rede própria de fibra óptica
e de cabo coaxial implantada
na região do Grande Porto
(Porto, Gaia, Matosinhos,
Maia e Valongo). Participada
pelo grupo Cofina, pelo BPI
e pela PME Capital, a TvTel
oferece 50 canais de televisão
e acesso por banda larga por
cabo à Internet com débitos
que vão até 1 megabit por
segundo (Mbps) e ainda por
ADSL (acesso à Internet de alta veloci-
dade através da rede telefónica fixa).
PT Comunicações com música
ambiente através da Net
Por seu lado, a PT Comunicações anunciou
também na passada semana que vai dispo-
nibilizar serviços de música ambiente às
empresas portuguesas através de ADSL,
a serem desenvolvidos pela Onda Musical,
uma empresa subsidiária em Portugal, da
Telefónica, o operador incumbente de tele-
comunicações em Espanha e parceiro da PT
em empreendimentos de telecomunicações
no Brasil e em Marrocos.
lucrativos em Rochester, no estado de
Nova Iorque (EUA), há mais de 20 anos
que tem os videojogos como passatempo
preferido: “Os jogos baseados em filmes
não têm piada. Tenho consciência de que
isto soa a generalização mas não parece
haver neles algo que nos atraia compul-
sivamente. Tentamos recriar algo que
já está decidido. Quando se está a fazer
algo que já vimos num filme, sentimo-nos
(nem que seja subconscientemente) como
que obrigados a recriar o que vimos no
ecrã e isso limita as nossas opções.”
Jeff L. Briggs, “chief executive offi-
cer” da Firaxis Games e desde há muito
companheiro de criação de Sid Meier,
autor de jogos para PC que são já ícones,
como “Civilization”, diz: “Os grandes
jogos, aqueles que triunfam no mercado,
tentam desenvolver-se num ambiente de
grande abertura, onde de cada vez que
um jogador o joga pode tomar direcções
muito distintas e onde cada jogo conta a
sua própria história.”
E embora muitos jogos inspirados
em filmes tentem atrair as pessoas
que não são normalmente jogadores,
o que é verdade é que o jogo para PC
de maior sucesso até hoje é o “híbrido”
“The Sims”, que se baseia precisamente
no tipo de estilo criado pelo utilizador e com
fim em aberto, que é a coisa mais difícil de
conseguir nos filmes baseados em filmes.
Se a indústria dos videojogos fosse
como a da edição de livros, nenhum destes
considerandos por parte dos críticos teria
qualquer influência nas tabelas de vendas.
Ao fim e ao cabo, autores de grande popula-
ridade como John Grisham, Stephen King e
Danielle Steel [nos EUA] vendem dezenas
de milhões de livros digam o que disserem
os críticos e os adeptos da literatura “séria”.
Mas o mundo dos videojogos é diferente.
“São os jogadores batidos que fazem o
grande mercado”, diz Richard Ow, crítico de
jogos. “’Grand Theft Auto 3’ é um bom exem-
plo: a história é rica e tem profundidade, e a
comunidade de jogadores da pesada — com-
posta sobretudo por jovens entre os 18 e os
24 anos — aderiu a ela. E foi a partir daí
que este jogo se difundiu entre um mercado
muito mais vasto de jogadores.” ●
Exclusivo PÚBLICO / New York Times News Service
“O serviço permitirá às empresas
oferecerem aos seus clientes todos os
benefícios de um espaço com música de
qualidade”, refere a PT Comunicações em
comunicado, citado pela Lusa. O serviço
estará disponível em seis canais: música
clássica, romântica, atmosfera, ambien-
tal, “disco house” e “pop rock”.
De acordo com a PT Comunicações, os
clientes poderão aceder aos conteúdos musi-
cais através do serviço de ADSL Onda Musi-
cal, que inclui o acesso à Internet por banda
larga e mais de 100 mil CD e de 1 milhão de
músicas, e da Onda Musical, disponível para
clientes que já têm ligação de alto débito à
Internet (nomeadamente, por RDIS).
A Onda Musical, empresa da operadora
espanhola Telefónica que actua em Portugal
há cerca de um mês, disponibiliza serviços
personalizados de música ambiente para
hotéis, restaurantes, cadeias de lojas, hiper-
mercados, entre outros. No ano passado, a
Onda Musical registou lucros de 1,5 milhões
de euros e um volume de negócios de cerca
de 18 milhões de euros. Para este ano, a
empresa estima um volume de negócios de
20,5 milhões de euros, incluindo o negócio a
conquistar em Portugal, que nesta primeira
fase será ainda pequena — disse à Lusa um
responsável do grupo espanhol. ●
S E G U N D A - F E I R A . 3 1 . M A I O . 2 0 0 4 computadores .3
 tecpédia H E N R I Q U E C A R R E I R O INSTITUTO DAS TELECOMUNICAÇÕES REFORÇA MONITORIZAÇÃO DE REDES MÓVEIS

Takara Dream
Viewing Workshop O monIT vigia
S
e, como diz o poeta, o sonho comanda a vida,
poderá não ser particularmente estranho verifi-
car que o sonho comanda também alguns dos
grandes saltos tecnológicos. Mais difícil de aceitar
poderá ser a asserção inversa: a de que a tecnolo-
gia pode controlar o sonho. É esse precisamente o aspecto
mais fascinante de um produto cujo lançamento se anun-
radiações
electromagnéticas
cia iminente no Japão: o Yumeni Koubou (Dream Viewing
Workshop na versão inglesa, ou sessão de visualização de
sonhos).
Criado pela Takara, um dos gigantes japoneses que se dedica
sobretudo à produção de brinquedos e “gadgets”, o Yumeni
Koubou é um dispositivo electrónico que pretende dar ao
seu utilizador a possibilidade de modelar os seus sonhos

A
— tema que, até agora, era apenas apanágio dos filmes de ADESÃO DA TMN e da Opti-
ficção científica. mus ao financiamento
Fruto de um trabalho conjunto com a Universidade de Edo- do projecto do Instituto
gawa,o dispositivo consistirá num conjunto de luzes,um painel das Telecomunicações
para colocar uma foto ou uma imagem,um vaporizador de per- para monitorização das
fumes,um gravador de voz,dois altifalantes e um temporizador, radiações electromagnéticas emiti-
guardando ainda uma selecção de músicas de fundo.Segundo das pelas antenas das redes móveis
o fabricante, o conjunto de estímulos produzido pelo Yumeni permitiu ampliar o âmbito de acção
Koubou está activo desde o momento de entrada no sono, até à equipa que já coorde-
ao despertar, permitindo não só ao utilizador sonhar com o nava o ITEM — assim FÁTIMA
que quiser mas, igualmente importante, que o possa recordar se chamava, até agora, / Casa
depois de desperto. esse mesmo projecto,
O produto é baseado no princípio de que o período do sono que contava apenas com o apoio da
denominado por “movimento rápido dos olhos” (“rapid eye Vodafone. As três operadoras móveis
movement” ou REM, em inglês) segue determinados padrões com licença em Portugal juntam-se,
e ciclos. O Yumeni Koubou pretende estimular o utilizador nos assim, para garantir a continuidade
tempos precisos,por forma a aumentar a probabilidade de este desta investigação independente,
ter um determinado sonho em particular. que tem vindo a medir o impacto das
O modo de operação é, como não poderia deixar de ser, algo ondas electromagnéticas em várias
bastante simples. Antes de mais, zonas do país.
o utilizador terá que estar certo A mesma equipa de investigado-
de que tem“tempo”para dormir res do pólo de Lisboa do Instituto
oito horas na noite nessa noite; das Telecomunicações mede as
terá então que arranjar uma foto radiações electromagnéticas gera-
ou uma imagem que esteja rela- das pelas antenas de redes móveis
cionada com o sonho que pre- desde 2001, comparando as suas
tende ter. Segundo o exemplo medições com as especificações
dado pelo fabricante, se quiser definidas pela International Com-
correr a maratona durante o mission on Non-Ionizing Radiation
sono, poderá escolher uma foto Protection para os limites conside-
de um corredor a cortar a linha rados seguros. Luís Correia, um dos
da meta.Em seguida,escolhe um dos aromas de entre os forne- coordenadores do projecto, explica
cidos com o dispositivo, colocando o produto no vaporizador. que em todas as medições efectu-
Fundamental é que seja capaz de ficar descontraído quanto adas pelo grupo até agora nunca
às preocupações do dia e que, antes de dormir, seja capaz de foram ultrapassados estes limites
se concentrar na imagem escolhida, visualizando o sonho que e, na maioria dos casos, os valores
pretende ter. Quando a imagem está suficientemente amadu- medidos ficaram bastante abaixo
recida na sua mente, usa o gravador de voz para gravar uma destas definições.
pequena mensagem sobre os objectivos do sonho:algo como “Procurámos mesmo os locais
“Eu quero correr a maratona”. piores”, explica o investigador do
Neste ponto, a preparação está completa e o produto ficará Instituto das Telecomunicações. Luís
ligado enquanto o utilizador se dispõe a adormecer. O próprio Correia lembra também que esta
dispositivo ajudará a entrar no sono, com música suave e luzes, preocupação face à radiação electro-
as quais a pouco e pouco esmorecerão. Durante as oito horas magnética se tem manifestado fre-
seguintes, o dispositivo irá activar-se alinhado com os ciclos quentemente entre a população, mas
e padrões de REM, tocando música suave e repetindo a frase que continua a não haver nenhuma
gravada. evidência científica comprovada que
Concluídas as oito horas, o dispositivo funcionará como indique que os limites hoje em vigor
despertador suave, usando a música e as luzes para acordar devam ser revistos.
o utilizador sem grande sobressalto, aumentando assim as De forma a responder às ques-
hipóteses de que este consiga recordar o máximo do seu tões levantadas pelo público em
sonho e mesmo tomar algumas notas sobre o mesmo (assim geral, o projecto agora relançado
o afirma o fabricante). — e que adoptou a designação
Embora não garantindo uma eficácia a 100 por cento, a Takara monIT — mantém na Web um
indica que os resultados preliminares indicam que aumenta “site” informativo, onde são publi-
significativamente a probabilidade de produzir os sonhos cados os resultados das medições e
exactos que o utilizador pretende, contribuindo também para ainda informação de base, em lin-
tornar mais agradável a experiência do sono. guagem descodificada, sobre esta
A Takara recomenda o produto para utilizadores com mais de problemática.
20 anos e o preço recomendado de 120 euros apenas vem Até Outubro de 2005, o projecto
reforçar que não se trata de um brinquedo para crianças. Por monIT propõe-se fazer medições
enquanto,a empresa fala apenas em lançar o produto no Japão em mais de 400 locais junto das
mas haverá decerto muitos potenciais fanáticos de “gadgets” antenas dos três operadores,
noutros países, que não se importariam de experimentar o estando também prevista a medi-
Yumeni Koubou — mais que não fosse para alimentar semanas ção remota — e em simultâneo
a fio com conversas sobre interpretações de sonhos. ● — em três cidades portuguesas.
Durante a primeira fase do ITEM,
o antecessor do monIT, a equipa
Tecpédia é uma enciclopédia em construção sobre a era digital tinha acompanhado a evolução dos
campos electromagnéticos em 15
locais de três concelhos abrangi- mente realizadas pelos próprios
dos, para além de 166 medições operadores às suas redes.
pontuais realizadas em locais Justificando a necessidade
próximos de estações da Vodafone, destes estudos, Luís Correia escla-
em 13 distritos do Continente e rece que, ao contrário dos próprios
na Madeira. telemóveis — que são certificados de
A continuação do financiamento origem no que respeita aos níveis
e a entrada da TMN e da Optimus de radiação emitidos —, a propa-
vão garantir a conti- gação das ondas electromagnéticas
CAÇADOR nuidade dos estudos das antenas depende do local onde
dos Bits já iniciados pelo pólo estão instaladas e do ambiente cir-
de Lisboa do Instituto cundante, nomeadamente em termos
das Telecomunicações, complemen- de obstáculos que possam existir.
tando ainda as análises regular- Com o maior empenho dos ope-
radores na instalação da
rede de terceira geração de
telecomunicações móveis
— que exige uma maior
densidade de antenas em
cada área para garantir os
mesmos índices de cober-
tura e de disponibilidade
do serviço —, a preocupa-
ção dos cidadãos poderá
aumentar em relação aos
riscos envolvidos pela
radiação electromagnética
e à necessidade de avaliar
se estas se mantêm dentro
dos limites legais. Porém,
Luís Correia considera que
a entrada em funciona-
mento da terceira geração
móvel (também conhecida
por 3G ou UMTS) não
deverá trazer alterações
significativas aos níveis
actuais de radiações, já
que, mesmo em locais onde
vão coexistir duas antenas,
deverá ser possível manter
a segurança, porque as
actuais medidas apontam
para valores bastante
abaixo desses limites. ●
O que são as radiações electromagnéticas
As radiações electromagnéticas são originadas por fontes naturais ou
artificiais, sendo o Sol a mais intensa fonte natural deste tipo de radiações a
que estamos expostos. Entre outras origens de radiações electromagnéticas,
contam-se as antenas de telecomunicações, as linhas de alta tensão da rede
de distribuição de energia eléctrica e os aparelhos eléctricos em geral.
Algumas instituições têm-se preocupado com a definição dos limites
adequados para estas frequências, de forma a salvaguardar a saúde pública,
determinando os níveis máximos de radiação absorvidos pelo corpo humano.
Estes limites têm de ser observados nos equipamentos que são vendidos ao
público consumidor e são, muitas vezes, medidos noutras instalações, como
é o caso das antenas de telemóveis e zonas de fornecimento de energia
eléctrica de alta tensão. Note-se ainda que estes limites não se aplicam
directamente a utilizadores que usam aparelhos médicos, como próteses
auditivas ou os chamados “pacemakers”.
Em Portugal, a Anacom, a autoridade reguladora da área das comunicações,
é a entidade responsável por verificar se os limites de segurança
são respeitados por todas os equipamentos de infra-estrutura de
telecomunicações. ● F.C. / CdB

computadores .4 S E G U N D A - F E I R A . 3 1 . M A I O . 2 0 0 4
 REGIÃO DE ESPANHA TEVE UM PROJECTO DE LIGAÇÃO EM REDE PREMIADO PELA UE
Extremadura investiu
numa intranet regional
E
M CADA SECRETÁRIA estão dois
alunos e um computador. O pro-
fessor utiliza a Internet e conte-
údos multimédia para dar aulas
àquela turma do ensino secundá-
rio. Nos computadores, o sistema operativo
é gnuLinEx, uma versão em castelhano do
gnuLinux — por sua vez, uma distribuição
(ou versão) do conhecido Linux —, cujo
uso não envolve o pagamento de licenças
e, segundo as autoridades extremenhas,
terá permitido poupar dinheiro. O projecto
da Intranet Regional de Extremadura foi
pensado há dois anos pela respectiva Junta
e já agrega 1400 locais de 383 municípios.
Passa-se a fronteira para Badajoz e
já não se demora muito a chegar àquele
Centro de Ensino Secundário de Extrema-
dura, uma escola em Calamonte, junto a
Mérida. Ao toque de saída, os corredores
são invadidos pelas correrias e as conver-
sas de gente miúda, de mochila às costas. É
ali que estudam 550 alunos, dos 12 aos 16
anos, e é também ali que meia centena de
professores dá aulas. Aquele é apenas um
dos 140 estabelecimentos de ensino secun-
dário desta região espanhola.
Há cerca de dois anos, a Junta de Extre- ticamente em todas as aulas, até porque
madura procurou desenvolver um projecto
que promovesse a utilização das tecno-
logias de informação pelas crianças das
escolas primárias, pelos jovens do ensino
secundário e por todos
aqueles que, por qual-
ISABEL GORJÃO SANTOS
quer motivo, se encon-
em Mérida (Espanha)
trassem à margem da
tão almejada sociedade
da informação. No ensino, os resultados
desse investimento levaram a que existam
hoje, nas escolas da região, um computador
por cada dois alunos do secundário e por
cada seis alunos da escola primária.
Na porta principal da escola, um
enorme laço negro e uma faixa “Contra
el terrorismo” são a parte visível de
uma indignação, a forma escolhida pelos
alunos e professores para lembrarem
o que não se esquece. Para lá daquela
porta, estão as salas onde se aprende
Matemática, História, Geografia e todas
as outras disciplinas que compõem o
ensino secundário. As secretárias são
“especiais” e foram feitas de encomenda:
possuem uma cavidade ao centro, onde se
encaixa o monitor, duas prateleiras retrac-
teis para o teclado e um armário ao meio,
com fechadura, para o computador. Para
instalar toda aquela rede, que agrega 462
computadores, foram necessários cerca de
30 quilómetros de cabo.
Os computadores são utilizados pra-
os professores receberam formação em
tecnologias de informação e no sistema
operativo gnuLinEx. O “software” usado
permite ao professor ter acesso ao que
se passa em cada um
dos 15 computadores
da sala e as máquinas
podem também ser
apenas utilizadas como
difusores de conteúdos, em que o professor
exibe um texto ou um vídeo e, ao mesmo
tempo, veda aos alunos qualquer outro uso
dos computadores. Actualmente, foram já
desenvolvidos cerca de 50 programas com
conteúdos destinados aos alunos do ensino
primário e secundário, alguns criados pelos
próprios professores. Em cada estabeleci-
mento de ensino, existe também um pro-
gramador, que pode ajudar os docentes a
transformarem as matérias em conteúdos
multimédia, de preferência interactivos.
Luís-Milán Miguel, conselheiro para a
área de Educação, Ciência e Novas Tecno-
logias da Junta de Extremadura, explica
que, naquela região, a disseminação das
infra-estruturas básicas ficou concluída no
início dos anos 90. Nessa altura, surgiu o
início da aposta na área das novas tecno-
logias: “A acessibilidade e o acesso à infor-
mação eram prioritários e então começou
a pensar-se em estabelecer a ligação entre
as empresas, a administração pública e as
S E G U N D A - F E I R A . 3 1 . M A I O . 2 0 0 4
universidades”. A rede foi criada, foi cres-
cendo e hoje abrange todos os organismos
públicos e estabelecimentos de ensino.
Disponibilizar o acesso à tecnologia
parecia não bastar, já que era preciso pôr
os cidadãos a usarem-na. Deu-se início a
um “processo de alfabetização”, como lhe
chama Luís-Milán Miguel. Os mais novos
e os estudantes universitários poderiam
aprender a utilizar o computador nos esta-
belecimentos de ensino que frequentavam.
Quanto a todos os outros, poderiam fre-
quentar os 34 centros entretanto criados.
Uma equipa de dinamizadores encarregou-
se de divulgar a existência desses “centros
de conhecimento”, pelos quais já passaram
cerca de 586 mil pessoas, isto numa região
com cerca de 1 milhão de habitantes.
Nas escolas, o desafio era instalar
cerca de 100 mil computadores para 200
mil estudantes. Pensou-se em utilizar sis-
temas operativos e aplicações comerciais
mas, segundo Luís-Milán Miguel, isso
implicaria custos de cerca de 30 milhões
de euros em licenças de “software”. A
opção final foi, também por isso, pelo “sof-
tware” isento de licenças e de código-fonte
aberto, “que o professor ou o empresário
pudesse modificar de acordo com as neces-
sidades”. Foi assim que, em Abril de 2002,
foi lançada a primeira versão do gnuLi-
nEx, baseado em Linux.
“Queremos que os mais novos cres-
çam a utilizar o computador tal como
usamos a caneta”, adianta Luís-Milán
Miguel. Neste projecto, foram já gastos
cerca de 60 milhões de euros em compu-
tadores e 300 mil euros no desenvolvi-
mento de “software”.
Num dos centros de formação destina-
dos a professores desta região espanhola,
todos os docentes aprendem a trabalhar
com o gnuLinEx. Cerca de 3 mil professo-
res já frequentaram as aulas, por vezes tão
animadas quanto aquelas que costumam
leccionar. Numa dessas aulas, dada na
passada terça-feira (e a que Computadores
pôde presenciar), cerca de 30 professores
de diferentes disciplinas voltavam-se para
trás e trocavam impressões, como costu-
mam ver fazer os seus pupilos. “Querem
aprender a encontrar uma impressora
na rede?”, perguntava o monitor daquela
sessão, repondo a ordem na sala.
Também num dos “centros de conheci-
mento” entretanto criados, a tarde era pas-
sada a ensinar três jovens a navegarem na
Internet. Geralmente, estes centros desti-
nam-se a jovens que já abandonaram a
escola, a empregadas domésticas, a idosos
ou a pessoas com deficiência. “O mais com-
plicado é aprenderem a manusear o rato”,
diz o monitor. Ultrapassada essa fase, o
computador deixa de ser uma máquina
estranha e complicada.
O projecto desenvolvido pela Junta
de Extremadura foi já galardoado com o
Prémio Europeu de Inovação Regional,
atribuído pela Comissão Europeia e des-
tinado às iniciativas mais importantes
para o desenvolvimento da sociedade da
informação. O júri do concurso, em que
participaram 72 projectos, foi presidido
pelo anterior primeiro-ministro português,
António Guterres e a escolha foi justificada
pelo facto de a Extremadura ter sido a pri-
meira região, na Europa, a atingir a média
de um computador por cada dois alunos no
ensino secundário. ●
computadores .5
computadores .6 S E G U N D A - F E I R A . 3 1 . M A I O . 2 0 0 4
 virose

OS VÍRUS DA SEMANA
Dia 31
W97M/Concon,WM/PHARDERA.C ;D
Encontrado o primeiro vírus de 64 bits (INTENDED),W97M/WMVG.c, FHD.A,WM/
MDMA.C;D;H,Tribute.A;B,WM/CVCK1.A,W97M/
A empresa de antivírus Symantec anunciou na terça-feira passada que … mas já se fala de possível nova vaga de falhas Caligula.a,VBS/Gaggle@MM,W97M/Cobra.a1,
detectara o primeiro vírus concebido para atacar computadores com Na sequência desta polémica, a mesma Secunia veio uma semana W97M/Jany.a,W32/PetLil@MM,VBS/Alphae
Windows dotados de extensões de 64 bits, a que deu o nome de Rugrat. depois publicitar que havia detectado uma nova falha no MacOS
Tratar-se-á não de uma ameaça real mas antes de um vírus conceptual, X, mesmo depois de instalados todos os “patches” disponibilizados Dia 1
criado só para demonstrar que este tipo de sistemas também apresenta pela Apple. Os responsáveis da Secunia classificaram esta nova falha VBS/Zync, WM/CVCK1.B;E, Tribute.A;B, Acid.A
falhas, passíveis de serem exploradas através deste tipo de vírus. também como sendo “extremamente crítica”. (intended), WM/Theatre.A, W97M/Shore.p,
Aparentemente, o vírus não afecta sistemas e ficheiros de 32 bits, a não A falha no “handler” de disco dos URL (endereços da Internet) W97M/Tarap, WM/BADBOY.A;B;C, W97M/
ser que a correrem “software” de emulação de 64 bits. O vírus — que é permite, à semelhança das anteriores, executar código Bablas.aj, JS/Gigger.a@MM, W32/PetLil@MM,
capaz de infectar ficheiros que estejam na mesma pasta e subpastas arbitrário num sistema vulnerável a partir de sítios Web VBS/Alphae, W97M/Change.A, W97M/Jany.a,
que ele — usa um método de estruturas de “Thread Local Storage” mal-intencionados. Isto pode ser feito a partir de imagens de X97M/Hopper.r, VBS/Bhong, W97M/Alamat,
para executar código estranho ao sistema infectado. Ele serve-se de discos montadas de duas maneiras: uma imagem de disco, ou W97M/Ekiam, VBS/Aqui, W97M/Kolop, VBS/
um pequeno número de API (“application programming interfaces”) um volume, pode registar “handlers” de URL arbitrários, que LoveLetter.bi, VBS/Count
de Win64 de três diferentes bibliotecas, de modo a evitar que os executam código colocado na imagem de disco quando se
computadores se desliguem durante o processo de infecção. acedeu à URL; ou, então, pode alterar um “handler” de URL não Dia 2
utilizado para executar o mesmo tipo de código. VBS/Aqui, W97M/Trugbar.a, W97M/Alamat,
Apple colmata falha no MacOS X… A falha verifica-se mesmo em computadores com o sistema 10.3.4 W97M/Jany.a, WM/Alliance.A, VBS/
A Apple disponibilizou no passado dia 21 de Maio uma actualização para actualizados com o Security Update de 24 de Maio, que se dirige Baracu.A@mm, Flip, WM/Helper.C;D;E
o MacOS X destinada a resolver algumas falhas do sistema, que poderiam à falha do “handler” do “help” dos URL. Segundo aquela empresa, a
permitir a execução de código mal-intencionado num Macintosh. falha pode ser aproveitada usando os protocolos FTP, AFS e até SSH. Dia 3
As falhas poderiam ser utilizadas para criar um vírus que se espalhe Aliás, os técnicos desta empresa acham que o problema residirá WM/Eraser.A:Tw, WM/HELPER.F;G;H, W97M/
através de uma ligação com um sítio na Web, enviada em mensagens mesmo na maneira como o MacOS X lida com o URL, podendo, Alamat, VBS/Aqui
de correio electrónico. Um intruso teria que criar um “site” especialmente portanto, vir a surgir mais falhas relacionadas com
programado para explorar a falha. As falhas foram tornadas públicas na outros “handlers” do URL. Dia 4
mesma semana, embora a pessoa que alega tê-la descoberto afirme ter A Apple ainda não reagiu a este VBS/Aqui, W97M/Alamat, WM/Eraser.A:Tw,
informado a Apple em Fevereiro. último anúncio de uma nova WM/Helper.C;D;E
A empresa dinamarquesa de segurança Secunia classificou falha. ● JOSÉ DOUTIL
esta falha como sendo “extremamente crítica”, porque algumas Dia 5
discussões “on-line” em torno dela apontavam para muitas maneiras WM/Eraser.A:Tw, VBS/Zync, WM/
diferentes de tirar partido dela. Por sua vez, a Apple classificou as HELPER.F;G;H, W32/Supova.f.worm,
falhas como “vulnerabilidades teóricas”, menosprezando assim a W32/Urick@MM, W32/Winur.worm.a,
sua importância. W32/Winur.worm.b, AOS.A, W97M/Alamat,
A empresa de Steve Jobs tem sido recentemente VBS/Aqui, X97M/Anis, W32/Supova.e.worm,
criticada por não informar W32/Supova.d.worm, JS/Gigger.a@MM,
devidamente os VBS/Alphae, VBS/Irvine@MM, X97M/
seus utilizadores Hopper.r, W97M/Jackal.A, VBS/Count
da dimensão real
das falhas que são Dia 6
detectadas no MacOS X, bem VBS/Aqui, W97M/Alamat, WM/KOMPU.A,
como das suas características. WM/Eraser.A:Tw, WM/Helper.C;D;E

S E G U N D A - F E I R A . 3 1 . M A I O . 2 0 0 4 computadores .7
 dica
Acabar com o alerta de falta
de espaço no disco
Uma das novidades que a Microsoft
introduziu no seu sistema operativo
Windows XP — a fim de facilitar a vida aos
utilizadores com menos conhecimentos
de informática — foram as mensagens
informativas que “saem” da Barra de Tarefas,
junto ao relógio. Uma destas mensagens,
que, quando aparece, pode tornar-se
bastante irritante é a da “falta de espaço
em disco”.
Para quem tem computadores já com
alguma idade, com discos rígidos
pequenos, ou para quem, simplesmente,
faz muitos “downloads” de filmes e outros
ficheiros pesados, é muito fácil encher um
volume — fazendo surgir, então, a dita
mensagem.
Embora a mensagem possa ser irritante,
ela é importante, pois, se não se tiver
cuidado, a falta de espaço em disco poderá
levar a perder trabalhos em curso devido
à impossibilidade de o Windows e os
programas terem espaço em disco para
escreverem no “swapfile” — um ficheiro de
memória virtual e temporária —, chegando
mesmo a impedir novos programas de
abrirem.
O esgotamento de espaço em disco a
meio da execução de um trabalho pesado
— trabalhar uma imagem grande ou um
filme, por exemplo — poderá impedir
mesmo a sua gravação, ou seja, levar à
perda do trabalho já realizado…
Se o espaço livre em disco descer abaixo
computadores .8
dos 200 MB, o sistema começa a apresentar
a mensagem uma vez em cada sessão.
Se esse espaço baixar para os 80 MB, a
mensagem passará a surgir uma vez de
quatro em quatro horas. E, se se chegar
ao limite dos 50 MB de espaço livre, a
mensagem surgirá de cinco em cinco
minutos.
Para um utilizador que controla este
tipo de coisas e tem noção dos limites a
que pode chegar sem perder trabalho,
este tipo de mensagem pode-se tornar
muito irritante — até porque ela surge
relativamente a todas as unidades de disco,
tanto aquela onde está instalado o sistema
operativo como as restantes (se existirem).
Ou seja, podemos ter uma unidade de
disco de arquivo que esteja cheia, sem
que isso possa afectar de algum modo o Registo do Windows. Como já dissemos imagem e que permite editá-lo. Vai-se
trabalho corrente, e o Windows passará o por várias vezes, antes de fazer alterações ao campo Dados do Valor e altera-se
tempo todo a avisar que ela já não dispõe naquele Registo, deve-se fazer cópias de de “zero” para “um”, carregando-se de
de espaço suficiente… segurança do Registo no seu todo ou, pelo seguida no botão OK para aplicar a
Além de tudo isto, acontece que o menos, das chaves alteradas. alteração.
aparecimento constante da mensagem em Aberto o Registo (Iniciar>Executar>regi Se o valor não existir, com a chave Explorer
computadores que estejam, de facto, a ficar stry), procura-se a chave HKEY CURRENT seleccionada, escolhe-se Novo no menu
com poucos recursos poderá fazer baixar USERSoftwareMicrosoftWindowsCurre Editar e, depois, Valor DWORD. Isto faz
ainda mais os níveis de desempenho do ntVersionPoliciesExplorer, no painel da surgir no painel da direita um novo valor,
próprio sistema. Isto porque o Windows esquerda. Seleccionada esta, verifica-se ao qual se deverá dar o nome atrás referido,
vai gastando tempo e recursos a verificar se existe, no painel da direita, o valor sem espaços. Por omissão, ele ficará com os
o estado das unidades de disco em vez NoLowDiskSpaceChecks. Se este existir, Dados a “zero”, tendo então que se alterar
de executar as tarefas solicitadas pelo os seus dados deverão estar definidos estes como já se explicou.
utilizador. para “zero”, como se pode ver na imagem. A seguir fecha-se o Registo e reinicia-se o
Para solucionar isto, pode-se desactivar Dando dois cliques sobre o seu nome, computador. A partir desse momento, as
esta função do Windows, o que se faz no abre-se a janela que se pode ver na mensagens deixarão de aparecer. ● JOSÉ DOUTIL
S E G U N D A - F E I R A . 3 1 . M A I O . 2 0 0 4
 AUTORES APROVEITAM A INTERNET PARA NOVAS FORMAS DE EDIÇÃO

Dos média aos blogues

passando pela lei
A
I NTERNET ESTÁ a modificar a O oposto desta é uma “cultura de permis-
lógica de produção livreira e são”, em que “os autores apenas criam com
das interacções com os leitores. a autorização dos poderosos ou de autores
Um caso recente interessante anteriores”.
é o do jornalista Dan Gillmor, Nesse sentido, “a concentração do poder
que editará em Agosto a obra “We the — político, empresarial, mediático, cultural
Media: Grassroots Journalism by the — deve ser um anátema para os conservado-
People, for the People” (algo como “Nós, res”. “A difusão do poder através do controlo
os Média: o Jornalismo das Origens pelas local, assim encorajando a participação indi-
Pessoas, para vidual, é a essência [...] da maior expressão
as Pessoas”) da democracia”, escreve Lessig.
mas que desde O advogado não se limita apenas a
Março último abordar a questão dos direitos de autor
disponibiliza nos média e nas tecnologias mas aponta
no seu blogue igualmente as questões de propriedade
— http://weblog. intelectual na indústria farmacêutica, por
siliconvalley. exemplo — que impõem elevados preços
com/column/ nos medicamentos e, por causa das ques-
dangillmor/ tões do comércio internacional, acabam
— os vários muitas vezes em tribunal ao mesmo tempo
capítulos do que contribuem para a morte de milhões de
livro para serem pessoas ao negar-lhes ou restringir-lhes o
comentados acesso aos seus produtos.
pelos leitores. A culpa não é das empresas, como refere,
“We the Media” pretende demonstrar como mas da política, de “um sistema legal que
os “big media”, entendidos como a comunicação as fronteiras e o poder económico entre Gillmor segue os passos do advogado não funciona”, excepto para os que têm mais
social tradicional, está a perder o monopólio produtores e consumidores de informação Lawrence Lessig, que já neste ano editou recursos, ou da falta de um “olhar crítico, que
das notícias para formas alternativas como os — o aparecimento do “cidadão-jornalista” “Free Culture: how big media uses techno- nos ajude a ver a diferença entre verdade e
blogues e a ser transformada de “leitura” em capaz de se fazer ouvido e o dar voz a quem logy and the law to lock down culture and extremismo”, tornando-se a “cegueira o nosso
“conversa”. se sente agora sem poder, conduzindo a uma control creativity”, disponibilizando-o para senso comum”, entretanto adormecido.
Os “leitores transformados em repórte- “cidadania verdadeiramente informada”. “download” gratuito e usos não comerciais No sentido do olhar crítico de Lessig ou
res” estão a usar a Internet — de audiência O livro contém ainda linhas interessantes no endereço free-culture.org — no âmbito do cidadão-jornalista de Gillmor, os blogues
mundial, no caso da língua inglesa — para de actuação, que remetem para dois outros de uma licença Creative Commons, em que têm-se afirmado como ponto de convergên-
publicar textos, artigos ou opiniões que livros publicados recentemente. No seu caso, os autores optam por diferentes fórmulas de cia de crítica aos poderes instituídos, sejam
acabam também por ser fonte a posse dos direitos do autor cedência dos seus direitos autorais. os mediáticos, os empresariais ou outros,
de informação ou de atenção PEDRO FONSECA sobre a obra caduca ao fim de Lessig pretende demonstrar nesta sua ou como fonte de desabafos nem sempre
dos jornalistas mas também 14 anos, tal como sucedia com última obra, através de vários exemplos his- positivos. Uma obra de Março de 2002 mas
de políticos e gestores. O aspecto principal a lei original do direito de autor — e não 75 tóricos e actuais, como a liberdade cultural só recentemente traduzida para português
é a transformação dos consumidores de anos após a sua morte, como sucede actual- “apoia e protege os criadores e inovadores” demonstra o seu potencial. “O Livro de Bolso
informação em produtores dela mesma e mente, “um período vergonhosamente longo, ao garantir-lhes os direitos de propriedade do Weblogue – conselhos práticos para criar
o assumir, por parte de um jornalista, de que não dá aos autores nenhuns incentivos intelectual mas que essa protecção não e manter o seu blogue” (edição Campo das
que “os meus leitores sabem mais do que adicionais sérios”. Em segundo, o livro será limita o trabalho de outros criadores futuros. Letras, 2004), escrito por Rebecca Blood
eu e isso é bom”. oferecido gratuitamente na Web desde o pri- “Uma cultura livre não é uma cultura sem no auge do sucesso dos blogues nos EUA,
Foi só no final de Abril que Gillmor modi- meiro dia de edição mas apenas para leitura, propriedade, tal como o mercado livre não replicado no ano passado em Portugal, vai
ficou o título do seu livro “Making the News” não para reprodução comercial. é um mercado em que tudo é livre”, afirma. mais longe do que o título poderá dar a
para o actual. Mas desde 10 de Março que entender. A par de ser uma fonte histórica
vinha a publicar as versões inacabadas dos desde o interesse de Blood pelos blogues a
diferentes capítulos do livro, onde começa partir de 1999, mantém-se como uma obra
por contar como escreveu no seu blogue a Para melhor entender a Internet de referência sobre o impacto potencial desta
história de estar numa conferência com o em Portugal ferramenta de edição pessoal na Internet.
responsável da empresa telefónica Qwest, Qualquer dos capítulos se mantém actual
apanhado entre o ser cada vez mais rico Quem se interessa pelas leis referentes às novas tecnologias para quem pretender usar ou compreender
e a empresa caminhar para a falência. em Portugal tem para ler desde este mês dois novos títulos o fenómeno dos blogues.
Quase em tempo real, um advogado editados pelo Centro Atlântico.“Nomes de Domínio na Internet Entre outras qualidades, pode-se perce-
demonstrou como aquele gestor estava a – a regulamentação dos nomes de domínio sob .pt”, de Miguel ber o que são os blogues e qual o interesse
ganhar dinheiro e a empresa a perdê-lo Almeida Andrade, parte da explicação da necessidade de que leva à sua criação e leitura, partindo
— e foi então que, durante essa conferên- entender a importância dos nomes de domínio, explicando o depois para questões mais práticas sobre a
cia, a audiência se lhe tornou hostil: ao que potencial de litígios, para abordar a história da regulamentação manutenção, tempos de espera e teste até os
parecia, muitos outros presentes na confe- nacional e sucessivas revisões desde 1996, entrando depois na divulgar publicamente e a procura da “voz”
rência estavam a ler os textos de “bloggers” abordagem mais detalhada do regulamento de 2001. pessoal, a “definição do propósito” para os
como ele, presentes no evento. A ler por quem quer registar qualquer nome de domínio criar e encontrar um público, a etiqueta e
O sentido principal da mensagem é a de e evitar problemas quer no momento do registo como outros aspectos mais práticos para a gestão
que foi um advogado e não um jornalista posteriores. dos blogues. O interesse actual do livro
quem descobriu o ponto essencial de uma O “Guia da Lei do Comércio Electrónico”, de Manuel Lopes Rocha, refere-se à lógica abrangente que a autora
história jornalística. Ele tornou-se parte do Ana Margarida Marques e André Lencastre Bernardo, é uma impôs, colocando os blogues no campo cul-
próprio processo jornalístico. O advogado obra essencial para entender esta lei, que está em rediscussão tural e mediático, muito por culpa da sua
deixou de ser um consumidor, passou a pro- na Assembleia da República e que a própria Ordem dos própria experiência pessoal.
dutor e “fez a notícia”, refere Gillmor. Advogados reclama sofrer de alguns aspectos inconstitucionais. Afinal, como refere Blood, “os weblogues
É nesta mistura entre consumidores e A par da legislação complementar nacional e comunitária, e são os não-alinhados do mundo ‘on-line’” e
novos produtores das notícias que o livro das diferentes leis originadas pela transposição da respectiva “dois dos seus pontos mais fortes são a capa-
aposta, revelando como o jornalismo deixou directiva comunitária em países como Espanha, Bélgica, cidade de filtragem e divulgação de informa-
de ser uma coutada dos jornalistas ou das Luxemburgo ou França (em versão original), os autores ção, destinada a um público muito disperso,
“legiões de relações públicas e pessoas do analisam detalhadamente cada artigo da lei portuguesa, e a sua organização exterior aos meios de
‘marketing’ que manipulam todos”. As acrescentando-lhe a fonte, ligações para legislação conexa, comunicação mais populares”. “Não sendo
“pessoas”, normalmente sujeitos das notí- doutrina, jurisprudência, códigos de conduta ou sítios na Web controlados por ninguém, os weblogues
cias, podem também ser “jornalistas”. relacionados e ainda algumas notas. ● P.F. sugerem, comentam e divulgam informação
O autor defende que, no futuro, as de acordo com critérios idiossincráticos”. São
notícias vão ser uma conversa, diluindo um média de pessoas para pessoas. ●

S E G U N D A - F E I R A . 3 1 . M A I O . 2 0 0 4 computadores .9
 WEBMANIA

T eatro de sombras… a magia, ao

vivo, que puxa às experiências,
que atrai a imaginação, desafia as
capacidades de percepção e pro-
jecção. A homenagem electrónica
dirigida ao artista e à arte. Henri

O BEIJO
Rivière, 1864-1951. Nascido em Paris,
desenvolveria os primeiros trabalhos
pelos largos e “ateliers” de Mont-
martre: apesar das várias tentativas
da família de o afastar da pintura, o
destino revela-se traçado. É no cabaré
Chat Noir que vai lançar-se com a
programação de Teatro de Sombras:
43 espectáculos atrairiam toda a
cidade durante dez anos, sobretudo
quando introduziu a novidade das
cores — e foi apenas o princípio.●
mulher.aranha@publico.pt
www.clin-doeil.com/HR/HRIVIERE.htm

W
WEBBMMAANNI IAA
www.metro-porto.pt www.phys.uu.nl/~thooft www.jimmymcgrathphoto.com www.coleccoes.net

T alvez um dia (quem sabe?), a

avançada teoria das cordas venha
D iga lá o leitor o que pensa: a fotografia

A zul. Não pode ser deixada passar

em branco a inauguração da nova
linha de metropolitano da cidade do
Porto. Sobretudo porque vai conduzir,
tal dragão voador, ao novo estádio do
recentemente consagrado campeão
europeu de clubes, espaço onde se
desenrolarão importantes partidas do
Euro 2004. Se ainda não conhece bem
este projecto subterrâneo, aproveite as
informações contidas nesta página…
e rume mais rápida e comodamente à
futebolada! ●
a tornar-se conversa de discussão de
café, assunto que seja objecto do
interesse e da compreensão gerais.
Talvez venhamos todos a tecer con-
siderações ao lanche sobre teoria
da física. A página deste professor
holandês apresenta um desafio nesse
sentido: afirma que qualquer um que
o deseje — e siga o plano de trabalho
e de estudo que ele propõe — pode
tornar-se, de forma autodidacta, num
profundo conhecedor desta área
científica! E lança propostas com par-
ticularidades atraentes.●
está associada ao realismo ou ao fantás-
tico? Grava um momento preciso ou é ponto
de partida para todas as possibilidades?
Jimmy McGrath desenvolve um trabalho
“sui generis”: a partir da imagem fotográfica,
aplica as artes da ilustração… Os resultados
são dos mais variados e alguns podem ser
visitados nesta sua página. E torna-se surpre-
endente como se misturam as duas formas
de representar realidades e fantasias! ●
O coleccionismo é uma actividade que
se desenrola sobretudo no espaço
privado, raramente se exprimindo com
visibilidade pública. Paixão que mobiliza
muitos portugueses, esta procura cons-
tante implica uma movimentação na área
do certo e do conhecido, mas também no
da descoberta e da surpresa. Este sítio é
uma boa fonte de informação para guiar os
aficcionados e abrir a boca aos curiosos! ●

www.elections2004.eu.int

A s próximas eleições europeias estão

a chegar: entre os dias 10 e 13 de
Junho, os cidadãos eleitores europeus são
chamados a exprimir nas urnas as suas
preferências para a Europa, agora a 25.
São 24 os deputados a eleger por Portugal
para o Parlamento Europeu. Esta página, da
responsabilidade da União Europeia, dis-
ponibiliza muita informação que poderá
auxiliar os menos atentos a perceberem a
importância e a utilidade deste órgão. ●

computadores .10 S E G U N D A - F E I R A . 3 1 . M A I O . 2 0 0 4
 GRUPO VANGEST, DA MARINHA GRANDE, RUMO À INSERÇÃO GLOBAL
‘Software’ português na
vanguarda dos moldes
V
ANGEST É O NOME de uma
empresa da Marinha
Grande que desenvolveu
um módulo para uma
aplicação de projecto de
moldes, o qual passou a incorporar
recentemente o “software” Solid Edge,
um sistema de projecto assistido por
computador — Computer Aided
Design (CAD) — concebido para esta
área industrial. Denominada Mold
Tooling, a nova aplicação informática
desenvolvida pela Vangest contém
uma forte componente gráfica,
orientada para o projecto de moldes
de injecção de plásticos — conforme
disse à agência Lusa um responsável
da empresa marinhense.
A partir do primeiro trimestre deste
ano, o módulo passou a incorporar o
Solid Edge — desenvolvido especifica-
mente para os profissionais do projecto
mecânico, permitindo a modelação de
sólidos —, marcando assim o contributo
português para o desenvolvimento do
“software” da empresa norte-ameri-
cana UGS PLM Solutions. O projecto
resultou de um acordo firmado, em
Outubro passado, entre Victor Oliveira,
administrador do grupo Vangest, e Dan
Staples, director da unidade de negócio
Solid Edge da UGS PLM Solutions.
PRÉMIO EDITORIAL SOCIEDADE DE INFORMAÇÃO PARA TEXTOS PUBLICADOS EM 2003
APDSI premiou artigo sobre
os reformados e a Net
A
ASSOCIAÇÃO PARA a Promo-
ção e Desenvolvimento da
Sociedade de Informação
(APDSI) entregou na
passada semana o seu
Prémio Editorial Sociedade de Infor-
mação, iniciativa patrocinada pela
Oracle Portugal e pela Sun Microsys-
tems, e que pretende distinguir o
melhor artigo publicado em Portugal
no ano de 2003 sobre a sociedade da
informação e cujo autor fosse um jor-
nalista profissional.
Analisados mais de 50 trabalhos, o
prémio — com um valor pecuniário de
5 mil euros — foi atribuído ao trabalho
“Tirar partido da Net depois da Reforma”,
de Dina Margado, publicado no “Jornal
de Notícias”. Foi ainda atribuída uma
menção honrosa (no valor de 1500 euros)
aos jornalistas Isabel Travessa e Raul
Mendes pelo seu artigo “Revolução em
todas as frentes”, publicado na revista
“Comunicações”, da. Associação Por-
tuguesa para o Desenvolvimento das
Segundo os responsáveis da Van-
gest, para o desenvolvimento do Mold
Tooling, foi sentida a “necessidade de
recorrer à contratação de profissionais
no estrangeiro que suprissem algumas
carências que ainda existem nos qua-
dros técnicos portugueses, no que toca a
experiência nas áreas de gráficos, CAD
e CAE”, explicou Victor Oliveira.
Os custos da criação do Mold
Tooling ascenderam “a 1,5 milhões
de euros e englobou a investigação
e desenvolvimento, bem como a
constituição de uma equipa
de oito pessoas — dois deles
programadores, um alemão e
outro francês”, disse o admi-
nistrador do grupo
marinhense.
Por seu turno,
Dan Staples
revela que a esco-
lha da Vangest
como parceiro neste
projecto assentou na experiência acu-
mulada no desenvolvimento e suporte de
Comunicações (APDC). Para o presi-
dente do júri, Francisco Tomé, estes
foram os dois trabalhos que melhor se
enquadraram nos critérios estabeleci-
dos: inovação, aplicabilidade, facilidade
de implementação e relevância.
Dias Coelho, presidente da APDSI,
afirmou que “a Associação tem a con-
vicção que os meios de comunicação
social são um instrumento privile-
giado para a divulgação da sociedade
de informação e do conhecimento”,
salientando ainda que este prémio
visa estimular a produção de artigos
jornalísticos com interesse e qualidade
sobre o tema. Durante a cerimónia,
Dias Coelho referiu que se tratava do
“segundo ciclo do Prémio Editorial”,
antes promovido pela Missão para a
Sociedade de Informação.
João Matias, director-geral da
Oracle Portugal, declarou-se satisfeito
“pela evolução em termos de quantidade,
diversidade e qualidade dos trabalhos”
propostos a este concurso, esperando
S E G U N D A - F E I R A . 3 1 . M A I O . 2 0 0 4
soluções informáticas para a indústria de
moldes. “O facto do grupo Vangest estar
na indústria de moldes, confere- lhe um
conhecimento objectivo das necessida-
des desta mesma indústria”, declarou o
director da unidade de negócio Solid Edge
da UGS PLM Solutions, acrescentando
que o que a sua empresa pretendia era
um “produto que permitisse aumentar
drasticamente a produtividade do pro-
jectista”.
A história
do grupo Vangest remonta
a 1986, sendo, actualmente,
constituído por um universo
empresarial de 16 empresas repartidas
por Portugal, Espanha e Brasil, cujas
actividades assentam em quatro gran-
des áreas de negócio: projecto e desen-
volvimento de produtos, tecnologias de
informação (onde avulta a Nextvision),
moldes e prototipagem, e gestão e desen-
volvimento de projectos. ●
que, em edições futuras, se mantenha
esta evolução positiva. Por seu turno,
Josmar Ribeiro, director-geral da Sun
Microsystems em Portugal, fez uma
retrospectiva das edições anteriores e
destacou o empenho da APDSI e dos
patrocinadores do Prémio Editorial em
acelerarem as mudanças no sentido da
sociedade da informação.
A cerimónia de entrega do prémio
relativa aos trabalhos publicados em
2003 realizou-se no dia 24 de Maio, no
Reservatório da Patriarcal, na Praça
do Príncipe Real, em Lisboa — que,
durante quase dois séculos, assegu-
rou o abastecimento da água vinda do
Aqueduto das Águas Livres a grande
parte da área até à faixa ribeirinha
da cidade, como Santos, Poço dos
Negros, São Bento, Madragoa —, um
espaço exemplarmente recuperado
pela Empresa Pública das Águas de
Lisboa (EPAL) para apresentações e
eventos de tipo cultural, como exposi-
ções. ● R.J.C./Lusa
computadores .11
 agenda classificados
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DAC 2004 – 41st Design Automation Conference of Integrated Circuits and Systems mac, mais dimm sdram 512mb
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Data: 7-06-2004 a 11-06-2004 Data: 24-06-2004 a 26-06-2004 pela melhor oferta.
Local: San Diego, Califórnia, EUA Local: Szczecin, Polónia E-mail:
Contacto: Angela Brantner URL: www.mixdes.org mirrorwatch@hotmail.com
Portátil Compaq 2125
URL: www.dac.com/41st/index.html Sem defeitos, c/ 10 meses,
RSP 2004 – International Workshop proc. Intel Cel a 2 GHz, 256 MB,
disco 30GB, unidade partilhada
2004 Symposium on VLSI Technology on Rapid System Prototyping de DVD-ROM e gravador CDs.
Data: 15-06-2004 a 17-06-2004 Data: 28-06-2004 a 30-06-2004 Garantia fábrica até 30/03/2005.
Preço: 1050 euros.
Local: Honolulu, Hawaii, EUA Local: Genebra, Suíça Contacto: 934251759
Contacto: Secretariat URL: www.rsp-workshop.org Scanner HP 5P
E-mail: vlsi@vlsisymposium.org com placa SCASI e software
de tratamento de texto
URL: www.vlsisymposium.org/technology/call.html IOLTS 2004 - 10th IEEE International e imagem. Preço: 45 euros.
On-Line Testing Symposium Contacto: 933410818
Mesa Digitalizadora Genius
2004 Symposium on VLSI Circuits Data: 12-07-2004 a 14-07-2004 HR II
Data: 17-06-2004 a 19-06-2004 Local: Funchal, Ilha da Madeira com rato de 5 botões e caneta
de 3 botões, Template para
Local: Honolulu, Hawaii, EUA Contacto: João Paulo Teixeira Autocad R2000/R2002, software
Contacto: Secretariat E-mail: jct@inesc-id.pt de instalação e programa
E-mail: vlsi@vlsisymposium.org URL: tima.imag.fr/conferences/iolts/iolts04/ Dr.Genius. Preço: 75 euros.
Contacto: 933410818
URL: www.vlsisymposium.org/tcircuits/call.html cfp.html Portátil Compaq AMD700
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Modelo Hyper Pen 5000u.
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de pressão da caneta; resolução
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Creative Inspire 5.1 5100.
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PHOTO2DVD STUDIO, DA WONDERSHARE SOFT WARE

Vídeos e álbuns de fotos

O
S DISCOS DVD conquistaram A lista de funções do Photo2DVD todos os registos de um evento familiar.
definitivamente as prefe- Studio não se cinge ao que foi acima Às imagens e fotografias estáticas, o
rências dos consumidores descrito. O programa apresenta-se utilizador pode adicionar “clips” de
e estão a substituir bem como um completo estúdio de criação e vídeo registados com a sua câmara digi-
depressa as já velhinhas gravação de DVD e CD-ROM. A partir tal e incluir tudo no mesmo trabalho.
cassetes de VHS. Mas, a par da pro- de fotografias em formato digital, o utili- Um dos pontos fortes do programa
liferação dos DVD, outras tecnologias zador pode criar os mais atraentes DVD reside nos vários exemplos de interfa-
de imagem digital têm igualmente con- ou CD-ROM, em formato VideoCD ou ces, com menus e botões, que acompa-
quistado as atenções dos consumidores SuperVideoCD de forma a serem lidos nham o programa. O utilizador pode
— nomeadamente, o vídeo e a fotografia em qualquer PC ou na grande maio- criar rapidamente o seu primeiro pro-
digitais. A conversão dos ria dos leitores de DVD jecto, usufruindo de uma ferramenta
formatos digitais, a com- NUNO BERNARDO disponíveis no mercado. que logo lhe permitirá produzir os
patibilidade entre equi- O utilizador poderá criar seus próprios DVD de apresentação. O
pamentos e o baixo custo desta nova um DVD a enviar a familiares e amigos, uso do Photo2DVD Studio é bastante
tecnologia permite que o consumidor com a garantia de que poderá ser lido simples, pois ele faz-se acompanhar de
tenha à sua disposição soluções interes- na grande maioria de dispositivos deste uma extensa documentação e muitos
santes para registar, arquivar e visuali- tipo disponíveis no mercado. exemplos e assistentes, que auxiliam
zar fotografias e imagens de encontros O Photo2DVD Studio permite digi- o utilizador no processo de criação dos
familiares ou outro tipo de eventos. talizar e gravar logo em CD ou DVD de seus próprios projectos. Com apenas
As fotografias digitais podem ser todo o tipo de imagens e fotografias em alguns cliques do rato, é possível reali-
facilmente editadas e trabalhadas nos formato digital. As fotografias digitais zar a grande maioria das tarefas e criar
computadores pessoais. Esta transfe- podem ser organizados em menus e o primeiro DVD (ou CD).
rência digital de imagens permite ainda conter informação extra, tal e qual os Os requisitos técnicos são um Pen-
que as mesmas possam ser gravadas DVD que compramos nas lojas da espe- tium III ou equivalente, e um mínimo
em CD-ROM ou DVD e lidas nos vul- cialidade. No mesmo projecto poderão de 64 MB de RAM. Mas, para trabalhar
gares leitores de DVD, tão comuns nos ainda ser misturadas gráficos, legen- com fluidez, aconselha-se 128 MB ou
dias de hoje. Quem ganha é o utilizador, das, comentários e outros elementos mais e um generoso disco rígido. O
que, com menores custos, poderá fazer visuais, de forma a criar um arquivo de utilizador deverá ainda possuir uma
arquivos de alta qualidade máquina fotográfica digital ou uma
das suas fotografias — em forma de digitalizar as suas fotos.
vez de ter de as revelar e Recuperar fotos digitais Se tiver uma máquina tradicional,
imprimir nas tradicionais apagadas por engano poderá também usar o programa —
lojas de fotografias e ter para tal devendo solicitar, no momento
todo o trabalho de arquivar O eIMAGE Recovery é uma aplicação, que da revelação das fotografias, que a loja
e organizar, fisicamente, as permite recuperar fotografias apagadas ou o laboratório criem um cópia em
fotografias em álbuns. dos cartões de memória de quase todos os CD dos negativos. Depois, em casa,
O Photo2DVD Studio, modelos de máquinas digitais. Se, enquanto introduza o CD no computador, copie
produzido pela Wondershare estava a tirar umas fotografias em família as fotos para o disco e crie o seu próprio
Software, permite usar uma ou em qualquer evento e, sem querer, DVD personalizado e animado a partir
extensa lista de funções apagou uma fotografia por engano — e destas imagens.
para o tratamento digital de precisa desesperadamente dela —, uma O utilizador não necessitará de
imagens e a sua consequente solução reside no recurso a este utilitário. O possuir um gravador de DVD para usar
gravação em DVD, tal e qual eIMAGE Recovery acede directamente (via o programa. A tecnologia SVCD permi-
de um filme se tratasse. Só portas USB) ao cartão de memória onde a tirá gravar até 35 minutos de vídeo com
que, neste caso, não existem fotografia se encontrava gravada — antes qualidade DVD num vulgar CD-R, o
vídeos ou imagens em movi- de ser apagada — e, na maioria dos casos, que será suficiente para arquivar com
mento: o “filme” é composto permite recuperá-la. As fotos recuperadas excelente qualidade o vídeo das últimas
por fotografias estáticas, ani- por este processo podem ser visualizadas férias. O Photo2DVD Studio — dispo-
mações e efeitos na transição no ecrã do PC e gravadas para o respectivo nível em http://www.photo-to-dvd.com
entre fotografias, e por uma disco rígido (mais informações: http: — custa pouco mais do que 40 euros,
música ou uma narração a //www.octanesoft.com/ ). ● N.B. bastante acessível tendo em conta a
acompanhar. concorrência as funcionalidades. ●

S E G U N D A - F E I R A . 3 1 . M A I O . 2 0 0 4 computadores .13
computadores .14 S E G U N D A - F E I R A . 3 1 . M A I O . 2 0 0 4
 JOGOS

Título “Maximo vs. Army

DE ‘MAXIMO VS. ARMY OF ZIN’ E ‘MEGAMAN X7’, ‘A ‘ TAK AND THE POWER OF JUJU’ of Zin” 8 /10
Estilo Acção
Plataforma PS2

Crianças em dia
Produtor Capcom
Distribuidor Electronic Arts
Edição Abril 2004

Título “Megaman X7”

Estilo Acção 6
/10
Plataforma PS2

C
OM A CELEBRAÇÃO do Dia da
Criança, muitas iniciativas
haverá e algumas prendas sur-
girão. Quem pretender oferecer
um jogo lúdico e adaptado a
um pré-adolescente possuidor de uma
PlayStation 2 (PS2), tem muito por onde
escolher e com qualidade acima da média,
como o sexteto aqui abordado ilustra.
“The Haunted Mansion” traz o selo
da Disney mas pouco tem a ver com o
imaginário infantil associado à produtora
norte-americana. Claro que a componente
politicamente correcta está presente mas
brio mas tem um ar mais adulto, bastantes bater. Original é poder montar-se animais Produtor Capcom
combates aguerridos (mesmo que fáceis) e e usá-los para cumprir determinadas mis- Distribuidor Electronic Arts
realização igualmente cuidada. Esta pro- sões. O visual é rico mas nem sempre muito Edição Abril 2004
posta de acção-aventura é muito fluida, os detalhado e a câmara às vezes complica o
níveis e a mecânica são clássicos (apanhar jogo, mas é certo que as crianças vão rir-se Título “The Haunted Mansion”
moedas, ultrapassar obstáculos, matar
inimigos) mas o poder-se interagir com os
e empenhar-se na acção.
Noutro estilo bem diferente, encontra-
Estilo: Acção 8
/10
Plataforma PS2
personagens que se salvam, dando-nos elas mos “Megaman X7”, mais um jogo desta já Produtor TDK
dicas, chaves ou recompensas, enriquece a longa saga, mantendo o ambiente e estilo Distribuidor Inforjogos
acção. A necessidade de explorar os níveis de desenho animado futurista, nitidamente Edição Abril 2004
para encontrar os segredos e os aconteci- japonês. Mas o recurso ao 2D — simulando,
mentos dinâmicos que alteram o rumo ao por vezes, 3D — e ao esquema clássico de
Título “Teenage Mutant
jogo faz com que ele vá surpreendendo o
jogador — e exige empenho, o que aumenta
um jogo de plataformas, em que até a mira
é automática (só tendo o jogador de selec- Ninja Turtles”, 6
/10

este é um jogo em que a cor e a alegria deram a sua jogabilidade. cionar os vários alvos possíveis) torna-se Estilo: Acção
lugar às sombras, aos fantasmas e aos mis- A mesma lógica e balanço podem cansativo e um pouco desinteressante Plataforma: PS2
térios. Aliás, este é um jogo surpreendente ser aplicados a “Sphinx and the Cursed perante o panorama actual. Os fãs da série Produtor Konami
em vários aspectos: os gráficos são bastante Mummy”. A temática é atraente (mistérios vão encontrar tudo o que esperam, como Distribuidor Ecofilmes
bons e tem muitas pequenas do passado), a realização boa um nível de dificuldade acima da média Edição: Abril 2004
originalidades, como os MIGUEL CRESPO e a dificuldade aceitável. O e grandes sequências cinemáticas, mas
quadros famosos, em que se jogador tem de entrar na terra muitos outros poderão não se sentir tão Título “Sphinx and the
pode entrar para fazer o “teletransporte” dos demónios para recuperar a Espada de recompensados. Cursed Mummy” 8 /10
para outra zona. O herói tem um ar mais Osíris e aí vai lutar, recolher objectos e Personagens bem famosos há mais de Estilo Acção
adulto que o normal na Disney, bem longe ultrapassar dificuldades. O grafismo é uma década, as Tartarugas Ninja foram Plataforma PS2
do estilo abonecado. A missão é coleccionar luminoso, a animação dentro do esperado desaparecendo com o tempo mas eis que Produtor THQ
almas, certidões de óbito e cartas. Na casa e os níveis realizam-se com alguma facili- agora são recuperadas em jogo. Para quem Distribuidor Ecofilmes
assombrada, vai ter de se limpar cada área dade. É pena que haja tantos diálogos sem vibrou com as aventuras de Donatello, Leo- Edição: Abril 2004
antes de passar para outra (as portas fecha- locução, que quebram o ritmo. nardo, Michelagelo e Raphael tem piada,
das só podem ser acedidas depois de se obter Com uma abordagem mais infantil, até mas, aos poucos, apesar de o jogo recriar
Título “Tak and the Power
certo número de almas), numa mistura de
combate, plataformas e aventura. Muito
no estilo dos personagens, “Tak and the
Power of Juju” é uma visão humorística e
o ambiente da série de TV, acaba por ser
apenas um jogo de combate, em que se
of Juju” 7
/10
Estilo: Acção
fluido, com bastantes surpresas, é um jogo ecológica de um jogo. Os personagens são vai avançando pelos níveis e derrotando
para miúdos e graúdos apreciarem sem pro- simpáticos — o herói cabeçudo é um índio os grupos de adversários. A popularidade Plataforma PS2
blemas. E não há Mickeys nem Donalds. sul-americano de pena na cabeça que tem histórica dos heróis merecia um pouco Produtor THQ
Um pouco na mesma onda, temos de recolher… penas —, apela-se à harmonia mais de criatividade num jogo sem gran- Distribuidor Ecofilmes
“Maximo Vs. Army of Zin”. Não é tão som- com a natureza, usam-se cocos para com- des variações. ● Edição Abril 2004

S E G U N D A - F E I R A . 3 1 . M A I O . 2 0 0 4
computadores .15
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