Computadores

SEGUNDA-FEIRA 10 MAIO 2004 DIRECTOR JOSE MANUEL FERNANDES EDITOR RUI JORGE CRUZ

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A praga do novo Os novos serviços RoboCup 2004 Gmail, perguntas Corridas e mais
‘verme‘ Sasser baseados no 3G no IST, em Lisboa e respostas corridas
Não tão virulento como o TMN e Vodafone adiantaram Um ‘Mundial’ de futebol Esther Dyson analisa prós Qautro jogos, desde ‘Toca
Blaster mas bem chatinho as suas propostas, algo jogado só por robôs e pelos e contras da proposta do Race Driver 2’ a ‘Collin
para os distraídos incipientes e ainda caras estudantes que os criaram Google na sua última crónica McRae’ e ‘MX Unleashed’
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MAIOR FABRICANTE MUNDIAL ACELERA INTRODUÇÃO DE NOVAS TECNOLOGIAS

Novos Pentium da Intel para

portáteis e redes sem fios
A
I NTEL CONFIRMOU, na passada nos processadores mais antigos) permite
semana, que procedera a uma produzir transistores de menor dimensão
mudança de planos no que res- e menor potência eléctrica, introduzir
peita à sua próxima geração um maior número em cada processador
principal de processadores e fazê-lo gastar menos energia. Tudo
para computadores pes- isto junto, na prática, a
RUI JORGE CRUZ
soais. Mas aquilo que foi, Intel consegue produzir
ISABEL GORJÃO SANTOS
por alguns, encarado como processadores mais rápidos
resultado de contratempos na concretiza- e potentes, e que menos riscos correm de
ção do “roadmap” da empresa seria mais sobreaquecimento.
bem explicado por Chuck Malloy, porta- Os novos processadores para portá-
voz da Intel: tratar-se-ia de “saltar” um teis — pertencentes a uma nova famí-
ou dois projectos graças à possibilidade de lia designada por “série
antecipar algo que antes se pensava que Pentium M” — foram
só seria viável em volume daqui quatro desenvolvidos sob
a seis anos — a inclusão de dois núcleos o nome de código
de processamento no mesmo “chip” e o “Dothan” mas
desenvolvimento das respectivas técnicas agora chegarão
de produção fabril até 2006. ao mercado
Entretanto, já na madrugada de hoje como Pentium
(segunda-feira, dia 10 de Maio), a Intel M 755, Pen-
anunciou oficialmente uma nova linha tium M 745
de processadores para computadores e Pentium
portáteis que, usando no seu fabrico a M 735. Isto
tecnologia CMOS de 90 nanómetros — à resulta de um utilizadores los quase exclusivamente baseadas no
imagem do que sucede com os Pentium 4 novo tipo de a escolherem número de megahertzs (MHz) numa
para computadores de secretária desde a nomenclatura o que mais se altura em que factores como a arqui-
segunda metade de 2003 —, apresentam que a Intel deci- adapta às suas tectura interior, o volume das memó-
outras melhorias na sua arquitectura face diu usar em todos necessidades e, rias de caches e a própria arquitectura
aos actuais Pentium 4M. A tecnologia os seus novos pro- por outro, esba- externa tem mais influência no rendi-
CMOS de 90 nanómetros (que substituiu cessadores de modo ter as comparações mento de um PC que apenas os MHz do
a de 130 nanómetros, ainda hoje usada a, por um lado, ajudar os redutoras entre mode- processador. ➜

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➜ O Pentium M
735 funciona a uma fre-
quência de 1,7 GHz, a qual
pode diminuir para os 600
MHz quando o processador
não está a ser usado embora
a máquina esteja ligada,
o que permite poupar a
bateria. O Pentium M 735
possui uma memória cache
de 2 MB e o seu preço ron-
dará os 294 dólares (um
pouco menos em euros).
Também o Pentium M 747
possui uma memória cache
de 2 MB e integra o modo
de poupança de bateria
que lhe permite funcionar
a 600 MHz quando não
está a funcionar. A sua
frequência é, porém, de 1,8
GHz e o preço ronda os 423
dólares. Por fim, o Pentium
M processor 755, de 2 GHz,
possui um modo de pou-
pança de bateria e uma
memória cache idênticos
aos modelos anteriores e
está disponível por cerca de
637 dólares.
António Albarran,
responsável tecnológico da
Intel Corporation Ibéria,
apresentou os novos
modelos e efectuou uma
retrospectiva da evolução
dos processadores Pentium
M (de Mobile). Assim, em
2002, estes processadores
tinham 55 milhões de tran-
sistores, baseavam-se na
tecnologia CMOS de 130
nanómetros (os transisto-
res eram, portanto, maio-
res) e a sua memória cache
de nível 2 era de 512 K.
Já em 2003, um outro
processador da Intel
para portáteis, conhecido
por “Banias” (e que era
também um Pentium
M) integrava 77 milhões
de transistores e a sua
memória cache de nível
2 aumentara para 1 MB.
A tecnologia era ainda de
13 nanómetros. Agora, os
“Dothan”, de tecnologia
0,09 mícron (os tais 90
nanómetros) possuem 140
milhões de transistores e
memória cache de 2 MB.
A par dos novos pro-
cessadores, a Intel lançou
também um novo “chip-
set”, o Alviso, e um novo
componente “wireless”
(Calexico 2) compatível
com as normas de redes
sem fios 802.11a, 802.11b
e 802.11g. A Intel, através
do Centrino, tem vindo a
apostar na tecnologia Wi-
Fi e, citando estudos de
consultoras como a Gar-
tner ou a IDC, de 2003 a
2005, o número de pontos
de acesso a redes sem fios
públicas aumentará de
cerca de 70 mil para cerca
de 150 mil, com a Ásia e os
EUA a abarcarem grande
percentagem destas redes.
Por outro lado, enquanto,
no ano passado, o número
de computadores portáteis
com acesso “wireless” não
passava dos 40 por cento,
neste ano esse número
ronda já os 60 por cento e,
em 2005, atingirá os 90 por
cento — isto de acordo com
dados da IDC. ●
computadores .2
ROBOCUP 2004 VAI TRAZER A LISBOA EQUIPAS DE 30 PAÍSES
Vem aí o Mundial
de futebol robótico
O
EURO 2004 ESTÁ QUASE
a chegar mas não será
só o futebol jogado por
homens que vai animar
o próximo Verão. De 29
de Junho a 3 de Julho, a Feira Inter- Portugal mas não foi o único.
nacional de Lisboa (FIL) receberá
o RoboCup 2004, o “Mundial” de
futebol robótico, que deverá juntar
172 equipas de 30 países. Robôs de
diversos tipos juntar-se-ão numa
competição que se prevê animada e
junta os pontapés na bola ao que de
melhor se faz no mundo da robótica.
Esta é a primeira vez que o
RoboCup se realizará em Portugal.
A competição começou em 1997 e,
desde então, junta anualmente os
principais entusiastas da robótica.
Claro que todos
querem alcançar os ISABEL GORJÃO SANTOS
melhores resultados
mas a diversão acaba por ser o prin-
cipal ingrediente. Jovens das uni-
versidades ou do ensino secundário
aproveitam a ocasião para mostrar
os resultados do seu empenho e da
sua investigação.
Pedro Lima, Investigador do
Instituto de Sistemas e Robótica
do Instituto Superior Técnico (IST),
em Lisboa, é um dos principais
responsáveis pela organização
do evento e dá conta da azáfama
que o envolve. “Ainda bem que
faltam quase dois meses”, diz,
em tom de desabafo, ao lembrar-
se do que ainda há a fazer.
O facto de o RoboCup decor-
rer ao mesmo tempo que o Euro
2004 não é um acaso. Já em
edições anteriores se procurou
aliar o evento a outros grandes
acontecimentos desportivos
internacionais. “Quando soubemos
que o Euro poderia ser em Portugal,
dissemos aos responsáveis da Robo-
Cup Federation que gostaríamos de
realizar cá o RoboCup, na mesma
altura”, explica Pedro Lima. É ver-
dade que um evento como este tem
uma grande componente de inves-
tigação na área da robótica, mas
também não é de desprezar a sua
vertente lúdica e a capacidade de
atrair um vasto público, sobretudo os categoria sénior e outros 400 em
mais jovens. “Não se trata de hipote- juniores”, diz Pedro Lima. Esse
car o aspecto científico ou técnico do número fará do RoboCup 2004 o
S E G U N D A - F E I R A . 1 0 . M A I O . 2 0 0 4
evento, mas é muito importante RoboCup 2004 em conjunto com
aliar as duas coisas”. Luís Custódio, que é também
O Euro 2004 terá sido um investigador e professor no IST.
dos motivos que levou à rea- Os dois reuniram treze colegas
lização do RoboCup 2004 em de outras universidades por-
tuguesas, que ficaram respon-
Recorda Pedro Lima que, nou- sáveis por cada uma das ligas.
tros eventos de futebol robótico A estes juntam-se também os
internacionais, a participação organizadores internacionais.
de equipas portuguesas tem O evento é financiado por
sido muito significativa. “Somos três entidades, como a RoboCup
dos países mais representados, Federation, a Fundação para
com equipas universitárias maior evento de sempre de futebol a Ciência e Tecnologia (FCT)
que se divertem imenso mas que robótico. e o Ciência Viva-Agência Nacional
não estão exactamente a brincar”. O Japão será o país mais repre- para a Cultura Científica e Tecnoló-
Muitos projectos de investigação nas sentado, seguindo-se o Irão — que gica. Algum do financiamento foi já
mais diversas vertentes da robótica possui uma grande tradição de atribuído mas não a totalidade que
baseiam-se no futebol robótico. escolas de engenharia mecânica —, permitirá pagar todas as despesas
Neste ano, Portugal é o quarto depois a Alemanha e logo a seguir do evento. Falta, ainda, cerca de
país mais represen- Portugal, antecedendo os EUA. metade do financiamento da FCT
tado na categoria O RoboCup 2004 dividir-se-á e do Ciência Viva, num total de
sénior, com 13 equi- em quatro eventos: um simpósio no cerca de 200 mil euros. Ambas as
pas qualificadas. Um evento como IST e três competições a decorrerem entidades aguardam, por sua vez, a
o RoboCup inclui sobretudo futebol em simultâneo — o futebol robótico atribuição de verbas do Programa
robótico mas não só. Há também um sénior, que se divide em cinco ligas Operacional Ciência, Tecnologia,
concurso dedicado à categoria Robôs (Robôs de Tamanho Médio, Robôs de Inovação (POCTI), do Ministério da
de Busca e Salvamento e uma outra Tamanho Pequeno, Cães Robóticos, Ciência e do Ensino Superior, inte-
competição dirigida aos mais novos, Robôs Humanóides e Simulação), a grado no III Quadro Comunitário de
os alunos das escolas secundárias. vertente de busca e salvamento, que Apoio da Comissão Europeia.
“Esta classe cresceu tanto que, neste se divide em duas ligas (Robôs de Organizar um evento como este
momento, representa já metade do Busca e Salvamento e Simulação), e custa cerca de 1 milhão de euros e,
o RoboCup Junior, que também nesta fase final, “é preciso pagar
agrega três ligas (Futebol, Dança tudo”. Muitas das receitas provêm
e Busca e Salvamento). dos patrocinadores, da inscrição
Na categoria Robôs de Tama- dos participantes e das entradas
nho Médio, há cinco equipas no evento. No entanto, Pedro Lima
portuguesas inscritas, de univer- assume que a verba em falta é fun-
sidades do Minho, do Porto, de damental para viabilizar o RoboCup
Aveiro e de Lisboa. Na categoria 2004 e prefere, para já, não pensar
Robôs de Tamanho Pequeno e na no cenário mais pessimista. Com
categoria Cães Robóticos, estão quase tudo a postos para cinco dias
inscritas equipas da Faculdade de jogos e demonstrações, Pedro
de Engenharia da Universidade Lima espera também que muita
do Porto e, na vertente da Simu- gente acorra à FIL para um diver-
RoboCup”, explica Pedro Lima. “Há lação, haverá três equipas portugue- tido “banho de tecnologia”. ●
uma explosão brutal do número de sas presentes. Também
jovens que estão interessados na na categoria Robôs de
robótica”. Busca e Salvamento
Ao todo, o RoboCup 2004 deverá participarão três
contar com cerca de mil partici- equipas portuguesas.
pantes, que representarão as 172 A estas há que juntar
equipas qualificadas. A estas há que todos os jovens das
juntar as equipas de juniores, cujas escolas secundárias
inscrições estão ainda a decorrer. que estão inscritos na
“Vamos ter cerca de 400 robôs na competição RoboCup
Junior.
Pedro Lima tem
vindo a organizar o
Várias competições para distintos tipos de robôs
As diferenças entre estas competições são várias. Na categoria empurrar a bola com a cabeça”. Quanto aos Humanóides,
Robôs de Tamanho Médio, cada equipa apresenta-se com explica Pedro Lima que o máximo que se pode esperar é vê-los
quatro robôs que são completamente autónomos, levam tentar defender ou, eventualmente, chutar para a baliza.
todos os sensores a bordo e distinguem as cores. As balizas são Nos Robôs de Busca e Salvamento, é criado um cenário de
amarelas e azuis, a bola é laranja e o objectivo é... marcar golos, catástrofe e os robôs têm que percorrer essa zona e encontrar
pois claro. Já na categoria Robôs de Tamanho Pequeno, a parte as “vítimas” — manequins que emitem calor e possuem um
de computação encontra-se fora do campo onde evoluem os revestimento parecido com a pele dos humanos. As “vítimas”
robôs e é através de uma câmara colocada sobre o recinto que são mapeadas mas não resgatadas. “Para isso, seria preciso
se vê os robôs e a bola. As jogadas acabam por ser muito mais transportar a pessoa sem a magoar mais do que já está”.Para já,
parecidas com as do verdadeiro futebol: desta vez, são colocados a ideia é pôr os robôs a cooperar, a dizer onde estão as pessoas e
cinco “jogadores” de cada lado do campo, que tem o tamanho a dar algumas indicações sobre o seu estado. Podem, por exem-
aproximado de uma mesa de pingue-pongue. Cada competição plo, transportar água ou uma luz,“o que pode ser fundamental
coloca problemas diferentes, do ponto de vista técnico,“e é exac- para a vítima de uma catástrofe resistir muito mais tempo”.
tamente esse o objectivo”,tal como explica Pedro Lima. Na classe dos juniores, a competição“é uma festa”.Diz Pedro Lima
No caso dos Haibo (os cães-robô desenvolvidos pela Sony e que, em competições anteriores, foram os mais novos os mais
protagonistas da categoria Cães Robóticos) e dos Humanói- entusiastas, que fizeram directas em redor da sua máquina. Neste
des, os robôs têm “pernas” e caminham. Os “cães”,por exemplo, ano, a organização aguarda a presença de cerca de 200 escolas
“já jogam muito bem e fazem coisas engraçadíssimas, como secundárias, o que significará perto de mil alunos. ● I.G.S.
S E G U N D A - F E I R A . 1 0 . M A I O . 2 0 0 4 computadores .3
 Microsoft protege
direitos de autor
A Microsoft lançou na passada
semana o Janus, um novo
“software” anticópia para
protecção de direitos de autor
destinado ao os utilizadores
aluguer de filmes ou canções
pela Internet para serem
reproduzidos em telemóveis
e outros dispositivos. O Janus,
um programa de “gestão
de direitos digitais”,contém
uma espécie de relógio que
controla um prazo de validade
anexado aos vídeos e canções
alugados, funcionando mesmo
quando estes são transferidos
de um computador para outro.
O Janus terá maior relevância
para o mercado da música “on-
line”,cujas lojas aluguem vídeos
e canções aos seus clientes
(em vez de os venderem),
permitindo-lhes reproduzirem-
nos em aparelhos portáteis.
Um utilizador poderá alugar
vários filmes e músicas para
uma longa viagem, descarregá-
los do computador para um
aparelho portátil e vê-los ou
ouvi-las até que o período
de aluguer termine, um mês
depois.“Os actuais modelos de
assinatura de vídeos e canções
estão muito limitados por não
permitirem a sua transferência
entre computadores”,disse
Jason Reindorp, porta-voz da
Microsoft. Esta nova tecnologia
só funcionará, porém, com uma
nova geração de aparelhos
portáteis disponíveis só daqui
dois ou três meses. ●
Demo de rede
de emergência
O consórcio que está a
negociar com o Governo
a instalação do Sistema
Integrado das Redes de
Emergência e Segurança de
Portugal (SIRESP) propôs criar
uma mini-rede em três cidades
durante o Europeu de Futebol.
Alves Correia, assessor do
Ministério da Administração
Interna, disse que o consórcio
propôs-se disponibilizar uma
rede de demonstração durante
o Euro 2004 cobrindo Lisboa,
Porto e Faro. Serão instaladas
bases nestas três cidades
e ligadas a uma central de
comutação de tráfego de
comunicações — explicou
Alves Correia no fórum
“Comunicações de Emergência
e Segurança” organizado
pelo Serviço Nacional de
Bombeiros e Protecção Civil
(SNBPC). As bases instaladas
em cada cidade estarão ligadas
às várias forças e serviços de
segurança, que delas poderão
fazer uso durante o Europeu.
O SIRESP visa acabar com
a multiplicidade de redes
com que as forças e agentes
de segurança e emergência
comunicam. Hélder Sousa
e Silva, director do Serviço
Nacional de Bombeiros e da
Protecção Civil, garantiu que
os sistemas de comunicação
existentes “respondem
cabalmente às próximas
necessidade e desafios, como
o Rock in Rio, o Euro 2004 e a
nova época de incêndios. ●
computadores .4
release 3.0
As perguntas certas
sobre o Gmail do Google
Q
uando alguém assegura que
não fará nada de mal, não pode-
mos deixar de acreditar nessa
pessoa. Por outro lado, é um
sinal positivo quando alguém
consegue admitir que poderá fazer coisas
más: trata-se de um reconhecimento de que
os seus actos têm consequências e de que
ele tem consciência de que há outros que a
isso estão atentos.
Tudo isto vem a propósito do Google, que
tem vindo a garantir que os seus planos [de
entrada em bolsa] não levará a empresa a
proceder erradamente — embora tenha aca-
bado de lançar (ainda em ‘versão’ beta) um
novo serviço de correio electrónico, o Gmail,
que fez sair a terreiro alguns “defensores da
privacidade”.
O Gmail é um novo serviço gratuito de
correio electrónico, ainda em fase de testes,
que oferece a cada utilizador 1000 megabytes
de capacidade de armazenamento — o que
equivale a cerca de 500 mil páginas de men-
sagens de E-mail. O serviço usa um robusto
motor de busca que permite ao titular de
uma conta de correio electrónico encontrar
rapidamente qualquer mensagem, tenha ela
sido enviada ou recebida.
Isto soa a música aos ouvidos de muitos
utilizadores dos serviços gratuitos de cor-
reio electrónico, para quem a gestão do
seu E-mail se tornou num trabalho em
“part-time” — pois têm que estar sempre
a apagar as suas mensagens a fim de não
ultrapassarem o volume máximo permi-
tido, ou a vasculharem pacientemente
entre as mensagens enviadas à procura
de uma de que precisam. Mas há quem
se queixe de que esta funcionalidade
altamente útil [do Gmail] terá um preço
elevado: o Google passará a gerar receitas
sempre que os utilizadores do seu serviço
de correio electrónico procedam a buscas
nas mensagens por si recebidas e graças
a anúncios publicitários seleccionados
com base nas palavras-chave usadas para
busca solicitada pelo utilizador.
Os defensores da privacidade estão
preocupados com a retenção de todos estes
megabytes de correio electrónico, muito
para além do momento em que os utili-
zadores tiverem apagado as mensagens
— e com a ideia de um computador que se
põe “a ler” mensagens para escolher quais
os anúncios mais relevantes para serem
afixados. Com efeito, a senadora Liz Figue-
roa, da Califórnia, dirigiu à Google uma
carta aberta onde dizia que o serviço agora
proposto seria “um desastre de enormes
proporções”.
Na verdade, a quem deveria caber o con-
trolo do correio electrónico de um cidadão? E
quem é que deverá ter-lhe acesso? Trata-se
de questões razoáveis, assim como também
há respostas razoáveis para elas.
Em primeiro lugar, ponhamos as coisas
em contexto: é fundamental que eu saiba
quais são as minhas opções e possa tomas
as minhas próprias decisões. Penso que as
autoridades não deveriam limitar as minhas
escolhas dizendo às empresas quais os servi-
ços que elas poderão prestar. O aspecto-chave
relativo ao que o Google está a oferecer é que
se trata apenas de uma oferta, cujas condições
estão claramente à vista — e eu posso dizer-
lhes que sim ou que não.
Uma das fontes de toda esta apreensão
deriva da significativa presença do Google no
S E G U N D A - F E I R A . 1 0 . M A I O . 2 0 0 4
E S T H E R D Y S O N
Na verdade, a quem
deveria caber o
controlo do correio
electrónico de um
cidadão? E quem é
que deverá ter-lhe
acesso? Trata-se de
questões razoáveis,
assim como também
há respostas
razoáveis para elas.
mercado: no passado mês de Março, o Google
atingiu a sua quota máxima de 41 por cento
das buscas norte-americanas na Internet.
E é certo que o Gmail tem levantado as
questões que se tem visto porque ele promete
aquilo que os outros serviços de Webmail já
oferecem — e mais ainda. A maioria dos for-
necedores de serviços de correio electrónico
baseado na Web não aceitam armazenar
grande quantidade de mensagens de cada
utilizador, sobretudo se este não pagar nada.
Nem prometem — ou admitem — guardá-las
indefinidamente.
Até há algumas semanas, eu diria que
deveria ser eu e só eu a guardar o meu cor-
reio electrónico. Mas, nos últimos dias e sem
qualquer aviso prévio, o meu computador
deixou de funcionar. E, quando consegui
pôr as coisas a funcionar novamente, veri-
fiquei que perdera todas as mensagens que
enviara nos últimos três dias antes do “crash”
do computador. Daí que eu depreenda que o
Google possa funcionar melhor do que eu na
manutenção do meu correio electrónico — e
nas respectivas cópias de segurança!
Por outro lado, eu acabara de vender a
minha empresa EDventure Holdings à CNET
Networks, pelo que o meu correio electrónico
é agora pertença deles: têm direito a lê-lo
— e, provavelmente, terão mais interesse nos
meus segredos pessoais do que o Google!
Daí que a minha escolha, na prática,
recaia em ambos: na CNET para o trabalho
e no Google para as coisas pessoais (embora,
muitas vezes, seja difícil distingui-las). Num
mercado aberto, nem sempre há uma única
resposta a certas questões: há opções diferen-
tes para indivíduos ou situações diferentes.
Em suma, o leque de escolhas à minha dispo-
sição não ficou diminuído pelo aparecimento
do Gmail — alargou-se. Ou os críticos pensam
que eu não sou capaz de fazer as minhas pró-
prias opções?
O maior problema resulta de o meu correio
electrónico não ser, de modo nenhum, privado
(e, já agora, tão pouco o é o vosso). Cada men-
sagem que eu envio é encaminhada por uma
série de IPS e de servidores empresariais, o
mesmo sucedendo com as mensagens daqueles
com quem me correspondo. O diploma intitu-
lado Electronic Communications Privacy Act,
dos EUA, tornou ilegal a intercepção de men-
sagens de correio electrónico enviadas através
de sistemas públicos sem que haja uma ordem
judicial nesse sentido. Mas a legislação não
protege a privacidade daqueles que usam
contas de correio electrónico proporcionadas
pelas suas empresas. Além disso, o correio
electrónico vai ficando cada vez mais despro-
tegido à medida que, do ponto de vista legal,
as mensagens vão deixando de ser “E-mail” e
se tornam em “dados armazenados”.
O nosso correio electrónico está legal-
mente mais seguro e nós podemos ter a
certeza de que ele é realmente destruído
enquanto formos nós a controlá-lo; mas
talvez seja fisicamente mais seguro se o
confiarmos a um fornecedor de serviço como
o Google, o Yahoo! ou a Microsoft, que detém
o Hotmail.
Resumindo: tenho mais medo de que as
autoridades — ou as pessoas que usam a
pressão legalmente legitimada — tenham
acesso ao meu correio electrónico do que
seja o Google a guardá-lo, pois, pelo menos,
o Google tem algum interesse em me manter
satisfeita (para que eu continue a ler aqueles
anúncios).
Talvez aqui o problema tenha mais a ver
com as políticas governamentais e não tanto
com o Google. O nosso correio electrónico pre-
cisa de ser legalmente protegido ao longo do
tempo e não apenas enquanto circula.
A segunda questão levantada pelo Gmail
é a leitura das nossas mensagens de modo a
determinar quais serão os anúncios relevan-
tes que serão exibidos (e, assim, financiar, o
serviço). Pessoalmente, não me importo: as
minhas mensagens já são analisadas por
computadores à procura de “spam” e de vírus
— e já há algum tempo que deixei de ter essa
preocupação.
Penso que, mais do que ter medo destas
coisas, poderemos tirar partido delas. Por
exemplo, havemos de ver os nossos amigos
implicitamente classificados em categorias
— como se de legendas de banda desenhada
se tratasse — no que toca aos anúncios que o
Gmail gera a fim de condizerem com as suas
mensagens: restaurantes franceses ou pada-
rias? Férias em Beirute ou em Orleães?
Porque não explorar o que é possível?
A tecnologia é uma força poderosa. Deverí-
amos preocupar-nos mais em responder às
questões que ela levanta do que em evitá-las.
Muitas vezes, a melhor resposta é dar aos
utilizadores mais informação e mais opções,
e protecção governamental onde elas não têm
alternativa. Entretanto, pelo meio, há que
explorar algumas das suas possibilidades. ●
Esther Dyson (edyson@edventure.com) é analista das TI, edita
o boletim “Release 1.0”, era presidente da Edventure Holdings
(empresa organizadora do PC Fórum e agora vendida à CNET
News) e foi, até Novembro de 2000, presidente da Internet
Corporativo for Assigne Nades and Numeres (ICANN).
Esta foi a última das crónicas quinzenais
que Esther Dyson escreveu ao longo dos últimos anos.
Exclusivo New York Times / PÚBLICO
 ESTUDO CONTESTA O MITO DO ‘DESENRASCANÇO’ NACIONAL
Portugal com atraso
de 50 anos na criatividade
U
M RECENTE estudo sobre
vários países europeus e
os EUA demonstra que o
tradicional “desenrascanço”
português não sobrevive a
uma análise estatística. Este estudo põe
em causa a crença de que os portugueses
são criativos e, por isso, o país está apto
adaptar-se à globalização da economia e
às novas tecnologias.
“A criatividade tornou-se a força
motriz do crescimento económico. A
capacidade de competir e prosperar na
economia global ultrapassa o comércio
de bens e serviços e os fluxos de capi-
tal e investimento. Pelo contrário, ela
torna-se cada vez mais a capacidade
de as nações atraírem, manterem e
desenvolverem pessoas criativas”, expli-
cam Richard Florida e Irene Tinagli no
relatório “Europe in the Creative Age”,
divulgado em Fevereiro.
Centrando-se nos três T do desen-
volvimento económico — tecnologia,
talento e tolerância, no sentido de
abertura a novas pessoas e ideias —, os
autores analisaram 14 países europeus
(incluindo escandinavos e nórdicos) e
comparara m-nos com os EUA.
A “classe criativa” envolve quem
trabalha nas ciências e engenharias, na
investigação e desenvolvimento (I&D),
nas indústrias baseadas em tecnologias,
nas artes, na saúde, nas finanças ou nos
meios jurídicos e outros, que lidam com
tarefas criativas ou con-
ceptuais. Esta “classe PEDRO FONSECA
criativa” já representa
mais de 25 por cento da força de tra-
balho em sete dos países analisados e
quase 30 por cento na Holanda, Bélgica
e Finlândia. Portugal ocupa o último
posto, com 13,14 por cento do total de
empregados, e a Itália (13,19 por cento),
são os únicos abaixo dos 15 por cento.
Nos outros países, no início do século único país que decresceu entre 1995 e
XX, menos de 10 por cento dos trabalha-
dores estava no sector criativo da econo-
mia e “menos de 15 por cento da força de
trabalho o fazia nos anos 50”; hoje, eles
situam-se entre 25 e 30 por cento dos
trabalhadores nas nações industriais
avançadas.
Os EUA mantêm-se na frente das
tecnologias e da captação de talentos
mas há agora um conjunto de países do
Norte da Europa — Finlândia, Suécia,
Dinamarca, Holanda e Bélgica — com
capacidades distintivas que lhes per-
mitem competir pela liderança na cria-
tividade. O estudo refere mesmo que a
Suécia já ultrapassou os EUA enquanto
líder na criatividade.
A capacidade de a população falar
fluentemente inglês nestes países
constitui um factor importante para o
deslocamento do “epicentro da compe-
titividade”, tradicionalmente nas mãos
da França, Alemanha e Reino Unido.
Também a capacidade de atrair e
manter os melhores cérebros — nome-
adamente, através de políticas de
imigração — ameaçam os EUA e é
agora prática comum em vários países
europeus, no Canadá ou na Austrália. O
clima de captação nos EUA “arrefeceu”
tanto devido às restrições
legais à imigração de
quadros qualificados, à
actuação das autoridades fronteiriças
e a uma percepção menos favorável do
país, em termos de agressividade uni-
lateral e alguma hostilidade face aos
estrangeiros.
Quanto a talentos e ao crescimento
das ocupações criativas, Portugal foi o
2000, mais de 3 por cento. No que res-
peita à população com graus académicos
entre os 25 e os 64 anos, Portugal posi-
ciona-se à frente da Áustria e da Dina-
marca. Quanto à quantidade de talentos
científicos, o país só é ultrapassado pela
Grécia, no último lugar.
O mesmo sucede em termos gerais
no índice tecnológico, à semelhança do
que ocorre em termos de investimen-
tos em I&D. Já nas patentes regis-
tadas, Portugal “regressa” à última
posição, tal como sucede no capítulo
das patentes de alta tecnologia.
Na tolerância, Portugal ocupa
S E G U N D A - F E I R A . 1 0 . M A I O . 2 0 0 4
igualmente o último lugar
mas apresenta valores
diferenciados no que se
refere às atitudes relativas
às minorias, valores tradi-
cionais e auto-expressão,
relacionados com os valores
nacionais de direitos indi-
viduais, qualidade de vida,
democracia, ciência e tecno-
logia, lazer, ambiente, ques-
tões políticas, de imigração
ou homossexualidade.
Com base em todos
estes dados, os autores com-
pilaram o “Índice de Cria-
tividade Europeia” (ECI)
referindo que as nações do
Norte da Europa — como
os escandinavos — apa-
rentam uma vantagem competitiva
distinta, com a Suécia à frente, ultra-
passando mesmo os EUA. A Finlândia
e a Holanda podem equiparar-se a este
país, enquanto a Dinamarca, a Alema-
nha, a Bélgica e o Reino Unido estão no
pelotão da frente.Os restantes países
“enfrentam consideráveis desafios
competitivos na Idade Criativa”. São
eles, por ordem decrescente, a França, a
Áustria, a Irlanda, a Espanha, a Itália,
Grécia e Portugal.
Em termos de tendências e progresso,
com base nos dados tecnológicos e de
talentos (deixando de lado a tolerância)
e para mostrar a rapidez de crescimento
de uns países perante outros no aumento
das suas capacidades criativas, o estudo
coloca a Irlanda à frente, seguida da Fin-
lândia e de Portugal, com dados relativos
ao intervalo 1995-2000.
A análise permitiu ainda criar
uma matriz de criatividade, onde Por-
tugal se posiciona muito perto dos “up
and comers”, países como a Irlanda
com más classificações no ECI mas
crescimento rápido no lado criativo
— embora seja ainda considerado um
“atrasado”, com a Espanha, a Áustria,
a Grécia e mesmo a França, todos
numa “posição difícil”. A não ser que
consigam melhorar substancialmente
a sua posição, “estes países vão des-
cobrir ser difícil competir na Idade da
Criatividade”, um “jogo aberto” em que
nem sequer se pode ter a certeza de os
EUA se manterem como o “epicentro da
economia criativa”. (O estudo “Europe
in the Creative Age” está disponível em
www.creativeclass.org/acrobat/Europe_
in_the_Creative_Age_2004.pdf ). ●
dica
Manter o Windows actualizado (2)
Estando escolhida a primeira opção de configuração
das Actualizações Automáticas do Windows, que
obriga o sistema a notificar o utilizador antes de
transferir qualquer tipo de actualizações, surge um
ícone na área de notificação sempre que forem
encontradas novos “updates”.
Para iniciar o processo de transferência dessas actualizações,
clica-se no ícone que se encontra na área de notificação.
Surge então uma janela como a da imagem onde são
listadas as actualizações disponíveis para transferência. De
seguida, escolhe-se quais as actualizações que se pretende
transferir clicando sobre as caixas de verificação respectivas
e depois carrega-se no botão Iniciar Transferência.
As actualizações seleccionadas serão transferidas em
segundo plano, permitindo continuar a trabalhar sem
interrupções. No caso de se ter escolhido a segunda opção
de configuração das Actualizações Automáticas, esta fase
não é visível para o utilizador já que o sistema só o notificará
quando as actualizações já tiverem sido transferidas.
Depois de uma transferência ter sido iniciada, pode-se
pará-la ou retomá-la a qualquer momento. Se se terminar
a ligação à Net ou reiniciar o computador depois de
interromper uma transferência, o Windows retoma-a
automaticamente da próxima vez que se ligar à Internet.
Concluída a transferência, o ícone aparecerá de novo na
área de estado, desta vez para notificar que as actualizações
estão prontas para serem instaladas. A sua instalação pode
ser feita de seguida ou adiada. Para iniciar a instalação, clica-
se no ícone da área de notificação, o que faz surgir uma
janela semelhante à das transferências, carregando-se aí no
botão Detalhes. A seguir, escolhe-se quais as actualizações
que se pretende instalar clicando sobre as respectivas caixas
de verificação e prime-se o botão Instalar.
Quando a instalação estiver concluída, o Windows pode
apresentar uma mensagem a pedir para reiniciar o
computador, dependendo do tipo de componentes do
sistema instalados. É aconselhável reiniciar o computador
quando isso é pedido, porque, se não, o computador
poderá não funcionar correctamente
Se se optar por não instalar uma determinada
actualização já transferida, o Windows elimina os
respectivos ficheiros do computador. Se, mais tarde, se
quiser instalá-la, há que transferi-la de novo. Para isso,
abre-se as Propriedades do Sistema e, no separador
Actualizações Automáticas, carrega-se no botão
Actualizações Recusadas. A seguir escolhe-se quais as
actualizações a instalar tal como antes. ● JOSÉ DOUTIL
computadores .5
 TMN E VODAFONE LANÇAM SERVIÇO COMERCIAL DE 3G COM PROMOÇÕES ATÉ AO FIM DO AN

Os primeiros serviços
da terceira geração móv
A
ntecipando a data imposta pela tores” da empresa (em Lisboa e Porto).
Anacom para o lançamento A Vodafone viria a fazer o seu anúncio
comercial dos serviços de ter- formal na semana passada, a 4 de Maio, As siglas e o que querem dizer
ceira geração móvel, a TMN e sendo, a par da filial alemã, a primeira
a Vodafone têm já disponível operadora do grupo a fazê-lo na Europa. 3G / UMTS (Universal Mobile Telecommunications System): terceira geração das
para os seus clientes o “serviço promessa”, A Optimus é a operadora licenciada redes de telecomunicações móveis GSM, que permite comunicações de banda larga
que pretende melhorar a forma de comuni- que falta mas a empresa — que tem vindo com débitos na ordem dos 2 megabits por segundo (Mbps) e alarga as possibilidades de
cação através do telemóvel. Às funcionali- a conduzir também testes-piloto com mais fornecimento de serviços móveis.
dades que os clientes das redes móveis já de uma centena de utilizadores — afirma
estão habituados adiciona-se a videocha- estar em condições de lançar a tecnologia GPRS (General Packet Radio Service): uma norma que permite uma utilização da
mada, aumentando também a rapidez no a qualquer momento. “Assinalaremos o rede móvel GSM para transmitir dados a uma maior velocidade e com tecnologia de
acesso a serviços de portais multimédia e nosso lançamento comercial quando sen- comutação de pacotes, semelhante à usada nas redes TCP/IP. A velocidade do GPRS pode
melhorando significativamente a trans- tirmos oportunidade, até porque acredita- chegar a 115 Kbps mas a transmissão de dados anda habitualmente à roda dos 56 Kbps.
missão de dados, o “down- mos que é o passo que nos
load” de funcionalidades e levará à liderança”, explica Wi-Fi: conjunto de tecnologias de comunicação por rádio mas de menor alcance,
de mensagens MMS. Isabel Borgas, directora do suportadas nos protocolos 802.11x, e que servem para montar redes locais sem fios (as
Depois de todos os atra- Departamento de Relações chamadas WLAN). A mobilidade garantida pela possibilidade de comunicação sem fios
sos da tecnologia de terceira Públicas da Optimus. está a tornar esta tecnologia uma das grandes apostas dos fabricantes de informática
geração móvel — por culpa A antecipação face à e também de telecomunicações, que garantem desta forma a comunicação de dados
da situação financeira que data da Anacom, após dois através de redes sem fios aos seus clientes a débitos que podem chegar aos 54 Mbps.
as operadoras de telecomu- adiamentos a pedido dos
nicações atravessam desde operadores, visa obvia-
2001 mas também por difi- mente marcar pontos no são muito evidentes. da velocidade, mas
culdade em estabilizar a tão desejado “pioneirismo” Para a comunicação de este poderá não ser
própria tecnologia e garan- e “inovação” mas também voz, que reúne o grosso motivo suficiente
tir a compatibilidade com as agarrar duas oportunida- da utilização de telemó- para justificar a
redes GSM —, os portugue- des de mega-eventos que veis, não haverá saltos mudança necessá-
ses vão poder experimentar se aproximam. E se, na qualitativos a marcar e ria de telemóvel e o
“em real” as promessas que TMN, as datas do Euro a videochamada não é pagamento de servi-
o UMTS arrasta desde o estão assinaladas a verme- considerada uma “killer ços mais caros.
final dos anos 90. lho — devido às parcerias application” entre os Tentando obviar
Com o lançamento das estabelecidas entre o Grupo utilizadores finais, esta questão, e sem
duas redes móveis em 3G, PT e a UEFA —, a Vodafone além de sofrer ainda de subsidiarem para já
embora ainda com cobertura limitada e não esconde a sua vontade de mostrar tec- problemas de qualidade equipamentos para
a qualidade “possível”, Portugal acaba nologia pronta e a funcionar durante o (como o atraso do som e o mercado de con-
por se tornar, mais uma vez, pioneiro nas Rock’in’Rio, evento que patrocina e onde o excessivo mosaico na sumo, os dois ope-
tecnologias móveis na Europa, já que são acredita estar mais localizado o seu alvo imagem), que dificul- radores prepararam
ainda poucos os países com contam com a de utilizadores “early adopters”, que mais tam a comunicação. Já preços promocionais
comercialização do novo serviço, estando a facilmente vão aderir ao serviço. nos dados para utiliza- de comunicações até
grande maioria dos operadores ainda em Mas, ainda assim, as expectativas de dores empresariais, os ao final do ano para
testes. Também a disponibilidade de duas mudança de clientes para a nova tecnolo- benefícios são elevados os novos clientes do
redes UMTS no mesmo território e a pos- gia não são muito elevadas. Numa altura — e daí a existência de 3G, abatendo desta
sibilidade de fazer videochamada entre em que se está a chegar ao nível de satu- pacotes especiais para forma um dos entra-
elas é novidade no espaço europeu. ração no GSM, com a taxa de penetração os computadores com ves iniciais à adesão.
Adiantando-se, a de utilizadores de tele- placas PCMCIA 3G (ver Até 30 de Junho a
TMN foi a primeira FÁTIMA CAÇADOR e móveis acima dos 90 por caixa). TMN vai praticar o
operadora portuguesa CRISTINA ALEXANDRA cento, os operadores não No acesso a dados preço promocional
a anunciar o serviço FERREIRA / Casa dos Bits têm de convencer novos multimédia dos portais de 0,05 euros para
comercial 3G, a 19 de clientes a entrar no TMN i9 e Vodafone as videochamadas,
Abril, embora os equipamentos chegassem mundo móvel para o 3G, mas a mudarem Live, os utilizadores vão que depois custa-
aos clientes apenas a 21 do mesmo mês e do GSM para a nova tecnologia. também sentir provei- rão 0,99 euros por
estivessem limitados às duas “megas- Só que as vantagens apresentadas não tos, sobretudo a nível minuto. Até Setem-

Funcionalidades a mais?
Os terminais 3G que a Vodafone e a TMN colocaram nas
lojas são considerados pelas empresas como equipamentos
equivalentes aos telemóveis de topo de gama que os
utilizadores podem actualmente adquirir para as redes de
GSM. Integrando câmara fotográfica — duas no caso do
Siemens U15 que a TMN comercializa —, ambos os modelos
apostam nas funcionalidades multimédia acrescidas e no
ecrã de dimensão alargada.
Os dois telemóveis já estão à venda nas lojas, mas as
operadoras não confirmam as quantidades encomendadas
para “stock”. De qualquer forma, os clientes que já possuem
cartões das redes TMN e Vodafone têm a vida facilitada
na mudança para estes equipamentos, podendo utilizar
os cartões que já possuem nos novos terminais, embora
tenham de solicitar a activação do serviço 3G na TMN. Em
alternativa, é possível pedir uma segunda via do cartão, já
com mais memória.
Os dois modelos são compatíveis com as redes GSM, GPRS e
UMTS, comutando automaticamente sempre que necessário
ou assim que detectarem que a rede está disponível. O
utilizador pode visualizar no ecrã se o local onde se encontra
tem cobertura 3G mas poderá sempre fazer chamadas
apenas de voz e aceder a serviços multimédia através de
GSM ou GPRS.
Com preços ainda elevados — de 699 euros no caso do
Siemens U15 da TMN e de 690 euros no caso do Samsung
Z105 da Vodafone —, os dois telemóveis compensam no
peso o que “aligeiram” na carteira dos compradores. O
modelo U15 da Siemens pesa 140 gramas, enquanto o
Samsung Z105 pesa 132 gramas, sendo uma variante em
relação aos equipamentos cada vez mais leves e pequenos a
que as marcas têm habituado os seus utilizadores.
Para facilitar a aquisição, e já que a videochamada só
funciona entre “pares” (se o interlocutor também possuir
um telemóvel com a funcionalidade), a Vodafone garante
um desconto no segundo terminal na compra de dois
equipamentos. Para além desta benesse, os clientes gozam
ainda de uma taxa especial, também de 50 por cento de
desconto, no caso de quererem actualizar o seu telemóvel a
partir de 1 de Dezembro deste ano.
Mais atraentes poderão ser as funcionalidades de imagem.
O Siemens U15 possui duas câmaras, uma frontal e outra
traseira, podendo os utilizadores comutar entre as duas
formas de apresentação da imagem, mesmo durante uma
videochamada. Já o Samsung Z105 tem uma câmara rotativa,
que pode ser manualmente gerida pelo utilizador para
apontar para o local que preferir.
As características relacionadas com a gestão das imagens
da câmara podem também ser a principal complicação
para quem utilizar os novos telemóveis. Apesar de não
serem “criptográficas”, inserem mais uma novidade para os
utilizadores, que, para além de gerirem as videochamadas
— quando disponibilizar ou não a imagem, ligar ou não os
auriculares, etc. — têm também que configurar esta parte da
câmara. Algo que, certamente, em pouco tempo entrará na
rotina.
A breve prazo as duas operadoras esperam ainda diferenciar
a oferta de equipamentos ao mercado com a introdução
de novos modelos, que poderão também ter preços mais
atraentes. ● F.C. / CdB

computadores .6 S E G U N D A - F E I R A . 1 0 . M A I O . 2 0 0 4
NO
s Simplificando a utilização de quem quer aceder à Internet e ao
vel
bro, a navega-
ção no portal i9
será gratuita,
uma promoção
que a Vodafone
estende até ao
final do ano no
Portal Live —
enquanto para
a videochamada
cobra o mesmo
valor de uma
chamada de voz
normal.
Mantendo
a ideia de não
subsidiarem
telemóveis,
TMN e a Voda-
fone afirmam
que só o farão dentro dos pacotes normais
de empresas. Porém, a Vodafone lançou
uma promoção até 30 de Junho mediante
a qual, na compra de dois equipamentos,
o segundo telemóvel goza de um desconto
de 50 por cento. Os clientes poderão ainda
trocar de equipamento a partir de 1 de
Dezembro de 2004 com um desconto de 50
por cento na compra de um novo terminal
de 3G.
Até ao final de 2005, a TMN estima que
terá mais de 1 por cento dos seus clientes
a usarem a nova tecnologia 3G, número a
que a Vodafone acrescenta um zero, apon-
tando para 10 por cento. A equação vai
provavelmente ser alterada com a entrada
da Optimus no mercado, se porventura
esta operadora optar por uma campanha
comercial mais agressiva, com subsidia-
ção de equipamentos; mas, de qualquer
forma, os números de crescimento serão,
como confirmam todas as consultoras, de
evolução muito gradual. ●
Placas facilitam comunicação de dados
E-mail através da rede móvel, as placas PCMCIA (ou PC Card)
garantem já uma maior qualidade de acesso através das redes de
GPRS e UMTS, e evitam a “complicação” de ter de usar o Bluetooth
pela TMN indicam que foi desenvolvido um “software” de ligação
exclusivo para tornar mais fácil e intuitiva a instalação e o uso da
aplicação e a configuração da placa.
A placa é vendida já com um cartão SIM 3G,
e os infravermelhos dos telemóveis para uma aplicação mais devendo depois o cliente escolher o tarifário
profissional da comunicação de dados. — exclusivo para clientes que compram
As três operadoras móveis Acesso 3G ou i9 3G. Existem “plafonds”
portuguesas têm no mensais com 2 a 100 MB no Mega
mercado soluções Mais, com preços entre 5,95 euros e
para as redes de GPRS 95,20 euros, não partilháveis entre
mas a Vodafone foi a utilizadores. Se o valor de tráfego
primeira a comercializar for excedido, poderá pagar-se entre
uma placa que combina a 3,57 euros a 1,19 euros por megabyte adicional,
ligação através das chamadas premiando os clientes com mais tráfego. Até 30 de Setembro de
redes de 2,5 geração (GPRS) 2004, os clientes têm desconto de 50 por cento no valor da mensalidade.
e o UMTS. O Vodafone Mobile Há também a opção de um tarifário-base, o Acesso Base Mais, onde
Connect Card foi o primeiro se paga apenas o tráfego realizado e que, em consumos até 5 MB,
serviço de 3G a ser comercializado em Portugal, tendo sido lançado custa 0,0048 por KB; mas, se os consumos forem entre 5 e 20 MB, o
ainda em Fevereiro — afirmando António Coimbra, director de valor por kilobyte é de 0,036 e, acima de 20 MB, é de 0,0030 euros.
“marketing” da Vodafone, que o volume de tráfego cursado pelos Apostando ainda na complementaridade com as redes Wi-Fi, a TMN
clientes é três vezes superior ao do GPRS. tem uma oferta, até à mesma data, de 420 minutos por mês no
O Mobile Connect Card 3G assenta na mesma facilidade de serviço PT Wi-Fi, da empresa do mesmo grupo. ● F.C. / CdB
instalação e utilização que o seu antecessor,
oferecendo ao cliente uma consola a partir da
qual pode gerir a navegação na Web, o acesso ao
correio electrónico e a recepção de mensagens
escritas. Nessa mesma janela, o utilizador pode
verificar o volume de tráfego realizado e a
a velocidade a que está a trocar dados em cada
momento.
Tirando partido da cobertura actual da rede
de 3G da Vodafone — que abrange a Grande
Lisboa, Grande Porto, Coimbra, Aveiro, Braga,
Faro e principais zonas de veraneio do Algarve
—, o Mobile Connect Card 3G funciona também
na rede de GPRS quando for necessário. O
utilizador poderá escolher entre configurar a
placa para aceder apenas em 3G, ou GPRS, mas
em alternativa pode seleccionar um modo de
comutação automática para a rede disponível.
A placa custa agora 499 euros e os clientes podem
optar por pacotes de comunicação de 50 MB, com
uma mensalidade de 50 euros, para além do plano
tarifário Corporate com uma mensalidade de cinco
euros e um “pack” de 10 MB com um valor mensal
associado de 20 euros para um tráfego de 10 MB.
Aquando do lançamento do seu serviço de
videochamada, em Abril, a TMN apresentou
também discretamente a sua placa PCMCIA,
a Novatel Merlin U530, que já pode ser
encomendada nas lojas por 499 euros.
Computadores não teve ainda oportunidade de
testar este equipamento mas os dados fornecidos
S E G U N D A - F E I R A . 1 0 . M A I O . 2 0 0 4 computadores .7
 O IMPACTO DAS QUESTÕES LEGAIS TENDE A AUMENTAR NA INTERNET
Problemas jurídicos do comércio electrónico
Q
UAL O IMPACTO, os efeitos práticos
e os riscos da jurisdição legal
sobre a Internet para as empre-
sas em todo o mundo? A resposta
foi dada em Abril pelo estudo
“Global Internet Jurisdiction”, elaborado
pela American Bar Association (a associação
norte-americana de advogados), Internatio-
nal Chamber of Commerce e o Internet Law
and Policy Forum.
Os resultados do estudo — terminado em
Novembro de 2003 com respostas de 277 enti-
dades — demonstram que são as empresas
norte-americanas aquelas que mais estão pre-
ocupadas com estas questões, muito mais do
que as suas congéneres na Europa ou na Ásia,
virose
‘Verme’ Sasser atacou em força mas não igualou o Blaster
A última semana foi marcada pelo surgimento de
um novo“worm”que se propaga através da Internet
— mas não por correio electrónico — e que, pelas
suas características e possibilidade de propagação, faz
lembrar o Blaster.Trata-se do Sasser, que foi pela primeira
vez detectado ainda no dia 30 de Abril e que, em menos
de uma semana, se“desdobrou”em quatro variantes.
De tal modo foi dada importância ao Sasser que
a própria Microsoft — “culpada”do perigo que
ele representa, pois o “verme”explora uma falha
de segurança do Windows — criou uma página
especial com um utilitário para verificar a possível
infecção dos computadores, para além de instruções
para a sua remoção bem como prevenção ( http:
//www.microsoft.com/sasser ). Segundo a empresa,
esta página terá sido visitada por cerca de 1,5 milhões
de utilizadores durante as primeiras 48 horas da
sua existência. E a Microsoft colocou, inclusive, uma
chamada de atenção e uma ligação a esta página no
seu sítio Windows Update.
O Sasser explora uma falha
recentemente detectada
numa componente dos
Windows 2000 e XP, chamada
Local Security Authority
Subsystem Service (LSASS),
para a qual a Microsoft já havia
disponibilizado um“patch”
há cerca de duas semanas.
O “worm”procura, através
da Internet, computadores
que ainda apresentem esta
vulnerabilidade e estabelece
uma ligação remota com eles,
instalando aí servidores de
FTP (File Transfer Protocol), que
utiliza para se transferir a si
próprio para estas máquinas.
Uma das razões por que o
Sasser não se propagou mais
depressa foi o facto de os
primeiros dias da epidemia
terem coincidido com um fim-
de-semana e com feriados na
segunda-feira em pelo menos
dois países onde os sistemas
de informação têm grande
peso, tanto nas empresas
como nos lares: a Grã-Bretanha
e o Japão. Outra razão é a
aparente fraca qualidade da
sua programação, conforme
opinião de alguns especialistas
em segurança informática.
Há vários indícios de que
este “worm”teve origem
na Rússia, numa equipa
de programadores
autodenominada Skynet
Antivirus Team e que se
suspeita também ser
responsável por cerca de 30
variantes do “verme”Netsky
— pelo menos é o que
consta do código da última
variante deste “worm”,o
computadores .8
numa questão que tem vindo a agravar-se nos respostas das empresas de média indicou usar técnicas de identificação para saber
últimos dois anos. A maioria dos inquiridos que ajustaram as suas operações comer- a origem dos seus utilizadores (69 por
acredita que os problemas vão aumentar em ciais em resposta ao risco da jurisdição da cento), enquanto apenas 41 por cento dos
2005 e atribui a sua importância à emergência Internet”. inquiridos na Ásia e 29 por cento na Europa
da Internet e do comércio electrónico. As empresas, principalmente as norte- dizem fazer o mesmo.
À frente destas questões legais, as maiores americanas, tentam proteger-se através de Algumas empresas referem igualmente
preocupações de quem tem um negócio “on- “abordagens tecnológicas e jurídicas” para que evitam ter negócios com certas “zonas
line” advêm dos riscos de potenciais processos evitarem incorrer em problemas judiciais. de alto risco”, dando o temor de fraude
judiciais, face aos quadros regulamentares, Isso passa pela inclusão de declarações pelos utilizadores como a principal razão.
que também preocupam as empresas, assim legais nos seus sítios da Web, utilização Isto passa pelo bloqueio a certos endereços
como a regulação industrial, da defesa do con- de servidores localizados nos locais das ope- da Internet ou pela obrigação de registo,
sumidor, do comércio electrónico, dos impostos rações comerciais, uso e registo de nomes enquanto o uso de tecnologias de geo-refe-
e da privacidade. de domínio nacionais ou a colocação de renciação (localização geográfica) ainda “é
Os média são apontados como o sector conteúdos locais. relativamente raro”. O estudo está dis-
mais afectado pela regulamentação inter- São também as empresas norte-ame- ponível em www.mgblog.com/resc/Global
nacional da Internet e “mais de metade das ricanas as que mais se preocupam em Internet Survey.pdf. ● PEDRO FONSECA
OS VÍRUS DA SEMANA
Dia 10
VBS/Godzilla@M,VBS/Count,
WM/Helper.B, X97M/Hopper.r,
Netsky.AC, onde aquela equipa alegadamente Acrescenta um valor JS/Gigger.a@MM,VBS/
assume a criação e o lançamento do Sasser. ao Registo do Windows Baracu.A@mm,VBS/Aqui, X97M/
Segundo alguns cálculos, o“worm”terá atacado 500 para que seja executado Anis,W97M/Alamat,WM/Eraser.A:
mil computadores nos três primeiros dias, havendo, quando o computador Tw,VBS/Zync,W97M/Nono.A,
no entanto, algumas estimativas que apontam para é iniciado e usa a API AOS.A,WM/Helper.A;B,VBS/
um intervalo entre 200 mil e 1 milhão — em qualquer AbortSystemShutdown Loveletter.ar,W32/Urick@MM,
dos casos, valores muito longe dos 10 milhões de para bloquear tentativas de W97M/Alina.a@mm,W97M/
computadores infectados no ano passado pelo Blaster. desligar ou reiniciar o computador. Melissa.ao@mm,W97M/Hope.p
A versão inicial do“worm”,classificada como O “verme” inicia depois um servidor de FTP na porta
apresentando perigosidade média, espalhou-se TCP 5554, que é utilizado para propagar o “worm” Dia 11
lentamente; mas a variante B, surgida logo no sábado, para outros computadores.Varre a Net à procura de WM/MERCY.B,WM/CVCK1.A,
infectou mais depressa muitos mais computadores, endereços de IP que não sejam 127.0.0.1, 10.x.x.x, WM/JUNKFACE.A;B,WM/
o que levou à sua classificação como sendo de 172.16.x.x-172.31.x.x (inclusive), 192.168.x.x e Eraser.A:Tw,W97M/AntiSocial.e,
risco elevado. Nos primeiros dias a seguir ao fim-de- 169.254.x.x. Estes endereços são utilizados para gerar W97M/Alamat,W32/Blurt@MM,
semana, surgiram outras duas variantes mas que não endereços aleatoriamente: 52 por cento das vezes de VBS/Aqui,W97M/Bablas.aj,
demonstraram ser tão perigosas como as anteriores. forma completamente aleatória, 23 por cento só os WM/Alliance.A
três últimos algarismos são aleatórios e 25 por cento
O que o Sasser faz os dois últimos. Dia 12
Este processo é feito de 128 “threads” (processos WM/Alliance.A, VBS/Aqui,
O Sasser é um “worm”que tenta explorar a falha de execução), o que ocupa muito tempo de W97M/Cobra.a1, W97M/Alamat,
descrita no Microsoft processamento por parte do processador central WM/Eraser.A:Tw, WM/Envader.A
Security Bulletin MS04-011. — daí resultando que um computador infectado se (Intended), W97M/Yous
Ele propaga-se procurando possa tornar tão lento que não se consiga trabalhar
computadores não nele. O número de “threads”do processo iniciado pela Dia 13
protegidos contra aquela variante C é de 1024. W97M/Yous,W97M/Digma,
falha através de endereços O Sassex liga-se aos endereços de IP gerados WM/Envader.A (Intended),WM/
de IP seleccionados aleatoriamente através da porta 445 para determinar CVCK1.B;E,WM/Eraser.A:Tw,VBS/
aleatoriamente — mas só se o computador está “on-line”.Se se conseguir ligar a Zync,Twno.A,WM/Goldsecret.B:
afectando os computadores um desses computadores, o “worm” envia “shell code”, Int,WM/FRIDAY.D,WM/
com os sistemas operativos que visa abrir um “remote shell”na porta TCP 9996. BADBOY.A;B;C,WM/FRIDAY.A,
Windows 2000 e Windows XP. Esta “shell” é utilizada para criar uma ligação de volta WM/SHOWOFF.G,W97M/Alamat,
Ele pode correr nos ao servidor de FTP do computador infectado, através W97M/Cobra.a1,W97M/
computadores com da porta TCP 5554, para transferir uma cópia do BackHand.A,VBS/Aqui,WM/
Windows 95, 98 e ME mas próprio “worm”.Esta cópia terá um nome composto BOOM.A;B,W97M/Rapmak.a,
não os infecta, embora possa de quatro ou cinco dígitos seguidos de “_up.exe”(por VBS/Alphae,W97M/Idea.A
servir-se deles para infectar exemplo, 74354_up.exe).
sistemas desprotegidos que O Sasser explora então a falha no Windows LSASS Dia 14
eles se liguem. Neste caso, o levando à interrupção do processo Lsass.exe. O W32/SoftSix.worm, VBS/Aqui,
“worm”consome uma grande Windows apresenta então uma mensagem de alerta W97M/Ekiam, W97M/Cobra.a1,
quantidade de recursos do e desliga-se ao fim de um minuto. É, entretanto, criado W97M/Alamat, WM/
sistema, o que faz com que o ficheiro Win.log na raiz do disco C: que contém o PHARDERA.C ;D (INTENDED),
os programas não consigam endereço de IP do último computador que tentou VBS/Valentin@MM, W97M/Este,
correr de forma adequada. infectar, bem como o número de computadores que W97M/Class.Q, VBS/San@M,
Quando é executado, o Sassex já conseguiu contaminar. As variante B, C e D criam o WM/Eraser.A:Tw, W97M/Class.B,
cria um “mutex”com o nome ficheiro Win2.log. W97M/Class.D, W97M/Yous
Jobaka31 com a finalidade
de não haver mais do que Como proteger um PC do Sasser Dia 15
uma instância do “worm” a ser VBS/Count,W97M/Yous,VBS/
executada num computador, Para proteger um computador do Sasser é Zync,WM/Eraser.A:Tw,W97M/
ao mesmo tempo. O “mutex” aconselhado que se tenha todas as actualizações de Courage.a,W97M/Fifteen.a,
das variantes B e C chama- segurança instaladas, especialmente a relativa à falha Tribute.A;B,W32/Winur.worm.b,
se JumpallsNlsTillt (estas explorada pelo “worm”e que aparece identificada W32/Winur.worm.a,W32/
variantes também criam no Windows Update da Microsoft como sendo a Urick@MM,WM/Theatre.A, AOS.A,
outro“mutex”,com o nome actualização de segurança KB835732. Habir.A,W97M/Alamat,W97M/
Jobaka3, mas que parece A melhor maneira de detectar se um Cobra.a1, X97M/Anis,VBS/Aqui,
não ter nenhuma função). A computador está infectado pelo Sasser (se não W97M/Jackal.A, X97M/Hopper.r,
variante D também cria dois se tem um antivírus actualizado, que deverá W97M/Class.ed,VBS/Alphae,W32/
“mutexs”,em que o primeiro reconhecê-lo), é ir ao sítio da Microsoft atrás PetLil@MM, JS/Gigger.a@MM
se chama SkynetSasserVersio referido e correr o utilitário de detecção. A
nWithPingFast. Microsoft aconselha a, se houver sinais de Dia 16
O Sassex copia-se a si próprio possível infecção — como seja o contínuo reiniciar WM/Concept.F;G;J, W97M/Cash,
para a pasta do Windows do computador —, começar por activar uma W97M/Akuma, W97M/Cobra.a1,
com o nome Avserve.exe. As “firewall”, instalando de seguida a actualização W97M/Alamat, Tribute.A;B,
variantes B criam o ficheiro de segurança atrás referida. Por fim, corre-se o XM/Laroux.IC, WM/Eraser.A:Tw,
Avserve2.exe, enquanto utilitário de detecção — que, se descobrir o “worm” WM/ERASER.H, W97M/Yous
a D cria o skynetave.exe. — permite também removê-lo. ● JOSÉ DOUTIL
S E G U N D A - F E I R A . 1 0 . M A I O . 2 0 0 4

Jurinfor lançou o serviço LexPress
A
CEDER À I NTERNET , a for adicionar a essas notícias
meio da manhã, e
poder consultar, em
poucos minutos, as
notícias que saíram
relacionadas com temas jurí-
dicos poderá ser um serviço
interessante para advogados,
magistrados ou outros profis-
sionais ligados ao Direito. A
Jurinfor pensou nisso, meteu
mãos à obra e lançou, na
semana passada, o LexPress.
Há vários anos a disponi-
bilizar conteúdos e serviços
na Internet destinados aos
profissionais do mundo judi-
cial — como é o caso do “site”
LexPortugal.com —, a Jurin-
for resolveu agora aliar-se a
uma empresa que recolhe e
prepara as notícias que saem
na imprensa, a Petrus, e for-
necer diariamente um serviço
de revista de
imprensa que ISABEL GORJÃO SANTOS
permite con-
sultar as notícias de várias
publicações que, de alguma
forma, se relacionam com o
mundo jurídico.
Ao todo, a Petrus recolhe
a informação de cerca de 250
títulos nacionais e regionais,
seleccionando as notícias que
se podem considerar impor-
tantes para os juristas. Feita
a selecção, é a vez de a Jurin- LexPress, é necessário efec-
UMA REVISTA DE IMPRENSA DAS NOTÍCIAS JURÍDIC AS E COMENTADAS
tuar a inscrição no “site”
anotações com a legislação LexPortugal.com e obter a
mais directamente relacio- palavra-passe que permite
nada. Dizem os responsáveis o acesso. Explica Helena
da Petrus e da Jurinfor que, Marcos, directora comercial
diariamente, entre as 10 e as 11 e de “marketing” da Jurinfor,
da manhã, este processo estará que o LexPress incluirá as
concluído e os subscritores do notícias e artigos mais rele-
serviço poderão consultar “on- vantes da área do Direito, o
line” a selecção de notícias que abrange as mais diver-
efectuada. sas publicações periódicas,
Quem pretender testar o incluindo os jornais regio-
novo serviço poderá aceder nais. Apesar de privilegiar
ao “site” LexPortugal.com, as notícias e a informação,
seleccionar a opção LexPress o serviço incluirá também
e consultar as notícias reco- alguns artigos de opinião
lhidas desde o início deste ano considerados relevantes
e até ao final do mês passado. para os juristas. Todos os
Os interessados podem depois conteúdos disponíveis no
subscrever o serviço, que custa “site” LexPortugal.com se
60 euros por trimestre ou 180 encontram interligados com
euros por ano. o LexPress.
O LexPress representa “um Uma das vantagens deste
desenvolvimento natural para serviço é o facto de ser acres-
um fornecedor centada às notícias a legis-
de conteúdos lação relacionada, bem como
jurídicos”, como outros textos acerca do mesmo
referiu Nuno Machado Men- tema. Apesar de só ser dis-
donça, presidente do conselho ponibilizado nas manhãs dos
de administração da Jurinfor. dias úteis, o LexPress irá
Quanto ao objectivo, “é comple- também abarcar, à segunda-
tar a oferta da Jurinfor com um feira, as notícias que saíram
produto de grande valor acres- durante o fim-de-semana. O
centado para os profissionais da LexPress possibilita o acesso
área jurídica, bem como para ao texto integral dos artigos
outros decisores”. disponibilizados e não há
Para aceder ao serviço número limitado de pesquisas
após a adesão ao serviço. ●
S E G U N D A - F E I R A . 1 0 . M A I O . 2 0 0 4 computadores .9
classificados
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realizados; remuneração
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com conhecimentos de e-
com. Contacto: P.Magalhães
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Programadores
Recém-licenciados ou
com experiência para
empresa sediada em Lisboa.
Conhecimentos em: Access,
Visual Basic, Java, C/C++,
Cobol, ABAP/4, bases de
dados e SQL. Capacidade
de trabalhar em equipa e
gosto pela informática de
gestão.Todas as respostas
devem ser enviadas
por e-mail, informando
sobre disponibilidade e
vencimento pretendido.
Contacto: João Lopes E-mail:
buisposit@hotmail.com
Comissionista
Trabalho à comissão; Venda
de cursos informática. Zona
Centro
Contacto: Fernando Paulo
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Programadores freelancers
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realizados e contacto.
E-mail: carlosbaltazar@hot
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WWW Pages
Romanian Students search
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(American dollars) for each
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please contact us at
murgulescu@hotmail.com.
agenda
SPI 2004 – IEEE Workshop on Signal Propagation
on Interconnects
Data: 9-05-2004 a 12-05-2004
OFERTAS Local: Heidelberg, Alemanha
Dê IMAGEM à sua Contacto: Uwe Arz
empresa... E-mail: uwe.arz@ptb.de
Elaboração de Sites para
Internet, Design Gráfico, URL: www.spi.uni-hannover.de
Multimédia.
E-mail: sfvasco@iol.pt
NATW’04 – IEEE 13th North Atlantic Test Workshop
Hardware, Software e
Internet Data: 13-05-2004 a 14-05-2004
Instalam-se programas e
corrigem-se problemas Local: Essex Juction, Vermont, EUA
em computadores ao Contacto: Ian Harris
domicílio (Matosinhos
– Porto)
E-mail: harris@ics.uci.edu
Contacto: 96 961 02 76 URL: www.ee.duke.edu/NATW
Design Gráfico
Criação de cartazes,
ETS’04 – 9th IEEE European Test Symposium
imagem gráfica, paginação,
desdobráveis, tratamento Data: 23-05-2004 a 26-05-2004
de imagem, pré-impressão.
Processamento de texto. Local: Córsega, França
Aveiro/Braga. Contacto: Michel Renovell
Contacto: 966340860
E-mail: mrui@aeiou.pt
E-mail: renovell@lirmm.fr
Executo todo o tipo de URL: www.lirmm.fr/ETS/ETS04
tarefas informáticas
na zona do Minho, como
ISCAS 2004 – IEEE International Symposium
processamento de texto,
pequenos jornais, panfletos, on Circuits and Systems
convites, páginas de internet,
reparação e manutenção de Data: 23-05-2004 a 26-05-2004
computadores. Local: Vancouver, Canadá
Contacto: 917538263
E-mail: sersanto@mail.pt Contacto: ISCAS 2004 Conference Management
Executo tarefas E-mail: organizers@iscas2004.org
informáticas
Processamento de
URL: www.iscas2004.com
texto; apresentações
em Powerpoint e excel; CAD’04 – Internet CAD Conference and Exhibition
pesquisas na Internet e
bibliotecas. (Aveiro/Coimbra) Data: 24-05-2004 a 28-05-2004
Contacto: 965583978 Local: Pattaya Beach, Tailândia
E-mail: es_santos@mail.pt
Executo tarefas URL: www.cadconferences.com/CAD04.html
informáticas
Pesquisas na internet e em
bibliotecas; processamento
IWLS 2004 – 13th International Workshop
de texto; digitalização de on Logic and Synthesis
documentos e impressão a
Data: 2-06-2004 a 4-06-2004
p/b e a cor. Preços a acordar.
Contacto: 916981549 Local: Temeluca, Califórnia, EUA
E-mail: eporfirio@mail.com URL: www.iwls.org
Executo tarefas
informáticas
Pesquisas na internet (5 ESIG 2004 – VII Encontro de Utilizadores
euros/hora); digitalização
de documentos (imagem/
de Informação Geográfica
textos); apresentações Data: 2-06-2004 a 4-06-2004
em PowerPoint e Excel; Local: Taguspark, Oeiras
processamento de textos
(1 euro/pp); impressão Contacto: Vanessa Sebastião (Secretariado)
(p&b: 0,25 euros/pp; cor: 0,5 E-mail: usig@usig.pt
euros/pp)
Contacto: 965140724 URL: www.usig.pt/esig_2004.htm
E-mail: pjg_2002@iol.pt
Web Design
Construção de websites, RFIC 2004 – IEEE Radio Frequency
manutenção, design Integrated Circuits Symposium
personalizado, formulários.
Contacto: 914029315
Data: 6-06-2004 a 8-06-2004
E-mail: cidesign@jkpt.net Local: Texas, EUA
URL: www.jkpt.net
URL: www.rfic2004.org
Desktop Publishing e
Fotocomposição
Todo o tipo de trabalho SWTW 2004 – Southwest Test Workshop
gráfico, paginação,ilustração
2D e 3D, artes criativas, Data: 6-06-2004 a 9-06-2004
logotipos, cartazes, cartões, Local: Califórnia, EUA
ideias publicitárias,
Contacto: 914029315
Contacto: William Mann
E-mail: cidesign@jkpt.net E-mail: william.mann@ieee.org
URL: www.jkpt.net
Redes em ambiente
URL: www.swtest.org
Windows
Montagem, manutenção, 2004 International Microwave Symposium
instalação, configuração,
Data: 6-06-2004 a 11-06-2004
optimização. Consultoria
informática. Pessoal Local: Texas, EUA
certificado Microsoft.
Contacto: 914029315 URL: www.ims2004.org
E-mail: technet@jkpt.net
URL: www.jkpt.net
Web Design
DAC 2004 – 41st Design Automation Conference
Construção de Web Sites por Data: 7-06-2004 a 11-06-2004
100 euros, para empresas e
Local: San Diego, Califórnia, EUA
particulares. Óptimo para se
dar a conhecer na Internet Contacto: Angela Brantner
por um baixo preço. URL: www.dac.com/41st/index.html
Contacto: 96 537 76 59
E-mail: mar_psi@yahoo.com
URL: 2004 Symposium on VLSI Technology
www.webportugal.cjb.net
Web Design (comerciais
Data: 15-06-2004 a 17-06-2004
ou não) Local: Honolulu, Hawaii, EUA
Construção de Web Sites
para empresas e particulares.
Contacto: Secretariat
Procedo à manutenção, E-mail: vlsi@vlsisymposium.org
alojamento e registo do URL: www.vlsisymposium.org/technology/call.html
domínio, submissão em
motores de busca para uma
boa promoção. Óptimo para 2004 Symposium on VLSI Circuits
difundir negócios por um
baixo preço. Data: 17-06-2004 a 19-06-2004
Contacto: 93 617 42 86 Local: Honolulu, Hawaii, EUA
E-mail: gouveia_
eng@yahoo.com
Contacto: Secretariat
URL: www.gdesignpt.cjb.net E-mail: vlsi@vlsisymposium.org
Técnico, Formador URL: www.vlsisymposium.org/tcircuits/call.html
e Programador de
Informática
Procuro trabalho compatível ISCA 2004 – The 31st Annual International Symposium
na área de Redes, Web,
Linguagens de Programação on Computer Architecture
e Hardware Data: 19-06-2004 a 23-06-2004
Contacto: 965 446 048
E-mail: antpar@sapo.pt
Local: Munique, Alemanha
Executo tarefas E-mail: isca04@ce.chalmers.se
informáticas URL: wwwbode.cs.tum.edu/~isca
Pesquisas na internet (10
euros/hora); digitalização
de documentos (imagens/ ERSA 2004 – The International Conference
textos); apresentações
em PowerPoint e Excel; on Engineering of Reconfigurable Systems and Algorithms
processamento de textos Data: 21-06-2004 a 24-06-2004
(1 euro/página); impressão
(p&b/cor: 0.25 euro/página)
Local: Las Vegas, Nevada, EUA
Contacto: 965140724. URL: www.scism.lsbu.ac.uk/ERA/ersa04/ersa04.html
E-mail: paulogodinho_
2001@iol.pt
 S H A R E WA R E
Arquivar páginas e sítios da Web
A
WEB assumiu-se como
o principal repositório usado por empresas para fazerem
de informação
nível mundial. Nela
é possível encontrar
quase tudo sobre quase todos os
assuntos possíveis e imagináveis
— desde informação comercial da
grande maioria das empresas a
operar em qualquer
parte do mundo até NUNO BERNARDO
informação para
uso educativo, disponibilizada
por universidades, particulares
ou outras entidades. Usando um
motor de pesquisa — o Google, por
exemplo — torna-se muito fácil
encontrar determinada informação
de que se necessita para terminar
um relatório profissional ou um
trabalho académico.
Mas, muitas vezes, os sítios e
os servidores que guardavam essa
informação já desapareceram (ou
mudaram de endereço) e é comum
tentarmos encontrar uma página
da Web que temos a certeza de
ter visitado uns dias ou semanas
antes e ela passou a não estar
disponível. E como precisamos
das informações constantes
dessa página, para terminar um
trabalho a ser entregue no dia
seguinte, ficamos sem saber o
que fazer. Para fazer face a esse
problema, uma das formas que
o utilizador tem para registar e
arquivar informação da Web —
que é ou poderá vir a mostrar-se
importante no futuro — é gravar
o conteúdo de certos sítios para o
seu disco rígido.
Ou seja, esta solução permite
capturar todos os conteúdos
disponíveis num sítio ou num
servidor da Web para o seu
computador de forma a poder
consultá-lo sempre que pretender
e sem ter que se ligar à Internet.
WEB DUMPER, DA MAX PROGRAMMING
Este “truque” pode ainda ser enquanto, nenhuma versão
portuguesa. O programa pode
a arquivos e cópias semanais do ser obtido gratuitamente do
seu sítio na Web para registo sítio http://www.maxprog.com/
futuro, tendo em atenção que WebDumper.html e testado sem
actualmente, a maior parte das custos durante 30 dias.
páginas são geridas de forma A instalação do Web Dumper
dinâmica — o que torna impossível, executa-se sem grandes problemas
por exemplo, daqui a alguns anos, e ele não ocupará mais do que 3
verificar como era o megabytes no disco rígido. Quanto
sítio da empresa, por a requisitos, o programa requer
exemplo, no dia 10 de pressupõe apenas um PC (ou um
Maio de 2003. Se o departamento Macintosh) com acesso à Internet.
de “marketing” tiver o cuidado Usar o Web Dumper é tão
de capturar o sítio para um CD, simples como introduzir a
quando, anos mais tarde, for URL (endereço) do sítio que se
preciso verificar o que estava na pretende capturar e seleccionar a
Internet em determinada data, opção Dump. Segundos depois, o
é só introduzir esse CD-ROM no programa começará a transferir
leitor e aceder à cópia do sítio para o disco rígido todas as
na Web e ao respectivo conteúdo páginas de HTML e ficheiros
naquela data. associados, desde imagens até
O Web Dumper, da Max vídeos e músicas. Os utilizadores
Programming, é uma das mais experientes poderão alterar
ferramentas disponíveis no alguns dos parâmetros da captura,
mercado de “shareware” para para, por exemplo limitar o tipo
executar esta tarefa — capturar de ficheiros a serem copiados,
e gravar no disco rígido de um limitar áreas do sítio na Web ou
computador o conteúdo completo a captura (ou não) de ligações a
de sítios na Web. Como factores sítios externos.
diferenciadores perante a Estas operações estão
concorrência, encontramos o seu devidamente documentadas no
preço (15 euros), o facto de estar ficheiro de ajuda que acompanha
disponível simultaneamente para o programa. Para evitar que os
os sistemas operativos Windows, ficheiros gravados ocupem mais
da Microsoft, e MacOS, da Apple, espaço do que aquele que realmente
e ainda em diversos idiomas, é necessário, o Web Dumper inclui
como o espanhol, o francês e o uma funcionalidade que elimina
italiano — não existindo, por todos os ficheiros duplicados. Para
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S E G U N D A - F E I R A . 1 0 . M A I O . 2 0 0 4
FICHA
Editor
Rui Jorge Cruz
Redactores, colaboradores
e cronistas
Ana Gerschenfeld, Ana Machado,
André Ruivo, António Granado,
Casa dos Bits, Fernando Santos,
Helena Viegas, Henrique Carreiro,
Henrique Saias, Isabel Gorjão
Santos, João Cruz, José Antunes,
José Doutil, Luís Félix, Miguel
Crespo, Nuno Bernardo, Paulo
Almeida, Pedro Fonseca, Rita
Cruz, Rita Hasse Ferreira
Secretariado
libertar espaço no disco rígido, as
pastas que contêm os ficheiros Paula Dias
associados a cada sítio podem ser Paginação
copiadas para um CD-ROM, para Ana Carvalho, Ivone Ralha,
arquivo e posterior visualização. Hugo Pinto, Jorge Guimarães
Um dos pontos fortes do Projecto Gráfico & Designer
programa reside na forma como Luis Carlos Amaro/
a informação é gravada. O Web Gráficos à Lapa
Dumper cria novas ligações entre
todas as páginas gravadas, de Computadores
forma a manter a mesma lógica de é publicado às segundas-feiras
navegação que se encontra quando
se acede directamente ao sítio na E-Mail
Web. Isto significa que o programa computadores@publico.pt
não se limita a copiar os ficheiros Tel. 21-0111168
para o disco rígido, reconstruindo Fax 21-0111008
todas as ligações e a lógica de
navegação para que a informação
assim guardada não se transforme
Assine Computadores
num amontoado de ficheiros, antes
se mantenha uma cópia fiel do sítio
Assine o PÚBLICO
da Web que lhe deu origem.
à segunda-feira e receba o jornal
Toda a estrutura de directorias
em sua casa ou levante-o no seu
é mantida, permitindo, por
posto de venda habitual com os
exemplo, que os conteúdos sejam suplementos Computadores e
copiados para um servidor Economia.
da Internet ou de intranet e
disponibilizados a um grupo E-mail: assinaturas@publico.pt
mais alargado de utilizadores. O Tel.: 808 200 095 (custo chamada
programa pode ser ainda usado local)
no contexto de redes empresariais, Fax: 210 111 017
pois possui suporte para “proxys”
e “gateways” de acesso à Web. Assinatura semestral (26 exemplares):
O Web Dumper é uma
Portugal €18.20
das aplicações mais simples e
Europa €58.50
eficientes disponíveis no mercado
Resto do Mundo €94.90
de “shareware” destinadas a copiar
conteúdos da Web para o disco
Assinatura anual (52 exemplares):
rígido de um PC para visualização
“off-line”. Poderá ser usado para Portugal €36.40
criação de cópias de segurança Europa €117.00
de sítios da Web para arquivo, Resto do Mundo €189.80
ou simplesmente para captura de
Desconto na assinatura anual
informação disponível na Internet para escolas e instituições de
para posterior consulta e utilização. solidariedade social. Preços
Os 15 euros pedidos pelo seu especiais para Macau, Timor, São
registo tornam o programa numa Tomé e Guiné. Os preços incluem
das mais económicas ferramentas IVA à taxa legal em vigor.
na sua categoria. ●
computadores .11
 JOGOS
‘ TOCA RACE DRIVER 2’, ‘COLIN MCRAE RALLY 4’, ‘R: RACING’ E ‘MX UNLEASHED’
Alta competição
A
TENÇÃO A QUEM não é fã
incondicional de corridas
automóveis e, em especial,
de simulações. As próximas
linhas podem conter cenas
de realismo extremamente chocantes.
Se, por acaso, pretender continuar a ler
o texto, fica também avisado que aqui
se fala dos dois melhores jogos de auto-
móveis para PC editados nos últimos 12
meses. Falamos dos gémeos (separados
à nascença) “Toca” e “Colin McRae”,
as duas séries da Codemasters que são
incontornáveis na carreira de qualquer
piloto virtual.
“Toca Race Driver 2”, disponível para
PC e Xbox, é um salto em frente nesta
série. O trabalho de melhorar o seu ante-
cessor foi grande e deu frutos. Os carros
têm excelente aspecto, a simulação é de
grande nível, o modo car-
reira é rico e tem excelen-
tes cenas intercalares que
MIGUEL
ajudam o jogador a incarnar a persona-
gem. Desta vez, não vestimos a pele de
Ryan McKane mas a nossa própria, com
a visão da história a passar da terceira
para a primeira pessoa.
Mas a lógica da carreira é similar: ir
criando palmarés, cumprindo os objectivos
que cada equipa que nos contrata coloca
no início de cada campeonato. A variedade
dos carros é impressionante, indo desde os
aranhiços de Fórmula Ford até aos poten-
tes monolugares do tipo Indycar ou Fór-
mula 1, passando por clássicos, carros de
turismo (DTM incluído, bem como o BTCC
e o V8 Supercars australiano), superdes-
portivos, barchetas, camiões e protótipos
de rodas cobertas. Cada tipo de carro está
reproduzido em todos os detalhes, tanto no
aspecto como no som e no comportamento,
as pistas são dezenas — reais, incluindo
nomes como Bathurst, Road America,
Laguna Seca, A1 Ring, Mantorp Park ou
Vallelunga — e muito bem recriadas.
Os carros apresentam danos e não é só
a boa forma como são apresentados que
computadores .12
impressiona. O seu efeito no comporta-
mento do carro é bem sensível, pelo que
são obrigatórias as cautelas. Por outro
lado, são corridas viris, com muito mais
adversários que o habitual (até 20), em
que ninguém se coíbe de dar toques estra-
tégicos para pôr o jogador fora de pista.
A dificuldade é elevada, fazendo com
que este jogo seja atraente, em especial
para quem quer uma condução séria.
De tal forma que a dificuldade se divide
entre simulação e pró-simulação, ou que
a graduação de dificuldade vá até aos
110 por cento... Além disso, é preciso
saber travar no ponto certo, fazer tra-
jectórias correctas em curva, dosear o
acelerador e o travão a cada momento (e
aí os gatilhos da Xbox são preciosos, com
o teclado do PC a criar uma dificuldade
extra), escolher os pontos de ultrapassa-
gem, controlar derrapagens
CRESPO e contrabrecagens. É igual-
mente possível afinar os
carros em inúmeros parâmetros — mas
não no modo carreira. Destaque ainda
para o modo multijogador, presente nas
duas versões e muito competitivo.
Ponto negativo é a componente de rali
e todo-o-terreno do jogo — nitidamente
tiros ao lado, tal a falta de qualidade e
ridículo dessas secções. Além de escusa-
das, mancham o jogo, criando um choque
negativo que demora a passar. Mas, no
geral, a emoção está bem presente, num
jogo com identidade própria e muita,
mas mesmo muita, adrenalina.
“Colin McRae Rally 04” merece agora
referência pela edição da versão para PC,
meia dúzia de meses depois da destinada
às consolas. Mantém a mecânica, os carros
e a emoção de uma verdadeira simulação
de rali. Tem igualmente o mesmo ar “déjà
vu”, pois um jogo de rali é exactamente
isto: carros de várias categorias (licencia-
mentos actuais e do passado, dos WRC aos
Júnior WRC, passando pelos monstros do
Grupo B da década de 80 ou clássicos), ralis
com todos os tipos de piso — terra, asfalto,
7c1bf3e5-024b-435b-bb28-84bbcd8a7552
S E G U N D A - F E I R A . 1 0 . M A I O . 2 0 0 4
neve, lama, etc. — e em variados cenários. messa está lá toda mas há um nítido erro
Em termos de conversão para o PC, o gra- de concepção, pois, ao agarrar o carro ao
fismo é bastante bom, a fluidez também e cenário (o carro está fixo e é o cenário
só se sente mesmo é a falta de um controlo que se move), cria-se uma sensação de
analógico para melhor poder graduar as falta de realismo que choca o jogador e
acelerações, travagens e curvas. A física até chega a criar algumas tonturas.
dos carros é bastante realista, a exigência Os carros estão bem recriados, há
de condução também e, para já, é o melhor montes de máquinas reconhecíveis e licen-
no género. Só que já não há grande espaço ciadas, os circuitos são bem construídos
para inovações… e os modos de jogos são vários e garan-
Por contraponto ao realismo das tem prolongada diversão. O esquema de
produções da Codemasters, temos “R: compra e “tuning” dos carros dá um gosto
Racing”, o herdeiro espiritual da série especial, baseado em créditos obtidos não
arcada “Ridge Racer”. A Namco voltou a apenas pela posição final nas corridas mas
pegar na ideia de fazer um jogo de super- também pelas trajectórias, travagens,
desportivos, sem grandes preocupações ausência de toques, etc. Os ingredientes
de simulação, com muitas pistas, gran- estão lá todos e são uma espécie de “best
des carros e montes de corridas. A pro- of” das referências do género — “Project
Gotham Racing 2”, “Gran Turismo 3” e
“Need For Speed Underground”. Quem
Título “Toca Race Driver 2” gosta de correr apenas por diversão poderá
Estilo
Plataforma
Corridas
PC e Xbox
9
/10 gostar de “R: Racing” mas, se as corridas
fossem melhor construídas, o jogo teria
Produtor Codemasters muito a ganhar.
Distribuidor Ecofilmes Quem prefere duas rodas em vez
Edição Abril 2004 de quatro tem em “MX Unleashed” um
marco da simulação de motocrosse,
Título: “Colin McRae Rally 04” supercrosse e “freestyle”. A série “MX”
Estilo Corridas 8
/10 já tinha dado cartas mas, desta vez, a
THQ esmerou-se e propõe um jogo muito
Plataforma PC
Produtor Codemasters atractivo do ponto de vista visual, com
Distribuidor Ecofilmes grande variedade de modos de jogo,
Edição Abril 2004 desafios desafiantes (passe a redundân-
cia) e motos com excelente física, muito
Título “R: Racing” reactivas aos controlos, nomeadamente
Estilo Corridas às distribuições de peso.
Plataforma PlayStation 2 7
/10 O jogo inclui, como novidade, outros
veículos, como “monster trucks” ou heli-
Produtor Namco
Distribuidor Electronic Arts cópteros, mas funcionam mais como fol-
Edição Abril 2004 clore e são um pouco escusados. Do ponto
de vista sonoro, já não há paciência para
Título “MX Unleashed” rockalhadas e metal, mas o som das
Estilo Corridas motas está espectacular: bem divertido,
Plataforma PS2 animado, com lógica, bons desafios e
Produtor THQ 8
/10 competitivo, “MX Unleashed” só não tem
lama a saltar para a cara do jogador,
Distribuidor Ecofilmes
Edição Abril 2004 impondo-se como um dos melhores jogos
de motos de sempre. ●