Computadores

SEGUNDA-FEIRA 26 ABRIL 2004 DIRECTOR JOSE MANUEL FERNANDES EDITOR RUI JORGE CRUZ

O Autodesk
Forum 2004
Novidades no ‘software’ de
projecto em 3D, da mecânica
à arquitectura e aos SIG
➜ pág. 6
Produtividade
e as PME
Esther Dyson reflecte como
as TI vão influir no futuro
das pequenas empresas
➜ pág. 4
PUB
Teclados e ratos ‘Bloggers’ De ‘Painkiller’
sem fios despedidos a ‘Far Cry’
As novidades da Logitech Primeiros casos em Portugal Cinco jogos em revista para
na sua área preferencial dos motivados pela livre quem gosta de inteligência
periféricos que usamos expressão nos blogues artificial e de FPS
➜ pág. 9 ➜ pág. 2 ➜ pág.12

S/360, A MÁQUINA QUE DEU TRÊS DÉCADAS DE HEGEMONIA À IBM

O ‘mainframe’
fez 40 anos
O
PASSADO DIA 7 de
Abril foi assinalado à medida não só das máquinas
pela IBM como o
do 40º aniversário
do seu computa-
dor System/360, o primeiro de
uma linhagem de máquinas
que ficou conhecida como a dos
“mainframes”. Quatro decénios
nas tecnologias de informação
(TI) correspondem a várias eter-
nidades dado o ritmo alucinante
a que tanto os computadores
como o “software” têm evoluído
desde que, nos anos 40, surgiu
a primeira máquina, que dava
pelo nome de Electronic Nume-
rical Integrator and Computer
(ENIAC).
Tendo sido as necessidades
militares — em particular, os
cálculos balísticos
— o grande motor RUI JORGE CRUZ
da concepção e
produção dos primeiros com-
putadores, seria nos anos que
se seguiram à Segunda Grande
Guerra que surgiram diversos
fabricantes. Mas os seus compu-
tadores tinham quase todos uma
coisa em comum: eram concebi-
dos e construídos para funções
e fins específicos, com compo-
nentes e “software” desenhados Watson, antigo vendedor da
National Cash Register (NCR)
mas também dos objectivos pre- — começara por se distinguir na
tendidos com elas. concepção e fabrico de máquinas
Como assinala um texto de escrever mecânicas e depois
alusivo publicado pelo The
Clipper Group, a computação
(então entendida quase exclu-
sivamente como a execução de
operações matemáticas) e o pro-
cessamento de dados eram na
altura encarados como “tipos de
aplicações separados e incompa-
tíveis” — isto para além de haver
computadores para empresas
grandes e outros para as menos
grandes, uns para fins militares
e outros para as administrações
públicas e até a localização
geográfica dos clientes deter-
minava diferenças nos que lhes
eram fornecidos.
Era a especiali- electromecânicas para uso nos
zação levada ao escritórios, de relógios de ponto
extremo, em absoluto prejuízo e até de dispositivos para apoio
da normalização e das econo- às acções de recenseamentos
mias de escala. populacionais e outras acções de
A International Business carácter estatístico. Embora não
Machines — uma empresa norte- tenha sido pioneira no fabrico
americana que tem as suas ori- de computadores, nos anos 50
gens em 1914, numa quase falida o alargamento da sua actividade
Computing-Tabulating-Record aos computadores constituiu
Company, salva por Thomas uma evolução natu- ➜

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➜ CONFLITO ENTRE O DEVER DE LEALDADE E A LIBERDADE DE EXPRESSÃO
ral e o seu sucesso
nos meios empresariais
cresceu ainda mais.
Isso permitiu-lhe, no
início dos anos 60, investir
algo como 5 mil milhões de
dólares na criação e produ-
ção do primeiro computador
capaz de executar tarefas de
carácter genérico e, como tal,
susceptível de ser adoptado
e usado por uma gama bem
mais vasta de clientes e uti-
lizadores que os computa-
dores até então disponíveis.
Daí que muitos considerem
o aparecimento do System/
360, da IBM, o início da era
da informática moderna.
O êxito desta visão —
atribuída a Thomas Watson
Jr., que, no seu serviço
militar na US Air Force até
1945, se terá apercebido da
importância decisiva da elec-
trónica para o futuro de todas
as indústrias — traduziu-se
na contratação de mais de 60
mil novos empregados, não
só para o desenvolvimento
do System/360 (tanto na ver-
tente do “hardware” como do
“software”) como também
para a sua produção, reali-
zada em cinco fábricas.
As primeiras unidades
do “mainframe” System/360
— ou S360, como ficaria a
ser mais conhecido — foram
comercializadas em 1964 e
desde cedo se impôs graças
àquilo a que a IBM classifica
como um “conceito simples
e inovador” de “um sistema
único com compatibilidade”
com outras máquinas e sis-
temas operativos, dotado de
uma “capacidade de arma-
zenamento virtualmente
ilimitada” e de “proces-
samento instantâneo que
disponibilizava informação
crítica em tempo real”.
Com efeito, conforme
assinala a IBM, “as capa-
cidades de emulação do
System/360 foram, de muitas
formas, o precursor das actu-
ais tendências para os siste-
mas abertos”: “A emulação
permitiu que os programas
mais antigos corressem no
System/360 sem alterações.
Os seus primeiros clientes
trocavam ‘software’ entre
si, dando origem à criação
do Share, um grupo de uti-
lizadores de ‘mainframes’,
em muitos aspectos similar
aos grupos de ‘open source’
existentes hoje em dia”.
Entre as novas tecno-
logias desenvolvidas para
o Sistema/360 contam-se
processadores baseados em
microcircuitos, o processa-
mento transaccional e as
bases de dados.
A IBM assinala que, com
o Sistema/360, surgiu o Infor-
mation Management System
(IMS), um “software” de base
de dados destinado a empre-
sas e grandes organizações,
inicialmente desenvolvido
no âmbito do projecto Apollo
11, da NASA (que levou o
primeiro homem à Lua) e
que seria o “trampolim que
permitiu o desenvolvimento
da base de dados DB2”, ainda
hoje usada por milhares de
clientes da IBM. ●
computadores .2
Blogue provocou
despedimento de jornalistas
T
RÊS JORNALISTAS do diário situações relatadas “são verdadei-
“O Primeiro de Janeiro” ras”, como explicou por E-mail a
foram, na semana pas- Computadores.
sada, despedidos por Segundo Joel Pinto, aquele
terem participado num espaço na Web servia para revelar
blogue e nele descreverem algu- as “experiências pessoais no jornal”
mas práticas comerciais do diário e, “como era um blogue inocente,
nortenho. Trata-se do primeiro nem nos preocupámos com o facto
caso em Portugal de despedimento de ser público ou privado”. “Até
motivado pela escrita em blogues, mencionamos qual era o jornal em
apesar de o mesmo já ter sucedido questão, tal a simplicidade com que
noutros países. encarávamos o blogue”.
Sérgio Moreira criou o blogue Foi para “denunciar determina-
“Diário de Um Jornalista” (diariode das situações e também — porque
umjornalista.blogspot.com) em 30 de não? — brincar com as coisas”, refere
Março e rapidamente o abriu a cole- Ricardo Simães, outro dos “bloggers”
gas para ali relatarem em público do “Diário” e que trabalhou no jornal
alguns procedimentos internos do entre Setembro de 2002 e Julho de
jornal — nomeadamente no departa- 2003.
mento responsável pelas chamadas Os jornalistas não deram conhe-
edições especiais (suplementos temá- cimento aos seus superiores da O que diz o Sindicato dos Jornalistas
ticos). Joel Pinto e criação do blogue,
uma outra jorna- PEDRO FONSECA até porque sabiam Há um dever de lealdade ou civilidade entre empregador e empregados mas
lista juntaram-se “de antemão que as os textos registados no blogue “Diário de Um Jornalista” podem situar-se
a um grupo de seis pessoas, no total, chefias não iriam gostar”; mas o seu “mais no campo da denúncia de ilegalidades” — refere Serra Pereira, res-
que passaram a animar o blogue. criador assume saber que se tratava ponsável do gabinete jurídico do Sindicato dos Jornalistas (SJ).“É um direito
Foram os três despedidos na semana de “um local de acesso público e, mais fundamental de qualquer cidadão e ainda mais de um jornalista revelar
passada. cedo ou mais tarde, iria ser desco- por qualquer meio” factos de que tenha conhecimento e que configurem
O “Diário” chamou a atenção berto”. E salienta que o problema ilegalidades.
para o facto e gerou alguma dis- “não está no que escrevemos” mas Não existindo falsidades nos textos,este advogado salienta que os despedimentos
cussão nos últimos dias nalguns “na coragem de denunciar estas dos jornalistas na semana passada poderão ser derimidos em tribunal. No caso de
blogues interessados no jornalismo situações”. infracções — como difamação ou atentados ao bom nome da empresa —, então
pelas práticas ali descritas. O seu As situações, segundo explicam, serão os autores do blogue quem terá de responder judicialmente. No entanto,
aparecimento levou mesmo à cria- estão relacionadas com o facto de o dificilmente podem ser acusados se se trata da divulgação pública de factos
ção do “Diário de Uma Jornalista no departamento comercial combinar que colidem com direitos fundamentais dos jornalistas ou constitucionalmente
Desemprego” e, num tom mais iró- a escrita de artigos com o fecho de estabelecidos.
nico, ao “Diário de Um Jardineiro”. contratos publicitários. “O nosso tra- Também Óscar Mascarenhas, presidente do conselho deontológico do SJ, consi-
Manuel Pinto, provedor do balho era em função dos contratos dera que nenhum jornalista pode ser despedido só por ter um blogue. Ao tê-lo e
“Jornal de Notícias” e um dos de publicidade que eles assinavam; escrever sobre a empresa onde trabalha, o que estas “podem invocar é que eles
membros do blogue “Jornalismo e não havendo contratos, não havia atingem o seu bom nome e há deslealdade do trabalhador”.
Comunicação” (webjornal.blogspot. entrevistas marcadas”, salienta Mas, neste tipo de casos, apesar do dever de lealdade, o jornalista não atraiçoa a
com), chamou-lhes os “novos prole- Joel Pinto. “Os delegados comer- empresa mas também não é cúmplice de actos menos legais cometidos por esta.
tários do jornalismo” e, noutro texto, ciais contactam as empresas ou as E especifica:“É ilegal ser um director comercial a dar ordens a um jornalista”(estes
considerou que “os materiais como o instituições ou entidades a estarem só podem recebê-las de quem tenha carteira jornalística ou título equiparado),
destes blogues vão ser importantes presentes num determinado traba- as empresas não podem “fazer publicidade subliminar” — fazendo passar por
nos estudos que se vierem a fazer lho e, em troca de um valor pago em jornalismo o que é publicidade — e toda a publicidade tem de ser identificada.
sobre os caminhos que trilha hoje o publicidade, o jornal oferece-lhe um “Se não mentiram no blogue”, refere Óscar Mascarenhas, os jornalistas
jornalismo”. espaço redactorial, no qual os res- “não praticaram um acto de deslealdade nem de encobrimento”. ● P.F.
Para Sérgio Moreira, a criação ponsáveis dessas empresas podem
do “Diário” blogue “foi o culminar falar do trabalho que fazem e dos
de um crescendo de frustrações e projectos que têm”. Para a direcção das condições de trabalho, Joel Pinto vigor há mais de um ano”, não vai
preocupações” destes jornalistas, da empresa, “o interesse imediato é o — que afirma ter tido um contrato receber qualquer indemnização nem
“e que, infelizmente, não tinham de celebrar contratos de publicidade de estagiário de 1º ano durante dois sabe se receberá o vencimento de
correspondência por parte dos e não o de vender jornais”, refere. anos e meio —, salienta que “nem o Abril. O blogue “vai continuar a cres-
editores”. E assume que todas as Reclamando ainda das exagera- próprio Sindicato [dos Jornalistas] cer e todas as situações reais serão
se interessa por estas questões, diariamente denunciadas”, refere
tanto mais que eles não reconhecem Sérgio Moreira. “Talvez dessa forma
o nosso trabalho como sendo jorna- o nosso esforço seja recompensado e
Casos noutras paragens lismo”. O blogue “foi o único meio os que ficaram possam ter melhores
que encontrámos para nos exprimir condições”.
Os jornalistas de “O Primeiro de Janeiro” poderão ter sido os primeiros des- livremente”. As “chefias deveriam, desde
pedidos em Portugal por manterem um blogue em que criticam os seus Quanto ao dever de lealdade que sempre, ter criado condições para
empregadores — mas já houve casos semelhantes no estrangeiro, nome- gere as relações entre empregador e que não fizesse sentido existir
adamente nos EUA. Em Fevereiro de 2002, o autor do blogue Dooce.com funcionários (ver caixa “O que diz o um blogue como o ‘Diário’”, refere
anunciou ter sido despedido porque os seus superiores não gostaram do sindicato”), o mesmo jornalista ques- Ricardo Simães. E “deveriam apro-
que ele escrevia no seu sítio na Web. “Eu fiz a cama onde me vou deitar”, tiona, entre outras queixas, “qual é a veitar esta celeuma para repensar o
escreveu na altura. lealdade de existir um departamento que tem sido a prática do ‘Janeiro’
Steve Olafson escrevia para o diário“Houston Chronicle”,do Texas, e mantinha o editorial que não correspondia às desde há algum tempo; deveriam
blogue“Brazosport News”quando os seus superiores hierárquicos descobriram, exigências fundamentadas dos seus reconhecer os erros”, refere.
em Julho de 2002, que ele gozava com alguns dos políticos locais, com colegas profissionais”, lembrando que “o Computadores tentou — repeti-
de um jornal concorrente e mesmo com o seu próprio jornal. Ele não informara comportamento de um funcionário damente mas sem sucesso — contac-
os editores do diário,que,quando descobriram,lhe ordenaram que encerrasse o perante a empresa reflecte o com- tar, por via telefónica e por E-mail,
seu sítio na Web e o despediram após o jornal concorrente divulgar a história. portamento da empresa perante o José Freitas. Apenas conseguiu
Neste ano,em Janeiro,Michael Hanscom trabalhava para a Microsoft quando funcionário”. chegar à fala com Carla Marques,
a empresa descobriu uma fotografia no blogue onde se mostravam compu- Os autores do blogue mantive- uma das editoras dos referidos suple-
tadores Macintosh a serem entregues nos seus escritórios de Seattle (EUA). ram o anonimato e não nomearam mentos, que remeteu o assunto para
Hanscom foi despedido por ter violado uma cláusula de confidencialidade as pessoas criticadas nos seus textos, o seu superior. Nassalete Miranda,
inscrita no contrato de trabalho. até ao passado dia 21, quando fala- directora editorial de “O Primeiro
Em Abril,uma jornalista foi igualmente despedida por manter o blogue“Sarcastic ram directamente de José Freitas, de Janeiro”, estava indisponível na
Journalist”.Sem explicações,ela julga que o seu editor terá analisado os seus aces- o responsável do departamento de sexta-feira e Eduardo Costa, admi-
sos à Internet e descoberto o endereço do blogue,onde leu textos que o visavam publicações especiais do diário. nistrador da empresa, como os res-
pessoalmente, a colegas e a entrevistados. ● P.F. Joel Pinto foi despedido “apesar tantes, não respondeu às tentativas
de ter um contrato de trabalho em de contacto telefónico. ●
S E G U N D A - F E I R A . 2 6 . A B R I L . 2 0 0 4
S E G U N D A - F E I R A . 2 6 . A B R I L . 2 0 0 4 computadores .3
 Estrela rap ganha
caso na ONU…
O cantor de rap Eminem
ganhou em tribunal um
caso de cibercrime contra
uma empresa britânica
acusada de uso abusivo
da marca registada da
estrela de rap num sítio
da Internet onde vendia
toques de telemóvel e
imagens para mensagens
— fez saber, na passada
semana, o departamento
da Organização das
Nações Unidas (ONU)
que se dedica à defesa da
propriedade intelectual
e dos direitos de autor. A
decisão foi anunciada pela
World Intellectual Property
Organisation (WIPO) das
Nações Unidas, que havia
nomeado um mediador
para examinar as queixas
contra Tim Mcintosh e a
Visitair Ltd., que um ano
antes haviam registado
o nome de domínio na
Web Eminemmobile.com.
Conforme o acórdão,
Eminem (cujo verdadeiro
nome é Marshall Mathers
III) alegara que a sua marca
registada e êxitos seus,
como “Real Slim Shady” e
“Stan” estavam disponíveis
no “site” da empresa, que
continha uma declaração
formal sublinhando o seu
carácter não oficial e o
facto de não estar ligado ao
artista cinco vezes vencedor
dos Grammy. ●
… e processa
também a Apple
O mediador canadiano
Nelson Landry, nomeado
pela World Intellectual
Property Organisation,
considerou que o registo
do nome de domínio havia
sido efectuado com má-fé
e que nem Tim Mcintosh
nem a Visitair Ltd detinham
quaisquer direitos ou
interesses legítimos neste
caso. Ficou determinado
que o nome de domínio
seria automaticamente
transferido para Eminem
no prazo máximo de dez
dias se a parte vencida não
contestasse judicialmente a
decisão da WIPO. Eminem,
um artista oriundo da
norte-americana cidade
de Detroit, foi o primeiro
cantor de rap a recorrer
aos expeditos e pouco
onerosos mecanismos
proporcionados pela
WIPO para a defesa da
propriedade intelectual,
seguindo as pisadas de
Madonna, Celine Dion
e Robbie Williams, cujas
pretensões obtiveram
acolhimento. Eminem
processou também, em
Fevereiro, a Apple Computer
Inc., por alegada infracção
dos direitos de autor da sua
canção “Lose Yourself”, usado
sem sua autorização pela
empresa de Steve Jobs num
anúncio televisivo. ●
computadores .4
release 3.0
Pequenas empresas:
as próximas histórias
de produtividade
H
á uns poucos de anos, tudo
rodava em torno da questão
da falta de produtividade: onde
é que estavam os benefícios
de todas aquelas tecnologias
de informação que toda a gente comprou
durante o “boom” da Internet e dessas
mesmas tecnologias de informação?
Agora, graças aos esforços de recuperação
da economia nos EUA, estamos a começar a
ver os efeitos: preços mais baixos mas também
maior desemprego, à medida que as grandes
empresas continuam a despedir pessoas ou a
restringir a contratação de outras, ou mesmo
a excluir novas admissões mesmo quando a
sua situação dá mostras de melhorar.
Tudo isto é, no entanto, apenas uma parte
da onda. Eu julgo que uma parte ainda mais
importante do impacto dos investimentos em
tecnologias de informação virão a tornar-se
ainda mais evidentes ao longo dos próximos
anos no mundo das pequenas empresas. Mas
o quadro terá um aspecto bem diferente.
Controlar o horizontal
De acordo com a Small Business Adminis-
tration dos EUA, em 2002, os 22,9 milhões
de empresas norte-americanas com menos de
500 empregados representavam mais de 9,7
por cento de todos os empregadores e empre-
gados em mais de metade dos trabalhadores
de todos os sectores de empresas privadas [ou
seja, de empresas não cotadas em bolsa].
Diversamente da tradicional grande
empresa, com a sua gestão do topo para a
base — e a burocracia e o desperdício daí
decorrentes —, a pequena empresa coordena
horizontalmente cada compra ou cada venda
de um produto ou de um serviço. Mas, até
agora, o processo de transacção era, muitas
vezes, oneroso e ineficiente. É difícil determi-
nar rigorosamente a qualidade e a fiabilidade,
comparar ofertas alternativas ou garantir o
assumir de responsabilidades.
Hoje, as pequenas empresas começam a
estar em condições de tirar partido da próxima
vaga de ganhos de produtividade proporcio-
nadas pelas tecnologias de informação. Esses
benefícios não advirão dos seus processos
internos: para o funcionamento de uma
pequena empresa, não faz grande diferença se
o seu proprietário consegue poupar meia hora
por semana no processamento dos salários.
O objectivo de uma pequena empresa
consiste, em geral, mais em gerar receitas
do que em reduzir os seus custos. O impacto
da Internet reside em ajudar estas empresas
a expandirem as suas receitas, a transaccio-
narem e a usarem os seus recursos de forma
mais eficiente, e a proporcionar às pessoas
que trabalham a tempo parcial ou numa
segunda actividade um maior desenvolvi-
mento dos seus negócios.
É difícil exemplificar esta ideia, porque as
situações podem ser as mais diversas: edito-
res de livros ou jornais, ou pintores de casas,
ou vendedores de automóveis ou lojas de foto-
grafia. Na sua maioria, serão empresas de
serviços e muitas delas de âmbito meramente
local. Os seus donos terão mais que fazer do
que dedicarem tempo à aprendizagem das
tecnologias de informação e essas empresas
serão demasiado pequenas para poderem
assumir grandes riscos: apenas cerca de
S E G U N D A - F E I R A . 2 6 . A B R I L . 2 0 0 4
E S T H E R D Y S O N
Uma parte ainda
mais importante
do impacto dos
investimentos em
tecnologias de
informação virão a
tornar-se ainda mais
evidentes ao longo
dos próximos anos no
mundo das pequenas
empresas. Mas o
quadro terá, então,
um aspecto bem
diferente.
metade das pequenas empresas conseguem
sobreviver para além de quatro anos — e um
ano mau pode mesmo acarretar a falência.
A paisagem em mutação
Mas porquê agora?
O mercado das pequenas e médias empre-
sas já havia sido descoberto. Em finais dos
anos 90, o serviço de alojamento de sítios
na Web chamado BigStep e uma horda de
concorrentes seus conseguiram angariar
investimentos de mais de mil milhões de
dólares para se dedicarem ao mercado das
pequenas empresas. Parte destes projectos
falhou porque dispuseram de dinheiro a mais;
mas também porque abordaram um mercado
que ainda não estava preparado para as suas
propostas.
“90 por cento dos nossos clientes ainda só
acediam à Internet através de ligações por
‘dial-up’ [a vulgar linha telefónica]”,lembra
Andrew Beebe, fundador da BigStep e hoje
“chief executive officer” (CEO) da empresa
Energy Innovations, em Pasadena (na Cali-
fórnia). Poucas eram as pequenas empresas
que detinham conhecimentos de tecnologias
de informação e os seus clientes nem sequer
estavam “on-line”.
Ora, hoje, a situação mudou. A banda
larga está a difundir-se — em especial nas
empresas — e muitos mais utilizadores estão
agora “on-line”. É já possível contratar a uma
entidade externa qualquer função que não
seja nuclear ao negócio da empresa e também
as pequenas empresas puderam passar a
tirar partido das economias de escala — não
por aderirem a uma bolsa especializada mas
através da eBay, da Staples e de fornecedores
como a Expedia, a Travelocity ou a Orbitz.
As pequenas empresas que vendem produ-
tos beneficiaram enormemente do exemplo da
Amazon.com e da plataforma proporcionada
pela eBay [o maior sítio mundial de leilões
“on-line”]. Jordan Galzier, director-geral do
departamento comercial da eBay, diz que são
cerca de 430 mil as empresas (na sua maioria,
de pequena dimensão) que vendem os seus
produtos através da eBay — quando, há dois
anos, elas não eram mais que 150 mil.
Mais recentemente, a Yahoo! Overture e
a Google AdWords passaram a exibir anún-
cios contextualmente relacionados com os
resultados das buscas “on-line”, acedendo
deste modo a um mercado tão grande como
inacessível até então.
Os serviços “on-line” estão também a
gerar negócio de forma explosiva. Esta é a
categoria mais recente e de crescimento mais
rápido, abrangendo tudo, desde “call centers”
ao “outsourcing”. Por ironia do destino, os ser-
viços “on-line” estão a descobrir um mercado
em expansão entre as pequenas empresas.
A nova empresa AssistU.com dá formação e
coloca assistentes virtuais “on-line” — pes-
soas que prestam serviços, como tratar dos
livros de contabilidade ou do preenchimento
de impressos e outra papelada —, permitindo
aos donos de pequenas empresas a externali-
zação deste tipo de funções.
Entrega ‘on-line’ de ‘pizzas’
Até ao momento, os mais atrasados nesta evo-
lução são os fornecedores de serviços locais,
das “baby sitters” à entrega de “pizzas”, da
higiene dentária à limpeza de casas. Embora
este tipo de empresas tenda a não se servir
muito dos computadores, o mercado só pre-
cisa realmente de uma coisa para se pôr em
movimento: de uma procura local efectiva.
Não tardará que o Google ou qualquer outro
comece a oferecer uma busca local eficaz e
abrangente, tornando o mercado dos serviços
locais também ele mais eficiente
Ainda há muito a fazer mas, no longo
prazo, as pequenas empresas poderão ver
mais mudanças significativas do que as
próprias grandes empresas. O progresso da
Internet nas comunicações entre os actores
da economia acabará por alterar a estrutura
de muitos mercados, bem como a eficiência
dos respectivos componentes.
No seu conjunto, é provável que vejamos
as pequenas empresas tornarem-se mais fle-
xíveis, mais ágeis e com maiores mercados
potenciais — mas também será mais difícil
para cada uma dessas pequenas empresas
vencer as suas concorrentes. ●
Esther Dyson (edyson@edventure.com) é analista das TI,
edita o boletim “Release 1.0”, é presidente da EDventure
Holdings (organizadora do PC Fórum) e foi,
até Novembro de 2000, presidente da Internet
Corporation for Assigned Names and Numbers (ICANN)
Exclusivo New York Times / PÚBLICO
 dica

Correr aplicações antigas no Windows (3) programas em diferentes surgem as opções de modo de
ambientes e com várias compatibilidade, as mesmas
Como já antes se disse, o Windows XP inclui alguns utilitários definições. que atrás mostrámos, e, na
que permitem testar e definir ambientes em que os programas Para o correr, carrega-se em Iniciar janela seguinte, as definições de
antigos possam ser executados. Um desses utilitários é e depois em Ajuda e Suporte. Na visualização (também as mesmas
semelhante ao que descrevemos na anterior edição para o janela da Ajuda, clica-se, do lado de antes).
Windows XP e está acessível nas Propriedades dos Atalhos dos esquerdo em baixo, em Corrigir Feitas as opções, surge uma
programas — sendo o procedimento igual ao que então foi um Problema. Na janela seguinte, janela como a da imagem para
explicado. à esquerda, sob Corrigir um se poder testar a compatibilidade
O separador Compatibilidade da janela Propriedades relativa Problema, prime-se Problemas executando o programa com
ao programa escolhido contém três áreas. Na primeira, escolhe- de Aplicações e de Software, as configurações escolhidas. Ao
se o modo de compatibilidade, existindo quatro opções: e, a seguir, no painel da direita, mesmo tempo que o sistema
Windows 95, com o Windows 98/ME, com o Service Pack 5 do escolhe-se Executar programas tenta correr o programa, a janela
Windows NT 4 ou com o Windows 2000. Antigos no Windows XP. Na ajuda do assistente passa para uma
A segunda área apresenta três definições de visualização que correspondente a este tópico, variante onde se pode escolher
não são alternativas, podendo ser activadas todas ao mesmo há uma ligação para o Assistente de Compatibilidade de continuar a testar com outras configurações. Quando se
tempo: executar em 256 cores, executar na resolução de ecrã Programas. Também se pode iniciar directamente o utilitário encontra a configuração correcta, escolhe-se a opção para
de 640 x 480 pixels, e desactivar temas visuais. A terceira área só através do comando Executar no menu Iniciar, escrevendo hcp: as aplicar, perguntando o programa, a seguir, se queremos
apresenta a opção de desactivar serviços avançados de texto //system/compatctr/compatmode.htm. enviar a informação das configurações à Microsoft para
para o programa. Aberto o Assistente, depois de uma primeira janela de “ajudar a melhorar a compatibilidade do programa”. Pode-se
Como alternativa à definição manual de compatibilidade apresentação e carregando em Seguinte, aparecem opções ainda consultar os ficheiros temporários que o programa
através desta funcionalidade, o Windows XP tem um Assistente quanto à escolha do programa a testar (seja por busca, através eventualmente envia, em formato do Bloco de Notas (ou seja,
de Compatibilidade de Programas que permite testar os do CD ou manualmente). Escolhido o programa a testar, com extensão .tmp). ● JOSÉ DOUTIL

PORQUE AINDA
HAVIA FILMES
DE QUE O PÚBLICO
ESTAVA À ESPERA.

S E G U N D A - F E I R A . 2 6 . A B R I L . 2 0 0 4 computadores .5
 AUTODESK FORUM 2004 EM LISBOA E NO PORTO, NA PASSADA SEMANA
Projectar e desenvolver
em três dimensões
A
AUTODESK, EMPRESA QUE desen-
volve “software” para projectos eventos foi o Autodesk Map 3D 2005, pro-
nas áreas da engenharia civil, duto destinado a técnicos de cartografia,
da arquitectura, da engenha-
ria mecânica e dos sistemas
de informação geográfica,
realizou na semana passada
— primeiro em Lisboa e
depois no Porto —, o Auto-
desk Forum 2005, eventos
que contaram com cerca de
1200 inscritos e englobaram
um conjunto de conferências
e sessões de demonstração.
A análise e integração em
3D nos sistemas de informa-
ção geográfica, a visualização
e distribuição de desenhos
ou a gestão de processos de
documentação foram alguns
dos temas abordados. Por
outro lado, produtos como o
Autodesk Map 3D, o Autodesk
MapGuide ou o recentemente
lançado AutoCAD 2005 foram objecto de
diversas demonstrações.
Nos espaços reservados à exposição
de produtos, os parceiros e clientes da
Autodesk puderam ver as novas versões,
experimentar as funcio-
nalidades mais recentes ISABEL GORJÃO SANTOS
e as vantagens das tec-
nologia da Autodesk. Nesta última edição
do Autodesk Forum, um dos principais
tópicos foi a tridimensionalidade — afinal, integração dos dados.
o 3D está cada vez mais presente na oferta
da Autodesk.
SOLBI ASSEGUROU O EXCLUSIVO DE DISTRIBUIÇÃO PARA TODA A EUROPA
Lifetech é nova marca de periféricos
U
MA NOVA MARCA de periféricos,
a Lifetech, foi apresentada
na passada quinta-feira pela
Solbi, um dos maiores distri-
buidores portugueses de equi-
pamentos de informática. Novos teclados,
ratos, câmaras para ligar ao computador
ou conjuntos de colunas de som estão já
no mercado.
A Solbi pretende basear o sucesso desta
nova marca numa política de preços que
torne os seus produtos mais acessíveis e
numa estratégia de exportação dos produtos
Lifetech para vários mercados europeus já no
próximo ano (na ordem dos 95 por cento do
total das respectivas vendas). Os produtos
desta nova marca são fabricados na China
e a Solbi assegurou o exclusivo de distribui-
ção em toda a Europa, sendo, aliás, também
responsável pela afirma- ç ã o
da nova marca e por
todas as iniciativas de
“marketing”.
Nuno Barradas,
director da Solbi Tra-
ding, considera que
a nova marca “será
uma aposta ganhadora
da Solbi, uma vez que a Lifetech
tem todos os requisitos necessários
para se tornar um verdadeiro sucesso
comercial, quer em termos de mer-
cado nacional quer no que toca ao
mercado externo”.
Entre os novos produtos da
Lifetech, figura um conjunto
computadores .6
Uma das principais novidades dos
a gestores de redes de infra-estruturas, a
projectistas ou geógrafos, que agora se vêem
apetrechados de funcionalidades em 3D.
Construído sobre a plataforma do prin-
cipal produto da Autodesk, o AutoCAD, o
novo Autodesk Map 3D permite importar
e exportar desenhos em diversos formatos
electrónicos. Um gestor
de vistas ou a capacidade
de mapeamento temático
melhoram agora este produto, que está
também mais rápido e permite uma melhor
Criar superfícies a 3D e gravar infor-
mação espacial precisa, analisar super-
com os três periféricos mais habituais:
um teclado de ligação PS2, colunas
de som de 160 Watts e um rato de
dois botões com uma roda central
de “scroll” (já disponível em preto
por 14,90 euros).
A nova marca integra também
um conjunto de colunas de som
5.1 composto por um “subwoofer”
de 5 Watts e cinco colunas satélite de 3
Watts cada (conjunto disponível por 19,90
euros). Nas colunas de som, uma outra
alternativa é o sistema 2.1, composto por
um “subwoofer” de madeira e duas colunas,
num total de 489 Watts (38,90 euros).
Nos ratos, a Lifetech dispõe de um rato
óptico sem fios que comunica com o PC atra-
vés de um pequeno receptor do tamanho de
uma chave ou de uma “caneta” de memória
para porta USB. Este modelo custa 29,90
euros e tem a particularidade de integrar
pilhas recarregáveis e um
cabo de recarga através
de uma porta USB.
Ou seja, quando as
pilhas começam a
falhar, basta ligar o
rato ao carregador e
usá-lo como se fosse
um rato com fios. Um
outro rato óptico, mas
com fios, foi também apre-
sentado: custa 13,90 euros e
tem uma barra central com luzes
de diversas cores.
As novidades em conjuntos de
S E G U N D A - F E I R A . 2 6 . A B R I L . 2 0 0 4
fícies utilizando funções de visualização
temática e suavização de superfícies ou
criar representações em 3D das superfícies
— incluindo curvas de nível, triangulação e
mapas temáticos de elevações — são algu-
mas das funcionalidades deste produto.
Gerir e produzir mapas ou desenhar infra-
estruturas são ainda tarefas possibilitadas
pelo Autodesk Map 3D.
Disponibilizar a informação para uma
maior quantidade de pessoas em equipas
pluridisciplinares, integrar diversas fontes
e utilizar ferramentas de desenvolvimento
para construir aplicações personalizadas
são também funcionalidades do novo
Autodesk MapGuide 6.5. Com esta nova
versão, é também possível ligar entidades
e objectos do mapa a conteúdos multimédia,
teclado e rato sem fios são duas, ambas uti-
lizando uma tecnologia de radiofrequência a
27 MHz; estão disponíveis por 29,90 e 44,90
euros, respectivamente.
Dois novos “hubs” de portas USB já na
versão 2.0 (mais recente e mais rápida)
foram ainda apresentados pela Solbi: um,
mais largo e com uma base que permite
colocá-lo na secretária, indicado para PC;
e outro, mais pequeno, criado a pensar nos
computadores portáteis. Ambos os modelos
permitem adicionar ao computador quatro
novas portas USB, custando 19,90 e 13,90
euros.
Para quem necessita
de um equipamento
capaz de efectuar a
leitura dos vários tipos
de cartões de memória
existentes, a Lifetech
apresentou o Card Reader
8 em 1, que abrange oito tipos
diferentes de cartões e custa
19,90 euros.
Duas novas câmaras digi-
documentos ou relatórios, sendo também
possível definir a escala dos mapas para
os enquadrar na impressão e controlar os
elementos do mapa — tais como o título,
a legenda, a escala ou a direcção. A facili-
dade de instalação e a rápida
aprendizagem foram também
alvo dos esforços que conduzi-
ram a este produto.
Integrar, visualizar e
apresentar dados de sistemas
de informação geográfica,
engenharia civil ou projectos
de gestão de infra-estruturas
é o propósito do Envision 8.
Consideram os responsáveis
da Autodesk que esta nova
versão é uma ferramenta de
2D e 3D bastante fácil de
usar pelos profissionais da
cartografia, do planeamento
do território, da engenharia
civil e da gestão de infra-
estruturas. Analisar objectos
e efectuar medições, introduzir dados sobre
um terreno já criado ou desenvolver anima-
ções são algumas das funcionalidades deste
produto, que permite também, aos enge-
nheiros civis ou arquitectos paisagistas,
construir ferramentas para análises de
declive, aspecto ou visibilidade.
Na área da engenharia civil, a Auto-
desk apresentou também novas versões
de produtos, como o Autodesk Land
Desktop 2005, o Autodesk Civil Design
2005, o Autodesk Survey 2005 e o Auto-
desk Raster Design 2005. ●
tais para computador foram
também apresentadas.
Trata-se de câmaras
com ligação USB e
que, em modo de vídeo,
possuem uma resolução
de 30 “frames” por segundo
e integram também três luzes
para iluminar o ambiente de traba-
lho e um microfone unidireccional.
Os preços destas câmaras são 27,90 e
29,90 euros, respectivamente.
Os dispositivos de memórias com liga-
ção por USB são também uma das apostas
desta nova marca, tendo sido lançados
modelos compatíveis com norma 2.0 do
USB com capacidades de 128 MB (39,90
euros), 256 MB (79,90 euros) e 512 MB
(149,90 euros).
O TV in a Box é um equipamento que,
além sintonizador de sinal televisivo, per-
mite efectuar a edição de vídeo, com liga-
ção USB e que recebe imagens (e grava-as
para) de CD, DVD ou VHS nos formatos
AVI, VCD, DVD e MPEG integra também
a oferta da Lifetech, incluindo controlo
remoto e custando 79 euros.
Para um futuro próximo estão
pre- vistas outras novidades
da Lifetech, nome-
adamente relacio-
nadas com leitores
de MP3, máquinas
fotográficas digitais ou
outros acessórios para
computador. ● I.G.S.
Bruxelas processa Estados ‘atrasados’…
A Comissão Europeia solicitou na passada terça-feira
a intervenção do Tribunal Europeu de Justiça contra a
Alemanha, a França, a Bélgica, a Grécia o Luxemburgo e a
Holanda por estes países não terem ainda adoptado as novas
regras respeitantes às comunicações electrónicas, como as
telecomunicações móveis e a Internet. Segundo Comissão,
citada pela AFP, o novo quadro jurídico da União Europeia
— que deveria ter entrado em vigor em todos os Estados-
membros em Julho de 2003 — prevê uma regulamentação
“menos penalizadora” para as redes de comunicações
electrónicas e pretende “contribuir para que os serviços
estejam disponíveis em todos os países da União”. ●
… em defesa das empresas e dos particulares
A legislação incidirá sobre um conjunto de redes e de serviços,
do telefone privado ou do telemóvel à banda larga e à
Internet em geral.“Ao cabo de nove meses de atraso e de duas
www.publico.pt
advertências”, o comunicado explica que a Comissão Europeia
decidiu recorrer à justiça, ao mesmo tempo que reconheceu
que se haviam registado progressos após a sua primeira
advertência, no Outono passado, em países como Portugal e
Espanha, que acabaram por adoptar as medidas necessárias.
“A Holanda adoptou igualmente a nova legislação” na passada
semana e “é provável que a França conclua em breve a
adequação das regras nacionais, o que será tido em conta”. Ao
recorrer à justiça, Bruxelas entendeu “enviar uma mensagem
clara a todos: é inaceitável adiar mais estas importantes
reformas, em prejuízo das empresas e dos particulares”. ●
UE quer Net mais segura para menores
Os ministros das comunicações da União Europeia querem
tornar a Internet mais segura para as crianças e acolheram uma
proposta da Comissão Europeia neste sentido — anunciou
na passada quinta-feira o ministro irlandês Dermot Ahern.
Informalmente reunidos em Dundalk, no Nordeste da Irlanda,
os ministros comprometeram-se a chegar a um acordo na sua
S E G U N D A - F E I R A . 2 6 . A B R I L . 2 0 0 4
próxima reunião, em Junho, quanto à proposta da Comissão
Europeia que prevê afectar cerca de 50 milhões de euros num
período de cinco anos à luta contra a pornografia infantil e
o racismo na Internet, tornando-a menos vulnerável a este
tipo de usos. De acordo com um estudo realizado pela SAFT,
uma associação de protecção à infância na Web, cerca de um
em cada dois jovens na Europa Setentrional foi já “abordado”
pela Internet visando a marcação de encontros. Na prática,
a iniciativa da União Europeia assentará, entre outros meios,
na criação de “linhas vermelhas” directas a serem postas à
disposição dos cidadãos para que estes possam dar conta
de conteúdos ou mensagens na Internet que possam ser
consideradas ilícitas ou prejudiciais. Segundo a Comissão
Europeia, este sistema já deu mostras da sua potencial eficácia
quando, no ano passado, em Espanha,“graças a um simples
telefonema”, foi desencadeada uma investigação que levou
ao desmantelamento de uma rede mundial de pornografia
infantil.“A banda larga traz muitas vantagens aos utilizadores
e às empresas mas, como legisladoras, temos também que
considerar (...) os perigos envolvidos”, declarou Dermot Ahern. ●
computadores .7
 virose
Dia 26

Três novas variantes do ‘verme’ Netsky
A semana que passou viu surgir mais uma leva de
variantes do Netsky, um “worm”de distribuição
em massa por correio electrónico. A quantidade
de variantes já descobertas deste “verme”(nesta
semana, chegou-se ao Z) já colocou o problema
de como se deverão chamar as próximas a surgir
— havendo quem ponha a hipótese de usar uma
conjugação de duas letras, do tipo AA e AB, por
exemplo.
Surgido na terça-feira, o Netsky.X foi classificado por
algumas empresas de programas antivírus como
sendo de perigosidade média. Esta variante é, no
essencial, semelhante à sua antecessora Netsky.W,
surgida no fim da semana anterior mas que foi
considerada pouco perigosa.
A principal característica do Netsky.X é que ele
está programado para enviar mensagens em nove
línguas — em geral, os “worms”não vão além das
duas a três línguas —, dependendo a escolha
do idioma da extensão correspondente ao país
existente no domínio do endereço de E-mail. Os
idiomas abrangidos são os de Inglaterra, Suécia,
Finlândia, Polónia, Noruega, Portugal, Itália, França e
Alemanha.
As mensagens a enviar para os endereços
portugueses apresentam o assunto “Re: original”,o
texto “Leia por favor o original”e o ficheiro anexo
chama-se Original.pif. Para os outros domínios,
a mensagem é em inglês e com diferentes
características — assunto:“Re: document”; texto:
“Please read the document.”; ficheiro anexo:
Document.pif.
O Netsky.X copia-se a si próprio para o ficheiro
FirewallSvr.exe na pasta do Windows e cria aí
também uma cópia codificada em formato MIME
com o nome Fuck_you_bagle.txt. Ele “escuta”
a porta TCP 82 à espera do “download”de um
executável, que correrá automaticamente quando
for detectado.
Entre os dias 28 e 30 de Abril, o Netsky.X
tentará levar a cabo um ataque do
tipo “denial of service”(DoS)
contra os sítios www.nibis.de,
www.medinfo.ufl.edu e
www.educa.ch.
O Netsky.Y é uma variação
do anterior
e surgiu
também na
terça-feira
(dia 20), tendo
sido classificado com o
mesmo nível de perigosidade
daquele. O que os distingue são as mensagens
que o propagam: o remetente é retirado da lista de
endereços que o “worm”encontra no computador
infectado, enquanto o assunto é só em inglês:
“Delivery failure notice (ID-<número aleatório>)”.
O texto da mensagem é o seguinte:
“--- Mail Part Delivered ---
220 Welcome to
Mail type: multipart/related
--- text/html RFC 2504
MX [Mail Exchanger] mx.mt2.kl.<palavra aleatória>
Exim Status OK.
< palavra aleatória > message is available.”
A < palavra aleatória > pode ser uma das seguintes:
“New”,“Partial”,“External”ou “Delivered”.
O ficheiro anexo das mensagens apresenta um
nome com a estrutura www.<nome de domínio
aleatório>.<nome de utilizador aleatório>.session-
< número aleatório >.com.
Surgido na quarta-feira, o Netsky.Z não foi
considerado tão perigoso como as variantes X e Y.
Este “worm”copia-se a si próprio para o ficheiro
Jammer2nd.exe na pasta do Windows, onde
OS VÍRUS DA SEMANA
W97M/Alamat, W97M/Cobra.a1,
VBS/Gaggle@MM, WM/TAMAGO.A,
W95/CIH.1003, X97M/Reten.d, WM/
MDMA.C;D;H
Dia 27
também cria um WM/MDMA.C;D;H, WM/HELPER.F;G;H,
ficheiro em VBS/Gaggle@MM, W97M/Trugbar.a,
formato W97M/Cobra.a1, W97M/Alamat, W97M/
Zip que Jackal.A
contém o
Dia 28
“worm”com W97M/Alamat, W97M/Clave.a,
o nome W97M/Cobra.a1, W97M/Ekiam,
PK_ZIP_ALG.LOG. VBS/Gaggle@MM, WM/Eraser.B;C:Tw,
Ainda na mesma WM/MDMA.C;D;H, VBS/Baracu.A@mm,
pasta, cria outras oito W97M/Este
cópias em formato Zip e
codificadas em MIME com Dia 29
WM/MDMA.C;D;H, VBS/San@M,
o nome PK_ZIPn.LOG, onde o “n”corresponde a um VBS/Valentin@MM, VBS/Gaggle@MM,
número inteiro entre 1 e 8. W97M/Cobra.a1, W97M/Bablas.aj,
A porta TCP monitorizada pelo Netsky.Z é a 665 W97M/Beko.a@MM, W97M/Alamat
mas o objectivo é o mesmo dos anteriores. Ele
também tentará levar a cabo um ataque do tipo Dia 30
DoS contra os mesmos sítios que os anteriores mas W97M/Alamat, W97M/Jackal.A,
entre as datas de 2 e 5 de Maio. W97M/Cobra.a1, VBS/Gaggle@MM,
VBS/Terrosist.ow, X97M/Anis, XM/
As mensagens que propagam o Netsky.Z
Laroux.IC, Tribute.A;B, W97M/Fifteen.a,
podem ter um dos seguintes assuntos:“Hello”, WM/MDMA.C;D;H, FHD.A, AOS.A, X97M/
“Hi”,“Important”,“Important bill!”,“Important data!”, Clonar, VBS/Loveletter.ar, W32/Urick@MM
“Important details!”,“Important document!”,
“Important informations!”,“Important notice!”, Dia 1
“Important textfile!”,“Important!”ou “Information”. VBS/Zync, WM/CVCK1.B;E, Tribute.A;B,
O seu ficheiro anexo, no formato Zip, pode ter um Acid.A (intended), WM/Theatre.A,
dos seguintes nomes: Bill.zip, Data.zip, Details.zip, W97M/Shore.p, W97M/Tarap, WM/
BADBOY.A;B;C, W97M/Bablas.aj,
Important.zip, Informations.zip, Notice.zip, JS/Gigger.a@MM, W32/PetLil@MM, VBS/
Part-2.zip ou Textfile.zip. estes ficheiros contêm Alphae, W97M/Change.A, W97M/Jany.a,
outros, executáveis, que, por sua vez, podem ter X97M/Hopper.r, VBS/Bhong, W97M/
os seguintes nomes: Bill.txt (muitos espaços) Alamat, W97M/Ekiam, VBS/Aqui, W97M/
.exe, Data.txt (muitos espaços) .exe, Details.txt Kolop, VBS/LoveLetter.bi, VBS/Count
(muitos espaços) .exe, Important.txt (muitos
espaços) .exe, Informations.txt (muitos espaços) Dia 2
VBS/Aqui, W97M/Trugbar.a, W97M/
.exe, Notice.txt (muitos espaços) .exe, Part- Alamat, W97M/Jany.a, WM/Alliance.A,
2.txt (muitos espaços) .exe, Textfile.txt (muitos VBS/Baracu.A@mm, Flip, WM/
espaços) .exe. ● JOSÉ DOUTIL Helper.C;D;E

.com

Microsoft vende mais e lucra menos…
Os lucros da Microsoft caíram 38 por cento para 1320 milhões de
dólares no primeiro trimestre de 2004 devido a custos com processos
judiciais mas as suas vendas cresceram 17 por cento (para 9180
milhões de dólares) face ao período homólogo anterior sobretudo
graças à procura de novos computadores e servidores, a maioria
dos quais são vendidos com o seus sistemas operativos Windows.
Segundo os responsáveis da Microsoft, a recuperação nas vendas foi
mais sensível na vertente do consumo do que na vertente empresarial.
Os resultados líquidos foram penalizados pelos custos com a
resolução extrajudicial de processos (entre os quais um com a Sun
Microsystems), no valor de 2 mil milhões de dólares. A mais recente
multa (de 417 milhões de euros) imposta pela Comissão Europeia só
provisoriamente entra nestas contas, pois este processo encontra-
se em fase de recurso junto das instâncias judiciais superiores da
União Europeia. Nos custos extraordinários imputados às contas
deste trimestre, a Microsoft incluiu 501 milhões de dólares relativos a
compensações aos seus empregados relacionadas com acções. ●
… e chega a acordo com a Intertrust
A Microsoft vai pagar 360 milhões de euros à Intertrust para pôr
termo a um litígio judicial em torno da patente de um “software”
destinado a garantir a segurança de materiais digitais, como filmes
e música — anunciaram na passada semana as duas empresas.
A Intertrust, parcialmente detida pela Sony e pela Philips, acusara
a Microsoft de infringir as suas patentes no programa Windows
Media Player, incluído no sistema operativo Windows XP. A empresa
norte-americana refutou todas as acusações mas aceitou pagar a
indemnização a fim de garantir um acordo extrajudicial, cujos termos
põem cobro a quaisquer litigações, presentes e futuras, referentes à
tecnologia em causa, conforme noticiou a agência Lusa. ●
Novis comprou KPNQwest Portugal
A Novis, o operador de rede fixa da Sonaecom (e onde a France
Telecom detém uma quota de 43,3 por cento), anunciou na passada
sexta-feira a aquisição da KPNQwest Portugal. Para Luís Reis,
administrador executivo da Sonaecom com a responsabilidade pelos
negócios de telecomunicações fixas, Internet e multimédia,“este
acordo enquadra-se perfeitamente na estratégia da Novis porque
permite reforçar de imediato a posição da empresa no mercado
empresarial”.A KPNQwest Portugal actua sobretudo na prestação
de serviços de Internet e de “hosting”ao mercado empresarial, com
base numa infra-estrutura de rede gerida directamente por si — pelo
que será possível uma rápida migração para a infra-estrutura da
Novis, que conta já com 3500 quilómetros de fibra óptica instalada.
Para David Antunes,“chief executive officer”(CEO) da KPNQwest
Portugal,“este acordo representa uma oportunidade para aumentar a
competitividade da oferta da KPNQwest”.O acordo agora estabelecido
prevê um pagamento máximo de 11,5 milhões de euros. ●
Receitas da SAP crescem 5 por cento
A SAP anunciou os seus resultados financeiros preliminares para
o primeiro trimestre de 2004, findo a 31 de Março, com receitas na
área do “software” de 370 milhões de euros — mais 5 por cento
se comparado com os 352 milhões de euros em 2003. As receitas
relativas a “software” nos EUA, por outro lado, aumentaram 45 por
cento. O total de receitas foi de 1600 milhões de euros, resultado
superior em 2 por cento aos 1500 milhões alcançados em 2003.
A percentagem de encomendas de novos clientes foi de 33
por cento, o melhor índice dos últimos dois anos. Os resultados
operacionais foram de 333 milhões de euros, mais 12 por cento
que no ano anterior. Os resultados operacionais pró-forma foram
de 332 milhões de euros, o que representa um crescimento de
9 por cento se comparado com 2003. O “cash flow” operacional
cifrou-se nos 859 milhões de euros, 9 por cento acima do valor
registado no período homólogo de 2003. ●
Vendas da Nokia desceram 2 por cento
O volume de vendas da Nokia Mobile Phones decaiu 2 por cento,
para 6600 milhões de euros, face aos resultados obtidos no primeiro
trimestre de 2003. Os resultados operacionais ascenderam a 1100
milhões de euros, com uma margem operacional de 17,2 por cento.
As vendas da Nokia Mobile Phones, por sua vez, diminuíram 15 por
cento para 4300 milhões de euros, embora, na área do multimédia,
tenham crescido 60 por cento, para 776 milhões de euros.Também no
segmento de soluções empresariais as vendas ascenderam aos 189
milhões de euros, registando um aumento de 95 por cento. As vendas
da Nokia Networks aumentaram 16 por cento para 1400 milhões de
euros, registando um resultado operacional de 182 milhões de euros
e uma margem operacional de 12,9 por cento. Jorma Ollila, presidente
e CEO da Nokia Mobile Phones, lembrou que, no primeiro trimestre, a
empresa registou um crescimento de 19 por cento na circulação de
aparelhos móveis,“que se revela inferior ao registado na globalidade
do mercado e reflecte que a Nokia não foi capaz de explorar, em todas
as vertentes, o período de recuperação do mercado que geralmente
se verifica no mês de Março”. ●
e-Chiron facturou 2,5 milhões em 2003
A e-Chiron, empresa de gestão de aplicações de “software”,registou
um crescimento no volume de negócios em 2003, tendo alcançado
uma facturação de cerca de 2,5 milhões de euros. Este desempenho
deveu-se sobretudo à aposta da empresa nos serviços integrados de
tecnologias de informação. Do valor total de facturação, 65 por cento
correspondem à área de “outsourcing”e os restantes 35 por cento
à área de “software”e serviços. Segundo Luís Vieira, administrador
da e-Chiron,“a oferta de serviços integrados da empresa registou
uma excelente aceitação no mercado, pois as empresas estão
concentradas na redução de custos, e as soluções de ‘outsourcing’
da e-Chiron têm contribuído para o objectivo dos nossos clientes”.
A e-Chiron finalizou o ano de 2003 com um total de 21 clientes,
nomeadamente a Associação de Empresas de Construção e Obras
Públicas (Aecops), a BMW Financial Services (subsidiária portuguesa),
o Centro de Informação Europeia Jacques Delors e a Vodafone, entre
outros, totalizando mais de 2500 utilizadores. ●
NGS cresceu 45 por cento no ano
A NGS, fabricante de periféricos e acessórios para computador,
registou receitas líquidas no valor de cerca de 1,5 milhões de
euros no ano fiscal de 2003, o que significa um aumento de cerca
de 45 por cento quando comparado com o período homólogo
do ano anterior. Já no primeiro trimestre de 2004, a NGS continua
a registar um crescimento nas receitas líquidas. Estas foram
de 420 mil euros, o que representa um crescimento de 22 por
cento face ao primeiro trimestre de 2003. O crescimento que a
NGS registou no mercado nacional foi sustentado, em 2003, por
acontecimentos como o início da distribuição dos seus produtos
na cadeia de supermercados Feira Nova e na rede de lojas San
Luís. Por outro lado, a NGS iniciou as negociações com um dos
maiores distribuidores do canal informático na zona centro do
país, a DX4, com o objectivo de alargar a comercialização dos
periféricos NGS nesta área geográfica. Os produtos que mais
contribuíram para o crescimento da NGS no último ano foram os
ratos, os teclados, as colunas de som e as “webcams”. ●

computadores .8 S E G U N D A - F E I R A . 2 6 . A B R I L . 2 0 0 4
 LOGITECH APRESENTOU UMA NOVA GAMA DE TECLADOS E RATOS SEM FIOS
Um rato com oito botões
para melhor navegar
N
OVOS TECLADOS e ratos
sem fios ou auriculares
para telemóveis foram
apresentados pela Logi-
tech na última edição
da CeBIT, a feira de tecnologia rea-
lizada em Março, em Hanover (Ale-
manha). Na semana
passada, a empresa
ISABEL GORJÃO SANTOS
apresentou esses
novos produtos em Portugal, a par
dos resultados financeiros que indi-
cam um crescimento de 34 por cento
no último ano fiscal (ver notícia na
pág. 8).
Entre essas novidades, está o
novo Cordless Desktop Express, um
conjunto de teclado e rato sem fios. O
teclado integra teclas para um acesso
mais simples e directo à Internet ou
ao correio electrónico, para além do
acesso a uma calculadora e a funções
multimédia. O teclado está disponível
nas cores branca e azul e tem a acom-
panhá-lo, neste conjunto, um novo
rato óptico sem fios: o Cordless Pilot
Optical Mouse.
Com dois botões e uma roda para
deslocação no ecrã, este rato é simples
de instalar, proporciona uma “navega-
ção” mais rápida por documentos ou
pelas páginas da Internet e pode ser
usado com qualquer das mãos. O con-
junto de teclado e rato custa cerca de 50 usado com a
euros mas quem apenas necessitar de
um rato poderá adquirir o novo modelo
por aproximadamente 30 euros.
Outra das novas propostas da
Logitech é o rato MX 510, um modelo
óptico que a Logitech criou a pensar em
quem gosta de jogar ou pretende um
rato mais avançado. O MX510 possui
nada menos que oito (8!) botões progra-
máveis e integra o sistema de desloca-
ção Cruise Control, desenvolvido pela
VÍDEO POLICIAL QUE CAPTOU SUICÍDIO DIVULGADO NUM SÍTIO PORNOGRÁFICO
‘O meu filho morreu duas vezes’
U
M VÍDEO DE UM SISTEMA
vigilância que mostrava
um homem a suicidar-
se surgiu, mais tarde,
num sítio pornográfico
da Web. O suicídio verificara-se na
entrada de um prédio num bairro
pobre de Nova Iorque, nos EUA, e
a sua disponibilização na Internet
trouxe de novo para a ordem do dia a
questão do controlo das imagens pro-
duzidas pelos sistemas de segurança
em espaços públicos e semipúblicos.
As imagens deste caso referiam-se
ao suicídio, com um tiro na cabeça, de
Paris Lane, um jovem de 22 anos que
sofria de perturbações psicológicas.
Segundo a agência Reuters, o vídeo foi
registado por um sistema de vigilân-
cia montado pela polícia local, o qual
— segundo alegaram diversos especia-
listas e a família do falecido, que poderá
vir a processar as autoridades policiais
— funcionava sem qualquer restrição
de salvaguarda da privacidade.
“Eu não sou contra as câmaras de
vigilância”, afirmou Martha Williams,
mãe da vítima. “Mas quero saber
quem é que tem acesso às gravações,
em que mão é que elas andam. O meu
filho morreu duas vezes: a primeira
Logitech, que permite percorrer mais
rápida e facilmente as páginas da Web
e os documentos mais longos. O preço
deste modelo rondará os 50 euros.
O rol de novos ratos da Logitech
integra ainda os modelos Cordless
Click! Optical Mouse e Cordless Click!
Plus Optical Mouse.
Trata-se de ratos
ópticos, sem fios, que
vêm acompanhados de um pequeno
receptor — do tamanho de uma chave
de carro ou de um isqueiro — que se
ligam a uma porta USB do computador
e que permitem estabelecer a comuni-
cação entre a máquina e o rato. Quem
tiver dificuldade em ligar o receptor
à porta USB (por não ter nenhuma
porta deste tipo disponível ou
por a ter menos acessível,
na parte de trás do
PC), poderá utilizar
as extensões e
os adaptadores
propostos pela
Logitech.
Enquanto
o Cordless
Click! Plus
foi conce-
bido exclu-
sivamente
para ser
mão direita,
o Cordless
Click! adapta-
se a ambas as
mãos (e custando
respectivamente 60
e 45 euros).
Desde 1991, ano em que
a empresa lançou os primeiros
dispositivos sem fios, a Logitech já
vendeu cerca de 45 milhões destes
de quando se matou; a segunda quando
o mostraram ‘on-line’.”
O vídeo — cujas imagens foram
captadas no dia 16 de Março e apre-
sentavam muito “grão” — mostra
Paris Lane na entrada de um prédio
de apartamentos abraçado a uma
rapariga, com uma arma apontada à
boca e a premir o gatilho. Segundo a
polícia, Paris lane, que ambicionava
ser estrela de rap, estava muito depri-
mido porque a namorada queria pôr
termo à relação.
Mais tarde, essas mesmas imagens
apareceram num “site” repleto de ima-
gens racistas e violentas, apresentada
com a seguinte frase: “Projectos de
Realojamento com Auto-Limpeza”. “As
imagens passam, voltam ao princípio e
voltam a passar”, disse a mãe de Lane.
“É por isso que alguma coisa terá que
resultar deste inquérito. Eu quero que
o vídeo do meu filho desapareça por
completo da Web.”
A polícia disse que o caso está a ser
investigado e, segundo o jornal “New
York Post”, terá apurado que a grava-
ção fora parar ao computador de um
agente dos arredores de Nova Iorque
— o qual teria alegado que a recebera
por E-mail, enviada por um amigo.
S E G U N D A - F E I R A . 2 6 . A B R I L . 2 0 0 4
equipamentos em todo o mundo. De
acordo com dados da empresa de estu-
dos de mercado International Data
Corporation (IDC), dos cerca de 255
milhões de computadores pessoais
instalados nos lares e empresas de todo
o mundo, apenas 8 por cento dispõem
de ratos ou teclados sem fios.
Os ratos para portátil também
desde há tempos que fazem parte
do catálogo da Logitech — e, aqui, a
novidade reside no Notebook Optical
Mouse Plus, um pequeno rato com
fio retráctil, que pode ser facilmente
transportado e utilizado, por exemplo,
em viagem de comboio ou avião.
No ano passado, a Logitech
investiu também nos acessórios para
telemóveis, nomeadamente
nos auriculares (sem fios,
claro) assentes na tec-
nologia Bluetooth.
A versão em uso
desta tecnolo-
gia permite a
comunicação
entre disposi-
tivos através
de uma fre-
quência de
rádio com
um raio
de acção
de cerca de
10 metros.
Agora, a Logi-
tech melhorou
estes auriculares
— os Logitech
Mobile Bluetooth —
ao desenvolver a tecno-
logia Adaptative Frequency
Hopping (AFH), a qual permite
ouvir em melhores condições mesmo
nos ambientes mais ruidosos. ●
No inquérito promovido pela
autarquia de Manhattan, as auto-
ridades afirmaram que os sistemas
de vigilância remota têm ajudado a
reduzir o número de crimes mas reco-
nheceram que os agentes policiais não
têm recebido formação no que respeita
às questões de privacidade postas por
tais sistemas. “Se este caso mostra
alguma coisa, é que são necessárias
mais garantias [para os cidadãos]”,
disse Hiram Monserrate, um antigo
elemento das forças policiais e hoje
membro do conselho municipal de
Nova Iorque.
Esta cidade instalou cerca de 3100
câmaras nos bairros residenciais
mais pobres, onde vive algo como 5
por cento da população — declarou
Beth Haroules, advogado da New
York Civil Liberties Union. A grande
maioria destas pessoas pertencem às
chamadas minorias étnicas (negros,
hispânicos, asiáticos). Ainda segundo
Hiram Monserrate, as referidas câma-
ras proporcionam maior segurança
mas “é indispensável que haja proces-
sos que garantam que as pessoas que
vivem nestes complexos residenciais
não vejam negado o seu direito à pri-
vacidade”. ● ELLEN WULFHORST / Reuters
da.net
Países escandinavos são
os que mais usam a Web…
Os países escandinavos, como a Suécia e a Dinamarca, surgem
à cabeça da lista de países industrializados que mais usam a
Internet, de acordo com um estudo publicado há uma semana
pela Economist Intelligence Unit (EIU), o centro de pesquisas
da revista semanal britânica “The Economist”.Os países desta
região ocupam quatro dos cinco lugares cimeiros entre 64
países desenvolvidos abrangidos no relatório anual relativo
a 2004. A Dinamarca, com 8,28 pontos num máximo de 10,
encabeça a lista ; segue-se o Reino Unido, com 8,27 pontos.
A Suécia (8,25 pontos), a Noruega (8,11) e a Finlândia (8,08)
completam o quinteto.“A região escandinava distingue-se pela
profundidade com que a Internet transformou as transacções
comerciais, pela abertura dos cidadãos a integrarem as
tecnologias de informação na sua vida quotidiana e pelo
forte estímulo dos seus governos”,sublinha o estudo da EIU.
Os países escandinavos situam-se, assim, à frente dos EUA, na
sexta posição, do Canadá (11ª) ou da Austrália (12ª), os quais
foram os pioneiros na adopção da Internet. ●
… mas os asiáticos vão à frente
na banda larga
Também o Sudeste asiático se destaca, com Singapura a
registar a maior progressão: de 12ª em 2003 para sétima agora.
“Tal como os seus vizinhos, Hong Kong (9ª) e a Coreia do
Sul (14ª), Singapura é líder mundial no acesso à Internet por
banda larga e na cooperação frutuosa entre as autoridades
governamentais e a indústria”,apontam os analistas da EIU.
Com excepção da Espanha e de Israel — que fizeram grandes
investimentos —, a lentidão na implantação da banda larga
prejudicou a “classificação”da maioria dos que eram, em 2003,
os primeiros 25 países da tabela. O estudo regista também
que, na União Europeia, os esforços de coordenação governos-
indústria têm avançado, o que permitiu a dez dos seus Estados-
membros classificarem-se entre os 20 primeiros deste“ranking”:
além dos países escandinavos, a Alemanha ficou na 13ª posição
e a Áustria na 15ª, seguidas da Irlanda, da Bélgica e da França. A
avaliação da EIU considerou cerca de uma centena de critérios,
repartidos por seis categorias: ligações e infra-estruturas
tecnológicas (25 por cento), ambiente transaccional (20 por
cento), adopção por empresas e utilizadores (20 por cento),
ambiente cultural e social (15 por cento), condições jurídicas e
políticas (15 por cento) e serviços na Internet (5 por cento). ●
E-comércio na União Europeia chegará
aos 2200 milhões de euros em 2006
O montante das transacções por comércio electrónico
na Europa deverá crescer até algo como 2200 milhões
de euros até ao ano de 2006. Quem o diz é um relatório
apresentado a uma reunião informal de ministros da área das
comunicações da União Europeia, realizada em Dundalk, no
Nordeste da Irlanda (país que actualmente preside à União),
na passada quinta-feira. Hoje em dia, as transacções por
comércio electrónico no espaço europeu ascendem a cerca
de 77 mil milhões de euros mas espera-se que elas venham
a crescer fortemente nos dois anos próximos, conforme é
apontado num estudo da empresa de estudos de mercado
PriceWaterhouseCoopers encomendado por duas dezenas
de empresas de tecnologias de informação. O estudo revela
ainda que a disponibilização alargada do acesso à Internet por
banda larga a algo como 30 por cento dos lares europeus até
2008 (quando, hoje, eles são apenas 8 por cento) fará crescer
o montante destes serviços dos actuais 3300 milhões de
euros para uns 21.700 milhões de euros. Representantes das
empresas que suscitaram a realização deste estudo — entre
as quais se contam a Tiscali, a America Online (AOL) Europe,
e a Telefonica — tiveram, na passada semana, oportunidade
de se reunirem com os referidos ministros europeus e de com
eles discutirem as medidas efectivas que eles pensam pôr em
prática no combate ao “spam”(mensagens não solicitadas de
correio electrónico) e para a difusão da banda larga. ●
computadores .9
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informáticos para uso de
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ou mesmo casas noturnas
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infraestrutura, e que
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me da divulgação e página
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Intervenção Social LOGOS,
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página. Enviar propostas.
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 S H A R E WA R E FICHA
PINNACLE STUDIO 9

Editar vídeos caseiros

com toque profissional
A
PROLIFERAÇÃO das
câmaras de filmar
digitais (formato DV e
D8) e dos computadores
com processadores cada
vez mais rápidos e equipados com
portas FireWire — que permitem
uma rápida transferência das
imagens gravadas para o PC —
vieram, para muitos utilizadores,
transformar a edição de vídeo
numa actividade quase tão
comum como escrever um texto
ou elaborar uma apresentação. O
utilizador doméstico já pode fazer
a “montagem” dos seus vídeos
caseiros com o auxílio do seu PC
sem que, para tal, tenha de investir demorado para quem tem pouca
muito tempo a aprender como usar
as ferramentas necessárias para o
efeito nem grandes quantias em
equipamento de edição de vídeo.
O consumidor que pretende
começar a criar filmes com as
filmagens que habitualmente
realiza em eventos festivos,
encontros de família ou em férias
necessitará apenas de um vulgar
computador equipado
com um processador NUNO BERNARDO
Pentium IV (ou
equivalente), 256 megabytes de
memória RAM, um disco rígido
com muito espaço livre e pouco
mais — ou seja, requisitos que,
hoje em dia, são comuns em
computadores domésticos.
Para além do PC, precisará
ainda de uma placa FireWire (se
o computador não possuir já uma)
ou de um cabo de USB para poder
transferir para o disco rígido as
imagens registadas em cassete de
vídeo. Por fim, necessitará de uma
aplicação — chamada editor de
vídeo — que permita manipular
as imagens gravadas no disco
rígido e criar um filme. Mas, se
o equipamento e a tecnologia
são acessíveis, as aplicações
disponíveis para a edição de vídeo
mais populares no mercado são um
pouco complexas de usar — pelo
menos, para aqueles que não estão
habituados a fazer edição de vídeo
— e um algo dispendiosas.
Editar um imagens gravadas numa festa —,
filme num PC arrasta-as para a linha de edição
pode ser algo e adiciona algumas transições e
complexo e rapidamente, usando a nova função
Smart Edit do programa, está
experiência e apenas pretende criado o primeiro vídeo doméstico.
dar algum ritmo aos seus vídeos Se não ficar satisfeito com
caseiros. Aplicações como o o resultado final, é só voltar
Adobe Premiere são bastante atrás, modificar as opções e,
completas e funcionais mas foram em poucos minutos, o Pinnacle
pensadas para um utilizador Studio 9 apresenta-lhe uma
experimentado ou profissional. versão completamente diferente.
Para quem pretende criar em O programa inclui ainda funções
poucos minutos um vídeo com as que permitem ajustar a cor e a
imagens capturadas na última luminosidade das imagens, de
festa de aniversário, forma a evitar discrepâncias de cor
as ferramentas e de luz na transição entre planos.
disponíveis no No entanto, se o utilizador não
mercado não são muitas — uma quiser usar a função de montagem
das razões que tem permitido automática, poderá optar pela
ao Pinnacle Studio 9 ganhar abordagem tradicional, ou seja, edita
crescente preferência entre os as suas imagens, plano a plano,
utilizadores domésticos. aplicando efeitos entre cada cena,
A empresa norte-americana colocando uma locução ou música.
Pinnacle é conhecida nos meios Este processo é tão simples como
de produção profissional de pegar nos diferentes ficheiros (sons,
televisão por produzir e instalar músicas, vídeos e fotos) e arrastá-los
muitos sistemas de edição e para a linha de edição. Depois, com
criação gráfica. O Studio é, assim, o auxílio do rato, poderá acertar os
o resultado da sua experiência no diferentes planos, definir o tempo de
mercado profissional aplicado ao cada plano e adicionar uma música,
desenvolvimento de um produto de forma a tornar o resultado
destinado ao consumidor comum. final mais apelativo — tudo numa
O Pinnacle Studio 9, que vai já questão de minutos.
na sua versão 9, insere-se numa Terminada a edição, chega a
gama de entrada deste tipo de hora de passar o resultado final
produtos e introduz o conceito de para uma cassete de vídeo ou
criação e montagem simples de mesmo para um CD-ROM (ou um
vídeos domésticos. DVD), de forma a poder apresentá-
O processo não pode ser mais lo num próximo encontro de
simples: o utilizador selecciona família ou amigos.
as imagens que pretende usar Se tudo isto parece complicado,
— por exemplo 5 minutos de o uso do Pinnacle Studio 9 mostrar-
se-á, afinal, muito simples. Se não
se quer perder muito tempo, a
forma mais rápida de criar um
vídeo é copiar as imagens gravadas
para o PC, apagar os momentos
mortos — ficando apenas com as
melhores cenas —, alinhá-las uma
a uma e, no final, colocar um tema
musical adequado às imagens.
O Pinnacle Studio 9 está
disponível em regime de “trialware”,
em que o utilizador pode copiar
da Internet uma versão de teste
(em http://www.pinnaclesys.com/
mas atenção à velocidade
disponibilizada pela ligação, pois
trata-se de um ficheiro de 180 MB)
e usá-la livremente durante 30
dias. Findo esse prazo, o utilizador
deverá adquirir a versão comercial
— o que implica o pagamento
de quase 100 euros. Esta versão
pode ser adquirida na maioria
das lojas de material informático,
disponível em diferentes versões:
só o “software”, este e uma placa
digital ou analógica para auxiliar a
digitalização de vídeo ou em versão
Deluxe, que permite a ligação ao PC
de câmaras digitais e analógicas.
O Studio 9 é uma excelente
ferramenta para quem possui
uma câmara digital e pretende
usar o seu computador pessoal
para criar os seus próprios filmes.
Os resultados são bastante
satisfatórios se se pensar que são
obtidos a partir de uma aplicação
que custa menos de uma centena
de euros. A interface gráfica e
organização dos comandos estão
muito cuidados, tornando o uso do
programa algo bastante simples. ●
Editor
Rui Jorge Cruz
Redactores, colaboradores
e cronistas
Ana Gerschenfeld, Ana Machado,
André Ruivo, António Granado,
Casa dos Bits, Fernando Santos,
Helena Viegas, Henrique Carreiro,
Henrique Saias, Isabel Gorjão
Santos, João Cruz, José Antunes,
José Doutil, Luís Félix, Miguel
Crespo, Nuno Bernardo, Paulo
Almeida, Pedro Fonseca, Rita
Cruz, Rita Hasse Ferreira
Secretariado
Paula Dias
Paginação
Ana Carvalho, Ivone Ralha,
Hugo Pinto, Jorge Guimarães
Projecto Gráfico & Designer
Luis Carlos Amaro/
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Resto do Mundo €189.80
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para escolas e instituições de
solidariedade social. Preços
especiais para Macau, Timor, São
Tomé e Guiné. Os preços incluem
IVA à taxa legal em vigor.

S E G U N D A - F E I R A . 1 . M A R Ç O . 2 0 0 4

S E G U N D A - F E I R A . 2 6 . A B R I L . 2 0 0 4 computadores .11
 JOGOS
‘PAINKILLER’, ‘FAR CRY’, ‘BREED’, ‘SPLINTER CELL PANDORA TOMORROW’ E ‘BAT TLEFIELD VIETNAM’
Os bons, o mau e o vilão
T
AL COMO EM 2003, o corrente
ano parece ser marcado pelos
jogos de acção, em especial
pelos destinados aos PC.
Ainda a procissão vai no
adro e já há em carteira vários jogos
indispensáveis em qualquer ludoteca,
como “Painkiller”, “Far Cry” e “Splinter
Cell Pandora Tomorrow”, três quase
obras-primas. Pelo contrário, outra
grande esperança, “Breed” — que, nos
últimos dois anos, prometeu muito e
ganhou vários prémios — sabe a muito
pouco e fica pouco acima da mediania,
com demasiados problemas
técnicos a ensombrarem MIGUEL
uma excelente ideia. Não
é mau mas pouco há a fazer perante
tal concorrência. Com o papel de vilão
fica “Battlefield Vietnam”, porque
recria bem uma mecânica já conhecida,
é excelente para jogo “on-line” ou em
rede e pode “roubar o ouro ao bandido”,
ou seja, é alternativa válida aos três
pesos-pesados antes referidos.
O mais surpreendente é “Painkiller”:
uma realização técnica prodigiosa, com
um realismo físico impressionante,
cenários espectaculares, efeitos especiais
arrasadores e surpreendentes, e uma
criatividade extrema fazem deste jogo
uma aspirina perfeita para quem quer
diversão. A ideia é simples e provada:
jogo de acção na primeira pessoa, leva
o jogador a percorrer vários níveis e a
matar tudo o que se mexe, terminando
cada área com os “bosses” mais
prodigiosos dos últimos anos.
O ambiente gótico, com detalhe
extremo, iluminação foto-realista,
computadores .12
personagens com tanto de assustador Título “Painkiller” a entrar numa missão difícil e com toda
como cativante (esqueletos, demónios,
monges), armas criativas — o lâmicas
Estilo Acção 9
/10 a liberdade de movimentos não irá
arrepender-se.
Plataforma PC
rotativas ou bestas que lançam espetos Já elogiado em Computadores na
enormes que cravam os inimigos nas Produtor Dreamcatcher sua versão para Xbox, “Splinter Cell
paredes —, efeitos de luz e sombra Distribuidor PlayGames Pandora Tomorrow” repete a dose no PC.
prodigiosos são a marca visual. O Edição Abril 2004 Com visão na terceira pessoa, assombra
som acompanha, bem como os efeitos e surpreende a cada momento. Similar
de distorção, movimentação dos corpos, Título “Far Cry” à versão para consola, garante grande
explosões, efeito nos cenários.
Mas os “bosses” são realmente a pedra
Estilo Acção 9
/10 envolvimento e continua a estar próximo
da perfeição.
Plataforma PC
de toque. Todos eles monstruosos, são Muito bem conseguido está igualmente
Produtor Ubi soft
gigantescos, desafiantes e difíceis q.b. “Battlefield Vietnam”. Criado a pensar
É difícil encontrar algo de menos bom Distribuidor Ecofilmes no jogo “on-line”, tem, por isso, algumas
em “Painkiller” — talvez a Edição Março 2004 limitações a solo mas nada que o impeça
CRESPO menor originalidade... ou a de ser um bom FPS em cenário de guerra.
linearidade de jogo, que não Título “Breed” Tecnicamente é bom, sem deslumbrar,
permite variações mas garante enorme Estilo Acção 6
/10 a IA adversária mete respeito e tem
diversão. Em todos os sentidos. Plataforma PC uma forte componente táctica, pois
Se “Painkiller” é linear, “Far Cry” Produtor CDV uma boa camuflagem é, muitas vezes,
propõe outra abordagem ao FPS (“first determinante. Uma boa sequela de
Distribuidor PlayGames
person shooter”). Enredo, mesmo que “Battlefield 1942”, que fará as delícias dos
nem sempre muito sólido, excelente Edição Março 2004 fãs do jogo “on-line” e em rede.
desenvolvimento técnico e ambiente Quanto a “Breed”, custa bastante ver
inédito — uma ilha tropical, tornando o Título “Battlefield Vietnam” que a concretização deste interessante
início do jogo num festim de mar, praia, Estilo Acção 7
/10 clone do estilo “Halo” venha deitar por
palmeiras e camisas às flores — são os Plataforma PC terra as expectativas criadas nos últimos
ingredientes principais. Tecnicamente Produtor Electronic Arts dois anos. Há demasiados “bugs” no jogo,
irrepreensível, “Far Cry” é menos a IA é muito deficiente e acaba por ser
Distribuidor Electronic Arts
virado para a diversão, apostando num cansativo lutar contra os erros. É pena,
esquema mais sério, que reúne muito Edição Abril 2004 pois a mecânica e as missões são bem
bem a acção furtiva com o confronto com construídas, a lógica de combate a pé e
os adversários. Título “Splinter Cell Pandora usando variados veículos é interessante
A inteligência artificail (IA) é muito Tomorrow” 9
/10 e o ambiente futurista bem recriado.
boa, a narrativa tem várias reviravoltas Estilo Acção Merecia mais uns meses de trabalho,
(os espaços abertos dão lugar a sórdidas Plataforma PC apesar dos adiamentos, porque parece
catacumbas), o som e a animação estão nitidamente que faltou tempo para
Produtor Ubi Soft
em excelente nível. Não será tão óbvio ou acabar o trabalho. Talvez algum “patch”
fácil de compreender como “Painkiller”, Distribuidor Ecofilmes milagroso venha a pôr “Breed” ao nível
mas quem gosta do género e está disposto Edição Abril 2004 que ele merece. ●
7c1bf3e5-024b-435b-bb28-84bbcd8a7552
S E G U N D A - F E I R A . 2 6 . A B R I L . 2 0 0 4