Computadores

SEGUNDA-FEIRA 15 MARÇO 2004 DIRECTOR JOSE MANUEL FERNANDES EDITOR RUI JORGE CRUZ

Os 15 anos
da Jurinfor
O percurso da empresa
portuguesa do IRScalc e
das bases de dados jurídicos
➜ págs. 6/7
Direitos de autor,
as tecnologias…
‘O Direito de Autor e os
Desafios da Tecnologia
Digital’ é tema de entrevista
➜ pág. 3
PUB
… e a votação em Imprimir capas O regresso
Estrasburgo para os CD de Sam Fisher
A proposta de directiva Um programa de ‘shareware’ ‘Tom Clancy’s Splinter Cell
aprovada, a semana passada, que ajuda também a Pandora Tomorrow’ é o tal
no Parlamento Europeu encontrá-las na Internet que poderá marcar o ano
➜ pág. 9 ➜ pág. 10 ➜ pág.12

PERÍODOS DE USO GRATUITO CONFIRMAM APETÊNCIA PELO WI-FI

Sem-fios com
gosto português
O
CONCEITO DE ACESSO à Internet atra-
vés da tecnologia Wi-Fi em locais
públicos — habitualmente desig-
nados por “hotspots” — parece
estar a ganhar uma adesão cada
vez mais significativa dos utilizadores portu-
gueses. O número de locais onde se pode aceder
à Internet usando esta tecnologia já ultrapassa
a centena e meia, e as empresas que instala-
ram o serviço estão satisfeitas com os resulta-
dos do período experimental — que, no caso do
grupo PT, terminou a 29 de Fevereiro mas que
a Vodafone está a prolongar até 1 de Abril.
Rogério Canhoto, administrador da PT Wi-
Fi, a empresa criada no grupo para gerir este
negócio, afirma que o período promocional (que
durou três meses) teve um balanço francamente
positivo: “As nossas expectativas e cenários de
evolução definidos foram ultrapassados”, afir-
mou, explicando que as interrogações iniciais em
termos de utilização foram respondidas através
desta experiência. “Realmente, há mercado e
existe a necessidade destes serviços”, adiantou
a Computadores o administrador da empresa.
Idêntica conclusão resultou dos mais de
quatro meses de serviço gratuito
da Vodafone Portugal. Paulo FÁTIMA
Rodrigues da Silva, administrador / Casa
da empresa, mantém a convicção
de que este é um negócio que vale a pena e
tem futuro, sendo coerente com a estratégia da
empresa para o acesso a dados em mobilidade
— onde se integra o GPRS e o UMTS. A Voda-
fone ainda não iniciou efectivamente o serviço
comercial, ao contrário da PT, tendo prolongado
pela segunda vez o período experimental, que se
manterá até dia 1 de Abril.
Ambas as empresas dizem ter registado um
número de utilizadores acima do que era espe-
rado, com padrões de uso que confirmam uma
elevada apetência pelo serviço e uma repetição
do mesmo. “Detectámos basicamente dois perfis
diferentes de utilização: o dos profissionais,
que usavam vários ‘hotspots’ diferentes com
frequência; e o do utilizador que acedia mais
irregularmente mas sempre no mesmo local
e dentro do mesmo horário”, explicou Rogério
Canhoto, da PT Wi-Fi. De resto, os utilizadores
portugueses seguem os padrões internacionais,
usando preferencialmente a Internet e consul-
tando o E-mail.
Paulo Glórias, da Vodafone, afirma também
que os clientes estrangeiros usam mais o acesso
através de redes privadas virtuais (as chamadas
VPN) para se ligarem aos sistemas das respecti-
vas empresas — prática ainda não muito comum
entre os utilizadores portugueses.
Reforçando a ideia de que o futuro passa
pela integração das diferentes redes — das de
Wi-Fi usadas em locais específicos
CAÇADOR com as de UMTS em situações de
dos Bits maior mobilidade e com as de GPRS
em locais mais remotos —, Paulo
Rodrigues da Silva explica que esta é a estratégia
da Vodafone a nível global, a qual poderá ser
concretizada ainda neste ano com uma oferta
para clientes empresariais que contemple os
três acessos. “O utilizador irá escolher ➜

7c1bf3e5-024b-435b-bb28-84bbcd8a7552
➜ em cada momento fundamental a disponibi- da Silva explica que o SMS fica o administrador da PT
a tecnologia de acesso que
mais lhe convier mas de um
lidade de acesso no maior
número possível de locais.
garante maior segurança,
embora estejam a ser estu-
Wi-Fi, acrescentando que
também deverá ser neces-
Preços mais apetecíveis
modo transparente.” O administrador da Voda- dadas outras formas de sário manter a experiência Apesar do valor extra pago pela mobilidade do Wi-Fi,
Para já, esta operadora fone admite, porém, que se acesso ao serviço nalguns de utilização de rede, com o os preços praticados pelas operadoras em Portugal
móvel continua a trabalhar até ao final de Março a TMN “hotspots”, como os de hotéis. acesso à página da empresa são já bastante acessíveis, sobretudo se comparados
na multiplicação do número (e o grupo PT) e a Optimus Porém, a abertura para em qualquer “hotspot” para com o panorama internacional. Os acessos eventuais
de pontos de acesso Wi-Fi, não derem resposta, o ser- concretizar neste momento introdução do “login” e da — caracterizados pela aquisição de serviços para
que quer aumentar para viço terá de avançar mas acordos de “roaming” nacio- “password”. Mas, para além uma hora, um dia, três dias ou uma semana — têm as
150 até ao final do ano, ficando vedado aos clientes nais não é grande da parte destas questões, mantém-se ofertas estabilizadas entre os vários operadores, com
lutando para conquistar os destas operadoras. do grupo PT. ainda o entrave do próprio a Hotspots Portugal a oferecer os valores mais baixos
melhores locais. Mas não Paulo Rodrigues não Rogério Canhoto voltou modelo de negócio, com a de entre os três.
deixa de lado a tentativa de esconde também que é bas- a afirmar que a empresa necessidade de ser comer- A oferta mais interessante para utilizadores frequentes
garantir o “roaming” com tante interessante para a acredita no modelo de rede cialmente flexível e manter é, porém, a da PT Wi-Fi com a assinatura Upgrade, que
outros operadores de Wi-Fi Vodafone que os seus clien- aberta mas que os acordos de um preçário adequado só está disponível para clientes de outros serviços de
nacionais, nomeadamente tes possam utilizar o serviço “roaming” têm de ser ponde- usando as redes de outros acesso à Internet em banda larga do grupo PT. Por 17,95
com a PT. Wi-Fi na rede de pontos de rados. “É preciso assegurar a operadores, defende Rogério euros, os clientes têm direito a usar o serviço durante
Desde o início do serviço acesso da PT, que já conta manutenção do nível de qua- Canhoto. 420 minutos, sendo o tempo extra cobrado a 0,149 euros
que a intenção da Vodafone com mais de 90 locais e lidade de serviço fornecidos Tudo indica, por isso, por minuto. Mas há um factor peculiar e penalizador:
sempre foi a de apostar deverá ser alargada para aos nossos clientes”, justi- que o crescimento do sempre que se ligarem, os clientes das assinaturas da
numa rede Wi-Fi aberta, 450 até ao final número de PT serão debitados em 20 minutos.
dando a possibilidade aos do ano. O facto “hotspots” em Nas ofertas de todos os operadores limitadas a uma
clientes das outras opera- de o modelo de Portugal, numa hora, um dia, três dias ou uma semana, os períodos de
doras móveis de usarem os autenticação fase já comer- utilização são também contínuos: contam a partir da
seus “hotspots” através da e facturação cial dos servi- primeira ligação e, mesmo que não use o tempo todo,
autenticação por SMS — e desenhado pela ços, se manterá o cliente não poderá reutilizá-lo posteriormente.
esperando a negociação com Vodafone estar durante algum Numa comparação não exaustiva, Computadores verifi-
a TMN e a Optimus para sustentado na tempo seguindo cou que os preços praticados em Portugal não se saem
que estas empresas depois utilização das a filosofia de mal na comparação com os valores praticados noutros
facturassem o serviço ao redes móveis “ilhas isoladas” países europeus. Os clientes da BT Openzone, por exem-
cliente, pagando à Voda- — recorrendo ao entre diferen- plo, pagam 8,8 euros por uma hora de acesso ou 22 euros
fone o valor negociado. Só SMS e à factura- tes operadores. por um dia, mas podem adquirir uma assinatura de 14
que a abertura por parte ção em conjunto Provavelmente, euros por mês para 120 minutos de utilização. Em França,
dos concorrentes não tem com o serviço de só depois de a Orange cobra 10 euros por duas horas ou 30 euros por
sido muita, razão que justi- GSM — impede conquistados um dia — preços que não destoam dos que se praticam
ficou o primeiro adiamento o alargamento os locais mais em Portugal. ● F.C./CdB
do lançamento comercial do seu serviço importantes
do serviço e também o de rede sem fios neste jogo de
segundo. aos clientes de xadrez é que
OFERTA E PREÇOS DOS SERVIÇOS WI-FI
“Desde Outubro que operadores com os maiores
aguardamos uma resposta os quais não “players” vão Operador Preço Duração Tráfego extra
dos operadores móveis tenha acordo. negociar acordos
para a ligação comercial Afastando de interligação PT Wi-Fi
aos seus clientes”, explicou a hipótese como forma de
Paulo Rodrigues da Silva a de recorrer a garantir a neces- Assinatura Standard 29.75 420 min 0,149 por minuto
Computadores, justificando outros sistemas sária massa crí- Assinatura Upgrade (1) 17,95 420 min 0,149 por minuto
que não pretende limitar o de venda do tica que sustente Pay Per Use - - 2,98*
serviço aos seus clientes, até serviço, como o crescimento de Voucher 1 hora 5 60 min -
porque, para que se atingir os “vouchers”, um negócio ren-
Voucher 1 dia 20 1 dia -
massa crítica no Wi-Fi, é Paulo Rodrigues tável. ●
Voucher 1 semana 53 1 semana -
Vodafone Portugal (2)
A oportunidade do Euro 2004 Sessão de 1 hora 5 1 hora -
Sessão de 24 horas 12 24 horas -
As expectativas da afluência de estrangeiros a Portugal de “PT Wi-Fi Internet Service Provider”, através do qual garan- Sessão de 72 horas 30 72 horas -
nas semanas do Campeonato Europeu de Futebol per- tirá a cobertura de todos os estádios de futebol do Euro, com Hotspot Portugal (3)
mitem também às empresas com iniciativas nas redes especial atenção às áreas frequentadas por profissionais da
Cartão pré-pago 1 hora 5 1 hora -
de dados sem fios algumas visões risonhas em termos comunicação social, aos hotéis e a outros locais mais concor-
Cartão pré-pago 1 dia 10 24 horas -
de aumento de número de utilizadores e de tráfego. Por ridos pelas comitivas que acompanham as equipas.
isso mesmo, a PT Wi-Fi e a Vodafone estão a preparar-se Mesmo sem o “estatuto oficial” atribuído pela UEFA, também Cartão pré-pago 3 dias 25 72 horas -
para, também aqui, responderem às solicitações dos novos a Vodafone está a dedicar especial atenção ao evento no Cartão pré-pago 1 mês 50 1 mês -
utilizadores, cobrindo efectivamente os pontos de acesso âmbito da sua estratégia comercial, através da cobertura
*para primeiros 20 minutos e 0,149 para os minutos seguintes
e garantindo serviço ao nível adequado. dos estádios e hotéis mais importantes — assegurou Paulo
(1) Só para Clientes de serviços de banda larga do Grupo PT
A PT Wi-Fi conseguiu mesmo obter junto da UEFA o estatuto Rodrigues da Silva.● F.C./CdB (2) Efectivo a partir de 1 de Abril
(3) Dados fornecidos pelo serviço de apoio a clientes

APDSI PROMOVEU DEBATE COM PARTIDOS POLÍTICOS

As estratégias para a sociedade da informação

A
S MEDIDAS QUE têm sido tomadas
no âmbito do desenvolvimento
da sociedade da informação
— bem como as estratégias
que devem ser adoptadas para
ampliar o uso das tecnologias — foram
tema de um debate organizado, na pas-
sada sexta-feira, em Lisboa, pela Associa-
ção para a Promoção e Desenvolvimento
da Sociedade da Informação (APDSI). A
conferência procurou reunir responsáveis
dos diversos partidos políticos, contando
com a participação de representantes de
PSD, PS, PCP e Bloco de Esquerda.
Bruno Dias, em representação do PCP,
procurou avaliar o caminho já percorrido e con-
siderou que “a sociedade da informação corre o
risco de se tornar numa espécie de digitalização
das desigualdades”. Ao salientar que Portugal
é, aqui, “o país com pior classificação no espaço
comunitário”, o representante do PCP referir
ainda que, caso não sejam tomadas medidas
adequadas, não se conseguirá combater a
exclusão social e científica.
Referindo os planos europeus impulsiona-
dores da sociedade da informação no espaço
comunitário — primeiro, o eEurope 2002 e,
agora, o eEurope 2005 —, Bruno Dias consi-
derou que, apesar da sucessão de planos, não
se verificaram mudanças de fundo eviden-
tes. Democratizar o acesso dos portugueses
à informação e ao conhecimento, tendo em
conta as necessidades especiais de alguns
cidadãos, foram os objectivos que este res-
ponsável do PCP considerou fundamentais.
Bruno Dias aproveitou ainda o debate para
destacar a necessidade de se adoptarem solu-
ções mais adequadas — e deu como exemplo
uma maior utilização do “software” livre.
Luís Campos Ferreira, do PSD, destacou
as principais medidas levadas a cabo pelo
Governo, sobretudo a aprovação do Plano de
Acção para a Sociedade da Informação e o
Plano de Acção para o Governo Electrónico,
“documentos que não se ficam por meras
declarações de intenções”.
Um dos projectos mais destacados pelo
representante do PSD foi o Portal do Cidadão,
que irá ser disponibilizado em breve e integrará
120 entidades, públicas e privadas, colocando
na Internet “os serviços mais úteis para os cida-
dãos e empresas”. Campos Ferreira lembrou,
contudo, que “Portugal está muito atrasado [no
que se refere à sociedade da informação] e não
pode perder mais tempo”.
O deputado do PS José Magalhães também
considerou que se perdeu já “um tempo precioso”
e referiu-se aos últimos dois anos como estando
“marcados por atrasos e frustração de objectivos”.
Grande parte do acesso à Internet é ainda bas-
tante lento e também não se conseguiu mudar
a forma de gerir uma administração pública
resistente à mudança — considerou o deputado
do PS, que destacou o facto de o Governo ter
revogado as isenções fiscais antes concedidas
para a aquisição de material informático.
Luís Leiria, do Bloco de Esquerda,
salientou a ausência de acesso universal
à Internet em Portugal e disse da sua per-
plexidade face á realização da Semana da
Banda Larga, evento que o Governo e a Uni-
dade de Missão Inovação e Conhecimento
(UMIC) organizaram recentemente: afinal,
“a banda larga não está muito difundida, é
cara e não cobre uma boa parte do país”.
O Bloco de Esquerda trouxe ainda mais
dois temas para o debate: o “software” dito de
“open source” e a pirataria. Se, em relação ao
primeiro, Luís Leiria lembrou que o “software”
de código-fonte aberto tem vindo a expandir-se
por vários países europeus, já no que se refere
à pirataria considerou que “o que faz falta é
uma fiscalização eficaz, com base nas leis que
já existem”. ● ISABEL GORJÃO SANTOS

computadores .2 S E G U N D A - F E I R A . 1 5 . M A R Ç O . 2 0 0 4
 LIVRO DE PATRÍCIA AKESTER ABORDA DESAFIOS DA TECNOLOGIA DIGITAL
A sobrevivência
dos direitos de autor
O
DIREITO DE AUTOR tem “marcas de água”.
toda a capacidade
para sobreviver aos
desafios que as tec-
nologias lhe colocam.
Aliás, essas tecnologias podem
mesmo apresentar soluções para
o problema das violações de direi-
tos de autor na Internet. Esta
é a opinião de Patrícia Akester,
investigadora na área dos direitos
e autor e docente na Universidade
de Cambridge, que na semana
passada lançou o livro “O Direito
de Autor e os Desafios da Tecnolo-
gia Digital”.
A legislação nacional e inter-
nacional, os direitos morais
e económicos dos autores e a
responsabilidade dos prestado-
res de serviços na sociedade da
informação são alguns dos temas
abordados nesta obra. Patrícia
Akester defende que, para além
de legislar, é importante garantir
a aplicação da lei.
“O Direito de Autor e os Desafios cação de quem a vai
da Tecnologia Digital” é um trabalho
que resulta da tese de doutoramento
defendida por Patrícia Akester
no Instituto de Investigação da
Propriedade Intelectual do Queen
Mary College, em Londres. Ao
partir para este trabalho, a autora
procurou responder a uma questão:
estarão os direitos dos autores ame-
açados pelas tecnologias e pela era
do digital? A pergunta parecia-lhe
fazer cada vez mais sentido, uma
vez que o computador pessoal e a
Internet vieram trazer novos desa-
fios aos legisladores na área dos
direitos de autor.
“Os autores e as ISABEL GORJÃO SANTOS
obras precisam
de protecção, porque as obras dão
muito trabalho a fazer, consomem
muito tempo e implicam um grande
investimento”, diz Patrícia Akester.
Partindo do pressuposto de
que as tecnologias disponíveis
permitiram a milhares de utili-
zadores da Internet violarem os
direitos de autores de músicas
ou outras obras, Patrícia Akester
avaliou a facilidade com que se
violam esses direitos, procurando,
por outro lado, apresentar uma
solução para o problema. “Concluí
que o futuro dos direitos de autor
passa por uma aliança inabalável
entre o Direito e a tecnologia”,
diz Patrícia Akester, para quem
as medidas tecnológicas podem
constituir uma resposta no com-
bate à violação desses direitos.
“Por outro lado, se utilizarmos
medidas baseadas na tecnologia
e estas não receberem a protecção
do Direito, tais medidas serão
sempre violadas”.
Ao verificar que as violações dos
direitos de autores eram bastante
frequentes na Internet, Patrícia
Akester procurou saber quais as
medidas tecnológicas que poderiam
ajudar a resolver essa situação. O
sistema que propôs, baseado na
referida aliança entre o Direito e
a tecnologia, aponta para a iden-
tificação das obras recorrendo a
Symantec abre
escritório em Lisboa
A Symantec abriu, no início
do mês de Março o escritório
da sua delegação em
Lisboa. Em Janeiro, havia já
assegurado a colaboração
de Miguel Castro Fernandes,
de 33 anos (até então
gestor de canal da Network
FERNANDO MORGADO
Associates), para as funções
à Internet e dos fornece- de director-geral em Portugal,
Estas adicionam aos dores de conteúdos”. que contará, para já, com
ficheiros de música Portugal ainda não Timóteo Menezes para as
ou vídeo, por exem- procedeu à transposição funções de gestão. A empresa
plo, a identificação da directiva comunitária reforça assim a sua aposta no
do utilizador que as de 2001 (Dir. 2001/29/CE) mercado português, onde
adquiriu. Ou seja, se relativa aos direitos de pretende abordar mais de
a mesma obra voltar autor e direitos conexos perto os clientes empresariais
a ser difundida atra- — salienta Patrícia Akes- e as organizações de maior
vés da Internet, será ter, considerando que isso dimensão. Para tal continuará
fácil saber quem a deverá acontecer “o mais a contar com os seus
colocou “on-line”, depressa possível” e que actuais dois integradores (a
possibilitando a vio- o acesso a todo o processo Promosoft e a Probit) mas
lação dos direitos de de transposição deverá ser admite alargar este número.
autor. “fácil e transparente”. Mas os seus responsáveis
Após esse pro- Tornar universal e afirmam não esquecer o
cesso de identifi- uniformizar a questão mercado dito “de consumo”
cação das obras e dos direitos de autor é (leia-se: os utilizadores
dos utilizadores, há outra das medidas que a individuais, os profissionais
ainda que fazer com investigadora considera por conta própria e as
que o sistema fun- fundamentais: “Precisa- pequenas e médias
cione. “O que sugiro mos de um instrumento empresas) e, neste ano, a
é que se insira uma internacional que abarque Symantec já porá no retalho
‘marca de água’ na todas as questões relativas parte do seu “software”com
obra que é adqui- aos direitos de autor, já que caixas e manuais no idioma
rida, com a identifi- os problemas são globais, e local — prometendo que, em
devem ser resolvidos por 2005, também as aplicações
utilizar”, explica uma entidade suprana- deixarão de vir em inglês e
Patrícia Akester. cional”. A Internet é “um passarão a estar disponíveis
“Desta forma, se meio maravilhoso para em português. No que
aparecerem na distribuir o trabalho, mas é respeita aos fabricantes de
Internet várias claro que os autores devem computadores, a Symantec
cópias com uma ser recompensados”. apenas dispõe de um
assinatura digital, O trabalho agora acordo com a HP (cujos PC
sabe-se quem pro- publicado tem, por detrás, vêm equipados com o seu
cedeu à distribui- cerca de quatro anos de antivírus Norton) mas está
ção dessa cópia, e é investigação, de 1997 a aberta a acordos de “original
desta forma que se responsabiliza gadora considera 2001. Patrícia Akester diz equipment manufacturer”
o utilizador”. que as medidas ter sentido, ao longo da (OEM) com outras empresas
O procedimento, aparente- tecnológicas não sua investigação, alguma presentes no mercado
mente simples, coloca uma outra serão eficazes se barreira entre as pessoas português. ●
questão: a da protecção dos dados não forem prote- da área das tecnologias e
pessoais. “A este gidas legalmente: a gente do Direito: “Existe, ‘Software’ da Xerox
respeito, o que “Se uma violação de certa forma, uma bola de para classificar
se pode fazer é dos direitos de neve, uma vez que a tecno- documentos
garantir que a única entidade que autor não for logia nos traz problemas
tenha acesso a essa ligação entre o punida, toda a relacionados com os direi- A Xerox anunciou que os
utilizador e a cópia da obra seja o gente a comete”, tos de autor, depois outras investigadores do seu centro
organismo que presta o serviço de salientando ainda tecnologias protegem esses de investigação europeu,
certificação”. Assim se garantirá que continua a direitos… e a situação vai- em Grenoble (França),
que os dados dos utilizadores sejam não haver resposta para deter- se repetindo”. Perante isto, Patrícia desenvolveram um “software”
anexados à obra mas que não serão minados problemas. “É preciso Akester considera que, tanto a legis- para a classificação e envio
usados para fins menos desejáveis, proceder à harmonização, à lação como a tecnologia se devem automático de documentos.
como explica Patrícia Akester. escala global, dos preceitos que manter sempre “um passo à frente Este “software”relaciona
Quanto aos aspectos mais regulam a responsabilidades dos de quem viola os direitos”. temas conexos (como a
jurídicos da questão, a investi- prestadores de serviços de acesso “Este livro interessa às pes- biofísica e a bioquímica)
soas do mundo jurídico, porque e faz automaticamente a
é um texto que versa sobre os classificação de documentos,
Do Direito às tecnologias direitos de autor. Por outro lado, enviando-os por E-mail
é também importante para as para as pessoas adequadas,
Patrícia Akester, de 33 anos, licenciou-se em Direito na Universidade Cató- pessoas que trabalham na área com base em perfis de
lica de Lisboa em 1994. Terminada a licenciatura, fez na mesma universi- das tecnologias, porque estas utilizadores. Este “software”
dade uma pós-graduação em Estudos Europeus, na vertente jurídica. Só devem conhecer as fronteiras usa técnicas avançadas
mais tarde viria a especializar-se naquela que é, actualmente, a sua área que existem em termos de de autoaprendizagem na
de trabalho: o direito de autor. legalidade”, considera Patrícia classificação dos documentos
Em 1996, foi estudar para Inglaterra, então com o objectivo de fazer um Akester. A completar a lista de em categorias já existentes
mestrado na área da propriedade intelectual. Viria depois a dedicar-se à pessoas a quem este trabalho a partir de alguns exemplos.
área dos direitos de autor, começando a dar aulas e a fazer investigação pode interessar estão os pró- O sistema poderá ainda
— o que continua a fazer hoje na Universidade de Cambridge, depois prios utilizadores, “que devem integrar novas classificações,
de ter leccionado no Queen Mary College (Universidade de Londres), conhecer a fronteira entre o legí- sugerindo aos utilizadores
na Universidade de Westminster e na Universidade de Buckingham. O timo e o ilegítimo”. novas categorias de forma
seu desempenho levou-a a conseguir bolsas de estudo atribuídas pela Editado pela Principia, “O dinâmica. Segundo a Xerox, o
Fundação para a Ciência e Tecnologia para a conclusão do seu mestrado Direito de Autor e os Desafios sistema é capaz de suportar
e posterior doutoramento, ambos na área do direito da propriedade da Tecnologia Digital” chegou às documentos em mais de
intelectual. livrarias na passada quinta-feira e, duas dezenas de idiomas. O
Fazia o mestrado em Inglaterra quando conheceu um doutorado em por 16,5 euros, constitui uma obra “software”foi desenvolvido
engenharia informática, com quem viria a casar e que a orientou “no reino de reflexão e consulta interessante em linguagem Java e poderá
da computação” — e a quem agradece o contributo para o livro agora para todos os que se interessam ser implantado em diversas
publicado. Diz Patrícia Akester, em jeito de brincadeira, que se trata de “um pelas questões do direito de autor plataformas, como Unix,
bom exemplo de um casamento entre o Direito e a tecnologia”. ● I.G.S. e da propriedade intelectual (ver Windows e Linux. ●
também notícia na pág. 9). ●
S E G U N D A - F E I R A . 1 5 . M A R Ç O . 2 0 0 4 computadores .3

Almada Digital
já em Junho…
Consultar uma oferta de
emprego, localizar um
restaurante ou um museu
e participar em debates
“on-line” já será possível, a
partir de Junho, no portal
Almada Cidade Digital,
projecto promovido pela
autarquia em parceria
com instituições locais.
Em declarações à Lusa,
Jorge Lobo, da Case e
coordenador da concepção
do portal e da recolha
de conteúdos, disse na
passada semana que o
projecto permitirá, numa
primeira fase, aceder a
informação diversificada
sobre o concelho de
Almada nas áreas da
saúde, economia, cultura,
desporto, educação,
turismo e lazer. Além do
acesso a formulários e do
envio de sugestões ou
reclamações, os munícipes
cibernautas poderão
consultar o horário de uma
biblioteca ou a oferta de
restaurantes e alojamentos,
localizar uma empresa ou
uma loja de pronto-a-vestir,
e participar em salas de
conversação. O portal, fruto
de uma candidatura do
município de Almada ao
Programa Operacional para
a Sociedade da Informação
(POSI), prevê ainda que,
em 2005, se possa pagar
facturas de água, obter
licenças de construção,
marcar consultas médicas
ou comprar vestuário via
Internet. ●
… ajudará também
nas emergências
O portal Almada Cidade
Digital permitirá ainda, no
domínio da protecção civil,
à polícia e aos bombeiros
acudirem, por exemplo,
mais rapidamente a um
sinistro na movimentada
rotunda do Centro-Sul ou
a um incêndio na Mata dos
Medos graças um sistema
integrado de informação
de acidentes. Além disso,
informação diversa
sobre o concelho estará
disponível em quiosques
multimédia instalados em
estações de transportes
públicos e noutros locais
de passagem, podendo os
pagamentos de serviços ser
efectuados, mediante uma
palavra-chave, em casa ou
em postos de atendimento
“on-line” colocados em
diversos espaços públicos.
Está também prevista
a ligação em redes de
escolas, bibliotecas e
museus. O projecto
Almada Digital, inspirado
numa experiência-piloto
realizada em Aveiro, foi
elaborado pela autarquia
em colaboração com a
Faculdade de Ciências e
Tecnologia da Universidade
Nova de Lisboa, a Uninova
e o Madan Park. ●
computadores .4
release 3.0
Escolher com facilidade
ou facilitar as escolhas
C
OMO É QUE AS PESSOAS se compor-
tam realmente, tanto “on-line”
como “off-line”? Decerto que não
será possível obter de um econo-
mista uma resposta cabal a esta
pergunta — os seres humanos são bem mais
complicados do que isso.
Uma perspectiva interessante sobre este
assunto foi-me proporcionada recentemente
numa conversa com Eric Johnson, um profes-
sor da Columbia Business School com forma-
ção tanto em psicologia como em economia e
que dedicou a sua carreira a tentar perceber
por que é que o comportamento das pessoas
parece não fazer sentido.
“A maioria das pessoas pensa que são elas
a tomar as suas decisões”, diz Eric Johnson.
“Elas dirão: ‘Eu vejo televisão mas não sou
influenciado pelos anúncios’. No entanto,
mesmo quando se faz algo de tão insignificante
como mudar o fundo de um sítio na Web, pode-
se estar a mudar aquilo para que as pessoas
olham quando andam às compras ‘on-line’.”
Valor(es) à partida
Uma forma tremendamente poderosa de
influenciar o comportamento de um con-
sumidor é oferecer, à partida, produtos ou
serviços extra. Por exemplo, as agências de
viagens cobram à partida, aos seus clientes,
o valor do seguro de viagem ou os restau-
rantes acrescentam um refrigerante à lista
de um almoço encomendado a não ser que
o cliente diga o contrário. Mas de quem é a
responsabilidade? Seria mais ético deixar que
fosse o cliente a escolher expressamente esse
elemento extra?
Pessoalmente, não vejo nada de imoral em
oferecer, à partida, produtos ou serviços extra:
um consumidor tem sempre a possibilidade
de os recusar. Contudo, essa opção à partida
poderá ser tornada mais claramente visível,
em vez de ser “disfarçada” na letra miudinha
ou acrescentada depois como um custo escon-
dido — sob pena de tal prática constituir um
engano ilegítimo ou uma possível fraude em
prejuízo do consumidor.
Aqueles que partem do princípio de que
a opção activa pelo consumidor constitui a
única alternativa eticamente válida deve-
riam ter isto em conta: não há maneira de
evitar que um vendedor influencie o resul-
tado de uma transacção. Se o seguro ou o
refrigerante não forem automaticamente ofe-
recidos, isso passará a ser a modalidade por
omissão. Em qualquer das hipóteses, diz Eric
Johnson, “é dada uma opção ao consumidor
mas influencia-se, a um nível mensurável,
as suas decisões”.
E este professor ilustrou do seguinte modo
a sua perspectiva original dos factores inter-
ligados que rodeiam os processos de decisão,
de fixação do preço e de influência. Depois de
ter conseguido reverter a evolução da doença
de Hodgkin, de que padecia, o procedimento-
padrão consistia em optar por não fazer a
colheita de células “limpas” da medula para,
se necessário, serem usadas em futuros tra-
tamentos. Era um procedimento-padrão fácil
de adoptar dado o custo e sofrimento impostos
por essa colheita.
“Além disso, estatisticamente, as pro-
babilidades de recidiva são reduzidas”, diz
Johnson. “Mas o meu médico era cauteloso
e sugeriu que, por precaução, eu fizesse a
colheita das células da medula. Três meses
depois, tive uma recaída e pude ser tratado
muito mais rapidamente através de um
S E G U N D A - F E I R A . 1 5 . M A R Ç O . 2 0 0 4
E S T H E R D Y S O N
Não vejo nada de
imoral em oferecer
produtos ou serviços
extra: o consumidor
pode sempre
recusá-los. Mas essa
opção à partida
poderá ser tornada
mais claramente
visível, em vez de
ser ‘disfarçada’ na
letra miudinha
ou acrescentada
depois como um
custo escondido, sob
pena de tal prática
constituir um engano
ilegítimo ou uma
fraude em prejuízo
do consumidor.
transplante de células da medula.” Hoje,
passados três anos, a doença ainda não
voltou a apoquentá-lo.
Ao telefone em busca de dinheiro
Hoje em dia, a privacidade do consumidor está
no centro do debate em torno das ofertas à
partida mas sem dúvida que a questão é tanto
económica como ética. Segundo Eric Johnson,
um vendedor comum consegue obter 90 por
cento de autorizações para o envio posterior
de mensagens promocionais por correio elec-
trónico deixando uma cruz no quadradinho
respectivo (o qual, de forma confusa, é mais
uma opção de exclusão, pois o cliente tem que
tomar a iniciativa de uma acção no sentido
de evitar futuras mensagens promocionais de
E-mail). Se o consumidor tiver que assinalar
o dito quadradinho para vir a receber mensa-
gens de correio electrónico, a taxa de adesão
pode baixar até aos 44 por cento.
“É óbvio que esses resultados diferem
muito, em função de diversos factores, mas
eles têm algum significado”, diz Eric Johnson.
“Havia, na Federal Trade Commision (FTC) [o
organismo norte-americano que impõe a obser-
vância das regras e leis da concorrência livre e
leal], mais interesse nesta investigação antes
de a Administração Bush chegar ao poder.”
A actual preocupação com as listas de
interdição de contactos [as chamadas “do-
not-call lists”] mostra como os consumidores
estão a ficar sensibilizados para esta questão:
tendo-lhes sido dada a possibilidade de o faze-
rem, 57 milhões de consumidores já se deram
ao trabalho de escolherem o “opt-out”.
Para além das compras
Mas a questão das ofertas à partida não reside
apenas nos lucros dos vendedores — elas
poderão também ter um grande impacto na
segurança. A recente decisão da Microsoft de
alterar os parâmetros por omissão da configu-
ração dos computadores pessoais poderá ter
uma grande influência na segurança informá-
tica em geral. Em breve passará a ser muito
mais complicado os “hackers”, os autores de
vírus e outros conseguirem penetrar nos com-
putadores de utilizadores inocentes.
E embora a indústria informática diga que
se preocupa com a conveniência dos utilizado-
res, as “firewalls” podem tornar as comunicações
legítimas mais complicadas. Por outro lado, as
empresas que vendem “software” de segurança
poderão não querer que este se transforme em
algo pré-instalado nos computadores destina-
dos ao mercado de consumo — mas, de facto,
o “software” pré-instalado pode constituir uma
oportunidade de mercado para, mais tarde,
vender assinaturas de actualização.
E, por fim, as ofertas à partida podem
mesmo beneficiar os consumidores. “A perso-
nalização consiste precisamente nas ofertas à
partida”, diz Johnson. “Essas ofertas podem
ser definidas de modo a ir ao encontro de cada
utilizador individual. Isso deveria ser feito de
uma maneira que não restrinja as opções do
utilizador se ele se enganar; mas isso torna as
coisas o mais convenientes possível quando se
faz as escolhas certas.”
Veja-se, por exemplo, certos sítios de via-
gens, como o Expedia, que automaticamente
assumem que a origem das viagens é a nossa
cidade de residência. Na maioria das vezes, isso
dá jeito; mas isso poderá tornar-se irritante
quando se tenta marcar uma viagem a começar
noutra cidade: ao editarmos a nossa opção, o
sítio continua a apagar o nome da cidade que se
introduziu e volta a pôr lá a cidade de residên-
cia. (Isto para não falar da British Airways, que
não nos deixa reservar uma viagem que comece
fora do nosso país de residência).
E estas configurações à partida envol-
vem ainda outras subtilezas. Por exemplo,
a resistência da Amazon.com face aos seus
concorrentes surpreende muita gente — mas
não Eric Johnson: “O que importa às pessoas
nem sempre é o mais baixo preço, digam elas
o que disserem. O que importa é entrar e sair
rapidamente, como na loja da esquina. O famoso
sistema de ‘one-click checkout’ da Amazon
constitui realmente uma oferta à partida, para
usarmos a informação por nós armazenada para
efeitos de pagamento e de expedição.”
O desafio, para todos nós, consiste em
tornar mais visíveis as ofertas à partida
— e em mantê-las como opções, não como
restrições. É inevitável que os comercian-
tes tentem influenciar as nossas escolhas
— cabe-nos garantir quais são as nossas
opções. Esta é a única forma de assegurar
que a conveniência geral e a escolha indivi-
dual não se excluam mutuamente. ●
Esther Dyson (edyson@edventure.com) é analista das TI,
edita o boletim “Release 1.0”, é presidente da EDventure
Holdings (organizadora do PC Fórum) e foi,
até Novembro de 2000, presidente da Internet
Corporation for Assigned Names and Numbers (ICANN)
Exclusivo New York Times / PÚBLICO
S E G U N D A - F E I R A . 1 5 . M A R Ç O . 2 0 0 4 computadores .5
 P
dica RODUTORA DO
conhecido pro-
grama para o cál-
Trabalhar com datas no Excel culo de impostos
IRScalc e pioneira
das bases de dados jurídicos
O uso de datas na folha de cálculo Excel, da portuguesas — desde o
Microsoft, pode tornar-se, por vezes, bastante lançamento do LexData em
complicado. Num computador com a configura- 1989 —, a Jurinfor comple-
ção regional definida para Portugal, o programa tou em Janeiro último os
assume automaticamente como datas os dados seus 15 anos de actividade.
introduzidos — correctamente — de acordo com Para 2004, ano em que pre-
a regra “dia-mês-ano”, separados estes por hífens ou vêem um crescimento entre
barras. E dizemos correctamente porque o Excel só 20 e 30 por cento, uma das
assume uma data se ela for possível. Por exemplo, grandes apostas é o “sof-
se se escrever “29/2/3”, o programa mantém estes tware” de gestão para escri-
dados, não os transformando em data, pois, no ano tórios de advogados, que dá
de 2003, o mês de Fevereiro só teve 28 dias. Do pelo nome de JuriGest.
mesmo modo, o Excel formata automaticamente A grande mais-valia desta
uma célula de fórmula como célula de data quando empresa portuguesa
a fórmula é relativa a outra célula que contenha é, segundo os seus
uma data ou uma hora. responsáveis, o facto
Por exemplo, se se introduzir “1/1/2003” na célula de fornecer um sis-
A1, “1/1/2004” na B1 e “=B1-A1” na célula C1, o Excel tema de informação
apresenta o resultado desta fórmula na célula C1 jurídica completo,
como “12/30/1900”. sistematizado e
interligado, que dis-
pensa a consulta
de outras fontes,
permitindo ao
utilizador ganhar
tempo. A opor-
tunidade de mer-
cado surgiu porque
“havia um vazio total na
disponibilização deste tipo de
informação”, explicou a Com-
putadores Nuno Machado
Mendonça, administrador e
“chief executive officer” (CEO)
da Jurinfor.
A ideia da criação de uma
base de dados com os sumá-
rios do “Diário da República”
surgiu em 1988. Com recurso
a capitais próprios, de origem
familiar, fundou a empresa
com o capital social mínimo,
em conjunto com mais um
sócio. “Ficámos a dever a
sogros, pais, mães, tios…”,
recorda Nuno Mendonça.
As primeiras instalações,
em Setembro desse ano,
consistiam numa secretária
e num computador numa
O programa não permite desactivar esta formatação empresa dos seus pais, e a
A JURINFOR, PRECURSORA DOS SISTEMAS
automática das datas, sendo necessário alterar o for- introdução dos dados era
mato da célula para que o Excel apresente o valor feita manualmente. “Depois,

O poder dos c
verdadeiro correspondente àquela fórmula, ou seja, tivemos um rasgo e decidimos
“365”. Para isso, selecciona-se a célula e carrega-se nas investir num ‘direct mailing’
teclas Ctrl+1. Ou, então, dá-se um clique com o botão para 30 mil destinos” a fim de
direito do rato e escolhe-se Formatar Células ou, no promover o LexData — a pri-
menu Formatar, escolhe-se o mesmo comando. Isto meira base de dados jurídicos
faz abrir a janela com o mesmo nome. portuguesa, então em suporte

Como se pode ver na imagem, no separador Número, de disquete e com quatro ou
em Categoria, aparece seleccionado Data. Escolhendo cinco anos de sumários do
Geral e carregando em OK, o conteúdo da célula passa “Diário da República”.
de “12/30/1900” para “365”. Arriscaramtambémnuma
O programa tem definido um atalho de teclado que página dupla de publicidade
deveria permitir fazer esta mudança de forma auto- no jornal “Expresso” — “para
mática, sem ser preciso abrir a janela Formatar Célu- a qual, definitivamente, não
las. Trata-se da combinação Ctrl+Shift+~ (o sinal til). tínhamos dinheiro!”, observa
Acontece que, como é frequente com outras combi- Nuno Mendonça. “Felizmente,
nações de teclas que incluam pontuações e símbolos, correu bem e ficámos com um
desde que o computador esteja com a configuração problema novo: tínhamos
regional definida para Portugal, o Excel não consegue clientes mas não tínhamos
reconhecer este atalho… produto.” Duas “directas” e um
Entretanto, a função de preenchimento automático pequeno atraso nas entregas
do Excel permite introduzir rapidamente uma série resolveram o problema. Há 15
de datas numa folha de cálculo. Por exemplo, se se anos, não era estranho esperar
pretender fazer um registo semanal de eventos com um mês e
datas na coluna B, a começar no dia 1 de Março de meio pela R I TA H A S S E
2004, pode-se seguir este processo: entrega de
um produto, justifica o direc-
— na célula B1 escreve-se “1/3/04”; tor da Jurinfor. A empresa
— na célula B1 escreve-se “=B1+7”; passou a sociedade anónima
— selecciona-se a célula B2 e, com o rato, puxa-se em Janeiro do ano passado,
o “handle” do canto inferior direito, arrastando-o com a entrada de sete novos
coluna abaixo de modo a gerar outras datas segundo accionistas, todos colaborado-
a mesma lógica. ● JOSÉ DOUTIL res da empresa, e um aumento
de capital para 260 mil euros.
Hoje, a própria Imprensa
ao serviço d
Nacional já disponibiliza o
acesso “on-line” ao “Diário
da República” mas o trabalho
da Jurinfor já vai bem mais
longe: além da transcrição
integral do diário oficial, no
“site” LexPortugal.com desde
2001, existe todo o trabalho de
sistematização, cruzamento
e inte-
FERREIRA gração de
informação
proveniente de diversas
fontes — códigos, revistas,
legislação europeia, etc.
O objectivo é “dar toda a
informação”, reforça Helena
Marcos, directora comercial
da Jurinfor.
Apesar da insipiência da
primeira versão do LexData,
“as pessoas gostaram e come-
çaram a pedir mais coisas”,
continua Nuno Mendonça,
nomeadamente ao nível da
jurisprudência (sentenças dos
tribunais) e depois dos códigos
— “uma área que se revelaria
muito importante”: hoje estão
integrados nas “Colectâneas
Jurídicas”, as quais são res-
ponsáveis por cerca de 50 por
cento da facturação global da
empresa.
Sistematizar e cruzar
a legislação
com a jurisprudência
Comercializadas em CD-
ROM, DVD ou através da
Web, incluem todos os códi-
gos da legislação portuguesa,
além do “Diário da República”,
de diplomas comunitários,
jurisprudência ou da revista
do Sindicato dos Magistrados
do Ministério Público. Além
da sistematização de todos os
textos legislativos sobre uma
determinada matéria, oferece
o histórico da legislação, com
uma actualização perma-
nente. O cruzamento das
diversas fontes é dinâmico,
graças às ferramentas conce-
bidas pela equipa da Jurinfor
— hoje com sete pessoas afec-
tas ao desenvolvimento.
Conforme explica Nuno
Mendonça, “o grande valor
acrescentado reside na meta-
linguagem jurídica” — um
sistema que funciona dentro

computadores .6 S E G U N D A - F E I R A . 1 5 . M A R Ç O . 2 0 0 4

É RUIV
O pré-venda e pós-venda.
ANDR
DE INFORMAÇÃO JURÍDICA, FAZ 15 ANOS
computadores
dos juristas
da base de dados e permite o
reconhecimento automático
dos textos jurídicos, fazendo
o “link” de forma dinâmica
para os textos referenciados.
Além de enriquecer os dados
disponibilizados, é um sis-
tema que poupa muito tempo
de consulta ao utilizador… e
à equipa da Jurinfor, natu-
ralmente.
Mesmo na transposição
de um livro jurídico para o
formato de E-book — outro
dos produtos comercializados
pela empresa —, o estabe-
lecimento dos “links” para
as várias referências, sejam
leis ou notícias, processa-se
automaticamente. É que,
além da informação jurídica
mais “pura e dura”, a Jurin-
for oferece também, desde o
ano 2000, notícias jurídicas,
entretanto repartidas pelo
“Diário Legal” e pelo “Portugal
Fiscal”. Constituem, segundo
Nuno Mendonça, uma “des-
codificação de informação
jurídica relevante”, feita por
juristas-jornalistas, numa
linguagem acessível a leigos
e com os “links” (realizados
automaticamente graças à
tecnologia desenvolvida pela
Jurinfor) para todos os diplo-
mas legais relevantes.
As bases de dados da
Jurinfor contam actual-
mente com um total de cerca
de 3000 milhões de palavras.
O número de utilizadores
do portal LexPortugal.com
ronda os 40 mil, com 30 a 50
novos registos todos os dias.
O primeiro código a ser
disponibilizado, em 1991, foi
o “LexCod POC (Plano Ofi-
cial de Contabilidade)”, “que
vendeu milhares de cópias”,
recorda Nuno Mendonça.
Depois, seguiu-se o “Código
do Trabalho”, em 1992, que
custava 39 mil escudos. Hoje,
o acesso a todas as “Colec-
tâneas Jurídicas” custa 275
euros. Foi também em 1992
que a Jurinfor lançou a
primeira versão do IRScalc,
um “software” que é actual-
mente responsável por cerca
de um terço da facturação
da empresa. Só neste ano, o
S E G U N D A - F E I R A . 1 5 . M A R Ç O . 2 0 0 4
IRScalc 2003 já ultrapassou
um milhão de “downloads”,
com 400 a 800 novos utiliza-
dores (registos novos) todos
os dias.
Gratuito na versão Mono-
AgregadoFamiliar — graças
a uma parceria com a Caixa
Geral de Depósitos (CGD)
—, o IRScalc representa, para
Nuno Mendonça, “o reconhe-
cimento por parte das pes-
soas do serviço que estamos
a prestar para a entrega da
declaração do IRS”. Desde
2002, este “software” per-
mite igualmente a entrega
“on-line” das declarações de
rendimentos.
Com a entrada de
Portugal na Comunidade
Económica Europeia (CEE)
— hoje União Europeia (UE)
— em 1986, começou a
ganhar importância
a legislação euro-
peia, passando a
Jurinfor a dispo-
nibilizar conteúdos
do jornal comunitário
(“JOUE”), para além
de os diplomas europeus
terem começado a fazer parte
do sistema de metalinguagem
jurídica da empresa.
A Jurinfor — que, até ao
final de 2003, comercializava
os seus produtos em regime
de venda directa — decidiu
entretanto apostar também
no canal de distribuição, e
contando já com revendedo-
res no Porto e em Coimbra,
e em breve também em Faro,
no Algarve. Segundo Nuno
Mendonça, a proximidade
física facilita o processo de
comercialização, sobretudo
para o JuriGest, que é um
produto que exige serviços de
Foi também no ano
passado que a empresa rea-
lizou a primeira exportação
da sua tecnologia de acesso
a informação jurídica em
português. “A natureza da
solução faz com que a inter-
nacionalização óbvia seja
para os países africanos de
língua oficial portuguesa
(PALOP)”, refere o CEO da
Jurinfor. A abordagem dos
vários países foi global e o
processo negocial demorou
três anos. Foi criado o portal
LexPalop.com — “um portal
de entrada, nada mais” — e,
em 2003, arrancou finalmente
o LexMozambique.com, atra-
vés de uma parceria com
a empresa moçambicana
Pandora Box, “que se dedica
à gestão e à edição electrónica
de documentos e à informati-
zação de arquivos de bibliote-
cas em Moçambique”.
O LexMozambique.com
disponibiliza, para já, a I
Série do “Boletim da Repú-
blica” moçambicano — o
que já não é mau, num país
em que, segundo Nuno Men-
donça, a versão em papel do
boletim oficial é distribuída
com semanas de atraso na
capital, Maputo, e só meses
depois noutras áreas. Existem
contactos para o lançamento
de iniciativas semelhantes
em Angola (onde o projecto
estará mais avançado), Cabo
Verde, Guiné e S. Tomé. ●
Ferramenta de gestão para
escritórios de advogados
Em 1996, a Jurinfor lançou o JuriGest. Segundo Helena
Marcos, não havia na altura em Portugal um programa
específico para a gestão de escritórios de advogados em
ambiente Windows. O objectivo era “criar um produto que
se adaptasse à realidade de cada escritório” e às suas muitas
especificidades, o que continua a ser “a parte mais difícil”:
ainda hoje, a Jurinfor organiza dois seminários por ano para
ouvir os seus clientes e saber das suas necessidades.
A primeira versão do JuriGest “não tem nada a ver com
o que é hoje”, refere Nuno Mendonça. Este “software” de
gestão de escritórios de advogados sofreu a primeira
grande alteração em 2000, com a versão 3, que já “entrava
no conceito do escritório-empresa e do departamento
jurídico”. Mas o “pulo maior” foi dado em 2003:“Disponibili-
zámos a versão cliente-servidor, para grandes escritórios”.
O JuriGest 3 é o resultado de mais de um ano de traba-
lho e está preparado para plataformas com SQL Server e
suporte para 300 a 400 utilizadores em simultâneo. Além
disso, disponibilizaram a versão Web JuriGest, que permite
o acesso remoto, através da Internet, a toda a informação
do escritório. Nesta fase, só permite a consulta, tanto por
parte dos advogados como pelos seus clientes, que podem
saber em que estado se encontram os seus processos. Não
querendo avançar o número de escritórios que já estão a
utilizar o sistema nesta modalidade, Helena Marcos adianta,
contudo, que está a gerar um grande interesse, sobretudo
por parte dos clientes dos escritórios de advogados.
Ainda durante 2004, “no máximo em 2005”, o JuriGest
deverá sofrer outra evolução importante, com o lança-
mento da versão em regime de fornecimento de serviços
aplicacionais — ou “application service provider” (ASP)
—, uma espécie de “escritório de advogados virtual dinâ-
mico na Internet” que vai permitir a criação de um escri-
tório, com a respectiva parametrização de raiz, “seja para
um ou para mil advogados”, sublinha Nuno Mendonça.
Com mais de 600 clientes com contratos de manutenção
— “de certeza activos” — e mais de 1000 que já o com-
praram até hoje, o JuriGest é também a grande aposta da
Jurinfor em termos de crescimento, até porque as “Colec-
tâneas Jurídicas” têm um crescimento anual “tranquilo e
sustentado”, e o IRScalc tem um ciclo definido. A empresa
está a criar um departamento de formação, vocacionado
numa primeira fase para o JuriGest, e a primeira acção
deverá ser realizada em Abril ou Maio. ● R.H.F.
Jurinfor – Informática
e Publicações SA
Data da criação: 6 de Janeiro 1989
Origem dos capitais: 100 por cento privados e
nacionais
Área de actividade: desenvolvimento e
comercialização de soluções e serviços de acesso
aos conteúdos jurídicos nacionais e comunitários,
e de soluções de gestão para escritórios de
advogados
Principais produtos: “Colectâneas Jurídicas” (50
por cento da facturação) e IRScalc (30 por cento)
Nº de empregados: 27
Média de idades: inferior a 30 anos
Cotada em bolsa: Não
Facturação em 2003: 1.160.227 euros
Crescimento médio nos últimos 3 anos: 6 por
cento
Internacionalização: 5 por cento da facturação
URL: http://www.jurinfor.pt
computadores .7
computadores .8 S E G U N D A - F E I R A . 1 5 . M A R Ç O . 2 0 0 4
 ENTRE A PRESSA NA VOTAÇÃO E A SUSPEITA DE CONFLITO DE INTERESSES DA RELATORA
Directiva sobre propriedade
intelectual aprovada no PE
A
PROPOSTA DE DIRECTIVA relativa
às medidas e aos procedimen-
tos destinados a assegurar o
respeito pelos direitos de pro-
priedade intelectual foi apro-
vada na semana passada no Parlamento
Europeu (PE), em Estrasburgo, apesar
das manifestações contrárias — nomea-
damente por a relatora do documento ser
parte interessada na sua aprovação.
Uma votação de 330 votos a favor, 151
contra e 39 abstenções determinou que,
agora, a legislação apenas possa sofrer
modificações ao nível do ajustamento nacio-
nal pelos 15 países da União Europeia mais
os 10 futuros membros.
O texto da proposta foi debatida e votada
no PE praticamente sem debate público,
sem direito a uma “segunda volta” (ver “Pro-
testo pela Ausência de Debate Público”, na
edição anterior de Computadores) e sobre
a relatora francesa Janelly Fourtou surgiu
a suspeita de conflitos de interesse por ser
esposa de Jean-René Fourtou, “chief exe-
cutive officer” da Vivendi Universal, tendo
esta directiva um impacto directo no sector
do entretenimento.
Os críticos da directiva comparam-na
a uma versão “mais dura” da lei norte-
americana Digital Millennium Copyright
Act (DMCA), ao abrigo da qual têm surgido
problemas com criadores de
“software” e é usada pela PEDRO
indústria discográfica para
perseguir utilizadores que trocam ilegal-
mente ficheiros musicais. Mas a legislação
europeia “faz o DMCA parecer uma brinca-
deira de crianças”, afirmou à Reuters um
executivo de uma empresa da Internet. Os
Estados-membros têm agora 24 meses para
adoptar a directiva.
Esta, no entanto, não se destina
apenas à indústria do entretenimento ou
aos “downloads” de músicas ou filmes,
pois visa igualmente punir as contrafac-
ções de CD, DVD, roupa, malas ou medica-
mentos. A directiva permite às empresas
revistar casas ou pedir aos tribunais o
congelamento de contas bancárias para a
protecção de bens com marcas registadas
O PROJECTO METAVISION E A PARTICIPAÇÃO DO INESC-PORTO
Produzir vídeo de alta resolução com metadados
Q
UANDO SE PENSA EM grandes
avanços tecnológicos nos meios
de comunicação, pensa-se pri-
meiramente, quiçá, nas mesas
de edição das produtoras de
televisão ou cinema. Mas, curiosamente,
as tecnologias estão mais bem atrasadas
nesta área do que estão por exemplo, na
fotografia, em termos de perda de quali-
dade de informação na conversão e edição
dos muitos formatos existentes. O terreno
começa agora a ser recuperado também
pela mão de um consórcio europeu que,
durante três anos, desenvolveu uma tec-
nologia, a Metavision, onde fica resolvida
a convergência dos projectos de captura,
armazenamento e distribuição entre os
meios cinematográficos e televisivos.
Numa área que, pode dizer-se, pouco
se desenvolveu desde os irmãos Lumière
— se não considerarmos desenvolvimento a
capacidade de fotografar um cada vez maior
número de imagens por segundo, mas aten-
que tenham sido falsificados ou roubados.
No caso dos “downloads”, os consumidores
que agirem de “boa-fé” e apenas para seu
uso, e sem prosseguirem fins comerciais
directos ou indirectos, são
FONSECA deixados em paz. A lei
pode igualmente ameaçar a
liberdade de expressão em países “como a
Espanha, que inclui informação confiden-
cial na definição de propriedade intelec-
tual”, referiu a BBC.
O documento prevê que os sectores do
entretenimento possam vir a acusar os
consumidores por infracções pelo uso não
comercial de certos direitos de proprie-
dade intelectual — afirma a IP Justice,
uma das entidades que se opõem a esta
legislação. Para a Foundation for a Free
Information Infrastructure (FFII), o Par-
lamento Europeu não forneceu qualquer
justificação para que consumidores que
façam uma cópia privada única possam
ser levados a tribunal.
tarmos no facto de que se continua a fazer
isso, “fotografia”, sem as três dimensões —,
a inovação trazida por este projecto consiste
em para o cinema mas com informação
sobre movimento e profundidade.
Este objectivo foi conseguido através
do criação do conceito de “metadados”,
que tornam a essência mais rica, acres-
centando informação adicional à mera
captação de imagens, a qual pode ser
trabalhada em fase de pós-produção e
que será de grande importância na faci-
litação do arquivo e armazenamento de
conteúdos. Um exemplo é a captura de
imagens com menor qualidade (devida a
menor resolução) mas com um número de
imagens por segundo superior , a informa-
ção de profundidade variando no espaço e
no tempo, a posição geográfica variável da
câmara, entre outros.
Dividido em três partes — captura,
edição e distribuição —, o sistema Meta-
vision permite implantar uma cadeia de
S E G U N D A - F E I R A . 1 5 . M A R Ç O . 2 0 0 4
Preparada ao longo de quatro anos, a
lei permite ainda que os fornecedores de
acesso à Internet divulguem informação
pessoal sobre os seus clientes aos secto-
res do entretenimento pelo uso de redes
de partilha de ficheiros (as chamadas
“peer-to-peer” ou P2P). Segundo a FFII,
permite-se ainda buscas domiciliárias
bem como o congelamento de contas ban-
cárias sem necessidade de uma audiência
em tribunal — bastando a autorização de
uma vaga “autoridade judicial compe-
tente” —, apesar de estar previsto apenas
para “casos sérios”.
Uma das mais veementes críticas à
directiva atinge a sua proponente, Janelly
Fourtour, por ter interesses directos no
assunto. Aliás, a mesma crítica foi efec-
tuada quando ela foi uma das promotoras
das patentes sobre o “software” na Europa.
Sendo Fourtour casada com o director
executivo da Vivendi Universal, um grupo
empresarial interessado nestes assuntos,
produção desde a captura da informação
até à sua formatação para a distribuição
final. O conteúdo dos programas pode ser
armazenado com vários níveis de quali-
dade e de utilizações mas encapsulado
num ficheiro do formato MXF, que é já
uma norma SMPTE.
O projecto Metavision foi financiado
pelo programa Information Society Tech-
nologies (IST) e realizado por um consór-
cio europeu composto por seis parceiros.
Entre estes, está a empresa que coorde-
nou o projecto, a inglesa Snell&Wilcox,
que desenvolveu também os protótipos
dos compressores e dos conversores de
formato; a alemã ARRI, fabricante de
câmaras cinematográficas, desenvolveu o
protótipo da câmara Metavision; a univer-
sidade de Pádua, que desenvolveu o algo-
ritmo de compressão sem perdas à saída
da câmara; a BBC testou a câmara da
ARRI, captando imagens estéreo com 3D;
e a France 2 validou o sistema, testando o
deveria ter-se mantido à margem destas
questões — afirmam os críticos.
Na sua intervenção no plenário europeu,
Fourtou salientou que, “no momento em que
os actos de falsificação e de pirataria progri-
dem exponencialmente, é vital para a nossa
economia dotarmo-nos dos instrumentos
necessários para assegurar o respeito pelos
direitos de propriedade intelectual”. A pira-
taria e as falsificações de bens custaram
à União Europeia quase 8 mil milhões de
euros anuais entre 1998 e 2001, segundo
dados da Comissão Europeia.
Por outro lado, os novos países-mem-
bros serão obrigados a adoptar uma
directiva sobre a qual não se puderam
pronunciar. “Não haverá um segundo
debate no Parlamento Europeu, que é o
normal para estas leis, pelo que a legisla-
ção será aprovada antes da expansão da
União Europeia, a 1 de Maio”, referia a
IDG News Service.
A justificação dada por Fourtou
para este “processo original” foi no
sentido dos “imperativos do calendário
e da urgência, face ao alargamento, em
assegurar uma legislação harmonizada,
permitindo fazer respeitar paralelamente
os direitos de propriedade intelectual, a
inovação e a criatividade nos 25 países
da Comunidade”.
No caso português, a votação no Parla-
mento sobre a emenda ao texto de Fourtou
sobre a abrangência da contrafacção não
se limitar apenas a objectivos comerciais
obteve posição desfavorável dos eurodepu-
tados comunistas Ilda Figueiredo e Sérgio
Ribeiro e dos socialistas António Campos,
Maria Carrilho e Paulo Casaca.
Em sentido contrário e pela abran-
gência da directiva a todos os actos
de falsificação ou pirataria votaram
os sociais-democratas Teresa Garrett,
Regina Bastos, Raquel Cardoso, Carlos
Coelho, João Gouveia, Sérgio Marques,
Vasco Graça Moura e Pacheco Pereira, os
socialistas Luís Marinho, Manuel Santos,
Mário Soares, Sérgio Sousa Pinto, Helena
Torres Marques e Joaquim Vairinhos, e
Ribeiro e Castro, do CDS-PP. ●
demonstrador. Por fim, o último parceiro,
português, foi o Inesc-Porto, a quem coube
o desenvolvimento de todo o “software”.
O envolvimento do Inesc-Porto nesta
iniciativa contou com o apoio do programa
Prime, do Programa Operacional de Eco-
nomia, e permitiu a uma jovem produtora
do Porto, a Filbox, testar as reduções de
custos e a maior flexibilidade artística tra-
zida por este sistema. “Trata-se de um pro-
jecto muito ambicioso. De momento, nem
tudo é ainda passível de ser usado pelas
empresas mas as grandes produtoras de
tecnologias já estão a tentar desenvolver
este sistema, para depois o comercializar”,
disse o director do Inesc-Porto, Pimenta
Alves. Pela parte da Filbox, que já testou
as vantagens trazidas pelos metadados no
seu sistema de arquivo e pós-produção, as
vantagens são visíveis: “É uma preciosa
ferramenta, que permite poupanças muito
consideráveis”, afirmou Pedro Vieira, da
Filbox Produções. ● LUÍSA PINTO
computadores .9
 S H A R E WA R E
Imprimir as capas
das cópias de segurança
A
GRAVAÇÃO doméstica
de um CD é algo tão
comum como foi, nos
anos 80, gravar uma
cassete de áudio com
as nossas músicas favoritas. O uti-
lizador dispõe hoje de muitas faci-
lidades para criar os seus próprios
CD de compilações dos temas que
gosta mais de ouvir, para os levar
no carro ou em viagem, usando
um leitor portátil de CD. Mas se
o conteúdo é importante, a apre-
sentação dos trabalhos também
o é. E, ao realizarmos a cópia de
um CD, queremos sempre que ele
fique como o original — não só em
termos de qualidade sonora mas
também na caixa que o guarda.
É importante catalogar cor-
rectamente o conteúdo para que
se possa identificar na pra-
teleira o CD que se pretende
e saber as músicas que este
contém — mas este processo
deverá estar de acordo com
a legislação em vigor sobre
direitos de autor. As aplica-
ções e os serviços aqui apre-
sentados não deverão ser
usados para realizar cópias-pirata uma lista de ligações
de discos de música ou de vídeo
— mas tão só para criar cópias de
segurança de discos que se tenha
adquirido legalmente, assim o Easy CD Cover
pagando os respectivos direitos
de autor.
A criação de capas de discos
é uma tarefa muito simples.
Existem no mercado várias ferra-
mentas que permitem criar capas
para CD de música. Como é lógico,
o utilizador pode sempre recorrer
a um programa de tratamento
gráfico mas esta
opção requer alguma NUNO BERNARDO
destreza no trabalho
com estas ferramentas. Mas, se
se pretende imprimir uma capa
de um CD comercial, o melhor é
recorrer a uma ferramenta como
o Easy CD Cover Printer.
Um dos pontos fortes do pro-
grama é o seu sistema de pesquisa
de capas de discos comerciais em
sítios da Internet especializados
no arquivo e catalogação de capas
de CD de música. O utilizador
só tem de introduzir o nome do
artista e (ou) o nome do álbum,
e, em poucos segundos, obtém
computadores .10
EASY CD COVER PRINTER
a cópias de capas,
que poderá importar
directamente para
Printer. Depois, é só
verificar se as dimensões estão
correctas, introduzir um texto ou
uma nota pessoal e enviar para a
impressora — e, alguns segundos
depois, a capa do disco está pronta
para ser inserida na caixa do CD.
Através do módulo Pesquisa,
é possível encontrar milhares
de capas da grande
maioria dos discos
comerciais existen-
tes no mercado. Um motor de
pesquisa permite ao utilizador
identificar rapidamente o álbum
ou a capa que procura. Este tipo
de serviços funciona em regime
de comunidade; por isso, todos
os utilizadores são convidados a
disponibilizar as suas capas, de
modo a ir ampliando o número de
ficheiros disponíveis.
Após ter realizado a sua pes-
quisa e identificado as capas de
álbuns que pretende imprimir, há
que copiá-las para o nosso com-
S E G U N D A - F E I R A . 1 . M A R Ç O . 2 0 0 4
S E G U N D A - F E I R A . 1 5 . M A R Ç O . 2 0 0 4
putador. A operação irá permitir
imprimir directamente as capas
para a impressora com o auxílio
do Easy CD Cover Printer. As
capas são disponibilizadas no
formato e com a resolução ideal
para uma impressão doméstica
— um processo bastante mais
simples do que digitalizar a capa
de um álbum, retocá-la e só depois
imprimi-la.
O Easy CD Cover Print é uma
ferramenta muito simples e que
pode ser copiada livremente da
Internet. O ficheiro de instalação
não ocupa nem 1 megabyte. O
processo de instalação processa-
se sem grandes problemas mas
poder-se-á recorrer à instalação
de algumas bibliotecas de apoio
ao programa — bibliotecas que
poderão ser copiadas também com
o programa, mas o mais natural
é que estas já se encontrem ins-
taladas no sistema. Um ficheiro
de ajuda acompanha o ficheiro
de distribuição e poderá ajudar o
utilizador nesta questão.
Após a instalação, chegou a
hora de correr o programa. A sua
interface é bastante simples e
rudimentar, servindo para impor-
tar imagens já criadas, sejam elas
em formato JPEG, GIF ou BMP,
ajustá-las às dimensões normali-
zadas das capas de CD e proceder
à sua impressão.
Qualquer tentativa de edição
das imagens ou alteração do seu
conteúdo sairá gorada: o Easy CD
Cover Print não é um programa
de edição ou tratamento gráfico.
Quem pretenda criar
ou alterar as imagens
deverá correr a um
programa específico
para esse efeito, como
o conhecido Paint Shop
Pro, também distribu-
ído em regime de “sha-
reware”. O resultado
final deverá ser depois
importado pelo Easy CD
Cover Printer para ser
formatado e impresso.
Ao imprimir, o programa
irá ainda criar linhas
para facilitar o recorte
e marcas para ajudar
no processo de dobragem
— as quais não danifica-
rão a imagem, servindo
apenas para auxiliar a introdução
da capa impressa na caixa.
O Easy CD Cover Printer é um
pequeno utilitário que serve para
imprimir capas de CD a partir de
imagens previamente concebidas.
Não faz muito mais do que isto,
mas o que faz é suficiente para a
maioria dos utilizadores. Quando
usado em conjunto com o módulo
de pesquisa de imagens de capas
de CD comerciais existentes na
Internet, o utilizador passa a
poder imprimir, de forma simples
e rápida, capas para as cópias de
segurança dos seus CD de música.
O programa é de utilização
gratuita ( http://www.klits.nl/
Easycdcover/ ), apresentando
mensagens publicitárias na sua
interface. Se não quiser ter estes
anúncios, o utilizador deverá
pagar cerca de 8 euros e proceder
ao registo do programa ( http:
//easycdcover.cjb.net/ ). ●
FICHA
Editor
Rui Jorge Cruz
Redactores, colaboradores
e cronistas
Ana Gerschenfeld, Ana Machado,
André Ruivo, António Granado,
Casa dos Bits, Fernando Santos,
Helena Viegas, Henrique Carreiro,
Henrique Saias, Isabel Gorjão
Santos, João Cruz, José Antunes,
José Doutil, Luís Félix, Miguel
Crespo, Nuno Bernardo, Paulo
Almeida, Pedro Fonseca, Rita
Cruz, Rita Hasse Ferreira
Secretariado
Paula Dias
Paginação
Ana Carvalho, Ivone Ralha,
Hugo Pinto, Jorge Guimarães
Projecto Gráfico & Designer
Luis Carlos Amaro/
Gráficos à Lapa
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Tomé e Guiné. Os preços incluem
IVA à taxa legal em vigor.
 virose
Dia 15

OS VÍRUS DA SEMANA
W97M/Yous, JS/Gigger.a@MM, W97M/Fifteen.a,
Sober.D disfarça-se de actualização da Microsoft W32/PetLil@MM, W32/Urick@MM, Habir.A,
Tribute.A;B, WM/Eraser.A:Tw, AOS.A, WM/
Theatre.A, W97M/Jackal.A, W97M/Cobra.a1,
Surgiu, na terça-feira passada, uma nova variante do “worm” Sober, a D, Local Machine. X97M/Hopper.r, X97M/Anis, W97M/Courage.a,
que é propagada através de uma mensagem de E-mail que finge ser De início, a Microsoft defendia a classificação de “importante” por a falha só VBS/Count, W97M/Alamat, W97M/Class.ed,
proveniente da Microsoft e conter uma actualização para combater poder ser explorada se a“homepage”do Outlook estivesse configurada para W32/Winur.worm.b, W32/Winur.worm.a, VBS/
uma suposta nova versão do MyDoom. A mensagem existe em duas a pasta Outlook Today; Depois descobrir-se-ia que,para um intruso explorar Aqui, VBS/Alphae, VBS/Zync
versões, uma inglesa e outra alemã — a primeira versão com o assunto a falha, bastaria enviar dois “mailto URLs” concebidos para o efeito — um
“Microsoft Alert: Please Read! Message-ID: <[caracteres escolhidos para iniciar o Outlook e abrir a página Outlook Today, e o segundo para Dia 16
W97M/Akuma, W97M/Cash, W97M/Alamat,
aleatoriamente].qmail@microsoft.com>”. O texto é o seguinte: “injectar” o código que explora a falha. Este código tem que ser “injectado”
XM/Laroux.IC, W97M/Cobra.a1, WM/
nos PC ou através de um sítio da Web configurado pelo autor do ataque ou ERASER.H, WM/Concept.F;G;J, WM/Eraser.A:
“New MyDoom Virus Variant Detected! de uma mensagem de E-mail em formato HTML. Tw, Tribute.A;B, W97M/Yous
A new variant of the W32.Mydoom (W32.Novarg) worm spread rapidly Quando a falha é explorada, o atacante assume os privilégios de admi-
through the Internet. Anti-virus vendor Central Command claims that 1 in nistração do PC do utilizador, podendo aceder a ficheiros e executar Dia 17
45 e-mails contains the MyDoom virus.The worm also has a backdoor Trojan código, tudo dependendo do nível desses privilégios. W97M/Yous, Acid.A (intended), WM/
capability. By default, the Trojan component listens on port 13468. Eraser.A:Tw, W97M/Jackal.A, W97M/
Protection: Cobra.a1, W32/Mypics.worm.25600, VBS/
... e disponibiliza ‘patches’ mensais Mantie.ow, W97M/Serpent, W97M/Alamat,
Please download this digitally signed attachment. This Update includes W97M/Akuma
the functionality of previously released patches. Outra falha já com “patch”, classificada como “moderada”, nos Windows
+++ 2004 Microsoft Corporation. All rights reserved. Media Services e deixa os computadores afectados vulneráveis a ata- Dia 18
+++ One Microsoft Way, Redmond, Washington 98052 ques do tipo “denial-of-service” (DoS), só afectando os Media Services W97M/Akuma, W97M/Alamat, W97M/
+++ Restricted Rights at 48 CFR 52.227-19” 4.1 incluídos no Windows 2000 Server. A falha tem a ver com a maneira Trugbar.a, VBS/SWVK.ow.gen, W97M/
como estes lidam com as ligações TCP-IP, permitindo a um intruso enviar Chameleon.a, W97M/Cobra.a1, WM/Eraser.A:
O ficheiro anexo que contém o verme apresenta o nome com uma de pacotes de dados para as portas desses serviços de modo a que eles Tw, W97M/Yous
duas extensões, .zip e .exe, e dois blocos, um com texto escolhido de deixem de responder às solicitações.
Dia 19
entre as seguintes palavras, e o outro uma série de algarismos escolhi- Uma última falha também classificada como “moderada” diz respeito ao W97M/Yous, W97M/Assilem.H, W95/
dos aleatoriamente: “Patch”,“MS-Security”,“MS-UD”,“UpDate”,“sys-patch” MSN Messenger, versões 6 e 6.1, e tem a ver com a maneira como o pro- Firkin.worm, WM/Eraser.A:Tw, Tribute.A;B,
ou “MS-Q”. grama lida com os pedidos de ficheiros. Os atacantes podem explorá- W97M/Cobra.a1, W97M/Nebo, W97M/
la enviando um pedido expressamente concebido Alamat
Falha ‘crítica’ no Outlook... para o efeito, podendo depois “ver” o conteúdo
de ficheiros do computador mas sendo pre- Dia 20
No mesmo dia, a Microsoft disponibilizou nova série de “patches” para ciso conhecer a sua localiza- W97M/Alamat, VBS/Zync, W97M/Cobra.a1,
X97M/Hopper.r, W97M/Mck.e, VBS/
vários produtos, não tendo a empresa classificado nenhuma delas como ção. ● JOSÉ DOUTIL Loveletter.ar, X97M/Anis, W97M/Erab, VBS/
“crítica”. A falha mais perigosa deste grupo foi classificada como “impor- Count, VBS/Baracu.A@mm, WM/Eraser.A:
tante” e afecta o Outlook 2002. Passados dois dias e face à insistência da Tw, WM/MDMA.C;D;H, Gurre.A, AOS.A,
pessoa que a descobriu em afirmar que se tratava de uma falha muito W32/Urick@MM, VBS/Gaggle@MM, JS/
perigosa, a Microsoft alterou a sua classificação para Gigger.a@MM, W97M/Yous, W97M/Bablas.aj
“crítica” — falha que só existe nos Service Pack 2
do Office XP e do Outlook 2002, e tem a ver com Dia 21
Sun, W97M/Yous, WM/MDMA.C;D;H, W97M/
a maneira como o Outlook lida com a função “mailto Cobra.a1, W97M/Opey.bg, W97M/Alamat
URLs”, permitindo ao Internet Explorer executar “scripts” na zona da

agenda

IT Architect & Professional
Leadership Conference
Data: 15-03-2004 a 18-03-2004
Local: Cannes, França
Contacto: Sílvia Ramos; tel. 21
8927249
E-mail: silvia.ramos@pt.ibm.com
URL: www.ibm.com/services/pt/
learning/
isQED 2004 – 5 th International
Symposium on Quality Electronic
Design
Data: 22-03-2004 a 24-03-2004
Local: San Jose, Califórnia, EUA
Contacto: Melissa Wilderkehr
E-mail: wilderkehr@isqed.org
URL: www.isqed.org
TACoS – International Workshop
on Test and Analysis of Component
Based Systems
Data: 27-03-2004 a 28-03-2004
Local: Barcelona, Espanha
E-mail: tacos04@disco.unimib.it
URL: www.lta.disco.unimib.it/tacos
Coll Chips VII – An International
Symposium on Low-Power and
High Speed Chips
Data: 14-04-2004 a 16-04-2004
Local: Yokohama, Japão
Contacto: Secretariat
E-mail: cool@coolchips.org
URL: www.coolchips.org
EWME 2004 – 5th European Workshop
on Microelectronics Education
Data: 15-04-2004 a 16-04-2004
Local: Lausanne, Suíça
Contacto: Marie Halm (Local
Secretariat)
E-mail: marie.halm@epfl.ch
URL: ewme2004.epfl.ch
DDECS – 7th IEEE Workshop on
Design & Diagnostic of Electronic
Circuits & Systems
Data: 18-04-2004 a 21-04-2004
Local: Tatranská Lomnica, Eslováquia
Contacto: Sybille Hellebrand
E-mail: sybille.hellebrand@uible.ac.at
URL: www.ui.savda.sk/DDECS2004
FCCM – The 2004 IEEE Symposium
on Field-Programmable Custom
Computing Machines
Data: 20-04-2004 a 23-04-2004
Local: Napa, Califórnia, EUA
E-mail: fccm@fccm.org
URL: www.fccm.org
EDP – Electronic Design Processes 2004
Data: 25-04-2004 a 27-04-2004
Local: Monterey, Califórnia, EUA
E-mail: edps@eda.org
URL: www.eda.org/edps/edp04
VTS - IEEE VLSI Test Symposium
Data: 25-04-2004 a 29-04-2004
Local: Napa Valley, Califórnia, EUA
URL: www.tttc-vts.org
RAW 2004 – 11th Reconfigurable
Architectures Workshop
Data: 26-04-2004 a 27-04-2004
Local: Santa Fe, New Mexico, EUA
Contacto: Jurgen Becker
E-mail: becker@itiv.uni-karlsruhe.de
URL: www.ece.lsu.edu/vaidy/raw04

ETAPS 2004– European Joint
Conferences on the Theory and
Practice of Software
Data: 27-03-2004 a 4-04-2004
Local: Barcelona, Espanha
Contacto: Fernando Orejas
E-mail: etaps04@lsi.upc.es
URL: www.lta.disco.unimib.it/tacos
ITSW 2004– 11th International Test
Synthesis Workshop
Data: 4-04-2004 a 7-04-2004
Local: Santa Barbara, Califórnia, EUA
E-mail: register@computer.org
URL: www.tttc-itsw.org
ISPD 2004 – The International
Symposium on Physical Design
Data: 18-04-2004 a 21-04-2004
Local: Phoenix, Arizona, EUA
Contacto: Patrick H.Madden
URL: www.sigda.org/ispd2003
ASYNC 2004 – The 10th
International Symposium on
Asynchronous Circuits and Systems
Data: 19-04-2004 a 23-04-2004
Local: Hersonissos, Creta, Grécia
Contacto: Maria Prevelianaki
E-mail: maria@ics.forth.gr
URL: www.ics.forth.gr/async2004
S E G U N D A - F E I R A . 1 5 . M A R Ç O . 2 0 0 4
GLSVLSI 2004 – The Great Lakes
Symposium on VLSI
Data: 26-04-2004 a 28-04-2004
Local: Boston, Massachusetts, EUA
Contacto: David Garrett
E-mail: garrettd@lucent.com
URL: www.sigda.org/glsvlsi
Fourteenth Biennial Single Event
Effects Symposium
Data: 27-04-2004 a 29-04-2004
Local: Manhattan Beach, Califórnia, EUA
Contacto: Mike Xapsos
URL: www.radhome.gsfc.nasa.gov/
radhome/SEE/index.html
www.publico.pt
computadores .11
 JOGOS
O jogo do trimestre
T
ão aguardado como temido,
o regresso do agente Sam
Fisher está para breve. Dia
26 de Março é a data marcada
para o lançamento de “Tom
Clancy’s Splinter Cell Pandora Tomor-
row”, o sucessor do jogo de acção furtiva
mais falado de 2003 — e o mínimo que
se pode dizer é que temos campeão.
Novamente assinado pelo escritor Tom
Clancy, o novo “Splinter
Cell” é arrebatador desde MIGUEL
o primeiro minuto. Um
espectador desavisado poderá até pensar
que se trata de um filme, de uma grande
produção de Hollywood, tal a densidade, a
intensidade, a montagem e o realismo da
introdução cinemática. Com um realismo
poucas vezes visto, a entrada do jogo só
prenuncia o que vem depois, dado que
“Pandora Tomorrow” não só consegue ser
uma excelente sequela como vai ainda
mais além, recriando com êxito o imaginá-
rio e a mecânica criadas no original.
Tudo em “Pandora Tomorrow” está
perto da perfeição. A componente visual não
surpreende só de início: cada momento que
passa, cada novo avanço no jogo confronta
o jogador com novas cambiantes, pequenas
variações, novos jogos de luz e sombra, novos
desafios. O nível de surpresa prolonga-se
pelo som, tão bem colocado que não se dá
por ele mas reforça cada emoção e tensão.
Afinal, estamos num jogo em que o silêncio
vale ouro, já que o objectivo é sempre atingir
os fins da forma mais discreta possível, pois
um ruído no momento errado é suficiente
para conseguir a morte certa.
Os cenários são ricos, detalhados, com
cores ora quentes, ora cheias de sombras. A
animação está sempre presente: nos adver-
sários, nas águas ou nos fumos. A importân-
computadores .12
‘ TOM CLANCY’S SPLINTER CELL PANDORA TOMORROW’
cia das sombras é tal que o jogo inclui um
sistema para acertar o brilho do ecrã ou do
televisor, de forma a que tudo esteja no ponto
certo — estamos no reino das sombras…
Mas se não bastasse tudo isso, há
ainda que contar com uma das jogabilida-
des mais apelativas já vistas. Sam Fisher
pode fazer tudo e mais alguma coisa: para
se mover pelas sombras, pode andar aga-
chado em silêncio, encostar-se a paredes,
trepar, descer. Pode pegar
CRESPO nos adversários e escondê-
los, escorregar por cordas,
pendurar-se debaixo de comboios… O
limite parece ser a imaginação! Quando
o confronto é inevitável, pode apanhar os
adversários pelas costas e neutralizá-los.
Mas tem também à sua disposição um
vasto arsenal de tecnologias.
Além das armas — desde pistolas a
espingardas com mira de laser, de gra-
nadas de fragmentação a minas —, há
imensos “gadgets”. A característica más-
cara oferece visão nocturna (tudo em
cinza, com muito grão), térmica (vermelho
para o mais quente, azul para o mais frio)
mas também detecção de movimento (tons
de vermelho) ou visão electromagnética
— em azuis. Mas há ainda outros ape-
trechos, desde o Flash Bang (que cega) à
Chaff Grenade (que destrói equipamento
electrónico), passando pela Spy Bullet e
pela Sticky Camera, para citar só alguns.
A visão do jogo é maioritariamente
na terceira pessoa mas há também uma
primeira pessoa no modo Mercenary, que
integrará o “on-line” mas que ainda não foi
possível testar. A isso some-se a existência
de um modo “sniper”, com uma mira sempre
a tremer (não é fácil manter uma pose de
estátua) e com “zoom”, uma imensidão de
acções possíveis para avançar, esconder-
7c1bf3e5-024b-435b-bb28-84bbcd8a7552
S E G U N D A - F E I R A . 1 5 . M A R Ç O . 2 0 0 4
Título “Tom Clancy’s Splinter
Cell Pandora Tomorrow” 9
/10
Estilo Acção
Plataforma Xbox, PC, PS2, GameCube
Produtor Ubi Soft
Distribuidor Ecofilmes
Edição Março 2004
se — existindo um fotómetro para indicar
se estamos melhor ou pior escondidos nas
sombras — ou enfrentar os adversários.
A interacção com os cenários existe e
permite, por exemplo, rebentar um extin-
tor para criar uma cortina de fumo que
permita escapar. Mas atenção: a passagem
pela neve carbónica suja-nos os óculos e
demora algum tempo até que a visão fique
novamente límpida. Pode-se também, por
exemplo, assobiar para distrair a atenção
dos adversários, cuja inteligência artificial
é bastante boa. Quanto à construção das
missões, é melhor nem dizer muito, para
não estragar as (excelentes) surpresas.
Mas pode adiantar-se que nem sempre há
apenas um caminho para o sucesso e que
o famoso “split jump” é muito mais funda-
mental que no primeiro jogo.
A história tem todos os ingredientes
habituais em Tom Clancy: terroristas,
tropas especiais e cenários exóticos. No
caso, começa com um que até diz bastante
aos portugueses, pois Timor-Leste, no dia
28 de Março de 2006, vê a embaixada
americana em Díli ser tomada de assalto
por um grupo terrorista indonésio, em
protesto contra a instalação de uma base
militar dos EUA no mais novo país do
planeta. Mas há mais, incluindo viagens
em comboios entre Paris e Nice, “compras”
num mercado de Jerusalém ou uma passa-
gem pelo aeroporto de Los Angeles.
Para dar intensidade ao jogo, vários
actores conhecidos foram chamados para as
locuções (ou melhor, interpretações): Michael
Ironside (“Velocidade Terminal”, “Starship
Troopers”) lidera mais uma vez o elenco,
dando voz a Sam Fisher, mas há ainda lugar
para Dennis Haysbert, o candidato a presi-
dente David Palmer na série “24”.
Se a versão a solo já é abismal, a possibi-
lidade de jogo “on-line”, a quatro (dois contra
dois) — uns usando a “stealth action” na
terceira pessoa e os outros na primeira, como
num FPS — promete ser arrebatadora. Sem
dúvida que “Tom Clancy’s Splinter Cell Pan-
dora Tomorrow” parece querer ficar com o
título de melhor jogo do trimestre. ●