Computadores
SEGUNDA-FEIRA 23 FEVEREIRO
A versão 2005 IBM e Linux
do AutoCAD em conferência
A Autodesk lançou nova Com o UnitedLinux a
família de produtos para sair de cena, outro
projecto Linux para os clientes
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IDF 2004 FOI PALCO DE INOVAÇÕES E PROJECTOS PARA O FUTURO
Intel aposta no sem-fios
muito para além do Wi-Fi
C
OMUNICAÇÕES SEM fios por todo
o lado e para tudo — acabando
mesmo com os cabos que povoam
as traseiras dos nossos compu-
tadores —, processadores mais
flexíveis e auto-adaptáveis para poderem
ser mais eficientes, ecrãs para portáteis
melhores e menos “gulosos” de energia
da bateria e mais uns quantos aparelhos
para tornarem realidade a “casa digital”
foram as principais novidades de mais
uma edição do Intel Developers Forum
(IDF), que se realizou na passada semana
em San Francisco, na Califórnia, com a
abertura a cargo de Craig Barrett, presi-
dente e “chief executive officer” (CEO) da
Intel (na foto).
Na edição dita de Primavera da con-
ferência para programadores do maior
fabricante mundial de semicondutores,
os responsáveis da Intel procuraram
mostrar o quê e como andam a investir
num futuro em que o uso das tecnologias
de informação seja mais estimulante
e menos complicado, alargado a mais
aspectos do quotidiano — em particular,
na área da saúde e dos cuidados médicos
— e mais atraente para aqueles que pre-
tendem usar os computadores como usam
os automóveis: sem terem de saber de
mecânica.
Ora, segundo Pat Gelsinger, “chief
technological officer” (CTO), para tornar
as comunicações sem-fios
no modo principal de os R U I J O R G E CRUZ
utilizadores e os seus dis- em San Francisco (EUA)
positivos — computadores
de mesa, portáteis ou de bolso, impresso-
ras, “scanners”, máquinas fotográficas e
de vídeo digitais, aparelhos de música e
televisores, etc. — trocarem informação
entre si e acederem à Internet, a Intel
está a apostar não só no Wi-Fi (como o
tem feito abertamente desde 2002) mas
também no desenvolvimento de várias
novas normas, como o Wireless USB
(WUSB), o WiMax, o Ultra-Wide Band
(UWB) entre outras normas de rádio pas-
síveis de uso no momento ou num futuro
2004 DIRECTOR JOSE MANUEL FERNANDES EDITOR RUI JORGE CRUZ
PUB
Novas epidemias Sim às redes ‘Need For Speed
de ‘vermes’ domésticas Underground’
Do tipo do MyDoom, Cisco e TechData em Um jogo para os amantes
como o Netsky.B e o parceria para o segmento do ‘street racing’ virtual
Beagle.B, estão à espreita do consumo (como deve ser)
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próximo. Neste sentido, a Intel juntou-se
a outras empresas, como a Texas Instru-
ments, para constituir um organismo defi-
nidor de normas a partir da Multi-Band
OFDM Alliance (MBOA).
O objectivo mais preciso é tornar dis-
ponível a verdadeira banda larga — de
alto débito, capaz de fazer passar de forma
fluída fluxos de vídeo de alta qualidade
— onde quer que seja. E interessante foi
a afirmação de Sean Malloney, vice-pre-
sidente do Grupo de Comunicações da
Intel: dado que apenas dois países em
todo o mundo, o Japão e a Coreia do Sul,
têm mais de 50 por cento dos seus lares
dotados de acesso à Internet por banda
larga (andando os EUA e a Europa ainda
na ordem dos 30 e tal por cento), não
haverá em lado algum capital que chegue
para mudar radicalmente esta situação
no curto prazo se se quiser continuar a
recorrer às convencionais cablagens de
cobre ou de fibra óptica. Em áreas urba-
nas como a San Francisco, a implantação
de cabos pode mesmo atingir 1 milhão de
dólares por cada quilómetro.
Daí que, para a Intel, a solução tenha
que assentar na exploração mais racional
e sistematizada do espectro radioeléctrico
— nomeadamente, libertando para as
telecomunicações de dados as bandas de
frequência que, pelo seu comprimento de
onda inferior, proporcionam maiores raios
de alcance e embaratecem
os investimentos em infra-
estruturas (entre os 700 e
os 3,5 GHz). O WiMax será
uma dessas soluções para ser articulada
com a crescente infra-estrutura de Wi-Fi
e já instalada de fibra óptica, podendo vir
a permitir débitos entre os 4 Mbps e os 28 mento e fabrico de “chips” especialmente peso das heranças tecnológicas, isso seria
Mbps. concebidos para este tipo de redes, de menos de esperar. Malloney esteve no
Como dizia Sean Malloney, quando forma a tornar mais simples e menos recente festival de cinema de Sundance —
uma empresa constrói novas fábricas de caros os equipamentos que as hão-de nos arredores de Salt Lake City (estado do
semicondutores como o faz a Intel, está suportar. Utah) e que é mais importante do cinema
também constantemente a ficar com capa- Este mesmo vice-presidente da Intel independente nos EUA — e concluiu que,
cidade produtiva disponível nas fábricas apontou um dado significativo da pene- à excepção de um filme russo, todos os
mais antigas — o que, por seu lado, lhe tração do digital nas actividades mais restantes em exibição (umas dezenas
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tem permitido investir no desenvolvi- diversas, mesmo naquelas onde, dado o largas) já haviam sido “rodados”
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com equipamentos e sobre supor-
tes digitais.
Neste IDF 2004, a Intel apresentaria,
entre outros, mais um contributo para a
“digitalização” do nosso quotidiano: trata-
se de uma plataforma-protótipo chamada
“Sandow”, que pretende vir a substituir
quase todos aqueles aparelhos que temos
empilhados nas estantes das nossas salas
— da alta-fidelidade aos leitores de vídeo
ou DVD, “set-top box”, etc. —, tornando-se
numa verdadeira placa giratória do centro
de lazer da sala comum. Esta plataforma
assenta num processador Pentium 4 mas a
arquitectura não apresenta grande seme-
lhança com a dos PC actuais, sobretudo no
que respeita aos elementos de interface com
o exterior e outros dispositivos (ficaram as
portas USB e quase nada mais).
Louis Burns, vice-presidente da Intel
e director-geral do grupo dedicado aos
PC, perguntou, a dada altura da sua con-
ferência, quem é que, na assistência tinha
mais controlos remotos na mesinha da
sua sala — e houve alguém que declarou
ter 18! “Primeiro, temos que simplificar
a experiência dos utilizadores. Os apa-
relhos têm funcionar mal saem da caixa:
têm que ser fáceis de instalar, de ligar e
desligar, e de usar. A redução dos cabos e
os múltiplos controlos remotos não resol-
vem o problema.”
Na vertente da visualização dos dados, o
IDF 2004 trouxe dois anúncios importantes
quanto a ecrãs — que, como se sabe, consti-
tuem um dos “cancros” para autonomia dos
computadores portáteis, pois contribuem
para mais de 30 por cento do seu consumo
global de energia. Um foi feito por um con-
sórcio entre a Toshiba e a Matsushita para o
desenvolvimento de novas tecnologias nesta
área, intitulado Toshiba Matsushita Display
Technology: trata-se de um novo ecrã TFT
de 14,1 polegadas que consome menos ener-
gia — 2,38 a 2,7 W em vez dos usuais 3,5 a
4,4 W — sem comprometer a rapidez de exi-
bição de imagens nem a sua resolução (entre
1024 x 768 pixels e 1400 x 1050 pixels.
Outra novidade anunciada em San
Francisco quanto aos ecrãs foi a disponibi-
lização da terceira versão das especifica-
ções do Standard Panels Working Group
(SPWG), que, para além de vir contribuir
para menores consumos, permitirá uma
mais fácil intermutabilidade entre dois
ou mais ecrãs ligados ao mesmo com-
putador ou estação de trabalho — uma
funcionalidade que o próprio sistema ope-
rativo Windows XP, da Microsoft, já traz
consigo mas que, muitas vezes, ainda não
consegue funcionar de forma perfeita e
transparente. ●
INTERNET DE BANDA LARGA POR FIO DE COBRE ESTÁ MENOS CARA NOS EUA
Roberto Carneiro
Do carro-robô para fazer 330 Km sozinho no Observatório
da Inovação…
no deserto à barraquinha da AMD no passeio em frente
Roberto Carneiro é o
Foram alguns os insólitos no IDF 2004. Logo novo responsável pelo
de manhã, à chegada ao edifício do Moscone Observatório da Inovação e
Center, em San Francisco, os participantes Conhecimento, organismo
deparavam-se, no passeio oposto à entrada dependente da Unidade
principal, com uma barraquinha onde lhes de Missão Inovação e
era oferecido um café quente, um bolinho Conhecimento (UMIC), cujo
da sorte chinês e… uma camisola da AMD, a gestor, Diogo Vasconcelos,
principal concorrente da Intel no fabrico de confirmou a escolha a
processadores para computadores e servidores. Computadores. O antigo
A aguerrida concorrência no sector norte- ministro da Educação entrou
americano das tecnologias de informação ainda neste mês em funções,
não impede toda a gente de ter sentido de substituindo João Mata,
humor e alguma bonomia… ocupado com trabalhos
Mais substancial, em termos tecnológicos, foi no âmbito académico.
o “Sandstorm”, o veículo apresentado no final Roberto Carneiro é
da sessão de abertura da IDF. Craig Barrett, o docente na Universidade
presidente e “chief executive officer” (CEO) da Católica de Lisboa, foi
Intel, quis exemplificar o poder computacional presidente da TVI (quando
dos seus processadores Itanium 2 para esta estação televisiva
servidores, através deste projecto de robótica surgiu, com um impulso
de uma equipa de alunos e investigadores decisivo por parte da Igreja
da Universidade Carnegie Mellon. Este Católica), é membro da
carro-robô foi concebido e equipado com Comissão Internacional da
diversos servidores — no âmbito do Instituto Educação para o Século
de Robótica da universidade, dirigido pelo XXI e consultor do Banco
professor William L. “Red” Whittaker (na foto, com Mundial, da OCDE e da
alguns dos estudantes) — para, em regime de UNESCO. É igualmente
completa auto-suficiência, entrar numa corrida o único português no
entre robôs que se realizará no próximo dia 13 grupo internacional
de Março. de especialistas que
A partida desta Grand Challenge Race será de acompanhará o futuro
Barstow, na Califórnia, e a meta será Las Vegas, plano de acção eEurope
no vizinho estado do Nevada. Pelo meio, serão 2005 para a sociedade da
mais de 330 Km em campo aberto, fora das informação, cuja primeira
estradas, na sua maioria através do deserto do reunião decorreu na semana
Mojave. O “Sandstorm” está dotado de recursos passada, em Bruxelas. ●
para, sozinho (sem qualquer controlo remoto), se
manter dentro das estradas de terra batida ou, … com inquérito
na ausência delas, escolher o melhor percurso
de acordo com a topografia e os obstáculos em
ao uso das TI
cada ponto do terreno. já em 2004
Haverá ao todo duas dezenas de carros-robô em
prova e só duas horas antes da partida é que as O Observatório da Inovação
equipas concorrentes terão acesso ao percurso e Conhecimento (OCI)
que os seus veículos terão de seguir. O arranque decoração deste computador portátil decorado recolhe, trata e disponibiliza
será às 6 da manhã e a meta fechará dez horas pelo artista plástico Fen Mei Hu como se de um informação estatística,
depois, o que implicará uma velocidade média objecto de joalharia se tratasse. Esta “peça” fazia análise das políticas
superior a 35 Km/h sem qualquer intervenção parte de uma pequena exposição patente no públicas e estudos sobre a
humana pelo meio. Se for o primeiro — ou o IDF com o sugestivo título “Art on your laptop: sociedade da informação
único — a chegar a Las Vegas, o “Sandstorm” Intel inside, artistic outside” — algo como “Arte (alguns dos quais podem
ganhará um prémio de 1 milhão de dólares! no seu colo: Intel lá dentro (a glosar o conhecido ser encontrados em
Menos longe da realidade tecnológica lema de “marketing” da empresa “Intel inside”), www.umic.gov.pt/UMIC/
hoje comum mas altamente diferente era a artístico por fora”. ● R.J.C. CentrodeRecursos/
Publicacoes/ ). Para este
ano, o seu plano de
actividades prevê um
Inquérito à Utilização das
Tecnologias da Informação
e da Comunicação junto
da população em geral

DSL ganha quota mas também de entidades

escolares, judiciais,
hoteleiras, hospitalares e da
administração pública em

de mercado ao cabo geral. Está ainda prevista

a análise de estatísticas
sectoriais, a disponibilização
de “dossiers” temáticos

A
ADESÃO AOS serviços de acesso à
Internet por banda larga tem
continuado a crescer no segmento
doméstico dos EUA mas a prefe-
rência parece agora recair sobre o
ADSL, em detrimento das ligações por cabo.
As empresas de telecomunicações fixas têm,
assim, vindo a conquistar quota de mercado
às que oferecem ligações por cabo. Diversas
empresas que oferecem os seus serviços de
Internet através de cabo, como é a Comcast, a
Time Warner Cable, a Cox Communications e
a Charter Communications, tiveram um tímido
crescimento no último trimestre de 2003.
As empresas de comunicações telefónicas,
como a Meanwhile — uma das principais a
oferecer acesso à Internet por banda larga
através de Digital Subscriber Line (DSL) —,
a SBC Communications ou a Verizon Commu-
nications, registaram um crescimento acentu-
ado destes seus serviços desde o final de 2002
e em 2003. O acesso à Internet de banda larga
através de cabo representa ainda cerca de 64
por cento do mercado da “Internet rápida” mas
esse valor deverá baixar em 2004 devido aos
preços praticados pelas empresas telefónicas,
que têm vindo a oferecer serviços mais baratos
com base na tecnologia DSL.
“Os serviços de cabo têm ainda cerca de
16 milhões de clientes [no EUA], o que é bas-
tante representativo, mas os próximos tempos
deverão ser mais difíceis para o seu negócio”,
disse Bruce Leichtman, analista do Leichtman
Research Group, citado pelo CNet News.com.
A Comcast conquistou 154 mil novos clien-
tes no quarto trimestre do seu último ano
fiscal, o que representa um decréscimo face
aos 190 mil subscritores do trimestre ante-
rior. Também a Time Warner Cable viu o seu (educação e democracia
número de novos clientes descer de 190 mil electrónica, por exemplo) e
para 182 mil, nos dois últimos trimestres, e o a monitorização de políticas
mesmo aconteceu com a Cox (169 mil para 144 —identificação de factores
mil e 140,7 mil para 88 mil, respectivamente). indutores e inibidores para
Ora a empresa telefónica SBC conquistou, o desenvolvimento da
no último trimestre, 378 mil novos subscrito- sociedade da informação,
res do serviço de DSL, bem acima dos 365 mil criação de grupos de
novos clientes alcançados nos três meses ante- trabalho nacionais
riores. A SBC baixou o preço do seu serviço de — e a participação em
29,95 para 26,95 dólares mensais e, Janeiro, organizações internacionais,
lançou uma nova oferta, com uma velocidade bem como um estudo para
de 3 megabits por segundo (Mbps), superior à a viabilidade da criação de
da maioria dos modems dos serviços por cabo, observatórios regionais para
que custam na ordem dos 44,95 dólares men- a sociedade da informação,
sais. A Verizon, por seu lado, registou também devidamente publicados e
um aumento do número de novos subscritores, divulgados. ●
de 185 mil, no terceiro trimestre do ano pas-
sado para 203 mil no último trimestre. ●

computadores .2 S E G U N D A - F E I R A . 2 3 . F E V E R E I R O . 2 0 0 4
 CONFERÊNCIA E DEMONSTRAÇÕES NO LINUX FÓRUM 2004, EM LISBOA uma pergunta a

IBM reafirma aposta Roberto

Zardinoni

no Linux Vice-presidente da IBM para o

‘software’ na Europa do Sul

O
S CLIENTES TÊM vindo a
procurar soluções base- percentagem deva aumentar para 31
adas em Linux para
aumentarem o desem-
penho dos seus sistemas veira, administrador-delegado da
de informação, reduzirem custos e
desenvolverem novos serviços. Foi
essa a mensagem deixada por Carol
Stafford, vice-presidente da IBM
para a área do Linux, durante o
Linux Fórum 2004, que decorreu em
Lisboa na passada quinta-feira.
A conferência, organizada pela
IBM, foi acompanhada por diversas
sessões de demons-
tração — e a estra-
des disponibilizadas, embora essa
por cento até 2007.
Também José Joaquim de Oli-
IBM em Portugal, reafirmou o “com-
promisso assumido pela IBM para o
desenvolvimento e melhoramento do
Linux como uma plataforma estraté-
gica para a própria IBM e para os seus
clientes” — compromisso que, embora
não tenha sido referido no fórum,
incluiu o apoio financeiro à Novell
para a concretização da recente aqui-
de mercado e os seus accionistas
estão bastante atentos aos resulta- A IBM tem sublinhado a importância de adaptar
dos”, recordou Jollans, que salientou as soluções de ‘software’ às novas necessidades
ainda a importância das normas dos clientes. O que tem sido feito para alcançar
abertas, “fundamentais nos próxi- este objectivo?
mos anos”. O negócio “on demand”
(ou “a pedido”, mediante as neces-
sidades concretas das empresas e a
sua evolução) associado ao Linux e
ao “middleware” da IBM — um dos
vectores em que a Big Blue tira par-
tido desta sua aposta — foi também
As soluções

ISABEL GORJÃO SANTOS

sição que esta fez da
SuSE Linux, o maior
tema abordado por este responsável.
As empresas necessitam constan-
temente de inovar os seus processos
de negócio, diferenciando-os face aos
verticais
tégia da empresa
baseada no Linux, a integração de
processos, pessoas e informações e
o valor que este sistema operativo
distribuidor
sistema operativo na Europa e um
deste

dos pilares do agora defunto consórcio

UnitedLinux (ver caixa).
seus concorrentes e acrescentando
valor — referiu Adam Jollans, para
quem os sistemas abertos, como o
Linux, proporcionam maior flexibili-
da IBM
O
poderá acrescentar ao negócio dos Adam Jollans, director para a dade. Também a integração entre os ano passado foi muito importante
seus clientes foram alguns dos temas estratégia de “marketing” do Linux sistemas e a comunicação e a colabo- para a área de “software” da IBM,
abordados. do gr upo de “software” da IBM, con- ração, dentro da empresa e fora dela, pois estamos a levar a cabo diversas
Carol Stafford é a responsável siderou que o sucesso deste sistema podem ser conseguidas através da mudanças. A nossa estratégia baseia-
da IBM pelas vendas de soluções operativo releva também d a neces- utilização do Linux. se, sobretudo, nos sistemas abertos,
de Linux em todo o mundo, o que sidade de reduzir custos com que Outro dos atributos do sistema na integração, num rápido retorno do investimento
abrange um rol considerável de pro- as empresas se confrontam. Mas operativo do “open source” é, segundo e na redução dos custos dos nossos clientes. Estes
dutos (“hardware” e “software”) e de o Linux corresponderá também à Jollans, a facilidade de automati- estão cada vez menos voltados para os produtos
serviços que a IBM disponibiliza e exigência dos clientes, que pre- zação dos processos, bem como a mas para as soluções de “middleware” adaptadas
pretendem explorar as potencialida- tendem ter maior disponibilidade segurança no acesso à informação, aos respectivos sectores específicos. Investimos nas
des do sistema operativo Linux. nos seus sistemas de informação e às aplicações e a outros recursos. “O nossas principais marcas — Rational, Websphere,
“Liberdade para escolher, liber- exigem plataformas fiáveis para os Linux é uma plataforma escalável, Tivoli, Lotus e DB2 — mas, para além disso, temos
dade para inovar” foi o título esco- seus serviços. fiável, robusta e segura, com capaci- as nossas áreas técnicas e de vendas centradas nos
lhido por esta vice-presidente da IBM “As empresas concorrem, de dades ao nível do acesso remoto e da sectores específicos e nos requisitos particulares
para a sua apresentação. Carol Sta- forma aguerrida, por uma boa quota computação distribuída”. ● dos clientes. Por exemplo, a área financeira tem
fford começou por citar alguns dados necessidades diferentes das da indústria.
de empresas de estudos de mercado Seleccionámos cinco sectores principais: distribui-
como a Gartner ou a International ção, indústria, administração pública, comunicações
Data Corporation (IDC). Segundo a e área financeira e banca. Anunciámos, para cada
primeira, 45 por cento das empresas um destes sectores, soluções específicas, que vão ao
de média dimensão estão já a utilizar encontro das suas necessidades.
ou a ensaiar Linux. A IDC, por seu Não desenvolvemos directamente as aplicações
lado, refere que, de 2002 a 2007, as porque trabalhamos em conjunto com os ISV [for-
vendas de servidores para correrem necedores independentes de “software”] nossos
Linux irão aumentar 28,5 por cento. parceiros. Temos, actualmente, mais de uma centena
Numa previsão de mais curto de alianças estratégicas com os ISV. O que desen-
prazo, a IDC refere que o cresci- volvemos é soluções voltadas para cada indústria,
mento das vendas de servidores com porque é isso que os clientes preferem e é isso que
Linux será bastante superior ao que acrescenta valor ao seu negócio e permite reduzir
se verificará com outros sistemas os custos. Preparámos também as nossas equipas
operativos — cerca de 34 por cento de vendas para essa estratégia, pois, assim, temos
em 2003 e cerca de 38 por cento neste pessoas especializadas nas necessidades da banca
ano. Quanto ao número de unidades ou da administração pública, por exemplo.
vendidas, e ainda de acordo com a Se olharmos para as características das soluções que
IDC, os servidores para Linux repre- consideramos fundamentais, podemos dizer que a
sentam hoje 16 por cento das unida- colaboração é proporcionada pelos produtos Lotus,
a gestão de bases de dados é conferida pelo DB2, a
segurança é fornecida pela Tivoli e as capacidades de
integração devem-se ao Websphere. A solução que
O fim anunciado do UnitedLinux é disponibilizada abrange, assim, todo o portfólio de
produtos.
O caldo ficou definitivamente entornado no grupo fazer valer alegados direitos de propriedade intelectual A integração e a redução do custo total de operação
promotor do UnitedLinux, que apresentara na Comdex sobre porções de código do Linux… contra a IBM e outras são os principais objectivos desta estratégia, que
de Outono de 2002 a versão 1.0 do seu produto. empresas com distribuições deste sistema operativo, pretende também ajudar os clientes a colaborarem
Apontado como “um sistema operativo Linux baseado assim lançando uma desavença sem retorno no seio do melhor com os seus fornecedores ou parceiros. A
nos ‘standards’ e destinado ao utilizador profissional” consórcio. Mas a IBM ficá-lo-á também devido ao seu utilização de normas abertas é outra das palavras-
e ao mercado empresarial global, o resultado deste “patrocínio” financeiro (não anunciado mas também não chave, já que todas as soluções funcionam com as
esforço conjunto liderado por quatro destacados desmentido) da aquisição da SuSE Linux pela Novell. mais diferentes plataformas, não importando se se
distribuidores — SCO Group, SuSE Linux, Turbolinux Daí que não tenha causado grande surpresa que, na trata de sistemas baseados em Intel [e Windows] ou
e Conectiva — não passará da primeira versão. O Linux World Expo, realizada em finais de Janeiro em em Linux. Este é também muito importante para a
objectivo era promover uma distribuição global Nova Iorque (EUA), Paula Hunter, porta-voz do consórcio IBM, pois, muitas vezes, é essa a escolha dos clientes.
e uniformizada do Linux, apoiada num programa UnitedLinux desde Las Vegas, tenha anunciado a sua Temos cerca de 14 mil pessoas a trabalhar na área
de certificação global que desse às empresas e extinção formal. Dias depois, a Novell fazia saber que, das normas abertas.
aos utilizadores profissionais maiores garantias de apesar da “desestabilização” provocada pela SCO, o Os “web services” são outro dos tópicos fundamen-
consistência e de suporte técnico em todo o mundo. UnitedLinux cumprira a sua missão; e garantia que, tais. Muitos clientes já introduziram soluções neles
E embora a IBM (juntamente com outros, como HP, CA, juntamente com a Turbolinux e a Conectiva, continuaria a baseadas ou estão a pensar fazê-lo brevemente,
AMD, Intel, NEC, Fujitsu, Fujitsu Siemens e SAP) tenha suportar a sua versão 1.0 “durante todo o ciclo de vida do sobretudo para melhorarem a forma de colaborar
estado em Las Vegas, na apresentação do UnitedLinux, produto”. O UnitedLinux fora concebido para correr sobre com os seus clientes, os seus fornecedores ou os
ficará incontornavelmente ligada à morte prematura deste os processadores de 32 e 64 bits tanto da AMD como da seus parceiros. ●
projecto. Em parte, por responsabilidade alheia, pois foi Intel, bem como nos PowerPC e nos “mainframes” eServer Depoimento colhido por Isabel Gorjão Santos
o SCO Group quem decidiu recorrer aos tribunais para zSeries, da IBM. ● R.J.C.

S E G U N D A - F E I R A . 2 3 . F E V E R E I R O . 2 0 0 4 computadores .3
 tecpédia H E N R I Q U E C A R R E I R O JORNALISTAS E POLÍTICOS DEBATEM NOVO MODELO DE EXPRESSÃO PÚBLICA
Um problema dos blogues
A
BLOGOSFERA voltou a ter
na semana passada mais
um problema de cons-
ciência. Ao contrário de
tempos recentes, quando
os blogues eram moda e se escrevia
artigos de opinião sobre o assunto,
este ficou-se pela troca de ideias
naquele espaço, envolvendo políticos
que escrevem em jornais e jornalis-
DVB tas de política, acompanhados indi-
rectamente por reflexões vindas do
estrangeiro.
Handeld
Em Portugal, após o encerra-
mento de blogues como o Flor de
Obsessão, Soda Cáustica, Modus
Vivendi ou ABsurdo(.), o responsá-
vel pela maior divulgação mediática
D
EPOIS DE ANOS de promessas a adiamentos, a dos blogues — o político, colunista e
terceira geração de comunicações móveis “blogger” José Pacheco Pereira (JPP)
começou neste mês a ser comercializada — escreveu no seu Abrupto um texto
pelos operadores de comunicações móveis “sobre a blogosfera” onde detecta
em Portugal. De modo quase anticlímax, os “algum desânimo, em particular de
primeiros serviços limitam-se, para já, aos dados e são quem já cá está há algum tempo”.
destinados principalmente ao segmento empresarial. Considerando que os blogues
Os serviços de voz e de vídeo, apesar de possíveis, estão são um meio “ácido, mais do que
ainda a muitos meses de serem difundidos pelos consu- polémico, e atrai os ácidos”, JPP lem-
midores, sobretudo devido à ausência de terminais. Os brava Pedro Mexia (autor do Dicioná-
fabricantes destes ainda não conseguiram equilibrar a rio do Diabo, outro blogue bastante
difícil equação entre mais funcionalidade e a necessária conhecido) porque “a afluência de jor-
autonomia em termos de bateria. nalistas transportava para a blogos-
A barra das expectativas quanto ao UMTS foi, inicial- fera um estilo de discussões que, no
mente, colocada tão alta que o que quer que os operado- fundo, projectam a agenda política
res mostrem agora saberá sempre a pouco. Afinal, desde dos jornais para os blogues”. E, nos
os lançamentos para o concurso de atribuição de licenças, “blogues então criados, os jornalistas
os consumidores habituaram-se a pensar no UMTS como políticos davam o curso livre às suas
a via para os dados de alto débito, a videoconferência opiniões sobre a política e os políti-
móvel, para além de ser a forma como iriam receber pro- cos, que não podiam explicitar nos
gramação televisiva nos seus terminais portáteis. seus jornais (embora não fosse difícil
Ironicamente, a tecnologia está a evoluir no sentido de encontrar a comunidade de opini-
as redes de alto débito móveis estarem já disponíveis ões entre o que escreviam nos seus
em muitos pontos de acesso Wi-Fi e de a televisão móvel jornais e nos blogues,
poder não vir via UMTS mas através de uma nova norma, dada a politização do PEDRO
em fase de aprovação e denominada DVB Handheld meio.)” “Em si, não há
— ou DVB-H. mal nenhum em que isto aconteça,
Esta norma, curiosamente, não deverá depender do há até um efeito de transparência. O
UMTS, sendo antes proveniente dos organismos que que sucede é que a massa crítica da
definem a televisão digital terrestre e usará as futuras blogosfera portuguesa é pequena e os
infra-estruturas desta. O DVB-H traz consigo a promessa efeitos perversos, que já cá estavam,
de distribuição de um sinal de 10 Mbps em modo de acentuaram-se”.
“broadcast”, isto é, tal como acontece hoje na televisão: Para JPP, esses efeitos perversos
de um para muitos. passam por um estreitamento de
As normas da televisão digital terrestre (DVB-T) não temas ou “uma espécie de patrulha-
foram inicialmente concebidas para aplicações móveis. mento da actualidade, quase uma
Se fossem aplicadas directamente num telefone móvel, exigência de pronunciamento” por
teriam sérias consequências em termos da autonomia e certos blogues, sob pena de existirem
do peso deste. O DVB-H, em contrapartida, necessitará de “julgamentos de carácter, cobardia,
uma antena mais pequena (no DVB-T, seriam necessárias oportunismo, conveniência”. Tece
duas) e permitirá controlar melhor o consumo de energia. ainda considerações sobre “a com-
Tal como o UMTS, o DVB-H utiliza os protocolos da Inter- posição política da blogosfera”, afir-
net (IP). Mas o UMTS, devido à sua filosofia bidireccional, é mando que, “mais do que a política,
menos adequado a aplicações inerentemente de difusão mudou o estilo e a dimensão, e uma
unidireccional (“broadcast”). sensação de que a blogosfera é agora
Os esforços no sentido da disponibilização do DVB-H mais hostil do que ‘cozy’.”
estão ainda no início, tendo a primeira fase da normaliza- Em termos de audiências, JPP
ção ficado concluída neste mês. O serviço está, contudo, releva o conteúdo sobre a forma — no
a ser testado em regime experimental na Finlândia, pela sentido em que “os que têm alguma
Rádio e Televisão Finlandesa. Na Alemanha, configura-se coisa a dizer, e ainda são alguns,
também um projecto-piloto, que visa testar a convergên- continuarão a ter leitores” —, explici-
cia entre o DVB-H e as redes móveis. tando que o seu blogue é pensado para
É possível imaginar um cenário de televisão interactiva o mundo exterior à blogosfera, “como
móvel em que a componente de difusão é a dos serviços acontece com a maioria dos seus lei-
de Televisão Digital Terrestre com DVB-H, enquanto o tores”, e, por isso, “continuará”, não
canal de retorno — o que proporciona ao utilizador a prevendo “qualquer razão previsível
capacidade de interacção — é disponibilizado pela rede no horizonte para que acabe”.
de UMTS. Como qualquer tema polémico
Estamos ainda a anos de distância da comercialização sobre o qual JPP escreva, este texto
de terminais que tenham DVB-H e UMTS em simultâ- obteve respostas, quer de jornalistas
neo. Mas será interessante assistir às configurações de quer de políticos autores de blogues.
mercado que este tipo de serviços irá proporcionar, uma O Glória Fácil, “o único blogue com-
vez que as licenças de DVB e de UMTS estão atribuídas a posto exclusivamente por jornalistas
operadores com valências e posições de mercado muito de política” (do PÚBLICO e do “Diário
distintas. ● de Notícias”), salientou a “perfidiazi-
nha” de JPP ao escrever “‘jornalistas
Tecpédia é uma enciclopédia em construção sobre a era digital políticos’ e não ‘jornalistas de polí-
tica’”. E lembra como “esta mania
computadores .4 S E G U N D A - F E I R A . 2 3 . F E V E R E I R O . 2 0 0 4
de enfiar sempre
tudo no mesmo
saco é justamente
um dos defeitos
que JPP mais
critica nos jorna-
listas”, para mais quando “comete
exactamente o mesmo erro — e tão
mau como um ‘jornalista político’ só
mesmo um ‘político jornalista’”.
Mais detalhado, o blogue Barnabé
respondeu por Daniel Oliveira, para
quem a blogosfera “cresceu como
espaço alternativo de
FONSECA discussão, longe das
caras do costume e de
uma geração que sequestrou a opi-
nião nos meios de comunicação social”
após a guerra do Iraque. Um desses
“sequestradores” (JPP) dificilmente
“se submeteria ao arriscado jogo do
contraditório, que torna a blogosfera
tão viciante”, ao contrário do que
sucedeu com outro colunista conhe-
cido, Vital Moreira, e dos seus textos
no blogue colectivo Causa Nossa.
Daniel Oliveira salientava ainda
que “a blogosfera tem três coisas que
o debate intelectual em Portugal não
tem: franqueza, encaixe e humor”.
Noutro registo, a tese “mais plau-
sível para o sucesso invulgar dos
blogues em Portugal continua a ser
geracional”: “Há uma nova geração
que não entra nos jornais e entra nos
blogues.” “E isso não mudou” porque,
“com raras excepções, nos jornais e
nas televisões, falam os mesmos dez
há mais de 20 anos. E foi por isso que
a blogosfera política cresceu tanto.”
Este efeito de crescimento, a exis-
tir, não é ainda notado pelos meios de
comunicação social tradicionais. Após
o efeito mediático da novidade, poucos
são os que atentam, por exemplo, no
acrescento ou explicitações que colu-
nistas como Vital Moreira ou o pró-
prio JPP fazem posteriormente nos
blogues a textos seus publicados em
papel ou críticas a outras escritas.
Do lado dos cronistas mas também
dos jornalistas — políticos, de política
mas não só —, o assunto remete para
um artigo de Steve Outing publicado
na semana passada na “Editor and
Publisher”, sob o título “Quando os
jornalistas blogam, os editores ficam
nervosos”, e que envolve precisamente
as questões de transparência e contra-
ditório mas também da emergência
de espaços públicos de escrita que,
muitas vezes, não têm cabimento nos
meios tradicionais de comunicação
social mas poderão afectá-los.
Em síntese,
Steve Outing
explica ter encon-
trado dois tipos
de jornalistas
com blogues: os
que são cuidado-
sos e evitam ser
controversos ou
expressar opi-
niões, tanto que
os seus empre-
gadores sabem e
aceitam o blogue
desde que não
afecte a empresa;
e aqueles que
olham para os blo-
gues como espaço
para dizer aquilo
que os espaços
noticiosos para
onde trabalham
não lhes permite.
No espaço dos blo-
gues, a controvér-
sia (e a opinião) é
considerada posi-
tiva mas, quando os jornalistas entram
neste campo, “os seus empregadores
sentem-se desconfortáveis”.
Alguns já foram mesmo despe-
didos (embora isso não tenha suce-
dido só no mundo do jornalismo) e
justificam o apertado controlo que
os média exercem sobre os blogues
assim que descobrem que são reali-
zados pelos seus funcionários. Como
explica Len Apcar, chefe de redacção
do “New York Times” (NYT), “não
gosto do conceito de blogue pessoal
em termos do NYT”. Ele deverá
ser aprovado pelas chefias, mesmo
sendo um blogue familiar, porque
ali se pode expressar algum desa-
lento pelas condições de trabalho,
por exemplo.
No caso da “Spokesman-Review”,
apenas se pretende saber antecipa-
damente da criação de um blogue
ou sobre escritos que possam gerar
conflitos de interesse com posições
do jornal. É que coisas escritas num
blogue pessoal por um jornalista
podem influir na sua vida profissional
e isso afecta o meio onde trabalha.
Como diz Kinsey Wilson, do “USA
Today”, os jornalistas “bloggers”
sabem que, quando publicam algo
no seu tempo livre, podem estar a
colocar em causa a credibilidade do
jornal porque os blogues são um meio
público — “mesmo que se esteja a
escrever só para a família”.
Outras políticas internas em
empresas de comunicação social
envolvem o facto de os blogues não
serem de carácter lucrativo e desde
que não concorram directamente com
secções do jornal. Outros jornalistas
optam por se manterem anónimos
(para o público e os seus superiores).
Em geral, refere o artigo, a maior
parte das organizações de média
ainda não criou qualquer tipo de
política interna quanto aos blogues
pessoais. Isso acontece nos EUA tal
como em Portugal, sobretudo nos
blogues de e sobre política — interna
ou externa. ●
 A GESTÃO DE PROJECTOS E DE OBRAS NO CENTRO DAS ATENÇÕES
Autodesk anunciou novos
produtos AutoCAD 2005
A
AUTODESK tornou público
no passado dia 17 de Feve-
reiro o anúncio da versão
2005 do seu produto de
referência, o AutoCAD, e
da família de produtos a ele associados.
Segundo a Autodesk, o novo “software”
proporcionará “melhores soluções de
criação, gestão e colaboração de pro-
jectos aos seus clientes nos sectores da integração com outras ferramentas do
construção civil, das infra-estruturas”
— com particular importância para
os sistemas de informação geográfica
(SIG) e a engenharia civil — e da pro-
dução industrial.
A espinha dorsal desta família de
produtos é o AutoCAD 2005, a mais
recente versão da mais usada aplica-
ção de projecto assistido
por computador e de RUI JORGE CRUZ
criação de conteúdos em Barcelona
digitais. De acordo com
as palavras de John Sanders, vice-
presidente da Autodesk e responsável
pelo seu Platform Technology Group,
na conferência de imprensa europeia
realizada em Barcelona, “o AutoCAD
2005 foi optimizado para proporcionar
economias de tempo e dinheiro através
de uma maior eficiência nos processos
de fluxo de trabalho digitalizados para
os profissionais da área de projecto”.
Para isso, o AutoCAD 2005 e os
novos produtos que com ele irão ser
disponibilizados dispõem de mais e
melhores recursos para permitir aos
utilizadores gerirem e partilharem
melhor a informação dos projectos em
que estão envolvidos, em particular
no que respeita às anotações e revi-
sões a que eles são sucessivamente
sujeitos — não só no decurso do
desenvolvimento desses mesmos pro-
jectos como também, depois, ao longo
da vida útil das obras construídas no
que toca à sua gestão.
Para Gisela Wilson, analista
e directora da IDC para a área da
gestão do ciclo de vida de produtos, “o
AutoCAD 2005 demonstra o empenho
crescente da Autodesk na resposta às
crescentes necessidades das empresas
e dos seus clientes, e ao que a indústria
requer em matéria de fluxo de trabalho
integrado e de colaboração”. E, como a
própria Autodesk aponta, “a gestão de
ciclos de vida — a gestão efectiva e a
monitorização de dados complexos de
projecto através de todo o respectivo
ciclo — constitui um factor crítico de
sucesso para os utilizadores que traba-
lham nos sectores da construção civil,
das infra-estruturas e da produção
industrial”.
John Sanders justificou o lança-
mento de uma nova versão do Auto-
CAD apenas um ano após a anterior
com a necessidade de aprofundar a
portfólio da Autodesk concebidas para
responder às necessidades específicas
de certos sectores e para a elaboração
das correspondentes soluções verticais
— ferramentas de que é exemplo o
Inventor, lançado em 2003. Por outro
lado, a Autodesk disponibiliza agora
no AutoCAD 2005 melhoramentos de
utilidade transversal,
como é o caso de um
novo “centro de comu-
nicações”, destinado a
tornar mais fluente o processo de relato
de erros junto de todos os intervenien-
tes em cada projecto.
Além destes aspectos, Sanders
referiu os novos recursos do AutoCAD
2005 orientados para a optimização do
planeamento e da gestão a longo prazo
de obras (e respectivos projectos), tendo
apontado um caso de aplicação desses
mesmos recursos: o do terminal de
“ferry boats” de Yokohama, no Japão.
Outra funcionalidade que registará
progresso assinalável no AutoCAD
2005 é coordenação de conjuntos dis-
tintos de ficheiros no âmbito de um
projecto: do desenho às tabelas de valo-
res e às anotações ou correcções, o novo
“software” vem proporcionar maior
rapidez e eficiência na consolidação de
informação nova ou alterada.
Conforme sublinhou John Sanders,
o AutoCAD deixou de ser uma mera
aplicação para a produção de dese-
nhos, constituindo hoje um “software”
orientado para “a criação e gestão
32
por cento é a parte
da facturação da Autodesk
proveniente da Europa,
Médio Oriente e África
S E G U N D A - F E I R A . 2 3 . F E V E R E I R O . 2 0 0 4
Shawn
Gilmour
Gestor da linha de produtos
para CAD na Autodesk
Os aquitectos
dos projectos
de conjuntos completos de desenhos
relacionados entre si, directamente
dentro da aplicação”: “Poderão coexis-
tir milhares de folhas num conjunto
de desenhos de um projecto. Mas esse
‘conjunto de folhas’ completo conterá
toda a informação, mesmo as anotações
e outros dados essenciais do projecto”.
E os utilizadores poderão usar toda
essa informação para comunicarem
eficientemente entre si e assegurarem
a coerência e uma maior qualidade de
execução ao longo de todo o ciclo de vida
do projecto.
Segundo a Autodesk, hoje, “a maio-
ria das organizações gere conjuntos de
folhas utilizando uma estrutura com
um único ficheiro e uma única pasta
armazenada em discos locais e em
servidores de rede”. Ora este método
manual é muito trabalhoso e gerador
de erros frequentes, pelo que o novo
Sheet Set Manager permite “integrar
folhas de desenhos em conjuntos lógi-
cos e subconjuntos que os utilizadores
podem definir por empresa, por pro-
jecto” ou com base em qualquer outra
norma sectorial. “O utilizador pode
rapidamente integrar conjuntos de
folhas utilizando os desenhos existen-
tes, propagar normas sobre folhas para
múltiplos projectos e propiciar acesso
simultâneo a conjuntos de folhas no
âmbito da sua rede local. As folhas
podem ser facilmente adicionadas ou
removidas de um conjunto completo, ou
de qualquer subconjunto”.
O formato dos ficheiros do AutoCAD
2005 e das ferramentas a ele associa-
das permanece o mesmo e a Autodesk
esforçou-se por dar acolhimento a uma
exigência dos seus utilizadores: um uso
mais simples e eficaz dos ficheiros em
formato PDF.
A empresa está optimista quanto à
receptividade dos milhões de utilizado-
res do seu “software” à nova versão do
AutoCAD, cuja versão beta foi disponi-
bilizada e tem vindo a ser posta à prova
desde o Outono de 2003. A versão 2004
do AutoCAD, lançada no início do ano
passado, terá tido bastante sucesso,
incluindo na sua versão LT, o produto
destinado a estudantes e a profissio-
nais com menores exigências — a quem
baste projectar a duas dimensões (2D) e
que não precisem de adequar o seu “sof-
tware” a um conjunto muito específico
de variáveis. ●
uma pergunta a
Uma preocupação comum a muitos arquitectos e
projectistas face ao “software” de CAD e aos seus
desenvolvimentos mais recentes tem a ver com a
questão do poder e do controlo sobre o projecto.
Como encara a Autodesk esta questão? Que novi-
dades traz o AutoCAD 2005 quanto à granulari-
dade na adopção de novas funcionalidades pelos
utilizadores?
e o controlo
T
RATA-SE MAIS de uma questão cultural do
que tecnológica, dependendo muito da
forma como se trabalha, das relações que
as diversas partes estabelecem dentro de
cada empresa e dos processos de traba-
lho que são ou eram usados, nomeadamente para
a circulação das folhas de um lado para o outro.
Por outro lado, essa questão tende a esbater-se à
medida que a vertente de colaboração vai assu-
mindo uma importância cada vez maior e decisiva
no desenvolvimento de projectos e na construção
de obras ou na própria produção industrial.
Aliás, temos o exemplo de muitos arquitectos que se
converteram às tecnologias de informação e mantêm
perfeitamente o controlo sobre os ficheiros dos seus
projectos, sabendo como trabalhar com os engenhei-
ros, como usar as palavras-passe e as assinaturas digitais
(uma espécie de selo nos ficheiros) de modo a garantir
a segurança e a inviolabilidade da informação.
Uma coisa é certa e recolhe uma quase unanimidade
entre quem atinge uma familiaridade mínima com as
tecnologias de projecto assistido por computador: a
integração é importante para todos os intervenientes
nos projectos e é particularmente valorizada pelos
arquitectos, pois, graças a ela e ferramentas de colabo-
ração do AutoCAD, conseguem obter, no final, um resul-
tado mais próximo das suas especificações originais.
Por outro lado ainda, o trabalho que a Autodesk tem
vindo a realizar no reforço das possibilidades de
“personalização” das suas aplicações tem contribuído
para ajudar a desvanecer as reservas de muitos profis-
sionais quanto ao “software” de projecto assistido por
computador. Porque, apesar dessa “personalização” ou
“verticalização” do AutoCAD, os utilizadores continuam
a poder trocar, sem problemas, ficheiros e informação
com utilizadores de outras entidades, com distintas
especificações na sua “personalização” ou “verticaliza-
ção” da aplicação.
Aliás — e passando à questão da granularidade na
adopção de novas funcionalidades pelos utiliza-
dores —, graças aos novos menus e comandos das
actuais ferramentas, hoje até já é possível (técnica e
legalmente) a coexistência, na mesma máquina, de
diferentes versões do AutoCAD com o mesmo tipo de
personalização. Por outro lado, tornámos o mais fácil
possível a migração permitindo a adopção selectiva de
novas funcionalidades pelos utilizadores: assim, essas
novas funcionalidades não têm que ser aceites em
bloco, mas apenas quando o utilizador se sentir à von-
tade para passar a usá-la ou quando as necessidades
do seu trabalho tornarem indispensável o seu uso.
Também importante para este processo são os recur-
sos de formação “on-line”, cujo custo, com o AutoCAD
2005, passa a estar incluído no montante da subscrição
anual do “software”. ●
Depoimento colhido por Rui Jorge Cruz
computadores .5
 virose
Possível epidemia do tipo Blaster
Foi posto a circular na Net uma porção
de código que explora uma importante
falha do Windows, para a qual a Microsoft
começou a distribuir um “patch” há menos
de duas semanas. Esta falha — conhecida
como falha do Abstract Syntax Notation
(ASN) 1 — é do tipo “buffer overflow” e
afecta todas as versões do Windows com
tecnologia NT: Windows NT, 2000, XP e
Server 2003.
O ASN.1 é um “standard” utilizado por
muitas aplicações e dispositivos para
permitir a troca de dados entre diferentes
plataformas. Esta falha pode ser explorada
por um intruso para instalar programas
num computador, ver, trocar ou apagar
informação, ou ainda criar novas contas de
utilizador com privilégios de administrador.
Este código pode ser usado para criar
vírus ou “worms” que tirem partido da dita
falha, os quais poderiam desencadear uma
epidemia do tipo da do Blaster (surgida no
Verão passado) ou do Red Code, há dois
anos.
Usando aquele código em computadores
onde não foi ainda aplicado o “patch”,
desencadeia-se um processo de “buffer
overflow” e o PC entra num ciclo de
reinicializações em “loop”, de onde já não sai.
É, pois, imperativo que todos os utilizadores
das versões referidas do Windows instalem
o “patch” da Microsoft.
Netsky.B vem de remetentes
conhecidos…
Surgiu na semana passada a variante B do
“worm” Netsky — um vírus especialmente
perigoso (classificado com o nível de
computadores .6
perigosidade de 4 em 5 pela Symantec e
“médio” pela McAfee), pois as mensagens
que o propagam, além de terem como
remetente o utilizador do computador
infectado, o assunto, o texto e até o
nome do ficheiro anexo (que pode ter
uma ou duas extensões) são escolhidos
aleatoriamente de uma extensa lista de
opções, tornando-se difícil a sua detecção.
Ele procura endereços de E-mail para onde
se enviar, utilizando o seu próprio motor
de SMTP, numa extensa lista de tipos de
ficheiro em todas as unidades de disco,
incluindo as de rede mapeadas no PC.
Quando o ficheiro anexo da mensagem é
executado, o “worm” copia-se a si próprio
para um ficheiro com o nome Services.exe
criado na pasta do Windows, tentando fazer
o mesmo em todas as unidades de disco
do computador, incluindo as de rede nele
mapeadas.
O Netsky.B também se copia a si próprio,
sob vários nomes de ficheiros apelativos,
para todas as pastas cujo nome contenha
as palavras “share” ou “sharing” em qualquer
daquelas unidades de disco, o que lhe
permite propagar-se através de redes de
partilha de ficheiros, como a do Kazaa. Este
“worm” faz várias alterações no Registo do
Windows para que seja executado sempre
que ele é iniciado mas também apaga
entradas que possam ter sido criadas
por outros vírus, como o Mydoom.A ou o
Mimail.T.
… e o Beagle.B também
Também na semana passada, surgiu uma
nova variante do “worm” Bagle (ou Beagle),
S E G U N D A - F E I R A . 2 3 . F E V E R E I R O . 2 0 0 4
OS VÍRUS DA SEMANA
Dia 23
W97M/Bablas.aj, VBS/Valentin@MM,
WM/Niknat.A, WM/ANGUS.A, WM/ANGUS.A,
WM/MDMA.C;D;H, TRASHER.D, W97M/
Melissa.o@mm, W97M/Cobra.a1, VBS/San@M,
WM/NOMVIR.A;B, W97M/Alamat, W97M/
Azrael
Dia 24
W32/Winur.worm.a, W32/Winur.worm.b,
W97M/Alamat, W97M/Cobra.a1, WM/
CONCEPT.L;M, WM/MDMA.C;D;H, WM/
a B. É mais um “worm” de distribuição em ANGUS.A, W97M/Bablas.aj
massa via E-mail que, entre outras acções,
abre a porta TCP 8866 dos PC infectados, Dia 25
permitindo a intrusos que gravem ficheiros W32/Urick@MM, WM/MDMA.C;D;H,
na pasta do sistema, os quais serão de Acid.A (intended), W97M/Jackal.A, AOS.A,
seguida executados. W97M/Cobra.a1, X97M/Anis, W97M/Multi.a,
Para se propagar, o Bagle.B cria mensagens W97M/Alamat, W32/Winur.worm.b, W32/
em que o remetente é o utilizador do Winur.worm.a, X97M/Hongo.c, VBS/Alphae,
computador infectado. O assunto da VBS/Zync
mensagem tem o seguinte aspecto: “ID
[texto aleatório]… thanks”. O seu texto Dia 26
também é muito simples: “Yours ID [texto W97M/Alamat, W97M/Cobra.a1, WM/
aleatório] - - Thank” TAMAGO.A, WM/MDMA.C;D;H, W95/CIH.1003,
O ficheiro anexo da mensagem apresenta VBS/Gaggle@MM, X97M/Reten.d
a extensão .exe e um nome aleatório. As
mensagens são enviadas para todos os Dia 27
endereços encontrados em ficheiros com VBS/Gaggle@MM, WM/MDMA.C;D;H,
as extensões .wab, .txt, .htm e .html usando WM/HELPER.F;G;H, W97M/Jackal.A, W97M/
o seu próprio motor de SMTP. Quando é Cobra.a1, W97M/Alamat
executado, o Bagle.B cria uma cópia com o
nome Au.exe na pasta do sistema e altera o Dia 28
Registo do Windows de modo a assegurar W97M/Alamat, W97M/Ekiam, W97M/
que seja executado sempre que o sistema Cobra.a1, VBS/Baracu.A@mm, W97M/Este,
arranque. WM/Eraser.B;C:Tw, WM/MDMA.C;D;H, VBS/
Este “worm”, classificado com o nível de Gaggle@MM, W97M/Clave.a
perigosidade de 3 em 5 pela Symantec e
“médio” pela McAfee, foi concebido para Dia 29
se actualizar a si próprio a partir de certas W97M/Bablas.aj, VBS/Valentin@MM, VBS/
páginas da Web — estando programado Gaggle@MM, WM/MDMA.C;D;H, VBS/San@M,
para cessar a actividade em 25 de Fevereiro. W97M/Cobra.a1, W97M/Alamat, W97M/
● JOSÉ DOUTIL Beko.a@MM
 REDES DE DADOS EM DEBATE NO FORUMNET WORKING agenda

Hierarquizar os dados vitais FPGA 2004 – Twelfth ACM International Symposium

on Field-Programmable Gate Arrays
Data: 22-02-2004 a 24-02-2004
Local: Monterey, Califórnia, EUA

D
OS DADOS que se encon- Contacto: Herman Schmit
tram armazenados nos E-mail: fpga2004@ece.cmu.edu
sistemas informáticos das URL: fpga2004.ece.ubc.ca
empresas, só 26 por cento
DVCon – Design and Verification Conference & Exhibition
são importantes para o Data: 1-03-2004 a 3-03-2004
negócio — o valor dos restantes 74 por Local: San Jose, Califórnia, EUA
cento é questionável. Para além disso, Contacto: Angela Brantner
19 por cento dos dados encontram-se E-mail: angela@mpassociates.com
duplicados e 43 por cento da infor- URL: www.dvcon.org
mação não é consultada há mais de
DB2 & IMS Information Management Technical Conference
um ano. Estes números foram apre- Data: 1-03-2004 a 5-03-2004
sentados por Jesús Carro, consultor Local: Madrid, Espanha
técnico da Computer Associates Contacto: Sílvia Ramos; tel. 21 8927249
(CA), durante o ForumNetworking, E-mail: silvia.ramos@pt.ibm.com
evento dedicado às redes de dados URL: www.ibm.com/services/pt/learning/
com sessões nos passados dias 5 e 10
de Fevereiro, em Lisboa e no Porto, e WebSphere Portal & Lotus Workplace Technical Symposium
Data: 2-03-2004 a 5-03-2004
que contou, respectivamente, com a Local: Estugarda, Alemanha
participação de 255 e 325 pessoas. Contacto: Sílvia Ramos; tel. 21 8927249
O ForumNetworking foi promovido E-mail: silvia.ramos@pt.ibm.com
pela Tech Data — a multinacional URL: www.ibm.com/services/pt/learning/
presente em Portugal através da Com-
puter 2000 e da Micrograf, o (quase LATW 2004 – The 5th IEEE Latin-American Test Workshop
único) distribuidor da Autodesk no Data: 8-03-2004 a 10-03-2004
Local: Cartagena, Colômbia
país — e pela Cisco Systems, tendo Contacto: J. L. Huertas
reunido responsáveis de diversas se pode perder numa situação de de voz, imagem e dados sobre IP. A E-mail: huertas@imse.cnm.es
empresas do sector, que debateram falha. Qual a melhor hora para se Internet e o seu protocolo são, para a URL: www.latw.net
temas relacionados com a mobilidade efectuar o “backup” da informação e Cisco, uma infra-estrutura adequada à
e as ligações sem fios, com que frequência transferência deste diferentes tipos de Tivoli Technical Conference
a convergência da I S A B E L G O R J Ã O SANTOS deve fazer-se são dados. Afinal, “a voz não é mais do que Data: 8-03-2004 a 12-03-2004
Local: Noordwijk, Amesterdão, Holanda
voz, imagem e dados também questões uma aplicação” e essa convergência é
Contacto: Sílvia Ramos; tel. 21 8927249
sobre IP (Internet Protocol), a segu- para que os administradores de sis- “uma evolução natural”. E-mail: silvia.ramos@pt.ibm.com
rança e as redes de centros de dados. temas de informação das empresas A mobilidade é já uma realidade URL: www.ibm.com/services/pt/learning/
Para além das conferências, houve deveriam procurar respostas. e todos as empresas necessitam de
diversas sessões de demonstração, João Cardana, engenheiro de infra-estruturas sempre disponíveis IT Architect & Professional Leadership Conference
onde parceiros apresentaram as suas sistemas da Cisco Systems, o maior — considerou Manuel dos Santos, da Data: 15-03-2004 a 18-03-2004
soluções para as redes de dados. fabricante mundial de equipamentos Fujitsu Siemens. Existem hoje mais Local: Cannes, França
Contacto: Sílvia Ramos; tel. 21 8927249
O estudo apresentado por Jesús e soluções de rede, abordou também de 400 milhões de utilizadores da E-mail: silvia.ramos@pt.ibm.com
Carro, elaborado pela CA, alerta para as diferentes ameaças existentes e as Internet a nível mundial e, em 2010, URL: www.ibm.com/services/pt/learning/
a importância diferente que os diver- formas mais adequadas para proteger esse número deverá aproximar-se dos
sos tipos de dados assumem para as os sistemas informáticos. Socorrendo- 3000 milhões. “Na era da informação, isQED 2004 – 5 th International Symposium
empresas: dados de suporte ao negócio se do exemplo do “worm” MyDoom, os utilizadores necessitam de aceder on Quality Electronic Design
e dados de natureza crítica. Considera que recentemente infectou milhares de à informação em qualquer lugar e a Data: 22-03-2004 a 24-03-2004
Jesús Carro que, quando se fala de computadores em todo o mundo, João qualquer hora”, disse ainda Manuel Local: San Jose, Califórnia, EUA
Contacto: Melissa Wilderkehr
“disaster recovery” (recuperação dos Cardana explicou que há vários pro- dos Santos. De acordo com um estudo E-mail: wilderkehr@isqed.org
dados e restabelecimento dos serviços cedimentos para atenuar o impacto de da Gartner, cerca de 70 por cento da URL: www.isqed.org
após uma falha no sistema de informa- uma infecção deste tipo. Em primeiro população da União Europeia estará,
ção), é necessário avaliar aquilo a que lugar, há que conter a propagação do até 2007, “a menos de 30 segundos da Coll Chips VII – An International Symposium
se chama “risco aceitável” — o que só “worm” na rede e compartimentar as Internet” — isto é, será utilizadora de on Low-Power and High Speed Chips
é possível se se calcular quanto custa partes já contaminadas. A segunda fase dispositivos móveis com acesso sem Data: 14-04-2004 a 16-04-2004
a interrupção de certo serviço e quanto é a da “quarentena”, em que se isola da fios à Internet. A Gartner concluiu Local: Yokohama, Japão
Contacto: Secretariat
custa perder dada informação. rede cada máquina infectada. Por fim, ainda que, até 2008, mais de 30 por E-mail: cool@coolchips.org
Outras questões têm a ver com o há que “limpar” cada PC infectado. cento do acesso doméstico à Internet URL: www.coolchips.org
tempo que certa informação demora Luís Coelho, também da Cisco, se fará a partir de um dispositivo sem
a ser reposta e o tipo de dados que abordou outro tema: a convergência fios que não o PC. ● EWME 2004 – 5th European Workshop
on Microelectronics Education
Data: 15-04-2004 a 16-04-2004
Local: Lausanne, Suíça
Contacto: Marie Halm (Local Secretariat)
Cisco e Tech Data parceiras para as PME e o segmento doméstico E-mail: marie.halm@epfl.ch
URL: ewme2004.epfl.ch
A realização do ForumNetworking foi resultado de uma conta também para o seu crescimento no segmento das PME.
colaboração entre a Tech Data e a Cisco Systems em Portugal Segundo Ricardo Agostinho, director da Azlan em Portugal, esta DDECS – 7th IEEE Workshop on Design & Diagnostic
mas essa colaboração no mercado português tem ambições mais empresa poderá proporcionar à Cisco os recursos, a escala da of Electronic Circuits & Systems
vastas, visando mesmo o desenvolvimento do negócio das redes logística de distribuição e a rede de integradores certificados Data: 18-04-2004 a 21-04-2004
Local: Tatranská Lomnica, Eslováquia
— não só no universo empresarial e profissional como no espaço necessários para o desenvolvimento do negócio entre as PME.
Contacto: Sybille Hellebrand
doméstico ou dito do consumo. E é aqui que “entram em cena” a A Azlan constitui o grupo de soluções de rede da Tech Data, tirando E-mail: sybille.hellebrand@uible.ac.at
Azlan, uma subsidiária da Tech Data, e a LinkSys, a fabricante de partido da sua infra-estrutura, do seu “know how” na distribuição e da URL: www.ui.savda.sk/DDECS2004
equipamentos de rede para o mercado doméstico que a Cisco sua rede de 2500 revendedores — aspectos sublinhados por Jorge
adquiriu em Junho de 2003 a fim de penetrar num segmento que Silva, director-geral ibérico da Tech Data:“Hoje, a optimização da cadeia ISPD 2004 – The International Symposium on Physical Design
prenuncia uma grande expansão, com a difusão da banda larga e de abastecimento é essencial. Graças a ela e à integração dos processos Data: 18-04-2004 a 21-04-2004
da conectividade sem fios (Wi-Fi). de negócio com os fornecedores (como a Cisco) e com os parceiros Local: Phoenix, Arizona, EUA
Contacto: Patrick H.Madden
Conforme reconheceu a Computadores Carlos Brazão, director-geral a jusante, o grupo Tech Data conseguiu reduzir de 60 para 20 dias o URL: www.sigda.org/ispd2003
da Cisco em Portugal, a “grande fatia do mercado das redes no país tempo médio dos ‘stocks’ e para 1,5 por cento a parcela de produtos
continua a ser o das grandes empresas, o Estado e os operadores que está nos seus armazéns mais de 60 dias.” Com isto, o grupo ASYNC 2004 – The 10th International Symposium
de telecomunicações”,tendo o das pequenas e médias empresas conseguiu reduzir para apenas 4 por cento os seus custos operacionais on Asynchronous Circuits and Systems
(PME) já começado a assumir alguma importância. E aqui não se sem degradar a sua capacidade de responder às solicitações do Data: 19-04-2004 a 23-04-2004
fala do mero “hub” ou “router” para ligar uns cabos — segmento já canal:“As encomendas de 92 por cento dos itens em lista podem ser Local: Hersonissos, Creta, Grécia
banalizado e sem grande valor acrescentado — mas, por um lado, de satisfeitas imediatamente”. Contacto: Maria Prevelianaki
E-mail: maria@ics.forth.gr
equipamentos como estes dotados de crescentes funcionalidades Será também com este desempenho que a Cisco conta com a Azlan URL: www.ics.forth.gr/async2004
e “inteligência” (“chips”) e, por outro, de soluções para a chamada (seu parceiro desde finais de 2002) para o segmento de consumo,
“convergência para o mundo IP”: voz sobre IP (VoIP), redes únicas para cujo crescimento será ainda potenciado pela convergência entre FCCM – The 2004 IEEE Symposium
voz e dados, e o “software” capaz de suportar as respectivas soluções. a telefonia convencional e a sobre IP, por um lado, e, por outro, pela on Field-Programmable Custom Computing Machines
Mas agora surge a aposta no mercado de consumo, cujas articulação inevitável entre esta e as telecomunicações móveis. Outra Data: 20-04-2004 a 23-04-2004
exigências são distintas (e daí a compra da LinkSys, com uma marca tecnologia que estas empresas contam explorar neste segmento será Local: Napa, Califórnia, EUA
reconhecida) como distinto é também o canal de distribuição e a televisão sobre IP no cabo óptico, algo possível quando se difundir E-mail: fccm@fccm.org
URL: www.fccm.org
revenda — assim surgindo a parceria com a Azlan, com quem a Cisco em Portugal a sério uma “banda verdadeiramente larga”. ● R.J.C.

S E G U N D A - F E I R A . 2 3 . F E V E R E I R O . 2 0 0 4 computadores .7
 WEBMANIA

N este ano, o Campeonato Europeu de Futebol vai

desenrolar-se mais perto dos portugueses. Testa-
se a segurança dos estádios, fazem-se simulações
de desordens, coloca-se à prova os mecanismos de
urgência médica e de segurança policial. A expectativa

O BEIJO
aumenta a cada dia, a cada jogo amigável em que a
equipa nacional é posta à prova. Esta é a página oficial
do campeonato, onde pode informar-se sobre tudo o
que ao Euro diz respeito: notícias fresquinhas, artigos,
o historial do torneio, o calendário dos jogos, a cons-
tituição dos grupos e selecções, as qualificações, os
bilhetes… Com a informação disponível em oito idio-
mas, parece que a organização apostou em não deixar
ninguém de fora da festa. Como é certo que você já foi
convocado, apareça! ● mulher.aranha@publico.pt

www.euro2004.com

W
WEBBMMAANNI IAA
www.blakeetmortimer.com footlightnotes.tripod.com www.transparency.org www.vh.org

E sta é o sítio de Transparency

International, uma organização

C onhece o professor Mortimer?

Aquele amigo inseparável do
capitão Blake! Grande par de aven-
tureiros, é verdade. Em álbuns ou em
série televisiva, partilham connosco
as emoções mais fortes! A desco-
berta de um metal com propriedades
radioactivas durante umas férias no
arquipélago dos Açores, o mistério
de um acidente mortal envolvendo
um avião militar e provocado por um
dragão voador das lendas japonesas,
o fenómeno das descargas eléctricas
superpoderosas nas vésperas da
abertura de mais uma Exposição Uni-
versal em Bombaim… Este é o sítio
oficial de Blake e Mortimer, e nele se
pode encontrar informações sobre os
álbuns e os autores. É uma rampa de
lançamento para saber mais, através
das páginas sugeridas. ●
A Footlight Notes é uma E-zine sobre
os espectáculos de entretenimento
popular que tiveram lugar num período
de extrema actividade teatral, entre
a segunda metade do século XIX e o
início da segunda década do século XX.
Aqui podem ser encontradas as vidas e
as carreiras dos principais artistas que
ocuparam palcos na Europa (nomeada-
mente, no Reino Unido), nos territórios
do império britânico e na América do
Norte. Esta publicação nasceu em papel
em 1994 mas, após o sucesso inicial, foi
perdendo a sua periodicidade — tendo
renascido em suporte electrónico em
1997, assim encontrando a sua forma
ideal! Vale a pena espreitar as imagens
e as fotografias, os dados bibliográficos,
as condições em que se desenrolavam
os espectáculos. ●
não governamental que se dedica ao
combate da corrupção a nível global.
Considerada pelas organizações inter-
nacionais, governos, empresas, comu-
nicação social e sociedade civil como a
produtora dos dados mais fiáveis nesta
matéria, afirma-se assim como incon-
tornável neste campo. Desenvolvendo
trabalho tanto a nível nacional como
internacional, elabora anualmente
“rankings” de países quanto ao seu
nível de procura e oferta de corrupção,
campanhas de alerta para os danos que
esta causa, esforços para o estabeleci-
mento de tratados multilaterais entre
governos e privados para lhe pôr fim. O
objectivo é obter resultados, sobretudo
no longo prazo, de forma sustentada,
nomeadamente através da sensibiliza-
ção, da informação e da educação. ●
N um mundo em que existem cada
vez mais elementos e concepções
virtuais, aqui vai mais uma: um hospital
virtual. Assim, pode deslocar-se a ele
sem sair da sua cadeirinha giratória,
afastar-se mais do que o normal da sua
chávena de café e dos seus chinelos!
(Atenção: não aplicável em casos con-
siderados graves, que necessitem de
intervenção médica imediata, exames
e prescrição de medicamentos). Este
hospital virtual é ainda modesto e só
presta serviços de informação médica
— mas muito actualizada e precisa. Se
tem qualquer tipo dúvida, pode tentar
esclarecer-se aqui, sem ter que sair de
casa. ●

grenier2clio.free.fr

L e Grenier de Clio: criação de um amador de

longa data da mitologia e dos mitos. Perso-
nagem-segredo, mostra a quem quiser aprender
este espaço cibernético que mantém por motivos
de satisfação pessoal. Mitologias azteca, chinesa,
etrusca, celta, inca, nórdica… são só algumas das
que pode desbravar com ele. Na secção dos mitos e
lendas, há textos modernos e antigos, e pode ainda
aproveitar os jogos, passatempos e divertimentos
que o amigo lhe propõe. Para os curiosos. ●

computadores .8 S E G U N D A - F E I R A . 2 3 . F E V E R E I R O . 2 0 0 4
 .com
IBS Portugal facturou 13,9 milhões
A IBS Portugal, subsidiária do grupo IBS, que desen-
volve aplicações empresariais para gestão de vendas,
da relação com os clientes ou os fornecedores,
apresentou os resultados relativos ao ano fiscal de
2003, tendo registado um volume de vendas globais
de 13,9 milhões de euros. Na área de serviços, a IBS
Portugal facturou 5,26 milhões de euros, enquanto a
área de redes registou 6,2 milhões de euros. Richard
Marques, director-geral da IBS Portugal, considerou
que a empresa “sai agora consolidada com a subida
de facturação registada em 2003”, que confirmaria “as
expectativas apresentadas em 2002”. Este responsá-
vel considera que estes resultados se devem a uma
aposta da IBS Portugal em parcerias estratégicas,
novos contratos e ao desenvolvimento de soluções
adaptadas às necessidades de cada tipo de negócio.
No domínio das soluções verticais, a IBS Portugal
lançou no início do ano passado o IBS Pharma para o
segmento da distribuição farmacêutica, a CRMSuite e
a solução aplicacional Quality Suite. ●
Staffware cresceu 10 por cento
A Staffware, fornecedora de soluções de gestão de
processos de negócio — Business Process Manage-
ment (BPM) —, anunciou os resultados de 2003, tendo
as suas vendas aumentado cerca de 10 por cento, para
61 milhões de euros (contra 55 milhões em 2002), para
o que contribuiu um quarto semestre consecutivo de
crescimento. Também o número de licenças vendidas
aumentou, para 31 milhões de euros (cerca de 50
por cento do total das vendas). A comercialização de
licenças de BPM atingiu os 23 milhões de euros, mais
125 por cento que em 2002. As receitas provenientes
do mercado norte-americano foram de cerca de 10
milhões de dólares, o que representa um crescimento
de 25 por cento face a 2002. Os serviços de manuten-
ção ascenderam a quase 18 milhões de euros, mais 40
por cento que no ano fiscal anterior. Os resultados já
auditados da Staffware deverão ser apresentados em
breve. ●
S E G U N D A - F E I R A . 2 3 . F E V E R E I R O . 2 0 0 4
dica
Atalhos de teclado nas tabelas do Word
As tabelas dentro do Word são
como que um mundo dentro
de outro, pois existem métodos
particulares para executar deter-
minadas tarefas nelas — como
a movimentação do cursor e a
selecção de texto. Em consequência
disso, existem também atalhos de
teclado específicos para o trabalho
com tabelas, que são muito úteis,
em especial no caso de elas terem
grandes dimensões.
As tabelas são constituídas por célu-
las, fisicamente representadas por
rectângulos, agrupados em linhas
e colunas. Cada célula funciona, no
essencial, como uma página do Word
em termos de edição, podendo-se
inclusive inserir dentro dela imagens
e até outras tabelas. Em última ins-
tância, pode-se fazer um documento
em que todo o texto está incluído
numa tabela com uma única célula,
de modo a criar uma cercadura, por
exemplo.
Mas a situação normal é existir uma
tabela com várias linhas e colunas.
Ao inserir texto numa tabela, a tecla
Enter serve — tal como no texto
normal — para criar parágrafos
dentro de uma célula; não é como
no Excel, onde serve para passar para
a célula da mesma coluna mas na
linha de baixo. Aliás, a lógica da
edição das tabelas no Word é con-
trária à do Excel: enquanto, neste, a
sequência “natural” de inserção de
dados é vertical, de cima para baixo
(por coluna), no Word é horizontal, da
esquerda para a direita (por linha).
Tendo inserido o texto pretendido
numa célula, para mudar para a
célula seguinte, à direita na mesma
linha, para a editar, utiliza-se a tecla
Tab. Se a segunda célula já tiver
texto, ele fica automaticamente todo
seleccionado. Quando se está com o
cursor na última célula de uma linha,
carregando na tecla Tab muda-se de
linha, passando para a primeira célula,
à esquerda.
Se se pretender voltar à célula ante-
rior (à esquerda, na mesma linha),
tem que se utilizar a combinação
de teclas Shift+Tab. Isto implica
que, para criar tabulações dentro de
uma célula, se tenha de utilizar um
atalho de teclado especial: Ctrl+Tab
(ver imagem).
Para se mover o cursor verticalmente
dentro das colunas, usa-se as setas
direccionais Para Baixo e Para Cima
— só que, aqui, a progressão é
linha a linha: se as células tiverem
muitas linhas, pode ser demorada
a deslocação deste modo entre
células. Aliás, na horizontal, dentro
das linhas, também se pode mover
o cursor entre células com as setas
direccionais Para a Direita e Para a
Esquerda, colocando-se, no entanto,
o mesmo problema se as células tive-
rem linhas com muito texto.
Para mover o cursor para a última
célula numa linha, utiliza-se o atalho
Alt+End e, para ir para a primeira
célula numa linha, Alt+Home. Do
mesmo modo, para mover o cursor
para a última célula numa coluna,
usa-se o atalho Alt+Page Down e
Alt+Page Up para ir para a primeira
célula numa coluna.
Para seleccionar todas as células de
uma linha, desde aquela onde se
encontra o cursor até ao fim da linha,
utiliza-se o atalho Shift+Alt+End. Para
fazer o mesmo até ao início da linha,
usa-se Shift+Alt+Home. E, para selec-
cionar células em colunas, a lógica é
igual: Shift+Alt+Page Down para
seleccionar todas as células de uma
linha, desde aquela onde se encon-
tra o cursor até ao fim da coluna,
e Shift+Alt+Page Up para fazer o
mesmo até ao início da coluna.
Conjugando estes últimos atalhos
de teclado com as setas direccio-
nais Para a Direita, Para a Esquerda,
Para Baixo e Para Cima, pode-se
seleccionar todas ou parte das
linhas e colunas de uma tabela. ●
JOSÉ DOUTIL
computadores .9
 FICHA S H A R E WA R E
Mais uma solução
Editor
Rui Jorge Cruz
para gravar fotos e vídeos
Redactores, colaboradores
e cronistas
Ana Gerschenfeld, Ana Machado,
André Ruivo, António Granado,
Casa dos Bits, Fernando Santos,
Helena Viegas, Henrique Carreiro,
A
Henrique Saias, Isabel Gorjão TECNOLOGIA DVD con-
Santos, João Cruz, José Antunes, quistou definitiva-
José Doutil, Luís Félix, Miguel mente as preferências
Crespo, Nuno Bernardo, Paulo dos consumidores,
Almeida, Pedro Fonseca, Rita
com o número de
Cruz, Rita Hasse Ferreira
leitores e de discos vendidos a
Secretariado
aumentar diariamente, tornando
Paula Dias o tradicional VHS numa coisa já
Paginação obsoleta. Mas, a par da prolifera-
Ana Carvalho, Ivone Ralha, ção dos DVD, outras tecnologias
Hugo Pinto, Jorge Guimarães de imagem digital têm igual-
Projecto Gráfico & Designer mente entrado no dia-a-dia dos
Luis Carlos Amaro/ cidadãos, nomeadamente o vídeo
Gráficos à Lapa e a fotografia digitais. A grande
vantagem desta tendência dos
Computadores conteúdos digitais domésticos
é publicado às segundas-feiras passa pela compatibilidade entre
equipamentos e da sua ligação
E-Mail ao PC, que permite uma mais
computadores@publico.pt simples, partilha, distribuição e
Tel. 21-0111168 arquivo desses conteúdos.
Fax 21-0111008
As fotografias digitais ou os
vídeos registados nas câmaras
digitais podem ser facilmente
editadas e trabalhadas nos
Assine Computadores
computadores pessoais, com a
mesma simplicidade com que
Assine o PÚBLICO
se cria um documento de texto.
à segunda-feira e receba o jornal
Esta transferência digital de
em sua casa ou levante-o no seu
imagens permite ainda que as
posto de venda habitual com os
suplementos Computadores e
mesmas possam ser gravadas em
Economia.
CD-ROM ou em DVD e lidas nos
vulgares leitores de DVD, já tão
E-mail: assinaturas@publico.pt comuns nos dias de hoje. Quem
Tel.: 808 200 095 (custo chamada ganha com tudo isto
local) é o utilizador, que, NUNO BERNARDO
Fax: 210 111 017 com menores custos,
pode fazer arquivos de alta qua-
Assinatura semestral (26 exemplares):
lidade das suas imagens e vídeos,
e partilhá-los com familiares e
Portugal €18.20
amigos.
Europa €58.50
O Power Producer Gold é uma
Resto do Mundo €94.90
aplicação pensada para satisfa-
zer as necessidades dos novos
Assinatura anual (52 exemplares):
adeptos da imagem digital. A
Portugal €36.40 nova versão do programa dispõe
Europa €117.00 de uma extensa lista de funções
Resto do Mundo €189.80 para o tratamento digital de ima-
gens. Com este programa, o leitor
Desconto na assinatura anual
para escolas e instituições de
pode digitalizar as suas velhas
solidariedade social. Preços — e novas — cassetes de vídeo
especiais para Macau, Timor, São e transferi-las para um DVD ou
Tomé e Guiné. Os preços incluem ainda criar um disco com uma
IVA à taxa legal em vigor. sequência de fotografias tiradas
na sua máquina fotográfica digi-
computadores .10
POWER PRODUCER GOLD
tal, de forma a poder visualizá-
las num qualquer televisor.
A lista de funções do Power
Producer Gold não se cinge ao
atrás descrito, pois ele apresenta-
se como um completo estúdio de
criação e gravação de DVD. A
Cyberlink, editora do programa,
oferece ainda um conjunto de
outras ferramentas, que tornam o
processo de edição de vídeo ainda
mais fácil. Para conhecer toda a
oferta da empresa,
o ideal é visitar o
seu sítio na Web em
http://www.gocyberlink.com/ .A
partir de vídeos transferidos para
o disco do PC ou de fotografias em
formato digital, o utilizador pode
criar os mais apelativos DVD de
forma a serem lidos em qualquer
PC ou na grande maioria dos
leitores de DVD disponíveis no
mercado.
O Power Producer Gold per-
mite a digitalização e a gravação
imediata em DVD de todo o tipo
de conteúdos de vídeo. Por exem-
plo, quem possuir uma placa de
sintonização de sinal TV (os cha-
mados “PC TV tuners”), poderá
programar o seu PC para gravar
directamente em DVD os seus
S E G U N D A - F E I R A . 2 3 . F E V E R E I R O . 2 0 0 4
programas de TV favoritos. No
mercado, existem já gravadores e
regravadores de DVD equipados
com discos rígidos que execu-
tam a mesma tarefa — embora
custem mais de 500 euros. Os
projectos vídeo ou de fotogra-
fia digital criados podem ser
organizados em menus e conter
informação extra, tal e qual os
DVD que compramos nas lojas da
especialidade contendo os nossos
filmes favoritos.
No mesmo projecto, poderão
ainda ser misturadas fotos e
vídeos para criar um arquivo de
todos os registos de um evento.
Estão disponíveis vários exem-
plos de interfaces com menus e
botões, de forma a que o utiliza-
dor possa rapidamente criar o seu
primeiro projecto. Para um tra-
balho mais pessoal, aconselha-se
o recurso a imagens criadas pelo
próprio utilizador a partir das
fotos ou dos vídeos a incluir no
projecto. O utilizador doméstico
tem, assim, ao seu alcance uma
ferramenta que lhe permite criar
os seus próprios DVD de apre-
sentação com imagens do último
aniversário, das últimas férias
ou de alguma cerimónia, mistu-
rando vídeos, fotos e registos de
áudio, como músicas ou mesmo
mensagens de familiares grava-
das “a posteriori”.
A utilização do Power Pro-
ducer Gold é bastante simples e
o programa faz-se acompanhar
de uma extensa documentação,
muitos exemplos e assistentes,
que auxiliam o utilizador no pro-
cesso de criação dos seus próprios
projectos. Com apenas alguns cli-
ques do rato, é possível realizar
a grande maioria das tarefas e
criar o primeiro DVD ou CD.
Ao nível de requisitos téc-
nicos, o programa requer um
computador com Pentium III
ou equivalente e um mínimo de
128 MB de RAM; no entanto, um
Pentium IV, um disco de grande
capacidade e muita memória são
recomendados para se obter um
melhor rendimento. O utilizador
do Power Producer Gold deverá,
ainda, possuir uma máquina
fotográfica digital (ou uma forma
de digitalizar as suas fotos) e
uma câmara de vídeo digital.
Aqui, o programa foi dotado de
uma pequena aplicação de edição
de vídeo que permitirá ajustar os
ficheiros digitalizados e aplicar
efeitos especiais entre diversos
segmentos de imagens.
O utilizador necessitará ainda
de possuir um gravador de DVD
para poder gravar o resultado
final para o disco. Hoje, já se pode
encontrar gravadores de DVD
para computadores com preços
abaixo dos 200 euros. O Power
Producer Gold custa 49 euros,
valor aceitável dadas as funcio-
nalidades oferecidas. Aplicações
similares custam bastante mais
e não oferecem todo este leque de
funções, pensadas para satisfa-
zer as necessidades do utilizador
doméstico ou ocasional. Se possui
uma máquina fotográfica digital
ou uma câmara de vídeo digital e
pretende apresentar os seus tra-
balhos a outros, esta é uma das
aplicações a ter em conta. ●
 JOGOS
‘Street racing’ sem dor
O
FRUTO PROIBIDO É o mais apete-
cido, já reza a história mítica.
Daí que a imaginação humana
seja sempre atraída pelo desa-
fio às regras estabelecidas. No
caso dos videojogos, o apelo à reprodução
virtual de situações inalcançáveis pelo
comum dos mortais é muito forte. Por isso,
jogos politicamente incorrectos são muito
interessantes para os jogadores, em espe-
cial em países mais repressivos.
Não é, pois, de admirar que mesmo
empresas de grande dimensão, como é a
Electronic Arts, produzam títulos como
“Need For Speed Underground”, jogo que
simula a carreira de um “street racer”.
Falamos de pessoas comuns que vestem
a pele de piloto informal,
apaixonado por carros, que MIGUEL
disputa desafios colocados na
hora, normalmente com apostas mais ou
menos chorudas, em traçados ou percursos
delineados na via pública. Além de ilegal,
esta actividade pode ser perigosa; mas, em
países como o Japão ou os EUA, é aceite e
realizada com cuidados “civilizados”.
Este fenómeno “street racer”, retra-
tado em filmes e noutros jogos, já chegou a
Portugal e tem bastantes adeptos — ainda
que a maioria não passe de amadores à
procura de protagonismo, muito baseado
nos “cavalos” que têm debaixo dos capôs e
pouco nos seus dotes de condução.
‘NEED FOR SPEED UNDERGROUND’
No caso de “Need For Speed Under-
ground” (“NFSU”), assim que se passa
os habituais avisos iniciais — do género
“não façam isto em casa” —, o jogador é
logo levado ao mundo das corridas de ruas
com estilo cosmopolita. A reprodução de
toda a envolvência espalha-se pelos vários
componentes, dos cenários (cidades cheias
de luz, sempre à noite: o espaço e o tempo
do “street racing”) aos carros disponíveis
e à forma como podem ser desenvolvidos,
passando pelos desafios colocados e ter-
minando na música — com uma banda
sonora de luxo.
Além de todos os componentes bem tra-
balhados, “Need For Speed Underground”
consegue recriar — mais que reproduzir
— o espírito destas compe-
CRESPO tições, nomeadamente na
adrenalina provocada pelas
disputas. Acrescente-se ainda que a joga-
bilidade e o controlo dos carros é bastante
simples, permitindo a qualquer tipo de
jogador ir avançando sem problemas de
maior. “NFSU” propõe um total de 111
desafios no modo Carreira, o que garante
muitas horas de diversão, já que se trata
de um jogo arcada, mais do que uma simu-
lação, apesar de todo o realismo empres-
tado ao jogo.
A equipa da Electronic Arts conseguiu
também criar alguns pormenores únicos,
que dão aquele toque que faz a diferença
S E G U N D A - F E I R A . 2 3 . F E V E R E I R O . 2 0 0 4
positiva, como a vibração da imagem nos
desafios de “drag” ou o “replay” automá-
tico dos acidentes ou saltos, que consistem
basicamente em passar para uma visão
televisiva em câmara lenta durante o
acontecimento e regressar à visão normal
sem quebras.
Os carros — afinal, o fulcro da activi-
dade — reproduzem variadas máquinas
apetecíveis, desde os comuns Peugeot 206,
Ford Focus ou VW Golf até mais apetecí-
veis bombas, descobertas aos poucos, num
total de duas dezenas.
O componente de “tunning” está pre-
sente na parte de desenvolvimento do
carro. À medida que se cumpre desafios,
vai-se desbloqueando novos componentes
visuais, de “performance” ou carroçaria,
cada um deles declinado em inúmeras
partes, de decalques e pinturas a turbos,
escapes, transmissões, suspensões, “spoi-
lers”, “ailerons” ou o indispensável óxido
nitroso, que se pode injectar nos motores
para dar um “boost” extra em momentos
de necessidade. O dinheiro que se vai
ganhando nos desafios pode ser usado
neste desenvolvimento.
No modo Carreira, o jogador vai sendo
desafiado para vários confrontos, desde
sessões de derrapagens (“drift”) a corri-
das em linha recta (“drag”), passando por
torneios, corridas contra o tempo ou por
eliminação. Cada um deles pode ser dis-
Título “Need For Speed
Underground” 8 /10
Estilo Corridas
Plataforma PC, PS2, Xbox, GameCube
Produtor EA Games
Distribuidor Electronic Arts
Edição Dezembro 2004
putado em três graus de dificuldade, com
diferentes somas para o vencedor (aqui, só
o primeiro tem prémio). O objectivo final é
aparecer em todas as capas de revista (a
sério!) e ser considerado o “rei da estrada”.
Há ainda modos de corrida rápida, um
modo personalizável, montes de estatísti-
cas e um interessante modo “on-line” — no
PC e na PS2.
A acompanhar a acção fluente, destaca-
se o som: além do THX, que ajuda a encher
o espaço, há uma banda sonora de topo,
com artistas que vão de Overseer, Rob
Zombie ou Rancid aos Crystal Method,
BT, Asian Dub Foundation, Junkie XL,
FC Kahuna ou Fluke. No fundo, um jogo
para quem gosta de carros e quer divertir-
se ou para quem sonha com o “mundo” de
grandes “bombas”, pinturas personaliza-
das, escapes ruidosos, jantes brilhantes,
suspensões rebaixadas e “babes”… ●
computadores .11
7c1bf3e5-024b-435b-bb28-84bbcd8a7552