Computadores

SEGUNDA-FEIRA 9 FEVEREIRO 2004 DIRECTOR JOSE MANUEL FERNANDES EDITOR RUI JORGE CRUZ

As ambições
do eEurope
Entrevista a Erkki Liikanen,
comissário europeu para a
Sociedade da Informação
➜ págs. 3
Os novos
Pentium 4
A Tecpédia analisa o que há
a esperar dos Prescott, os
novos Pentium 4 da Intel
➜ pág. 4
Os primeiros
para o UMTS
Sony Ericson e Samsung
mostraram os seus primeiros
telemóveis para o 3G
➜ pág. 4
PUB
Via mais simples ‘The Lord
para animar of the Rings’
Com imagens ou ‘videoclips’, A saga ‘Return of the King’
um ‘shareware’ ao alcance da conhecida trilogia
de todos os utilizadores mas, desta vez, em jogo
➜ pág. 11 ➜ pág.12

CONFERÊNCIA NO ESTORIL MOSTROU QUASE TUDO NA MESMA, APESAR DAS VONTADES

Indispensável mais
concorrência na banda larga
M
AIS CONCORRÊNCIA para a banda larga foi o
pedido expresso do Governo, da Comissão
Europeia e da maior parte dos operadores
para que Portugal possa aproximar-se dos
níveis internacionais, no âmbito da confe-
rência internacional “Semana da Internet – Portugal em
Banda Larga”, que decorreu na semana passada no Estoril,
nos arredores de Lisboa. Se as novidades nacionais concretas
foram poucas, os vários exemplos internacionais mostraram
como Portugal está longe e atrasado quanto à disseminação
da Internet por banda larga (ver mapa).
No caso dos operadores de telecomunicações, de um lado,
está a Portugal Telecom (PT) e, do outro, os operadores seus
concorrentes. No meio e sem uma clara explicitação política,
as autoridades reguladoras, nomeadamente a Anacom —
embora a Autoridade da Concorrência esteja cada vez mais a
ser chamada a intervir no domínio das telecomunicações.
A PT voltou a atirar para a mesa uma proposta para
disseminar os equipamentos pelas famílias portuguesas.
A visão da PT é de que os constrangimentos à vulgariza-
ção da banda larga se devem à procura e não à oferta de
serviços. Se, neste campo, existem suficientes propostas
atractivas para quem quer acesso à Internet, é a falta de
equipamentos informáticos que restringe uma maior dis-
seminação dos serviços e afecta, por arrasto, os potenciais
lucros dos operadores concorrentes, que reclamam das
posições anticoncorrenciais da PT.
Assim, como já fizera no Congresso das Comunica-
ções, em 2003, o presidente executivo da PT, Horta e
Costa, voltou a traçar um retrato positivo da banda larga tópico, já inscrito no PIDDAC e na Iniciativa Nacional para PT — exemplificando como “os jornais nacionais saudaram
em Portugal, nomeadamente quanto a preços de retalho a Banda Larga, da Unidade de Missão Inovação e Conheci- a última deliberação da Anacom sobre o ADSL com títulos
e grossista — concretizando agora uma proposta que mento (UMIC). como ‘Anacom baixa para metade preços do ADSL’, esque-
pretende envolver todos os operadores, fornecedores de O desafio da PT continua, no entanto, sem resposta pelos cendo que os custos para os operadores concorrentes foram
equipamentos e Estado para disseminar computadores operadores concorrentes. Estes estão preocupados com um reduzidos em apenas 4 por cento”. Em termos de oportuni-
entre os info-excluídos portugueses. quadro mais vasto, em que a PT detém cerca de 80 por cento dades, salientou “a presença séria dos média na Internet,
A PT acredita que, indo buscar computadores pré-forma- do mercado da banda larga, a insistir na separação dos negó- especialmente em banda larga, o interesse da Anacom na
tados para acesso à banda larga a países asiáticos, poderá cios do cobre e do cabo e na separação dos negócios retalhista separação da actividade retalhista da grossista da PT e nas
colocar estes PC no mercado nacional a um e grossista pelo operador incumbente. Isto, experiências de vídeo” para banda larga em Portugal.
preço final para o consumidor entre 200 a 240 PEDRO FONSECA claro, a par de defenderem que as margens de Para todos os efeitos, “estamos dependentes das tecno-
euros. Como o PC custa realmente cerca de 600 lucro na banda larga são esmagadas pelos valo- logias do cabo e de cobre nos próximos anos, ambos na mão
euros, aquele valor final seria reduzido através da interven- res que têm de pagar à PT (a quem são obrigadas a contratar do mesmo operador”, lembrou Pedro Norton de Matos, da
ção financeira dos operadores, dos fornecedores e do Estado, a disponibilização da rede), situação que levou o Clix e o IOL Oni. “Abra-se o cobre, até porque vêm aí outras tecnologias
que comparticipariam no custo total. a abandonarem a oferta do serviço para o mercado residen- como o 3G [telemóveis], televisão digital terrestre ou Power-
Horta e Costa salientou ainda a falta de formação neste cial por alegarem prejuízos. line”, para acesso através da rede eléctrica, cujo protótipo
assunto, nomeadamente em certos públicos-alvo demográ- Pedro Morais Leitão, da Media Capital, sintetizou as foi demonstrado na Escola Vasco da Gama, no Parque das
ficos, como os idosos, e de informação sobre os potenciais ameaças a estes operadores por existir “uma monopolização Nações, em Lisboa (ver notícia na pág. 7). Norton de Matos
benefícios da banda larga. Neste aspecto, o ministro-adjunto do mercado de acesso pelo operador incumbente, um esma- afirmou temer a intervenção reguladora no sentido de ela vir
responsável pela sociedade da informação, José Luís Arnaut, gamento da margem retalhista no negócio ADSL e uma a atrasar a disseminação desta tecnologia, que vai entrar em
➜
referiu a existência de um milhão de euros para este último tolerância da sociedade para com atitudes predatórias” da “protótipo comercial” durante este ano.

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➜
O Clix, em associação com a Optimus, anunciou
a oferta de um serviço a partir do segundo semestre de
banda larga baseado no UMTS (ver notícia na pág. 4). A
SGC Telecom, que adquiriu a Jazztel, anunciou ir criar uma
infra-estrutura concorrente, no que foi saudada por Horta e
Costa como uma atitude positiva, para oferecer uma solução
“triple play”, conjugando a oferta de voz, dados e televisão
num único serviço — modalidade que apenas a Cabovisão
está a oferecer em Portugal.
Para António Lobo Xavier, da SonaeCom, o que está em
causa não são as regras do jogo mas as sistemáticas “viola-
ções” das regras pela PT — e que esta não pode pedir aos
concorrentes que invistam em redes alternativas “quando a
Europa deixou que ela tivesse as redes desde que as abrisse”
à concorrência. E contrariou que o problema seja da procura,
recordando que, na banda estreita, foi com a oferta da Inter-
net grátis que “se deu o grande salto”: “seria curioso de ver o
que aconteceria na banda larga” se fosse feito o mesmo.
Curiosa foi a apresentação de diversos tarifários inter-
nacionais esgrimidos pelos operadores mas também por
alguns dos participantes na conferência, onde se detectou
que, muitas vezes, não interessa apenas o preço mas o débito
oferecido. Por exemplo, na Suécia, um cliente paga 30 euros
para ter um débito máximo de 10 Mbps; em Portugal, paga mento. “Estamos atrasados”, sintetizou Amável dos Santos,
35 euros por 512 Kbps… da Direcção-Geral do Desenvolvimento Regional, “há que
No lado político, foram vários os sinais positivos dados investir nos recursos humanos para que os cidadãos tenham
na semana da banda larga mas está-se ainda longe de países competências para usar a Internet”. “Sem competição não há
que delinearam estratégias competitivas para ocupar os inovação e isso necessita de uma grande liderança”, referiu
primeiros lugares da banda larga — entendendo que essa Erkki Liikanen, comissário europeu para as empresas e
posição traz às suas economias maior produtividade. sociedade da informação (ver entrevista na pág. 3). ●
O Reino Unido, por exemplo, criou uma Broadband Task
Force para o sector público — dependente directamente do
primeiro-ministro, Tony Blair — a fim de, em 2005, ser líder
do grupo dos sete países mais desenvolvidos (G7). Peter
Craine explicou que “a pressão do mercado não fornecia
capacidades suficientes, pelo que o Governo devia intervir”.
De Março de 2003 até Janeiro deste ano, delineou-se a estra-
tégia, a sua concretização e já está a funcionar, conseguindo
reduções drásticas de preços.
Em Portugal, as tímidas intervenções da Anacom pare-
cem ter agora cobertura política para efectivar a concorrência
— algo que dificilmente virá a tempo de alterar o panorama
estatístico em que Portugal se encontra, nomeadamente
para o balanço feito em 2005 relativamente à “estratégia
de Lisboa”, que pretendia colocar a Europa como zona líder
da economia e da produtividade na sociedade do conheci-

A banda larga ou o futebol

O secretário de Estado adjunto do
ministro da Economia, Franquelim Alves,
referiu a Computadores que o Governo
deu um “sinal claro” para a separação das
redes de cobre e de cabo da PT, e que a
Anacom e a Autoridade da Concorrência
têm, assim, um sinal político para
avançarem nesta matéria. Franquelim
Alves referiu que “a banda larga deve ser
vista como uma oportunidade única de
colocar Portugal na frente tecnológica”,
lembrando o exemplo da Coreia do Sul
(país com que a UMIC tem um protocolo
de cooperação), onde a penetração da
banda larga é superior a 50 por cento
graças à “adopção de uma política
estimuladora da concorrência, que tem
permitido a redução de preços de acesso
e a existência de uma oferta variada em
conteúdos e pacotes de acesso”.
Este responsável acredita ser
“indispensável continuar a política de
suporte ao aumento da concorrência
entre os operadores” na área das redes
fixas de telecomunicações, onde se está
“longe do grau desejado”.Salientando que
“a nova legislação cria condições plenas”
para que a Anacom e a Autoridade da
Concorrência “efectuem uma avaliação
minuciosa das condições de concorrência
nos diversos mercados relevantes do
sector das comunicações electrónicas”,
lembrou ainda ser obrigatória a separação
jurídica das empresas que detenham
redes públicas de comunicações e de
televisão por cabo. Não se trata apenas
de uma separação formal, mas “que
esses negócios se estruturem com plena
autonomia e observando estritas regras
de mercado concorrencial”.É que “a
concorrência é indispensável à criação de
condições para uma profunda penetração
da banda larga em todo o país”.
Franquelim Alves revelou ainda a
Computadores estar uma “ideia”,em
discussão com o Ministério da Ciência
espanhol, para a criação de uma rede
transfronteiriça de banda larga, que
poderia concorrer a fundos comunitários
na vertente “fractura digital”,à qual podem
concorrer áreas rurais e remotas. Estando
a disseminação da banda larga assente
principalmente no litoral, conseguir-se-ia
desta forma uma cobertura para o interior.
Desta forma, o projecto dificilmente
chegará a tempo do “objectivo ambicioso
de ter 50 por cento dos lares ligados à
Internet por banda larga” no próximo
ano, quando agora estes são apenas 5
por cento — como salientou o primeiro-
ministro, Durão Barroso, na abertura.
Pretende-se criar “uma forte comunidade
de utilizadores da Internet”,salientando
que “as estratégias de penetração rápida
são mais vantajosas” do que apostar
“naquilo que só alguns podem pagar”.
Depois da “bolha especulativa”,referiu,
“chegou a altura de bons e sólidos
investimentos” neste campo, referindo as
apostas governamentais na cultura, nas
redes universitárias e comunitárias — cujo
projecto-piloto foi lançado na sexta-feira,
em Castelo de Paiva —, na Biblioteca
Científica Digital (com 3000 revistas
científicas “on-line” e que deverá ser
lançada “em breve”), na disseminação de
postos públicos de acesso, integração de
disciplinas de tecnologias de informação e
comunicação (TIC) no ensino secundário
e mesmo pré-escolar, anunciando ainda o
lançamento de um concurso internacional
para fazer evoluir os acessos das escolas
para banda larga.
Neste aspecto, o ministro da Educação,
David Justino — na mesma semana em
que um relatório da OCDE “atirou” com
Portugal para a cauda dos países com
piores rácios de computador por escola
— questionou se “podia ter sido diferente”,
lembrando a disseminação e a apetência
por outras tecnologias (telemóveis,
máquinas ATM). Os mesmo jovens que os
usam “não poderiam ser os mesmo que
saberiam agora usar a Internet ou uma
folha de cálculo”?
Em termos positivos, considera que
“ainda pode ser diferente” e “não estamos
condenados a ocupar sempre os mesmos
lugares” desde que existam “medidas
integradas para recuperar o atraso e, se
possível, mais rápidas do que o atraso
económico”.A estratégia neste ministério
passa pela obrigatoriedade de uma
disciplina de TIC no 9º ano e voluntária
no 10º, sabendo-se que a maior parte dos
alunos desiste das escolas nessa altura.
Assim, mesmo que o fizessem, iriam para o
mercado de trabalho a saber mexer num
PC. Outro passo é o reforço das infra-
estruturas das escolas, com laboratórios
de TIC, no que se vai investir até final do
ano 160 milhões de euros para ter 14
computadores, impressora,“scanner”,tudo
em rede, num milhar de salas de aula.”.
Salientou ainda David Justino a formação
de professores para as TIC, com a
transposição interdisciplinar de formados
noutras áreas mas com competências
tecnológicas, a aposta nos conteúdos
didácticos (com o lançamento próximo do
Breve, um banco de recursos educativos)
e, finalmente, estender o programa
e-U, o projecto para aquisição facilitada
de computadores e acesso Wi-Fi nas
universidades) aos ensinos básico e
secundário.● P.F.

Veja mais
sugestões
de EXPOS
QUINTA NAS BANCAS

computadores .2 S E G U N D A - F E I R A . 9 . F E V E R E I R O . 2 0 0 4
 COMISSÁRIO EUROPEU ERKKI LIIK ANEN ANALISA A BANDA LARGA NA EUROPA E POR CÁ
‘Os objectivos do eEurope são
ambiciosos mas não impossíveis’
E
RKKI LIIKANEN é o elemento-chave
na definição das políticas euro-
peias para a área da Sociedade
da Informação e das empresas.
Comissário europeu desde 1999,
este finlandês (que gosta de correr a mara-
tona) esteve envolvido na definição das
Metas de Lisboa e nas iniciativas eEurope
2002 e eEurope 2005, que sublinharam a
importância das tecnologias da informação
e da comunicação (TIC), do acesso à Inter-
net e, mais tarde, da banda larga para a
transformação, até 2010, da Europa na
mais competitiva sociedade baseada no
conhecimento.
Hoje com 53 anos de idade, Erkki Lii-
kanen ocupou desde cedo cargos de impor-
tância política: eleito para o Parlamento
finlandês com apenas 21 anos, foi nomeado
ministro das Finanças em 1987; depois
transitou para os Negócios Estrangeiros,
como embaixador plenipotenciário na União
Europeia, no período em que a Finlândia
negociou a sua entrada.
Erkki Liikanen esteve em Portugal
na semana passada, para participar na
Semana da Internet–Portugal em Banda
Larga, organizada pelo Governo para
demonstrar os benefícios do uso das tecno-
logias de acesso mais rápidas e divulgar as
acções já iniciadas e projectadas no âmbito
da Iniciativa da Banda Larga, gerida pela
Unidade de Missão Inovação e Conheci-
mento (UMIC).
COMPUTADORES — A Europa está a
cumprir o eEurope 2005 ou este será
prolongado num eEurope 2007?
ERKKI LIIKANEN — Objectivamente,
posso dizer-lhe que acho que a sociedade
da informação é a área onde fizemos mais
progressos, onde há mais crescimento, em
grande parte devido ao sector móvel, e que
esse crescimento tem, aqui, sido superior
ao dos EUA. Agora a questão está em como
usar a tecnologia nas outras áreas, aplicar
estas medidas nos outros sectores, onde
estamos mais atrasados, e por isso esta-
mos a forçar a implantação do eHealth, do
eLearning e do eGovernment. Pode-se, ao
mesmo tempo, conseguir maior qualidade e
redução de custos. O problema já não é só a
tecnologia mas liderança e enquadramento.
Em 2003, o crescimento da banda larga
na Europa foi de 80 por cento. Acha que
é sustentado? Será atingido o objectivo
do eEurope para os lares...
Sim, começamos de muito baixo, mas
80 por cento é um cresci-
mento maciço e parece ser FÁTIMA CAÇADOR /
continuado agora; por isso, Casa dos Bits
estou muito confiante. Os
objectivos do eEurope são ambiciosos
mas não impossíveis.
... na situação actual do mercado?
Isso torna a situação mais difícil mas a base querem ter opção entre vários operadores.
existe. Em todo o território é preciso com-
binar as tecnologias, a concorrência entre
o cabo e o cobre tem de existir, podemos
avançar com o Powerline (que poderá ser
uma tecnologia alternativa) e o 3G, que vai
oferecer uma alternativa de acesso e é uma
tecnologia evolutiva. O Wi-Fi e o satélite são uma posição relevante de um operador e
outras alternativas. Agora, o nosso esforço é o regulador tem de decidir que medidas
independente da tecnologia: queremos criar
um mercado onde as tecnologias concorram
e se complementem. É óbvio que, nas regi-
ões remotas de Portugal, o cabo não poderá
estar presente: são precisas outras tecnolo-
gias para a banda larga.
Como avalia a Iniciativa para a Banda
Larga do Governo português?
Parece-me que a iniciativa está em linha
com os objectivos europeus, o que é muito
importante. Mas, agora, o desafio é a con-
cretização. É importante ser consistente,
em termos de curto prazo e médio prazo, e
começar a utilizar mais as TIC na reforma
dos sectores e serviços públicos. A tecnolo-
gia não é um objectivo, é uma ferramenta.
Conseguirá Portugal alinhar com a
média dos países europeus?
Sim; mas, para além de um bom programa,
que está feito, é essencial uma aplicação
muito consistente e uma aposta numa
concorrência mais intensa. Apesar de ter
começado tarde, o crescimento nos últimos
meses foi muito bom. Claro que esta tendên-
cia tem de ser acelerada de forma coerente:
comparada com a média europeia na banda
larga, o atraso não é muito grande, pelo que
o tempo necessário para acompanhar a ten-
dência não deverá ser muito.
Em Portugal, os operadores reclamam
que a regulação não é efectiva, sobre-
tudo na banda larga...
Se apenas houver uma rede monopolizada,
tem de ser aberta à concorrência — e isso
é uma das questões em que os reguladores
insistem muito. Os reguladores nacionais
têm de garantir a existência de condições de
concorrência equilibradas. Claro que exis-
tem alguns problemas. Com a abertura das
redes, os operadores incumbentes tornam-
se mais inovadores e o desafio
para os novos operadores é
angariar um nível suficiente
de assinantes para o negócio
ser sustentável. Só num mercado compe-
titivo podemos garantir uma maior pene-
tração do acesso à Internet, pois as pessoas
A Comissão Europeia preparou legisla-
ção no sentido de separar as redes de
cabo e de cobre mas, em Portugal, ela
não existe. O que pode ser feito pelo
regulador e pela Comissão?
Quando se regula mercado, nalguns há
deverá impor. Quando há só um operador
relevante, as medidas regulatórias têm de
ser mais rígidas; quando o mercado é mais
competitivo, não há quase necessidade de
intervir em termos regulatórios. Ouvi os
argumentos dos vários “players” mas não
S E G U N D A - F E I R A . 9 . F E V E R E I R O . 2 0 0 4
BRUNO CASTANHEIRO
quero estar a fazer já juízos: preciso de
conhecer melhor a situação antes de compa-
rar com outras experiências.
Dois operadores portugueses vão
apresentar queixa junto da Comissão
Europeia sobre a concorrência em
Portugal. O que poderá acontecer?
Nestes casos, temos um procedimento
legal a seguir. Quando chega uma
queixa, inicia-se um processo de inves-
tigação. As questões de concorrência
são analisadas pelos serviços de Mario
Monti. Nós trabalhamos em ligação
estreita e depois fazemos análises
sobre o procedimento a seguir. Porém, a
minha responsabilidade é garantir que
o mercado é regulado “a priori”. Nós
alinhamos a legislação que dá poder
aos reguladores para imporem medi-
das. Tentamos agir antecipadamente,
criando um ambiente concorrencial;
Europeu 2004: uma oportunidade a não perder
Acha que é possível que a tecnologia 3G
arranque mesmo na Europa este ano?
Os serviços comerciais estão a chegar. Mas acho
que devemos falar de serviços e não de redes.
No dia da sua chegada, referiu que, se os
operadores não tiverem a tecnologia 3G
a funcionar até ao Europeu 2004, terão de
abandonar o mercado…
[Risos] Essa é uma maneira de os provocar…
Não estou a falar a sério. Mas Portugal tem
esta oportunidade enorme: todas as pessoas
da Europa querem vir a Portugal ou, pelo
menos, todas as estações de televisão contam
o que se está a passar. É o melhor “showcase”
que podem ter para mostrar os novos
serviços. E eu, como fã de futebol, quero ver
todos os golos no meu telemóvel um minuto
depois de acontecerem. Não quero estar a ver
os jogos constantemente mas receber esta
informação. E se os operadores não foram
capazes de usar esta oportunidade, não terão
muitas mais no futuro… É uma oportunidade
muito grande e, para mim, será um evento
chave este ano. É aqui que vamos ver mesmo
o mercado das aplicações.
Há motivos para os operadores adiarem os
serviços, até a tecnologia estar mais madura?
As redes já estão a funcionar, embora haja
questões de integração a ultrapassar. Mas
as medidas de actuação funcionam “a
posteriori”.
Há grandes diferenças na actuação dos
reguladores dos Estados-membros?
Há situações diferentes e barreiras diversas,
mas não vou fazer uma avaliação… Embora
possa dizer que os mercados onde há melho-
res resultados são muito competitivos, que
resultam de um regulador forte ou de uma
concorrência forte. Por exemplo, na Bélgica,
há uma concorrência muito forte entre o
cabo e o ADSL, e os resultados têm sido
muito bons para o crescimento do mercado.
Os reguladores têm a base legal para agir de
forma independente, mas esta última reu-
nião pretendeu definir um enquadramento
em que certas medidas sancionatórias
sejam aplicadas em situações equivalentes.
A nossa posição é que, se não há mais do que
uma rede, esta tem de ser aberta. Porém,
a longo prazo, é mais positivo se surgirem
redes alternativas; mas, para lá chegar, é
preciso conseguir massa crítica em termos
de clientes. E o verdadeiro desafio está em
encontrar o equilíbrio entre as duas ques-
tões. Mas sabemos que, para fazer negócio,
é sempre preciso conseguir massa crítica de
utilizadores desenvolvendo a indústria.
É necessário um equilíbrio entre a
redução de preços na abertura da rede
e o mestímulo aos operadores, incum-
bentes e novos, para continuarem a
investir na inovação e nos serviços. Há
uma política neste sentido?
É preciso estudar os detalhes; mas, se os
preços forem tão baixos que não é rentável
e os operadores incumbentes não tiverem
razões para investir, então o mercado não
tem futuro. Terá de haver oportunidades
para que a liberalização do lacete local
contemple um intervalo suficiente entre o
preço grossista e o retalhista mas mantendo
o incentivo ao investimento nas redes não
só pelo operador incumbente como também
pelos novos operadores. ●
continuo a realçar que o mais importante são
os serviços: muitos funcionam no GPRS, embora
de forma mais lenta. Por isso, há uma exigência
de investimento nas redes 3G e então teremos
também telemóveis com integração entre GSM,
GPRS, UMTS e Wi-Fi. Até agora, temos feito a
promoção da tecnologia mas devemos apostar
agora nos serviços.
Os atrasos no 3G também não ajudaram
muito porque a Europa, antes sempre à
frente dos EUA, poderá atrasar-se nesta área
e prejudicar a inovação…
Este é um assunto sério neste ano. Quando
tivermos os novos telefones e serviços, esse
atraso vai acabar. As pessoas só ouvem falar
na tecnologia mas isso não lhes interessa.
Quando houver serviços a funcionar, numa
plataforma mais avançada como o 3G,
vamos assistir a maior procura. Mas, neste
ano, os serviços chegarão ao mercado e o
lançamento dos comerciais vai acontecer.
Há três anos, só falávamos da tecnologia
e não dos serviços — e isso foi um erro.
Agora já há uma série de serviços mas o
grande desafio é encontrar um bom modelo
de negócio, que assegure rentabilidade
também aos fornecedores de serviços e
conteúdos, e a interoperabilidade entre as
plataformas... ●
computadores .3
 tecpédia H E N R I Q U E C A R R E I R O SAMSUNG E SONY ERICSSON APRESENTARAM OS SEUS MODELOS PARA O UMTS

Intel Prescott Telemóveis para o 3G

D
OIS FABRICANTES de tele- e uma dimensão de 176 x 220 preço significativamente mais baixo,

O
novo processador da Intel poderia chamar- móveis aproveitaram a pixels para que o utili- como sucedeu nos primeiros anos do
se Pentium 5. Mas os responsáveis de semana da conferência zador possa ter uma GSM: é que, por essa altura, já os
“marketing” da empresa californiana deci- da banda larga para visualização razoável operadores terão abandonado total-
diram continuar com a designação Pentium desvendarem os seus das fotos captadas mente a subsidiação dos preços dos
4, para uma nova geração de circuitos base- primeiros modelos de telemóveis por este telemóvel. A telemóveis confinados às respectivas
ados numa arquitectura com nome de código “Prescott”, para a terceira geração de comu- memória de massa é um redes.
que estreia um conjunto de importantes tecnologias na nicações móveis — o chamado MemoryStick Duo com Algumas das particularidades do
família Pentium. 3G, também conhecido pela sigla 32 MB, capaz de guardar Z100 são um ecrã com mais de 262
Tradicionalmente, cada nova geração de processadores da nova norma: UMTS. imagens, sons e “video-
da Intel possui uma arquitectura-base, que serve durante E esses fabricantes foram a clips”, e o “software”
três ou mais anos, e que é declinada em várias versões — Samsung e a Sony Ericsson, do Z1010 contempla
diferentes níveis de memória “cache” e cada vez maiores respectivamente com o Z100 o MMS (mensagens
frequências de relógio. Também faz parte da tradição que e o Z1010 (designações curio- multimédia) e dois “bro-
a primeira iteração da nova arquitectura tenha alguns samente coincidentes) que só wsers” — um da Web e
problemas de infância, por vezes não se diferenciando deverão estar disponíveis lá outro WAP — para nave-
significativamente em termos de desempenho da para o Verão, quando os ope- gar na Internet.
geração que a precedeu. radores de telecomunicações As interfaces deste
A arquitectura Prescott, que sucede à Northwood (a inaugurarem comercial- telemóvel com o exterior
base dos actuais Pentium 4) é, nesse aspecto, tradicional: mente os seus serviços — já são uma porta USB e a tec-
duplica as “caches” de nível 1 (de 16 KB para 32 KB) e hoje em fase experimental, nologia sem fios Bluetooth na
de nível 2 (de 512 KB para 1 MB), tem um processo de com “manchas” em Lisboa sua mais recente versão, que
fabrico novo mas, nos primeiros testes de desempenho e Porto, e com o mínimo de proporciona um alcance até
publicados, mostrou-se equivalente aos processadores cobertura do território exi- 100 metros. Segundo afirmou
actuais — alguns dizem que com menor desempenho. gido por lei a ter que ser alcançado a COMPUTADORES Raul Ortiz
Os primeiros processadores colocados no mercado terão até ao final do primeiro semestre. Gonzalez, director-geral da Sony
uma frequência de relógio máxima de 3,2 GHz, surgindo O Z1010, da Sony Ericsson — que Ericsson Ibérica, a bateria do Z1010
também versões a também funcionará sobre a actual proporcionará uma autonomia entre
frequências mais rede GSM —, é mais um modelo em as 14 e as 16 horas para um padrão mil cores, uma câmara rotativa com
baixas: 3,0 e 2,8 GHz. formato de concha bivalve mas mais diversificado de uso, devendo este amplitude 180 graus — atributos
Em contrapartida, espesso que os modelos da marca número baixar de forma significativa para aquilo que a Samsung designa
na altura do anúncio já presentes no mercado. Requisito se se utilizar intensivamente os seus por “videotelefonia” (ou seja, a vide-
do Prescott, a Intel indispensável do 3G e dos seus recursos multimédia. O seu preço no oconferência por telemóvel). Dotado
colocou também atributos multimédia são as duas retalho rondará os 850 euros. também de MMS e da capacidade
no mercado câmaras de vídeo: uma, interior, Também em formato “clamshell”, para correr aplicações desenvolvidas
processadores destinada às videochamadas; outra, o Z100, da Samsung, é igualmente sobre a linguagem Java, o telemóvel
Pentium 4 exterior, capaz de captar imagens um telemóvel para GSM e UMTS da Samsung para o UMTS disporá
“tradicionais” a 3,4 GHz. com resolução VGA (640 x 480 pixels) cujo custo, nos primeiros meses de de 40 toques polifónicos. Segundo
Os processadores para tirar fotos ou mesmo pequenos comercialização (lá para o Verão) o fabricante, o tempo de autonomia
Prescott têm, contudo, “videoclips” — para o que conta com andará nas muitas centenas de assegurado pela bateria do Z100
ambições de grandeza. a tecnologia QuickShare. euros. E não deverão os utilizadores ainda não está fixado, estando esta
A Intel espera que O ecrã do Z1010 é de matriz esperar que a aquisição através de vertente ainda a ser objecto de opti-
futuras iterações sejam activa (TFT), exibe até 65 mil cores um operador lhes proporcione um mização.● RUI JORGE CRUZ
capazes de chegar aos
5 GHz, enquanto a família Northwood está limitada a 3,8
GHz. O processo de fabrico utiliza também transistores OPERADOR DA SONAECOM ANUNCIOU ALTERNATIVA NA SEMANA DA BANDA LARGA
mais pequenos, o que permitirá teoricamente melhorias
no consumo, e um processo de fabrico mais barato. O
novo Pentium 4 será, ainda mais, um processador para as
massas e o seu preço poderá reflectir isso.
Os fãs das mais recentes gerações de jogos de
Clix apostará na Internet
computador, que necessitam dos processadores mais
rápidos, cingir-se-ão, nos próximos tempos, aos Pentium
4 tradicionais da família Extreme Edition (os de 3,4 GHz
rápida através de UMTS
A
com arquitectura Northwood). CEDER À I NTERNET através de nicações móveis da Sonaecom. se em fase de testes. No próximo mês,
É fácil de ver que a Intel não está a tornar fácil a decisão banda larga, sem fios e com O tarifário grossista e os prazos de novos testes serão realizados em diver-
de compra de uma nova máquina. Afinal, o novo Pentium recurso à terceira geração resposta impostos pela PT aos outros sos locais do país e só então será deter-
4 também não será apenas mais um processador com de comunicações móveis operadores no domínio do ADSL minada a data de lançamento e as
um diferente processo de fabrico: é uma arquitectura (UMTS) é a aposta do Clix, — bem como o facto de a própria PT características da nova oferta. Parece,
nova, inclusive com mais instruções que a geração o fornecedor de acesso à Internet (ISP) possuir uma oferta retalhista de ADSL no entanto, óbvio que tal oferta terá a
anterior. Como acontece nestes casos, uma nova da Sonaecom. Em meados deste ano, que é concorrente com a dos novos vantagem, para a Optimus, de contri-
arquitectura só pode ser devidamente aproveitada com o o Clix deverá lançar no mercado uma operadores — levou o Clix e o IOL a buir para uma mais rápida amortiza-
“software” construído especificamente a pensar nela — e oferta comercial de banda larga para suspenderem estes seus serviços de ção dos seus investimentos na rede de
isso leva tempo. a área residencial assente no UMTS banda larga. Levando mais longe o seu UMTS (que exige um número quase
Entretanto, o mundo à volta não está parado. A AMD, — isto depois de ter suspendido a protesto, o Clix aproveitou o congresso duplo de antenas face à de GSM); mas,
sempre no encalce da Intel, tem no mercado os sua oferta de ADSL baseada na rede dedicado à banda larga, no Estoril (ver por isso mesmo, tornará difícil que
seus processadores Athlon 64 3400+, que, embora telefónica fixa pertencente à Portugal textos nas páginas 1 a 3), para instalar, os preços possam ser atractivos face
funcionem a 2,2 GHz, se mostram capazes de se bater Telecom (PT) como forma de protesto na área dos expositores, um “stand” àqueles, mais baixos, que a PT poderá
com os Pentium 4 Extreme Edition, a 3,4 GHz — daí a contra as tarifas por grosso impostas intitulado “Portugal dos pequeninos”. apresentar no ADSL.
curiosa designação de “megahertz equivalentes”, 3400+, por esta última nesta modalidade de À porta, eram distribuídos apitos. “Se é Este projecto do Clix resultará de
adoptada pela AMD para mostrar que, apesar das acesso por banda larga à Internet. contra o monopólio, apite”, dizia-se, ao cerca de ano e meio de investigação e,
frequências de relógio mais baixas, as suas arquitecturas A norma UMTS (Universal Mobile mesmo tempo que canções de interven- segundo os responsáveis do Clix, apre-
são mais “eficazes” que as da Intel. Telecommunications System) — que ção ecoavam no interior. senta diversos benefícios. Trata-se de
Estamos numa fase crucial de mudança de tecnologias, proporciona débitos até 384 Mbps e, Pedro Pina, director-geral do Clix, uma solução de acesso imediato — em
em que as mentes de muitos dos compradores estão por isso, possibilita a transmissão adiantou que a sua empresa “não que apenas será necessário ligar um
já centradas em processadores de 64 bits no “desktop”. expedita de dados e conteúdos multi- desiste” e que a nova oferta não repre- modem sem fios à porta USB do PC —
É certo que o “software” existente para os PC ainda não média — está na base da nova geração senta o abandono definitivo do mer- ou instalar no computador portátil uma
tira partido deste tipo de máquinas — um pouco como de comunicações móveis, a qual deverá cado de ADSL: “Voltaremos ao ADSL placa de ligação PC Card. Este projecto,
se passou na transição dos processadores de 16 para os chegar ao mercado em meados deste logo que nos seja possível”, salien- bem como a desagregação do lacete
de 32 bits. O novo dos Pentium 4 tem, assim, uma missão ano, estando os operadores a instalar tando as vantagens da futura oferta, local (que diminuirá a dependência dos
bem difícil: levar o estandarte dos 32 bits numa altura em as redes e os fabricantes a ultimar o “que trará benefícios claros, pois deixa operadores alternativos em relação à
que, pelo menos, os utilizadores mais exigentes começam desenvolvimento dos terminais. Será de ser necessário esperar dias pela PT) são os objectivos em que o ISP da
a ter outras ideias. ● sobre esta tecnologia que o Clix irá activação do serviço e dispensa-se a Sonaecom apostará neste ano, a fim de
então lançar uma oferta de acesso por ligação através de cabos”. se “libertar e aos seus clientes da obriga-
Tecpédia é uma enciclopédia em construção sobre a era digital banda larga à Internet em conjunto O preçário da nova oferta não foi ção de contratarem serviços ao operador
com a Optimus, a operadora de comu- ainda fixado, pois o projecto encontra- incumbente”. ● ISABEL GORJÃO SANTOS

computadores .4 S E G U N D A - F E I R A . 9 . F E V E R E I R O . 2 0 0 4
S E G U N D A - F E I R A . 9 . F E V E R E I R O . 2 0 0 4 computadores .5
 virose
Dia 9

OS VÍRUS DA SEMANA
WM/Eraser.A:Tw, Acid.A (intended), W97M/Jackal.A,
TRASHER.D, W97M/Alamat, VBS/Aqui, VBS/Alphae,
VBS/Inself
Um primeiro balanço dos efeitos do MyDoom
Dia 10
O “worm” MyDoom — que poderá ter sido criado na Rússia Segundo a Gartner, este VBS/Zync, VBS/Aqui, W97M/Alamat, VBS/
e as suas duas variantes serem da autoria da espalhou-se por 160 países e, Baracu.A@mm, VBS/Count, X97M/Anis,
mesma pessoa — cumpriu pelo menos no auge da sua expansão, uma W97M/Hope.p, W97M/Alina.a@mm, W97M/
parte do “prometido”. O ataque ao em cada dez mensagens a Melissa.ao@mm, VBS/Loveletter.ar, X97M/Hopper.r,
sítio do SCO Group na Web circular estavam WM/Helper.B, VBS/Godzilla@M, AOS.A, WM/
Helper.A;B, WM/Eraser.A:Tw, W97M/Nono.A, W32/
começou no sábado à noite infectadas por
Urick@MM, JS/Gigger.a@MM
(às 00h00 do dia 31 de ele. A empresa de
Janeiro) e, no domingo segurança Mi2g estima Dia 11
de manhã, a infra-estrutura um prejuízo global de 38 W97M/Bablas.aj, WM/CVCK1.A, WM/Eraser.A:Tw,
da empresa já estava a ser mil milhões de dólares WM/Alliance.A, W97M/AntiSocial.e, WM/MERCY.B,
literalmente inundada por com base em factores WM/JUNKFACE.A;B, W97M/Alamat, VBS/Aqui,
pedidos de acesso, acabando como as interrupções W32/Blurt@MM
por ficar completamente na actividade das
Dia 12
inacessível. empresas, as quebras VBS/Aqui, W97M/Alamat, W97M/Cobra.a1, WM/
A SCO acabou por decidir na de produtividade, o Envader.A (Intended), WM/Alliance.A, WM/Eraser.A:
segunda-feira reencaminhar os engarrafamento do Tw, W97M/Yous
seus clientes para um novo sítio tráfego na Internet
na Web, o www.thescogroup.com e os custos da Dia 13
— uma réplica do seu sítio original, desinfecção e W97M/Yous, WM/FRIDAY.D, WM/FRIDAY.A, WM/
Goldsecret.B:Int, WM/CVCK1.B;E, WM/Eraser.A:Tw,
entretanto bloqueado pelo ataque actualização dos
WM/Envader.A (Intended), Twno.A, WM/BOOM.A;B,
maciço das mensagens geradas pelo sistemas. WM/BADBOY.A;B;C, W97M/Cobra.a1, W97M/
MyDoom. A empresa prevê que ele regresse O nível de propagação do Idea.A, W97M/BackHand.A, W97M/Digma, WM/
à actividade normal durante as próximas “worm” foi tal que, apesar de ter SHOWOFF.G, W97M/Rapmak.a, W97M/Alamat,
duas semanas, logo que decorra o período aparecido apenas na última semana VBS/Aqui, VBS/Zync, VBS/Alphae
para o qual o “worm” foi programado para se do mês de Janeiro, aparece em
propagar e desenvolver os seus ataques. todas as tabelas de vírus como Dia 14
W97M/Ekiam, VBS/Aqui, W97M/Alamat,
Entretanto, o ataque à Microsoft, sendo o que, de longe, infectou mais
VBS/San@M, W97M/Este, W32/SoftSix.worm,
desencadeado pela variante B do MyDoom, computadores durante todo o mês — com percentagens W97M/Cobra.a1, WM/PHARDERA.C ;D (INTENDED),
parece não ter atingido proporções comparáveis às registadas entre os 25 por cento, segundo a Sophos, e mais de 75 por WM/Eraser.A:Tw, W97M/Class.B, W97M/Class.D,
na infra-estrutura do SCO Group — o alvo primeiro e, ao que cento segundo os Kaspersky Labs. W97M/Class.Q, W97M/Yous, VBS/Valentin@MM
parece, principal da presente vaga do MyDoom (ver notícia Alguns analistas alertam para o facto de, devido à importância
breve na pág. 9). dos principais alvos do MyDoom — SCO Group e Microsoft —, se Dia 15
Algumas estimativas apontam para que o total de computadores estar a esquecer o segundo objectivo do “worm”: a obtenção de W97M/Yous, JS/Gigger.a@MM, W97M/Fifteen.a,
W32/PetLil@MM, W32/Urick@MM, Habir.A,
infectados pelo MyDoom, em todo o mundo, ascenda a mais de um informação confidencial nos computadores infectados, por um
Tribute.A;B, WM/Eraser.A:Tw, AOS.A, WM/Theatre.A,
milhão. O fornecedor de serviços de E-mail MessageLabs diz que pôs lado, e a possibilidade de correr código naqueles computadores W97M/Jackal.A, W97M/Cobra.a1, X97M/Hopper.r,
de quarentena mais de 17 milhões de mensagens durante a primeira através de um “cavalo de Tróia”. Os criadores do “worm” poderiam, X97M/Anis, W97M/Courage.a, VBS/Count, W97M/
semana, tendo concluído que, de cada computador infectado, foram assim, estar a criar uma base de dados para futuras actividades de Alamat, W97M/Class.ed, W32/Winur.worm.b, W32/
enviadas, em média, oito mensagens contendo o vírus. “spam”, por exemplo. ● JOSÉ DOUTIL Winur.worm.a, VBS/Aqui, VBS/Alphae, VBS/Zync

computadores .6 S E G U N D A - F E I R A . 9 . F E V E R E I R O . 2 0 0 4
 ESCOLA VASCO DA GAMA É PRIMEIRA INSTALAÇÃO NÃO EXPERIMENTAL DA ONI dica

Banda larga Como lidar com

os metadados no Word (4)
Para além dos tipos de metadados incluídos
nos documentos do Word já referidos nas

com PowerLine edições anteriores, há muitos outros a que

podem estar associadas informações que se
poderá não ter interesse em divulgar — como
seja o nome do respectivo autor. Um tipo de
metadados é o Texto Oculto. Para ver este

A
ONI, A EDP e o ministro da Edu-
cação aproveitaram, na passada
semana, a “onda” da semana da
banda larga para inaugurarem
a primeira solução de acesso à
Internet por banda larga baseada
na tecnologia PowerLine, assente
na rede eléctrica de baixa tensão. A
entidade beneficiária foi a Escola 1-
2-3 Vasco da Gama, no Parque das
Nações, em Lisboa. Na cerimónia,
além do ministro David Justino,
estiveram Pedro Norton de Matos,
presidente da Oni, e Diogo Vascon-
celos, gestor da Unidade de Missão
Inovação e Conhecimento (UMIC),
o organismo governamental dedi-
cado ao desenvolvimento da socie-
dade da informação.
Computadores já na edição de
19 de Janeiro último noticiara que
a EDP estava prestes a iniciar uma
experiência-piloto comercial de
serviço de voz e de fornecimento
de acesso à Net usando a tecnolo-
gia “power line communications”
(PLC) usando a rede de distribuição
de energia eléctrica aos lares como
substituo do lacete local da Portugal Telecom
— solução que, segundo Jorge Cruz Morais,
da Oni, envolve um investimento na ordem
dos 200 euros por cada agregado familiar.
Segundo Norton de Matos, em 2003, a
EDP e a Oni conduziram já a experiência-
piloto no plano técnico do uso da tecnologia
PLC envolvendo 300 utilizadores precisa-
mente nas áreas do Parque das Nações e de
Telheiras, no que investiu 1 milhão de euros.
A experiência comercial visa avaliar a recep-
tividade dos utilizadores a esta solução mas
ninguém poderá negar que ela constituirá
também uma forma de “estimular” as auto-
ridades reguladores das telecomunicações
LIMITAÇÕES DA INTERNET DEBATIDAS EM CONFERÊNCIA EM LISBOA
(Anacom) e da energia (ERSE) a cumprirem
o seu papel e ultimarem o quadro legal em
que se deverá mover uma oferta deste tipo.
Como Computadores assinalava, o
objectivo da EDP é disponibilizar o serviço
de Internet de banda larga e de telefonia
IP junto dos seus clientes de baixa tensão, cias de redes internas baseadas na PLC.
excluindo os das zonas rurais com menos
de 5 mil habitantes (o que significará
um mercado potencial de 2,8 milhões de
clientes em 300 mil edifícios, envolvendo
14.700 postos de transformação da EDP).
A tecnologia PLC já existe há cerca
de duas décadas mas, de acordo com a
Oni, só nos anos 90 “é que
se registaram avanços sig- RUI JORGE CRUZ
nificativos que permitem a
utilização das redes eléctricas de média
e baixa tensão”. Existem, hoje, áreas nos
EUA onde a tecnologia PLC está mais
difundida como solução para as redes
domésticas que o sem-fios (“wireless”,
mais conhecido por Wi-Fi), o qual surgiu
só muito mais tarde como alternativa à
convencional cablagem, usada nas empre-
sas. Também em Portugal, há já experiên-
Ainda segundo Pedro Norton de Matos,
a Oni continuará a apostar, no que à banda
larga e às telecomunicações fixas diz res-
peito, na combinação mais conveniente
entre a desagregação do lacete local — onde
a PLC terá um papel importante —, na rede
de fibra óptica (onde dispõe da cablagem da
EDP, que acompanha toda
a rede eléctrica de média e
alta tensão, para além da
fibra óptica “estendida” pelas suas parceiras
Brisa, Transgás e Refer) e nas soluções de
tipo rádio. ●
texto, é preciso carregar no botão Mostrar/
Ocultar (com o símbolo de parágrafo) na barra
de ferramentas Padrão.
Para o remover totalmente de um documento,
tem que se activar primeiro em Ferramentas/
Opções, no separador Ver, o campo Texto
Oculto. A seguir, escolhe-se Substituir no menu
Editar. Na janela, carrega-se no botão Mais e
depois no botão Formato — e, na lista que
então aparece, escolhe-se Tipo de Letra. Na
janela Localizar Tipo de Letra, na área Efeitos,
activa-se Oculto (ver imagem) e fecha-se a
janela. Por fim, na primeira janela, carrega-se
em Substituir Tudo. Isto faz com que todo o
texto oculto seja apagado.
Os objectos ligados e outros objectos incluídos
num documento do Word também podem
conter informações que não interesse divulgar
— como seja a “path”do objecto. Para remover
as informações de ligação dos objectos,
primeiro é preciso activar a visualização dos
Códigos de Campo, que também aparecem no
separador Ver das Opções, na área Mostrar. A
seguir, selecciona-se o objecto ou o respectivo
código de campo e carrega-se na combinação
de teclas Ctrl+ Shift + F9. Isto desfaz a ligação
do objecto.
Se se utilizar Modelos personalizados para criar
documentos do Word — portanto, que não
estejam incluídos nos modelos que vêm com o
programa —, estes documentos podem incluir
informações sobre o nome do modelo e a sua
“path”que poderá não se querer divulgar.
Para verificar qual o modelo utilizado num
documento, tem que se ver o separador
Sumário da janela Propriedades (menu
Ficheiro, comando Propriedades). Para
evitar a divulgação daquelas informações,
o melhor a fazer é substituir o modelo por
um do programa como o Normal.dot: no
menu Ferramentas, escolhe-se Modelos e
Suplementos, carrega-se no botão Anexar,
procura-se aquele modelo, escolhe-se Abrir e
depois OK.
Quando se grava um documento no disco
rígido ou numa unidade de armazenamento
na rede, a informação com a respectiva “path”
pode ser armazenada no documento. Para

Acelerar a mudança para o IPv6 remover essa informação, o melhor é gravar o

documento para uma disquete e, depois de o
fechar, copiar o ficheiro através do explorador

O
LEQUE DE POSSIBILIDADES dispo- senta um aumento quase ilimitado do Científica Nacional (FCCN) está já prepa- do Windows para a pasta no disco ou na
níveis para o registo de ende- universo de endereços possíveis. Explicou rada para funcionar com o novo protocolo. unidade de rede onde estava originariamente.
reços da Internet estão quase José Fernandes — também antigo direc- Aliás, foi a terceira rede europeia a fazê- Este método apresenta a limitação dos 1,44 MB
esgotadas — e os resultados tor-geral da Comissão Europeia para lo, há cerca de um ano. de espaço de uma disquete. Hoje em dia, com
conseguidos, até agora, pelo a Sociedade da Informação — que esta Também presente no VI Encontro a proliferação dos gravadores de CD-R, pode-
grupo de trabalho dedicado ao IPv6 (a mudança resolverá as limitações relacio- Ericsson-”Semanário Económico” esteve se utilizar o mesmo expediente gravando o
Task Force IPv6) não terão ido ao encon- nadas com os endereços electrónicos para Dominique Roussel, vice-presidente da ficheiro (se for muito grande) para um CD e
tro das expectativas. Estas foram as prin- as próximas gerações. empresa de estudos de mercado Strategy depois de volta para o disco.● JOSÉ DOUTIL
cipais conclusões apresentadas por José Para além disso, o IPv6 “trará uma Analytics. De acordo com os dados por
Fernandes, coordenador da Task Force contribuição importante para a sociedade esta obtidos, as receitas relativas à circu-
IPv6 portuguesa, durante o VI Encontro digital, é essencial para o desenvolvi- lação de dados representam entre 8 e 20
Ericsson-”Semanário Económico”, que se mento da Internet móvel, aumenta a por cento do total das receitas das comu-
realizou na semana passada, em Lisboa. segurança e a eficiência da rede, e per- nicações móveis, dependendo dos países.
O IPv6 é a nova versão do Internet mite configurações automáticas”. Grande parte desta percentagem deve-se
Protocol, que irá substituir o actual IPv4. Os EUA encontram-se em primeiro à circulação de mensagens escritas, regis-
Explicou José Fernandes que este proto- lugar na lista dos países com maior tando-se um atraso referente ao acesso à
colo, que data dos anos 70, suporta apenas número de endereços registados (66,9 por Internet a partir de dispositivos móveis.
cerca de 4000 milhões de endereços na cento), enquanto Portugal se encontra Considerou Roussel que, nos próximos
Internet, o que se torna em 41º lugar, com 1,6 cinco anos, a circulação de dados nas
cada vez mais escasso ISABEL GORJÃO SANTOS milhões de endereços comunicações móveis deverá triplicar,
dado o crescimento que a — o que representa 0,09 estando as empresas mais preocupadas
Web tem registado nos últimos anos. Para por cento do total. Contudo, adiantou o com a segurança desses dados do que com
além disso e com a expansão da Internet responsável pela Task Force IPv6 em a velocidade da sua transmissão. O mer-
móvel que agora se prevê, o IPv4 tornar- Portugal, apesar do atraso que se verifica cado de comunicações móveis valerá cerca
se-á ainda mais limitado. no país no que diz respeito ao lançamento de 38.000 milhões de dólares em 2008,
Enquanto o IPv4 utiliza endereços de equipamentos, soluções e serviços que segundo a Strategy Analytics, e o entre-
electrónicos com 32 bits, o IPv6 funciona já suportam os protocolos IPv4 e IPv6, tenimento será uma das áreas a registar
com endereços de 128 bits, o que repre- a rede da Fundação para a Computação um volume de negócios significativo.●

S E G U N D A - F E I R A . 9 . F E V E R E I R O . 2 0 0 4 computadores .7
 WEBMANIA

A cha que, neste preciso momento, estão

mais pessoas a fazer uso da Internet no
continente americano ou no asiático? E, quanto
ao seu comportamento regional médio, pensa
que estão agora acima ou abaixo? É sabido que
os portugueses dormem enquanto os austra-

O BEIJO
lianos trabalham mas será que isso se reflecte
explicitamente nos índices de tráfego virtual?
Hoje, a sua ligação está especialmente lenta: terá
isso uma explicação global ou local? O Internet
Traffic Report auxilia-o na resposta a estas dúvi-
das: nesta página, poderá seguir, em tempo real,
as variações do uso da Net em quase todas as
regiões do mundo. Ele monitoriza a fluência e
o trânsito de dados e elabora um cálculo para a
atribuição de um valor numa escala de 0 a 100,
correspondendo os valores mais elevados às ligações mais rápidas e fiáveis. Espreite e tente entender
as diferenças existentes a nível estrutural e conjuntural. ● mulher.aranha@publico.pt

www.internettrafficreport.com

W
WEBBMMAANNI IAA
www.sexualidadejuvenil.pt www.condorcet.org www.insee.fr www.krening.com

S éculo das Luzes, França. Marie-Jean-

Antoine-Nicolas de Caritat nasce
no ano 43. Tornar-se-ia (felizmente)

N unca é demais insistir. Nunca é

perda de tempo informar. Uma
eterna campanha sobre a sexualidade
para os jovens tem de persistir, bus-
cando novas fórmulas, aprendendo
com os erros do passado, adaptando-
se às novas problemáticas e formas
de comunicação. Dê-se espaço às per-
guntas, às respostas, às diferenças, às
experiências conscientes e informa-
das, mais felizes. Esta página é da res-
ponsabilidade do Instituto Português
da Juventude (IPJ) em resposta a um
projecto do Ministério da Juventude
e do Desporto. Plataforma de escla-
recimento e orientação, debruça-se
sobre todos os temas relacionados
com a descoberta da sexualidade,
a educação para a saúde e tantos
outros. A informação científica é da
responsabilidade da Associação para
o Planeamento da Família e estão
ainda disponíveis vários mecanismos
de apoio aos jovens, por parte de téc-
nicos especializados. ●
conhecido pelo seu título: Marquês de
Condorcet! Desde cedo dedicado aos
estudos, desenvolve trabalho sobre-
tudo nas áreas da probabilidade e da
filosofia da matemática. As suas teorias
do voto e da escolha social são ainda
hoje objecto de estudo e investigação
— nas áreas da sociologia e da econo-
mia, passando pela psicologia e pela
teoria política. O conhecido Paradoxo
de Condorcet (imagine o leitor o que
seria chamar-se-lhe Paradoxo de M-J-
A-N!) sobre as preferências e as esco-
lhas das maiorias. Membro distinto da
Académie des Sciences no reinado de
Luís XVI, viria a tornar-se líder republi-
cano, tendo mesmo desempenhado as
funções de secretário da Assembleia
Legislativa após a Revolução Francesa.
Esta página é-lhe dedicada (e aos seus
trabalhos). ●
K aren S. Ingram. Esta é uma das suas
páginas diversas e criativas. Artista,
residente em Nova Iorque, apresenta
aqui alguns dos seus trabalhos de ilus-
tração e pintura, desenho de páginas
de Internet, trabalhos de logotipos,
grafismo e “design”. Um mundo diver-
sificado de pinceladas e riscos, cores
E ste é o sítio do Institut National de
la Statistique et des Études Écono-
miques (INSEE), um organismo público
berrantes e, não poucas vezes, uma
fantasia cruel. Um mundo de ideias e
expressões expostas em várias galerias
pertencente ao Ministério francês da “on-line”, que vale a pena conhecer. ●
Economia, das Finanças e da Indús-
tria. Recolhe, produz e difunde dados
e informações sobre a economia e a
sociedade francesas, com o fim de os
proporcionar aos investigadores, aos
agentes económicos, aos meios de
comunicação social, às empresas, às
instituições. Resume a sua acção em
seis palavras-chave: produzir, analisar,
difundir, coordenar, formar, cooperar.
Aqui se pode descobrir a França em
números… ●

www.human-nature.com

O nome é sugestivo: o significado da natureza humana será um eterno tema de discus-

são, discórdia, campo para esgrimir ideias e concepções. A natureza humana é quase
tudo, de tudo, mesmo nada, um indefinível feliz. Este sítio diz ser uma fonte importante de
análise e comentário sobre os vários entendimentos existentes sobre a temática. Destinado
a investigadores, leitores, interessados, apresenta uma incrível lista de recensões de livros
e textos, artigos de análise originais, um fórum de discussão e crítica. Para que nenhuma
abordagem seja esquecida, para que nalgum local se encontrem “todas” as ideias! ●

computadores .8 S E G U N D A - F E I R A . 9 . F E V E R E I R O . 2 0 0 4
 INTRODUZIDO O PROCESSO DE FABRICO ASSENTE NOS 0,9 MICRA
Intel lança
novos Pentium 4
A
I NTEL ANUNCIOU há pre-
cisamente uma semana
quatro novos processadores
Pentium 4 — que davam
pelo nome de código nome
Prescott —, já fabricados com base no
processo tecnológico de alto volume de
0,9 micra). Segundo a empresa, estes
novos processadores “estão entre seis
novas soluções na sua linha de ‘chips’”
para computadores de secretária, “tra-
zendo novas funcionalidades e melhor
desempenho para uma vasta gama de
utilizadores de PC”, dos consumidores
“mainstream” e homens de negócios,
aos entusiastas de jogos e aos “power
users”.
“Os atributos desta nova tecnologia
de fabrico, além de várias melhorias
arquitecturais, permitem-nos conti-
nuar a disponibilizar processadores
que ofereçam aos utilizadores finais
experiências que ajudem os seus lares
a tornarem-se lares digitais, e dêem
melhor resposta tanto a
utilizadores empre-
.com
Vendas da Fujitsu
subiram 5 por cento
A Fujitsu apresentou os resultados relativos
ao terceiro trimestre do ano fiscal de 2003,
tendo a sua facturação aumentado 5 por
cento quando comparadas com o mesmo
período do ano anterior. As receitas líqui-
das totalizaram 8250 milhões de euros,
tendo a empresa registado um volume de
vendas superior ao alcançado no período
homólogo do ano passado em cada um
dos seus principais segmentos de mer-
cado — “software” e serviços, plataformas
e semicondutores. Para além do elevado
volume de vendas de semicondutores e
outros dispositivos electrónicos, contri-
buíram para este resultado as vendas de
novos servidores e sistemas de armaze-
namento. A empresa registou também
um lucro operacional de 78,6 milhões de
euros graças ao aumento das vendas e
à redução dos custos. A Fujitsu Services
conquistou também diversos contratos de
prestação de serviços de tecnologias de
informação na Europa. No terceiro trimes-
tre, em parceria com a Cap Gemini Ernst &
Young, a Fujitsu celebrou um contrato com
a empresa inglesa Inland Revenue Agency,
o qual se encontra entre os maiores contra-
tos europeus de “outsourcing”. ●
sariais como domésticos, para as apli-
cações empresariais e domésticas de
hoje, além de oferecerem espaço para
crescimento para a próxima vaga de
tecnologia,” afirmou Bill Siu, vice-pre-
sidente e director-geral do grupo de
plataformas para computadores não
portáteis da Intel.
O processo tecnológico CMOS que a
Intel fez evoluir até uns 0,9 micra é o
mais avançado processo de fabrico para
semicondutores da indústria, constru-
ído exclusivamente a partir de placas
circulares de silício de 300 mm. Este
novo processo combina elevado desem-
penho, transístores de baixo consumo,
“strained silicon” (silício esforçado),
interligações de alta velocidade em
cobre e um novo material dieléctrico
‘low-k’.
Esta terá sido a primeira vez que tais
tecnologias foram todas integradas num
só processo de fabrico. Os processadores
Intel Pentium 4 fabricados no processo
de 0,90 micra retém as funcionalidades
de multitarefa da tecnologia Hyper-
Threading (HT), e incluem novas
funcionalidades como a micro-
arquitectura NetBurst, da
Intel, optimizada, uma
EMC firma contrato
com o Pentágono
A EMC, que fornece soluções de gestão e
armazenamento de dados, anunciou um
contrato de 40 milhões de dólares com o
Pentagon Renovation Office (Penren) para
a modernização da infra-estrutura de TI
do Departamento de Defesa norte-ame-
ricano. O contrato inclui o fornecimento
de “software” de armazenamento em rede,
“business continuity” e “open manage-
ment”. O Penren suporta diversas agências
dentro do Pentágono, como a Secretaria da
Defesa, a Marinha, a Força Aérea e Corpo de
Fuzileiros da Marinha. O contrato destina-
se também a adicionar mais um petabyte
à capacidade de armazenamento da
infra-estrutura existente e a aumentar as
suas capacidades de Information Lifecycle
Management (ILM), melhorando a forma
de gerir e armazenar os dados no seu
tempo de vida útil, reduzindo custos e
aumentando a sua disponibilidade. Num
contrato separado de 4,3 milhões de
dólares, o Penren usará as soluções de “sof-
tware” de “business continuity” da Legato,
em conjunto com o Symmetrix Remote
Data Facility (SRDF) da EMC e os serviços
globais, para monitorizar as aplicações crí-
ticas e resolver eventuais falhas. ●
S E G U N D A - F E I R A . 9 . F E V E R E I R O . 2 0 0 4
cache de nível 2 (L2) de maiores dimen-
sões — com 1 megabyte e 13 novas ins-
truções (ver Tecpédia, na p. 4).
Segundo a Intel “esta família de
processadores Pentium 4 suportando
tecnologia HT proporciona aos utiliza-
dores domésticos e empresariais uma
grande experiência de computação ao
manter a capacidade de resposta do
computador enquanto processa outras
tarefas de fundo”. “Por exemplo, um
utilizador doméstico poderá jogar um
jogo imersivo enquanto codifica áudio
e vídeo, comprimindo imagens ou
compondo efeitos especiais. Um profis-
sional de TI pode correr aplicações em
segundo plano como antivírus, cifragem
e compressão em simultâneo, enquanto
minimiza o incómodo para outros
utilizadores empresariais no mesmo
ambiente computacional.
Além dos quatro processadores
fabricados com o processo CMOS
com base do de 0,90 micra, a Intel
acrescenta ainda a versão 3,40 GHz
do processador Pentium 4 suportando
tecnologia HT, assente no processo de
fabrico de 0,13 micra, à sua linha de
processadores para computadores
de secretária. ●
Unisys com lucros de
111,5 milhões
A Unisys apresentou os resultados
financeiros relativos ao último trimestre
de 2003 e à totalidade do ano, tendo
registado um “free cash flow” (“cash
flow” operacional menos as despesas
de capital) de 134 milhões de dólares
no exercício de 2003. Já no quarto tri-
mestre de 2003, o lucro líquido da Unisys
subiu para 111,5 milhões de dólares, um
aumento significativo se comparado com
os 89,1 milhões de dólares de igual perí-
odo de 2002. Os resultados deste último
trimestre incluem um benefício fiscal de
3,8 milhões de dólares graças à resolução
de uma questão fiscal. Os proveitos do
trimestre cresceram 5 por cento, para os
1640 milhões de dólares, acima do ano
anterior (1550 milhões). A situação cam-
bial teve um impacto positivo de 6 por
cento nos proveitos no trimestre dada a
desvalorização do dólar face às principais
moedas mundiais. Em 2003, a Unisys
teve lucros líquidos de 258,7 milhões de
dólares (223 milhões em 2002) e os pro-
veitos anuais cresceram 5 por cento: 5910
milhões de dólares, em comparação com
os 5610 milhões de dólares registados no
exercício de 2002. ●
Microsoft menos afectada
pelo ‘verme’ MyDoom
Os ataques à Microsoft desencadeados pela
variante B do “worm” MyDoom parecem não
ter apresentado grande dimensão, tendo o
desempenho dos servidores da empresa baixado
entre 10 a 20 por cento, segundo algumas fontes
— o que não chega a atingir os níveis dos dias
em que a Microsoft disponibiliza importantes
actualizações ou “patches” para os seus sistemas
operativos ou as suas aplicações mais usadas. A
empresa não fizera, até ao fim da passada sexta-
feira, quaisquer comentários sobre o sucedido
mas, entretanto, criou um “site” alternativo — infor
mation.microsoft.com — para que os utilizadores
cujos computadores tivessem sido infectados
pelo “worm” pudessem contornar um dos
aspectos da respectiva programação que impedia
o acesso a 65 páginas da Web (incluindo a da
Microsoft, para além das empresas de antivírus e
das organizações de segurança na Web) e, assim,
esses utilizadores terem acesso a informações
sobre o vírus. Uma das razões para este “falhanço”
parcial do MyDoom poderá estar num erro de
programação, que fez com que só cerca de 7 por
cento dos computadores infectados pela variante
B desencadeassem ao mesmo tempo o seu ataque
à Microsoft (ver também a Virose, na pág. 6). ●
Forum Networking
amanhã no Porto
O Forum Networking, organizado pela TechData,
vai ter lugar amanhã, no Europarque de Stª Maria
da Feira (perto do Porto), depois de ter decorrido
no Tagus Park, nos arredores de Lisboa, na
passada quinta-feira. Do evento fazem parte uma
conferência e um conjunto de demonstrações
sobre redes de dados. A conferência, com início
às 10 horas, é composta por quatro painéis,
subordinados aos temas Mobilidade e “Wireless”,
Convergência IP, Segurança e DataCenter
Networking. As apresentações ficarão a cargo
de responsáveis de diversas empresas do sector,
como a Microsoft, a Cisco, a Fujitsu Siemens, a Oni,
a Computer Associates e a Network Associates.
A par da conferência serão também efectuadas
diversas demonstrações, naquilo a que a
organização chamou “ilhas tecnológicas” e terão
como temas a convergência digital, mobilidade e
“wireless”, centros de dados, segurança e soluções
de armazenamento em rede, respectivamente. ●
computadores .9
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Visual Basic, Java, C/C++,
Cobol, ABAP/4, bases de
dados e SQL. Capacidade
de trabalhar em equipa e
gosto pela informática de
gestão.Todas as respos-
tas devem ser enviadas
por e-mail, informando
sobre disponibilidade e
vencimento pretendido.
Contacto: João Lopes E-mail:
buisposit@hotmail.com
Comissionista
Trabalho à comissão; Venda
de cursos informática. Zona
Centro
Contacto: Fernando Paulo
917771633
http://www.pcforma.pt; E-
mail: anuncio@pcforma.pt
agenda
Forum Networking – Exposição e Conferências
Data: 10-02-2004
OFERTAS Local: Europarque, Santa Maria da Feira
Conferências:
Dê IMAGEM à sua Painel 1 – Mobilidade e Wireless
empresa...
Elaboração de Sites para Painel 2 – Convergência IP Voice Video Data
Internet, Design Gráfico, Painel 3 – Segurança
Multimédia.
E-mail: sfvasco@iol.pt
Painel 4 – Data Center Networking
Hardware, Software e Contacto: 214728400
Internet E-mail: jmaia@techdata.es
Instalam-se programas e
corrigem-se problemas URL: www.techdata.pt
em computadores ao domi-
cílio (Matosinhos – Porto)
Contacto: 96 961 02 76
SLIP 2004 – System Level Interconnect Prediction
Design Gráfico Data: 14-02-2004 a 15-02-2004
Criação de cartazes, Local: Paris, França
imagem gráfica, paginação,
desdobráveis, tratamento Contacto: Lou Scheffer
de imagem, pré-impressão. E-mail: lou@cadence.com
Processamento de texto.
Aveiro/Braga.
URL: www.sliponline.org/
Contacto: 966340860
E-mail: mrui@aeiou.pt
HPCA-10: Tenth International Symposium on High
Executo todo o tipo de
tarefas informáticas Performance Computer Architecture
na zona do Minho, como Data: 14-02-2004 a 18-02-2004
processamento de texto,
pequenos jornais, panfletos,
Local: Madrid, Espanha
convites, páginas de inter- Contacto: Rafael Asenjo
net, reparação e manuten-
E-mail: asenjo@ac.uma.es
ção de computadores.
Contacto: 917538263 URL: www.ac.uma.es/hpca10/
E-mail: sersanto@mail.pt
Executo tarefas infor-
máticas ISSCC 2004 – IEEE International Solid-State Circuits
Processamento de Conference
texto; apresentações em
Powerpoint e excel; pesqui-
Data: 14-02-2004 a 19-02-2004
sas na Internet e bibliote- Local: São Francisco, Califórnia, EUA
cas. (Aveiro/Coimbra) Contacto: Frank Hewlett
Contacto: 965583978
E-mail: es_santos@mail.pt E-mail: hewletfw@sandia.gov
Executo tarefas infor- URL: www.isscc.org/isscc
máticas
Pesquisas na internet e em
bibliotecas; processamento DATE 2004 – Design, Automation and Test in Europe
de texto; digitalização de Data: 16-02-2004 a 20-02-2004
documentos e impressão a
p/b e a cor. Preços a acordar. Local: Paris, França
Contacto: 916981549 Contacto: Conference Secretariat
E-mail: eporfirio@mail.com
Executo tarefas infor-
E-mail: sue.menzies@ec.u-net.com
máticas URL: www.date-conference.com
Pesquisas na internet (5
euros/hora); digitalização
ISVLSI2004–IEEEComputerSocietyAnnualSymposiumonVLSI
de documentos (imagem/
textos); apresentações Data: 19-02-2004 a 20-02-2004
em PowerPoint e Excel;
processamento de textos
Local: Lafayette, Louisiana, EUA
(1 euro/pp); impressão E-mail: mmm5554@cacs.louisiana.edu
(p&b: 0,25 euros/pp; cor: 0,5
URL: www.cacs.louisiana.edu/isvlsi
euros/pp)
Contacto: 965140724
E-mail: pjg_2002@iol.pt FPGA 2004 – Twelfth ACM International Symposium o
Web Design
n Field-Programmable Gate Arrays
Construção de websites,
manutenção, design perso- Data: 22-02-2004 a 24-02-2004
nalizado, formulários. Local: Monterey, Califórnia, EUA
Contacto: 914029315
E-mail: cidesign@jkpt.net Contacto: Herman Schmit
URL: www.jkpt.net E-mail: fpga2004@ece.cmu.edu
Desktop Publishing e
Fotocomposição
URL: fpga2004.ece.ubc.ca
Todo o tipo de trabalho grá-
fico, paginação,ilustração DVCon – Design and Verification Conference & Exhibition
2D e 3D, artes criativas,
Data: 1-03-2004 a 3-03-2004
logotipos, cartazes, cartões,
ideias publicitárias, Local: San Jose, Califórnia, EUA
Contacto: 914029315
E-mail: cidesign@jkpt.net Contacto: Angela Brantner
URL: www.jkpt.net E-mail: angela@mpassociates.com
Redes em ambiente URL: www.dvcon.org
Windows
Montagem, manutenção,
instalação, configuração, LATW 2004 – The 5th IEEE Latin-American Test Workshop
optimização. Consultoria
informática. Pessoal certifi- Data: 8-03-2004 a 10-03-2004
cado Microsoft. Local: Cartagena, Colômbia
Contacto: 914029315
E-mail: technet@jkpt.net
Contacto: J. L. Huertas
E-mail: huertas@imse.cnm.es
URL: www.jkpt.net
Web Design URL: www.latw.net
Construção de Web Sites
por 100 euros, para empre-
sas e particulares. Óptimo isQED 2004 – 5 th International Symposium
para se dar a conhecer
na Internet por um baixo
on Quality Electronic Design
preço. Data: 22-03-2004 a 24-03-2004
Contacto: 96 537 76 59 Local: San Jose, Califórnia, EUA
E-mail: mar_psi@yahoo.com
URL: Contacto: Melissa Wilderkehr
www.webportugal.cjb.net E-mail: wilderkehr@isqed.org
Web Design (comerciais URL: www.isqed.org
ou não)
Construção de Web Sites
para empresas e particula- Coll Chips VII – An International Symposium
res. Procedo à manutenção,
alojamento e registo do on Low-Power and High Speed Chips
domínio, submissão em Data: 14-04-2004 a 16-04-2004
motores de busca para uma
boa promoção. Óptimo
Local: Yokohama, Japão
para difundir negócios por Contacto: Secretariat
um baixo preço.
E-mail: cool@coolchips.org
Contacto: 93 617 42 86
URL: www.coolchips.org
E-mail: gouveia_
eng@yahoo.com
URL: www.gdesignpt.cjb.net
EWME 2004 – 5th European Workshop
Técnico, Formador
e Programador de on Microelectronics Education
Informática
Data: 15-04-2004 a 16-04-2004
Procuro trabalho com-
patível na área de Redes, Local: Lausanne, Suíça
Web, Linguagens de Contacto: Marie Halm (Local Secretariat)
Programação e Hardware
E-mail: marie.halm@epfl.ch
Contacto: 965 446 048
E-mail: antpar@sapo.pt URL: ewme2004.epfl.ch
Executo tarefas infor-
máticas
Pesquisas na internet (10 DDECS – 7th IEEE Workshop on Design & Diagnostic
euros/hora); digitalização of Electronic Circuits & Systems
de documentos (imagens/
textos); apresentações em Data: 18-04-2004 a 21-04-2004
PowerPoint e Excel; proces- Local: Tatranská Lomnica, Eslováquia
samento de textos (1 euro/
página); impressão (p&b/
Contacto: Sybille Hellebrand
cor: 0.25 euro/página) E-mail: sybille.hellebrand@uible.ac.at
Contacto: 965140724. URL: www.ui.savda.sk/DDECS2004
E-mail: paulogodinho_
2001@iol.pt
 S H A R E WA R E
Uma ferramenta simples
para animações
E
M POUCOS anos, o Macro-
media Flash tornou-se a
norma para a apresen-
tação de conteúdos mul-
timédia e animações na
Web. A maior parte dos “browsers”
da Web suportam este formato, o
que significa que quase todas as
pessoas que navegam na Net podem
ler e correr animações criadas nesta
tecnologia. Mas se, no início, apenas
se podia criar projectos e conteúdos
usando a ferramenta de autoria da
Macromedia, o que significava des-
pender algumas centenas de euros,
hoje existem no mercado de “sha-
reware” dezenas de pequenos uti-
litários e aplicações que permitem
a criação de animações em Flash
de forma simples e mais económica.
Nesta categoria de aplicações
que permitem a autoria de anima-
ções Flash, encontramos o Sothink
SWF Quicker, um programa muito
recente mas que tem conquistado
as preferências de milhares de
utilizadores em todo o mundo. O
Sothink SWF Quicker permite a
qualquer pessoa, mesmo àquelas
sem conhecimentos de animação
e “design”, criar apresentações e
animações multimédia para a Web.
Com apenas alguns cliques de rato,
é possível criar apresentações e
gráficos com a mesma qualidade de
trabalhos gerados por profissionais.
Um dos pontos fortes do Sothink
SWF Quicker é a sua interface
gráfica simplificada e o conjunto de
efeitos e animações pré-definidas
que o acompanham e permitem a
geração automática de resultados.
O programa pode ser copiado gra-
tuitamente do sítio de suporte ao
programa: http://www.sothink.com/
. O processo de instalação é simples
e rápido, e, partir daí,
todo um novo mundo NUNO BERNARDO
multimédia se abre.
O seu utilizador pode rapidamente
transformar-se num verdadeiro cria-
dor e autor, produzindo desde a mais
simples apresentação de produto
para a empresa até ao filme animado
para ser publicado na Internet.
Para iniciar uma criação, o utili- poderão ser desencadeadas por qual-
zador deverá dispor, na área central
da interface, todos os elementos que
pretende incluir no trabalho. Mover
e arrastar objectos é tão simples
como usar o rato. O menu de ani-
mação permite a criação de efeitos
SOTHINK SWF QUICKER 1.1
especiais e controlar todo o projecto.
O modo de previsão permite ao
criador acompanhar o resultado
conforme este vai sendo desen-
volvido, podendo mesmo realizar
correcções e ajustamentos enquanto
a animação é executada. O Sothink
SWF Quicker permite a importação
de imagens nos formatos GIF ou
JPEG, bem como a inclusão de sons
e músicas em Wave e MP3.
Sobre os conteúdos importados,
o utilizador poderá depois adicionar
frases e textos, e, a partir destes, criar
animações que captem
a atenção da audiência.
Cada bloco de texto
pode ser animado, recorrendo aos
diversos tipos de efeitos incluídos
de origem com a aplicação. Com a
função Objecto, é possível introduzir
animações dentro de animações, que
correm de forma independente e que
quer acção específica — em geral, o
pressionar do rato num botão. Estas
funcionalidades tornam-se essenciais
quando se pretende criar um sítio na
Web ou um CD-ROM interactivo a
partir da aplicação.
S E G U N D A - F E I R A . 9 . F E V E R E I R O . 2 0 0 4
A nova versão do Sothink SWF
Quicker (a 1,1) inclui ferramentas
de desenho vectorial, permitindo
a adição de linhas, formas geomé-
tricas e outros elementos gráficos.
Estes elementos podem ser pre-
enchidos com cor ou imagens.
Todas estas ferramentas estão
disponíveis a partir do menu de
desenho e permitem ao utilizador
obter resultados imediatos: este
desenha e procede às alterações,
em tempo real, e sobre a animação
que está a elaborar. A aplicação
apresenta todos os elementos tal e
qual estes vão aparecer no “brow-
ser” quando a animação for execu-
tada. Para dar um toque especial
ao projecto, o utilizador poderá
ainda contar com mais de 80 efei-
tos pré-construídos, disponíveis à
distância de um clique.
O objectivo da aplicação parece
ter sido totalmente conseguido:
qualquer pessoa pode obter resul-
tados imediatos, ao contrário do
que acontece no Macromedia Flash,
que exige um processo de aprendi-
zagem mais demorado. Pensado
para o desenvolvimento de peque-
nos projectos, o programa dá um
grande salto qualitativo com esta
segunda edição. Muitas das novas
funcionalidades vão ao encontro
das necessidades de utilizadores
mais experientes mas mantém a
simplicidade da primeira versão.
A elaboração de uma página de
entrada animada para um sítio
na Web pode ser conseguida em
15 minutos desde que todos os ele-
mentos a usar (imagens, sons, etc.)
estejam já previamente criados.
Para quem quer dar os primeiros
paços na animação para a Web,
esta é sem dúvida uma das aplica-
ções a ter em conta.
O Sothink SWF Quicker pode
ser usado com sucesso para outros
fins que não sejam exclusivamente
a criação de animações ou páginas
de entrada para sítios na Web.
A aplicação pode ainda servir de
ferramenta de desenvolvimento de
menus animados para facilitar a
navegação em conteúdos “on-line”,
para a criação de anúncios publi-
citários animados para a Web ou
mesmo de apresentações ou CD-
ROM interactivos. O resultado final
é exportado para um ficheiro SWF
(o formato do Flash) de modo a ser
integrado numa página. Devido
ao seu baixo custo, que ronda os
45 euros, o Sothink SWF Quicker
apresenta-se como uma alternativa
ao Macromedia Flash para uso pes-
soal ou esporádico. ●
FICHA
Editor
Rui Jorge Cruz
Redactores, colaboradores
e cronistas
Ana Gerschenfeld, Ana Machado,
André Ruivo, António Granado,
Casa dos Bits, Fernando Santos,
Helena Viegas, Henrique Carreiro,
Henrique Saias, Isabel Gorjão
Santos, João Cruz, José Antunes,
José Doutil, Luís Félix, Miguel
Crespo, Nuno Bernardo, Paulo
Almeida, Pedro Fonseca, Rita
Cruz, Rita Hasse Ferreira
Secretariado
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Paginação
Ana Carvalho, Ivone Ralha,
Hugo Pinto, Jorge Guimarães
Projecto Gráfico & Designer
Luis Carlos Amaro/
Gráficos à Lapa
Computadores
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Portugal €36.40
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Resto do Mundo €189.80
Desconto na assinatura anual
para escolas e instituições de
solidariedade social. Preços
especiais para Macau, Timor, São
Tomé e Guiné. Os preços incluem
IVA à taxa legal em vigor.
computadores .11
 JOGOS
Acção sem parar na Terra Média
C
OM BASE na licença dos filmes
de Peter Jackson que retratam
as aventuras na Terra Média
criada por J.R.R. Tolkien, a
Electronic Arts lançou este jogo
de acção furiosa. Com direito a legenda-
gem e a título em português — “O Senhor
dos Anéis: O Regresso do Rei” —, um exce-
lente ambiente e uma ligação mais que
óbvia com a trilogia cinematográfica, é
viciante do primeiro ao último minuto.
Com base nos heróis que já quase todo
o mundo já conhece, de Frodo a Aragorn,
passando por Gandalf, Legolas, Gimli ou
Sam (num total de nove),
o jogo é basicamente uma MIGUEL
viagem pela Terra Média, de
combate em combate, em que os vários
personagens — jogáveis, refira-se — vão
percorrer parte da saga. Organizado em
níveis que correspondem, “grosso modo”, a
partes definidas da história, o jogo permite
em cada missão escolher quem é o herói
jogável, de entre os vários que intervêm
nessa sequência.
Ao longo do jogo, cada personagem
vai somando pontos de experiência e
ganhando novos golpes e poderes — evo-
lução fundamental para conseguir ultra-
passar os níveis mais elevados. Cada golpe
mortal é pontuado entre o razoável e o
perfeito, e, no final, o somatório pode ser
computadores .12
‘ THE LORD OF THE RINGS: RETURN OF THE KING’
usado para comprar melhoramentos, ou
seja, novos combos.
O interessante é que não basta desen-
volver um personagem, pois, como há
vários em acção em simultâneo, se todos
não forem suficientemente fortes, as mis-
sões redundam em fracasso. Por isso, será
preciso jogar as diferentes missões com os
vários personagens para que todos eles
tenham experiência e poderes suficientes
para ultrapassar os níveis finais.
Até a dificuldade é crescente, a
níveis muito elevados, mas está bem
calibrada para não ser demasiado difí-
cil nem se terminar em
CRESPO meia dúzia de horas. Tudo
isto é positivo mas leva o
jogador a ter de se empenhar a fundo.
A jogabilidade é simples e directa. Um
eficaz tutorial inicial, já durante a acção,
vai explicando passo a passo o que é para
fazer, as indicações sobre os objectivos
(gerais ou específicos) são sempre claras
e os pontos de acção — como o local onde
apanhar lanças ou disparar as balistas
— estão assinalados. Os controlos são
também simples, sendo intuitivo onde car-
regar para realizar determinada acção.
Ao longo de 15 níveis, a narrativa vai
tomando forma, não só pela parte jogável
mas também pela excelente fusão com tre-
chos dos filmes e sequências animadas. O
7c1bf3e5-024b-435b-bb28-84bbcd8a7552
S E G U N D A - F E I R A . 9 . F E V E R E I R O . 2 0 0 4
ambiente dos filmes foi captado e reprodu-
zido com muito cuidado, mesmo nas plata-
formas tecnologicamente mais fracas. Do
ponto de vista gráfico, os personagens
são facilmente reconhecíveis, a fluidez é
constante, os efeitos visuais realista q.b. e
o som mesmo épico. Tendo aparelhagem à
altura, é mesmo possível apreciar o vigor
dado pelo Dolby Surround Prologic III e
pelo uso da tecnologia THX, mais duas
importações do cinema.
O decorrer do jogo vai sendo marcado
num menu do tipo parede de catedral, com
cada nível completado a permitir acesso
ao superior ou a ramificações laterais.
Entre estes, tal como num DVD-Video,
existem vários extras que vão igualmente
sendo desbloqueados. Estes extras vão
deste entrevistas aos actores dos filmes (a
“artwork” do jogo).
Apesar da violência inerente a um jogo
de combate constante, esta não é explo-
rada em momento algum de forma explí-
cita ou “gore”, o que o torna mais acessível
a um público mais amplo.
O modo multijogador é de uma riqueza
enorme e extremamente interessante, já
que o modo cooperativo local, com dois
jogadores na mesma máquina, leva a uma
coordenação de equipa e a um diálogo
constante muitíssimo rico. Aliás, a partir
do meio do jogo, é altamente recomendável
Título “The Lord of the Rings:
Return of the King” 8
/10
Estilo Acção
Plataforma PS2, Xbox, PC, GC
Produtor Electronic Arts
Distribuidor Electronic Arts
Edição Dezembro 2003
o jogo em equipa, de modo não só a forta-
lecer os personagens mas também a poder
definir e executar estratégias conjuntas
— o que não é possível a solo, pois, neste
modo, não há “diálogo” com os outros per-
sonagens.
Por fim, nova referência para a adap-
tação para português. Não só os textos
estão bem traduzidos (e não é fácil, tendo
em conta o universo em questão) como a
legendagem se mostra a opção perfeita:
sem perder as vozes características, assim
todos podem acompanhar a narrativa.
Com ambiente apropriado ao universo
de Tolkien, ritmo incessante e dificuldade
bem ajustada, “O Senhor dos Anéis: O
Regresso do Rei” é um dos melhores jogos
de acção da actualidade, sendo ainda uma
mais-valia para os fãs da saga, em versão
literária, cinematográfica ou lúdica. ●