Computadores
SEGUNDA-FEIRA 16
Prevenção contra A Lexmark reuniu O ‘spam’ e os
vírus em Portugal em Lisboa impostos na Net
A criação de um serviço A estratégia e os novos
nacional de alertas contra modelos, dos multifunções
incidentes informáticos aos faxes, no evento anual
➜ pág. 3 ➜ pág. 7
VEÍCULO ELÉCTRICO DE DUAS RODAS ESTARÁ EM MARÇO NO ESTORIL
Governo estuda
introdução da
Segway em Portugal
A
EMPRESA NORTE-ameri-
cana Segway está de
visita a Portugal e a
Direcção-Geral dos
Transportes Terres-
tres (DGTT) espera lançar projec-
tos de utilização deste veículo de
transporte individual como com-
plemento às redes de transportes
públicos urbanos — adiantou na
semana passada o director-geral
dos Transportes Terrestres, Jorge
Jacob. O “Human Transporter”
foi apresentado na terça-feira
no Instituto Superior Técnico
(IST), em Lisboa, numa estreia
nacional promovida pelo próprio
IST, pela DGTT e pela Associação
Portuguesa do Veículo Eléctrico
(APVE). O objectivo da sessão foi
divulgar a realização próxima da
conferência e exposição europeia
“2004 European Ele-drive Trans-
portation – A Mobilidade Urbana
Sustentável é Pos-
sível Já!”, que terá R I TA H A S S E
lugar no Centro de
Congressos do Estoril, de 17 a 20
de Março. A Segway estará então
no Estoril para quem a quiser ver
e experimentar.
A Segway Human Transporter
(HT) é uma espécie de trotineta
eléctrica de duas rodas destinada
ao transporte pessoal (ver caixa),
que foi apresentada há cerca de
dois anos nos EUA. De acordo
com um comunicado da APVE,
já foi homologada por 49 estados
norte-americanos e, na Europa,
tanto a Comissão Europeia como
os governos francês e italiano já
decidiram que a HT não carece de
certificação — por não se tratar de
um veículo rodoviário — para ser
usada na via pública. O Executivo
FEVEREIRO 2004 DIRECTOR
Abrir ou não as portas a
pagamentos de serviços
hoje gratuitos na Web
➜ pág. 5
de Paris já aprovou, entretanto, a
sua circulação em áreas pedestres
e o italiano prepara-se para fazer
o mesmo.
Em Portugal, não está ainda
prevista a venda ao público
— pelo menos para já, tal como o
PÚBLICO noticiou (ver “Segway
ainda sem data de comerciali-
zação em Portugal”, na edição
de 11-02-2004). A utilização da
Segway passará, antes, por uma
certificação caso a caso junto das
entidades competentes, como as
câmaras municipais.
Tanto a DGTT como a APVE
vêem o HT como um veículo seguro
e não poluente, que poderá funcio-
nar como transporte pessoal de
forma complementar aos transpor-
tes colectivos urbanos. Para isso,
serão necessárias as infra-estru-
turas adequadas, como pontos de
recolha e depósito das “trotinetas”
junto às interfaces
FERREIRA rodoviárias e fer-
roviárias — e, em
muitos casos, vias de circulação
próprias, como no caso das bici-
cletas. Segundo José Quadrado,
do conselho de administração da
APVE, a associação vai servir de
intermediário neste processo. Na
semana passada, já estavam mar-
cadas reuniões com pelo menos
três executivos camarários.
Este transporte motorizado
de duas rodas pretende ser “uma
alternativa ao carro para percur-
sos de dois ou três quilómetros”
— afirmou na terça-feira, em
Lisboa, o director da Segway
Europe responsável pelas relações
com as autoridades reguladoras.
Nicola Dallatana fez questão de
reforçar que “a Segway não é um
7c1bf3e5-024b-435b-bb28-84bbcd8a7552
JOSE MANUEL FERNANDES EDITOR RUI JORGE CRUZ
PUB
A ‘task force’ lusa ‘Chaser’ aposta
para o Ipv6 na simplicidade
Venturas e desventuras Acção na primeira pessoa e
da equipa de trabalho jogabilidade para um prazer
para o novo protocolo simples e sem espinhas
➜ pág. 9 ➜ pág.12
brinquedo, é uma solução séria
para um problema sério” — o do
trânsito e da poluição automóveis.
Este director defende ainda que,
com 75 por cento da população
europeia a viver em áreas urba-
nas, “temos de ser criativos com
as possibilidades que a tecnologia
nos oferece” e “mais eficientes na
forma de nos deslocarmos”. O HT
também pode ser particularmente
útil para pessoas com mobilidade
reduzida; mas, mesmo assim, a
aposta da empresa não é na uti-
lização privada — até porque a
Segway não é barata, com preços
entre 3995 e 5500 dólares (cerca de
3000 a 4300 euros) nos EUA.
Nos Estados Unidos e em
França, a Segway está a ser uti-
lizada, quer a título experimental
quer comercialmente, por polícia,
correios, serviços de emergência
médica ou camarários — nome-
adamente, como veículo indivi-
dual complementar da rede de
transportes públicos urbanos. Em
Paris, é também um meio de deslo-
cação turístico, através da Segway
Tours. A vantagem da Segway
sobre outras formas de transporte,
como o cavalo ou a bicicleta, reside
no facto de ser “um veículo muito
ágil e pouco intrusivo”, argumenta
Dallatana.
O HT está actualmente dispo-
nível em três modelos: a eSeries
(o modelo mais pesado, com 43
quilos, e mais vocacionado para
o transporte de carga); iSeries, o
modelo “todo-o-terreno”; e pSeries,
o novo modelo, mais pequeno e mais
barato, destinado a ambientes urba-
nos densos. Com uma velocidade
máxima inferior à dos outros dois
modelos — 16 Km/hora ➜
➜ face a 20 Km/h —, vel é Possível Já!”, que deverá — disponíveis já hoje — mas um período de demonstrações
a Segway pSeries também mostrar o “estado da arte” em também discutir as visões das de nove meses, findo o qual fica-
tem uma autonomia menor termos de veículos eléctricos, cidades sobre sistemas de trans- rão num desses centros urbanos
(9 a 16 Km, em vez de 13 a 19 sejam a baterias, híbridos portes sustentáveis. Em Portu- (devendo, neste momento, estar
Km) e não pode ser utilizada ou a pilha de combustível gal, já circulam dois autocarros em Vila Franca de Xira até ao
por pessoas que pesem mais (hidrogénio). Além das Jor- a hidrogénio na cidade do Porto, fim deste mês). Três destes
de 91 Kg, com uma carga nadas Nacionais, no dia 17, e desde Janeiro. E dois miniau- autocarros já circulam em per-
adicional máxima de 4,5 da conferência nos dias 18 e tocarros eléctricos Gulliver manência no centro histórico de
Kg. Tanto a iSeries como a 19, no Centro de Congressos andam actualmente a circular Coimbra desde Setembro do ano
eSeries suportam um peso do Estoril, haverá uma expo- por várias cidades do país, por passado. ●
máximo total de 118 Kg. sição “Ride & Drive”, onde
Uma das grandes vantagens será possível ao público em
da Segway, comum a todos geral experimentar alguns
os modelos, é que, para veículos eléctricos e híbridos,
recarregar a bateria, basta incluindo um 4x4 preparado
ligá-la à corrente. para o transporte de cadeiras
A Segway estará no de rodas e, naturalmente, a
Estoril de 17 a 20 de Março, Segway.
no âmbito da conferência- Segundo os responsá-
exposição “2004 European veis da APVE, o objectivo
Ele-drive Transportation – A é não só reflectir sobre o
Mobilidade Urbana Sustentá- futuro destas tecnologias

Como funciona a Segway

O Human Transporter (HT), da Segway, é um veículo eléctrico de duas rodas para transporte
pessoal.Tem um aspecto semelhante a uma trotineta com pneus grandes e, para a pôr em
movimento, basta o utilizador inclinar-se ligeiramente para a frente; para a fazer parar, basta
inclinar-se para trás — sendo aqui que está a chave da tecnologia deste “transportador humano”.
Quando o inventor da Segway, Dean Kamen, a revelou ao mundo há mais de dois anos, anunciou-
a como “o primeiro transportador humano auto-equilibrável”.De acordo com Nicola Dallatana,
director da Segway Europe, Kamen inspirou-se na observação dos problemas das pessoas em
cadeiras de rodas, chegando à conclusão de que a questão-chave era a do equilíbrio.
No essencial, o HT consiste numa combinação de um conjunto de sensores com um sistema
de controlo e vários motores eléctricos. O sistema de sensores principal é composto por cinco
giroscópios — sendo um giroscópio um dispositivo no interior do qual se move um corpo em
torno de um eixo e que, por sua vez, faz parte de um segundo sistema de rotação. A função de um
giroscópio é estabilizar e os da Segway têm uma concepção especial. Apesar de só precisar de
três, o HT tem mais dois, para efeitos de redundância.
De acordo com a descrição fornecida pela empresa, os processadores a bordo “são vários”e
oferecem uma potência três vezes superior à de um computador pessoal “normal”.A Segway
é controlada por um “software”que monitoriza toda a informação referente à estabilidade
proveniente dos giroscópios, em conformidade com a qual ajusta a velocidade dos vários
motores eléctricos. Estes motores — que podem comandar as duas rodas de forma
independente e a diferentes velocidades — são alimentados por duas baterias recarregáveis
baseadas na tecnologia NiMH, abundantemente usada já nos computadores portáteis até há três
ou quatro anos.
Em Setembro do ano passado, a Segway viu a alegada superioridade tecnológica do HT beliscada
pela primeira vez, tendo mesmo retirado a trotineta do mercado — num total de 6 mil unidades,
as que tinham sido vendidas até à data — devido a um problema de “software”que podia
fazer o veículo emperrar e mesmo originar quedas.Talvez tenha sido por isso que o Presidente
norte-americano, George W. Bush, quase caiu de uma abaixo… ou não. A empresa garante que o
problema ficou resolvido — e lançou mesmo um novo modelo bastante mais barato, além de ter
baixado o preço dos já existentes (ver texto principal). ● R.H.F.

MICROSOFT NÃO SABIA, NO FINAL DA SEMANA, A ORIGEM DA FUGA

Parte do código-fonte dos Windows

NT e 2000 divulgados na Net
A
M ICROSOFT RECONHECEU publi-
camente, na passada quinta-
feira, que determinadas
“porções” não compiladas do
código-fonte dos seus sistemas
operativos Windows NT 4.0 e Windows
2000 haviam sido ilegitimamente dis-
ponibilizadas na Internet. A empresa,
informada por E-mail do sucedido, apres-
sou-se a admitir publicamente o facto,
tendo declarado que — para além de estar
a trabalhar com os serviços de segurança
dos EUA para tentar detectar a origem
desta “fuga” —, não tinha ainda qualquer
informação sobre clientes afectados pela
divulgação pública das tais “porções” de
código, que certas fontes afirmam ter
atingido cerca de 15 por cento do total.
Estes dois sistemas operativos são usados
sobretudo a nível profissional e empre-
sarial, ao contrário dos Windows 98 e do
Windows XP, que são mais utilizados a
nível doméstico ou individual.
Os blocos de código-fonte em causa
surgiram em diversos sítios da Web con-
siderados marginais ou de “underground”,
bem como em diversas “salas de ‘chat’” na
Internet. Segundo Tom Pilla, porta-voz da
Microsoft, os indícios já colhidos não apon-
tam para qualquer invasão ou quebra de
segurança nas redes da empresa ou dos
seus parceiros comerciais ou de investiga-
ção e desenvolvimento (I&D).
Para a maior parte dos analistas, são
reduzidos os receios quanto aos danos
ou prejuízos que esta divulgação possa
propiciar. Tanto o Windows NT 4.0 como
o Windows 2000 são sistemas operativos
que já estão há uns bons anos no mer-
cado, sujeitos ao mais intenso escrutínio
a que qualquer “software” pode ser sujeito
— tanto por especialistas como por clien-
tes como ainda por todos aqueles que dedi-
cam horas e horas do seu tempo (como os
“hackers”) a procurarem sistematica-
mente as suas vulnerabilidades.
O código-fonte de um sistema opera-
tivo (como de qualquer “software”) é a
escrita de base de programação em que
assenta esse “software” — e a Microsoft
faz questão de o guardar cuidadosa-
mente para si em nome do princípio da
propriedade intelectual, à imagem do
que fazem todas as empresas editoras
de “software” comercialmente disponí-
vel. Tal prática generalizada só começou
a ser posta em causa quando emergiu
o “software” designado como sendo de
“open source” — de que o sistema ope-
rativo Linux é o exemplo mais conhecido
—, ou seja, cujo código-fonte pode ser
acedido por qualquer programador com
o intuito de corrigir ou melhorar o exis-
tente, ou optimizar as aplicações que
esteja a escrever para correrem sobre
esse sistema operativo.
No entanto, devido, entre outros,
aos argumentos de outros editores de
aplicações para Windows (para a sua
optimização), de autoridades estatais de
vários países (em nome da segurança) e
de universidades e centros de investiga-
ção, a Microsoft desde há algum tempo
que tem um programa chamado Shared
Source, através do qual revela a estas
entidades as partes do código-fonte dos
seus sistemas operativos que possam
ser relevantes para a actividade de cada
uma delas. Este programa veio substituir
o anterior procedimento pontual, caso a
caso, nesta matéria — e de que, em Por-
tugal, o primeiro exemplo terá sido, há
cerca de dez anos, a partilha de código
com o Inesc. ● RUI JORGE CRUZ

computadores .2 S E G U N D A - F E I R A . 1 6 . F E V E R E I R O . 2 0 0 4

Portugal em 10º lugar
no E-governo
a nível da Europa…
Portugal surgiu, em 2003,
em 10º lugar no nível de
sofisticação do acesso a
serviços públicos via Internet.
65 por cento foi o valor do
índice adoptado num estudo
realizado pela empresa de
consultoria Cap Gemini
Ernst & Young (CGE&Y),
encomendado pela Comissão
Europeia e cujas conclusões
foram divulgadas pela Lusa.
A adopção do E-government
(acesso aos serviços públicos
via Internet) terá continuado a
aumentar na Europa em 2003
mas o ritmo de progresso
terá abrandado. O estudo
sobre o acesso aos serviços
públicos por via electrónica
— que abrangeu os 15
países membros da União
Europeia, a Noruega, a Suíça
e a Islândia (países-membros
da EFTA) — revela que o
grau global de sofisticação
“on-line” aumentou de 45
por cento em 2001 para 60
por cento em 2002 e para 67
por cento em 2003. A Suécia
(87 por cento), a Dinamarca
e a Irlanda (86%), a Áustria
(83%) e Finlândia (80%)
lideraram, em 2003, neste
indicador de sofisticação. Em
2003, o número de serviços
públicos acessíveis “on-line”
deixou de ser o indicador
principal do estudo, passando
a principal referência a ser
o número total de serviços
integralmente disponíveis na
Internet. ●
… onde serviços para
empresas estão à frente
Daí que Portugal tenha caído
para 12º lugar devido aos
apenas 37 por cento dos
serviços públicos totalmente
disponíveis na Internet. A
Dinamarca (com 72%), Áustria,
Suécia, Finlândia, Irlanda e
Reino Unido tinham mais de
50 por cento dos serviços
públicos nestas condições. O
estudo baseou-se na análise
de 20 serviços públicos, sendo
12 para empresas e 8 para
os cidadãos, estando, em
todos os países, os serviços
de Internet para empresas
mais avançados que os
destinados aos cidadãos.
Em 2003, os serviços para
empresas apresentavam
um grau de sofisticação de
79 por cento e 63 por cento
estavam integralmente
disponíveis, enquanto,
nos serviços dirigidos aos
cidadãos, as percentagens
eram de 58 e 32 por cento,
respectivamente. A CGE&Y
diz que a principal conclusão
deste estudo é a de que a
tendência de crescimento
do E-government na Europa
Ocidental se mantém:
em dois anos, o grau de
sofisticação cresceu 22 pontos
percentuais, sendo hoje a
média europeia de serviços
totalmente disponíveis “on-
line” de 45 por cento. ●
computadores .4
release 3.0
A vida depois do Google
U
MA CARACTERÍSTICA de uma ini-
ciativa com verdadeiro sucesso
é o facto de toda a gente come-
çar à procura daquele que se
seguirá. Qual será a grande coisa
seguinte? Neste momento, a pergunta na
cabeça de toda a gente é: o que é que virá a
seguir ao Google?
Investidores, utilizadores e especialistas
tentam divisar, para além do motor de busca
que tudo encontra, de uma nova geração de
ferramentas que proporcione resultados mais
personalizados, de acordo com quem se é,
onde se está e mesmo quem são os amigos. À
medida que evoluem os mecanismos de busca
na Internet, eles têm que se tornar mais capa-
zes de lidar com o conhecimento assim como
mais inteligentes, incorporando informação
mais concreta sobre os utilizadores e o mundo
real onde eles vivem — em vez de se limitar a
dotá-los de algoritmos mais sofisticados.
Ora vejamos qual é a coisa que se segue.
Personalização
Tanto o Google como o Yahoo! têm afirmado
que vão tornar os resultados das suas buscas
mais relevantes para os utilizadores indivi-
duais. Isso poderá significar a prospecção dos
dados demográficos dos utilizadores (idade,
sexo, interesses declarados, como o voleibol, a
linguagem de programação C ou a psicotera-
pia) ou a suposição dos seus intentos — regis-
tando o que essas pessoas procuraram antes,
tanto imediatamente antes de cada busca
como ao longo dos últimos dias.
Tudo isto, é claro, só deveria verificar-se
com o consentimento expresso do utilizador. O
desafio desta funcionalidade reside em conse-
guir reunir informação suficiente para que seja
útil sem ser intrusiva. O ponto fulcral será o
calibrar do compromisso entre as necessidades
da complexidade e da facilidade de uso para
cada membro de uma ampla comunidade de
utilizadores, repartidos por níveis bem diversos
de sofisticação e de interesse pelos detalhes.
Filtrar com base nas ligações sociais
É provável que uma das maiores tarefas para
se alcançar uma funcionalidade de rede social,
como a usada no Friendster, seja a filtragem
dos resultados das buscas. Quer se procure
uma “baby-sitter” ou um carro usado, preferir-
se-á alguém ou um automóvel aconselhado por
um amigo — ou, pelo menos, um amigo de um
amigo. Num mundo onde é tão fácil encontrar
coisas “on-line”, os utilizadores precisarão de
uma maneira prática de limitar a quantidade
de informação que obtêm.
Tal como na vida real, eles poderão prefe-
rir alternativas no âmbito de uma vizinhança
familiar, e algumas das novas plataformas
de redes sociais permitem aos seus utiliza-
dores encontrarem não apenas pessoas mas
também coisas. A Tribe.net, por exemplo, é,
no seu essencial, um gigantesco serviço de
anúncios classificados “on-line” articulado
com uma útil ferramenta social: os utiliza-
dores podem aderir a “tribos” (ou grupos de
interesses) e anunciar produtos e serviços no
seio dessas comunidades.
Outro novo serviço, o Eurekster, é um
motor de busca que filtra e hierarquiza os
resultados com base naquilo que os amigos
(como eles são designados no Eurekster) con-
sideram interessante.
Mas esta filtragem será também aplicada
a aplicações e serviços mais específicos. O
Monster.com, um sítio de anúncios de emprego,
e diversos outros serviços estão a adicionar “fil-
tros de opinião dos amigos” e outras funções de
rede social. Desde há muito que a Amazon.com
S E G U N D A - F E I R A . 1 6 . F E V E R E I R O . 2 0 0 4
E S T H E R D Y S O N
A aldeia digital
poderá ser global mas
a localização ainda
conta, quer para uma
petrolífera interessada
em notícias
sobre os últimos
acontecimentos no
Médio Oriente ou um
comprador à procura
de um cadeirão em
segunda mão. O
Google tem uma
nova funcionalidade
de ‘procura por
localização’, que
funciona melhor
nos sítios da Web ou
nos conteúdos com
listas de endereços,
embora o próprio
serviço admita erros
frequentes e irritantes.
pôs em prática este tipo de funcionalidade com
o seu serviço de recomendação — com base não
apenas nos nossos amigos mas também em
consumidores não identificados com idênticos
padrões de consumo.
Resultados geo-referenciados
A aldeia digital poderá ser global mas a localiza-
ção ainda conta, quer se trate de uma empresa
petrolífera interessada em notícias sobre os
últimos acontecimentos no Médio Oriente ou
de um comprador à procura de um cadeirão em
segunda mão. O Google tem uma nova funcio-
nalidade de “procura por localização” (“search-
by-location”), que funciona melhor nos sítios da
Web ou nos conteúdos com listas de endereços
— embora o próprio serviço admita a ocorrência
de erros frequentes e irritantes.
A MetaCarta, um empresa “startup” de
que sou accionista, é capaz de ter em conta
referências geográficas nos textos e de cruzar
esses dados com uma enorme base de dados a
fim de determinar se os eventos descritos ocor-
reram em Parachinar ou em Peshawar.
À medida que cresce a actividade do
mundo real que é desenvolvida “on-line”, a
localização está a tornar-se um factor-chave
dos sistemas de informação. Já temos serviços
que permitem a um coordenador de tráfego
num empresa de táxis dizer: “Mostrar todos os
táxis à distância de 5 minutos do cliente que
comunicaram estarem livres.” No futuro, as
pessoas poderão filtrar as suas próprias comu-
nicações sociais “on-line” com base na locali-
zação: “Mostrar uma lista de todos os meus
amigos que estão no mesmo centro comercial
onde eu estou.”
Resultados mais bem mostrados
Por fim, os serviços de busca poderão melho-
rar na selecção e exibição de resultados de
forma adequada às necessidades específicas
dos utilizadores. Por exemplo, os compradores
não querem uma lista de páginas da Web mas
uma lista de produtos com preços, além das
ligações (“links”) para os sítios onde poderão
comprá-los. Muitos dos serviços de compara-
ção de preços hoje disponíveis são compilados
manualmente no sentido de manterem um
carácter “amigável” — mas acabam, muitas
vezes, por serem mais um conjunto limitado
de anúncios classificados pagos do que um
genuíno serviço de busca, que deveria abarcar
todo o universo da oferta potencial.
O serviço Froogle, do Google, constitui um
esforço nesta direcção — mas precisamente
porque é automatizado, é também falível e,
por vezes, dá resultados sem significado: por
exemplo, o “software” automatizado poderá
pensar que um computador custa 159 dólares
quando, de facto, esse é o preço da bateria
suplementar.
A iniciativa mais impressionante nesta
mesma direcção é a da TripAdvisor, que,
conforme prevejo, constituirá um modelo para
muitas outras empresas do mais diverso tipo,
como as ligadas à saúde, ao direito e ao ensino.
Nestas categorias específicas poderá residir a
força de novos serviços de busca: eles oferecem
mais um conhecimento especializado e menos
umas quantas técnicas abstractas de busca.
A TripAdvisor é uma combinação de servi-
ços: procura, na Web, informação sobre destinos
de férias, centrando-se nos hotéis e nas atrac-
ções turísticas. O seu “software” está calibrado
para reconhecer e organizar esse conteúdo;
os algoritmos que o fazem automaticamente
constituem a “magia negra” da TripAdvisor.
Para conseguir esta miscelânea em constante
mutação — que é recriada no momento em
que cada utilizador desencadeia a busca — a
TripAdvisor acrescenta apreciações dos hotéis
e outros elementos colhidos por editores huma-
nos nas mais diversas publicações. Por fim,
solicita e organiza o “feedback” dos utilizadores
acerca das atracções e dos serviços relacionados
com viagens. Todo este conteúdo é depois clas-
sificado em categorias: hotéis, voos, atracções,
apreciações de utilizadores.
O que diferencia este serviço de um sítio
convencional na Web dedicado às viagens é o
nível de automação. A TripAdvisor não edita
a maioria da sua informação: ela limita-se a
procurá-la e a disponibilizá-la. A apresentação
desses dados num contexto específico é o que
confere um significado especial a este serviço.
O seu sítio na Web funciona apenas com cerca
de 30 pessoas, um número impressionante-
mente baixo se se considerar que a empresa
teve, no ano passado, receitas de mais de 20
milhões de dólares.
Por mais estimulantes que estas perspec-
tivas possam ser, quem quiser ombrear com
o Google terá pela frente um enorme desafio
— tanto nos sítios na Web como nas pessoas
que os procuram, a inteligência é geral mas o
conhecimento é particular. ●
Esther Dyson (edyson@edventure.com) é analista das TI,
edita o boletim “Release 1.0”,é presidente da EDventure
Holdings (organizadora do PC Fórum) e foi,
até Novembro de 2000, presidente da Internet
Corporation for Assigned Names and Numbers (ICANN)
Exclusivo New York Times / PÚBLICO
 DA CONFERÊNCIA DE DAVOS ÀS PROPOSTAS DE VÁRIAS ENTIDADES
‘Spam’ é pretexto
para impostos na Net
Q
UANDO UM comissário
europeu recusa falar de
impostos, será isso uma
declaração de momento,
uma fuga em frente
ou uma atitude ponderada sobre o
impacto dessa medida? E, quando se
fala de impostos para a Internet, será
que tanto a Europa como os EUA estão
a tentar esconder alguma coisa?
Erkki Liikanen, o comissário res-
ponsável pelo pelouro comunitário das
empresas e sociedade da informação,
esteve a 3 de Fevereiro em Lisboa, num
jantar da Associação Portuguesa para
o Desenvolvimento das Comunicações,
integrado no âmbito da Semana da
Banda Larga. Falou de cinco megaten-
dências (ver Computadores de 9-2-2004),
a última das quais foi o “spam” (ou E-
mail não desejado) e uma proposta para
o combater pela penalização financeira
dos “spammers” — à semelhança do que,
em Janeiro, Bill Gates, da Microsoft,
propusera na cimeira de Davos (onde
Liikanen participou) e, antes dos dois,
o fizera a Coreia do Sul.
Em Lisboa, o comissário foi ques-
tionado sobre a vontade de lançar um
imposto sobre o “spam” e para onde iria
esse dinheiro. Após um momento de
silêncio, a resposta negou tal intenção.
No final do evento, voltou a reafirmar
a Computadores que não
se trata de um imposto PEDRO
mas de diminuir a praga
do “spam”. À pergunta sobre o falhanço
das leis sobre esta matéria na União
Europeia (directiva sobre Privacidade e
Comunicações Electrónicas, por exem-
plo) e nos EUA (o “Can-Spam Act”, que
vigora desde o início do ano), afirmou
ser necessário que “as empresas desen-
volvam ‘software’ que torne o ‘spam’
dispendioso”.
No dia seguinte, na conferência
sobre banda larga, Liikanen retornou
à mesma questão: a legislação existe
mas “não é suficiente”, as autoridades
competentes nos Estados-membros
“necessitam de recursos para efectiva-
mente detectarem os ‘spammers’ e os
acusarem” judicialmente — e lembrou o
“workshop” da OCDE sobre “spam”, rea-
lizado em Bruxelas dois dias antes, onde
advogara a adopção de “legislação efec-
tiva”, a nível nacional e internacional,
ou a promoção de soluções tecnológicas,
porque “a investigação na economia da
tecnologia usada é também importante
para entender os modelos de negócio do
‘spamming’ e considerar a criação de
desincentivos económicos” ao mesmo.
A ideia de taxar algumas actividades
na Internet não é nova. É um modelo
económico que interessa aos fornece-
dores de acesso, que assim poderiam
cobrar, por exemplo, uma percentagem
por cada “mail” enviado. Claro que há
logo quem diga que, nesse processo, os
Estados também iriam querer uma fatia
(no âmbito do IVA das comunicações, por
exemplo), pelo que, na realidade, se esta-
ria a falar de um imposto não assumido.
O assunto voltou à ribalta quando a
Microsoft e a Yahoo! pegaram na ideia
de existir um “selo electrónico” para as
comunicações electrónicas. Esta tarifa,
taxa ou o que se quiser chamar-lhe, iria
desincentivar os “spammers” de enviar
milhares de “mails”, que entopem as
dica
Como lidar com os
metadados no Word (5)
Para concluir o levantamento dos tipos de
metadados incluídos nos documentos do Word,
vamos nesta semana ver como é que o programa
armazena as informações pessoais. Estes dados
incluem desde informações sobre o autor (ou
autores) do documento até — se o utilizador o
entender — informações sobre a empresa em
que o utilizador está inserido.
Quando se instala o Office, é pedido, a certa
altura, o nome de utilizador e as respectivas
iniciais. Esta informação é armazenada e utili-
zada por todos os programas do pacote, sendo
anexadas a todos os documentos criados pelos
respectivos programas.
Para remover as informações pessoais quando se
grava um documento do Word, o melhor método
é configurar o programa para que, automati-
camente, esses dados não sejam incluídos no
documento. Para isso, escolhe-se o comando
Opções no menu Ferramentas e, no separador
Segurança, clica-se em Remover as Informações
Pessoais deste Ficheiro ao Guardar para activar a
opção, na área Opções de Privacidade. A seguir,
faz-se OK para gravar e fechar a janela.
caixas de correio electrónico. e que este diminuíra em mais de 70 por Para remover manualmente as informações
Sendo uma tarifa mínima — um cên- cento na sua organização. pessoais dos documentos do Word, na mesma
timo por “mail”, por exemplo —, não seria Quando muitos defendem não haver
penoso para os utilizadores em geral, que nada “grátis” na Internet, a proposta da
enviam poucas mensagens, mas tornar- Microsoft ou da Yahoo! não foi, mesmo
se-ia financeiramente pesado para os assim, muito bem recebida. David
“spammers”, que esperam ter uma em Farber, da Carnegie Mellon University e
cada 100 ou 1000 respostas que pague autor de uma “mailing list” sobre tecnolo-
todo o investimento feito nestas comu- gia e política enviada a 30 mil assinantes,
nicações. recusa o modelo, tendo afirmado ao “New
Em Davos, Gates declarou que o York Times” que se trata de um sistema
“spam” não será um problema dentro complexo e obriga utilizadores cujos
de dois anos, porque as pessoas serão intuitos não são comerciais a pagarem
obrigadas a pagar pelo envio de “mails” e — e suspeita que “o custo do selo será
a Yahoo! está a analisar a pequeno de início, mas rapidamente irá
FONSECA fiabilidade dos selos elec- aumentar”.
trónicos com a tecnologia Linda Beck, vice-presidente exe-
da Goodmail (ver caixa), que cobra aos cutiva da EarthLink, um fornecedor
remetentes de muitas mensagens. A de acesso à Internet, concorda que
ideia deste selo não é nova: em Agosto deverá haver uma “responsabilidade
último, Jaewoong Lee, dirigente da financeira” para os autores do envio
comunidade electrónica sul-coreana de “mails” em grande quantidade;
Daum, afirmou que ele seria “o mais mas que a troca de correspondência janela Opções, no separador Informações
eficiente” meio para resolver o problema electrónica entre privados deverá per- do Utilizador, substitui-se os dados contidos
do “spam” ( www.apcauce.org/meetings/ manecer gratuita. O problema será o nos campos Nome e Iniciais por espaços (ver
030825/proceedings/Jaewoong_Lee.pdf ) de distinguir as duas versões. ● imagem). Se não se puser nenhum carácter, de
cada vez que se abre o Word, é pedido que se
introduza os dados; já o campo Endereço para
Utilizadores ou ‘spammers’: Correio pode ficar sem nada. Depois de guar-
quem pagará pelo E-mail? dar as alterações, todos os novos documentos
criados no programa passarão a não incluir as
Um dos modelos propostos por Bill Gates na recente conferência de Davos foi o informações pessoais.
de o receptor aceitar ou recusar a mensagem, sujeitando assim o emissor a pagar Outro tipo de informação que se poderá não
pelas mensagens não aceites. Os problemas práticos gerados por esta situação querer divulgar é a informação pessoal do
também não são fáceis de resolver: por exemplo, quando se envia um postal Sumário. Um dos caminhos para a remover de
electrónico e o receptor não o quer, por desconhecer o remetente, será a empresa um documento é através da janela das Proprie-
criadora do postal a suportar o custo financeiro da recusa. dades do mesmo (comando Propriedades do
No caso do Goodmail, este modelo é contornado, porque alguns programadores menu Ficheiro). Aí, nos separadores Sumário,
“preparam” computadores pessoais para serem usados como plataforma de envio Estatísticas, Conteúdo e Personalizar, surgem
de “spam”, o que acabaria por não penalizar os “spammers”. informações como o nome do Autor, do Gestor
“Olhe-se para o dinheiro”, salientava à revista “Wired” Paul Graham, criador de uma ou da Empresa que podem ser removidos.
técnica para filtrar o “spam”.“O medo de ser processado judicialmente fará os O Word também armazena os nomes das últimas
anunciantes assustarem o ‘spammer’.” Ou atente-se nas empresas de cartões de dez pessoas que trabalharam num documento. Isto
crédito, onde as transacções são efectuadas, reforça Graham. é o resultado de uma configuração automática do
Mas os olhares estão virados para o utilizador. Nos EUA, 19 estados têm já alíneas programa, que não pode ser desactivada (embora,
específicas nos formulários de declaração dos impostos pessoais para tentar no Word do Office 2003, este tipo de informação já
cobrar algo dos 10 mil milhões de dólares em impostos perdidos pelas aquisições não seja guardada). A única solução para eliminar
electrónicas — revelava na semana passada o diário “USA Today”. essa informação é apagá-la, o que pode ser feito
Também nessa semana, quatro senadores conseguiram impedir uma moratória de através de um dos seguintes dois métodos.
1998 (com fim marcado para Novembro de 2003) em que se impunham impostos O primeiro é gravar o documento num for-
mais elevados para todos os serviços de acesso à Internet. Trata-se de uma falsa mato que não retenha esse tipo de informa-
derrogação, explicava a CNet, porque os estados vão poder cobrar impostos desde ção — como, por exemplo, os formatos RTF e
Novembro até ao momento em que o Presidente Bush assinar o documento. HTML. Depois, pode-se voltar a abrir o ficheiro
A questão é sempre a mesma: porque há-de a actividade da Internet não ser e gravá-lo de novo no formato do Word.
sujeita a impostos? Como afirma explicitamente Dave McClure, presidente da O outro método é criar um novo documento e inse-
Internet Industry Association, quanto ao seu país, “com os EUA posicionados em rir aí o conteúdo do documento original através do
oitavo lugar atrás de outros países no desenvolvimento da banda larga”, esta lei comando Ficheiro do menu Inserir; a seguir, esco-
“é uma tanga”, porque “abre a porta a milhões de dólares em novos, múltiplos lhe-se a opção Remover as Informações Pessoais
e discriminatórios impostos sobre a Internet”: “Não é do que os americanos deste Ficheiro ao Guardar. ● JOSÉ DOUTIL
precisam” para aumentar “a sua economia e crescimento futuro”. Nem os europeus,
como deixou entender o comissário Liikanen na sua passagem por Lisboa… ● P.F.
S E G U N D A - F E I R A . 1 6 . F E V E R E I R O . 2 0 0 4 computadores .5
 virose
Dia 16

OS VÍRUS DA SEMANA
W97M/Akuma, W97M/Cash,
Na esteira do MyDoom W97M/Alamat, XM/Laroux.IC,
W97M/Cobra.a1, WM/
ERASER.H, WM/Concept.F;G;J,
A semana que passou viu surgir uma série de Na sequência deste “worm” surgiu uma sua este que é executado automaticamente, criando WM/Eraser.A:Tw, Tribute.A;B,
“worms” que tentam, de algum modo, tirar par- variante, a B, muito semelhante à original. A maior um outro ficheiro, com o nome Svchost.exe, que W97M/Yous
tido da enorme quantidade de computadores diferença é que não deixa a cópia do MyDoom no contém uma cópia do Nachi.B.
que foram inicialmente infectados pelo MyDoom, computador infectado. Também o DoomHunter.A pretende “limpar” o Dia 17
nas suas duas versões. O primeiro a surgir chama- MyDoom e também o Blaster e o Doomjuice. Ele W97M/Yous, Acid.A (intended),
se Doomjuice.A e, contrariamente ao MyDoom entra nos computadores usando a porta 3127 WM/Eraser.A:Tw, W97M/
Vírus que ‘limpam’ o MyDoom e Jackal.A, W97M/Cobra.a1,
— que era um “worm” de distribuição em massa aberta pelo MyDoom e cria um ficheiro com o
outros W32/Mypics.worm.25600,
por E-mail —, propaga-se através da Internet, nome Worm.exe. Se detecta algum dos “worms” VBS/Mantie.ow, W97M/Serpent,
procurando endereços de IP que apresentem a referidos, apaga-os; ao mesmo tempo, tenta res- W97M/Alamat, W97M/Akuma
porta 3127 aberta pelo MyDoom. A capacidade de Outro “worm” desta leva, surgido na semana pas- ponder às solicitações feitas por computadores
propagação do Doomjuice.A depende,portanto,da sada, foi a variante B do Nachi, que, no passado que tentem comunicar através daquela porta, Dia 18
quantidade de PC ainda infectados pelo Mydoom.A, mês de Agosto, assolou os computadores de todo enviando uma cópia para eles. W97M/Akuma, W97M/Alamat,
ou seja, que não foram limpos do vírus. o mundo. À semelhança do original, esta variante Outros “worms” que apareceram a explorar a VBS/SWVK.ow.gen, W97M/
O Doomjuice.A, quando infecta um computador, tenta convencer os utilizadores de que serve para epidemia do MyDoom foram o Deadhat.B e o Chameleon.a, W97M/Cobra.a1,
WM/Eraser.A:Tw, W97M/Yous
remove o MyDoom do sistema (nas suas duas “limpar” de vírus o computador — neste caso, do Mitglieder.A. O primeiro é uma versão melhorada
variantes, A e B) para que mais ninguém possa MyDoom. do original, surgido na semana anterior. Para se Dia 19
tirar partido da abertura da porta 3127. Mas, ao Apesar de ele, de facto, desinstalar aqueles propagar, ele utiliza a porta aberta pelo MyDoom W97M/Yous, W97M/Assilem.H,
mesmo tempo, também guarda no PC uma cópia “worms”, tem como objectivo propagar-se através mas também o programa de partilha de ficheiros W95/Firkin.worm, WM/Eraser.A:
do código do Mydoom.A como um ficheiro com- da Internet aproveitando algumas falhas de segu- SoulSeek. Tw, Tribute.A;B, W97M/Cobra.a1,
primido. Esta é uma das razões que leva alguns rança do Windows — procurando computadores Quando infecta um PC, cria uma cópia de si próprio W97M/Alamat, W97M/Nebo
analistas a considerar que o autor destes dois com as portas TCP 80, 135 e 445 desprotegi- com o nome Msgsvr32.exe e gera vários ficheiros
Dia 20
“worms” seria uma e a mesma pessoa. das. Quando encontra algum, descar- (com nomes variáveis) na pasta de partilha do
VBS/Zync, W97M/Alamat,
O principal objectivo do Doomjuice.A é, contudo, rega para ele uma sua cópia, a que dá SoulSeek se ela existir. A seguir, fecha todos os pro- W97M/Cobra.a1, X97M/
desencadear um ataque do tipo “denial of service” o nome WskPatch.exe — ficheiro cessos relacionados com o MyDoom que estejam Hopper.r, W97M/Mck.e,
(DoS) contra o sítio da Microsoft na Web.Este ataque em curso, bem como de programas antivírus VBS/Loveletter.ar, X97M/Anis,
estava programado para ser iniciado lentamente ou de segurança. Em certas circunstâncias, W97M/Erab, VBS/Count, VBS/
antes do dia 12 de Fevereiro (a passada quinta-feira), poderá apagar ficheiros essenciais do sistema Baracu.A@mm, WM/Eraser.A:
devendo passar a“bombardeamento”cons- e ligar-se a um canal de IRC para ficar à espera de Tw, WM/MDMA.C;D;H, Gurre.A,
AOS.A, W32/Urick@MM, VBS/
tante depois daquela data. comandos do seu criador para levar a cabo acções
Gaggle@MM, JS/Gigger.a@MM,
de intrusão. W97M/Yous, W97M/Bablas.aj
O Mitglieder.A usa o
mesmo método de Dia 21
entrada e também está W97M/Yous, WM/MDMA.C;D;H,
concebido para terminar W97M/Cobra.a1, W97M/Alamat,
processos de aplicações W97M/Opey.bg
em execução. Ele copia-se
Dia 22
a si próprio para a pasta VBS/Alphae, W97M/Alamat,
do sistema com o nome W97M/Cobra.a1, WM/
System.exe. ● JOSÉ DOUTIL MDMA.C;D;H, W97M/Yous

computadores .6 S E G U N D A - F E I R A . 1 6 . F E V E R E I R O . 2 0 0 4
 LEXMARK TROUXE A LISBOA A SUA CONFERÊNCIA EUROPEIA ANUAL

Multifunções e sempre cores

N
OVAS IMPRESSORAS da Lexmark
para a casa ou para o escri-
tório, dos modelos de entrada
de gama aos multifunções, vão
chegar ao mercado em Abril. A
Lexmark apresentou os novos equipamen-
tos na semana passada, no seu proverbial
evento europeu, desta vez realizado em
Lisboa. Levar a cor a
todos os tipos de utiliza- ISABEL GORJÃO SANTOS
dores e apresentar uma
oferta ampla e adequada aos vários tipos
de utilização continua a ser o objectivo da
Lexmark.
O catálogo será renovado com dez novos
modelos, quase todos disponíveis ao longo
dos próximos dois meses e com funcionali-
dades e preços adequados às mais diferentes
necessidades no que se refere à impressão
ou, nalguns casos, à digitalização e cópia de dpi na impressão mas o digitalizador de 48
documentos ou envio de faxes.
Um dos novos modelos da Lexmark é o
X5250. Com funções de impressora, copia-
dora e digitalizador, este modelo permite
imprimir documentos ou fotografias, a cores
ou em modo monocromático. Uma das prin-
cipais características deste equipamento
está no facto de poder copiar ou digitalizar
documentos isoladamente, sem estar ligada
a um computador pessoal.
Segundo o fabricante, a X5250 imprime
a uma velocidade de 14 páginas por minuto
(ppm), a cores, ou 20 páginas em modo mono-
cromático. A resolução máxima deste equipa-
mento é de 4800 x 1200 pontos por polegada
(“dot per inch” ou dpi). Uma fotografia de 10
por 15 centímetros, por exemplo, pode ser
Para quem pretender um equipamento
multifuncional mas não quiser investir num
modelo de topo de gama, a Lexmark apre-
sentou a X1180. Trata-se de uma impressora
com funções de copiadora e digitalizador com
preço em torno dos 99 euros. A sua resolução
máxima é de 4800 x 1200 dpi na impressão ou
de 600 x 1200 dpi no que se refere ao digita-
lizador. A velocidade de
impressão da Z615 é de
14 páginas por minuto
ou 8 páginas quando se usa cor. Quando
usado como copiadora, a produção deste
modelo é de 5 ou 13 páginas por minuto,
com ou sem cor, respectivamente.
Igualmente multifuncional é a X2250,
que também não necessita de estar ligada ao
PC para que possa fazer cópias de documen-
tos. A resolução máxima é de 4800 x 1200
bits proporciona apenas 600 x 1200 dpi de
resolução. O preço recomendado para esta
impressora é 129 euros.
máxima do F4270 é de 4800 x 1200 dpi, impri-
mindo este modelo 19 páginas por minuto em
modo monocromático e 10 páginas a cores.
Quanto ao preço, rondará os 199 euros.
Ainda no que se refere a soluções profis-
sionais, para escritórios ou utilizadores com
grandes volumes de trabalho, a Lexmark apre-
sentou o X6150, equipamento que, tal como os
anteriores, executa as funções de impressora,
digitalizador, copiadora e fax. A resolução
máxima deste modelo é de 4800 x 1200 dpi, a
velocidade de impressão é de 19 ou 15 páginas
por minuto (com ou sem cor, respectivamente),
e o preço rondará os 229 euros.
No topo desta gama de impressoras
encontra-se o X6170. A resolução máxima
Também multifuncional mas com a capaci- e a velocidade de impressão são idênticas
dade de enviar e receber faxes — ao contrário às do X6150 mas este modelo está já dispo-
dos modelos anteriores —, a X4250 é a proposta nível, integrando um suporte para cerca de
da Lexmark para os utilizadores profissionais. 50 páginas e custando 249 euros. ●
Este é, aliás, o primeiro equipamento da gama
destinada aos escritórios e a ser usado nas
empresas. Com 4800 x 1200 dpi de resolução
máxima, a X2250 imprime 19 páginas por
minuto em modo monocromático e 10 pági-
nas a cores, os faxes são enviados através
do modem de 33,6 Kbps e o preço rondará
os 179 euros.
O F4270 é o equipamento da Lex-
mark que mais se assemelha aos apa-
relhos de fax convencionais e que, para
além disso, integra um telefone. Ou
seja, este é o equipamento que permite
imprimir, copiar e digitalizar documentos,
enviar ou receber faxes sem estar ligado
ao computador e ainda efectuar e rece-
ber chamadas telefónicas. A resolução

Imprimir ou não, eis a questão

impressa, neste equipamento, em 32 segun-
dos. A X5250 pode ser utilizada com qualquer
computador que possua os sistemas operativos
desde o Windows 98 ao Mac OS 10.1.5, bem
como todas as versões intermédias. A memória
RAM deverá ser, pelo menos, de 128 MB, e no
disco rígido terá de haver um espaço livre de
500 MB. Esta máquina estará disponível por
um preço recomendado de 149 euros.
A Lexmark apresentou também a Z815,
uma impressora de jacto de tinta indicada
para o uso doméstico. Este modelo imprime
14 páginas a cores por minuto ou 20 páginas
em modo monocromático. A sua resolução
máxima é de 4800 x 1200 dpi, o que permite
imprimir fotografias. Também disponível em
Abril, a Z815 custará cerca de 99 euros.
Nos modelos de entrada de gama, a Lex-
mark vai lançar a Z515, uma impressora para
quem não tem um grande volume de docu-
mentos a imprimir ou não necessita de uma
qualidade excepcional. Imprimir os trabalhos
de casa, um relatório, umas páginas na Inter-
net é o tipo de funções para que este modelo se
destina. A resolução máxima é de 4800 x 1200
dpi, a velocidade é de 12 páginas por minuto
em modo monocromático e 7 páginas a cores,
e o preço recomendado é 39 euros. O modelo a
seguir é a Z615, com uma velocidade de impres-
são superior (14 páginas em modo monocro-
mático e 8 páginas a cores, por minuto). A
resolução máxima é também 4800 x 1200 dpi
e o preço deverá rondar os 59 euros.
A Lexmark trouxe a Lisboa algumas das suas figuras de proa, como Paul
Curlander, presidente e“chief executive officer”(CEO) da empresa, e Najib
Bahous, vice-presidente e responsável pela divisão de impressoras para o
consumo. Mas trouxe também um excepcional comunicador, de seu nome
Joe DiVanna, que se apresenta como“futurista”mas ensaiou um conjunto de
reflexões sobre o passado — em particular, do papel e da relação do homem
com ele e com a escrita — não só para tentar antever o futuro da impressão
mas igualmente para explicar porque é que, hoje, apesar da multiplicação da
informação em formato electrónico e digital, se imprime cada vez mais papel.
Confesso adepto e praticante da leitura, Joe DiVanna adoptou uma tripla
abordagem daquela questão, assente noutros tantos pontos de vista: da
história e do comportamento social, da tecnologia e da actividade económica.
Estudioso da história, Joe DiVanna referiu diversos factos marcantes
ou curiosos da longa pré-história do papel e da palavra escrita, como
a explicação da origem do formato do tipo A4 moderno: é que estas
medidas eram,“grosso modo”,as dimensões da oitava parte em que era
dividida a pele de uma ovelha quando, na Antiguidade, era tratada e
cortada para servir de suporte à escrita.
Mas uma das mais interessantes das suas divagações pela história terá
sido o facto de a difusão da palavra escrita estar intimamente associada
à transição da Idade Média para o Renascimento que se lhe seguiu: antes,
os compromissos e os acordos eram selados pela palavra entre dois
homens e pelo correspondente aperto de mão. Depois, eles passaram a
ser estabelecidos com base num texto por ambos subscrito com valor
de contrato vinculativo das pessoas em causa — ou seja, a palavra escrita
substituiu a palavra dita para efeitos vinculativos.
Outro aspecto notável da intervenção de DiVanna foi a sua explicação
para a necessidade crescente das sociedades recorrerem aos documentos
impressos — à medida que o conhecimento deixava de ser exclusivo de
grupos fechados como o dos artesãos e das suas corporações (ou guildas)
e passava, no seu aprofundamento e diversificação, a ser pertença de
conjuntos mais diversificados de profissionais e especialistas.
Quando, na Idade Média, um arquitecto pedia a um pedreiro que construísse
uma parede, não precisava de fazer uma planta: os pormenores técnicos
para o levantamento da parede pertenciam ao património (transmitido) de
conhecimentos do mestre pedreiro — ou “maçon” — e este trataria de a pôr
de pé. Ao arquitecto restava o preocupar-se com os aspectos ornamentais e
estéticos complementares, de acordo com os requisitos e a imaginação do
senhor feudal ou do clérigo promotor da obra.
Hoje, embora também já em formato electrónico, não há obra possível
sem uma articulação precisa entre uma multidão de especialistas — dos
engenheiros disto e daquilo aos arquitectos, dos executantes das obras
aos fornecedores de equipamentos e materiais —, com tudo a ser vertido
numa planta cada vez mais complexa no seu conjunto.
Muito depois viria a máquina de escrever, que, para DiVanna, não constituiu
em si mesma um instrumento de grande produtividade até ao momento em
que se difundiu o uso do chamado“papel químico”,que passou a permitir a
produção de várias cópias do mesmo documento numa mesma operação.
E os ganhos de produtividade voltaram a estar na ordem do dia com
o aparecimento das primeiras máquinas de processamento de texto
— surgidas entre os anos 60 e os anos 80 —, essas sim um impulso
formidável na produtividade de quem tinha de redigir grandes volumes
de informação, podendo alterá-la, recompô-la e corrigi-la sem ter que
reescrever grandes nacos de texto nem amachucar e deitar folhas de
papel para o lixo para voltar ao princípio (ou quase).
Estas máquinas de processamento de texto eram já pequenos
computadores e, por isso, abriram, nos anos 80, o caminho à concepção
e fabrico dos primeiros computadores pessoais enquanto máquinas
capazes de correrem aplicações de natureza mais variada e tendentes a
um uso mais diversificado — como as folhas de cálculo, as linguagens
de programação para o desenvolvimento de novos programas e mesmo
processadores de texto mais e mais sofisticados.
Assistiu-se, então, à explosão das necessidades de passar ao papel os textos
e outros documentos assim produzidos — numa palavra, de imprimir
informação. Esta escalada só pareceu abrandar com a irrupção, nos anos 90, da
Internet e do correio electrónico, que pareceram tornar dispensável o recurso
ao papel para que as pessoas trocassem informação ou documentos.
Puro engano: se, por um lado, se passou a trocar menos cartas e a guardar
mais informação em formato electrónico, a verdade é que o acesso a
quantidades nunca vistas de informação (graças à Internet mas não só)
levou as pessoas a imprimirem cada vez mais papel, embora de forma
crescentemente selectiva, e a produzirem cada vez mais conteúdos
digitais que também não dispensam a passagem ao papel — e de que as
fotografias digitais são um bom exemplo.
É que, como Joe DiVanna sublinhou, o papel tem uma natureza mais táctil
que qualquer outro suporte, proporciona a mais elevada versatilidade no
seu uso, é mais fiável (porque menos volátil que os suportes electrónicos),
é barato, fácil de usar, não implica processos de migração nas organizações
e nos hábitos individuais, e, muitas vezes, no que toca à Internet, a
impressão de um conteúdo encontrado — muitas vezes, arduamente — é
a melhor garantia de que ele não virá a perder-se.
E o futurista concluiria, mais adiante, a sua intervenção com uma observação
pertinente: porque é que as nossas sociedades — que dispõem como nunca
de tecnologias para a codificação, consolidação e correlação de mais dados
e informação digitalmente disponível — imprimem cada vez mais papel?
Simplesmente porque podem! ● RUI JORGE CRUZ

S E G U N D A - F E I R A . 1 6 . F E V E R E I R O . 2 0 0 4 computadores .7
 WEBMANIA

A s experiências de crescimento e desenvolvimento eco-

nómico dos países mais pobres levam já décadas, mal
sucedidas em demasiados casos. O hiato entre países ricos
e pobres continua a aumentar freneticamente, e são poucas
as economias que conseguem inverter a tendência geral. A
crítica às instituições mundiais que foram incumbidas, no

O BEIJO
século passado, de combater a pobreza e aumentar o bem-
estar dos povos adensa-se com os falhanços verificados.
Esta página é um misto de paródia e de informação séria
sobre a actividade do Banco Mundial: apresenta dados e
informações sobre várias áreas de intervenção do Banco
Mundial, incluindo protocolos e acordos. O ciclo vicioso da
dívida externa dos países em desenvolvimento é, assim,
apresentado com ironia através de um jogo de empréstimo
e cobrança de dívidas que tem piada levar até ao fim… se é
que este jogo tem fim! ● mulher.aranha@publico.pt

www.whirledbank.org

W
WEBBMMAANNI IAA
www.imyj.com www.eurovelo.org www.gallica.bnf.fr www.solidaritynetword.org

S e gosta de literatura francesa, eis

que talvez tenha encontrado um
pequeno paraíso. De Beauvoir a Your-
cenar, de Dumas a Balzac, pode encon-

G osta de andar de bicicleta? Mas

é dos que gosta e domina a
máquina ou é dos que gosta mas só
consegue conduzi-la em linha recta e
em locais planos? Há ainda a variante
dos que dispensam as mudanças e os
que, dadas as inclinações em que se
trar quase de tudo. De nome “Gallica,
la bibliothèque numérique». Parte
da Bibliothèque Nationale de France
constitui um dos espólios mais ricos da
literatura francesa. Nesta página, pode-
se pesquisar, descobrir autores e textos,
folhear “dossiers” sobre variados temas.
N esta era da globalização, pessoas,
organizações e movimentos
viram-se a braços com a necessidade

D esenhos. Trabalhos de arte. Peças

de criação e desenvolvimento de
estilo. Ou estilos quando a versatilidade
é marca do artista. Esta é mais uma
página de apresentação de produção
artística individual, uma curiosidade
colorida e riscada. Basit Khan vem de
Singapura e apresenta aqui os seus
trabalhos de ilustração gráfica, de dese-
nho na Internet, entre outras vertentes.
A dar uma espreitadela para encher o
olho de arrojo e moda. ●
aventuram, sempre acham por bem
poupar-se um pouco. Dos passeios
para ir comprar o pão às viagens
internacionais, pode-se encontrar
aqui as mais diversas distâncias,
motivações e exigências físicas. Este
Pode, assim, dedicar umas horas a, atra-
vés da Internet, alargar os seus horizon-
tes culturais e aprender um pouco mais
sobre o seu autor favorito! ●
de se organizar também a nível global.
A informação circula cada vez mais
rapidamente e em maior quantidade. A
oferta busca mais procura e a procura
busca mais oferta. A Solidarity-Network
é uma rede internacional de tradução
voluntária, entre outras actividades.
Surgida no âmbito do Fórum Social
Mundial, em 2001, este grupo decidiu
constituir-se como plataforma de
trabalho internacional em actividade
permanente, para apoio a organizações
sociais, humanitárias ou ecológicas que
lutem por um mundo mais “justo e
equilibrado”. ●

é o sítio do Eurovelo-The European

Cycle Route Network, um projecto
da Federação Europeia de Ciclistas
para desenvolver 12 rotas de longa
distância na Europa e fomentar a prá-
tica do ciclismo. Para os que dominam
ou ainda têm esperança de conseguir
virar o guiador sem cair. ●

www.amicidellaterra.it

O respeito pelo meio ambiente e a preservação da Natureza continuam a ser batalhas

não ganhas, nem mesmo do ponto de vista educacional. A aposta na informação e na
valorização do que é de todos multiplica-se em diversas frentes. A Amici della Terra é uma
associação ambientalista, com fins não lucrativos e de utilidade social, de âmbito nacional
e internacional, que desenvolve trabalho no sentido de encontrar um equilíbrio justo e
sustentável entre a actividade humana e o ambiente. “Sucursal” italiana da Friends of the
Earth International, apresenta uma página cheia de actividades. ●

computadores .8 S E G U N D A - F E I R A . 1 6 . F E V E R E I R O . 2 0 0 4
 PRIMEIRO ANO DE ACTIVIDADE MARC ADO PELA FALTA DE PRODUTIVIDADE NA ‘ TASK FORCE’

Portugal abaixo das

expectativas no IPv6
P
RÓXIMO DE COMEMORAR o seu actividades pensadas. Arranjámos, antes,
primeiro aniversário de activi- uma janela de tempo, que, na altura, era de
dade, iniciada oficialmente a 25 um ano; mas, como as pessoas não partici-
de Fevereiro de 2003, o grupo de pam, as coisas também não andam.”
trabalho nacional para a promo- Mas nem tudo ficou por fazer. Até ao
ção e implantação do futuro protocolo de final deste mês, o grupo de trabalho da
funcionamento da Internet — o chamado Administração e Boas Práticas deverá
IP v6 — parece ter perdido parte do entu- cumprir a sua missão
siasmo que marcou a sua formação. José inicial. No âmbito da
Fernandes, coordenador do grupo de tra- administração dos
balho em Portugal, é o primeiro a mostrar sistemas de rede,
a sua insatisfação quanto aos resultados o grupo ultima
alcançados neste primeiro ano de tra- um documento
balho, afirmando que as coisas ficaram de aconselha-
muito aquém do esperado. mento sobre a
Os problemas começam logo no número migração para
de pessoas envolvidas nos trabalhos da “task o novo protocolo
force” — “muito poucas”, segundo o seu coor- da Internet, que
denador. “Neste momento, o número real das depois será dispo-
pessoas que trabalham efectivamente é muito nibilizado no “site”
reduzido, embora, na reunião de arranque da da “task force”, para que
‘task force’, tivéssemos mais de 200 presentes, possa ser consultado pelas empresas
que disseram ter vontade de participar.” e outras entidades interessadas.
Para atender aos objectivos do IPv6 em O grupo da Mobilidade também fez
áreas mais específicas, em Julho de 2003, alguns avanços “mas ainda não existem
a “task force” portuguesa optou por dividir quaisquer relatórios”, diz o coordenador
os seus membros por diferentes grupos de da “task force” nacional. As actividades dos
trabalho — em áreas como Administração grupos de trabalho são continuadas e estabe-
e Boas Práticas, Mobilidade, Operação de lecidas para o curto prazo, e, por isso, ainda
Backbone e Acessos, Redes Locais e Aplica- há muito por fazer até que o IPv6 seja uma
ções e Formação e Divulgação —, que defini- realidade no país. “A missão da ‘task force’
riam especificidades e tarefas próprias. só estará concluída quando o mercado, por
Esta foi uma das vertentes onde, para si próprio, começar a funcionar e as coisas a
José Fernandes, houve falta de dinâmica acontecerem”, esclarece José Fernandes.
e as coisas não correram como esperado: A falta de produtividade da “task force”
“Temos pessoas com valor mas gostaria de para o IPv6 não é um problema exclusivo de
ver delas um pouco mais de Portugal: parece ser um “mal
dedicação. Não basta acordar PAT R Í C I A C A L É geral”, segundo o coordenador
um conjunto de pontos numa / Casa dos Bits do grupo de trabalho nacio-
qualquer reunião e depois ficar nal, que afirma ser comum
parado à espera que as coisas aconteçam”, encontrar casos idênticos nos restantes
acrescentando que gostaria de ver mais países da União Europeia. Pelo contrário,
produtividade. “No princípio, não houve a a França — onde até se estabeleceram “task
preocupação de calendarizar o conjunto de forces” a nível local — seria um exemplo a
seguir. Para José Fernandes, as coisas neste
país têm corrido melhor porque o grupo tem
na sua liderança a 6Wind, um fabricante de
equipamentos de rede para IPv6, que tem,
por isso, todas as motivações para fomentar
a adopção do protocolo.
José Fernandes considera que a
Europa padece, no
geral, de alguma falta
de pragmatismo
quanto à acção,
e m b o r a
reconheça a
importância
do IPv6.
Nalguns
países da
Ásia, como o
Japão, os tra-
balhos vão muito
mais adiantados em
termos de implantação do
protocolo e até quanto ao desenvolvimento de
equipamentos para IPv6 destinados à área
de consumo — mas tal explica-se porque, aí,
os recursos de endereçamento já eram muito
reduzidos para a multidão de utilizadores:
“Tem a ver com a necessidade.” “Entre nós,
há a tendência para pensar que ainda temos
muito tempo para fazer as coisas e, depois,
acabamos por deixar tudo para a última
hora, o que complica as coisas em termos do
volume de investimento necessário.”
Mas não foi só a falta de produtividade
da “task force” neste seu primeiro ano de
funcionamento que condicionou a intro-
dução do novo protocolo da Internet em
Portugal. O mercado empresarial também
mostrou alguma relutância face à mudança
devido à “visão mercantilista” que o carac-
teriza: “O IPv6 não é algo que se implante
hoje para que amanhã se possa facturar
mais não sei quantos por cento por causa
disso. Como os ganhos não são imediatos,
há muita relutância em aceitar a mudança
para o novo protocolo.”
Para tentar estimular mais o curso
dos acontecimentos, a “task force” nacio-
nal pretende pôr a funcionar “no terreno”
alguns projectos-piloto (com universidades,
por exemplo), que depois poderão servir de
exemplo numa abordagem do mercado,
mostrando os benefícios da experiência. A
Faculdade de Engenharia do Porto e a Uni-
versidade de Évora já fizeram progressos
nesse sentido.
Recentemente, foi dado um outro passo
para a adopção do IPv6 em Portugal com a
publicação do concurso para a migração das
ligações à Internet para a Banda Larga em
todas as escolas nacionais do ensino básico e
secundário, onde foi imposto como requisito
à participação das entidades interessadas a
utilização de equipamentos que, em 2006,
possam já comutar para o IPv6.
Há também um factor impulsionador tec-
nológico que, segundo José Fernandes, poderá
vir a mudar no curto prazo a adopção do IPv6,
em Portugal e no resto do mundo, e que tem a
ver com a terceira geração móvel (o chamado
3G ou UMTS): “Um sistema multimédia a
sério implantado em 3G vai requerer o IPv6
e, nessa altura, não haverá volta a dar.”
A introdução da norma IPv6 virá resol-
ver também a escassez de endereços que se
antevê no actual protocolo de IP, sobretudo
com a massificação dos dispositivos electró-
nicos ligados à Internet — como os compu-
tadores de bolso, os telemóveis, as consolas
de jogos ou os dispositivos domésticos — e
com o surgimento de aplicações “always
on”, mas também com o crescimento do uso
da Internet em países com grandes massas
populacionais, como a China e a Índia. “É
verdade que ainda podemos viver algum
tempo com o IPv4. A questão está em saber
até quando, considerando que os requisitos
do futuro mundo ‘wireless’ são enormes.” ●

.com

Dell cresceu 18 por cento WeDo Consulting facturou Philips lucrou

no trimestre 20,8 milhões 598 milhões

As vendas da Dell no trimestre que ter-
minou a 30 de Janeiro foram de 11.500
milhões de dólares, o que representa
um crescimento de 18 por cento
quando comparado com o período
homólogo do ano anterior. Na totali-
dade do ano fiscal, as vendas da Dell
chegaram aos 41.400 milhões de dóla-
res, o que representa um lucro opera-
cional de 3500 milhões de dólares e
ganhos por acção de 1,01 dólares. O
último trimestre foi o melhor período
de sempre, para a Dell, o que os res-
ponsáveis da empresa justificam com
o facto de terem alcançado diversos
recordes: nas receitas, nas vendas, nos
lucros operacionais e nos dividendos.
As vendas de servidores PowerEdge,
por exemplo, aumentaram 40 por
cento neste trimestre face ao mesmo
período do ano anterior; na área do
armazenamento, o crescimento foi de
47 por cento. Em termos geográficos,
as vendas da Dell cresceram cerca de
20 por cento nos EUA e aproximada-
mente 30 por cento na Europa, Médio
Oriente e África (EMEA), bem como no
mercado asiático. ●
A WeDo Consulting, que actua na área
de sistemas de informação, anunciou
na passada semana os seus resultados
do ano fiscal de 2003. O volume de
receitas, na ordem dos 20,8 milhões de
euros, representa um crescimento de
5,2 por cento face ao mesmo período
de 2002. As encomendas aumentaram
8,1 por cento, para os 20,9 milhões de
euros. A WeDo Consulting registou
também algumas reduções de custos
(as despesas com pessoal diminuíram
3,2 por cento e as despesas correntes
foram reduzidas em 14,1 por cento),
traduzidas num aumento de 3,4
milhões de euros do “cash flow”. A
WeDo Consulting registou ainda um
aumento do EBITDA (indicador que
equivale aos ganhos antes de divi-
dendos, taxas, desvalorização e amor-
tizações) na ordem dos 1,9 milhões
de euros. Nas contas consolidadas da
empresa, verificou-se ainda um cresci-
mento de 4,4 por cento no volume de
encomendas, a melhoria do “cash flow”
em 1,7 milhões de euros e o decrés-
cimo de 15,5 por cento nas despesas
operativas. ●
A Philips apresentou os seus resulta-
dos financeiros do quarto trimestre
do ano fiscal de 2003, tendo alcançado
lucros na ordem dos 598 milhões de
euros — recuperação face ao mesmo
período do ano anterior, em que teve
um prejuízo de 1530 milhões de
euros. Na totalidade do ano de 2003, a
Philips obteve lucros líquidos de 695
milhões de euros, anunciou resulta-
dos operacionais de 488 milhões de
euros e um “cash flow” positivo de
2734 milhões de euros. O número de
colaboradores da empresa passou de
cerca de 170 mil, em 2002, para 164
mil em 2003. Neste último trimestre
de 2003, as vendas em volume cres-
ceram 1 por cento face ao mesmo
período do ano passado, facto que foi
influenciado pelo enfraquecimento
do dólar norte-americano e outras
moedas relacionadas (8 por cento) e
por vários desinvestimentos levados a
cabo em 2002 (1 por cento). As vendas
subiram, comparativamente, 10 por
cento, o que se deveu, sobretudo, às
áreas de semicondutores, electrónica
de consumo e sistemas médicos. ●

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 S H A R E WA R E FICHA

R-WIPE & CLEAN 3.0

A arrumação e a
limpeza do disco rígido Editor
Rui Jorge Cruz
Redactores, colaboradores

O
USO FREQUENTE do PC,
em especial no acesso
à Internet, gera nos
sistemas operativos
muitos ficheiros de
registo ou de memória temporária
que acabam por ocupar espaço em
disco e reduzem a “performance”.
Nos computadores com limitadas
capacidades de armazenamento
— ou seja, com discos rígidos de
menor capacidade —,o próprio sis-
tema operativo tem maior dificul-
dade em realizar as suas tarefas e
a máquina fica mais “pesada”, isto
é, demora mais tempo a executar
cada operação seleccionada pelo
utilizador. Para poder aprovei-
tar as potencialidades do PC ao
máximo, é importante que o com-
putador fique mais “leve”, ou seja,
o disco passe a ter espaço para as
necessidades do sistema operativo
(e também para as do utilizador).
As diferentes versões do
Microsoft Windows incluem fer-
ramentas que permitem limpar o
sistema informático dos ficheiros
que não são necessários — como as
aplicações já antigas e que não são ficam armazenados na pasta de
usadas, ficheiros de sistema obso- ficheiros temporários da Internet,
letos, ou lixo criado
pela navegação em NUNO BERNARDO
determinados sítios
da Web. Mas estas ferramentas
só entram em acção quando o
disco está quase cheio e funcio-
nam unicamente como alertas,
dizendo ao utilizador algo como
“Tens de limpar alguns ficheiros
para continuares a trabalhar”. E,
na maioria dos casos, estes avisos
surgem tarde demais, penalizando
o utilizador com a perda (total
ou parcial) do documento em que
estava a trabalhar.
Para manter o computador
sempre “afinado”, é importante
eliminar periodicamente do ter que se preocupar com proble-
disco os ficheiros ou programas
não utilizados. E, para tornar
esta operação mais produtiva, a
empresa R-Tools Technology criou
a aplicação R-Wipe & Clean, que
rapidamente entrou para o “top”
dos utilitários mais copiados da
Internet. O programa funciona
de forma muito simples: está
continuamente alerta a tudo o
que se passa no computador,
removendo ficheiros temporários
ou criados durante a instalação de
novos programas e que já não são
necessários, ou registos criados na
navegação pela Web.
O R-Wipe & Clean remove, por
exemplo, imagens e anúncios que
que não têm qualquer
utilidade mas que
ocupam espaço no
disco do PC — estando preparado
para detectar e remover automa-
ticamente até 50 tipos diferentes
de “lixo” informático, em especial
aquele associado a ficheiros tem-
porários ou ficheiros criados pelo
“browser” da Web.
Um dos pontos fortes do pro-
grama é o seu temporizador, que
permite ao utilizador programar
um procedimento de detecção e
remoção de ficheiros não deseja-
dos — o tal “lixo” — todos os dias
ou todas as semanas, evitando-lhe
mas como a falta de espaço em
disco. Esta operação pode correr
à noite, após o utilizador deixar o
seu PC, encarregando-se o R-Wipe
& Clean de desligar automati-
camente o computador após ter
executado todos os processos.
O produto da R-Tools Techno-
logy foi pensado para os utiliza-
dores menos esclarecidos quanto
às questões de ficheiros temporá-
rios, lixo informático, “cookies”,
“banners”, “pop ups” ou outros
chavões muito comuns. O pro-
grama tem, assim, no utilizador
doméstico o seu alvo preferencial,
procedendo a todas as operações
descritas sem que seja necessário
um grande processo de configu-
ração ou muitos conhecimentos
informáticos. Por isso, se começa
a achar que o seu PC está mais
lento, que demora mais a proces-
sar os seus programas e que está
constantemente a dar indicações
de que já lhe sobram poucos mega-
bytes livres no disco, e não sabe o
que fazer e como limpar o seu PC,
então o R-Wipe & Clean é para si.
O programa pretende cativar os
utilizadores com poucos conheci-
mentos e que pretendam soluções
rápidas e imediatas para os seus
problemas.
A partir de algumas dezenas
de configurações de base pré-
criadas, o utilizador do programa
pode escolher aquela ou aquelas
que mais se adequam ao seu tipo
de utilização e não mais terá de
se preocupar em apagar ficheiros
ou visualizar mensa-
gens de erro devido
à falta de espaço no
disco rígido. É só
copiar o programa da
Internet, instalá-lo,
definir um conjunto
mínimo de parâme-
tros e, nalguns minu-
tos, ficará com mais
espaço no disco e
sentirá o computador
“mais leve”. O Win-
dows poderá usar o
disco de uma forma
mais efectiva quando,
por exemplo, estiver
a usar aplicações multimédia ou a
trabalhar imagens mais pesadas.
O R-Wipe & Clean custa quase
30 euros, o preço praticado por
aplicações concorrentes, o que
poderá ser um grande entrave
à sua divulgação. No entanto, e
como se trata de uma ferramenta
de “shareware”, aconselha-se aos
utilizadores um teste gratuito
durante um mês (http://www.r-
wipe.com/) a fim de averiguar se
o programa se adequa às suas
necessidades e formas de traba-
lhar, e se consegue resolver alguns
dos problemas de desempenho de
que o PC dá mostras. Se o teste se
revelar positivo, o utilizador terá,
então, argumentos para proceder
ao registo do programa.
A nova versão do R-Wipe &
Clean é compatível com as prin-
cipais ferramentas de acesso à
Web, nomeadamente o Internet
Explorer, da Microsoft, o Nets-
cape, o AOL, o MSN, o Opera e o
Mozilla. ●
e cronistas
Ana Gerschenfeld, Ana Machado,
André Ruivo, António Granado,
Casa dos Bits, Fernando Santos,
Helena Viegas, Henrique Carreiro,
Henrique Saias, Isabel Gorjão
Santos, João Cruz, José Antunes,
José Doutil, Luís Félix, Miguel
Crespo, Nuno Bernardo, Paulo
Almeida, Pedro Fonseca, Rita
Cruz, Rita Hasse Ferreira
Secretariado
Paula Dias
Paginação
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Hugo Pinto, Jorge Guimarães
Projecto Gráfico & Designer
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para escolas e instituições de
solidariedade social. Preços
especiais para Macau, Timor, São
Tomé e Guiné. Os preços incluem
IVA à taxa legal em vigor.

S E G U N D A - F E I R A . 1 6 . F E V E R E I R O . 2 0 0 4 computadores .11
 JOGOS
Uma ‘cobóiada’ espacial
H
Á JOGOS que cativam pela sua
simplicidade — e “Chaser” é
um deles. Jogo de acção na pri-
meira pessoa (vulgo FPS para
os jogadores mais profissio-
nais), não tem nenhuma característica dis-
tintiva a não ser a sua imensa jogabilidade.
Num tempo em que a maioria dos jogos
aposta em mecânicas complexas, histó-
rias tortuosas e jogabilidade elaborada
— e com uma longa curva de
aprendizagem —, “Chaser” MIGUEL
adoptou o caminho oposto: a
mecânica está mais que provada e compro-
vada, a história é perfeitamente linear, os
objectivos quase que se adivinham.
O resultado é um jogo instintivo, que
se joga quase de olhos fechados (do ponto
de vista psicológico,
claro…) e com um
período de aprendi-
zagem próximo do
zero. Tudo o que é
norma no
computadores .12
‘CHASER’
género está presente em “Chaser”: as teclas
Título “Chaser”
e o uso do rato, a forma de abrir portas,
saltar, agachar, apanhar munições, escudos Estilo Acção 7 /10
ou armas são iguais a “milhões” de outros Plataforma PC
jogos. Daí que quem jogue ou tenha jogado Produtor JoWood
outros FPS comece a jogar à vontade em Distribuidor PlayGames
menos de cinco segundos. Edição Janeiro 2004
A história, organizada por missões com
objectivos simples, é linear, envolvente
q.b. e bem contada — ou seja, não chateia
e dá algum envolvimento. Mx950 ou Beretta M12, às pesadas AKS
CRESPO Do ponto de vista técnico, 74UN ou Colt M4, aos morteiros GDL2B ou
“Chaser” não deslumbra mas às telescópicas Val e M87R.
o seu motor gráfico proporciona bastante Igualmente interessante é a vertente
pormenor e fluidez, e a riqueza e a varie- multijogador, “on-line” ou em rede local.
dade dos cenários situa-se num nível “Chaser” permite confrontos animados,
médio. Já o som tem excelentes efeitos, nos clássicos modos Deathmatch, Team
superiores à música e muito às locuções, Deathmatch e Capture the Flag, e no algo
por vezes a soarem demasiado a falso. diferente Shocktroops, um jogo por equipas
O que causa um pouco de desilusão é a e por objectivos. Tudo isto porque os mapas
inteligência artificial (a chamada IA) dos são bem construídos e têm dimensão certa
adversários. Se a pontaria até é razoável para dar espaço aos jogadores, sem os obri-
— e, por vezes, parecem agir inteligente- gar a demorar séculos a encontrar outros. ●
mente; outras ficam como baratas tontas,
à espera de serem esmagadas.
De tudo isto resulta uma jogabilidade
sem entraves, em que o jogador evolui
rapidamente. “Chaser” mostra-se então
ritmado, com acção sempre a surgir em
doses equilibradas e o jogo a não ser
atrapalhado por derivações em relação
ao tema. Em “Chaser”, há que
avançar, sobreviver e matar
todos os adversários. O que
até combina com a temática, algo ao
estilo de um “Rambo” espacial num futuro
marcado para daqui a quatro décadas.
Claro que um herói à altura de John
Chaser — que luta pela independência de
Marte — tem de dispor de armamento a
condizer. E, aí, não falta material, desde
a pistola Sig Sauer P226 às metralhado-
ras semiautomáticas Ingram M10, Calico
7c1bf3e5-024b-435b-bb28-84bbcd8a7552
S E G U N D A - F E I R A . 1 6 . F E V E R E I R O . 2 0 0 4