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V Encontro Nacional da Anppas

4 a 7 de outubro de 2010
Florianópolis - SC – Brasil
_______________________________________________________

Vulnerabilidade Socioambiental no Estado do Acre:


riscos sociais e ambientais na Micro Bacia Hidrográfica
do Igarapé Fundo

Josélia da Silva Alves (UFAC)


Arquiteta, Msc. Urbanismo, Doutoranda em Geografia - UFF
Professora da Universidade Federal do Acre
joselialves@uol.com.br

Resumo
Este trabalho procura identificar e caracterizar populações em situação de vulnerabilidade
socioambiental na Micro-Bacia Hidrográfica do Igarapé Fundo, em Rio Branco, capital do estado do
Acre, através da construção de indicadores ambientais, em escala desagregada (setores censitários
do IBGE). A vulnerabilidade socioambiental está sendo definida como a coexistência ou sobreposição
espacial entre grupos populacionais muito pobres e com alta privação (vulnerabilidade social) e áreas
de risco e degradação ambiental (vulnerabilidade ambiental).A metodologia adaptada de ALVES
(2006) e do CEM-CEBRAP/SAS-PMSP (2004), baseia-se na construção de um Banco de Dados
Espaciais , em que se sobrepõe a cartografia da rede hidrográfica à malha dos setores censitários
(Censo 2000), dentro da Bacia Hidrográfica. Inicialmente, identificam-se os setores de grupos
populacionais muito pobres e com baixa escolaridade dos chefes de família, classificados como de
alta vulnerabilidade social. Posteriormente, os setores localizados às margens de cursos d´água e
com baixa cobertura de água, lixo e esgoto são considerados indicadores de alta vulnerabilidade
ambiental. Os resultados apontam , no geral, para a sobreposição de setores com alta vulnerabilidade
social com aqueles de alta vulnerabilidade ambiental. Verificou-se que, no interior dos grupos de alta
vulnerabilidade social, existem diferenças significativas nas condições socioeconômicas e
demográficas.Verificou-se setores com maior vulnerabilidade social nas áreas da Micro-bacia mais
afastadas do centro da cidade. Uma possível contribuição deste trabalho é dar visibilidade e ressaltar
as especificidades das áreas de alta vulnerabilidade socioambiental, podendo trazer subsídios
relevantes para o planejamento de políticas públicas sociais e ambientais, tais como habitação e
saneamento, tendo as bacias hidrográficas como unidade de planejamento e gestão.

Palavras-chave
Vulnerabilidade socioambiental, riscos ambientais , bacia hidrográfica
Introdução
De alguns anos para cá, o mundo passou cada vez mais a falar sobre aquecimento global : a
elevação do nível dos oceanos, surgimento de desertos, furacões, tufões, ciclones. Se as mudanças
climáticas parecem muito distantes da nossa realidade, isto é apenas uma impressão, pois suas
conseqüências estão cada vez mais evidentes, principalmente nas cidades, que concentram hoje,
metade da população mundial.

As emissões de Gases de Efeito Estufa (GEE) podem provocar mudanças praticamente irreversíveis
no clima e na paisagem, engendrando mudanças nos padrões de vento, temperatura, chuva e
circulação dos oceanos (IPCC, 2007 apud ALVES e OJIMA, 2009).

Muitas cidades da América Latina, África e Ásia têm baixas emissões de gases do efeito estufa por
pessoa. Ainda assim, acomodam centenas de milhões de pessoas, que correm o risco de enfrentar
os perigos decorrentes do aumento na freqüência ou intensidade de inundações, tempestades e
ondas de calor, além de restrições ao fornecimento de água, provavelmente provocados pelas
mudanças do clima (SATTERTHWAITE, 2008). São geralmente os grupos de baixa renda quem corre
os maiores riscos – pois eles moram em aglomerações informais, freqüentemente em locais com
risco de inundações ou deslizamentos de terra, com falta de drenagem e de outros tipos necessários
de infra-estrutura.

Portanto, se torna urgente a criação de mecanismos institucionais que sejam capazes de dar conta
de formas de adaptação e mitigação dos impactos e mudanças ambientais, sobretudo quando se
consideram os grupos populacionais mais vulneráveis às mudanças climáticas (MARTINE,
2001,apud ALVES e OJIMA, 2009).

O Brasil está no mesmo patamar de urbanização de paises desenvolvidos do mundo, no entanto,


ainda enfrenta graves problemas de desigualdade e pobreza que serão importantes agravantes no
que se refere aos possíveis impactos das mudanças climáticas. Nas cidades brasileiras, também é
conhecido o nível de assoreamento dos rios e canais, poluição industrial e ambiental, pois recebem
todo o tipo de efluentes de resíduos químicos e de esgoto (devido ao baixo grau de coleta), que tem
como efeito, quando da ocorrência de chuvas, inundações recorrentes e cada vez mais intensas no
meio urbano. Essas inundações afetam as cidades no conjunto de seus bairros não distinguindo
diferenças sócio-espaciais, mas os prejuízos materiais e humanos são sempre mais contundentes
quanto menor o nível de renda da população atingida.

O Estado do Acre é drenado por extensos rios, e as suas cidades são recortadas por igarapés. Em
Rio Branco, a capital, assim como em outras cidades brasileiras é marcante a presença de
assentamentos precários em áreas inadequadas para habitação, como as margens de rios e
igarapés. Esta situaçao é duplamente agravada por dois fatores , por um lado a pobreza extrema da

2
população e pelo outro, as características do clima local (equatorial quente úmido- com altos índices
pluviométricos e temperaturas médias elevadas) que aliado à falta de saneamento, propicia um
ambiente favorável à difusão de doenças,principalmente as de veiculação hídrica.1

Este trabalho procura identificar e caracterizar populações em situação de vulnerabilidade


socioambiental na Bacia Hidrográfica do Igarapé Fundo, na cidade de Rio Branco, através da
construção de indicadores ambientais que representem as dimensões dessa vulnerabilidade: risco
ambiental; degradação ambiental e pobreza/vulnerabilidade social.

A vulnerabilidade socioambiental está sendo definida como a coexistência ou sobreposição espacial


entre grupos populacionais muito pobres e com alta privação (vulnerabilidade social) e áreas de risco
ou degradação ambiental (vulnerabilidade ambiental) (ALVES, 2006). Entende-se que na maioria das
vezes, não por acaso, existe uma sobreposição de áreas de risco e degradação ambiental com áreas
de pobreza e privação social.

Ressalta-se por fim que a maioria dos trabalhos relacionados às bacias hidrográficas , refere-se , em
grande parte, a grandes áreas formadas por vários municípios, onde predominam áreas não
urbanizadas, sendo poucos trabalhos realizados em áreas predominantemente urbanas. Portanto, por
em prática o planejamento urbano, tendo como unidade de análise as bacias e micro-bacias
hidrográficas é um desafio que se impõe e um longo caminho a ser percorrido por pesquisadores,
planejadores e gestores, na atualidade.

Vulnerabilidade e riscos ambientais

O termo vulnerabilidade tem sido cada vez mais utilizado, nos últimos anos, por grupos acadêmicos e
entidades governamentais da América Latina, preocupados com as mudanças ambientais e a
sustentabilidade, e influenciados fortemente por organismos internacionais como algumas agências
das Nações Unidas e o Banco Mundial (ALVES et al, 2008). O tipo de vulnerabilidade mais
mencionada, por exemplo, é aquela relacionada aos recursos hídricos, traduzida em escassez de
água potável e falta de saneamento básico, circunstâncias que, conjugadas, facilitam a proliferação
de doenças de veiculação hídrica.

De acordo com a CEPAL (2002, apud UMBELINO,2006), a noção de vulnerabilidade geralmente se


configura através da presença de três componentes: a) Existência de /ou exposição ao risco; b)
Ineficiência para responder a ameaça; c) Dificuldade de adaptação diante da materialização do risco;

Desta forma, o conceito de vulnerabilidade trás intrínseco em si,a exposição aos riscos, associada à
capacidade das pessoas e dos lugares de lidarem com estes riscos e se adaptarem às novas

1
No período de seca, ondas de calor combinadas com a poluição do ar (provocadas pelas queimadas nas área rurais e urbanas) são
fatores prejudiciais a saúde , principalmente de idosos e crianças muito jovens,constituindo fatores de saúde pública muito preocupantes na
região.

3
circunstâncias que se impõem. Nisto reside a importância e a inseparabilidade das dimensões social
e espacial da vulnerabilidade (PANTELIC et al., 2005 apud BARCELLOS e OLIVEIRA, 2008).

Nesta perspectiva, os grupos sociais mais vulneráveis seriam aqueles mais expostos a situações de
risco ou stress, que assim seriam mais sensíveis a estas situações e com menor capacidade de se
recuperar (MOSER, 1998; SHERBININ et al., 2007 apud ALVES et al, 2008).

Alves (2007) defende que os indivíduos não seriam todos iguais se considerarmos a acessibilidade
ao ambiente, ficando certos grupos mais vulneráveis aos riscos ambientais. A hipótese é de que os
riscos ambientais são distribuídos de maneira desigual entre os diferentes grupos sociais assim como
a renda e o acesso a serviços públicos.

Para Torres (2000) a desigualdade ambiental emerge da hipótese de que determinados grupos
sociais, como algumas minorias e grupos de baixa renda, estariam mais expostos a certos tipos de
risco ambiental, tais como enchentes, deslizamentos, etc. do que outros grupos. Assim, o
reconhecimento de uma situação de risco tem como pressuposto que os acidentes, em larga medida,
são fenômenos sociais, ou seja, decorrem não de um fenômeno natural em si, mas da relação entre
este fenômeno e os processos históricos de ocupação de determinados espaços da cidade.

Entende-se que o fato de que determinadas áreas estejam em situação de risco ambiental é uma
decorrência da interação entre processos ambientais (características geofísicas do sítio, clima,
pluviosidade, etc.), processos econômicos (existência de indústrias poluidoras onde equipamentos ou
infra-estruturas sujeitas a acidentes) e processos sociais características da população como renda,
escolaridade,etc.(BARCELLOS e OLIVEIRA,2008).

Observa-se, ainda, que o risco ambiental não se distribui de forma aleatória entre os diversos grupos
sociais, mas obedece aos padrões de desigualdade e segregação social que marcam a estruturação
das cidades. Ou seja, são as populações menos favorecidas, por características de renda,
escolaridade, cor, gênero, que residem ou utilizam os territórios de maior vulnerabilidade ambiental, o
que as coloca numa situação de risco ao desastre ambiental, uma vez que se sobrepõem
vulnerabilidades sociais à exposição a riscos ambientais.

Assim, a ocorrência de desastres e pobreza se reforçam mutuamente. E a combinação destes com a


superpopulação tem sido letal. Dados da CEPAL (2002 apud BARCELLOS ;OLIVEIRA, 2008), dão
conta de que em 1998, 95% das mortes por desastres ambientais aconteceram nos países pobres.
Esses dados reforçam a idéia de que, independentemente do lugar, os pobres são sempre as
principais vítimas de catástrofes naturais. Em geral, a diferença não está tanto na intensidade dos
desastres, como inundações, furacões, tufões e ciclones, e sim nos recursos que uma população tem
para enfrentar um evento de grande magnitude. Nos países desenvolvidos por exemplo, que contam
com sistemas de alerta , quando uma tempestade chega, a população já fugiu ou buscou proteção.

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Além disso, as casas e toda a infra-estrutura são mais resistentes às conseqüências destes
fenômenos. Assim é que, nos países ricos, esses eventos trazem prejuízos mas não provocam tantas
mortes. Na mesma linha de raciocínio, previsões da ONU dão conta de que os pobres do mundo
serão os maiores prejudicados pelos efeitos do aquecimento global (BARCELLOS e OLIVEIRA,
2008).

Na geografia, estudos sobre a vulnerabilidade, tiveram origem nos estudos sobre desastres naturais
(natural hazards) e avaliação de risco (risk assessment) (CUTTER, 1994; 1996 apud ALVES et al,
2008). Mas o que é “risco”? O Dicionário Houaiss (2001), apresenta uma definição de risco como
“probabilidade de perigo, geralmente com ameaça física para o homem e/ou para o meio ambiente”,
ou “probabilidade de insucesso, de malogro de determinada coisa, em função de acontecimento
eventual, incerto, cuja ocorrência não depende exclusivamente da vontade dos interessados”. Por
sua vez, vulnerabilidade, é definida como “a qualidade ou estado de ser vulnerável, que é aplicada
em quem/no que pode ser ferido ou prejudicado.” O risco pode ser entendido como a maior
probabilidade de determinados indivíduos ou grupos ser ameaçados por fenômenos específicos.

Alguns autores no Brasil, como Marandola e Hogan (2005) vêm desenvolvendo estudos e discussões
sistemáticas sobre o conceito de vulnerabilidade, analisando sua utilização principalmente na
geografia e demografia . E Torres (2000), que discute teoricamente os conceitos de risco ambiental e
vulnerabilidade, além de apontar a “complexidade” conceitual de riscos, aborda os problemas e
dificuldades para a operacionalização desses conceitos, destacando também como relevante a
questão da acumulação de riscos de diferentes origens. Nesse sentido, as áreas de risco ambiental
(próximas de lixões, sujeitas a tempestades, inundações e desmoronamentos), muitas vezes são as
únicas acessíveis às populações de mais baixa renda, que acabam construindo nesses locais
domicílios em condições precárias, além de enfrentarem outros problemas sanitários e nutricionais.

Cláudia Alves e colaboradores (2008) destaca as diferenças de abordagem entre os estudos sobre
vulnerabilidade social e os sobre vulnerabilidade ambiental, fazendo referência, na linha mais
sociológica, à Moser (1998) e Katzman et al (1999), que analisam a vulnerabilidade social em relação
a indivíduos, famílias ou grupos sociais. No âmbito da geografia, citam os estudos de Cutter
(1994,1996), sobre riscos e desastres naturais que estuda a vulnerabilidade ambiental em termos
espaciais (territórios, regiões e ecossistemas).

Para Claudia Alves e colaboradores (2008), a disparidade entre estas duas tradições de estudos
sobre vulnerabilidade, em termos de escala e de tipo de objeto de análise, deve ser levada em conta
na construção da noção de “vulnerabilidade socioambiental”, a qual pretende integrar as duas
dimensões – a social e a ambiental.

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Nesse sentido, para Alves (2006: 1) a vulnerabilidade socioambiental pode ser definida como sendo
“a coexistência ou sobreposição espacial entre grupos populacionais muito pobres e com alta
privação (vulnerabilidade social) e áreas de risco ou degradação ambiental (vulnerabilidade
ambiental).” Ou seja, seria a combinação destas duas dimensões (social e ambiental) que
caracterizaria uma situação de vulnerabilidade socioambiental. (ALVES, 2006; ALVES e TORRES,
2005).

Interessa ressaltar que esta sobreposição faz com que situações de pobreza e vulnerabilidade social,
presentes em muitas áreas urbanas, sejam agravadas por situações de exposição a riscos e
degradação ambiental, tais como enchentes, deslizamentos de terra, poluição, contato com doenças
de veiculação hídrica etc.

Estudos empíricos sobre a vulnerabilidade tendem destacar a pobreza e acesso a educação como
indicadores da vulnerabilidade social (ALVES e TORRES, 2004; SILVA, 2006) . Por outro lado, a falta
de saneamento (água, esgoto e lixo) e suscetibilidade ao risco de enchentes, têm sido considerados
indicadores de vulnerabilidade ambiental (SILVA,2006;H. ALVES, 2006).

A Bacia Hidrográfica como Unidade de Planejamento e Gestão

A bacia hidrográfica é uma unidade de análise tradicional no campo da Geografia Física , no entanto
ainda é uma experiência recente em termos de gestão (CUNHA e COELHO, 2003).

A bacia hidrográfica pode ser definida “pela área de drenagem de um rio principal e de seus
tributários. As bacias são compostas de subsistemas (micro-bacias) e de diferentes ecossistemas
(várzea, terra firme) , etc .” (CUNHA e COELHO, 2003:70)

A gestão apropriada das bacias, requer que estas sejam consideradas “multiníveis”, que incluam
água, solo e componentes sócio-políticos internos e externos. Dessa forma, uma bacia seria
caracterizada pela sobreposição de sistemas naturais e sociais, dinâmicos relacionados entre si. O
sistema natural seria definido nas bases aquáticas e terrestres (fauna, flora, recursos aquáticos e
minerais). O sistema social determinará como essas bases serão utilizadas. Políticas governamentais
como extensão da organização social e institucional, influenciam padrões locais de utilização dos
recursos naturais (BARBOSA et all, 1997).

A Lei 2.249/97, também conhecida como Lei das Águas , estabelece as diretrizes básicas no manejo
dos recursos hídricos, adotando a bacia hidrográfica como unidade de planejamento e os Comitês de
Bacia o campo político para a cooperação , divisão de responsabilidades e tomadas de decisão entre
diferentes esferas administrativas.

Para Afonso e Barbosa (2005), o momento atual do planejamento no Brasil exige uma nova
abordagem sobre questões ambientais e urbanas, apontando para a definição de uma nova matriz de

6
planejamento. A necessidade de construção de novas relações sociedade/natureza se alia então a
este novo modelo de gestão que “tem seu foco territorial na bacia hidrográfica, que apesar de ter se
desenvolvido, enquanto conceito, prioritariamente dentro das políticas de recursos hídricos,
representa uma reorganização espacial e sócio-funcional inovadora, a ser absorvida por nossas
políticas públicas em várias escalas” (AFONSO e BARBOSA, 2005). E a

possibilidade de organizar a população por bacias hidrográficas é interessante pelo


fato da água ser um elemento de mobilização social (pelo grau de interesse que
ela gera na população, nos setores usuários e administradores públicos) e um
excelente indicador de qualidade ambiental, por ser a bacia uma unidade
geográfica muito propícia às análises das intervenções antrópicas, uma vez que o
ciclo da água está intrinsecamente interligado a outros ciclos de escala mais ampla
da biosfera”. (AFONSO e BARBOSA, 2005).
Em suma, como observam Carvalho e Braga (2005), a abordagem da adoção das micro-bacias
hidrográficas serve, na medida do possível, tanto como unidade espacial no zoneamento ambiental,
tanto para o planejamento urbano como para facilitar a gestão dos recursos hídricos, incluindo sua
preservação e melhoria, um dos objetivos do próprio planejamento urbano, e como bem coloca
Maricato (2001:79-80 apud Carvalho e Braga,2005 ): ”as bacias e micro-bacias hidrográficas são
unidades obrigatórias para a abordagem do planejamento urbano, na medida em que o destino do
esgoto e do lixo sólido, para citar apenas dois resíduos das aglomerações urbanas, interfere, na vida
de todos os usuários da mesma bacia.”

Isso permite que se encontre “na água a possibilidade de percepção de qualquer modificação
ambiental catalisada pelo homem. A adoção da bacia hidrográfica exige, portanto, um recorte
espacial complexo, por abranger vários sistemas naturais, nos quais estão implícitos processos de
(re)produção do espaço, que não refletem apenas o uso dos recursos hídricos, visto sob o ângulo da
ciência hidrológica,mas toda a relação do homem com o meio ambiente”. Por isso, “a percepção e a
aplicabilidade, para o planejamento, do universo constituinte de uma bacia envolvem o
amadurecimento de outros conceitos e instrumentos: educação, harmonização de interesses, atuação
de diferentes instituições, gestão compartilhada, legislação, políticas públicas” (AFONSO E
BARBOSA, 2005).

Observam-se avanços nas recomendações e nos procedimentos no sentido de gestão integrada de


recursos hídricos com o planejamento urbano desde a Constituição de 1988. Apesar de já constar
em alguns Planos Diretores (como o de São Paulo ou o de Araraquara-SP), ainda não se tem
adotada efetivamente a bacia hidrográfica como unidade de planejamento, não se incluindo inclusive,
como parte da legislação urbanística. A implementação fica mais complexa, na medida em que além
das áreas de planejamento e dos zoneamentos, também as divisões e subdivisões administrativas
por regiões e bairros comumente não guardam correspondência com os limites das bacias. Muitas
vezes ainda a legislação urbanística, seja no nível federal, estadual ou municipal, reserva tratamento

7
específico para as unidades de planejamento, desconsiderando os aspectos hidrográficos destas
áreas (KLEIMAN e KAUFFMANN, 2006).

Metodologia

Com o objetivo de identificar e caracterizar as situações de vulnerabilidade socioambiental, foram


construídos indicadores que expressem as dimensões desta vulnerabilidade: risco ambiental;
degradação ambiental; e pobreza/vulnerabilidade social. Como unidade de análise foram escolhidos
os setores censitários do município de Rio Branco. Através da construção de um Banco de Dados
Espacial, fez-se a sobreposição da Micro Bacia Hidrográfica do Igarapé Fundo, à malha de setores
censitários do município de Rio Branco (Censo Demográfico 2000), resultando em 37 setores
censitários.2

Como a delimitação dos setores censitários é feita predominantemente com base nos limites políticos
das localidades, e não nos elementos naturais, alguns ajustes foram feitos para compatibilizar os
setores que estão parcialmente inseridos na micro-bacia. Para fins de compatibilização, foi
considerado neste trabalho, a hipótese de que os setores censitários são relativamente homogêneos.
Portanto, foi analisada somente a porcentagem do setor inserida na bacia.

Primeiramente, foram identificadas variáveis e depois criados índices (Censo – 2000 IBGE) para cada
uma delas. Os índices foram somados e divididos pela quantidade de variáveis que o compõe.
Tiveram como parâmetro a equação proposta pelo índice de Desenvolvimento Humano:

IDH = (valor observado – valor mínimo) / (valor máximo – valor mínimo)

Desta forma, concluí-se que de acordo com o resultado, o nível de vulnerabilidade pode variar de
0(zero) até 1(um). Sendo que o valor 1 corresponde ao mais alto nível de vulnerabilidade em
determinada unidade espacial (setor censitário), enquanto o valor 0 representa o mais baixo nível de
vulnerabilidade.

Para a operacionalização da categoria vulnerabilidade social, foram cruzados indicadores de privação


social (escolaridade e renda) com indicadores demográficos, principalmente estrutura etária
(presença de crianças pequenas).

Para operacionalizar a categoria vulnerabilidade ambiental, foram construídos e analisados


indicadores ambientais, relativos à proximidade de cursos d’água e à condições de saneamento
(cobertura de água, lixo e esgoto ), indicadores da degradação ambiental. Assim, estão sendo

2
Foram identificados três trabalhos que vieram de encontro aos objetivos deste estudo, ou seja, a operacionalização da categoria
vulnerabilidade : primeiramente foi o trabalho de Humberto ALVES (2006), com uma análise sóciodemográfica da vulnerabilidade
socioambiental da metrópole paulistana . O autor utilizou para isto o Mapa da Vulnerabilidade social da população da cidade de São Paulo
(CEM-CEBRAP/SAS-PMSP,2004). Em seguida veio a dissertação de mestrado de Humbelino ( 2006 ), com a avaliação de riscos
ambientais em bacia hidrográfica em Belo Horizonte-MG. E por último para a criação e cálculo dos índices de vulnerabilidade, adotou-se o
calculo utilizado por SILVA (2006) , na sua tese sobre o Programe de Despoluição da Bahia da Guanabara.

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levadas em conta duas dimensões da vulnerabilidade ambiental: a exposição ao risco ambiental, que
corresponde aos setores com maior densidade de cursos de água, representando risco de enchentes
e doenças de veiculação hídrica; e a exposição à degradação ambiental que se refere à domicílios
em áreas com baixa cobertura da rede de água, esgoto e coleta de lixo. Portanto, considera-se que a
combinação destas duas dimensões compõe uma situação de vulnerabilidade ambiental.

A partir do cruzamento destas variáveis, foram construídas três categorias (ou faixas) de
vulnerabilidade ambiental, ao nível do setor censitário: baixa, média e alta.

A variável relativa à coleta de esgoto foi coletada diretamente no órgão municipal de saneamento –
SAERB , tendo em vista que a variável extraída do Censo 2000, apresentou distorção, uma vez que
indicava a presença de rede geral coletora de esgoto em locais que não existiam, além de juntar
numa mesma categoria, rede de esgoto e rede pluvial.

O método utilizado para classificar a exposição ao risco ambiental (ou seja, a proximidade e
contigüidade dos setores censitários aos cursos d’água) foi o cálculo da porcentagem da área do
setor sobreposta às margens de trinta metros dos cursos d’água. Para tanto, foram gerados buffers
(faixas) de trinta metros nas duas margens de todos os cursos d’água e cinqüenta metros nas
nascentes, e sobrepostos aos setores censitários da Bacia Hidrográfica. A escolha da proximidade
inferior a 30 metros dos cursos d’água como parâmetro para definição de alto risco ambiental foi feita
com base em dois critérios principais. Primeiro, procurou-se identificar as populações residentes em
áreas realmente próximas de cursos d’água e que estão, de fato, expostas aos riscos de enchentes e
de contato direto com doenças de veiculação hídrica. De acordo com a literatura sobre o tema, esta
situação é típica de grande parte das favelas das cidades brasileiras, assim como em Rio Branco,
que ocupam as várzeas dos rios e córregos (fundos de vale), por serem áreas com restrições à
ocupação por motivos geotécnicos ou ambientais (TASCHNER, 2000).

Em segundo lugar, tomou-se como referência a regulamentação das Áreas de Preservação


Permanente (APPs) do Código Florestal (leis 4771/65, 7803/89 e 7875/89) e Plano Diretor de Rio
Branco (Lei 1.611/2006), que estabelece faixas de proteção ambiental ao longo dos rios e de
qualquer curso d’água. Conforme estas leis, não são permitidas a supressão de vegetação e a
ocupação humana ao longo de qualquer curso d’água, em faixa marginal cuja largura mínima seja de
trinta metros para os cursos d’água de menos de dez metros de largura e de cinqüenta metros para
os cursos d´água que tenham de dez a cinqüenta metros de largura. E ainda faixas num raio mínimo
de cinqüenta metros de largura nas nascentes, ainda que intermitentes e nos chamados olhos
d’água, qualquer que seja sua situação topográfica.

A Micro-bacia Hidrográfica do Igarapé Fundo

9
A Micro-bacia do Igarapé Fundo localizada na zona central da cidade de Rio Branco3, tem
aproximadamente 6,29 km2. O Igarapé Fundo é um dos tributários do Igarapé São Francisco, e o
mais atingido por ocupações irregulares. O igarapé tem seu percurso totalmente na área urbana,
atravessando aproximadamente 24 bairros, com 32.893 moradores, com tipologias de construções e
uso do solo bastante heterogêneo: conjuntos habitacionais da COHAB-AC, bairros populares de
classe média, bairros nobres ao lado dos bairros de “invasão”4. Pesquisa realizada em 2 destes
bairros, registrou através de amostragem, que 60,5 % das casas estão localizadas dentro de áreas de
preservação permanente – APPs das margens do igarapé.5

Além destes aspectos, o Igarapé Fundo, tem características hidrológicas que o fazem ainda mais
emblemático. Com aproximadamente 8,5 km de extensão e largura média que varia entre 3 metros
nas cabeceiras e 6 metros na foz, durante o período seco, no período chuvoso se estende até a
largura de 185 metros, causando grandes enchentes. Só para exemplificar, em 1998, as enchentes
atingiram 86% da área de inundação desta micro bacia hidrográfica (MESQUITA, 2001 apud ALVES,
J., 2009).

Este curso d´água recebe cerca de 30% dos esgotos residenciais e industriais da cidade, além de
entulhos e de lixo doméstico que causam freqüentes inundações por retenção do fluxo de água na
calha do igarapé. Os principais problemas encontrados em toda sua extensão, foram lixo e esgotos
lançados in natura no seu leito; bueiros subdimensionados, provocando inundações a montante;
ocupação urbana dentro das faixas de preservação (APPs); retiradas das matas ciliares e destruição
das nascentes (SEMEIA,2006).

A degradação do igarapé se acentuou no final da década de 80, com a construção de um Conjunto


Habitacional pela COHAB-AC, nas imediações de um subafluente. Após um movimento de
reivindicação da população junto ao poder público para solucionar o problema de lançamento de
efluentes diretamente no igarapé, o Ministério Púbico Estadual ajuizou uma Ação Civil Pública contra
a Prefeitura de Rio Branco e SAERB (companhia municipal de saneamento), solicitando uma série de
medidas no sentido de recuperação deste igarapé.6 Em conseqüência, a Prefeitura Municipal traçou
um Plano de Recuperação do Igarapé Fundo, implementando algumas ações pontuais , entre estas a
limpeza de alguns trechos do curso d’água e a revegetação de algumas nascentes.

3 Com uma área de 8.831 km², população com 290.639 habitantes e densidade demográfica de 32,91 hab/km2, Rio Branco é o município
mais populoso, concentrando mais de 45% da população de todo o Estado. Tem apenas 30% de seu esgoto coletado e 3% deste esgoto,
tratado.

4 Nome utilizado localmente para designar o correspondente às “favelas” nas demais cidades brasileiras.
5
PARRILHA. F. K; ALVES, J.S. .Habitação e Meio Ambiente – Os Impactos Sócio-Ambientais da Urbanização na Bacia Hidrográfica do Rio
Fundo. 2003, Relatório PIBIC/UFAC.
6
A data da sentença foi no dia 27/07/2004, onde foi julgado procedente o pedido para condenar o Município de Rio Branco e o SAERB, à
remoção de entulhos, casas e unidades sanitárias construídas sobre o leito e às margens do igarapé Fundo, retirada dos esgotos lançados
diretamente no curso d`água, construção de uma rede coletora e um sistema de tratamento de esgoto, além da recuperação da mata ciliar
das áreas de preservação permanente – APPs, entre outras.

10
Em 2006, as faixas de preservação permanente – APPs das margens do Igarapé Fundo, foram
instituídas Áreas de Especial Interesse Social - AEIS pelo Plano Diretor Municipal de Rio Branco (Lei
1.611/2006).E

Vulnerabilidade Social na Micro-Bacia Hidrográfica do Igarapé Fundo

Nas áreas (setores censitários) com alta vulnerabilidade social, residem 11.949 pessoas, o que
representando 36,33 % da população da Bacia do Igarapé Fundo, em 2000. Naquelas com média
vulnerabilidade social moram 10.488 pessoas (31,89% da população da Bacia), enquanto nas áreas
com baixa vulnerabilidade social vivem 10.456 pessoas, que representam 31,79% dos habitantes da
Bacia .Enquanto a população se distribui quase que homogeneamente pelos três grandes grupos de
vulnerabilidade social, a comparação dos indicadores socioeconômicos e demográficos mostrou
piores resultados nos grupos de alta vulnerabilidade social, além de uma estrutura etária um pouco
mais jovem, do que os demais grupos de vulnerabilidade social.(Tabela 1)

Analisando-se o acesso aos serviços públicos, no caso as condições de saneamento básico, para os
três grandes grupos (agregados de setores) de vulnerabilidade social, verifica-se, como mostram os
indicadores da Tabela 1 e Figura 1, que os setores de média vulnerabilidade são os que concentram
os menores percentuais relativos ao serviços. A cobertura da rede de abastecimento de água é de
53,27% nos setores de baixa vulnerabilidade, 68,73% nos setores de alta vulnerabilidade e apenas
43,78% nos setores de média vulnerabilidade social. A cobertura de esgoto é o serviço que apresenta
piores resultados, com 8,16% nos setores de baixa vulnerabilidade, 11,07% nos de alta
vulnerabilidade e baixíssimos 4,53% no setor de média vulnerabilidade. A coleta de lixo é o serviço
que apresenta melhores resultados e é distribuído quase que uniformemente pelos setores de baixa,
média e alta vulnerabilidade social, respectivamente 97,25% , 90,81% e 95,02%.

As diferenças nos indicadores de escolaridade também são bastante expressivas entre os três
grandes grupos de vulnerabilidade social. Enquanto a porcentagem média de responsáveis pelo
domicílio com baixa escolaridade (até três anos de estudo, inclusive os sem instrução) é de apenas
14,71% no grupo de baixa vulnerabilidade social, nas áreas de média vulnerabilidade social esta
porcentagem é de 25,63%, atingindo expressivos 32,87% naquelas de alta vulnerabilidade.

As diferenças de escolaridade entre os três grandes grupos podem ser sintetizadas no número médio
de anos de estudo do chefe de domicílio. Se no grupo de baixa vulnerabilidade social esse número
chega a 10,05 anos, e no de média vulnerabilidade social é de 7,03 anos, no grupo de alta
vulnerabilidade social é de apenas 1,33 anos de estudo (Tabela 1).

11
TABELA 1 – Indicadores socioeconômicos e demográficos por grupo de vulnerabilidade social
na Microbacia Hidrográfica do Igarapé Fundo - 2000
Vulnerabilidade Social
Indicadores
Baixa Média Alta
Total de domicílios 2.835 2.716 2.942
Total de pessoas residentes 10.456 10.488 11.949
Distribuição dos domicílios (%) 33,38 31,98 34,64
Distribuição da população (%) 31,79 31,89 36,33
Porcentagem média dos setores censitários
Domicílios com abastecimento de água – rede geral 53,27 43,78 68,73
Domicílios com esgotamento sanitário – rede geral 8,16 4,53 11,07
Domicílios com coleta de lixo 97,25 90,81 95,02
Pessoas responsáveis pelos domicílios sem instrução e até 3
anos de estudo 14,71 25,63 32,87
Pessoas responsáveis pelo domicílio com até 8 anos de estudo 45,61 65,91 74,81
Média de anos de estudo das pessoas responsáveis pelos
domicílios 10,05 7,03 1,33
Mulheres responsáveis pelo domicílio 37,35 33,65 36,54
Mulheres responsáveis pelo domicílio com educação primária 10,55 14,47 18,63
Homens responsáveis pelo domicílio com educação primária 14,46 24,08 30,05
Pessoas responsáveis pelo domicílio sem rendimento 5,19 6,04 6,39
Pessoas responsáveis pelo domicílio com rendimento até 3
salários mínimos 31,92 52,87 64,04
Pessoas responsáveis pelo domicílio com rendimento de 5 a 20
salários mínimos 38,69 22,31 13,39
Pessoas responsáveis pelo domicílio com rendimento maior que
20 salários mínimos 8,92 2,72 0,58
Rendimento médio das pessoas responsáveis pelos domicílios
(em reais) 1.355,45 1.116,35 104,62
Rendimento médio das pessoas responsáveis pelos domicílios
(em salários mínimos/2000 – s.m. R$ 151,00) 8,98 7,39 0,69
Pessoas residentes de 0 a 4 anos de idade 8,61 11,18 11,26
Pessoas residentes de 15 a 19 anos de idade 11,64 12,10 12,24
Pessoas residentes de 65 anos de idade ou mais 4,57 3,30 3,84
Densidade domiciliar (habitantes por domicílio) 3,69 3,86 4,06
Fonte: IBGE, Censo Demográfico de 2000/ SAERB (domicílios com rede de esgoto)
Se os indicadores de escolaridade são contrastantes entre os três grandes grupos de vulnerabilidade
social, os indicadores de renda são ainda muito mais. No grupo de baixa vulnerabilidade social,
31,92% dos chefes de domicílio possuem baixa renda (até três salários mínimos mensais) contra
52,87% no grupo de média vulnerabilidade social e 64,04% no de alta. Estas diferenças na
distribuição das faixas de rendimento refletem-se na renda média do chefe por grupo de
vulnerabilidade social. Enquanto a renda média mensal dos chefes de domicílio residentes em áreas
de baixa vulnerabilidade social é de 1.355,45 reais (8,98 salários mínimos em 2000), naquelas de
média vulnerabilidade social corresponde a 1.116,35 reais (7,39 salários mínimos) e nas de alta
vulnerabilidade social equivale a apenas 104,62 reais (menos de um salário mínimo). Ou seja, a

12
renda média de um chefe de domicílio residente em um setor censitário do grupo de baixa
vulnerabilidade social é mais de doze vezes superior àquela de um chefe de domicílio do grupo de
alta vulnerabilidade social.

Com relação à estrutura etária da população, a proporção de crianças de zero a quatro anos de idade
não varia muito entre os dois grupos de média e baixa vulnerabilidade: 8,61% no de baixa
vulnerabilidade social; 11,18% no de média; e 11,26% no de alta vulnerabilidade social. Por outro
lado, a participação de idosos (65 anos ou mais) na população apresenta padrão inverso: nos grupos
de baixa vulnerabilidade social, são de 4,57% dos habitantes, nos de média e alta vulnerabilidade,
correspondem a respectivamente, 3,30% e 3,84% da população.

Em síntese, cabe enfatizar que a agregação em três grandes grupos de vulnerabilidade social
explicitou a existência de um expressivo contingente populacional, de quase 12.000 pessoas
moradoras na Bacia , vivendo em áreas com alta vulnerabilidade social.

Vulnerabilidade Ambiental na Micro-Bacia Hidrográfica do Igarapé Fundo

Nesta parte do trabalho, os setores censitários são classificados, de acordo com as três categorias de
vulnerabilidade ambiental apresentadas na metodologia, as quais foram construídas com base em
indicadores de risco e degradação ambiental, mais precisamente da combinação das variáveis
relativas a proximidade de cursos d’água e cobertura de água, lixo e esgoto.A população residente
em áreas (setores censitários) distribui-se da seguinte maneira entre as três categorias de
vulnerabilidade ambiental: 11,70% (3.848 pessoas) residem em áreas com baixa vulnerabilidade
ambiental (alta cobertura de coleta de lixo- 99,75% , 74,77% de rede coletora de água e 53,18 % de
domicílios atendidos por rede coletora de esgoto e fora da margem de curso d’água); 51,74% (17.019
pessoas) vivem em áreas com média vulnerabilidade ambiental alta cobertura de coleta de lixo
96,66%, 46,94% de rede coletora de água e 3,18% de domicílios atendidos por rede coletora de
esgoto); 36,56 % (3.026 pessoas) residem em áreas com alta vulnerabilidade ambiental (89,34% de
coleta de lixo, 61,91% de rede coletora de água e 0%, ou seja, nenhum domicilio atendido por rede
coletora de esgoto e dentro da margem de curso d’água . (Tabela 2 e Figura 2 )

Com relação aos indicadores de renda e escolaridade, como já visto anteriormente, os níveis são
bastante baixos no grupo de alta vulnerabilidade ambiental.Porém, neste grupo, há uma significativa
variação entre as categorias de vulnerabilidade ambiental, principalmente entre os dois extremos (alta
e baixa). Assim, enquanto nas áreas classificadas na categoria de baixa vulnerabilidade ambiental ,
em média, 18,07% dos chefes de domicílio possuem baixa escolaridade (até três anos de estudo),
naquelas de alta vulnerabilidade ambiental esta proporção chega a 31,63% (Tabela 2).

Nos indicadores de renda, também observa-se considerável variação entre as faixas de


vulnerabilidade ambiental. A concentração de chefes de domicílio com baixa renda (até três salários

13
mínimos) é significativamente mais elevada nas áreas de alta vulnerabilidade ambiental (64,04%) do
que naquelas com baixa vulnerabilidade ambiental (37,02%). Estas diferenças se refletem numa
significativa variação da renda média do responsável pelo domicílio entre as categorias de
vulnerabilidade ambiental. Enquanto nos setores censitários de baixa vulnerabilidade ambiental a
renda média mensal do chefe de domicílio chega a 1.493,09 reais (9,89 salários mínimos em 2000),
nos setores de alta vulnerabilidade ambiental alcança apenas 142,23 reais (menos de 1 salario
minimo) (Tabela 2).

TABELA 2 – Indicadores socioeconômicos e demográficos por grupo de vulnerabilidade


ambiental na Microbacia Hidrográfica do Igarapé Fundo - 2000
Vulnerabilidade Ambiental
Indicadores
Baixa Média Alta
Total de domicílios 1.013 4.454 3.026
Total de pessoas residentes 3.848 17.019 12.026
Distribuição dos domicílios (%) 11,93 52,44 35,63
Distribuição da população (%) 11,70 51,74 36,56
Porcentagem média dos setores censitários
Domicílios com abastecimento de água – rede geral 74,77 46,94 61,91
Domicílios com esgotamento sanitário – rede geral 53,18 3,18 0
Domicílios com coleta de lixo 99,75 96,66 89,34
Pessoas responsáveis pelos domicílios sem instrução e até 3 anos de estudo 18,07 21,10 31,63
Pessoas responsáveis pelo domicílio com até 8 anos de estudo 48,57 56,67 74,95
Média de anos de estudo das pessoas responsáveis pelos domicílios 11,25 7,84 1,72
Mulheres responsáveis pelo domicílio 40,67 35,74 34,50
Mulheres responsáveis pelo domicílio com educação primária 12,73 13,67 16,59
Homens responsáveis pelo domicílio com educação primária 13,43 20,52 29,68
Pessoas responsáveis pelo domicílio sem rendimento 4,74 5,64 6,61
Pessoas responsáveis pelo domicílio com rendimento até 3 salários mínimos 37,02 42,93 64,04
Pessoas responsáveis pelo domicílio com rendimento de 5 a 20 salários
mínimos 34,65 30,00 13,55
Pessoas responsáveis pelo domicílio com rendimento maior que 20 salários
mínimos 5,43 5,93 0,83
Rendimento médio das pessoas responsáveis pelos domicílios (em reais) 1.493,09 1.176,38 142,23
Rendimento médio das pessoas responsáveis pelos domicílios (em salários
mínimos/2000 – s.m. R$ 151,00) 9,89 7,79 0,94
Pessoas residentes de 0 a 4 anos de idade 8,45 9,74 11,95
Pessoas residentes de 15 a 19 anos de idade 12,63 11,74 12,17
Pessoas residentes de 65 anos de idade ou mais 3,25 4,42 3,37
Densidade domiciliar (habitantes por domicílio) 3,80 3,82 3,97
Fonte: IBGE, Censo Demográfico de 2000/ SAERB (domicílios com rede de esgoto)
Com relação à estrutura etária da população, as diferenças entre as faixas de vulnerabilidade
ambiental também são significativas. Nas áreas de alta vulnerabilidade ambiental, a concentração de
crianças de zero a quatro anos de idade chega a 11,95% da população, enquanto nas áreas de baixa
vulnerabilidade ambiental é de 8,45%.Como se sabe, as crianças de zero a quatro anos são as mais

14
vulneráveis a doenças de veiculação hídrica, o que reforça a situação de vulnerabilidade
socioambiental das áreas à beira dos cursos d’água e com baixa cobertura de saneamento.

A proporção de idosos (65 anos ou mais) não varia significativamente entre as categorias de
vulnerabilidade ambiental, correspondendo a 3,25% da população nas áreas de baixa vulnerabilidade
ambiental e 3,37% naquelas de alta vulnerabilidade (Tabela 2 ).

FIGURA 1 - VULNERABILIDADE SOCIAL FIGURA 2 - VULNERABILIDADE AMBIENTAL


Micro-Bacia Hidrográfica do Igarapé Fundo- 2000 Micro-Bacia Hidrográfica do Igarapé Fundo- 2000

Fonte:IBGE.Malha digital dos setores censitários – 2000; PREFEITURA MUNICIPAL DE RIO


BRANCO/SEMEIA - Dados digitais da micro-bacia hidrográfica do Igarapé Fundo

Vulnerabilidade Socioambiental na Micro-Bacia Hidrográfica do Igarapé Fundo

Conforme foi dito anteriormente, o objetivo é identificar e caracterizar as situações (áreas) de


sobreposição ou coexistência espacial entre vulnerabilidade social e risco/degradação ambiental,
denominadas aqui de situações de vulnerabilidade socioambiental . Então nesta parte do trabalho,
cruzamos os três grupos de vulnerabilidade social com os três de vulnerabilidade ambiental,
resultando em três grupos de vulnerabilidade socioambiental: baixa, média e alta. (Mapa 3).

Assim, a população residente em áreas (setores censitários) ficaram distribuídas da seguinte maneira
entre as três categorias de vulnerabilidade socioambiental: 15,95% (5.246 pessoas) residem em
áreas com baixa vulnerabilidade socioambiental ; 45,79 % (15.063 pessoas) vivem em áreas com
média vulnerabilidade socioambiental ; 38,26% (12.584 pessoas) residem em áreas com alta
vulnerabilidade socioambiental. (Tabela 3)

15
TABELA 3 – Indicadores socioeconômicos e demográficos por grupo de vulnerabilidade
socioambiental na Microbacia Hidrográfica do Igarapé Fundo - 2000
Vulnerabilidade
Indicadores Socioambiental
Baixa Média Alta
Total de domicílios 1.440 3.885 3.168
Total de pessoas residentes 5.246 15.063 12.584
Distribuição dos domicílios (%) 16,96 45,74 37,30
Distribuição da população (%) 15,95 45,79 38,26
Porcentagem média dos setores censitários
Domicílios com abastecimento de água – rede geral 49,06 51,19 63,95
Domicílios com esgotamento sanitário – rede geral 16,42 11,42 0
Domicílios com coleta de lixo 98,99 95,16 91,43
Pessoas responsáveis pelos domicílios sem instrução e até 3 anos de estudo 11,67 23,81 31,16
Pessoas responsáveis pelo domicílio com até 8 anos de estudo 40,42 61,31 73,23
Média de anos de estudo das pessoas responsáveis pelos domicílios 10,42 8,21 1,45
Mulheres responsáveis pelo domicílio 36,46 35,86 35,67
Mulheres responsáveis pelo domicílio com educação primária 8,96 14,65 17,11
Homens responsáveis pelo domicílio com educação primária 12,29 21,78 29,20
Pessoas responsáveis pelo domicílio sem rendimento 5,76 5,35 6,57
Pessoas responsáveis pelo domicílio com rendimento até 3 salários mínimos 27,78 47,10 62,97
Pessoas responsáveis pelo domicílio com rendimento de 5 a 20 salários
mínimos 39,65 27,80 14,08
Pessoas responsáveis pelo domicílio com rendimento maior que 20 salários
mínimos 10,28 4,32 0,88
Rendimento médio das pessoas responsáveis pelos domicílios (em reais) 1.473,82 1.203,96 120,83
Rendimento médio das pessoas responsáveis pelos domicílios (em salários
mínimos/2000 – s.m. R$ 151,00) 9,76 7,97 0,80
Pessoas residentes de 0 a 4 anos de idade 7,89 10,35 11,49
Pessoas residentes de 15 a 19 anos de idade 12,64 11,70 12,10
Pessoas residentes de 65 anos de idade ou mais 3,74 4,03 3,81
Densidade domiciliar (habitantes por domicílio) 3,64 3,88 3,97
Fonte: IBGE, Censo Demográfico de 2000/ SAERB-PREF. MUNICIPAL DE RIO BRANCO ( rede de esgoto)
Em relação às condições de saneamento, para os três grupos (agregados de setores) de
vulnerabilidade socioambiental, verifica-se , como mostram os indicadores da Tabela.3 que a
cobertura da rede de abastecimento de água e a coleta de lixo são de respectivamente, 49,06% e
98,99% nos setores de baixa vulnerabilidade; 51,19% e 95,16% nos setores de media
vulnerabilidade; 63,95% e 91,43% nos setores de alta vulnerabilidade socioambiental. Uma
explicação para este resultado inversamente proporcional ao esperado, é que em Rio Branco, mesmo
nas áreas com baixa vulnerabilidade social, muitas vezes não tem rede coletora de água ou mesmo
quando tem , devido a problemas de regularidade no fornecimento, muitos domicílios obtém água
através de poços (com a água puxada por bombas ).

16
A cobertura de esgoto é o serviço mais precário em todos os grupos, com 16,42% de domicílios
servidos por rede de esgoto, nos setores de baixa vulnerabilidade, 11,42% nos de media
vulnerabilidade e 0% no setor de alta vulnerabilidade, sendo este indicador o que mais contribui para
a vulnerabilidade ambiental.

FIGURA 3 - VULNERABILIDADE SOCIOAMBIENTAL


Micro-Bacia Hidrográfica do Igarapé Fundo- 2000

Fonte:IBGE.Malha digital dos setores censitários - 2000; PREFEITURA MUNICIPAL DE RIO


BRANCO/SEMEIA - Dados digitais da micro-bacia hidrográfica do Igarapé Fundo

Quanto aos indicadores de renda e escolaridade, os níveis são bastante baixos no grupo de alta
vulnerabilidade socioambiental. Enquanto nas áreas classificadas na categoria de baixa
vulnerabilidade socioambiental, em média, 11,67% dos chefes de domicílio possuem baixa
escolaridade (até três anos de estudo, inclusive sem instrução), naquelas de media vulnerabilidade l
esta proporção é de 23,81% , chegando a 31,16 % nos grupos de alta vulnerabilidade socioambiental
(Tabela 3).

O número de mulheres, chefes de domicílios, distribui-se homogeneamente entre os três grupos,


com 36,46% nos grupos de baixa vulnerabilidade; 35,86% nos grupos de media e 35,67% nos grupos
de alta vulnerabilidade. Porém o número de mulheres chefes de domicílios com poucos anos de
estudo (educação primária) é bem maior no grupo de alta vulnerabilidade (17,11%) . Nos grupos de
média vulnerabilidade é de 14,65% e no de baixa, é de 8,96%.

Nos indicadores de renda, também observa-se considerável variação entre as faixas de


vulnerabilidade socioambiental. A concentração de chefes de domicílio com baixa renda (até três
salários mínimos) é significativamente mais elevada nas áreas de alta vulnerabilidade (62,97%) do
que naquelas com média vulnerabilidade (47,19%) e baixa vulnerabilidade ambiental (27,78%). Estas
diferenças se refletem na variação da renda média do responsável pelo domicílio entre as categorias .

17
Enquanto nos setores censitários de baixa vulnerabilidade socioambiental a renda média mensal do
chefe de domicílio chega a 1.473,82 reais (9,76 salários mínimos em 2000), nos setores de média
vulnerabilidade é de 1.203,96 reais (7,97 s.m.) e nos setores de alta vulnerabilidade alcança apenas
120,83 reais (menos de 1 salário minimo) (Tabela 3).

Com relação à estrutura etária da população, a proporção de crianças de zero a quatro anos de idade
não varia muito entre os grupos de vulnerabilidade: 7,89% no de baixa vulnerabilidade social; 10,35%
no de média; e 11,49% no de alta vulnerabilidade social. Por outro lado, a participação de idosos (65
anos ou mais) na população, apresenta padrões muito próximos nos grupos de baixa vulnerabilidade
(12,64%) e no de alta vulnerabilidade (12,10%) e com 11,70% nos grupos de média vulnerabilidade
socioambiental.

Em resumo, os resultados mostram que as áreas (setores censitários) com alta vulnerabilidade
ambiental possuem condições socioeconômicas significativamente piores, além de maior
concentração de crianças e jovens, do que aquelas com baixa ou mesmo com média vulnerabilidade
ambiental. Esta situação pode está ligada ao fato de que áreas de risco e degradação ambiental, sem
infra-estrutura urbana e por isto mesmo desvalorizadas no mercado de terras, são as únicas
acessíveis à população de mais baixa renda. No geral estas áreas são consideradas impróprias,
pelas legislações urbanística e ambiental, para ocupação urbana, seja por oferecerem risco
ambiental, seja porque são Áreas de Preservação Permanente (Código Florestal). Neste caso, na
maioria das vezes, são áreas (públicas ou privadas) invadidas, em geral por assentamentos
precários, que se configuram como áreas de favela.

Considerações Finais

Neste trabalho, procurou-se identificar e caracterizar populações em condições de vulnerabilidade


socioambiental, através da construção de indicadores na escala mais desagregada possível (setores
censitários), utilizando métodos e técnicas de geoprocessamento. Assim, foi utilizada uma
metodologia para construir indicadores de vulnerabilidade social (pobreza e escolaridade) e
vulnerabilidade ambiental para estas áreas, formado pela combinação de variáveis de exposição ao
risco e à degradação ambiental.

O recorte proposto para o mosaico dos setores censitários foi adequado à criação de bancos de
dados, que podem inclusive, em uma série histórica, retratar mais especificamente as dinâmicas
pertinentes a cada bacia hidrográfica. Assim, a adoção das bacias hidrográficas como unidade de
análise e área para fins estatísticos, favorece a obtenção de informações para um planejamento de
ações de âmbito local mais específico, como também poderá proporcionar um maior êxito às tarefas
de sensibilização e comprometimento da população para com a melhoria do seu local de moradia.

18
Verificando espacialmente a distribuição das áreas vulneráveis dentro da bacia, nota-se que os
setores localizados para o leste da bacia, mais próximos ao centro da cidade, apresentam melhores
condições socioeconômicas (baixa e média vulnerabilidade social), enquanto aquelas áreas
localizadas para o sul da Bacia e mais distante do centro da cidade, concentram os setores com alta
e média vulnerabilidade social e ambiental. No entanto, como já foi dito anteriormente, o uso do solo
na bacia é bastante heterogêneo, e portanto, existem áreas de favelas (“invasões”) no interior da
bacia e em localização privilegiada em relação ao centro da cidade. Este fato pode estar relacionado
à tentativa, pelos grupos mais pobres, de minimizar o custo com transporte e favorecer o acesso à
renda pela proximidade de postos de trabalho e grupos de melhor poder econômico, mesmo que para
isto tenham que sacrificar a salubridade de sua moradia.

Criam-se assim situações em que justamente os grupos sociais com maiores níveis de pobreza e
privação social (e portanto com menor capacidade de reação às situações de risco) vão residir nas
áreas com maior risco e degradação ambiental, configurando-se situações de alta vulnerabilidade
socioambiental.

A metodologia utilizada neste estudo, se aplica a outras bacias, podendo vir constituir um mosaico da
vulnerabilidade por micro-bacia abrangendo toda área urbana. Ao identificar e caracterizar áreas
críticas, com alta vulnerabilidade social e ambiental, este trabalho pode também trazer subsídios
relevantes para o planejamento de políticas públicas, como habitação, saneamento e meio ambiente,
que poderiam ser concebidas e implementadas de forma integrada, contribuindo significativamente na
redução da vulnerabilidade, considerando sua distribuição desigual no espaço urbano e tendo as
bacias hidrográficas como unidade de planejamento e gestão.

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