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A Sincronia Perfeita

“Eu estava sozinho, deitado sobre minha carteira como sempre faço antes da
aula. As pessoas passavam por mim dando risadas umas das outras, brincando
e compartilhando uma grande alegra da qual eu não fazia parte, mas porque
não me encaixava, mesmo. A aula começou e eu tive de me levantar para que
pudesse prestar atenção ao que o professor fosse passar de matéria.
Ao meu lado se senta Hidori Migi, aquele que todos amam por supostamente
conseguir tudo o que quer com seu charme e beleza. Eu não vou muito com a
cara dele, porque eu sei de algumas coisas que aconteceram, como assédio à
professoras e alunas. Eu não suporto caras desse tipo, que acham que podem
fazer oque bem entenderem com qualquer pessoa.
Em sua frente se senta uma garota chamada Ai... Aiko... Não vou saber, mas é
uma menina muita amável, que é sempre gentil com todos. Desde o início da
aula, ela me parecia um pouco desconfortável com algo, mas como as pessoas
não costumam gostar muito de conversar comigo, eu simplesmente ignorei e
segui prestando atenção à aula.
Quando se passaram cerca de 5 minutos da aula, ou menos, sei lá, eu não
estava prestando muita atenção, a garota na frente de Migi pulou na carteira e
olhou para trás, parecendo assustada, constrangida e com raiva, tudo ao mesmo
tempo. Na mesma hora eu olhei para Migi, que tinha estampado no rosto seu
mesmo sorriso malicioso de sempre. Olhei para baixo e vi oque estava
acontecendo. Ele estava pondo a mão na... como eu posso dizer... comissão
traseira da menina.
Me levantei na mesma hora e gritei:
- OQUE PENSA QUE ESTÁ FAZENDO? ACHA QUE EU NÃO ESTOU
VENDO? ACHA QUE ELA ESTÁ GOSTANDO DISSO? TIRA ESSA SUA MÃO
NOJENTA DELA AGORA!
Vendo que tomei uma atitude, Aiko olhou sorrindo para mim, com os olhos
cheios de lágrimas. A aula parou e todos da sala, inclusive o professor, olharam
para Hidori e Eu, pasmos com a reação repentina de alguém que nuca se
manifestou em relação a nada. O rosto de Hidori mudou totalmente, e seu olhar
em minha direção parecia de um psicopata, completamente louco.
- Oque? Quer morrer?
Ele se levantou e dirigiu um gancho de direita bem em meu queixo. Eu devo
ter voado uns 2 metros, mais ou menos, levando três ou quatro carteiras junto
comigo. A fúria de Migi transparecia por todo o seu corpo, e seus olhos
queimavam de ódio. Ele pisou forte no chão, para provocar medo. Então ele
gritou:
- NÃO ENTRE EM MEU CAMINHO! VOCÊ É IDIOTA? ISSO NÃO É DA
SUA CONTA – Ele olhou ao redor e gritou para os outros – E NÃO É DA
CONTA DE NENHUM DE VOCÊS TAMBÉM!
Fiquei meio tonto com a pancada, mas enquanto ele fazia seu discurso para o
resto da sala, rapidamente me levantei e empurrei ele. Nós dois fomos parar do
lado de fora da sala, e aí começou aquela bagunça que você presenciou da porta
de sua sala. Nós dois parecíamos dois animais brigando, mas foi isso que
aconteceu. Depois que começamos a brigar no corredor, os alunos do comitê
disciplinar apareceram e nos levaram até a sala do conselho, onde eu expliquei
oque havia acontecido. Migi se negou o tempo todo, mas estava óbvio que ele
estava mentindo. Por via das dúvidas, a presidente do conselho, Serara Izuku,
convocou a aluna que havia sido assediada e ela confirmou, chorando, que Migi
tinha, sim, posto a mão onde não devia.
Quando ela terminou de falar, a presidente sentenciou ele a uma semana de
suspensão, oque eu achei meio leve para o que ele fez. Com a suspensão dada e
Hidori Migi retirado da sala, a presidente me agradeceu pela minha atitude,
mas me advertiu que não fosse tão impulsivo da próxima vez que visse algo.
Ela me deu uma advertência e me encaminhou para o hospital, porque meu
olho estava sangrando um pouco, e eu tinha batido a cabeça muito forte, mas
nada que me provocasse alguma sequela.”
- Nossa, mas esse Migi é um vagabundo! Tomara que ele nunca chegue perto
de mim.
- Assim espero...
Kia olhou para Marco confusa, tentando entender o que ele queria dizer com
aquilo, mas deixou de lado e se alegrou para peguntar:
- Ei Marco, você toca guitarra muito bem, não é?
Ele olhou para ela e notou que a menina tinha ficado extremamente
empolgada ao tocar naquele assunto em específico.
- Ah, sim... Eu pratico desde que era pequeno, porque sempre gostei de ver
meu pai tocar.
“Que diferença...” pensou Kia.
- E você, Kia, toca algum instrumento?
- Eu? Só um pouco de cello, mas nada muito impressionante a ponto de você
querer ver. - Disse Kia, enquanto listava em sua cabeça todos os instrumentos
que dominava.
- Então porque não marcamos um dia para tocarmos juntos? Aquela sala em
que eu estava tocando ontem geralmente fica vazia.
Ela analisou todas as possibilidades possíveis de poder ficar naquela sala à
tarde com Marco, mas tudo o que vinha em as cabeça eram falhas e mais falhas.
Formulava milhares de equações em sua cabeça, tentando juntar o máximo de
informações disponíveis em sua cabeça para encontrar a melhor data e horário.
Além do mais, pensava no que teria de comprar de comida para que não
passassem fome durante o ensaio, pois tocar qualquer tipo de instrumento é
extremamente cansativo, pois deve se pensar nas notas e...
- Que tal amanhã de tarde, por volta das quatro horas da tarde, lá naquela
sala? - Marco disse repentinamente.
Kia travou por um momento, e todos os seus pensamentos desapareceram de
sua mente. Simples assim, o vento levou.
- Claro... err... eu...
- Então tá certo! Amanhã, às quatro horas, então! Não esquece de levar o cello!
Tchau!
E lá se foi Marco, naquela figura capenga e machucada, indo embora para
algum lugar que Kia não fazia a menor ideia de onde era. Ela observou ele com
um sorriso bobo. Ela suspirou profundamente, e se levantou para ir embora.

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