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ESTUDOS SOCIAIS

ESTUDOS SOCIAIS

Neuza do Carmo
Consultora: Lúlia Queiroz Silva
ESTUDOS SOCIAIS

INTRODUÇÃO

Os livros 1, 2, 3 e 4 de Estudos Sociais fazem parte da coletânea de livros


didáticos para as classes multisseriadas. Como os demais livros, dos conteúdos de
Língua Portuguesa, Matemática e Ciências, eles também visam apoiar o seu
trabalho, professor, possibilitando a construção da autonomia docente e discente
em sala de aula, privilegiando o diálogo, a troca de experiências, a participação
ativa, o incremento da solidariedade humana e a compreensão da interdependência
entre as pessoas e entre os diferentes sistemas sociais.
O material de Estudos Sociais, em especial, dada a natureza de seu conteúdo,
favorece o desenvolvimento nos alunos na capacidade de se organizar, produzir,
comunicar e aceitar os desafios com prazer, o que, segundo Gadotti e Gutierrez
(1990), constitui habilidades e atitudes essenciais à sobrevivência dos sujeitos
nos meios comunitários e nas sociedades atuais. Procura provocar o aluno, o
professor, a família e a comunidade a fazer a leitura de seu entorno, ampliando
a compreensão da trajetória histórica em que se encontram inseridos, suas
relações sociais e de produção, a ocupação social do espaço geográfico e a
construção de suas experiências vivenciais.
Esse material valoriza o trabalho individual do aluno levando-o a potencializar
o autoconceito e a auto-imagem positivos e incrementa as atividades em dupla e
em grupo, possibilitando a percepção de que as pessoas aprendem umas com as
outras, de acordo com Paulo Freire, num diálogo provocador da emergência da
competência, de saberes já produzidos e da solução de problemas.
Estimulados pelos colegas, pelo desafio do material didático, pela leitura da
realidade e pelo seu cotidiano, professor e alunos deverão construir o conhecimento
acessando livros, documentos e experiências de vida, coletando informações,
observando e sintetizando informações. Articulando, relacionando e produzindo
conhecimentos mediatizados por sua realidade, suas necessidades e suas
expectativas, professor e alunos poderão atuar modificando e transformando
o meio físico e social em que vivem.
Você, professor, deve se comprometer com o processo de crescimento de seus
alunos e de construção do saber, como orientador, mediador nas situações-problema,
como articulador de propostas e como conciliador.

OS LIVROS DE ESTUDOS SOCIAIS

O conteúdo de Estudos Sociais está organizado em quatro volumes que versam


sobre os seguintes temas:
• Livro 1 - Eu e minhas relações sociais no lar e na escola.
• Livro 2 - Eu e o espaço ao meu redor - raízes do meu povo.

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• Livro 3 - Nós, a cidade e o campo.


• Livro 4 - Brasil somos todos nós.
O aluno é o elemento central e dinâmico da proposta.
No Livro 1, ele se percebe como pessoa e se reconhece como ator e
participante no contexto social do lar e da escola. Ele se vê como sujeito
histórico no espaço em que vive, conhecendo e valorizando as relações que são
estabelecidas, vendo-se como um ser único, mas integrado a um grupo social
onde ganham significado a sua existência, seu envolvimento e compromisso.
Nesse livro são abordados os seguintes assuntos:
• Como são as pessoas? Como é você?
• Vivendo em família.
• Minha vida na escola.
No Livro 2, amplia-se a visão de mundo do aluno descentrando-o de si
mesmo e enfocando o espaço ao seu redor, procurando remetê-lo às suas razões
históricas. Intensifica-se seu processo de socialização incluindo-se os elementos
ao seu redor em espaços cada vez mais amplos. Procura-se situá-lo em um
processo cultural, onde estão definidos valores, interesses, necessidades, conflitos,
demandas. Pretende-se fazer a leitura de sua realidade mais próxima de seu
cotidiano, estimulando-o a refletir sobre essa realidade e agir para modificá-la.
São abordados os seguintes tópicos:
• Minha escola tem história.
• Conhecendo minha escola.
• A vizinhança da escola.
• O lugar onde vivo.
• Raízes do meu povo.
No Livro 3, aprofunda-se o estudo das relações sociais tomando-se como
ponto focal o sujeito no grupo — o nós — e os dois espaços de vivência: o
campo e a cidade. Provoca-se a construção de um conhecimento sobre as
relações entre o homem do campo e o homem da cidade estabelecendo
comparações e analisando os determinantes nas dimensões de dependência,
independência e interdependência. Nas sociedades modernas prevalecem as
relações de interdependência: o campo contribuindo para a melhoria das
condições e da qualidade de vida na cidade e a cidade constituindo-se em
permanente desafio à melhoria de condições de trabalho, de produção e de
vida no campo.
O aluno situa-se em seu município, percebendo um espaço concreto definido
por elementos geográficos e estruturas sociais mais amplas e mais complexas.
Nesse livro, estuda-se o município com especial destaque para as questões
relacionadas com o campo onde está inserido o aluno, sua família e sua escola.

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Constituíram-se em temas desse livro:


• O município onde moro.
• A vida no campo e a vida na cidade.
• Como se formou o município.
No Livro 4, o aluno constrói sua visão de Estado, de país e de mundo. Ele se
percebe como participante do grupo social com direitos, deveres, responsabilidades,
envolvimentos e compromissos. Compreende a inter-relação entre a vida de
um indivíduo e de seu grupo social em um determinado lugar e as implicações
advindas de realidades mais amplas. Conhece a estruturação político-social e
econômica do país e suas influências na vida de cada cidadão. Estuda a
construção da história do povo, seu desenvolvimento e progresso, sua riqueza,
suas dificuldades, seus problemas, seus ganhos e suas perdas como resultantes
da vida, do trabalho e das realizações de todos os brasileiros.
O aluno, com seus colegas e professores, a partir do conhecimento do Brasil,
e dos conceitos e paradigmas tomados nas dimensões do país, desenvolve
pesquisas, estudos e entrevistas procurando identificar esse mesmo referencial
em seu Estado.
Constam desse livro:
• Localização do Brasil e organização do Estado brasileiro.
• O homem usa a natureza e constrói o seu espaço.
• O processo industrial no município, no Estado e no Brasil.
• O Brasil conta a sua história.
Os temas abordados nos livros de Estudos Sociais contemplam os conteúdos
programáticos estabelecidos nas propostas curriculares dos estados participantes
do projeto “Escola Ativa — Classes Multisseriadas”.

ESTRUTURA, METODOLOGIA E FUNCIONAMENTO

Professor, esse material tem uma estrutura e se desenvolve numa proposta


metodológica que visa a:
1. melhoria da aprendizagem pela adoção de estratégias inovadoras que privilegiam a
busca autônoma do conhecimento;

2. integração de vários recursos de aprendizagem;

3. orientação simultânea e integrada das ações docentes e discentes;

4. incorporação da realidade vivencial e experiencial do aluno à prática da sala de aula;

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5. articulação da escola com a família e a comunidade;

6. prática e aplicação da aprendizagem em situações do cotidiano do educando;

7. avaliação e “feedback” permanentes;

8. aprendizagem personalizada e grupal priorizando a compreensão e não a memorização,


respeitando o ritmo do aluno;

9. utilização de material didático (livro) apropriado às classes multisseriadas;

10. aplicação de estratégias vivenciais que desenvolvem a capacidade de


organização/produção/comunicação e ludicidade;

11. facilitação para identificar e solucionar problemas do cotidiano;

12. aprendizagem da cooperação e solidariedade humana, bem como da liderança


situacional pela vivência da atividade grupal;

13. utilização de recursos de trabalho cooperativo e autogerenciado que torne a aula


dinâmica e ativa;

14. atividade em pequenos grupos favorecendo o desenvolvimento social do conhecimento


e o apoio tutorial entre os próprios alunos;

15. estreita relação dos estudos propostos e a vida das crianças e de suas comunidades;

16. promoção progressiva e flexível dos alunos;

17. transformação da escola em centro de informação e força integradora da comunidade


(os pais participam das atividades escolares e a escola promove atividades em prol da
comunidade).
Cada livro está organizado em unidades e cada unidade, em módulos. O módulo
poderá ser desenvolvido em uma semana e compreende três seções: A, B e C.
Na seção A encontram-se informações essenciais sobre o tema em foco e
atividades de natureza interpretativa que visem:
• facilitar a compreensão do tema;
• analisar o texto;
• discutir pontos polêmicos e/ou importantes.
Esta seção deve ser assistida e acompanhada, prioritariamente, pelo professor,
tendo em vista que a compreensão do texto precisa ser garantida para que as
demais atividades venham a ser bem executadas.
A seção B aborda o mesmo assunto numa perspectiva prático-aplicativa. Pode
ser constituída de um novo texto e de atividades que visam dar ao aluno

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condições para usar a informação no contexto em que vive. Pretende ainda que
o conhecimento seja organizado e sistematizado.
A seção C constitui-se de atividades de fixação e enriquecimento a ser
realizadas em casa. Prevê a cooperação da família, vizinhos e amigos. A natureza
do trabalho visa ao envolvimento da comunidade ampliando a socialização do
aluno e a construção positiva de um autoconceito e de uma auto-imagem,
considerando que tudo que lhe será solicitado tem resposta acessível em nível
de domínio de conhecimentos dos informantes da própria comunidade.
A estrutura dos livros apresenta ainda as seguintes características:
• ícones, colocados na margem esquerda das páginas, que determinam a
natureza da atividade (leitura, avaliação, tarefas para casa, trabalhos) ou a
forma como as atividades serão realizadas (individualmente, em dupla,
em grupo, coletiva, com o professor). Poderão ser usados ícones duplos
indicando, por exemplo, leitura coletiva ou tarefa coletiva e avaliação;
• textos informativos ou explicativos colocados em quadros;
• questões desafiadoras que visam estimular a curiosidade, o interesse, a
imaginação ou a criatividade do aluno;
• instruções relativas ao uso do caderno (considerando que o livro não é
descartável);
• tarefas programadas no início das unidades e executadas sucessivamente,
apresentadas em quadros reticulados que, ao final, culminarão em um
produto individual ou coletivo;
• dois personagens — Marta e Geraldo — que dialogam entre si e com os
alunos. Suas falas, contidas nos balões, devem ser lidas, com cuidado,
porque integram os textos ou contêm informações importantes;
• orientações para montagem e enriquecimento permanente do “Cantinho
de Estudos Sociais”.
• atividades diversas a ser realizadas pelos alunos;
• ilustrações, fatos, gravuras e representações geográficas que
complementam as informações, orientam a aprendizagem e devem ser
sempre bem explorados pelo aluno e pelo professor;
• atividades que propõem a instalação e manutenção do Governo
Estudantil com a participação de todos os alunos;
As estratégias e atividades propostas devem ser autogerenciadas, isto é,
conduzidas pelos próprios alunos. São eles que solicitam a presença do professor
em seus grupos de trabalho, quando for necessário, ou quando o material
didático indicar. Todavia, a atenção e o deslocamento do professor entre os
alunos é indispensável, pois é por meio desse procedimento, que ele garante o

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ritmo, a intensidade, o envolvimento e o compromisso dos alunos com as tarefas.


As atividades podem ser:
• individuais — (visando a auto-reflexão, a sistematização dos conhecimentos
e, principalmente, a realização de registros escritos formais, no caderno de
anotações);
• em dupla — (visando a troca e a integração de informações, o apoio e
esforços mútuos.
• em grupo — (visando a produção de materiais, à socialização ampla dos
conhecimentos e o enriquecimento de informações, mesmo porque essas
atividades quase sempre pressupõem tarefas diversificadas e diferenciadas,
realizadas anteriormente).
Esta última é uma das estratégias mais ricas nessa metodologia, tendo em
vista, que os grupos serão heterogêneos, e que a cooperação e a solidariedade
serão os principais norteadores dessa vivência. Pressupõe-se que, nesse
momento, dois grandes desafios se apresentem: os alunos, cujo domínio de
conhecimento está mais avançado e mais forte, organizando-se, sistematizando
esse conhecimento para torná-lo disponível para os alunos mais fracos,
contribuindo assim para que estes construam o seu próprio conhecimento; os
alunos mais fracos sentindo-se impulsionados e se auto-motivando, envidando
esforços para chegar ao ponto onde estão os demais colegas.
O professor é o mediador desse processo. Deverá estar atento à emergência
das lideranças situacionais (aquele aluno assume em Ciências, o outro assume na
Matemática etc) para distribuir as competências e reforçar os aspectos positivos.
Você, professor, deverá cuidar para que predomine a cooperação entre os
membros do grupo, e para que se desenvolva e se forme em todos um
autoconceito positivo.
Quando chamado a participar das atividades coletivas, espera-se que você,
professor, esteja muito bem preparado: munido de informações, conhecendo o
teor da tarefa e a dinâmica operacional e participando efetivamente da atividade.
Aqui, cabe ressaltar que, embora as atividades sejam preferencialmente
autônomas, isto é, conduzidas pelos próprios alunos, você, professor, deverá
estar sempre muito bem preparado para a aula do dia:
• conhecer e dominar o assunto;
• organizar todo o material necessário à execução das tarefas;
• planejar seu tempo para estar disponível quando solicitado;
• ficar atento a todas as realizações dos alunos, acompanhando os registros
e as tarefas de grupo;
• avaliar continuamente de forma a entusiasmar os alunos pelo seu
autocrescimento;
• verificar a realização diária das tarefas de casa;
• planejar o aproveitamento das informações provenientes das tarefas de casa.

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AVALIAÇÃO

A avaliação é um processo contínuo e permanente que permeia todo o trabalho.


Ela é realizada na forma de auto-avaliação quando o aluno é estimulado a
estar atento às suas tarefas e a revê-las ou reformulá-las quando se fizer
necessário.
Na avaliação pelo colega, quando realizar juntos as tarefas, espera-se que
cada um deles sempre estimule o outro e contribua para o crescimento mútuo.
A avaliação grupal deve pressupor “combinados” anteriores onde estarão
definidos os critérios pelos quais o grupo ou cada sujeito no grupo virá a ser
avaliado. Esses registros deverão ser formais, possibilitando comparações com
avaliações anteriores e/ou a prescrição de melhorias em tarefas futuras.
A avaliação pelo professor deverá ser do conhecimento de todos os alunos.
Os critérios serão negociados com todos e escritos. Haverá dois momentos
distintos: a avaliação formativa, em processo, em que o professor apresentará os
resultados e dará sugestões/diretrizes para a melhoria do desempenho grupal
e/ou individual; a avaliação somativa, ao final da tarefa, em que o professor
apresentará resultados formais que possibilitarão a análise comparativa dos
alunos entre si e/ou dos alunos com turmas de outras escolas e até de outros
municípios. Essa avaliação, embora mais formal, não tem caráter punitivo ou
promocional, uma vez que esse programa supera a relação com seriação ou
promoção. O aluno avança em seu ritmo e de acordo com o seu potencial, mas a
avaliação estimuladora e entusiasmante do professor é uma âncora e, ao mesmo,
uma alavanca poderosa para dinamizar esse aluno.

ORIENTAÇÕES PARA ALGUMAS ATIVIDADES

O clima escolar deve ser de liberdade, confiança, respeito, responsabilidade,


cooperação, afeto e organização. Seus alunos poderão trabalhar na sala de aula, no
pátio, nos espaços livres; organizando as atividades para trabalho individual, em
dupla, em grupos previamente estruturados, de forma coletiva, na qual participam
todos os alunos que desenvolvem determinado livro, sempre acompanhados do
professor, ou de um aluno que já tenha realizado o livro.
Os alunos poderão também trabalhar usando materiais, livros e folhetos que
existem no “Cantinho de Estudos Sociais” especialmente organizado para
proporcionar ao aluno material específico de trabalho na área.
O desafio desse material está em você, professor, acompanhar, participar e
assessorar o aluno para que ele melhore sempre a qualidade de seu trabalho
escolar, ganhando independência e autonomia para:
• compreender o que lê;

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• comunicar-se por escrito e oralmente;


• desenvolver comportamentos únicos e democráticos;
• observar sua própria realidade e aprender com ela;
• participar das atividades liderando ou sendo liderado;
• resolver os problemas do seu cotidiano.
Dentro dos módulos propostos e já descritos, você encontrará sugestões de
atividades.
Oriente seu aluno para desenvolver corretamente as atividades.
Apresento-lhe considerações sobre algumas atividades propostas:
Linguagem oral — A proposta nos trabalhos em dupla e em grupo deve ser
observada para encaminhamento no sentido de fluência, recursos lingüísticos,
modo de falar e capacidade de expressar o pensamento.
A linguagem oral será promovida em diálogos, debates e levantamento de
conclusões e desenvolvida entre os alunos e entre estes e o professor.
Sempre que possível será importante que o professor tome conhecimento
das conclusões resultantes desses diálogos por meio de relato oral ou escrito, em
sintéticas elaborações.
Leitura, análise e comparação de textos — ( A avaliação das informações
obtidas com a leitura de textos facilitará a formação do pensamento crítico do
aluno na medida em que ele puder consultar mais de um texto sobre o mesmo
tema e descobrir argumentos, pontos de vista e intenções. Poderá estabelecer
comparações e analisar as informações de forma a chegar a conclusões
coerentes. O debate em torno das informações obtidas será recurso mais valioso
no incentivo do aluno para questionar e dialogar com os textos e formular suas
próprias idéias.
Trabalho com documentos — ( O trabalho de estudo e análise de documentos
históricos exige que se organizem as informações obtidas.
Essas informações deverão ser interpretadas, analisadas e comparadas para
que o aluno possa entender pequenas e complexas relações de vida coletiva.
Considere documentos: cartas, livros, relatórios, diários, pinturas, esculturas,
fotografias, filmes, músicas, mitos, lendas, falas, espaços, construções
arquitetônicas ou paisagísticas, instrumentos e ferramentas de trabalho,
receituários, utensílios, vestimentas, restos de alimentos, habitações, meios de
locomoção, meios de comunicação, gráficos, cartografia e obras de arte.
Percepção de tempo — O tempo é um dos conceitos mais complexos
de entendimento. O professor deve trabalhar o tempo como um elemento que
possibilita organizar os acontecimentos históricos no presente e no passado.

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Tempo Cronológico — Usar calendários para que os alunos possam, a


partir da mesma referência, localizar os acontecimentos no tempo.
Tempo da Duração — No estudo da História considera-se o tempo como
duração a partir da identificação de mudanças e permanências no modo de
vida das sociedades. O professor deve descobrir com o aluno acontecimen-
tos que possam ser dimensionados em diferentes durações.
Ritmos de Tempo — A dimensão do tempo aparece como ritmo de
organização da vida coletiva ordenado e seqüenciado, cotidianamente, as
ações individuais e sociais, assim, o estudo das épocas de plantar e de
colher, as horas de estudo, de trabalho.
O professor pode utilizar diferentes tipos de calendário, linha de tempo,
confecção de diagramas de “árvore genealógica”, de seqüência de atividades
escolares, de festas, de aniversários datas em que ocorreram acontecimentos.
Estudos do meio — As visitas, os passeios, as excursões, as viagens são
oportunidades especiais para o acesso a diferentes tipos de informações e
para a realização de procedimentos metodológicos de pesquisa.
O estudo do meio exige o uso de metodologias de pesquisa e de organização
de novos saberes. Isto requer atividades anteriores à visita:
• levantamento do que será investigado;
• seleção de informações disponíveis;
• observação em campo, com anotações;
• comparação entre os dados levantados e os conhecimentos já organizados
por outros pesquisadores (textos e informações);
• interpretação dos dados obtidos na atividade;
• organização dos dados;
• elaboração de conclusões.

Um dos aspectos mais ricos nessas atividades é quando os estudantes têm a


oportunidade de conviver e conversar com os habitantes da região tomando
contato com a linguagem, o vocabulário, as experiências, as vivências
específicas, os costumes e a hospitalidade.
O professor deve visitar os locais com antecedência conversar com as pessoas
que serão entrevistadas para prepará-las. Deve acompanhar seus alunos nessas
atividades e deve propiciar a eles a utilização dos dados obtidos, criando ou
sugerindo situações de aplicação.
Mapas - representação simbólica do espaço real — A elaboração de um
mapa envolve o conhecimento do espaço geográfico e sua codificação.

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Os mapas devem ser valorizados não só como meio de registro do espaço


geográfico mas também como instrumento de leitura e pesquisa.
Preparar o aluno para a leitura de mapas deve incluir a sua ação como
elaborador de mapas.
O espaço familiar ao aluno, seu espaço cotidiano, é que deve ser mapeado.
Ao fazer isto, o aluno seleciona, classifica, simplifica e simboliza, estabelecendo
relações de semelhança/diferença, seqüência (antes/depois), quantificação e
ordenação. Essas ações são importantes para que ele faça a leitura do mapa de
forma eficaz.

MATERIAL DIDÁTICO

A sala de aula deverá estar provida dos seguintes materiais para que o aluno
possa desenvolver suas atividades:

• fichário (caixa fichário), para organizar e guardar poesias, lendas, letras


de músicas, casos, parlendas, mitos, brincadeiras de roda e outras típicas
da região;
• mural didático, para exposição do material elaborado pelos alunos;
• papel cartolina ou kraft (manter reserva para uso dos alunos);
• bússola;
• globo terrestre;
• mapas: múndi, Brasil, político, do Estado (diversos), do município,
planta urbana do município.
• caixa para arquivo de gravuras para uso dos alunos;
• arquivo de gravuras selecionadas que ilustrem os temas tratados nos
livros;
• coleção de livros de Estudos Sociais em nível de município, de Estado
e regional;
• coleções de revistas, folhetos e material de propaganda turística
da região;
• coleção de reportagens sobre o município, o Estado, a região;
• atlas geográfico do Brasil.

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BIBLIOGRAFIA

ANTUNES, Aracy do Rego e outros. Estudos Sociais - Teoria e prática. Rio de Janeiro:
Aecess, 1993.
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Introdução. MEC/SEF, Brasília: 1997.
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DIENES, Zoltan Paul. Exploração do espaço e prática da medição. São Paulo:
EPU, 1977.
Fundação Roberto Marinho. Telecurso 2000 - Geografia e História. São Paulo:
Globo, 1996.
GUERRA, Flávio. Antologia de folclore e cultura popular nordestina. Pernambuco:
Asa, 1985.
LEME, Dulce Maria P. Camargo e outros. O Ensino de Estudos Sociais no Primeiro
Grau. São Paulo: Atual, 1986.
MAGNOLI, Demétrio e ARAUJO, Regina. A Nova Geografia. São Paulo: Moderna, 1996.
MAGNOLI, Demétrio e SCALZARETTO, Reinaldo. A Nova Geografia - Brasil País
Industrial. São Paulo: Moderna, 1993.
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povo. João Pessoa: Grafset, s.d.
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NADAI, Elza e NEVES, Joana. História do Brasil. São Paulo: Saraiva, 1996.
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Belo Horizonte: Lê, 1994.
PAWELS, Geraldo José. Atlas Geográfico Melhoramentos. São Paulo:
Melhoramentos, 1992.
Quatro Rodas. Guia Brasil. São Paulo: Abril, 1996.
RODRIGUEZ, Janete Lins e outros. Cartilha paraibana. João Pessoa: Grafset, 1993.
SIMIELLI, Maria Helena. Geoatlas. São Paulo: Ática, 1996.

Livros indicados para os alunos:


MOTA, Sônia R. Casa de delícias. Belo Horizonte, Formato, 1995.
VASSILISSA. Óculos para Luzia. São Paulo: Atica, 1975.

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