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Coordenadoria de Avaliação e Acompanhamento da Educação – COAVE

Célula de análise e Disseminação de Dados Educacionais - CEADE

Orientações Gerais

Avaliação Diagnóstica – 2018:


Escolha de descritores e
sugestões pedagógicas

Língua Portuguesa e Matemática

2018
Qual a necessidade de se estruturar uma Avaliação Diagnóstica para os alunos do
Ensino Médio?
Para termos uma educação pública que consiga mais equidade nos resultados de
aprendizagem, é preciso a estruturação de dois aspectos essenciais: um bom diagnóstico
sobre a aprendizagem de cada estudante que possa ser utilizado ao longo do processo
educativo, de forma contínua; e uma boa estratégia de acompanhamento e intervenção
pedagógica para os que mais precisam de atenção ao longo dos anos de escolarização.
Nesse sentido, o ato de avaliar, na perspectiva da concepção diagnóstica, pressupõe a
reflexão acerca de informações obtidas com o objetivo de planejar ações futuras. Por isso,
é de grande importância que a análise dos resultados de avaliação seja transformada em
prática educativa com o intuito de ampliar as oportunidades de aprendizagem e garantir o
acompanhamento pedagógico dos estudantes.
O Sistema Permanente de Avaliação da Educação Básica do Ceará - SPAECE tem
norteado as políticas e projetos educacionais desenvolvidos pela rede pública estadual de
educação e, no que diz respeito às escolas, tem sido uma importante ferramenta de
diagnóstico do desempenho escolar e da qualidade do ensino oferecido aos jovens
estudantes.
A Matriz de Referência desta avaliação constitui um recorte do conteúdo curricular
relacionado aos diversos níveis de escolarização da educação básica e sua análise é
traduzida por meio de descritores, cujo domínio representa o desenvolvimento de
habilidades essenciais à aprendizagem.
Para apoiar as escolas nesse processo estratégico, a Secretaria da Educação, por meio da
Coordenadoria de Avaliação e Acompanhamento da Educação – COAVE e Coordenadoria
de Desenvolvimento da Escola e da Aprendizagem – CODEA, desenvolveu os
procedimentos para aplicação da Avaliação Diagnóstica em Língua Portuguesa e
Matemática para os alunos de todas as séries do Ensino Médio com o objetivo de
instrumentalizar a escola com vistas a tomada de decisões sobre o seu fazer pedagógico,
utilizando-se, para tanto, da Matriz de Referência do SPAECE.
Trata-se de uma avaliação interna, com foco em determinadas competências de Língua
Portuguesa e Matemática nas quais, historicamente, os estudantes têm apresentado
desempenho abaixo do adequado.
Busca-se, com esta ação, oferecer aos professores e equipe gestora da escola, em
especial aos coordenadores escolares, dados que proporcionem reflexão e implementação
de intervenções pedagógicas que favoreçam o processo de consolidação de competências
básicas em leitura e raciocínio lógico-matemático de todos os estudantes ao longo do ano
letivo de cada série do ensino médio.

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Como será estruturada a Avaliação Diagnóstica?
Para fins de composição dessa avaliação diagnóstica, foram selecionados 15 (quinze)
descritores de Língua Portuguesa e 15 (quinze) descritores de Matemática para que o
domínio dessas habilidades basilares seja acompanhado ao longo do ensino médio. Desse
modo, em cada uma das séries desta última etapa da educação básica serão indicados
cinco descritores.
A seleção dos descritores teve como base os resultados na linha histórica do SPAECE
entre 2016 e 2017. Assim, serão indicadas para cada série as habilidades descritas na
Matriz de Referência do SPAECE que apresentaram baixo nível de domínio constatado na
aplicação do 9º ano do EF, na 1ª, 2ª e 3ª série do ensino médio. A compatibilidade entre o
descritor e a série em que cada habilidade será acompanhada considerou a associação
dos descritores e os conteúdos da Matriz Curricular de cada etapa.
A partir deste recorte de descritores para cada série do ensino médio, são elaborados os
itens para composição da Avaliação Diagnóstica. Tanto na avaliação de Língua Portuguesa,
quanto na de Matemática, há três itens para cada descritor: 1 considerado de fácil
resolução; 1 de dificuldade intermediária e 1 considerado mais difícil, ou seja, requer uma
habilidade maior do aluno para sua resolução.
A escola não deve focar seu trabalho pedagógico apenas nestes descritores, mas
considerar, de uma forma abrangente, com base na sua proposta curricular, todas as
habilidades necessárias à ampliação do desenvolvimento da aprendizagem do aluno ao
longo de todo o Ensino Médio. No entanto, é importante ter como referência esses
descritores selecionados para cada série no sentido de garantir o domínio pleno destas
habilidades por parte de cada estudante.
A aplicação dessa Avaliação ocorrerá na escola, em ambiente virtual, de acordo com
orientações operacionais específicas. Caso a escola não disponha de infraestrutura de
Internet adequada, poderá aplicar a avaliação diagnóstica de forma impressa, sendo
necessária a alimentação de um sistema com as respostas dos alunos para a geração de
relatórios analíticos. Os relatórios trarão informações relativas ao desempenho dos
estudantes de forma individual, por turma, por escola e por habilidade avaliada.
Cada aplicação terá duração de 1h30min. O cálculo do tempo tem por base a estimativa de
que são necessários 3 minutos, em média, para a realização de cada item. Quando a
aplicação for por meio de teste impresso, serão adicionados 10 minutos para
preenchimento do cartão-resposta.
Destaca-se a importância do cumprimento do tempo estabelecido, no intuito de garantir
condições mínimas aos estudantes para realização da prova, preservando assim a
legitimidade dos resultados apresentados ao término da avaliação.

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Quais os descritores para cada série do ensino médio e como podem ser trabalhados
na escola?

LÍNGUA PORTUGUESA
Etapa de
Descritores
Escolaridade
1ª SÉRIE EM D7 D10 D11 D12 D20
2ª SÉRIE EM D2 D9 D17 D21 D23
3ª SÉRIE EM D5 D6 D14 D15 D16

1ª Série

D7: Diferenciar a informação principal das secundárias em um texto.


Essa habilidade é característica, principalmente, de textos informativos e argumentativos.
Dada a importância dessa habilidade para a compreensão das partes constitutivas do texto,
sugere-se ao professor, além de levar os alunos a se familiarizarem com esses textos, que
trabalhe efetivamente o desenvolvimento dessa habilidade por meio de outras práticas, tais
como a elaboração de resumos, de esquemas, de quadros sinóticos etc.
Na edição do SPAECE de 2016, apenas 41,1% dos estudantes de 9° ano responderam
corretamente os itens relacionados a esta habilidade, enquanto em 2017 esse valor
diminuiu para 40,4%.

D10: Identificar o propósito comunicativo em diferentes gêneros.


Esse descritor indica a habilidade de o aluno reconhecer, na leitura de gêneros textuais
diferenciados, a função social dos textos: informar, convencer, advertir, explicar,
recomendar, etc. Desta forma, é imprescindível que a escola trabalhe a leitura de textos de
diferentes gêneros, como revistas, jornais, propagandas, convites, entre outros, em que é
solicitado ao aluno identificar a função social de cada um destes gêneros.
Na edição do SPAECE de 2016, apenas 51,1% dos estudantes de 9° ano responderam
corretamente os itens relacionados a esta habilidade, enquanto em 2017 esse valor
aumentou para 54,4%.

D11: Reconhecer os elementos que compõem uma narrativa e o conflito gerador.


O professor pode recorrer à leitura conjunta de textos narrativos variados (na íntegra ou em
trechos), de preferência aqueles que tenham boa aceitação da turma, evidenciando junto
aos estudantes os diferentes elementos que compõem a narrativa, tais como personagens,
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tempo, espaço, foco narrativo, realizando as classificações de tais elementos
conjuntamente aos seus alunos, conforme a concepção teórica prévia ou
concomitantemente apresentada.
Na edição do SPAECE de 2016, 70,0% dos estudantes de 9° ano responderam
corretamente os itens relacionados a esta habilidade, enquanto em 2017 esse valor
diminuiu para 52,8%.

D12: Identificar semelhanças e/ou diferenças de ideias e opiniões na comparação


entre textos.
O professor pode favorecer o desenvolvimento da capacidade crítica do aluno a partir da
leitura de textos com posições diferentes sobre um mesmo tema, formando leitores mais
atentos, seguros e capazes de extrair o fato em meio às opiniões que se formam em torno
dele. A habilidade de comparar dois ou mais textos sobre um mesmo tema exige
maturidade do aluno e discernimento, proporcionando-lhe maior autonomia para se
posicionar e analisar criticamente os argumentos utilizados pelo autor do texto.
As estratégias utilizadas podem ser:
a) a contraposição da interpretação da realidade a diferentes opiniões;
b) a inferência das possíveis intenções do autor marcadas no texto;
c) a identificação das referências intertextuais presentes no texto;
d) a percepção dos processos de convencimento utilizados pelo autor para atuar sobre o
interlocutor/leitor;
e) a identificação e o repensar dos juízos de valor tanto socioideológicos (preconceituosos
ou não) quanto histórico-culturais (inclusive estéticos) associados à linguagem e à língua;
f) a reafirmação da sua identidade pessoal e social.
Na edição do SPAECE de 2016, apenas 48,9% dos estudantes de 9° ano responderam
corretamente os itens relacionados a esta habilidade, enquanto em 2017 esse valor
aumentou para 55,6%.

D20: Identificar o efeito de sentido decorrente do uso da pontuação e de outras


notações.
Pode-se orientar os estudantes a perceberem e analisarem os efeitos de sentido dos sinais
de pontuação (travessão, interrogação, exclamação, reticências etc.) e das notações
(itálico, negrito, caixa alta, entre outros) como elementos significativos para construção de
sentidos.
Na edição do SPAECE de 2016, apenas 56,1% dos estudantes de 9° ano responderam
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corretamente os itens relacionados a esta habilidade, enquanto em 2017 esse valor
aumentou para 56,8%.

2ª Série

D2: Inferir informação em texto verbal.


A compreensão de um texto se dá não apenas pelo processamento de informações
explícitas, mas também por meio de informações implícitas. Os itens relativos a esse
descritor devem envolver elementos que não constam na superfície de um texto, mas que
podem ser reconhecidos por meio da identificação de dados pressupostos ou de processos
inferenciais. Atividades com textos sobre temas atuais, com espaço para as várias
possibilidades de leitura possíveis, permitem desenvolver a interpretação tanto por meio
explícito como do implícito.
Na edição do SPAECE de 2016, apenas 55,0% dos estudantes de ensino médio
responderam corretamente os itens relacionados a esta habilidade, enquanto em 2017
esse valor aumentou para 60,9%.

D9: Reconhecer gênero discursivo.


Sugere-se que o professor trabalhe com os alunos a leitura de textos de diferentes
gêneros, como notícias, avisos, anúncios, cartas, convites, instruções, propagandas,
telefonema, sermão, romance, bilhete, aula expositiva, ata de reunião de condomínio, entre
muitos outros, em que é solicitado ao aluno identificar a função social de cada texto.
Na edição do SPAECE de 2016, apenas 38,2% dos estudantes de ensino médio
responderam corretamente os itens relacionados a esta habilidade, enquanto em 2017
esse valor aumentou para 52,7%.

D17: Reconhecer o sentido das relações lógico-discursivas marcadas por


conjunções, advérbios etc.
Este descritor também será avaliado na primeira série. No entanto, na terceira série, serão
trabalhados itens de que apresentem maior complexidade para sua resolução. Para
desenvolver essa habilidade, o professor pode se valer de textos de gêneros variados, a
fim de trabalhar as relações lógico-discursivas, mostrando aos alunos a importância de
reconhecer que todo texto se constrói a partir de múltiplas relações de sentido que se
estabelecem entre os enunciados que compõem o texto. As notícias de jornais, por
exemplo, os textos argumentativos, os textos informativos são excelentes para trabalhar
essa habilidade.
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Na edição do SPAECE de 2016, apenas 54,4% dos estudantes de ensino médio
responderam corretamente os itens relacionados a esta habilidade, enquanto em 2017
esse valor diminuiu para 47,7%.

D21: Reconhecer o efeito decorrente do emprego de recursos estilísticos e


morfossintáticos.
As atividades de leitura e de análise linguística possibilitam ao estudante investigar
diferentes funções textuais produzidas por um único recurso expressivo e os diferentes
efeitos de sentido que podem daí derivar. Temos, muitas vezes, a ideia equivocada de que
a repetição de palavras e expressões é um recurso típico de textos produzidos na
modalidade oral, que indica falta de maestria no uso da linguagem. O recurso da repetição
é, entretanto, estratégia que pode promover múltiplos e vários efeitos (por exemplo,
topicalização, sequenciação textual, entre outros).
Na edição do SPAECE de 2016, apenas 57,2% dos estudantes de ensino médio
responderam corretamente os itens relacionados a esta habilidade, enquanto em 2017
esse valor aumentou para 59,3%.

D23: Identificar os níveis de linguagem e/ou as marcas linguísticas que evidenciam


locutor e/ou interlocutor.
Essa habilidade vai exigir do aluno a habilidade em identificar as variações linguísticas
resultantes da influência de diversos fatores, como o grupo social a que o falante pertence,
o lugar e a época em que ele nasceu e vive, bem como verificar quem fala no texto e a
quem se destina , reconhecendo as marcas linguísticas expressas por meio de registros
usados, vocabulário empregado, uso de gírias ou expressões ou níveis de linguagem.
Na edição do SPAECE de 2016, apenas 56,8% dos estudantes de ensino médio
responderam corretamente os itens relacionados a esta habilidade, enquanto em 2017
esse valor aumentou para 62,8%.

3ª Série

D5: Identificar o tema ou assunto de um texto.


Por meio deste descritor, pode-se avaliar a habilidade de o aluno identificar do que se trata
o texto, com base na compreensão do seu sentido global, estabelecido pelas múltiplas
relações entre as partes que o compõem. Assim, cabe aos professores trabalharem em um
nível de atividades que ultrapasse a superfície do texto, conduzindo o aluno a estabelecer
relações entre as informações explícitas e implícitas, a fim de que ele faça interferências
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textuais e elabore uma síntese do texto.
Na edição do SPAECE de 2016, apenas 44,3% dos estudantes de ensino médio
responderam corretamente os itens relacionados a esta habilidade, enquanto em 2017
esse valor aumentou para 55,6%.

D6: Distinguir fato de opinião relativa ao fato.


Para trabalhar a habilidade de o aluno estabelecer a diferença entre fato e opinião sobre o
fato, pode-se recorrer a gêneros textuais variados, por exemplo, os que apresentam
estrutura narrativa, tais como contos (fragmentos) e crônicas, bem como os textos
argumentativos. Entretanto, torna-se necessário trabalhar nos textos as situações criadas
por instrumentos gramaticais, como as expressões adverbiais e as denotativas em relações
de mera referencialidade textual ou de influência externa de intromissão do
locutor/produtor/narrador.
Na edição do SPAECE de 2016, apenas 41,1% dos estudantes de ensino médio
responderam corretamente os itens relacionados a esta habilidade, enquanto em 2017
esse valor aumentou para 46,0%.

D14: Reconhecer as relações entre partes de um texto, identificando os recursos


coesivos que contribuem para sua continuidade.
Deve-se considerar as especificidades dos tipos e gêneros textuais, tomando os textos
lidos como objeto de estudo, sempre que possível, em situações reais de uso. Nas
atividades de leitura em sala de sala, é relevante reconstruirmos com os estudantes a linha
de organização do texto seguida pelo autor, destacando as expressões que estabelecem
as relações parte/todo e as ideias que o texto traz. Além disso, pode-se questionar o
percurso de análise promovida pelo estudante, apresentando contraexemplos, auxiliando-o
a reconstruir os significados do texto.
Na edição do SPAECE de 2016, apenas 42,2% dos estudantes de ensino médio
responderam corretamente os itens relacionados a esta habilidade, enquanto em 2017
esse valor aumentou para 52,9%.

D15: Identificar a tese de um texto.


O professor pode trabalhar, em sala de aula, com textos argumentativos para que os
alunos tenham a oportunidade de desenvolver habilidades de identificar as teses e os
argumentos utilizados pelos autores para sustentá-las. Essa tarefa exige que o leitor
reconheça o ponto de vista que está sendo defendido. O grau de dificuldade dessa tarefa
será maior se um mesmo texto apresentar mais de uma tese ou quanto mais extenso for o
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texto.
Na edição do SPAECE de 2016, apenas 34,9% dos estudantes de ensino médio
responderam corretamente os itens relacionados a esta habilidade, enquanto em 2017
esse valor aumentou para 49,5%.

D16: Estabelecer relação entre tese e os argumentos oferecidos para sustentá-la.


O professor deve trabalhar, em sala de aula, com textos argumentativos para que os alunos
tenham a oportunidade de desenvolver habilidades de identificar as teses e os argumentos
utilizados pelos autores para sustentá-las. Essa tarefa exige que o leitor, primeiramente,
reconheça o ponto de vista que está sendo defendido para depois relacionar os
argumentos usados para sustentá-lo. O grau de dificuldade dessa tarefa será maior, caso o
texto apresente mais de uma tese, ou seja, de grande extensão frente aos textos
comumente trabalhados na série em estudo.
Na edição do SPAECE de 2016, apenas 45,9% dos estudantes de ensino médio
responderam corretamente os itens relacionados a esta habilidade, enquanto em 2017
esse valor aumentou para 66,8%.

MATEMÁTICA

Etapa de Escolaridade Descritores


1ª SÉRIE EM D19 D24 D26 D65 D77
2ª SÉRIE EM D16 D18 D50 D64 D67
3ª SÉRIE EM D28 D40 D54 D55 D72

1ª Série

D19: Resolver problema envolvendo juros simples.


Itens referentes a esse descritor têm por objetivo avaliar a habilidade de os alunos
identificarem e trabalharem com informações que envolvem capitais, prazos e taxas
percentuais.
A sugestão é que o professor procure revisar os cálculos de porcentagens bem como as
conversões de prazos e períodos que facilitem a compreensão do conteúdo e sua real
aplicação.
Na edição do SPAECE de 2016 e 2017, respectivamente, apenas 29,3% e 27% dos alunos
do 9º ano responderam corretamente os itens relacionados a esta habilidade que tem

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importância fundamental na análise das relações de financiamento, compra e venda de
produtos comerciais, bancários e industriais.

D24: Fatorar e simplificar expressões algébricas.


Itens referentes a esse descritor têm por objetivo avaliar a habilidade de os alunos
identificarem e trabalharem com expressões algébricas.
A sugestão é que o professor procure revisar desde monômios e polinômios trabalhando os
casos de produtos notáveis e fatoração. Existem alguns materiais concretos como o
Algeplan que facilitam essa compreensão.
Na edição do SPAECE de 2016 e 2017, respectivamente, apenas 20,4% e 15,8% dos
alunos do 9º ano responderam corretamente os itens relacionados a esta habilidade, a qual
será necessária, nas séries posteriores, como subsídio para cálculos de perímetros, áreas
e volumes.

D26: Resolver situação-problema envolvendo equação do 2º grau.


Com base nesse descritor, pretende-se avaliar a habilidade de o aluno identificar e resolver
situações que se aplicam equações do 2º grau para sua resolução.
A sugestão é que o professor revise os conteúdos de equação do 2º grau, no tocante a sua
resolução e trabalhe com os alunos a interpretação das situações, de maneira a facilitar a
extração das ideias importantes que o levarão à resolução da situação.
Na edição do SPAECE de 2016 e 2017, respectivamente, apenas 35,1% e 26,9% dos
alunos do 9º ano EF responderam corretamente os itens relacionados a esta habilidade,
que subsidia todo o estudo relacionado à função do 2º grau nas séries posteriores.

D65: Calcular o perímetro de figuras planas, numa situação-problema.


Pretende-se com este descritor avaliar a capacidade do aluno compreender
geometricamente uma figura plana e ser capaz de calcular o seu perímetro de acordo com
as informações dadas.
Sugerimos que o professor revise as diversas figuras planas estudadas e, a partir do
conceito de perímetro, oriente aos alunos a executarem corretamente os cálculos.
Na edição do SPAECE de 2016 e 2017, respectivamente, apenas 31,9% e 28,4% dos
alunos do 9 º ano responderam corretamente os itens relacionados a esta habilidade que
subsidia todo o estudo relacionado à geometria plana nas séries posteriores.

D77: Resolver problemas usando a média aritmética.


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Itens referentes a esse descritor têm por objetivo avaliar a habilidade de os alunos
identificarem e trabalharem com dados coletados, e identifiquem seu valor mediano em
função da média aritmética.
A sugestão é que o professor procure revisar conceitos estatísticos básicos como:
população, coleta, dados brutos, rol, variáveis e medidas de tendência central, com ênfase
na média aritmética.
Na edição do SPAECE de 2016 e 2017, respectivamente, apenas 27,2% e 27,7% dos
alunos do 9 º ano responderam corretamente os itens relacionados a esta habilidade, a
qual é de importância preponderante para o ensino de estatística nas séries seguintes.

2ª Série

D16: Reconhecer diferentes representações de um mesmo número racional, em


situação-problema.
Itens referentes a esse descritor têm por objetivo avaliar a habilidade de os alunos
representarem a posição de números racionais em suas diversas aplicações cotidianas.
Essa é uma habilidade que já deve ter sido desenvolvida em séries anteriores da educação
básica, mas precisa ser aprimorada no ensino médio. O conjunto de descritores, do D11 ao
D16 da Matriz de Referência do Spaece, objetiva fixar esses conhecimentos.
Sugerimos então que, a partir da construção de uma reta numerada, solicite-se que os
alunos localizem, sucessivamente, números racionais entre dois racionais dados. O
objetivo dessa atividade é que os alunos concluam que, entre dois números racionais
quaisquer, existem outros infinitos números racionais. As atividades práticas de localização
de pontos nas retas construídas ajudarão muito no desenvolvimento das habilidades que
propiciarão um bom entendimento das situações problemas que as requeiram. As
atividades podem ser feitas em sala de aula ou em laboratórios de matemática, já que esta
habilidade requer um material de fácil confecção por parte dos professores.
Na edição do SPAECE de 2016 e 2017, respectivamente, apenas 33,3% e 36,3% dos
alunos responderam corretamente aos itens relacionados a esta habilidade.

D18: Resolver situação-problema envolvendo a variação proporcional entre


grandezas direta ou inversamente proporcionais.
Itens referentes a esse descritor têm por objetivo avaliar a habilidade de os alunos
identificarem relações diretas e indiretas entre grandezas proporcionais e, por efetivação de
cálculos acessórios, cheguem a resultados conclusivos para situações-problema
cotidianas.
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Como estratégia de ensino, os professores podem trabalhar exemplos básicos, que
facilitem a compreensão dos alunos, de como se comportam as grandezas em suas
situações do dia a dia. Este é um tema muito presente em avaliações internas, externas e
concursos. Sugere-se procurar exemplos cotidianos que propiciem essa assimilação.
Na edição do SPAECE de 2016 e 2017, respectivamente apenas 40,4% e 48,3% dos
alunos de 3ª série responderam corretamente aos itens relacionados a esta habilidade.
Apesar de os percentuais de acerto não estarem tão baixos, esta habilidade é fundamental
na matemática básica.

D50: Resolver situação-problema aplicando o Teorema de Pitágoras ou as demais


relações métricas no triângulo retângulo.
Com itens associados a esse descritor, pode-se avaliar a habilidade de o aluno resolver um
problema que relacione os conceitos de Geometria Plana com aplicações no cotidiano, tais
como a compreensão de estruturas que envolvam o formato triângulo retângulo.
Na edição do SPAECE de 2016 e 2017, respectivamente apenas 25,4% e 29,3% dos
alunos de 3ª série responderam corretamente aos itens relacionados a esta habilidade que
alicerça estudos relacionados à geometria plana e espacial.

D64: Resolver problema utilizando as relações entre diferentes unidades de medidas


de capacidade e de volume.
O descritor pretende avaliar, entre os alunos, a habilidade de resolver problemas que
envolvam trabalhar com diferentes unidades de capacidade e volume e suas aplicações
cotidianas.
Sugere-se ao professor trabalhar bastante a base com o sistema de unidades,
principalmente as relacionadas à capacidade e volume e suas conversões para o sistema
métrico.
Na edição do SPAECE de 2016 e 2017, respectivamente apenas 29,4% e 25,9% dos
alunos de 3º série responderam corretamente aos itens relacionados a esta habilidade.

D67: Resolver problemas envolvendo o cálculo de áreas de figuras planas.


Pretende-se, com este descritor, avaliar a habilidade de o aluno trabalhar com cálculo de
áreas envolvendo figuras planas.
É importante para o professor valer-se de exemplos concretos, como o piso e as paredes
da sala de aula, para fixar o cálculo de área de retângulos e induzir à conclusão de que a
área de um triângulo é obtida como metade da área de um retângulo (dividindo este por

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uma de suas diagonais). Outros polígonos podem ser desmembrados em retângulos e
triângulos para o cálculo de sua área. Para o cálculo de áreas de setores circulares, estes
devem ser apresentados como frações do círculo.
Na edição do SPAECE de 2016 e 2017, respectivamente apenas 27,7% e 27,5% dos
alunos de 3ª série responderam corretamente aos itens relacionados a esta habilidade.

3ª Série

D28: Reconhecer a representação algébrica ou gráfica da função polinomial de 1º


grau.
Com base nesse descritor, pretende-se avaliar a habilidade de o aluno identificar a
expressão algébrica que representa a função que rege os dados indicados em uma tabela
dada ou informações passadas.
Sugerimos o trabalho com situações-problema contextualizadas, nas quais o aluno
examina valores em uma tabela de dados e procura identificar a função que pode exprimi-
los. É importante insistir que nem sempre um pequeno número de dados é bastante para
identificar uma função. A compreensão da proporcionalidade direta entre um par de
grandezas precede o estudo da função de primeiro grau, y = ax, por exemplo:
• a proporcionalidade direta entre x e y;
• a linearidade do gráfico da função;
• o fato de esse gráfico passar pela origem do sistema.
Reconhecidas essas características, o próximo passo é compará-las com aquelas que são
próprias de uma função afim, do tipo y = ax + b, com b diferente de zero. Espera-se, dessa
forma, que os alunos utilizem a condição de proporcionalidade para diferenciar uma função
da outra.
Na edição do SPAECE de 2016 e 2017, respectivamente, apenas 15,5% e 21,9% dos
alunos responderam corretamente os itens relacionados a esta habilidade.

D40: Relacionar as raízes de um polinômio com sua decomposição em fatores do 1º


grau.
Esse descritor pretende avaliar a habilidade de o aluno em trabalhar com polinômios, suas
nuances e decomposições.
Sugerimos uma revisão em frações algébricas, produtos notáveis, fatoração algébrica e as
técnicas de divisão dos polinômios básicos do ensino fundamental. Existem materiais

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concretos como o Algeplan e material concreto para o quadrado da soma e o cubo da
soma de dois termos, que podem ajudar na compreensão básica dos polinômios.
Na edição do SPAECE de 2016 e 2017, respectivamente apenas 23,7% e 15,4% dos
alunos de 3ª série responderam corretamente aos itens relacionados a esta habilidade.

D54: Calcular a área de um triângulo pelas coordenadas de seus vértices.


Este descritor pretende medir a habilidade de os alunos identificarem adequadamente um
triângulo, a partir dos pontos marcados no plano e calcular sua área analiticamente.
É um descritor específico dessa série final e os alunos tiveram um desempenho médio
inferior a 20% no conjunto de descritores de D54 a D56, tendem a apresentar dificuldades
no domínio desta habilidade.
Sugerimos então enfatizar a ordem e o significado dos valores negativos e positivos das
coordenadas cartesianas de um ponto. Sugere-se a montagem de um grande plano
cartesiano no quadro ou na parede, no qual os alunos localizariam ou marcariam pontos.
Mostrar, por meio de exemplos, a analogia entre coordenadas cartesianas e coordenadas
no campo da geografia (latitude e longitude). Se possível, usar um GPS e determinar
posições de pontos na própria escola, finalizando com o cálculo da área determinada por
três pontos não alinhados que formam uma região triangular.
Na edição do SPAECE de 2016 e 2017, respectivamente apenas 18,6% e 24,0% dos
alunos responderam corretamente aos itens relacionados a esta habilidade.

D55: Determinar uma equação da reta a partir de dois pontos dados ou de um ponto
e sua inclinação.
Este descritor pretende medir a habilidade de os alunos identificarem adequadamente uma
reta a partir de dois pontos dados ou de sua inclinação e um ponto dado.
Sugerimos então enfatizar o trabalho de identificação da equação da reta a partir de dois
pontos dados, conforme já sugerido no estudo da função polinomial do 1º grau e na lei de
formação a partir do coeficiente angular da reta.
Na edição do SPAECE de 2016 e 2017, respectivamente, apenas 18,6% e 24,0% dos
alunos responderam corretamente aos itens relacionados a esta habilidade.

D72: Calcular o volume de prismas, pirâmides, cilindros e cones em situação-


problema.
O descritor pretende avaliar, entre os alunos, a habilidade de resolver problemas que
envolvam cálculo de área de sólidos geométricos. Os descritores D71 e D72 estão

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associados e seu resultado médio nas aplicações não chega a 20%.
É importante partir do cálculo do volume de sólidos, tais como paralelepípedos retos e
cilindros, mostrando que ele sempre é obtido pelo produto da área da base pela altura. A
partir dessa constatação, pode-se deduzir as fórmulas dos volumes.
A habilidade deve ser aprimorada com a utilização de prismas de bases triangulares ou
hexagonais. Para visualizar o cálculo da área total de um sólido, é possível valer-se de
objetos concretos: caixas de sapato, dados de RPG (pirâmides e outros poliedros), caixa
de chocolate com a forma de prisma de base triangular etc. Se possível, deve ser mostrado
com o uso de material concreto que o volume da pirâmide é 1/3 do volume de um prisma
do qual ela foi obtida. A construção dos sólidos é fundamental para essa compreensão e
pode ser feita em sala ou no laboratório de matemática com material de baixo custo, como:
canudinhos de refrigerante, palitos de churrasco associados a ligas e cola.
Na edição do SPAECE de 2016 e 2017, respectivamente, apenas 29,0% e 26,9% dos
alunos responderam corretamente os itens relacionados a esta habilidade.

Diante dos resultados, como elaborar um Plano de Intervenção?

Devido à diversificada realidade educacional de nosso estado, bem como os públicos:


docente e discente, mostrarem-se bastante heterogêneos, há inúmeras possibilidades de
implementação de um plano de intervenção em cada escola.
A seguir, sugerem-se algumas atividades, à guisa de inspiração, para a composição do
plano de intervenção.

CARACTERÍSTICA DA
ESTRATÉGIAS SUGERIDAS
ESCOLA

- Fortalecer o processo de letramento e raciocínio


lógico em todas as áreas do conhecimento;
Escola de Ensino Médio em
- Encaminhar alunos com baixo desempenho na
Tempo Integral
Avaliação Diagnóstica para as disciplinas eletivas de
Acompanhamento Pedagógico em Língua Portuguesa
e Matemática.

- Fortalecer o processo de letramento e raciocínio


lógico em todas as áreas do conhecimento;

- Encaminhar alunos com baixo desempenho na


Escola de Tempo Parcial
Avaliação Diagnóstica para disciplinas optativas de
Acompanhamento Pedagógico em Língua Portuguesa
e Matemática, utilizando os ambientes de apoio à Sala
de Aula;

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- Ofertar no contraturno atividades de letramento e
raciocínio lógico financiada pelo ProEMI, no caso da
escola estar contemplada com esse Programa;

- Promover grupos de estudo por meio da metodologia


da aprendizagem cooperativa, com apoio do Centro
de Multimeios e outros ambientes de apoio à sala de
aula;

- Integrar ações do PIBID às atividades de


Acompanhamento Pedagógico em Língua Portuguesa
e Matemática.

Entende-se que a Avaliação Diagnóstica tem uma importância fundamental na orientação


das ações pedagógicas da escola, pois permite ao professor a identificação das maiores
dificuldades apresentadas por seus alunos e a tomada de decisões para sanar tais
dificuldades. Isso contribuirá para a melhoria das práticas pedagógicas e possibilitará a
evolução da aprendizagem, elevando assim os níveis de desempenho dos estudantes.

Nesse sentido, esta Avaliação vai além de ações pontuais e isoladas, pois se desenvolve
como um processo contínuo de acompanhamento, apoio e reforço da aprendizagem dos
alunos, buscando minimizar as diferenças entre os níveis de desempenho acadêmico e
facilitar a apreensão do conhecimento e o desenvolvimento das habilidades e
competências dos estudantes nas etapas adequadas de escolarização.

REFERÊNCIAS

BRASIL. Plano de Desenvolvimento da Educação: Prova Brasil - Ensino Médio - Matrizes


de referência, tópicos e descritores. Brasília: MEC, SEB, INEP, 2008. Disponível em:
http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_docman&view=download&alias=7619-
provabrasil-matriz-pdf&category_slug=fevereiro-2011-pdf&Itemid=30192 >
CAED. Boletim pedagógico: SPAECE 2015 - Língua Portuguesa, Ensino Médio. 2015.
Disponível em: http://www.spaece.caedufjf.net/wp-
content/uploads/2016/09/CE_SPAECE_2015_RP_LP_EM_WEB.pdf

CAED. Boletim pedagógico: SPAECE 2015 - Matemática, Ensino Médio. 2015. Disponível
em: http://www.spaece.caedufjf.net/wp-
content/uploads/2016/09/CE_SPAECE_2015_RP_MT_EM_WEB.pdf

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