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MARCELINO, A.; Haddad, E.; Aventurato, H.; Campos, M. V.; Serpa, R. R.; “Proposta de
critério para valoração monetária de danos causados por derrames de petróleo ou de
seus derivados no ambiente marinho”; São Paulo, CETESB; 1992. 22 p.
INTRODUÇÃO
Este trabalho apresenta uma proposta de critérios para a valoração de danos causados
por vazamentos de petróleo e seus derivados no ambiente marinho. Esta proposta foi
elaborada pela Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental, CETESB, do Estado
de São Paulo, atendendo à solicitação do Ministério Público Federal.
A poluição causada pelos derrames de óleo traz prejuízos decorrentes dos distúrbios
causados às espécies citadas, como perda de biodiversidade, além de prejuízos indiretos
decorrentes da paralisação de atividades pesqueiras e queda da movimentação turística.
Apesar de a indústria do petróleo ser fundamental para o desenvolvimento de qualquer
país, na atual matriz energética mundial, os vazamentos de petróleo causam grandes
prejuízos à população em geral, pelos problemas causados à biodiversidade marinha e,
particularmente, às comunidades pesqueiras que dependem deste ambiente para sua
sobrevivência ou aqueles ligados ao turismo costeiro.
METODOLOGIA
Este modelo do tipo função exponencial relaciona o valor dos danos ambientais com o
cinco aspectos e respectivos graus de importância. Os aspectos considerados relevantes
no derrame de petróleo no ambiente marinho são o volume de óleo derramado, o grau
de vulnerabilidade da área atingida, a toxicidade do produto, a persistência do produto
no meio ambiente e a mortalidade de organismos. O grau de importância é atribuído
aos critérios na forma de um peso, que varia na faixa de 0 a 0,5.
PARÂMETROS DO MODELO
Por conta da complexidade que envolve a quantificação dos danos ambientais causados
pelos derramamentos de petróleo no ambiente marinho, aliada aos inúmeros casos que
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vêm ocorrendo no litoral de São Paulo, a CETESB desenvolveu uma metodologia própria
para quantificar os danos. A metodologia considera os principais aspectos do acidente
ambiental, enfocando basicamente os aspectos visíveis passíveis de provocar danos, não
contemplando aqueles que requerem maiores estudos ou acompanhamentos para a
constatação do impacto biológico. A proposta foi idealizada para atingir os objetivos de
praticidade e aplicabilidade em curto período de tempo.
Esse aspecto está relacionado à capacidade de assimilação do óleo pelo corpo receptor.
A capacidade de assimilação varia de acordo com o local do derrame, estações do ano e
com as condições meteorológicas. Os pesos atribuídos para este item estão baseados no
volume ou quantidade de produto derramada no corpo receptor. Os pesos atribuídos
em função da massa ou volume do produto derramado estão na Tabela 7.21.
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Tabela 7.2.2 Fator de ponderação do critério vulnerabilidade da área afetada
Vulnerabilidade do Ambiente Atingido Fator de Ponderação
Costão rochoso 0,05
Terraço de abrasão 0,10
Praia arenosa de granulometria fina 0,15
Praia arenosa de granulometria grossa 0,20
Baixios compactos expostos pela maré 0.25
Praias mistas de areia e cascalho 0,30
Praia de cascalho 0,35
Costas rochosas abrigadas 0,40
Regiões entre marés 0,45
Marismas e manguezais 0,50
Para avaliar os efeitos dos agentes químicos sobre a biota aquática têm-se realizado os
testes de toxicidade com organismos aquáticos. Através dos testes é possível conhecer a
concentração do produto que causa efeitos adversos na sobrevivência, crescimento e na
reprodução de organismos aquáticos. A atribuição dos pesos para este item segue dois
critérios. O primeiro é baseado na toxicidade aguda da fração hidrossolúvel do petróleo
derramado. O segundo critério está na detecção de toxicidade em organismos teste. Na
Tabela 7.2.3 estão os pesos atribuídos para este critério.
A persistência do produto é agravante dos danos causados. Em geral, quanto menor for
o valor do peso específico de uma substância, menor será a sua persistência. Neste item,
os produtos derramados são classificados de acordo com as suas propriedades físicas.
Na ausência dessas informações, todos os tipos de petróleo e seus derivados escuros
são considerados persistentes e todos os derivados claros, como não persistentes.
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Mortalidade de organismos (S6)
A biota marinha pode ser afetada tanto por processos de natureza física (recobrimento,
asfixia), quanto pelos componentes químicos do produto derramado (efeitos tóxicos).
Como são necessários estudos de acompanhamento para a avaliação de efeitos sobre os
organismos plantônicos e bentônicos, para este critério são avaliados os efeitos sobre a
mortalidade de peixes, aves e mamíferos, de fácil observação. Na Tabela 7.2.4 estão os
pesos dos critérios persistência, mortalidade de organismos e para efeitos deletérios.
Este parâmetro do modelo da CETESB representa a penalidade por causar o mesmo tipo
de acidente mais de uma vez. O fator de ponderação do parâmetro está na Tabela 7.2.5
X = (S1 + S2 + S3 + S4 + S5 + S6)
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EXEMPLO
COMENTÁRIO
Esse método visa a estimar os custos financeiros para compensar os danos ambientais
causados pelos vazamentos de petróleo em ambientes marinhos A valoração total dos
danos não foi realizada, porque foram incluídos critérios para valorar o custo do dano
social. Os pesos adotados para os parâmetros do modelo não apresentam uma base
científica e, provavelmente, foram arbitrados a partir da experiência prática dos autores.
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7.3. MODELO- VALORAÇÃO DO DANO PARA DERRUBADA DE FLORESTAS - VERA
RESUMO
INTRODUÇÃO
A valoração econômica do dano ambiental pode ser utilizada para analisar situações de
conflito relacionadas ao uso e a conservação dos recursos naturais. Pode-se também
valorar os custos e recursos necessários para a recuperação do ambiente, assim como
estimar a disposição a pagar da comunidade para a manutenção da floresta.
DESCRIÇÃO DO DANO
130
Figura 7.3.2 Área desmatada irregularmente Figura 7.3.3 Abertura e corte da mata
O modelo utilizado neste caso foi do Valor Econômico de Recursos Ambientais (VERA).
Para obter a perda do valor de uso indireto da floresta desmatada foram considerados
os estoques de carbono. O valor de uso direto da floresta foi relacionado aos produtos
madeiráveis. O valor de opção da floresta afetada foi a partir da disposição a pagar da
comunidade para conservar a floresta.
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Tabela 7.3.1 Critérios usados para qualificar os agravos do dano à flora
Critério Índice Subtotal
Localização em relação às áreas protegidas
Totalmente inserido 3,0
Parcialmente inserido 2,0 2,0
Ocorrência de espécies ameaçadas de extinção
Comprovada 3,0 5,0
Suposta 2,0
Favorecimento à erosão
Comprovado 3,0
Fortes indícios 2,0
Suposto 1,0 6,0
Objetivando a comercialização
Atividade principal 2,0 8,0
Atividade secundária 1,0
Morte ou dano à fauna decorrente do dano à flora
Comprovado 3,0
Fortes indícios 2,0
Suposto 1,0 9,0
Alteração nos nichos ecológicos
Comprovada 3,0
Fortes indícios 2,0
Suposta 1,0 10,0
Previsão de re-equilíbrio
Longo prazo 3,0 13,0
Médio prazo 2,0
Curto prazo 1,0
Soma dos índices = 13,0
Aplicando o valor da soma (=13,0) dos índices dos critérios da Tabela 7.3.1, na Tabela
7.3.2, obtemos o fator (=3,2) que deverá multiplicar o valor de exploração calculado a
seguir, para determinarmos o valor da perda dos produtos madeiráveis.
132
Valor das toras: 490m³/ha x 93,44 ha x R$ 150,00/m3 = R$ 6.867.840,00
Valor Exploração 1 = R$ 6.867.840,00 x 3.2 = R$21.977.088,00
O valor de opção está associado com a disposição que a população de Passos Maia
teria de contribuir mensalmente para a recuperação e preservação da área degradada.
O resultado da aplicação do questionário revelou que:
88% dos entrevistados não estão dispostos a contribuir com qualquer valor
para a proteção dos remanescentes da Floresta Ombrófila Mista;
4% estariam dispostos a contribuir com R$ 1,00 mensal;
4% estariam dispostos a contribuir com R$ 5,00 mensais e;
4% estariam dispostos a contribuir com R$ 10,00 mensais.
Dessa forma teríamos uma arrecadação mensal de R$ 12.828,40 (doze mil oitocentos e
vinte e oito reais). Considerando agora um período igual 30 anos de contribuições,
como necessário e suficiente para assegurar a manutenção da floresta, temos que o
valor da disposição a pagar total é igual a R$ 4.618.224,00 (quatro milhões, seiscentos
e dezoito mil, duzentos e vinte e quatro reais).
133
7.4 MODELO VERA - VALORAÇÃO DO DANO PARA QUEIMA DA PALHA DE CANAVIAL
Mattos, M., e Mattos, A., “Valoração Econômica do Meio Ambiente – Uma abordagem
Teórica e Prática”, Ed. RIMA, FAPESP, São Carlos, São Paulo, 2004.
INTRODUÇÃO
Na esfera legal a queima da cana são consideradas agressões ao meio ambiente. Desse
modo, os responsáveis por queimadas em suas propriedades devem ser compelidos a
reparar os danos provocados, sendo necessário determinar o valor da indenização
pecuniária pelo dano ambiente. Nesse sentido, uma ação civil pública associada às
queimadas de plantações de cana-de-açúcar deve conter ao menos esse dois pedidos.
O valor econômico total do dano decorrente da queima da palha de uma área de cana-
de-açúcar pode ser estimado a partir da relação
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A) CÁLCULO DO VALOR DE USO DIRETO (VUD)
O valor de uso direto é determinado pela soma do valor de uso da palha, ou seja, do
potencial energético, economia de água de irrigação e no uso de herbicidas, economia
de plantio e utilização do bagaço da cana-de-açúcar.
Custo de plantio
A palha residual da colheita mecanizada da cana crua que permanece sobre o terreno
favorece o controle das ervas invasoras e reduz o uso de herbicidas. Portanto, uma
folha a mais, ou seja, uma economia da ordem de R$400,00/ha
Custo do bagaço
VUD = R$ 8.201,80 / ha
Os dados da tabela indicam que o balanço líquido das emissões da indústria canavieira
com o uso do etanol é bastante favorável, uma vez que, se pode evitar a emissão de
12,74 x 106 toneladas de carbono por ano, o que representa 46,7x106 t de CO2, ou seja,
aproximadamente, 20% de todas as emissões de combustíveis fósseis no Brasil. O valor
da tonelada de carbono no mercado internacional varia de US$5,00 a 165,00.
Assim, pode-se considerar que o valor do uso indireto está diretamente relacionado
com os 5.521 litros de álcool equivalentes ao potencial energético da queima da palha
seca não efetivada, mais o valor do seqüestro de carbono. Assim, temos
VUI = (5.521 litros de álcool x preço do litro do álcool + valor do seqüestro de C)/ha
VET = R$ 14.561,80 / ha
D) CONCLUSÃO
137
7.5 MODELO DOS CUSTOS EVITADOS - VALORAÇÃO DO DANO PARA CONTAMINAÇÃO
DE CORPO HÍDRICO
ESPINOZA, S., et. al. “Valoración Económica del Daño Ambiental Ocasionado por el
Proyecto Cooperativa de Productores de Leche Dos Pinos”, Coyol de Alajuela,
Expediente Administrativo 0421-98-SETENA”, março, Costa Rica, 2001.
INTRODUÇÃO
A cooperativa de produtores de resina de pinus fica localizada em Coyol de Alajuela, na
Costa Rica, na região da Bacia de Quebrada Siquiares, próxima do rio Alajuela, que é
efluente do rio Grande, nas coordenadas 959'41.29"N e 8415'38.43"W. Na imagem
de satélite da Figura 7.5.1 pode-se observar a região em questão.
I. ANTECEDENTES
138
O lançamento dessa carga afetou as características físico- químicas do rio por acúmulo
de graxas, sólidos decompostos, espumas e outros contaminantes. Além do mais, foi
observado um aumento dos problemas relacionados com as pragas de dípteros, ente
os quais larvas de mosca e outros insetos.
A determinação do dano poderia ser realizada pela comparação da situação inicial das
variáveis afetadas com a situação estabelecida após o impacto, mas, infelizmente, os
dados não estavam disponíveis. Foi acordado então, estimar o valor econômico do
dano ambiental utilizando os custos de tratamento do efluente.
a) Impacto social
A partir desta análise pode-se concluir que as principais variáveis afetadas foram à
saúde, a proliferação de pragas e a percepção de maus odores. Com relação aos maus
odores, foi constatado que estes, nos meses da ocorrência do dano eram percebidos
principalmente à noite.
b) Fauna
De acordo com o Estudo de Impacto Ambiental não existe fauna aquática na região de
influência da planta; nessa região também não foi observada a presença de anfíbios,
larvar e insetos aquáticos. Com relação à fauna terrestre existem insetos, aves, ratos e
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lagartos. No EIA não foi indicada a área analisada, portanto, se pode supor a existência
de fauna nos setores não investigados.
c) Flora
De acordo com o EIA não existem nascentes na região de influência da planta. Porém,
de acordo com o SETENA (órgão ambiental), na zona de proteção da bacia hidrográfica
existem cinco nascentes que fornecem água potável para as comunidades vizinhas. As
nascentes podem ter sido contaminadas por infiltrações difusas ou aumento da vazão.
140
anuais. Assim, é importante conhecer a condição inicial e final do recurso (quantidade
e qualidade) para avaliar se houve depreciação, melhoria ou permanência da condição.
No caso de uma empresa com potencial para degradar o recurso, é necessário investir
na infra-estrutura, equipamentos, materiais, mão-de-obra, produtos químicos para
restabelecer a situação original do recurso natural ou no tratamento dos despejos para
não degradar o recurso. A metodologia dos custos evitados se baseia neste princípio.
A rigor, a metodologia adotada não valora o dano ambiental ocasionado, mas valora a
contaminação produzida. Essa metodologia aproxima o valor do dano com os custos
financeiros para realizar ações necessárias para que a fonte do dano não seja originada
(contaminação acima dos valores permitidos). Portanto, é um valor mínimo aplicável.
Nesse sentido, foi acordado entre as partes da lide que o custo social da contaminação
icluisse o custo evitado, o custo do dano e o custo de gestão dos recursos humanos
necessários para realizar essa valoração. Assim, tem-se
Conforme citado, o custo de tratamento das águas residuais indica o quanto custaria
para a sociedade evitar a contaminação gerada. Para tanto, é necessário considerar o
nível de contaminação que entra no sistema de tratamento e o nível de contaminação
lançado no corpo hídrico. Além do mais, é necessário obter o custo de tratamento da
diferença entre o que entra e sai. Algebricamente, pode-se escrever
( )
Onde:
= custo de tratamento da contaminação ($/m3 ou $/kg de carga evitado);
= custo total para tratar a diferença do que entra e sai do sistema (R$).
= nível de contaminação que entra no sistema (g/m3 de DQO);
= nível de contaminação que sai do sistema (g/m3 de DQO);
141
( )
Caso não fosse realizado o tratamento, o valor do dano seria calculado considerando
CU. Observa-se que nesse caso não está sendo considerado o dano ocorrido à fauna,
redução do bem-estar da população, perda de biodiversidade, etc. Portanto, o valor do
dano está subestimado. Para aplicar as relações acima foram utilizados os dados
fornecidos pela empresa, com limitação, devido ao tempo requerido para a resposta. A
empresa forneceu os dados da estação de tratamento dos períodos de 20 a 31 de
dezembro, 2 a 21 de janeiro e de 1 a 17 de fevereiro. Os dados estão na Tabela 7.5.1.
Para obter o valor do Custo Unitário (CU) e Custo Adicional (CA) é necessário calcular o
Custo de Tratamento. Na Tabela 7.5.3 estão o custo do investimento e de operação do
unidade de tratamento do período de 17 de dezembro a 17 de fevereiro. A partir do
custo anual do sistema de tratamento é possível obter os custos para os meses de
operação em que ocorreu o dano. Na Tabela 7.5.4 estão os custos anual e unitários da
unidade de tratamento de efluentes da empresa.
Tabela 7.5.4 Custo anual de tratamento e unitário da carga evitada do período do dano
Item Valores unitários (US$) Custo anual (US$)
Custo Anual --- 296.232,00
Custos dos dois meses --- 49372,00
Custo médio diário --- 823,00
Carga Evitada Média 6.496,62 ---
Custo Unitário (CU) ($/kg) 0,1267 = (823,00/6.496,62)
142
Tabela 7.5.1 Dados da estação de tratamento fornecidos pela empresa para análise da descarga do efluente no corpo hídrico
Vazão DQO entrada DQO saída Carga disposta Carga vertida Carga evitada Carga legal Carga vertida
Mês
(m3/dia) (g/m3) (g/m3) (kg/d) (kg/d) (kg/d) (kg/d) Excesso (kg/d)
Agosto 418,50 --- --- --- --- --- --- ---
Setembro 847,94 --- --- --- --- --- --- ---
Outubro 818,33 --- --- --- --- --- --- ---
Novembro 976,57 --- --- --- --- --- --- ---
Dezembro 597,03 13.346,00 5.889,00 7.967,96 3.515,91 4.452,05 447,77 3.068,14
Janeiro 924,49 13.383,00 4.795,00 12.372,45 4.432,93 7.939,52 693,37 3.739,56
Fevereiro 847,93 7.309,00 1.090,00 6.197,52 924,24 5.273,28 635,95 288,30
Média ponderada 11.595,67 3.916,53 9.727,22 3.230,60 6.496,62 629,96 2.600,24
Valor legal de lançamento do efluente tratado no corpo hídrico = 750 (mg/L) = 0,75 (kg/m3)
Carga disposta = 13.346,00 (kg/m3) * 597,03 (m3/d) = 7.967,96 (kg/d)
Carga vertida = 5,89 (kg/m3) * 597,03 (m3/d) = 3.515,91 (kg/d)
Carga evitada = 7.967,96 – 3.515,91 = 4.452,05 (kg/d)
Carga legal = 0,75 (kg/m3) * 597,03 (m3/d) = 447,77 (kg/d)
Carga vertida em excesso = 3515,91 – 447,77 = 3.068,14 (kg/d)
143
TABELA 7.5.2 Valores médios mensais estimados dos parâmetros da unidade de tratamento de efluentes
Mês Vazão DQO entrada DQO saída Carga disposta Carga vertida Carga evitada Carga legal Carga vertida
(m3/dia) (g/m3) (g/m3) (kg/d) (kg/d) (kg/d) (kg/d) excesso (kg/d)
Média 647,00 13.400,00 5.183,00 8.669,80 3.353,40 5.316,40 485,25 2.868,15
Agosto 418,50 8.667,54 3.352,53 3.627,37 1.403,03 2.224,33 313,88 1.089,16
Setembro 847,94 17.561,66 6.792,69 14.891,24 5.759,80 9.131,44 635,96 5.123,84
Outubro 818,33 16.948,41 6.555,49 13.869,39 5.364,56 8.504,84 613,75 4.750,81
Novembro 976,57 20.225,72 7.823,13 19.751,83 7.639,83 12.112,00 732,43 6.907,40
Tabela 7.5.3 Custo anual e do período de 17 de dezembro a 17 de janeiro da planta de tratamento de efluentes da indústria de PINUS
Item Custos (US$) Custo (US$) Vida Útil Custo Anual (taxa 10%) US$
1. Aquisição do sistema de tratamento da empresa --- 1.170500,00 10 anos 190.493,00
2. Custo de operação do sistema de tratamento --- 105.688,00 --- 105.688,00
Reativos (polímero, ácido, soda, etc.) 1.347.003,80 --- --- ---
Salários + encargos sociais 1.907.466,00 --- --- ---
Manutenção e reposição 1.104.448,60 --- --- ---
Análises de laboratório 490.385,60 --- --- ---
Serviços de consultoria 805.000,00 --- --- ---
3. Obras de infra-estrutura 100.000,00 312,00 40 51,00
Custo Anual Estimado 296.232,00
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Tabela 7.5.5 Custos para evitar o excesso de lançamento de DQO no período do dano
Carga Vertida Carga Vertida em Custo p/ evitar o Custo p/ evitar
Período
Excesso (kg/d) excesso (kg /mês) excesso ($/d) excesso ($/m)
Agosto 1.089,16 15.248 138,00 1.931,00
Setembro 5.123,84 153.715 649,00 19.470,00
Outubro 4.750,81 142.524 602,00 18.052,00
Novembro 6.907,40 207.222 875,00 26.247,00
Dezembro 3.068,14 92.044 389,00 11.658,00
Janeiro 3.739,56 112.187 474,00 14.210,00
Fevereiro 288,30 4.901 37,00 621,00
Total 727.842 92.189,02
Conforme estabelecido pelas partes envolvidas, o custo total do dano inclui o custo do
tratamento, o custo do dano propriamente dito mais o custo de gestão. O custo do
dano representa os diversos impactos sobre o sistema ambiental e sobre a população.
Nesse caso, devido ao curto período de tempo disponível para elaborar este laudo, foi
adotado que o custo do dano é diretamente proporcional ao custo de tratamento
Não foi possível obter informações exatas sobre a data de início de operação da planta
de Pinus e unidade de tratamento dos efluentes. Os registros iniciaram em agosto. Foi
suposto que a unidade de tratamento iniciou a operação em 17/08/00 e no dia 17 de
fevereiro emitiu o último relatório, o que representa seis meses de operação. Não
foram registrados dados sobre o tratamento e o lançamento dos efluentes antes de
dezembro. Foi suposto que nesse período a planta teve um comportamento similar ao
145
registrado no período de dezembro a fevereiro, ou seja, lançando efluentes sempre
acima do limite estabelecido pela legislação.
Finalmente, para determinar o valor social do dano foi utilizada uma constante de
proporcionalidade seguindo o Princípio In Dúbio pro Natura para assegurar um valor
econômico razoável que compense os danos que não foram incluídos na valoração.
VI. CONCLUSÕES
De acordo com a perícia realizada foi comprovado que houve a contaminação da bacia
Quebrada e rio Siquiares. Essa contaminação originou outros impactos negativos nas
comunidades, odores, pragas e dano à saúde. Houve alteração da qualidade da água, e
os impactos subseqüentes prejidicaram o bem-estar das comunidades. Os resultados
analíticos mostram que os parâmetros analisados estavam acima dos valores máximos
estabelecidos. Isso significa que a contaminação continua. A empresa deve restituir o
estado de consevação dos recursos, e caso a normalidade não seja restabelecida logo,
uma nova valoração deve ser realizada e o custo deve ser internalizados pela empresa.
VII. RECOMENDAÇÕES
US$ 92.189,00 (noventa e dois mil cento e oitenta e nove dólares) sejam
destinados às comunidades afetadas pelo dano ambiental;
US$ 92.189,00 (noventa e dois mil cento e oitenta e nove dólares) sejam
destinados ao SETENA (órgão ambiental) para a compra de equipamentos e
materiais, de acordo com a necessidade.
Ações imediatas, por parte da empresa, perante o Ministério da Saúde para minimizar
os impactos causados pela proliferação de insetos e larvas de moscas nas comunidades
afetadas pelo problema.
146
7.6 MODELO CUSTOS DE RECUPERAÇÃO - VALORAÇÃO DO DANO PARA INCÊNDIOS
FLORESTAIS
INTRODUÇÃO
O objetivo foi calcular os custos do dano dos incêndios florestais. Os danos causados
pelos incêndios florestais manifestam-se no clima, uso do solo (matéria orgânica,
microorganismos, umidade), fauna, flora, qualidade da água (sedimentos, compostos
dissolvidos e temperatura), bens produzidos e saúde da população.
ESTUDO DE CASO
Para valorar o dano causado pelos incêndios foi necessário determinar o estado de
conservação inicial da região afetada, estimar o grau da alteração ocorrida no estado
de conservação do ambiente. Foram realizadas as estimativas do estado de
conservação dos recursos afetados e a valoração econômica dos danos ambientais. O
valor total do dano foi determinado através dos custos de recuperação, custo social e
custos de atendimento à emergência. Assim tem-se,
147
Nas tabelas estão os parâmetros adotados para avaliar o estado de conservação dos
recursos naturais antes e depois do dano, os valores de poderação dos parâmetros e
dos estados de conservação dos recursos afetados pelos incêndios.
Os dados indicam que o estado de conservação das florestas atingidas era 64% do
máximo antes do dano. Isto indica a preexistência de um dano equivalente a 36% não
associado com o dano atual. Os dados indicam que os incêndios causaram a alteração
de 44,4% do estado de conservação dos recursos. Portanto, o estado de conservação
dos recursos atingidos pelo fogo variou 28,42% e o valor final foi 35,58%.
148
Ponderação de indicadores de avaliação do estado de conservação do recurso
∑
∑
∑
∑
∑
∑
∑∑∑ ( )
Onde:
149
CR = custo da restauração do recurso natural afetado ($/unidade do fator);
P i = preço do insumo i usado na restauração do recurso j ($/unidade de insumo);
Q t, j, i = quantidade do insumo i para restauração do recurso j (unidade de insumo);
r = taxa de desconto anual (%);
t = tempo (unidade de tempo);
T = tempo máximo para restaurar o dano ambiental (unid. de tempo);
m = número de insumos necessários para restaurar o recurso i;
n = número de recursos afetados pelo dano.
Antes do Dano
Qualidade da água
Após o Dano
6,5
Visitação turística Aspecto da água
6,1 6,3
4,1 2,6
3,4
O tempo máximo para a recuperação das florestas foi estimado pelos especialistas
pela análise crítica do período de tempo necessário para restabelecer o nível de cada
fator adotado para avaliar o potencial ecológico e a condição ambiental dos recursos.
A partir dos resultados foi estabelecido o tempo máximo para recuperar o ambiente.
Na Tabela 7.6.3 estão indicados os resultados dessa etapa.
Tabela 7.6.3 Critérios para estimar o tempo máximo de recuperação dos recursos
Critério Tempo de restauração (anos)
Qualidade da água 2,5
Espelho da água 4,0
Vegetação de banhado Yolillal 42,0
Vegetação de Banhado Marillal 46,7
Riqueza biológica 12,1
Sitio de valor espiritual 23,7
Visitação turística 1,7
Situação socioeconômica da população 3,3
Mudança climática 2,7
Tempo máximo de recuperação 46,7
150
O tempo máximo para a recuperação dos recursos estimado foi igual a 46,7 anos. Os
custos da recuperação associados com as medidas para controle e proteção das áreas
queimadas, durante os quatro primeiros anos após o dano, estão na Tabela 7.6.4. Na
Tabela 7.6.5 estão os custos requeridos a partir do quinto até o último ano. Na Tabela
7.6.6 estão os gastos requeridos para a revegetação das áreas queimadas.
Tabela 7.6.4 Quantidade e preço dos insumos requeridos nos primeiros quatro anos
Insumos Unidade Quantidade Preço ($) Vida Útil Custo Anual ($)
Operários Funcionário 9 7.214 --- 64.926
Chefe de setor Funcionário 1 7.386 --- 7.386
Operação --- 10 3.314 --- 33.140
Equipamento Unidade 10 400 5 anos 800
Lanchas Unidade 1 4.000 5 anos 800
Motores Unidade 1 2.938 5 anos 588
Veículos Unidade 1 20.000 7 anos 2.857
Combustíveis Galões/ano 5031 0,60 --- 3.019
Manutenção --- 1 1.347 --- 1.347
Total anual 114.862
Total em 4 anos --- --- ---- --- 364.098
151
Nas Tabelas 7.6.7 e 7.6.8 estão os valores dos custos da infra-estrutura de proteção e
monitoramento das áreas queimadas, respectivamente. O somatório dos custos dos
insumos, mão-de-obra e atividades fornece o custo total de recuperação do dano das
áreas afetadas pelos incêndios, indicado na Tabela 7.6.9.
Os resultados da Tabela 7.6.9 mostram que o valor total do custo de recuperação dos
danos causados pelos incêndios florestais é $ 842.329,00. Na seqüência, determina-
se o custo social do dano ambiental, pela avaliação das perdas dos bens e serviços
ambientais dos recursos naturais que foram prejudicados.
Para estimar o custo social do dano é preciso determinar, da melhor forma possível,
os bens e os serviços ambientais que derivam das florestas afetadas. Em geral, os
152
benefícios perdidos são matérias-primas e produtos finais de consumo; proteção e
segurança no abastecimento futuro de bens e serviços; danos à saúde da população,
e perca do espairecimento e desenvolvimento espiritual. As alternativas da sociedade
em relação à redução da oferta ou perda desses benefícios são:
Neste estudo de caso foi utilizado o método indireto. A equação para estimar o custo
social do dano pelo método indireto é
( )
∑∑∑
( )
O nível do estado de conservação dos recursos antes do dano, estimado pela equipe
de especialistas foi 64%. Considerando que o nível do impacto foi de 44%, pode-se
estimar que o nível de alteração do estado de conservação dos recursos foi 28,42%.
O nível do estado de conservação dos recursos após o dano ficou 35,84% do máximo.
Atribuindo o valor do estado de conservação final dos recursos à variável α(= 0,2842),
e utilizando esse parâmetro em conjunto com o custo total de recuperação, pode-se
obter o custo social do dano pelo método indireto. Os resultados dessa etapa estão
na Tabela 7.6.10.
153
CUSTO DE ATENDIMENTO DA EMERGÊNCIA (OUTROS)
CONCLUSÕES
Através da aplicação desta metodologia foi possível estimar de forma técnica o valor
do dano ambiental do incêndio de 907ha de áreas florestais. O valor total do dano foi
estimado considerando três componentes: o custo de restauração, o custo social e o
custo de atendimento à emergência. O custo social foi determinado indiretamente a
partir do nível de alteração do estado de conservação dos recursos. O valor total do
dano foi $2.097.525,15. Deste montante, 40,2% são os custos de recuperação, 56,1%
são relativos ao custo social e 3,7% são custos do atendimento da emergência.
154
7.7 MODELO OSINERG – VALORAÇÃO DO DANO PARA DERRAME DE PETRÓLEO
INTRODUÇÃO
O método da Transferência de Valores é aplicado nos caso em que não é possível fazer
um estudo de valoração específico e particular para um caso de interesse. O método
utiliza as informações e resultados de estudos realizados para casos similares ao que se
pretende analisar, a fim de estimar o dano para o contexto específico em lide.
∑
( )( )( )
Onde:
155
Tabela 7.7.1 Qualificação dos fatores de agravo da multa do dano ambiental
F1 - Antecedentes de cumprimento da legislação ambiental Qualificação
O infrator atende as condicionantes do licenciamento atualizadas, as normas e a legislação ambiental -4
O infrator foi autuado pelo não cumprimento legal de outra sanção consciente desta possibilidade 1
O infrator foi autuado pelo não cumprimento legal da mesma sanção consciente desta possibilidade 4
F2 – Resposta no atendimento da emergência
Resposta imediata e completa execução do plano de contingência -4
Resposta tardia e/ou parcial execução do plano de contingência 0
Sem resposta 4
F3- Grau de colaboração da empresa com os órgãos de controle e fiscalização ambiental
Colaboração plena na investigação dos problemas -2
Atitude indiferente, não colabora com a fiscalização 0
Dificulta a fiscalização dos órgão ambientais 2
F4- Motivo de ocorrência do acidente
Apresenta procedimentos internos de trabalho que foram realizados 0
Erro de operação 2
Negligencia ou dolo 5
F5 – Volume de vendas anual da empresa (US$ - dólares americanos, ano 2005)
Até 300.000 0
Mais de 300.000 até 15.000.000 3
Mais de 15.000.00 até 50.000.00 6
Mais de 50.000.000 10
F6 – Danos às comunidades
Nenhuma comunidade foi afetada 0
Uma comunidade foi afetada 3
Mais de uma comunidade foi afetada 5
F7 – Sistema de gestão ambiental
Existe SGA com certificação vigente -5
Não existe SGA 0
F8 – Danos às reservas naturais
As reservas naturais foram afetadas 0
As reservas naturais não foram afetadas 20
EXEMPLO DE APLICAÇÃO
156
Figura 7.7.1 Vista aérea da região onde ocorreu o vazamento do petróleo
157
Como conseqüência do acidente, 113m3 do óleo derramado contaminaram 500m3 de
solo e 7.700m2 de bosque A região também foi atingida pelas ações de atendimento da
emergência, causando a perda de 2000m2 de solo. A empresa destinou 300m3 de terra
para o aterro. Nos corpos hídricos, foi contaminada uma área superficial de 15.000m2
pela depositação de uma película de 0,05m de óleo na água. Foram observados peixes
mortos na água e a contaminação do aqüífero. A empresa indenizou as comunidades
ribeirinhas afetadas pelo acidente com US$ 165.270,00.
∑
( )( )( )
CÁLCULO DO FATOR B
Para o cálculo do fator B serão utilizados os custos evitados pela empresa infratora que
provocou o dano ambiental, os quais são divididos em dois tipos: a) custos evitados de
investimento para a execução e manutenção de obras geotécnicas; b) custos evitados
associados à remoção dos escombros existentes na região do acidente.
Para estimar o valor do benefício “oculto” que a empresa obteve por não ter cumprido
a leislação, foi analisado um cenário hipotético de cumprimento da legislação no qual a
empresa realiza as medidas necessárias para evitar o impacto negativo que ocorreu.
Na Tabela 2 estão os investimentos evitados pela ALA relativos aos custos de operação
e manutenção. Para valor os investimentos no prazo de 10 anos foi utilizada a taxa de
inflação de 2,4%.
Os valores dos investimentos evitados foram corrigidos pela projeção do fluxo de caixa
ao longo de 10 anos (período de tempo utilizado nos estudos de viabilidade econômica
de projetos), considerando dois ciclos. O ciclo inicial de operação do capital e o ciclo de
reposição do ativo. Para tanto, foi adotada uma taxa linear de depreciação, uma taxa
de desconto anual de 10,15% e uma taxa de 30% para o imposto de renda. A relação
empregada para obter o valor presente do montante de investimentos foi
∑( )
( )
Onde:
158
VAN = valor presente líquido ($);
FCN t = fluxo de caixa líquido ($);
n = período (anos);
r = taxa de desconto anual (%)
Os valores presente dos investimentos evitados pela ALA ao longo do ciclo inicial e de
reposição do ativo, no período de 10 ano cada, estão apresentados na Tabela 7.7.3. A
partir destes valores calcula-se o fator B somando o valor presente dos investimentos,
dos gastos não depreciados e dos custos de operação e manutenção. Os valores dos
custos de operação manuteção corrigidos estão apresentados na Tabela 7.7.4.
159
- Custos evitados pela não remoção dos escombros
Tabela 7.7.6 Custo total para remoção dos escombros, evitado pela empresa
Custos evitados (em 2003) US$ 297.876
Imposto de renda (30%) 89.363
FCN - Fluxo de caixa líquido (em 2003) 208.513
Taxa do custo de oportunidade (hipotéca) (%) 10,56
Valor Futuro (2005) US$ 240.575
Os resultados da Tabela 7.7.6 mostram que os custos evitados pela empresa pela não
remoção dos escombros foram U$$ 240.575. Finalmente, pode-se obter o fator B
somando os custos evitados dos investimentos de operação e manutenção e os custos
evitados de remoção dos escombros do acidente:
160
CÁLCULO DO FATOR αD
Para ajustar os valores transferidos desses estudos fonte, deve-se incluir a elasticidade
da DAP com respeito à renda real. A elasticidade mede a redução percentual da DAP,
por um benefício particular, para cada redução percentual na renda real das pessoas.
A hipótese mais usada para o valor da elasticidade é a unidade, mas, a literatura indica
que para países da América Latina e do Caribe a elasticidade é igual a 0,54.
Para transferir os valores dos estudos fonte para o caso analisado utilizá-se a equação
( ) ( )
Onde:
- valor dos bens e dos serviços ambientais na moeda local para o lugar de
aplicação da transferência dos valores (policy site), no instante de tempo t;
- valor dos bens e serviços ambientais para o lugar de aplicação (study site),
para o período em que foi realizado o estudo fonte (t=0), na moeda utilizada
para valorar os bens e serviços ambientais;
161
- índice de preços ao consumidor no período em que foi realizado o estudo
fonte (t=0) e na moeda utilizada para valorar os bens e serviços ambientais;
– taxa de câmbio no período “t” entre a moeda local e que foi utilizada para
valorar os bens e serviços ambientais no estudo fonte;
Os resultados da tabela acima indicam que o valor total do dano foi US$ 2.410.761. Na
tabela constam também os resultado da sensibilidade paramétrica para ± 10% e ± 56%
do valor da multa do dano ambiental. Fazendo a comparação do valor médio do dano
(US$ 2.960.942), obtido com os valores dos extremos do intervalo (-10%; +56%), e do
valor da multa (R$2.410.761), obtem-se o desvio médio de 19%. Adotando um valor de
5% para α, seguindo a metodologia proposta pela OSINERG, obtém-se o valor do fator
(αD) da equação da multa igual a R$ 120.538.
FATOR αD = R$ 120.538,00
CÁLCULO DO FATOR A
162
[ ( )] ( )
∑
( )( )( )
( )
163
Tabela 7.7.7 Trabalhos utilizados para a transferência de valores, visando a obtenção do valor econômico do dano ambiental do acidente
Ajuste PBI-PPP2
US$ US$ US$ US$ VAN3 (5%) Soles4
Tipo de valor Bem ou serviço ambiental Técnica de valoração do estudo fonte (Brasil-Peru) US$
(1990)1 (1996) (2003) (2005) US$ (2005)
(1990)
Produção de madeira
Produtividade Marginal (Custos de Mercado) -- -- -- 9.369,0 10.024,8 104.053,9 343.939,6
comercial
Produção madeira não
Valor de Uso Produtividade Marginal (Custos de Mercado) -- -- -- 5.308,5 5.680,1 58.957,7 194.878,7
comercial
Direto
Valor da produção agrícola Produtividade Marginal (Custos de Mercado) -- -- -- 1.697,0 1.815,8 18.847,3 62.297,8
Exploração da fauna Produtividade Marginal (Custos de Mercado) -- -- -- 272,0 291,0 3.020,9 9.985,3
Regulação hídrica Produtividade Marginal (Custos de Mercado) 61,0 -- 45,3 63,9 68,4 710,0 2.346,9
Controle de erosão e bacias Bens Substitutos - Custos Evitados 3,0 -- 2,2 3,1 3,4 34,9 115,4
Controle de incêndios Produtividade Marginal (Custos de Mercado) 6,0 -- 4,5 6,3 6,7 69,8 230,8
Valor de Uso Regulação de nutrientes Bens Substitutos – Custos Evitados 3.480,0 -- 2.586,7 3.647,2 3.902,5 40.506,7 133.890,9
Indireto
Valor da biodiversidade
Calibração de Modelo de Competência com
(plantas medicinais para a -- 363,0 -- 424,7 454,4 4.716,9 15.591,3
Produtos da Indústria Farmacêutica
indústria farmacêutica)
Valoração Contingente e Produtividade
Fixação de carbono 3.080 -- -- 4.342,8 4.646,8 48.232,2 159.426,6
Marginal (Benchmark Internacional)
Valoração Contingente e Produtividade
Valor de Opção Proteção da biodiversidade 31,0 -- 23,0 32,5 34,8 360,8 1.192,7
Marginal (Benchmark Internacional
Valor Existência Preservação ambiental Valoração Contingente 6,4 -- 4,8 6,7 7,2 74,5 246,2
VAN / ha (e = 0,54) (ano, 2005) 924.142
1 – ano; 2 – ajuste cambial da moeda; 3 – valor do dano ambiental (VAN); 4 – moeda peruana (soles)
164
7.8 MODELO HEA - VALORAÇÃO DO DANO PARA PERDA DE SERVIÇOS AMBIENTAIS
INTRODUÇÃO
Na Figura 7.8.1 estão ilustrados os serviços perdidos pelo hábitat afetado e fornecidos
pelo compensatório. Essa técnica utiliza taxa de desconto anual, em geral de 3%, para
corrigir o valor dos serviços ao longo do tempo. Caso a área de compensação continue
fornecendo serviços por muito tempo (100 anos) em relação ao tempo de recuperação
(15 anos), seu tamanho será menor que o habitat afetado pelo dano ambiental.
Serviços (%)
tamanho da área
de compensação
Área 1 Área 2
serviços perdidos serviços fornecidos
tempo
t0 t1 t2 t3
(impacto) (início recuperação) (área recuperada) (serviço máximo)
165
I. PARÂMETROS DO MODELO HEA
[∑ ( ) ]
[∑ ( ) ]
Variáveis de Entrada
Vj Valor por área-tempo dos serviços fornecidos pelo hábitat afetado
Vp Valor por área-tempo dos serviços fornecidos pelo hábitat de reposição
x jt Nível dos serviços fornecidos pelo hábitat afetado no final do tempo t
bj Linha base do nível do serviço (pré-dano)/unidade área do hábitat afetado
p
x t Nível dos serviços fornecidos pelo hábitat de reposição no final do tempo t
p
b Nível inicial dos serviços / unidade de área do hábitat de reposição
ρt Fator desconto, ρ t = 1 / (1 + r) t - C, e r é a taxa de desconto no tempo
J Número de unidades de área afetadas pelo dano
P Tamanho do projeto de compensação (reposição)
Variáveis de Tempo
Quantidades Calculadas
A equação HEA estabelece que o tamanho do projeto de compensação deve ser igual à
razão dos serviços perdidos (numerador) e fornecidos (denominador), por unidade de
área-tempo do hábitat de compensação, multiplicada pelo valor relativo dos serviços
166
fornecidos por unidade de área do hábitat afetado e de compensação, multiplicado
pelo número de unidades de área do hábitat afetado, caso o tamanho das áreas dos
hábitats seja diferente. Os parâmetros da equação HEA estão decritos na Tabela 7.8.1.
EXEMPLO
O vazamento de óleo diesel de um acidente contaminou 100 acres de várzeas. O óleo
derramado causou a redução de 50% dos serviços ambientaisfornecidos pelas várzeas.
Os especialistas estimam que o tempo para a recuperação das várzeas seja cinco anos,
considerando taxa linear ao longo do tempo. Nas Tabelas 7.8.2 e 7.8.3 estão indicados
os dados do impacto e os parâmetros do projeto de compensação, respectivamente.
Os dados indicam que o acidente ocorrido em 1999 reduziu os serviços ambientais das
várzeas em 50%. Os especialistas estimam que o tempo de recuperação das várzeas é
cinco anos e, o custo é US$3000/acre. O projeto de recuperação das váreas iniciou em
2009, e, o fornecimento dos serviços iniciou em 2010, atingindo o máximo em 2014.
167
Assim, de 1990 a 2009 (19 anos) o hábitat impactado com óleo fornecerá apenas 50%
dos serviços. A partir de 2010, os serviços fornecidos aumentam progressivamente até
atingir o máximo em 2014. Os resultados numéricos estão nas Tabelas 7.8.4 e 7.8.5.
120
Perda bruta
80
60
40
20
0
1990 1995 2000 2005 2010 2015 2020
Ano
Figura 7.8.2 Nível atual e corrigido dos serviços ambientais afetados pelo dano
60
50
Serviços ambientais (%)
40
30
20
10
0
1990 1995 2000 2005 2010 2015
Ano
Figura 7.8.3 Perda total de serviços ambientais, representado pela área sob a curva
168
Os resultados indicam que, desde a época do acidente até a recuperação do hábitat, os
100 acres de várzeas deixaram de fornecer serviços ambientais equivalentes a 785,16
acres. Os dados indicam também que durante a recuperação serão fornecidos serviços
ambientais equivalentes a 931,50 acres de várzea. Nas Figuras 7.8.4 a 7.8.6 estão os
níveis dos serviços ganhos e perdidos no período de recuperação do hábitat alterado.
60
50 Ganho bruto
Nível dos Serviços (%)
40 Ganho corrigido
30
20
10
0 Ano
1990 1995 2000 2005 2010 2015 2020
Figura 7.8.4 Nível dos serviços ganhos com a recuperação das várzeas
30
25
Nível dos Serviços (%)
20
15
10
0
1990 1995 2000 2005 2010 2015
Ano
Figura 7.8.5 Total de serviços ganhos com a recuperação das várzeas
60
50 Perda de
Serviços Ambientais (%)
Serviços
40
30
20
10
0
1990 1995 2000 2005 2010 2015
Ano
Figura 7.8.6 Perda e ganho total de serviços ambientais nas várzeas, de 1990 a 2015
169
RESULTADOS NUMÉRICOS DO MODELO
170
Tabela 7.8.5 Service gain at the compensatory area (serviços ganhos)
-----------------------------------------------------------------------------------------------------
Year %Services Gained Raw Discount Discounted
Beginning End Mean SAYs gained factor SAYs gained
-----------------------------------------------------------------------------------------------------
1990 50,00% 50,00% 0,00% 0,000 1,000 0,000
1991 50,00% 50,00% 0,00% 0,000 0,971 0,000
1992 50,00% 50,00% 0,00% 0,000 0,943 0,000
1993 50,00% 50,00% 0,00% 0,000 0,915 0,000
1994 50,00% 50,00% 0,00% 0,000 0,888 0,000
1995 50,00% 50,00% 0,00% 0,000 0,863 0,000
1996 50,00% 50,00% 0,00% 0,000 0,837 0,000
1997 50,00% 50,00% 0,00% 0,000 0,813 0,000
1998 50,00% 50,00% 0,00% 0,000 0,789 0,000
1999 50,00% 50,00% 0,00% 0,000 0,766 0,000
2000 50,00% 50,00% 0,00% 0,000 0,744 0,000
2001 50,00% 50,00% 0,00% 0,000 0,722 0,000
2002 50,00% 50,00% 0,00% 0,000 0,701 0,000
2003 50,00% 50,00% 0,00% 0,000 0,681 0,000
2004 50,00% 50,00% 0,00% 0,000 0,661 0,000
2005 50,00% 50,00% 0,00% 0,000 0,642 0,000
2006 50,00% 50,00% 0,00% 0,000 0,623 0,000
2007 50,00% 50,00% 0,00% 0,000 0,605 0,000
2008 50,00% 50,00% 0,00% 0,000 0,587 0,000
2009 50,00% 65,00% 7,50% 7,500 0,570 4,277
2010 65,00% 80,00% 22,50% 22,500 0,554 12,458
2011 80,00% 95,00% 37,50% 37,500 0,538 20,158
2012 95,00% 100,00% 47,50% 47,500 0,522 24,790
2013 100,00% 100,00% 50,00% 50,000 0,507 25,335
2014 100,00% 100,00% 50,00% 50,000 0,492 24,597
2015 100,00% 100,00% 50,00% 50,000 0,478 23,880
-----------------------------------------------------------------------------------------------------
Total discounted SAYs gained = 931,50;
Discounted SAYs gained per unit area = 9,32;
Replacement habitat size (acre): 1 x 785,63/ 9,315 = 84,290.
Os resultados indicam que durante o período necessário para recupar o dano (14 anos)
os serviços perdidos nas várzeas contaminadas com óleo são equivalentes aos serviços
fornecidos por 785,16 acres de várzeas descontaminadas e, nesse período o projeto de
recuperação fornecerá com taxa constante 9,32 acre-ano de serviços. Assim, após a
recuperação, terão sido fornecidos o equivalente a 931,50 acres de serviços, portanto
o projeto de compensação do dano que deve ser implatado é 84,29 acres de várzeas.
171
Os resultados obtidos pelo HEA são razoáveis na maioria dos casos, mas ainda existem
alguns pontos críticos no modelo, como, por exemplo o estabelecimento do tempo e a
forma constante da taxa de recuperação do dano.
172
ESTABELECIMENTO DO NÍVEL DOS SERVIÇOS AMBIENTAIS
As áreas da cobertura vegetal e do solo exposto das imagem foram determinadas pela
classificação supervisionada; não-supervisionada e segmentação com análise orientada
por objetos. Nesse exemplo, apresenta-se apenas os dados da classificação manual das
imagens. Nas Figuras 7.8.7, 7.8.8 e 7.8.10 estão indicadas as áreas ocupadas pela flora
em 1999 (antes do acidente), 2003 e 2006, respectivamente.
Figura 7.8.8 Imagem de satélite da região afetada pelo dano, obtida em 2003
173
2500
2368,00
1920,47
1603,14 1774,60
1500
Área (m2)
Área Flora
Área Solo
1000
766,86
449,53
500
595,40 519,01 365,02 285,13
2,00
0
1998 2000 2002 2004 2006 2008
Ano
Figura 7.8.9 Áreas de vegetação e solo exposto em função do tempo
Os dados das Tabelas 7.8.2, 7.8.3 e 7.8.9 foram aplicados na equação do modelo HEA
para determinar o tamanho da área de compensação equivalente a perda dos serviços
ambientais que deixaram de ser fornecidos pela floresta afetada, durante o período de
recuperação, de 2000 a 2010. A partir dessa área equivalente, foi calculado o valor
econômico do dano ambiental do acidente.
Os dados das tabelas estão apresentados nos gráficos da Figuras 11, 12 e 13. Na Figura
13, estão indicadas as áreas correspondentes à perda e ao ganho dos serviços
ambientais, associadas ao impacto e a remediação do dano, em função do tempo.
175
RESULTADOS DO MODELO HEA
90%
80%
Perda de Serviços
70%
60%
Serviços Ambientais
50%
40%
30%
20%
10%
0%
1998 2000 2002 2004 2006 2008 2010 2012
Ano
176
Tabela 7.8.11 Serviços ambientais restituidos pela recuperação da flora
Serviços ganhos (%) Ganho Fator de Ganho
Ano
Início Final Média Bruto Desconto Corrigido
2000 68,00 25,00 -3,50 -82,95 1,00 -82,95
2001 25,00 22,00 -26,50 -628,05 0,97 -609,76
2002 22,00 19,00 -29,50 -699,15 0,94 -659,02
2003 19,00 15,00 -33,00 -782,10 0,92 -715,73
2004 15,00 51,50 -16,75 -396,98 0,89 -352,71
2005 51,50 88,00 19,75 468,08 0,86 403,77
2006 88,00 88,50 38,25 906,53 0,84 759,20
2007 88,50 89,00 38,75 918,38 0,81 746,72
2008 89,00 89,50 39,25 930,23 0,79 734,33
2009 89,50 90,00 39,75 942,08 0,77 722,02
2010 90,00 90,00 40,00 948,00 0,74 705,40
Ganho total de serviços ambientais 1651,28
Ganho de serviços corrigidos / unidade de área 0,697
2
Tamanho da área de compensação (m ) = 1,00 x 15.520,356 / 0,697 22.275,63
50%
30%
20%
Serviços Ambientais
10%
0%
-10%
-20%
-30%
-40%
1998 2000 2002 2004 2006 2008 2010
Ano
Os resultados, apresentados nas Tabelas 7.8.10 e 7.8.11 e nas Figuras 7.8.11 a 7.8.12,
indicam que o acidente afetou 2380m2 da floresta e causou danos na flora, solo e nos
serviços ambientais fornecidos pelo recurso natural.
177
100%
80%
Perda de
Serviços
60%
Serviços Ambientais
40%
20%
0%
2000 2002 2004 2006 2008 2010
-20%
-40%
Figura 7.8.13 Total dos serviços perdidos (área azul) pela contaminação, e fornecidos
(área vermelha) pela recuperação da flora, para compensar o dano ambiental
Os resultados obtidos indicam que, durante quatro anos após o acidente, ocorreu uma
perda de 84,60% da flora e, conseqüentemente, redução do fornecimento dos serviços
ambientais. Esse resultado foi obtido por análise e classificação das sete imagens de
satélite de alta resolução utilizadas no trabalho.
178
7.9 MODELO MOD - VALORAÇÃO DO DANO PARA CONTAMINAÇÃO DO SOLO E ÁGUA
SUBTERRÂNEA
INTRODUÇÃO
DESCRIÇÃO DO ACIDENTE
180
METODOLOGIA
C C 2C C
v D 2 R (1)
t z z t
DFick
D (2)
R
solo k
R 1 (3)
C(0,t) = Co (4)
C
, t 0 (5)
t
C0 z vt zv z vt
C ( z, t ) (erf ( ) exp( ) erfc ( )) (6)
2 (4Dt ) 0,5 D (4Dt ) 0,5
182
RESULTADOS
Balanço de Massa
2.50
Nivel do Tanque (m)
2.00
1.50
1.00
0.50
0.00
0 1000 2000 3000 4000
Tempo (s)
Os resultados apresentados na Tabela 7.9.9 e Figura 7.9.2 foram obtidos pela aplicação
dos parâmetros das Tabelas 7.9.4 e 7.9.7 na Equação (6). O desvio médio entre o valor
calculado do pH da água e observado nos poços, nos dias 5 e 7/10 é, respectivamente,
igual a 17,7 e 16,2%. Na Figura 7.9.2, perfil do ácido infiltrado, observa-se o retardo no
avanço da concentração inicial (384mg/L), ao longo da profundidade do solo. Na Figura
7.9.3 estão ilustrados os perfis de concentração do produto derramado, em função do
tempo e direção vertical, a partir da superfície do terreno.
183
Tabela 7.9.9 Valores do pH da água subterrânea, calculados pelo modelo e registrados
nos poços de monitoramento instalados na área do acidente
Dia 05/10/04 Dia 07/10/04
PM z (m)
pH exp pH cal pH exp pH cal
01 6,42 5,77 3,63 5,64 3,26
04 7,98 3,52 4,42 4,42 3,87
06 8,58 5,23 4,78 4,83 4,13
09 8,79 3,91 4,90 4,19 4,23
08 8,91 3,73 4,97 4,12 4,29
05 9,17 4,40 5,12 4,75 4,42
07 9,27 5,09 5,20 4,63 4,46
03 9,74 5,07 5,52 4,73 4,71
02 12,87 5,50 ---- 4,96 6,61
z (m)
184
c)
a
M M
d
b )
M M
Figura 7.9.4 Perfil de concentração do ácido em função da profundidade, (a) 7/10/2004; (b)
2/2/2005; (c) 2 e (d) 5 anos após o acidente
185
Figura 7.9.5 Linhas potenciais do lençol freático ajustadas, a partir do nível da água dos
poços de monitoramento, registrado nas campanhas de 2004 e 2005
Nas Figuras 7.9.5 a 7.9.7 estão ilustradas as plumas da contaminação na água em datas
diferentes. As concentrações de referência do ácido estão representadas pelas cores. A
situação, dois anos pós-derrame dos compostos adsorvidos na fase imobilizada está na
Figura 7.9.4. A inspeção da Figuras 7.9. 5 indica que dias após o derrame, em 07/10/04,
a concentração do ácido na água subterrânea estava acima dos valores de referência.
Os dados da Figura 6 indicam que em 08/03/05, 163 dias pós-derrame, a concentração
do poluente na água estava menor, mas continuava acima dos valores de referência.
Na Figura 7.9.7 está apresentada a pluma contaminação após 365 dias do acidente. Os
dados indicam que nesse período a concentração, provavelmente, era igual ou menor
que 0,04mg/L e, a pluma ocupava 335célula x 10 x 10m = 33500m2, que multiplicada
pela profundidade do freático fornece o volume de água contaminada de 328.300m3.
186
Tabela 7.9.11 Concentração dos ácidos na água subterrânea calculados pelo modelo
MT3D, registrados nos poços de monitoramento e desvio relativo entre os mesmos
C HCl Cal C HCl Exp Desvio
Poço
(mg/L) (mg/L) (%)
PM 01 0,03024 0,02594 -16,58
PM 02 0,16574 0,17200 3,64
PM 03 0,36790 0,30580 -20,31
PM 04 1,38051 1,33800 -3,18
PM 05 0,27876 0,28100 0,80
PM 06 0,24024 0,23440 -2,49
PM 07 0,39126 0,36340 -7,67
PM 08 1,19253 1,16400 -2,45
PM 09 0,13914 0,13300 -4,62
CONCLUSÕES DA MODELAGEM
188
VALORAÇÃO ECONÔMICA DO DANO AMBIENTAL
A valoração econômica do dano à água subterrânea foi realizada pelo modelo CATEs,
descrito nesta obra. O valor adotado para a água foi R$2,00/m3. Observa-se que esse
valor correponde ao preço médio de um metro cúbico de água tratada, fornecida pelas
maioria das companhias de tratamento e abastecimento de água do país.
( ) ( ) ( ) ( )
( ) ( )
O valor dos danos irreversíveis (DAI) ocorridos em dois anos, após o acidente são:
189