You are on page 1of 49

Roberto Rodney Ferreira Junior

Aula 1 – Conceitos e fundamentos da


gestão e a administração científica

Meta
Apresentar os conceitos básicos de Gestão e Administração e a
Administração Científica da Administração.

Objetivos
Ao final desta aula, você deverá ser capaz de:
1. Esclarecer o significado da palavra Gestão e Administração;
2. Conhecer a Administração Científica de Taylor.

Pré-requisitos
Para que você tenha um bom aproveitamento desta aula, é
importante que você leia com atenção o material, assista aos vídeos
disponibilizados e leia também os textos de apoio.

1.1 Gestão! O que seria Gestão?


Você consegue pensar na definição de gestão?

Na verdade Gestão é sinônimo de Administração. Quando falamos de “Gestão de


Empresas”, seria o mesmo que dizer “Administração de Empresas” ou “Administração de
Negócios”, referindo-se à Gestão, que pode ser uma gestão de Marcas, de serviços, de processos
ou de produtos.

Gerir, assim como administrar, tem a ver com todo o controle e ações propostas envolvendo
um conjunto que pode ser de pessoas, produtos, serviços, processos e clientes. Gerir é conseguir
controlar com eficiência.

O termo gestão começou a ter muitas derivações, algumas totalmente dentro do


conceito de administração e já outras que são neologismos, ou seja, criação de novos termos a
partir de outros já existentes. Então vamos iniciar!
1.2 Arte e Ciência

Administração é simultaneamente, arte, ciência e técnica. Ciência, porque investiga e busca o


conhecimento e a compreensão, elabora teorias, leis e hipóteses e aplica o método científico com
rigor. Arte, porque capta e comunica uma realidade em um plano viven cial e espiritual em forma
subjetiva e pessoal, e;

Técnica, porque opera e transforma uma realidade, aplica normas e procedimentos com
rigor sobre a base de um programa objetivamente definido.

Nesta aula, você vai conhecer sobre gestão, organização e administração, os princípios e
fundamentos, as características e funções organizacionais, eficiência e eficácia, as funções do
administrador os princípios da administração. Vamos lá, então!!!

Figura 1: Administradores
Fonte:http://www.google.com.br/imgres?imgurl=http://www.faar.edu.br/fotonoticia/
administradores.jpg&imgrefurl=http://www.faar.edu.br/leitor. Acesso em 27 de julho de 2010.

1.3 O que é Administração?

A palavra administração vem do latim ad (direção, tendência para) e miniter (subordinação


ou obediência) e significa a realização de uma função abaixo do comendo de outrem, ou seja, a
prestação de um serviço a alguém.

Tanto o significado como o conteúdo da Administração sofreram uma grande ampliação e


aprofundamento ao longo dos tempos e várias teorias surgiram, abordando variáveis e assunto
típicos de cada escola, às vezes sobre uma visão mais ampla, outras vezes com comparações e
críticas as mais diversas.
Cinco variáveis básicas influenciam a teoria da administração, quais sejam: tarefas,
pessoas, estrutura, tecnologia e ambiente. O comportamento dessas variáveis é sistêmico e
complexo o que torna tal interação o maior desafio da moderna administração.
1.4 A abordagem clássica de Taylor

No despertar do século XX surgiu a abordagem clássica da administração, advinda


principalmente da preocupação em aumentar a eficiência no nível operacional das organizações e de
outro a corrente que pregava o aumento da eficiência da empresa por meio da forma e disposição dos
órgãos internos ou departamentos e de suas inter-relações estruturais.

São origens da abordagem clássica as consequências geradas pela Revolução Industrial


através de dois fatos importantes:

1. O crescimento acelerado e desordenado das empresas, e;


2. A necessidade de aumentar a eficiência e a competência das organizações.

Surgiu então a Administração Científica de Frederick Taylor cuja tentativa foi a de


aplicar métodos da ciência aos problemas da administração a fim de se alcançar uma maior
eficiência industrial.

A Teoria Geral da Administração nasceu com ênfase voltada para as tarefas.

Figura 2: Frederick W. Taylor


Fonte: http://www.google.com.br/imgres?imgurl=http://www.historiadaadministracao.com.br.
Acesso em 02 agosto de 2010.

Taylor escreveu em 1903 o seu livro – Administração de Oficinas sobre as técnicas de


racionalização do trabalho do operário, por meio do estudo de tempos e movimentos. O seu livro
resume que:

1. O objetivo da administração é pagar salários melhores e reduzir custos unitários de


produção;
2. Aplicação de métodos científicos e estabelecer processos padronizados que permitam o
controle das operações;
3. Os empregados devem ser selecionados e colocados em seus postos com condições
adequadas para que as normas possam ser cumpridas;
4. Os empregados devem ser treinados para aperfeiçoar suas aptidões e executar as tarefas,
a fim de cumprir uma produção ótima, e;
5. Deve haver uma atmosfera de cooperação entre a administração e os trabalhadores
visando garantir um ambiente psicológico adequado.

Assim, a administração cientifica de Taylor constitui uma combinação de bons


ingredientes, quais sejam:

 Cooperação;
 Harmonia;
 Ciência;
 Desenvolvimento;
 Rendimento máximo

A tentativa de substituir métodos empíricos e rudimentares por métodos científicos,


Taylor deu o nome de Organização Racional do Trabalho (ORT), e que se baseou em oito princípios
básicos, a saber:

1. Análise do trabalho e estudo de tempos e movimentos;


2. Estudo da fadiga humana;
3. Divisão do trabalho e especialização do operário;
4. Desenho de cargos e tarefas;
5. Incentivos salariais e prêmios de produção;
6. Condições ambientais de trabalho;
7. Padronização de métodos e máquinas e
8. Supervisão funcional.

1.5 Como então Taylor caracterizou a Organização Racional


do Trabalho?
Os principais aspectos da ORT foram assim caracterizados por Taylor:

 Análise do Trabalho e Estudo dos Tempos e Movimentos: objetivava a isenção de


movimentos inúteis para que o operário executasse de forma mais simples e rápida a sua
função, estabelecendo um tempo médio, a fim de que as atividades fossem feitas em um
tempo menor e com qualidade, aumentando a produção de forma eficiente e eficaz;
 Estudo da Fadiga Humana: a fadiga predispõe o trabalhador à diminuição da produtividade
e perda de qualidade, a acidentes, a doenças, bem como ao aumento da rotatividade de
pessoal;
 Divisão do Trabalho e Especialização do Operário: cada um se especializaria e
desenvolveria as atividades em que mais tivessem aptidões;
 Desenho de Cargos e Tarefas: desenhar cargos é especificar o conteúdo de tarefas de uma
função, como executar e as relações com os demais cargos existentes;
 Incentivos salariais e prêmios por produtividade;
 Condições de Trabalho: o conforto do operário e o ambiente físico ganham valor, não
porque as pessoas merecessem, mas porque são essenciais para o ganho de produtividade.
 Padronização: aplicação de métodos científicos para obter a uniformidade e reduzir os
custos;
 Supervisão Funcional: os operários são supervisionados por supervisores especializados, e não
por uma autoridade centralizada;
 Homem Econômico: o homem é motivado por recompensas salariais, econômicas e
materiais.

Figura 3: Funcionários em um Fábrica Americana – Organização Racional do Trabalho


Fonte:http://www.google.com.br/imgres?
imgurl=http://2.bp.blogspot.com/_gZrkbL2nwXY/
R96hlyZCqI/AAAAAAAAAB4/tZR4egzrncY/s320/taylorism. Acesso em 18 de agosto de
2010.
De acordo com Taylor, a implantação da Administração Científica deve ser gradual e
obedecer a certo período de tempo, para evitar alterações bruscas que causem descontentamento
por parte dos empregados e prejuízos aos patrões. Essa implantação requer um período de quatro
a cinco anos para um progresso efetivo.

Para Taylor, o operário não tem capacidade, nem formação, nem meios para analisar
cientificamente o seu trabalho e estabelecer racionalmente qual o método ou processo mais eficiente.
Geralmente, o supervisor comum deixava ao arbítrio de cada operário a escolha do método ou processo
para executar seu trabalho, para encorajar sua iniciativa. Porém, com a Administração Cientifica
ocorre uma repartição de responsabilidade: a Administração (gerência) fica com o planejamento
(estudo minucioso do trabalho do operário e o estabelecimento do método de trabalho) e a supervisão
(assistência contínua ao trabalhador durante a produção), e o trabalhador fica com a execução do
trabalho, pura e simplesmente.

Podemos perceber pela caracterização da Administração Científica que as empresas eram


vistas como um sistema fechado, isto é, os indivíduos não recebiam influências externas. Um
sistema fechado é mecânico, previsível e determinístico. Porém, a empresa é um sistema que se
movimenta conforme as condições internas e externas, portanto, um sistema aberto e dialético.

As instituições de saúde devem ser sempre um sistema aberto, pois o dinamismo e as


interações internas e externas influenciam sempre a sua gestão. Enquanto técnico em gerência
em saúde você de perceber e buscar sempre essa interação através de uma gestão participativa.

Diante das questões vividas e apresentadas na época, Taylor deixou alguns princípios básicos
importantes. Um princípio é uma afirmação válida para uma determinada situação prevista
antecipadamente, a respeito do que deverá ser feito quando aquela situação ocorrer.

Então vejamos. Os quatro princípios fundamentais da Administração Científica são:

Princípio do Planejamento: substituir o critério individual do operário, a improvisação e o empirismo


por métodos planejados e testados.

Princípio da seleção dos Trabalhadores: selecionar os trabalhadores de acordo com suas aptidões
e prepará-los e treiná-los para produzirem de acordo com o método planejado.

Princípio do Controle: controlar o trabalho para se certificar de que o mesmo está sendo
executado de acordo com o método estabelecido e segundo o plano de produção.

Princípio da Execução: distribuir distintamente as atribuições e as responsabilidades, para que a


execução do trabalho seja o mais disciplinado possível.
Resumo
Nesta aula, você aprendeu que:

• Uma organização é um sistema de recursos que procura realizar algum tipo de objetivo (ou conjunto
de objetivos). Além de objetivos e recursos, as organizações têm dois outros componentes
importantes: processos de transformação e divisão do trabalho.

• Processo significa atividade ou ação. A administração é o processo ou atividade dinâmica, que


consiste em tomar decisões sobre objetivos e recursos. Decisões significam escolhas.

• A administração é resultado histórico da contribuição de alguns filósofos, físicos, economistas,


estadistas e empresários que, ao longo do tempo, foram desenvolvendo e divulgando suas obras
e teorias.

• Administração Científica é o modelo de administração desenvolvido pelo engenheiro estadunidense


Frederick Winslow Taylor (1856-1915), que é considerado o pai da Administração Científica.
Caracteriza-se pela ênfase nas tarefas, objetivando aumentar a eficiência da empresa no nível
operacional.

• Os quatro princípios fundamentais da Administração Científica são:

1. Princípio do Planejamento;
2. Princípio da Preparação dos Trabalhadores;
3. Princípio do Controle;
4. Princípio da Execução
Então vejamos. Os quatro princípios fundamentais da Administração Científica são:

Princípio do Planejamento: substituir o critério individual do operário, a improvisação e o


empirismo por métodos planejados e testados.

Princípio da seleção dos Trabalhadores: selecionar os trabalhadores de acordo com suas


aptidões e prepará-los e treiná-los para produzirem de acordo com o método planejado.

Princípio do Controle: controlar o trabalho para se certificar de que o mesmo está sendo
executado de acordo com o método estabelecido e segundo o plano de produção.

Princípio da Execução: distribuir distintamente as atribuições e as responsabilidades,


para que a execução do trabalho seja o mais disciplinado possível.

Atividades de aprendizagem
1. De acordo com os conhecimentos e definições apresentados, responda
às questões propostas.

a) O que é Administração?

b) Enumere os princípios fundamentais da Administração Científica.

c) Descreva e comente sobre um dos Princípios do Administrador.


Aula 2 - A teoria clássica da administração
Meta

Apresentar os conceitos básicos de Teoria Clássica da Administração.

Objetivos
Ao final desta aula, você deverá ser capaz de:
1. Apresentar as Funções Administrativas e os Princípios Básicos
da Teoria Clássica;
2. Descrever o Toyotismo e o Fordismo.

Pré-requisitos
Para que você tenha um bom aproveitamento desta aula, é impor-
tante que você leia com atenção o material, assista aos vídeos
disponibiliza-dos e leia também os textos de apoio.

2.1 Teoria Clássica da Administração

Em 1916 surgiu na França a Teoria Clássica da Administração. Se a Administração


Científica se caracterizava pela ênfase na tarefa executada pelo funcionário, a Teoria Clássica se
caracterizava pela ênfase na estrutura que a organização deve possuir para ser eficiente.
A Teoria Clássica parte do todo organizacional e da sua estrutura para garantir eficiência
em todas as partes envolvidas.
A Teoria Clássica da Administração foi idealizada por Henri Fayol que expôs sua teoria no
livro Administração Industrial Geral.
Fayol salienta que toda empresa apresenta seis funções básicas, a saber:
• Funções técnicas;
• Funções comerciais;
• Funções financeiras;
• Funções administrativas;
• Funções de segurança;
• Funções contábeis.

Para esclarecer a função administrativa, Fayol define o ato de administrar como o de: prever,
organizar, comandar, coordenar e controlar.
Fayol apresentou e tentou definir ainda os princípios gerais de Administração sendo tais
princípios maleáveis e que se adaptam a qualquer circunstância, tempo ou lugar:

Divisão do trabalho Especialização das tarefas e das pessoas - maior


eficiência;
Autoridade e responsabilidade Direito de dar ordens e ser obedecido (autoridade) versus a
obrigação de obedecer (responsabilidade) – reciprocidade.
Disciplina Obediência, aplicação, energia, comportamento, respeito.
Unidade de comando Autoridade única.
Unidade de direção Uma cabeça e um plano para cada grupo com mesmo
objetivo.
Remuneração de pessoal Justa e garantida satisfação para os empregados e a
organização.
Centralização Concentração de autoridade no topo de organização
Cadeia escalar Linha de autoridade do nível mais alto ao mais baixo.
Ordem Material e humana. Um lugar para cada coisa.
Equidade Amabilidade e justiça = lealdade
Estabilidade e duração do (Num cargo) quanto mais tempo, melhor. Rotação possui
pessoal efeito negativo.
Iniciativa Visualizar um plano e assegurar seu sucesso
Espírito de equipe Harmonia e união entre as pessoas são grandes forças para a
organização.

Figura 4: Henry Fayol


Fonte: http://www.google.com.br/imgres?imgurl=http://econocuba.com/Fayol.
jpg&imgrefurl=http://econocuba.com/Economistas01.html. Acesso em 31 de julho de 2010.

Concomitantemente à apresentação dos seus princípios básicos Fayol definiu a


organização como sendo uma estrutura.

Para Fayol, a organização abrange o estabelecimento da estrutura e da forma, sendo,


portanto, estática e limitada. A estrutura organizacional constitui uma cadeia de comando, ou
seja, uma linha de autoridade que interliga as posições da organização e define que se subordina a
quem. A cadeia de comando (também denominada Cadeia Escalar) baseia-se no princípio da
unidade de comando, que significa que cada empregado deve se reportar a um só superior.

A organização deve caracterizar-se por uma divisão do trabalho claramente definida. A


divisão do trabalho conduz à especialização e à diferenciação das tarefas. A ideia básica era a de que
as organizações com elevada divisão do trabalho seriam mais eficientes do que aquelas com pouca
divisão do trabalho. Enquanto a Administração Científica se preocupava com a divisão do trabalho
em relação ao operário, fragmentando suas tarefas, a Teoria Clássica se preocupava com a divisão
dos órgãos que compõem a organização, isto é, departamentos, seções, divisões, etc.
A divisão do trabalho pode ocorrer em duas direções:

 Verticalmente: níveis de autoridade e responsabilidade (Escala Hierárquica)

 Horizontalmente: diferentes tipos de atividades desenvolvidas na organização.

A Departamentalização refere-se à especialização e ao desdobramento horizontal da


organização. A homogeneidade é obtida na organização quando são reunidos, na mesma unidade,
todos os que estiverem executando o mesmo trabalho, pelo mesmo processo, para a mesma
clientela, no mesmo lugar.

Fayol se preocupou também com a chamada “Organização Linear”, que constitui um dos
tipos mais simples de organização. A organização linear se baseia nos princípios de:

a. Unidade de comando ou supervisão única: um indivíduo possui apenas um chefe

b. Unidade de direção: todos os planos se integram a planos maiores que conduzam os


objetivos da organização

c. Centralização da autoridade: toda a autoridade máxima de uma organização deve


estar centralizada no topo

d. Cadeia escalar: a autoridade deve estar disposta em uma hierarquia.

Apesar da sua notável contribuição à administração, muitas críticas são dirigidas a Fayol, pela
sua obsessão pela unidade de comando, pela acentuada centralização e também com relação à pouca
originalidade na sistematização e na definição dos princípios de administração.

Um ponto que não podemos deixar de mencionar nesta aula diz respeito a dois modelos
importantes desta história recente da administração: o Fordismo e o Toyotismo.

2.2 E o Fordismo, o que foi?


Idealizado pelo empresário estadunidense Henry Ford (1863-1947), fundador da Ford Motor
Company, o Fordismo é um modelo de produção em massa que revolucionou a indústria automobilística
na primeira metade do século XX. Ford utilizou à risca os princípios de padronização e simplificação de
Frederick Taylor e desenvolveu outras técnicas avançadas para a época. Suas fábricas eram totalmente
verticalizadas. Ele possuía desde a fábrica de vidros, a plantação de seringueiras, até a siderúrgica.

Ford criou o mercado de massa para os automóveis. Sua obsessão foi atingida: tornar o
automóvel tão barato que todos poderiam comprá-lo.

Uma das principais características do Fordismo foi o aperfeiçoamento da linha de


montagem. Os veículos eram montados em esteiras rolantes que se movimentavam enquanto o
operário ficava praticamente parado, realizando uma pequena etapa da produção. Dessa forma,
não era necessária quase nenhuma qualificação dos trabalhadores.

O método de produção fordista exigia vultosos investimentos e grandes instalações, mas


permitiu que Ford produzisse mais de dois milhões de carros por ano durante a década de 1920. O
veículo pioneiro de Ford no processo de produção fordista foi o mítico Ford Modelo T, mais
conhecido no Brasil como “Ford Bigode”.

Na década de 1970, após os choques do petróleo e a entrada de competidores japoneses


no mercado automobilístico, o Fordismo e a Produção em massa entram em crise e começam
gradativamente a serem substituídos pela “produção enxuta”, modelo de produção baseado no
Sistema Toyota de Produção.

Figura 5: Henry Ford em 1923.


Fonte:http://www.google.com.br/imgres?imgurl=http://amotivo.files.wordpress.com/2010/04/
henryford.gif&imgrefurl=http://amotivo.wordpress.com. Acesso em 27 de julho de 2010.

2.3 E o Toyotismo. Como se apresentou?


O Toyotismo é um modo de organização da produção capitalista originário do Japão,
resultante da conjuntura desfavorável do país. O Toyotismo foi criado na fábrica da Toyota no
Japão após a Segunda Guerra Mundial. Esse modo de organização produtiva, elaborado por Taiichi
Ohno, foi caracterizado como filosofia orgânica da produção industrial (modelo japonês)
adquirindo uma projeção global.

O Japão foi o berço da automação flexível, pois apresentava um cenário diferente dos Estados
Unidos e da Europa: um pequeno mercado consumidor, capital, matéria-prima escassa e grande
disponibilidade de mão de obra não especializada, impossibilitavam a solução Taylorista-Fordista de
produção em massa. A resposta foi o aumento na produtividade na fabricação de pequenas quantidades
de numerosos modelos de produtos, voltados para o mercado externo, de modo a gerar divisas tanto
para a obtenção de matérias primas e alimentos, quanto para importar os equipamentos e bens de
capital necessários para a sua reconstrução pós-guerra e para o desenvolvimento da própria
industrialização.

Figura 6: Operário na Indústria - Toyotismo


Fonte:http://www.google.com.br/imgres?
imgurl=http://www.unicamp.br/unicamp/unicamp_hoje/
ju/maio2006/fotosju324online/ju3234pg09f.jpg . Acesso em 02 de agosto de 2010.
2.4 Quais foram às características do Toyotismo?

O Toyotismo como um sistema pode ser teoricamente caracterizado por seis aspectos
importantes, a saber:

1. Mecanização flexível: uma dinâmica oposta à rígida automação fordista decorrente da


inexistência de escalas que viabilizassem a rigidez.

2. Processo de multinacionalização de sua mão de obra, uma vez que, por se basear na
mecanização flexível e na produção para mercados muito segmentados a mão de obra não
podia ser especializada em funções únicas e restritas como a fordista.

3. Implantação de sistemas de controle de qualidade total: através da promoção de palestras


de grandes especialistas norte-americanos, difundiu-se um aprimoramento do modelo
norte-americano, no qual, ao se trabalhar com pequenos lotes e com matérias-primas
muito caras, os japoneses de fato buscaram a qualidade total.

4. Sistema Just in Time: essa técnica de produção foi originalmente elaborada nos EUA, no
início do século XX, por iniciativa de Henry Ford, mas não foi posta em prática. Seu
objetivo foi “produzir o necessário, na quantidade necessária e no momento necessário”,
o que foi vital numa fase de crise econômica, em que a disputa pelo mercado exigiu uma
produção ágil e diversificada.

5. Personificação dos produtos: fabricar o produto de acordo com o gosto do cliente.

6. Controle visual: havia alguém responsável por supervisionar as etapas produtivas.


Resumo
Nesta aula você aprendeu que:

A Teoria Clássica da Administração, idealizada por Henri Fayol, caracteriza-se pela ênfase
na estrutura organizacional, pela visão do homem econômico e pela busca da máxima eficiência.

Henry Fayol relacionou 14 princípios básicos que podem ser estudados de forma complementar
aos de Frederick Taylor, quais sejam:

 Divisão do trabalho;
 Autoridade;
 Disciplina;
 Unidade de comando;
 Unidade de direção;
 Subordinação dos interesses individuais (ao interesse geral);
 Remuneração;
 Centralização (ou Descentralização);
 Linha de comando (Hierarquia);
 Ordem;
 Equidade;
 Estabilidade dos funcionários;
 Iniciativa;
 Espírito de equipe.

As Funções Administrativas apresentadas por Fayol foram:

Planejar: estabelece os objetivos da empresa, especificando a forma como seriam


alcançados. Parte de uma sondagem do futuro desenvolvendo um plano de ações para atingir as
metas traçadas. É a primeira das funções, já que servirá de base diretora à operacionalização das
outras funções.

Organizar: é a forma de coordenar todos os recursos da empresa, sejam humanos, sejam


financeiros, sejam materiais, alocando-os da melhor forma segundo o planejamento estabelecido.

Comandar: faz com que os subordinados executem o que deve ser feito. Pressupõe que as
relações hierárquicas estejam claramente definidas, ou seja, que a forma como administradores e
subordinados se influenciam esteja explícita, assim como o grau de participação e colaboração de
cada um para a realização dos objetivos definidos.

Coordenar: a implantação de qualquer planejamento seria inviável sem a coordenação das


atitudes e dos esforços de toda a empresa, almejando as metas traçadas.

Controlar: controlar é estabelecer padrões e medidas de desempenho que permitam


assegurar que as atitudes empregadas são as mais compatíveis com o que a empresa espera. O
controle das atividades desenvolvidas permite maximizar a probabilidade de que tudo ocorra
conforme as regras estabelecidas e ditadas.

O Toyotismo é um modo de organização da produção capitalista originário do Japão, resultante


da conjuntura desfavorável do país. O Toyotismo é um modo de organização produtiva, elaborado
por Taiichi Ohno, caracterizado como filosofia orgânica da produção industrial.

O Fordismo é um modelo de produção em massa que revolucio-nou a indústria automobilística


na primeira metade do século XX. Ford utilizou à risca os princípios de padronização e simplifi-cação de
Frederick Taylor e desenvolveu outras técnicas avança-das para a época. Suas fábricas eram
totalmente verticalizadas.

Atividades de aprendizagem
De acordo com os conhecimentos e definições apresentados, responda às questões propostas.

1. Descreva as funções administrativas e sua relevância para a administração.

2. Descreva e argumente: qual o principal objetivo da Teoria Clássica?

3. Enumere os princípios básicos da Teoria Clássica da Administração.

4. Que reflexos trouxeram o Toyotismo para o mundo atual?


5. Faça um paralelo entre o Fordismo e o Toyotismo.
Aula 3 – Teoria neoclássica da
administração

Meta
Apresentar os conceitos inerentes a Teoria Neoclássica da
Administração e suas consequências.

Objetivos
Ao final desta aula, você deverá ser capaz de:
1. Listar os principais conceitos da Teoria Neoclássica;
2. Diferenciar eficiência de eficácia.

Pré-requisitos
Para que você tenha um bom aproveitamento desta aula, é importante
que você tenha um bom conhecimento das primeiras duas aulas que versaram
sobre a Administração Cientifica e a Teoria Clássica da Administração.

3.1 Teoria Neoclássica da Administração


Agora vamos entender a Teoria Neoclássica! Uma nova teoria que nos é colocada agora.

A Teoria Neoclássica da Administração é o nome dado a um conjunto de teorias que


surgiu na década de 50 e que propõe uma retomada das abordagens clássica e científica da
administração. Essa teoria tem como principal referência Peter Drucker, mas também inclui um
grupo amplo de autores como Willian Newman, Ernest Dale, Ralph Davis, Louis Allen e George
Terry.

A abordagem neoclássica nada mais é do que a redenção da abordagem clássica


devidamente atualizada e redimensionada aos problemas administrativos atuais e ao tamanho das
organizações de hoje.

Figura 7: Peter Drucker


Fonte:http://www.google.com.br/imgres?
imgurl=http://marcioguilherme.apostos.com/wp-
content/files/2005/11/peterdrucker.jpg. Acesso em 03 de agosto de 2010.
A abordagem neoclássica baseia-se nos seguintes fundamentos:
 A administração é um processo operacional composto de funções, como o planejamento, a
organização, a direção e o controle
 A administração por envolver uma variedade de situações organizacionais precisa
fundamentar-se em princípios básicos que tenham razoável valor preditivo.
 Os princípios de administração, a exemplo dos princípios das ciências lógicas e físicas, são
verdadeiros e necessários;
 A cultura e o universo afetam o meio ambiente do administrador. Como técnica e ciência a
teoria da administração não precisa abarcar todo o conhecimento para servir de
fundamentação científica dos princípios de administração.

Drucker apresenta as principais características da Teoria Neoclássica como sendo:

1. O pragmatismo; que é uma doutrina filosófica cuja tese fundamental é que a ideia que
temos de um objeto qualquer nada mais é senão a soma das ideias de todos os efeitos

imaginários atribuídos por nós a esse objeto, que passou a ter um efeito prático qualquer.
2. A reafirmação dos postulados clássicos da administração;
3. A ênfase nos princípios gerais da administração;
4. A ênfase nos objetivos e resultados;
5. No ecletismo de opiniões e pontos de vista.

Apresentam ainda os neoclássicos que os princípios básicos da organização são:


1. Divisão do Trabalho
 Decomposição de um trabalho em atividades menores.
 Surgem os níveis hierárquicos: institucional, funcional e operacional.
2. Especialização
 Consequência da divisão do trabalho.
 Cada nível ou departamento possui funções específicas.
3. Hierarquia
 Consequência da divisão do trabalho e da especialização.
 A existência de diversas tarefas exige a diferenciação de ‘poder’.

 Quanto maior a organização, normalmente maior é o nível hierárquico.


 Aplicação dos conceitos de autoridade, responsabilidade e delegação.
4. Autoridade
 Alocada em cargos, e não em pessoas.
 Aceita pelos subordinados.
 Flui de cima para baixo.
5. Responsabilidade
 Inerente às pessoas e não aos cargos.
 Dever de desempenhar o cargo ou a tarefa entregue.
6. Delegação
Alocado ao cargo.
 Processo de transferir autoridade e/ou responsabilidade para níveis inferiores da
hierarquia. Deve-se:
 Delegar a tarefa inteira
 Delegar à pessoa certa.
 Proporcionar informação constante e adequada.
 Avaliar e recompensar o desempenho.
7. Amplitude administrativa
 Refere-se ao número de subordinados que um indivíduo pode ter.
 Organização ‘alta’ ou ‘achatada’.
8. Centralização e descentralização.
 Refere-se à alocação da autoridade nos indivíduos, quanto à tomada de decisão.
 Centralização é, unidade de comando.
 Descentralização é, supervisão funcional.

Nesse contexto, salientam ainda que há três aspectos principais nas organizações:

a. Quanto aos objetivos: as organizações não vivem para si próprias, mas são meios, isto é,
são órgãos sociais que visam à realização de uma tarefa social;
b. Quanto à administração: todas as organizações são diferentes em seus objetivos e em seus
propósitos, mas são essencialmente semelhantes na sua composição administrativa;
c. Quanto ao desempenho individual: são as pessoas que fazem, decidem e planejam,
enquanto as organizações são ficções legais.

Importante e imprescindível devem ser consideradas as organiza ções sob o ponto de vista de
sua eficiência e eficácia, simultaneamente. Eficácia é uma medida do alcance de resultados, enquanto
a eficiência é uma medida da utilização dos recursos nesse processo.

EFICIÊNCIA EFICÁCIA
Ênfase nos meios. Ênfase nos resultados.
Resolver problemas. Fazer as coisas certas.
Salvaguardar recursos. Atingir objetivos.
Cumprir tarefas e obrigações. Otimizar a utilização dos recursos.
Treinar os subordinados. Obter resultados.
Fazer corretamente as coisas. Dar eficácia aos subordinados.
Manter as máquinas. Máquinas em bom funcionamento.
A administração por objetivos constitui um modelo administrativo identificado com espírito
pragmático e democrático da Teoria Neoclássica e apresenta as seguintes características:

 Estabelecimento conjunto de objetivos entre o gerente e o seu superior;


 Estabelecimento de objetivos para cada departamento ou cargo
 Interligação entre os vários objetivos táticos e departamentais;
 Ênfase na mensuração e no controle dos resultados;
 Contínua avaliação, reavaliação, revisão e reciclagem dos planos;
 Participação atuante das gerências.

A marca mais forte da Teoria Neoclássica está, na ênfase que ela dá ao planejamento estratégico
das organizações e onde a APO se firma como síntese de funcionamento ideal para as instituições
que dele fazem uso.

Após a APO houve uma evolução no estilo administrativo gerando novos ciclos e nova dinâmica
no ato
Resumo
Nesta aula você aprendeu que:

 A Teoria Neoclássica surgiu da necessidade de se utilizarem os conceitos válidos e relevantes


da Teoria Clássica, expurgando-os dos exageros e distorções típicos de qualquer teoria pioneira
e condensando-os com outros conceitos igualmente válidos e relevantes oferecidos por outras
teorias administrativas ao longo das três últimas décadas.
 A Teoria Neoclássica pode ser identificada por meio de algumas características marcantes: a
ênfase na parte prática da administração, a reafirmação relativa (e não absoluta) dos
postulados clássicos, a ênfase nos primeiros clássicos de administração, a ênfase nos resultados
e objetivos e, sobretudo, no ecletismo aberto e receptivo.
 O ponto fundamental da Teoria Neoclássica é o de ser a administração uma Técnica Social
básica. Isso leva à necessidade de o administrador conhecer, além dos aspectos técnicos e
específicos de seu trabalho, os aspectos relacionados à direção de pessoas dentro das
organizações.
 A Teoria Neoclássica surgiu com o crescimento exagerado das organizações. Uma das respostas que
procurou dar foi a respeito do dilema centralização versus descentralização. Boa parte do trabalho
dos neoclássicos está voltada para fatores que levam à decisão de descentralização, bem como às
vantagens e desvantagens que a descentralização proporciona.
 A Teoria Neoclássica enfatiza as funções do administrador: o planejamento, a organização, a
direção e o controle. No seu conjunto, essas funções administrativas formam o processo
administrativo.
 A APO é um processo no qual os funcionários identificam objetivos comuns, definem suas
responsabilidades e traçam uma linha guia de ação. Os princípios básicos da APO são três: objetivos
específicos, tempo definido e feedback sobre desempenho.
Atividades de aprendizagem
De acordo com os conhecimentos e definições apresentados, responda às questões propostas.

1. Explique como surgiu a Teoria Neoclássica da Administração.

2. Dê exemplos de eficiência e de eficácia.

3. Ordene um paralelo entre as vantagens da centralização e as vantagens da


descentralização.
Aula 4 - A teoria burocrática da administração

Meta
Apresentar a Teoria Burocrática da Administração.

Objetivos
Ao final desta aula, você deverá ser capaz de:
1. Listar as principais características da Teoria Burocrática;
2. Descrever as vantagens e disfunções da burocracia.

Pré-requisitos
Para que você tenha um bom aproveitamento desta aula, é
importante que você tenha entendido bem os conceitos apresentados até
aqui neste caderno didático.

4.1 Teoria Burocrática


Agora nós vamos trabalhar um pouco sobre a Teoria Burocrática da Administração. Vamos ver
suas origens e vantagens. Venha, vamos trabalhar um pouco sobre essa Teoria.

4.2 Origens

A Teoria da Burocracia teve início na administração por volta de 1940 apresentando-se


sob os seguintes aspectos:

• Fragilidade e parcialidade da Teoria Clássica e da Teoria das Relações Humanas;


• A necessidade de um modelo de organização racional;
• O crescente tamanho e complexidade das organizações e,;
• O ressurgimento da Sociologia da Burocracia.

A Burocracia é uma forma de organização humana que se baseia na racionalidade, ou seja,


na adequação dos meios aos fins pretendidos de forma a garantir a máxima eficiência possível ao
alcance dos objetivos.
Max Weber notou que o capitalismo, a organização burocrática e a ciência moderna constituem
três formas de racionalidade que surgiram a partir das mudanças religiosas ocorridas inicialmente em
países protestantes – como Inglaterra e Holanda – e não em países católicos.
Figura 8: Max Weber
Fonte: http://www.google.com.br/images?um=1&hl=ptBR&biw=1280&bih=579&tbs=isch%3A1&sa=1
&q=max+weber&aq=f&aqi=g4&aql=&oq=&gs_rfai. Acesso em 13 de agosto de 2010.

A Burocracia, segundo Weber, baseia-se nas seguintes características:


 No caráter legal das normas.
 No caráter formal da comunicação.
 Na divisão do trabalho.
 Na impessoalidade no relacionamento.
 Na hierarquização da autoridade.
 Nas rotinas e procedimentos.
 Na competência técnica e no mérito.
 Na especialização da administração.
 Na profissionalização dos participantes.
 Na previsibilidade.

A burocracia possui, ainda, como consequências previstas a previsibilidade do


comportamento humano e a padronização do desempenho dos funcionários, com a finalidade de
atingir a máxima eficiência da organização.

4.3 E quais seriam as vantagens da Burocracia, se é que elas


existem?

Weber viu inúmeras razões para explicar o avanço da Burocracia sobre as outras formas
de associação. Para ele, comparar os mecanismos burocráticos com outras organizações é o
mesmo que comparar a produção da máquina com outros modos não mecânicos de produção.

As vantagens da Burocracia, para Weber, são:


1. Racionalidade em relação ao alcance dos objetivos da organização
2. Precisão na definição do cargo e na operação pelo conhecimento exato dos deveres;

3. Rapidez nas decisões, pois cada um conhece o que deve ser feito, por quem deve ser feito, as
ordens e que papéis tramitam através de canais pré-estabelecidos;

4. Univocidade de interpretação garantida pela regulamentação específica e escrita. Por outro


lado, a informação é discreta, pois é fornecido apenas a quem deve recebê-la;

5. Uniformidade de rotinas e procedimentos que favorecem a padronização, a redução de custos


e de erros, pois os procedimentos são definidos por escrito;

6. Continuidade da organização através da substituição do pessoal que é afastado. Além disso,


os critérios de seleção e escolha do pessoal baseiam-se na capacidade e na competência
técnica;

7. Redução do atrito entre as pessoas, pois cada funcionário conhece aquilo que é exigido dele e
quais são os limites entre suas responsabilidades e as dos outros;

8. Constância, pois os mesmos tipos de decisão devem ser tomados nas mesmas circunstâncias;

9. Subordinação dos mais novos aos mais antigos, dentro de uma forma estrita e bem conhecida,
de modo que o superior possa tomar decisões que afetem o nível mais baixo;

10. Confiabilidade, pois o negócio é conduzido de acordo com regras conhecidas, em que grande
número de casos similares são metodicamente tratados dentro da mesma maneira
sistemática;

11. Existem benefícios sob o prisma das pessoas na organização, pois a hierarquia é formalizada,
o trabalho é dividido entre as pessoas de maneira ordenada, as pessoas são treinadas para se
tornarem especialistas em seus campos particulares, podendo encarreirar-se na organização
em função de seu mérito pessoal e competência técnica.

Como crítica apontou-se que a Teoria Burocrática, possuía:

 Excesso de formalismo da burocracia.

 Mecanicismo e as limitações da “Teoria da Máquina”.

 Conservantismo da burocracia

 Abordagem de sistema fechado.


 Abordagem descritiva e explicativa.

 Críticas multivariadas à burocracia.

Apesar de todas as limitações e restrições, a burocracia é talvez uma das melhores


alternativas de organização, superior a várias alternativas tentadas no decorrer do século XX. O
mais importante é que a Teoria da Burocracia deixou de lado a abordagem normativa e prescritiva
para dedicar-se a uma abordagem descritiva e explicativa.

Resumo
Nesta aula você aprendeu que:

1. A Burocracia é uma forma de organização humana que se baseia na racionalidade, isto é, na


adequação dos meios aos objetivos (fins) pretendidos, a fim de garantir a máxima eficiência
possível no alcance desses objetivos.

2. A Teoria da Burocracia desenvolveu-se dentro da Administração aproximadamente nos anos


40, em função, principalmente, dos seguintes aspectos:

 A fragilidade e parcialidade da Teoria Clássica e da Teoria das Relações Humanas;


 A necessidade de um modelo de organização racional aplicável não somente à fábrica,
mas a todas as formas de organização, principalmente às empresas;
 O tamanho e complexidade crescentes das empresas;
 O ressurgimento da Sociologia da Burocracia.

3. Características da Burocracia:

 Caráter legal das normas e regulamento;


 Caráter formal das comunicações;
 Caráter racional e divisão do trabalho;
 Impessoalidade nas relações;
 Hierarquia da autoridade;
 Rotinas e procedimentos padronizados;
 Competência técnica e meritocracia;
 Especialização da administração;
 Profissionalização dos participantes;
 Completa previsibilidade do funcionamento.

4. Vantagens da Burocracia:

 Racionalidade em relação ao alcance dos objetivos da organização;


 Precisão na definição do cargo e na operação;
 Rapidez nas decisões;
 Unicidade de interpretação;
 Uniformidade de rotinas e procedimentos;
 Continuidade da organização através da substituição do pessoal afastado;
 Redução do atrito entre as pessoas;
 Subordinação dos mais novos aos mais antigos;
 Confiabilidade.

5. Ao estudar as consequências previstas (ou desejadas) da burocracia que a conduzem à máxima


eficiência, notaram-se também as consequências imprevistas (ou indesejadas): as disfunções
da burocracia, que são basicamente as seguintes:

 Exagerado apego aos regulamentos;


 Excesso de formalismo e de papelório;
 Despersonalização do relacionamento;
 Categorização como base do processo decisório;
 Superconformidade às rotinas e aos procedimentos;
 Exibição de sinais de autoridade;
 Dificuldade no atendimento a clientes e conflitos com o público.
Atividades de aprendizagem
1. De acordo com as definições apresentadas, responda às questões propostas.

a) Descreva as principais características da Teoria Burocrática.

b) Faça um paralelo entre as vantagens e as disfunções da Burocracia.


Aula 5 – Teoria estruturalista da
administração

Meta
Apresentar a Teoria Estruturalista da Administração.

Objetivos
Ao final desta aula, você deverá ser capaz de:
1. Apresentar as origens da Teoria Estruturalista;
2. Descrever a tipologia, ambiente e conflitos, além da análise
das organizações.

Pré-requisitos
Para que você tenha um bom aproveitamento desta aula, é impor-
tante que você leia com atenção o material exposto no seu caderno
didático e leia também os textos de apoio.

5.1 Teoria Estruturalista da Administração

Surgiu ao final da década de 1950 como uma reação às práticas administrativas injustas
causadas pela Revolução Industrial. Constitui-se na primeira tentativa sistemática de introdução das
ciências do comportamento na Teoria Administrativa através de uma filosofia humanística que
pregava a participação das pessoas na organização.

5.2 Origens

As origens da Teoria Estruturalista na Administração foram:

• A oposição surgida entre a Teoria Tradicional e a Teoria das Relações Humanas;


• A necessidade de visualizar a organização como uma unidade social complexa na qual
interagem grupos sociais;
• A influência do Estruturalismo nas Ciências Sociais e sua repercussão no estudo das
organizações;
• Um novo conceito de Estrutura.

Para os estruturalistas, a sociedade moderna é uma sociedade de organizações das quais


o homem passa a depender para nascer, viver e morrer. As organizações são diferenciadas e
requerem de seus membros certas características de personalidade que permitam a participação
simultânea das pessoas em várias organizações nas quais os papéis variam.
O estruturalismo ampliou o estudo das interações entre os grupos sociais – Teoria das
Relações Humanas – para o estudo das interações entre as organizações sociais. Da mesma forma que
os grupos sociais interagem entre si, também interagem entre si as organizações.
As organizações constituem a forma dominante de instituição da sociedade moderna, sendo a
manifestação de uma sociedade especializada e interdependente que se caracteriza por um crescente
padrão de vida. Partindo desse pressuposto, as burocracias constituem um tipo es pecífico de
organização, as chamadas organizações formais. A organização formal é criada para atingir
objetivos explícitos e é um sistema pré-estabelecido de relações estruturais impessoais que
resulta no relacionamento formal entre pessoas, permitindo reduzir a ambiguidade e a
espontaneidade e aumentar a previsibilidade do comportamento.

Os estruturalistas utilizaram alguns conceitos de outras Escolas da Administração para o


estudo das organizações. Por isso, considera-se sua abordagem múltipla.

 Organização formal e informal.


 Recompensas salariais e materiais, sociais e simbólicas.
 Diferentes níveis hierárquicos.
 Diferentes tipos de organização.
 Análise intra e inter organizacional.

Diante disso, podemos tipificar as organizações? Claro que sim. Existem diferenças entre as
organizações? Sim. Entretanto, elas apresentam algumas características que permitem classificá-
las em tipos.

 Tipologia de Etzioni.
 Tipologia de Blau e Scott.

Para “Etzioni as organizações são ‘artificiais” e planejadas e possuem características tais como:

 Divisão de trabalho.
 Centros de poder.
 Substituição do pessoal.

E os meios de controle exercidos são:

 Físico.
 Material.
 Normativo.
O envolvimento dos indivíduos é:

 Alienatório.
 Calculista.
 Moral.

E podem ser classificadas como:

 Coercitivas.
 Utilitárias.
 Normativas.

Na tipologia de Etzioni a ênfase é nos sistemas psicossociais das organizações. Tem como
desvantagem a pouca atenção dada à estrutura e ao ambiente externo.
A tipologia de Blau e Scott se baseia nos beneficiários da organiza ção. Tanto os internos
quanto os externos.

E que seriam esses beneficiários de Blau e Scott? Eles seriam:

• Os próprios membros da organização.


• Os proprietários, acionistas da organização.
• Os clientes o público em geral.

5.3 O homem organizacional

Enquanto a Teoria Clássica caracteriza o homo economicus e a Teoria das Relações


Humanas “o homem social”, a Teoria Estruturalista focaliza o “homem organizacional”, pessoa
que desempenha diferentes papéis em várias organizações. O homem moderno, ou seja, o homem
organizacional, para ser bem-sucedido em todas as organizações, precisa ter as seguintes
características de personalidade:

• Flexibilidade, em face das constantes mudanças que ocorrem na vida moderna e da


diversidade de papéis desempenhados nas organizações;

• Tolerância às frustrações para evitar o desgaste emocional decorrente do conflito


entre necessidades organizacionais e necessidades individuais, cuja mediação é feita
através de normas racionais, escritas e exaustivas;

• Capacidade de adiar as recompensas e o poder de compensar o trabalho rotineiro na


organização em detrimento de preferências pessoais;
As organizações sociais são consequências da necessidade que as pessoas têm de
relacionar-se e juntar-se com outras a fim de poderem realizar os seus objetivos. Dentro da
organização social, as pessoas ocupam certos papéis. Papel significa um conjunto de
comportamentos solicitados a uma pessoa; é a expectativa de desempenho por parte do grupo
social e consequente internalização dos valores e das normas que o grupo, explícita ou
implicitamente, prescreve para o indivíduo.

O papel prescrito para o indivíduo é reforçado pela sua própria motivação em


desempenhá-lo eficazmente. Cada pessoa pertence a vários grupos e organizações e desempenha
diversos papéis, ocupa muitas posições e suporta grande número de normas e regras diferentes.

5.4 Ambiente organizacional

As organizações vivem em um mundo humano, social, político e econômico. Elas existem


em um contexto que denominamos ambiente. Ambiente é tudo o que envolve externamente uma
organização. Para os estruturalistas, o ambiente é constituído pelas outras organizações que
formam a sociedade. Dois conceitos são fundamentais para a análise Inter organizacional: o
conceito de interdependência das organizações e o conceito de conjunto organizacional.

5.5 Conflitos organizacionais

Os Estruturalistas discordam de que haja harmonia de interesses entre patrões e


empregados (como afirmava a Teoria Clássica) ou de que essa harmonia deva ser preservada pela
administração através de uma atitude compreensiva e terapêutica (como afirmava a Teoria das
Relações Humanas). Ambas as teorias punham fora de discussão o problema do conflito em
decorrência do seu caráter prescritivo. Para os estruturalistas, os conflitos – embora nem todos
sejam desejáveis – são elementos geradores das mudanças e da inovação na organização.

Conflito significa a existência de ideias, sentimentos, atitudes ou interesses antagônicos


e colidentes que podem se chocar. Sempre que se fala em acordo, aprovação, coordenação,
resolução, unidade, consentimento, comprometimento, harmonia deve-se lembrar que essas
palavras pressupõem a existência ou iminência de seus opostos como desacordo, desaprovação,
desentendimento, dissensão, incongruência, discordância, inconsistência, oposição – o que
significa conflito.

Os estruturalistas indicam importantes funções sociais do conflito e não concordam com


sua repressão artificial. Através do conflito, avaliam-se o poder e o ajustamento do sistema da
organização à situação real para atingir a harmonia na organização. O conflito gera mudanças e
provoca inovação à medida que as soluções são alcançadas.
Resumo

Nesta aula, você aprendeu que:

As origens da Teoria Estruturalista na Administração foram:

a) A oposição surgida entre a Teoria Tradicional e a Teoria das Relações Humanas – incompatíveis
entre si – tornou-se necessária uma posição mais ampla e compreensiva que integrasse os aspectos
considerados por uma e omitidos pela outra e vice-versa;

b) A necessidade de visualizar “a organização como uma unidade social complexa na qual interagem
grupos sociais” que compartilham alguns dos objetivos da organização (como a viabilidade
econômica da organização), mas podem se opor a outros (como a maneira de distribuir os lucros);

c) A influência do Estruturalismo nas ciências sociais e sua repercussão no estudo das organizações.
Na Teoria Administrativa, o Estruturalismo se concentra nas organizações sociais;

d) Novo conceito de estrutura. O conceito de estrutura é antigo. Heráclito, nos primórdios da


história da Filosofia, concebia o “logos” como uma unidade estrutural que domina o fluxo
ininterrupto do devir e o torna inteligível.

 É a estrutura que permite reconhecer o mesmo rio, embora as águas jamais sejam as
mesmas devido à contínua mudança das coisas.

A Teoria Estruturalista focaliza o “homem organizacional”, a pessoa que desempenha diferentes


papéis em várias organizações. O homem moderno, ou seja, o homem organizacional, para ser bem-
sucedido em todas as organizações, precisa ter as seguintes características de personalidade:
Flexibilidade, Tolerância às frustrações, Capacidade de adiar as recompensas e o poder de compensar
o trabalho rotineiro na organização em detrimento de preferências pessoais e Permanente desejo de
realização para garantir cooperação e conformidade com as normas organizacionais para obter
recompensas sociais e materiais.

• As organizações vivem em um mundo humano, social, político e econômico. Elas existem em


um contexto que denominamos ambiente. Ambiente é tudo o que envolve externamente uma
organização. Para os estruturalistas, o ambiente é constituído pelas outras organizações que
formam a sociedade
Atividades de aprendizagem

1. De acordo com as definições apresentadas, responda às questões propostas.

a) Quais as características da personalidade do Homem Organizacional?


b) Explique conflitos organizacionais.
Referências
BARRIS NETO, João Pinheiro de. Teoria da administração - Curso compacto.
Editora Qualitymark, 2007.
CHIAVENATO, Idalberto. Introdução à teoria geral da administração. 6. ed.
Editora Campus, 2005.

CHIAVENATO, Idalberto. Administração - teoria, processo e prática. 7. ed.


Editora Campus, 2006.

KWASNICKA, Eunice Lacava. Teoria Geral da Administração: Uma Síntese.


São Paulo: Atlas, 1989.

LAWRENCE Paul R. & LORSCH Jay W. As empresas e o ambiente.


Petrópolis, Vozes, 1973.
MAXIMIANO, Antônio César Amaru. Introdução à administração. São Paulo:
Atlas, 2004.

MAXIMIANO, Antônio César Amaru. Teoria geral da administração: da esco-


la científica à competitividade em economia globalizada. São Paulo: Atlas,
2000.
PARK, Kil H. DE BONIS, Daniel F., ABUD, Marcelo R. Introdução ao estudo
da

You might also like