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HISTÓRIA E MEMÓRIA DA ESCOLA BANDEIRANTE EM TIMON-

MA (1989-1999)

Geyciane Oliveira da Silva1, (IC- PIBIC Jr), Odaléia Alves da Costa2, (PQ)
(1) Aluno IFMA Campus Timon, (2) IFMA Campus Timon, Avenida Luís Firmino de Sousa, 3907, Mutirão,
CEP 65635-468- Timon-MA
email:

Resumo: O objetivo deste trabalho é reconstituir a história e memória da Escola


Bandeirante do município de Timon-MA. Os dados foram obtidos através de 07 entrevistas: 4
ex-alunos, 2 com ex-diretores e 1 ex-professora. O trabalho possui 16 fotografias das
diversas atividades realizadas na escola. Podendo assim serem obtidos os dados necessários
para a reconstituição da história e memória da escola.

Palavras-chave: História e Memória; Escola Bandeirante; Timon-MA.

1 INTRODUÇÃO

O trabalho é referente ao resgate da história e memória da Escola Bandeirante por


meio de fontes documentais e de narrativas de pessoas que concordaram em compartilhar
diferentes momentos vividos na instituição. Tornando-os personagens na reconstrução da
história da escola na qual ajudaram em sua criação e formação, sendo possível compor novos
elementos que permitam a contribuição para a história da instituição.
A história das instituições educativas tem tomado fôlego no contexto dos estudos
de história da educação no Brasil, inserindo-se num processo de renovação no campo da
história da educação e constituindo-se como um novo campo temático da historiografia da
educação brasileira (GATTI JUNIOR, 2002, p. 19).
“Apreensão daqueles elementos que conferem identidade à instituição
educacional, ou seja, daquilo que lhe confere um sentido único no cenário social do qual fez
ou ainda faz parte, mesmo que ela tenha se transformado no decorrer dos tempos.” (GATTI
JUNIOR, 2002, p. 20).

2 METODOLOGIA

Foram feitas pesquisas em livros presentes na Escola Bandeirante, que contem


informações sobre a mesma. Visitas e pesquisas em livros na biblioteca municipal de Timon-
MA com o intuito de obter informações sobre a escola, além de visitas em residências e
ambientes de trabalho de pessoas que tiveram vínculo com a escola no período referente a
pesquisa com o intuito de obter informações sobre a instituição, através de 07 entrevistas,
sendo: 4 com ex-alunos, 2 com ex-diretores e 1 com uma ex-professora.
Como complementação, realizamos também durante as visitas às residências e
locais de trabalho dos entrevistados, o levantamento de fotografias que possibilitassem uma
maior compreensão da História e Memória da Escola Bandeirante.
3 RESULTADOS E DISCUSSÃO

Foto 1 – Escola Bandeirante, Rua Odilo Costa, Centro, Timon-MA

A escola Bandeirante é uma instituição de ensino fundamental 2, inaugurada em


18 de março de 1968 com o nome de Ginásio Bandeirante de Timon, no governo do Dr. José
Sarney, que idealizou no seu governo desbravar a inteligência dos maranhenses como fizeram
os bandeirantes da História do Brasil colônia.
A pesquisa foi feita por meio de entrevistas com pessoas que trabalharam e
estudaram na instituição como: ex-diretores, ex-professora, ex-alunos, entre outros
funcionários, que concordaram em nos contar lembranças, nos revelando suas vivências no
ambiente escolar.
Os alunos, professora e diretores que interagiram com esta pesquisa comentam
sobre seus momentos vividos na escola, de suas amizades, alegrias, lembranças e do convívio
na escola.
A diretora Oceanira Oliveira Silva que precisamente não recorda das datas de
início de trabalho na escola, fala que passou cinco anos como secretária da Escola
Bandeirante, e depois permaneceu dois anos e sete meses na função de gestora geral e em
seguida diretora pedagógica até 18 de junho de 2010.
Em seu relato contou que a rotina da escola desde a entrada até a saída não fugia
da normalidade das outras instituições. Quanto à arquitetura nos relata que pra época em que a
escola foi construída era uma escola excelente, com espaço e instalação ótima, onde todo o
corpo discente aproveitava cada metro para seu lazer nos intervalos da aula, e mesmo nos
eventos.
Segundo ela a relação entre diretores, professores e alunos era respeitosa, na
época a figura do professor e diretor dentro da escola era de grande relevância na formação
intelectual e às vezes familiar do aluno.
Durante a sua gestão a disciplina/ordem era argumentada no ato da rematrícula ou
matrícula do aluno se o pai achasse conveniente aceitaria, senão procurava outra escola, não
que a escola fosse um “quartel militar” mas que a permanência do aluno na instituição
prevalecia muito a questão disciplinar, respeitosa, e principalmente o compromisso do mesmo
no que refere-se ao aprendizado.
Já a indisciplina/desordem na escola durante a sua gestão era trabalhada muito a
questão do limite comportamental do aluno no coletivo ou individual, regimento interno
determinando o que era de direito, de dever e de proibições, livro de ocorrência e às vezes
afastamento do aluno de suas atividades (suspensão) termo de compromisso assinado pelo pai
e, o responsável, enfim tudo se fazia para que a ordem fosse mantida dentro da escola.
A diretora Antonia Lima Alves que trabalhou na escola nos anos de 1998 a 2006,
nos relata que na época a direção era um descaso, e escolheram-na para o cargo da direção
geral. Antes dela na direção geral estava dona Conceição Parentes e depois Célis Noleto, era
como um “jogo político”.
Na época o governo era de Roseana Sarney, Gastão Vieira era secretário de
educação. A mesma nos relata que sempre eram feitas festas de último ano dos alunos, fazia-
se muitas comemorações.
Fazia-se o mutirão da limpeza na escola, gincanas, festas juninas, festinha do dia
das mães, etc. A escola costumava desfilar frequentemente e dona Antonia não gostava muito
dos desfiles.
A professora Rosana Ferreira Nolêto trabalhou na escola desde outubro de 1983
até o fechamento da escola em 2011, nos relata que em geral a arquitetura do prédio, a
instalação, seu entorno, o acabamento e o espaço da escola estavam dentro dos padrões para o
bom funcionamento da escola, exceto a biblioteca e a cantina. Havia biblioteca, mas o espaço
destinado a mesma era insuficiente.
A relação entre professores e alunos era respeitosa, havia disciplina e o professor
ainda impunha limite e respeito aos seus alunos. Na época a disciplina ministrada pela mesma
era Inglês durante 10 anos. As avaliações da disciplina eram realizadas com atividades
avaliativas mensais, entre elas, testes subjetivos, objetivos, atividades em grupo ou
individuais, atividades extraclasse, bem como, avaliação qualitativa.
Os conteúdos das disciplinas eram trabalhados utilizando livro didático, recursos
áudio visuais, jogos e recreação. Havia outras atividades extraclasse como: gincana cultural,
aula passeio inclusive para outro Estado da Federação (Piauí).
Foto 2 – Aula passeio com alunos da Escola Bandeirante

Noeme Pereira Cruz foi aluna da instituição nos anos de 1994 a 1995 cursando a
oitava série nos relata que a farda da escola na época era composta por calça jeans, camiseta
normal com um slogan da escola. Do seu ponto de vista a escola era maravilhosa, a estrutura
era ótima.
Segundo ela não havia biblioteca na escola, os trabalhos eram feitos na biblioteca
municipal localizada no centro de Timon-MA. Não havia sala de informática, não havia
computadores.
A relação entre professores e alunos era boa, pra ela o professor Benedito de
Matemática era muito autoritário, pedagogia atrasada, grosseiro. Havia professores bons e
ruins, a mesma comenta de possuir um trauma dos professores de Matemática como o
professor Benedito e a professora Maria de Jesus.
A fonte de consulta utilizada para os estudos eram os livros. Havia outras
atividades fora da sala de aula como: gincanas, passeios, desfiles, festa do estudante, arraial,
etc. Como a mesma estudava a noite não havia lanche grátis, comprava-se o lanche na
cantina.
Havia uma quadra de esportes no fundo da escola, não havia campo de futebol, a
quadra era boa, mas a mesma não a utilizava por estudar a noite. Segundo ela a estrutura da
escola não influenciava em sua aprendizagem, pois o ensino era bom e havia professores de
qualidade, gostava muito das professoras de Inglês Verônica e Rita de Cássia.
Sua principal lembrança desta escola é de ela ter sido uma escola boa, não foi uma
escola que lhe deixou muitas lembranças.
Marcio da Silva Nascimento foi aluno da Escola Bandeirante nos anos de 1999 a
2003, segundo ele a farda da escola era de cor branca com duas listras azuis no braço, só
camiseta e calça jeans. A arquitetura do prédio era boa, ambiente agradável. Havia biblioteca,
era uma sala grande juntamente com a sala de vídeo, não era climatizada.
As pesquisas eram feitas na biblioteca municipal no Centro de Timon- MA, os
exercícios eram feitos em casa. Não havia sala de informática, a relação entre professores e
alunos era ótima e as fontes de consulta utilizadas para os estudos eram livros e apostilas.
Havia um campo e uma quadra para a prática de esportes, a estrutura da quadra
era fraca e a do campo era básica. Havia outras atividades fora da sala de aula como: tarefas,
festas, visitas, feira de ciências, desfiles, etc.
O lanche da escola era bom, gostava de sopa de batata, iogurte e sardinha.
Segundo ele a estrutura da escola não influenciava em sua aprendizagem, pois pra ele depende
do interesse do aluno.
O mesmo nos relata de ter muitas lembranças boas desta escola, lembra do lazer e
as amizades.

Foto 3 – Alunas da Escola Bandeirante na feira de ciências

Dilson da Silva Nascimento foi aluno da Escola Bandeirante nos anos de 1995 a
2005, o mesmo nos relata que a farda da escola na época era branca, com o slogan da escola
no peito, com listras azuis no braço.
A escola possuía uma estrutura boa, quadro de giz no início, depois pincel. Havia
uma biblioteca grande, espaçosa e acomodada. Os trabalhos escolares eram feitos na
biblioteca municipal no Centro de Timon-MA e as vezes na escola quando a biblioteca da
escola não estava cheia.
Não havia sala de informática, a relação entre professores e alunos era razoável.
As fontes de consulta utilizadas para os estudos eram livros e apostilas. Havia outras
atividades fora da sala de aula como: feira de ciências, desfiles e festas.
O lanche da escola era ótimo, variável, serviam cachorro quente, sopa de letra,
iogurte, etc. Havia uma quadra de esportes que no início era boa, depois ficou ruim com
buracos, por ficar exposta aos agentes externos como o sol e a chuva.
A estrutura da escola não influenciava em sua aprendizagem, pois para o mesmo o
defeito estava no aluno e não na escola. Gostava de assistir os desfiles, de participar da feira
de ciências.

Foto 4 – Aula passeio com alunos da Escola Bandeirante

Nélio Rodrigues dos Santos Carneiro foi aluno da Escola Bandeirante nos anos de
1996 a 1997, o mesmo nos relata que a farda da escola era branca, com listras azuis, baby
look, com o slogan da escola. Segundo ele, a escola era ampla, mas que havia muitas cadeiras
quebradas.
Havia uma biblioteca cheia de livros, com ventilador, uma sala grande. Os
trabalhos escolares eram feitos na biblioteca municipal localizada no Centro de Timon- MA,
em casa e na escola.
Não havia sala de informática e os alunos se davam muito bem com os
professores. Eram utilizados livros e cadernos como fontes de consulta para os estudos.
Atividades como: a prática da Educação Física, festas, desfiles e feiras de ciências eram feitas
na escola.
O lanche da escola era composto basicamente por sopas, arroz com abóbora,
cachorro quente, iogurte, etc. Havia uma quadra onde eram praticados os esportes, a quadra
não era muito boa, cheia de buracos, rachaduras e era aberta.
Para o mesmo a estrutura da escola não influenciava em sua aprendizagem, pois pra
ele dependia apenas do aluno. Algumas lembranças citadas pelo mesmo são o fato de as
professoras terem sido boas com os alunos, de poder praticar Educação Física e de ter pulado
o muro mais do que estudava.

4 CONCLUSÃO

Interagir com a história e memória da escola por meio de histórias de pessoas que
por ela passaram, é necessário para a sociedade, pois a mesma é de fundamental importância
para o processo de formação dos indivíduos.
O resultado final de nossa pesquisa nos permite dizer, que interagir com a
reconstrução da história da escola por meio das lembranças daqueles que passaram pelo
ambiente escolar em diferentes momentos é um trabalho duro, mas a partir dos relatos de
experiências vividas no ambiente escolar foi permitido construir a história da escola. E que
este trabalho possa servir de fonte de pesquisa para a sociedade, e que permita ajudar na
construção de novos projetos no futuro.

5 REFERÊNCIAS

BOSI, Ecléa. Memória e sociedade: lembranças de velhos. 3.ed. São Paulo: Cia das Letras,
1994.
CERTEAU, Michel de. A invenção do cotidiano. Petrópolis: Vozes, 1996.
FELGUEIRAS, Margarida Maria Louro. Para um museu vivo da escola primária: trajectória
de uma investigação. In: MAGALHÃES, Justino (Org.). Fazer e ensinar história da
educação. Braga: Instituto de Educação e Psicologia, 1998, p. 147-154.
GATTI JUNIOR, Décio. A história das instituições educacionais: inovações paradigmáticas e
temáticas. In: ARAÚJO, José Carlos de Souza; GATTI JUNIOR, Décio (Org.). Novos temas
em história da educação brasileira: instituições escolares e educação na imprensa.
Campinas: Autores Associados; Uberlândia/MG: EDUFU, 2002, p. 3-24.
HALBWACHS, Maurice. A memória coletiva. São Paulo: Vértice, 1990.
LE GOFF, Jacques. História e Memória. 2. ed. Campinas: Editora da Unicamp, 1996.
MAGALHÃES, Justino. Contributos para a história das instituições educativas – entre a
memória e o arquivo. In: FERNANDES, Rogério; MAGALHÃES, Justino (Org.). Para a
história do ensino liceal em Portugal. Braga: Universidade do Minho, 1999, p. 63-78.
THOMPSON, Paulo. A voz do passado: história oral. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1992.
WERLE, Flávia Obino Corrêa; BRITTO, Lenir Marina Trindade de Sá; COLAU,
Cinthia Merlo. Espaço escolar e história das instituições escolares. In: Diálogo Educ.,
Curitiba, v. 7, n. 22, p. 147-163, set./dez. 2007.

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