You are on page 1of 14

RELIGIONES INDÍGENAS

Y CRISTIANISMO
José C O R O N A NUÑEZ,
I n s t i t u t o N a c i o n a l d e Antropología e H i s t o r i a

I. Dios Y L A C A P T U R A D E L H O M B R E

P A R A COMPRENDER las religiones indígenas de M é x i c o creo


necesario q u e n o s r e m o n t e m o s a l p e n s a m i e n t o religioso de los
filósofos paganos de G r e c i a y R o m a hasta S a n A g u s t í n . A q u e -
l l o s pensaban q u e se p o d í a llegar a D i o s — f i n s u p r e m o de
t o d a s a b i d u r í a — m e d i a n t e e l p r o p i o esfuerzo d e l h o m b r e
P a r a S a n A g u s t í n , e n c a m b i o , esto es soberbia.

A Dios no se llega por propio esfuerzo, a Dios se llega por gra-


cia. E l hombre nada puede por sí mismo, su razón es impotente
para llegar a Dios. Es Dios el que tiene que venir hacia el hombre.
T a l es lo que ignoraba el pagano. E l camino o ruta segura para
alcanzar a Dios no es el de la razón, sino el de la humildad que es-
pera l a gracia.l

T o d a esta filosofía de S a n A g u s t í n se sintetiza, d e m a -


n e r a objetiva, e n e l escudo a g u s t i n i a n o q u e representa u n
corazón traspasado p o r dos flechas. C o m p l e m e n t a y e x p l i c a
este símbolo u n e p í g r a f e q u e dice: "SAGITTAVERAS T U , D O M I N E ,
COR MEUM C A R I T A T E T U A " , es decir: "Habías traspasado tú,
S e ñ o r , m i corazón c o n las flechas de t u a m o r . " E n otras pala-
bras, D i o s es u n c a z a d o r d e l h o m b r e . Seguramente q u e e n
San A g u s t í n h a b l a s u o r i g e n africano, ese substrato i m b o r r a b l e
de pueblos e m i n e n t e m e n t e cazadores, q u e le hace expresar l a
g r a c i a en forma de flechamiento.
Se h a d i c h o , p o r l o m i s m o , q u e e l h o m b r e hace a sus dio-
ses a su i m a g e n y semejanza. S i u n p u e b l o es cazador, s u dios
tiene q u e ser u n cazador p o r excelencia. A s í los m e x i c a n o s
representaban a su dios — e l s o l — p o r e l águila, ave s u p r e m a
cazadora d e l cielo. A n t e s q u e los m e x i c a n o s los tarascos t u -
558 JOSÉ CORONA NÚÑEZ

v i e r o n este m i s m o concepto, quizá o r i g i n a d o en su a n t i g u a


c u l t u r a c h i c h i m e c a , p e r o que fue e l a b o r a d o a m p l i a m e n t e e n
s u p o s t e r i o r etapa de h o m b r e sedentario, c u a n d o y a p u d o con-
c e b i r t o d a u n a teoría o d o c t r i n a filosófica a l respecto.
E s t a d o c t r i n a d e b i ó ciertamente h a b e r comenzado e n M é -
x i c o desde las culturas n ó m a d a s , c u a n d o se ejecutaba l a d a n z a
r i t u a l e n q u e u n h o m b r e era atado a u n bastidor de m a d e r a
y e n t o r n o de él g i r a b a n otros —seguramente representando
diferentes a t r i b u t o s de l a d e i d a d — que l o i b a n f l e c h a n d o ,
c o m o e n u n a cacería celeste.
P e r o d o n d e más c l a r a se hace esta c a p t u r a d e l h o m b r e p o r
la d i v i n i d a d es e n l a G u e r r a Sagrada o G u e r r a F l o r i d a . E n
ella Dios mismo captura al hombre, y no para alimentarse
con su sangre precisamente, sino p a r a c a p t u r a r su corazón,
puesto q u e esta e n t r a ñ a v i t a l era l a ofrecida a l a d e i d a d des-
p u é s d e l sacrificio de los a p r i s i o n a d o s en d i c h a guerra.
Esto está representado hermosamente en el m o n u m e n t o
azteca l l a m a d o p o r Caso, c o n toda razón, T e o c a l l i de l a G u e -
rra S a g r a d a . E n l a p a r t e p o s t e r i o r de este m o n o l i t o existente
2

en e l M u s e o N a c i o n a l de A n t r o p o l o g í a de M é x i c o , aparece u n
á g u i l a sobre u n n o p a l cuyas tunas o frutos son corazones h u -
m a n o s ; dos de éstos están d e n t r o de las garras d e l á g u i l a y
de su p i c o b r o t a e l s í m b o l o de l a G u e r r a F l o r i d a : el a t l - t l a c h i -
n o l l i . D i o s m i s m o — r e p r e s e n t a d o p o r el á g u i l a — a p r i s i o n a
el corazón d e l h o m b r e . V é a s e , pues, si ios i n d i o s n o com-
p r e n d e r í a n e l s í m b o l o d e l corazón traspasado p o r las flechas
q u e c a m p e a e n las fachadas de los magníficos templos que los
agustinos h i c i e r o n e d i f i c a r en el siglo x v i .
E n c u a n t o a l j e r o g l í f i c o a t l - t l a c h i n o l l i , está f o r m a d o p o r
el s í m b o l o d e l agua: a t l , y p o r el d e l fuego o cosa q u e m a d a :
t l a c h i n o l l i , y p u e d e s i g n i f i c a r q u e l a g u e r r a se h a c í a c o n el
a t l - a t l : l a n z a d e r a c o n q u e se a r r o j a n j a b a l i n a s — t o d a v í a e n
uso e n el lago de P á t z c u a r o — y m e d i a n t e el i n c e n d i o de los
p o b l a d o s . P e r o t a m b i é n p u d i e r a darnos a entender las dos ma-
neras c o n las que D i o s — T l á l o c e n este caso— c a p t u r a a l
h o m b r e p a r a l l e v a r l o a l p a r a í s o : el T l a l o c a n , m e d i a n t e el agua
y e l fuego, f u l m i n á n d o l o c o n el rayo, o a h o g á n d o l o en e l
agua.
RELIGIONES INDÍGENAS Y CRISTIANISMO 559

II. M O N O T E Í S M O Y ESENCIA D E D I O S

Mas e l S o l p a r a el i n d i o n o era s i n o u n a g r a n h o g u e r a , e l
fuego m i s m o . C o m o t a l , n o tenía f o r m a d e f i n i d a . S u esencia
t a m p o c o era c o n o c i d a . V i n o sobre e l h o m b r e en f o r m a de
r a y o . C o m o e n l a zarza a r d i e n t e , a p a r e c i ó e n m e d i o de las
casas de los sacerdotes y desde entonces se inició su a d o r a c i ó n
3

en los templos. A l l í a r d i ó p e r m a n e n t e m e n t e en las hogue-


ras, e n los braseros.
A l r a d i a n t e fuego d e l c i e l o , a l S o l , n o se le p o d í a c o n t e m -
p l a r de frente, d e s l u m h r a b a los ojos, era i n v i s i b l e . Se h i z o
necesario d a r l e f o r m a p a r a presentarlo ante los creyentes y se
le d i o l a de u n a n c i a n o que se l l a m ó H u e h u e t e o t h " e l D i o s
V i e j o " . Éste, a d i f e r e n c i a d e l P a d r e E t e r n o d e l c r i s t i a n i s m o ,
r e c i b i ó más tarde u n a esposa, f o r m á n d o s e así u n a pareja d i -
vina: T o n a c a - t e c u h t l i y T o n a c a - c i h u a t l —también nombrada
O m e - t e c u h t l i y Ome-cíhuatl—, a quienes se i n v o c a b a c o m o
los, " s e ñ o r e s de nuestra carne y nuestro sustento". S i n embar-
go, esta esposa d a d a a cada u n o de los dioses o advocaciones
de ellos, n o es s i n o l a m a n e r a de e x p l i c a r el p r i n c i p i o de l a
d u a l i d a d q u e e n c i e r r a el concepto de los dioses indígenas.
P a r a q u e e l p u e b l o e n t e n d i e r a q u e e r a n creadores, h u b o que
darles u n a esposa, pero, en l a r e a l i d a d teológica p u r a , cada
d i o s tiene e n sí m i s m o el p r i n c i p i o m a s c u l i n o y femenino.
D e esta m a n e r a , el S o l tiene p o r esposa a l a L u n a , y de este
m a t r i m o n i o procede el h i j o q u e es V e n u s . Este h i j o se l l a m ó
entre los toltecas T l a h u i z c a l p a n - t e c u h t l i ; " e l S e ñ o r d e l A l b a " ,
y t a m b i é n Quetzalcóatb. " G e m e l o P r e c i o s o " , y Ehécath " V i e n -
to", y Xólotl: " E s t r e l l a de l a T a r d e " , etc. N o sólo es h i j o d e l
Sol s i n o t a m b i é n su sacerdote, y así los tarascos le l l a m a r o n
C u r i t a - c a h e r i : " G r a n Sacerdote", y Taríacuri: "Sacerdote d e l
V i e n t o " , etc. R e c i b i e n d o d i s t i n t o s n o m b r e s en cada u n o de
los i d i o m a s d e l M é x i c o p r e h i s p á n i c o , traspasó los l i n d e r o s
de n u e s t r a p a t r i a l l e g a n d o hasta l a A m é r i c a d e l Sur — ¿ o v i -
n i e n d o de a l l á ? — , pues u n personaje i g u a l a nuestro Q u e t z a l -
cóatl se e m b a r c a en u n a t o t o r a y se p i e r d e en el lago T i t i c a c a .
E l c u l t o r e n d i d o a esta d e i d a d fue t a n g r a n d e que las p r i n c i -
pales p i r á m i d e s de M e s o a m é r i c a le f u e r o n dedicadas.
56o JOSÉ CORONA NÚÑEZ

T e n i e n d o e n c u e n t a q u e las deidades i n d í g e n a s c o n sus


m ú l t i p l e s n o m b r e s y distintas figuras n o son m á s q u e advoca-
ciones d e l Fuego-Sol, esposas o ayudantes de él, p o d e m o s afir-
m a r q u e las r e l i g i o n e s p r e h i s p á n i c a s de A m é r i c a son m o n o -
teístas.
Q u i z á e l d e s c o n o c i m i e n t o de l a esencia d e l fuego, o e l juz-
g a r l o c o m o efecto y n o c o m o causa, llevó a los i n d í g e n a s a l
p e n s a m i e n t o de u n dios n o c o n o c i d o a l c u a l l l a m a r o n T l o q u e
N a h u a q u e : " j u n t o a q u i e n está e l ser de todas las cosas, con-
servándolas y s u s t e n t á n d o l a s " . T a m b i é n se le n o m b r ó I p a l -
4

n e m o h u a n i : " A q u e l p o r q u i e n todos v i v e n . " A este dios le-


vantó Netzahualcóyotl u n magnífico templo en T e x c o c o . C o n 6

este hecho q u e d a demostrado e l g r a n a h i n c o q u e p o n í a n los


i n d í g e n a s e n los c o n o c i m i e n t o s filosóficos. .

III. CRISTO Y QUETZALCÓATL

L o m á s a d m i r a b l e de l a r e l i g i ó n i n d í g e n a es haber llegado
hasta l a c o n c e p c i ó n de u n personaje q u e p a r t i c i p a r a , c o m o
Jesucristo, de las dos naturalezas: D i o s y H o m b r e . E l h i j o de
la p a r e j a celeste: e l S o l y l a L u n a , V e n u s , se h i z o h o m b r e y
habitó e n t r e n o s o t r o s c o n e l n o m b r e de C e A c a t l T o p i l t z i n
Quetzalcóatl. N a c i ó de u n a m u j e r l l a m a d a C h i m a l m a que fue
d i v i n i z a d a p o r h a b e r m u e r t o e n el p a r t o , y su p a d r e fue M i x -
cóatb. " S e r p i e n t e de N u b e s " . E d u c a d o p o r sus abuelos m a -
ternos t o m ó posesión d e l r e i n o de su padre g o b e r n a n d o e n
T u l a , d o n d e fue a l a vez S u m o Sacerdote. G r a n c i v i l i z a d o r ,
a b o l i ó los sacrificios h u m a n o s — i n c o n c e b i b l e h e r e j í a e n su
t i e m p o — , v i v i ó entre penitencias y sufrió afrentas y persecu-
ciones hasta q u e , a b o n d o n a n d o T u l a , desapareció p o r e l o r i e n -
te. P r e d i j o q u e regresaría a t o m a r de n u e v o posesión de su
r e i n o u n " a ñ o de su n o m b r e : C e A c a t l
Por l o a n t e r i o r nos daremos c u e n t a de que p a r a los indí-
genas fue fácil c o m p r e n d e r l a p e r s o n a l i d a d de Jesucristo y
creer e n e l l a s i n a n t a g o n i s m o n i r e p u g n a n c i a , y c o n m a y o r
razón c u a n d o les fue presentada en l a f i g u r a de u n h o m b r e
sacrificado.
RELIGIONES INDÍGENAS Y CRISTIANISMO 561

IV. E L SACRIFICIO H U M A N O Y L A C O M U N I Ó N

T o d o a q u e l que era hecho p r i s i o n e r o e n l a g u e r r a , y sobre


todo e n l a G u e r r a F l o r i d a , era tocado p o r D i o s , predestinado
al s a c r i f i c i o . L a g r a c i a de D i o s l o h a b í a c a p t u r a d o . Desde ese
i n s t a n t e p e r t e n e c í a a D i o s y q u e d a r í a d e s h o n r a d o p a r a siem-
pre si e v a d í a t a l c a p t u r a .6

L a p a r t e m e d u l a r d e l sacrificio consistía e n que el sacri-


ficado era u n mensajero, u n e n v i a d o de los h o m b r e s a los
Dioses d e l C i e l o , y c o m o t a l , él m i s m o era u n a d e i d a d : el
M e n s a j e r o Celeste, V e n u s m i s m o en l a a d v o c a c i ó n de M e n s a -
jero d e l S o l . P o r t a l razón, a l r o d a r l a v í c t i m a p o r las gradas
del t e m p l o , c u a n d o y a le h a b í a n e x t r a í d o e l corazón, le cor-
t a b a n pedazos de carne p a r a c o m e r l a c o c i d a c o n granos de
m a í z y f r i j o l , c o n g r a n reverencia, p a r a así aposentar e n su
c u e r p o l a carne y l a sangre de a q u e l dios.
P o r l o t a n t o , e l c r i s t i a n i s m o t a m p o c o trajo n a d a n u e v o a l
e n s e ñ a r l e s a los i n d í g e n a s el sacramento de l a c o m u n i ó n , aun-
q u e sí debe haberles costado g r a n trabajo c o m p r e n d e r y acep-
tar l a t r a n s u b s t a n c i a c i ó n de las especies, es d e c i r , el que e n l a
h o s t i a r e a l m e n t e se encuentre l a carne y l a sangre de C r i s t o .
P e r o es seguro q u e algunos de sus antiguos ritos les a y u d a r o n
a c o m p r e n d e r esto.

Entre las ceremonias del culto a H u i t z i l o p o c h t l i había una muy


singular, que consistía en hacer una estatuita del dios con masa de
bledos y comérsela el rey y cuatro jóvenes de México y otros cuatro
de Tlatelolco. A la estatua le llamaban T e o c u a l o , "Dios comido",
y a los que la comían, T e o c u a q u e , "Comedores de Dios". Esta es-
pecie de comulgación indujo a creer a varios autores piadosos que
el Evangelio había sido predicado en Anáhuac y que el T e o c u a l o
era un vago recuerdo de la Eucaristía de los cristianos.7

V. "TODAS LAS FIERAS Y A N I M A L E S , BENDECID A L S E Ñ O R "

La fiesta m á x i m a de l a Iglesia C a t ó l i c a referente a l a E u c a -


ristía — e l Jueves de C o r p u s — estaba m e z c l a d a hasta hace m u y
poco t i e m p o c o n simbólicas ceremonias de l a r e l i g i ó n indí-
gena. E l q u e esto escribe h a sido testigo de e l l o e n M i c h o a c á n .
C u a n d o e l t e m p l o y convento de agustinos de C u i t z e o dis-
5 Ó2 JOSÉ CORONA NÚÑEZ

p o n í a de su g r a n a t r i o (destruido p o r 1928), l a procesión d e l


C o r p u s se efectuaba de u n a a o t r a de las cuatro posas o capi-
llas provisionales dispuestas e n cada u n a de sus esquinas. L o s
i n d í g e n a s construían verdaderos túneles de v e r d o r en todo el
trayecto de l a procesión: ramas de sauz en los techos, tules
entrecruzados f o r m a n d o las paredes o vallas, y ramas de perfu-
m a d o mastranzo que c u b r í a n el suelo. P o r a l l í pasaba l a
c u s t o d i a de oro, b a j o u n p a l i o de tisú, mientras los cantores
y l a orquesta e n t o n a b a n los cánticos d e l r i t u a l r o m a n o . B a j o
el techo de sauz v e í a n pasar esta procesión —colgados de sus
n i d o s de zacate— conejos, a r d i l l a s , coyotes p e q u e ñ o s , tlacua-
ches, a g u i l i l l a s , tecolotes y otros a n i m a l e s montaraces que, sin
d u d a , t o d a v í a representan p a r a los i n d i o s elementos de sus an-
tiguas creencias: las aves, a los dioses d e l cielo; los c u a d r ú p e -
dos, a los de l a t i e r r a — e s p e c i a l m e n t e e l coyote: dios de l a
l u j u r i a , el canto y l a d a n z a — ; y las a r d i l l a s y e l tlacuache, a
las deidades que g o b i e r n a n el m u n d o subterráneo de los
muertos.
A n t e e l r i t u a l c r i s t i a n o , l a presencia de estos animales está
p l e n a m e n t e j u s t i f i c a d a p o r ser l a representación d e l C á n t i c o
d e los T r e s J ó v e n e s — q u e se s a l v a r o n milagrosamente d e l
h o r n o e n c e n d i d o — , q u e se usa e n esta fiesta. . . ."aves todas
del c i e l o , b e n d e c i d a l S e ñ o r . T o d a s las fieras y a n i m a l e s ,
bendecid al S e ñ o r . . . "

VI. T O N A N T Z I N Y L A M A D R E DE DlOS

E s b i e n sabido que antes de l a c o n q u i s t a española se a d o r a b a


en el Tepeyac a T o n a n t z i n : " l a Señora Nuestra M a d r e " , lla-
mada también T e t e o i n a n : " l a M a d r e de los D i o s e s " .
E s t a d e i d a d i n d í g e n a , c o m o se d i j o , es l a L u n a . Por tal
razón y a pesar de las diferencias de o t r o o r d e n , l a M a d r e de
D i o s d é los cristianos n o debe h a b e r r e p u g n a d o a l i n d í g e n a
y a q u e se l a p r e s e n t a r o n c o n u n a l u n a a sus pies. Cuando
t u v i e r o n q u e a d o r a r l a l a r e v e r e n c i a r o n c o n todos los ritos de
su antigua religión.
En este c a p í t u l o es necesario v o l v e r de n u e v o l a vista a
M i c h o a c á n d o n d e , p o r l o q u e se v e r á e n seguida, el c u l t o a l a
RELIGIONES INDÍGENAS Y CRISTIANISMO 563

V i r g e n M a r í a t u v o más i m p o r t a n c i a que e n n i n g u n a o t r a par-


te de M é x i c o e n los p r i n c i p i o s de l a evangelización.
L o s tarascos r e n d í a n c u l t o m u y intenso a Cuerauáperi: "la
C r e a d o r a " , " l a M a d r e de los D i o s e s " . C o m o creadora, era
la d i o s a de l a t i e r r a , es decir, de las plantas, de los frutos,
de los animales, de las aguas, etc. y d e l h o m b r e m i s m o . E l l a ,
p o r ser la L u n a , tenía que ver c o n el c r e c i m i e n t o de los árbo-
les y de las p l a n t a s , c o m o t o d a v í a se cree. S u t e m p l o p r i n c i p a l
estaba en Zinapécuaro, a l oriente de T z i n t z u n t z a n , c e n t r o re-
l i g i o s o de los tarascos. E s t a b a a l l á su a d o r a t o r i o p o r q u e e l l a
c r e a b a las nubes en e l o r i e n t e y de allí las e n v i a b a a t o d a
la t i e r r a . Y precisamente j u n t o a su t e m p l o estaban las fuen-
tes termales de Arará, cuyos vapores e r a n las nubes creadas
p o r e l l a . P o r o t r a parte, c u a n d o a l g ú n n i ñ o n a c í a c o n e l l a -
bio s u p e r i o r p a r t i d o se le decía — y se le dice t o d a v í a — c u c h o ,
p a l a b r a tarasca q u e s i g n i f i c a " t o m a d o p o r l a L u n a " . E n las
t u m b a s de N a y a r i t se e n c u e n t r a n c o n m u c h a frecuencia las imá-
genes de los caciques allí sepultados, hechas en b a r r o , presen-
t a n d o este l a b i o c o r t a d o o l e p o r i n o . S i n d u d a esta deforma-
ción t u v o q u e ser i n t e n c i o n a l m u c h a s veces p a r a m o s t r a r a l
p u e b l o l a p r e d e s t i n a c i ó n a l cacicazgo y a l sacerdocio. C o n
esto se d e m u e s t r a q u e e l c u l t o a l a l u n a se e x t e n d í a preponde¬
r a n t e m e n t e p o r t o d o el occidente de M é x i c o .

Con la c o n q u i s t a e s p a ñ o l a l l e g a r o n a M i c h o a c á n los m i -
sioneros franciscanos. U n o de ellos, F r . J u a n de S a n M i g u e l ,
f u n d ó los hospitales de i n d i o s , q u e después Vasco de Q u i r o g a
8

i n c r e m e n t ó . T o d o s estos hospitales — h o s p e d e r í a s c o m u n a l e s
con servicios médicos, entre o t r o s — t u v i e r o n p o r p a t r o n a a l a
I n m a c u l a d a C o n c e p c i ó n , m o t i v o p o r e l c u a l los i n d i o s se en-
t r e g a r o n casi t o t a l m e n t e a l c u l t o de l a M a d r e de D i o s , c o n -
f u n d i e n d o i n d u d a b l e m e n t e e n esta a d v o c a c i ó n tanto a l a dei-
d a d c r i s t i a n a c o m o a l a i n d í g e n a . E n t o n c e s se estableció e n
estos hospitales u n c u l t o m u y especial q u e p a r t i c i p a e n g r a n
p a r t e d e l r i t u a l y de l a o r g a n i z a c i ó n prehispánicos.
L a s ceremonias q u e adelante describo t o d a v í a se efectua-
ban p o r los veintes d e l presente siglo e n h o n o r de l a V i r g e n
del H o s p i t a l de C u i t z e o , i m a g e n de c a ñ a de m a í z h e c h a e n e l
siglo XVI.
564 JOSÉ CORONA NÚÑEZ

VII. CEREMONIAS E N LOS HOSPITALES INDÍGENAS

En todos los p u e b l o s h a n desaparecido l a h o s p e d e r í a , l a en-


fermería y demás anexos de los antiguos hospitales, y sola-
m e n t e se conserva l a c a p i l l a o " t e m p l o d e l H o s p i t a l " y l a
G u a t a p e r a en algunos casos. E l n o m b r e correcto de esta últi-
m a debe ser " U a t a p e r i o " , e d i f i c i o d o n d e residían las mujeres
al servicio d e l h o s p i t a l y su g o b e r n a d o r a : l a Uatáperi.
P a r a sostener el c u l t o d e l t e m p l o , los i n d i o s h a n creado
una " c u a d r i l l a de m a n d o n e s " , personas que aceptan el cargo,
las más de las veces p o r q u e l o h a n p r o m e t i d o en u n a " m a n d a " ,
y que se l l a m a n c a r g u e r o s y f o r m a n el siguiente c u e r p o :
Mayordomo
Prioste
Catzunda
Madre Mayor (la Uatáperi?)
Huanánchates
Fiscales y e l
Quengue.
L o s m i e m b r o s de esta c u a d r i l l a u s a n e n las ceremonias u n a
m a n t a b l a n c a q u e les c u b r e l a cabeza y llega hasta l a c i n t u r a .
Sobre e l l a , u n a c o r o n a de cuero grueso y p o l i c r o m a d o — d e
muy a n t i g u a f a c t u r a — les ciñe l a frente. A esta m a n t a toda-
v í a se le n o m b r a e n tarasco t a s t a .
L a s a t r i b u c i o n e s de cada m i e m b r o de l a c u a d r i l l a son: E l
M a y o r d o m o tiene ascendiente sobre todos y asume i a m a y o r
r e p r e s e n t a c i ó n . E s t á e n a p t i t u d de hacer todos los trabajos,
d i r i g i r l o s y supervisarlos.
E l P r i o s t e c u i d a los valores d e l t e m p l o : r o p a de l a V i r g e n ,
candeleras, velas, incensarios, etc. T i e n e las llaves d e l t e m p l o
y de l a G u a t a p e r a , q u e t e r m i n ó p o r ser u n c u a r t o r e d o n d o
d o n d e se g u a r d a n los objetos d e l c u l t o .
L a C a t z u n d a es u n a n i ñ a que q u i z á represente a l a p r o p i a
V i r g e n . Se encarga de p o n e r l a tasta y l a c o r o n a a los m i e m -
bros de l a c u a d r i l l a , m i e n t r a s cada u n o de ellos p e r m a n e c e
a r r o d i l l a d o ante e l l a . E n c a b e z a las procesiones p o r t a n d o u n
s a h u m a d o r d o n d e a r d e n granos de c o p a l . A los padres de
esta n i ñ a se les l l a m a " l o s c a t z u n d o s " .
RELIGIONES INDÍGENAS Y CRISTIANISMO 565

L a M a d r e M a y o r se encarga d i r e c t a m e n t e d e l a d o r n o d e l
t e m p l o p a r a las festividades.
L o s Huanánchates — l a p a l a b r a correcta e n tarasco es
U a n a n c h a t i e c h a : cargadores— son c u a t r o i n d i v i d u o s q u e tie-
nen p o r oficio cargar a l a V i r g e n e n las andas, e n c u y o acto
los r e m u d a n los cuatro fiscales.
L o s fiscales y los huanánchates, a d e m á s de cargar a l a V i r -
g e n , t i e n e n l a o b l i g a c i ó n de a d q u i r i r todo l o necesario p a r a
las festividades: matas de t u l e , ramas olorosas y de o r n a t o ,
n a r a n j a s , chilacayotes, p l á t a n o s y los panes p a r a l a o f r e n d a :
pandánicua, así c o m o t o r t i l l a s , tamales y los cohetes.
E l Q u e n g u e es e l encargado de r e p i c a r las campanas, orga-
n i z a r e l l a n z a m i e n t o de los cohetes y e l e n c e n d i d o de los
e n c h o r i z a d o s o ristres de cohetes q u e se e n c i e n d e n en b a t e r í a .
S o n dos las festividades p r i n c i p a l e s q u e se celebran c a d a
año: las "salves" que se efectúan cada u n o de los c u a t r o sá-
b a d o s de l a cuaresma, y e l n o v e n a r i o de l a V i r g e n — n u e v e
d í a s e n que se c e l e b r a n rosarios solemnes p o r l a t a r d e — q u e
t e r m i n a el d í a 8 de d i c i e m b r e , f e s t i v i d a d de l a I n m a c u l a d a
Concepción.
L a s c u a t r o "salves" están sumergidas e n e l r i t u a l i n d í g e n a .
L a M a d r e de los Dioses, c o m o c r e a d o r a de las nubes, es se-
ñ o r a d e c u a t r o personajes q u e c o n e l l a aparecen e n l a l á m i -
n a 30 d e l Códice Borbónico: la N u b e Blanca del Poniente, la
N u b e R o j a del Oriente, l a N u b e A z u l o N e g r a del Sur y
la N u b e A m a r i l l a d e l N o r t e ; deidades q u e l a Relación d e M i -
choacán n o m b r a "las C u a t r o Partes d e l M u n d o " . L a ceremo-
n i a de las c u a t r o "salves" es l a s i g u i e n t e :
D e s p u é s d e l rosario c e l e b r a d o p o r l a tarde d e n t r o d e l tem-
plo p a r r o q u i a l , sacan los i n d i o s e n procesión a l a V i r g e n d e l
T r á n s i t o c u y a i m a g e n está recostada e n u n lecho de m a d e r a ;
es de t a m a ñ o n a t u r a l y aparece v e s t i d a c o n tisú, c o r o n a de o r o
y u n a p a l m a , t a m b i é n de o r o , sobre e l p e c h o ; tiene las m a n o s
j u n t a s e n a c t i t u d de o r a r ; y, a sus pies, u n a m e d i a l u n a de
p l a t a . L a c o n d u c e n h a c i a c u a t r o altares o " p o s a s " dispuestos
en c a d a u n o de los c u a t r o á n g u l o s d e l a t r i o d o n d e l a deposi-
tan los cargadores m i e n t r a s u n sacerdote católico, revestido de
c a p a p l u v i a l , le c a n t a u n a salve e n l a t í n q u e corean los can-
566 JOSÉ CORONA NÚÑEZ

tores ayudados p o r u n a r m o n i u m p o r t á t i l , canto que o r i g i n a


el n o m b r e de esta c e r e m o n i a .
L a p r o c e s i ó n v a dispuesta de l a siguiente m a n e r a : l a enca-
b e z a l a C a t z u n d a c o n u n s a h u m a d o r e n q u e q u e m a c o p a l , en
s e g u i d a l a M a d r e M a y o r c o n el estandarte de l a V i r g e n , des-
p u é s tres acólitos p o r t a n d o l a " c r u z a l t a " y los ciriales, luego
la V i r g e n cargada p o r los Huanánchates, j u n t o a éstos, los fis-
cales dispuestos a r e m u d a r l o s , y f i n a l m e n t e , el sacerdote acom-
p a ñ a d o de u n acólito que p o r t a e l i n c e n s a r i o c o n el c u a l a q u e l
i n c e n s a a l a i m a g e n a l t e r m i n a r de cantar cada salve.
C u a n d o a esta procesión c o n c u r r e n los santos de las capi-
llas de los barrios, sus estandartes y las andas o p a l a n q u i n e s
en que v a n ellos, desfilan tras d e l estandarte de l a V i r g e n . E n
los remates de estos estandartes — r e l i c a r i o s de p l a t a e n for-
m a de estrella o de cruz c o n c r i s t a l e n e l c e n t r o — e n l a " c r u z
a l t a " y e n los ciriales, v a n c o l g a n d o sartas de cuatro naranjas
forradas de o r o v o l a d o r , o panes e n f o r m a de a n i m a l , cuyo
c o n j u n t o se d e n o m i n a pandánicua. E l i n d i v i d u o encargado
de colocar esta pandánicua e n los estandartes, etc. — y el pie de
c a d a u n o de los santos, según r e c u e r d o — recibe e l n o m b r e
de C o c h u s p e o C u c h u s p e , n o m b r e q u e se p u e d e t r a d u c i r p o r
" s e r v i d o r de l a l u n a " , pues l u n a , e n tarasco, se escribe c u t z i ,
p e r o se p r o n u n c i a cutzú o cuchú.
E n c u a n t o a l n o v e n a r i o e n h o n o r de l a I n m a c u l a d a C o n -
c e p c i ó n , t e r m i n a e l d í a siete de d i c i e m b r e c o n unos m a i t i n e s
celebrados c o n toda p o m p a p o r tres sacerdotes d u r a n t e las p r i -
meras horas de l a noche, y son seguidos de u n a fiesta p o p u l a r
en e l a t r i o d e l H o s p i t a l , a m e n i z a d a c o n u n a b a n d a de m ú s i c a
" d e v i e n t o " , fuegos artificiales y cohetes. D u r a n t e esta ver-
b e n a los i n d í g e n a s q u e f o r m a n l a " c u a d r i l l a " b e b e n atole de
cacao o " a t o l e de c a r r i z o " , c o m o t a m b i é n le d i c e n ; b e b i d a
h e c h a de cáscara de cacao, p i n o l e de m a í z y p i l o n c i l l o . Se
sirve e n ollas y se usa u n p e q u e ñ o c a r r i z o p a r a m o v e r los i n -
gredientes a l t o m a r l o .
A l d í a siguiente, 8 de d i c i e m b r e , h a y m i s a solemne de tres
padres, e n l a m a ñ a n a , y, p o r l a tarde, rosario y u n a procesión
semejante a l a y a descrita, p e r o e n e l l a sacan a l a I n m a c u l a d a
C o n c e p c i ó n e n l u g a r de l a V i r g e n d e l T r á n s i t o .
RELIGIONES INDÍGENAS Y CRISTIANISMO 567

P a r a i n v i t a r a esta fiesta a los santos p a t r o n o s de los ba-


r r i o s , v a e l M a y o r d o m o c o n su a c o m p a ñ a m i e n t o a l a casa d e l
c a r g u e r o de cada santo l l e v á n d o l e u n a o l l a de " a t o l e de ca-
r r i z o " , u n canasto de c o r n u d a s (tamales hechos c o n maíz q u e
h a s i d o c o c i d o c o n ceniza), u n o o l l a de m o l e , " g o r d a s " (torti-
llas gruesas) de maíz azules y blancas — c o l o r e s de l a I n m a c u -
l a d a — y u n c á n t a r o de p u l q u e . P r e s i d i e n d o este convite l l e v a n
u n a estatua p e q u e ñ a de l a V i r g e n q u e tiene los brazos abier-
tos y u n a f l o r en cada m a n o . L e l l a m a n " l a V i r g e n a t o l e r i t a " .
E n esta fiesta d e l 8 de d i c i e m b r e , d e n t r o d e l t e m p l o d e l
H o s p i t a l , los altares de los santos — q u e son e n f o r m a p i r a m i -
d a l e s c a l o n a d a — t i e n e n detrás u n r e s p l a n d o r f o r m a d o p o r
t u l e s arrancados de raíz q u e f o r m a n así u n a gama de colores
desde e l b l a n c o a l verde oscuro, p a s a n d o p o r el a m a r i l l o y e l
v e r d e t i e r n o . E n l a parte b l a n c a de l a raíz d e l tule a p l i c a n
grecas compuestas p o r chilacayotes plateados, alternados c o n
m a n o s de p l á t a n o s a m a n e r a de conchas, y bordeados de u n a
s a r t a de n a r a n j a s forradas c o n pedazos de o r o v o l a d o r . Estos
r e s p l a n d o r e s semejan grandes penachos de p l u m a s de q u e t z a l
a d o r n a d o s c o n oro y p l a t a , metales dedicados a los dioses d e l
c i e l o y q u e los n a h u a l l a m a b a n t e o c u i t l a t h " e x c r e m e n t o d i v i -
no". L o s tarascos decían q u e e l o r o era e l excremento d e l
Sol, y l a p l a t a el de l a L u n a . 9

E n todas las fiestas q u e los i n d i o s c e l e b r a n d e n t r o d e l H o s -


p i t a l h a c e n g r a n uso d e l c o p a l , a pesar q u e d e n t r o de u n a r c ó n
q u e h a y e n l a sacristía d e l p r o p i o t e m p l o , e l q u e esto escribe
vio hace m u c h o t i e m p o u n d o c u m e n t o e n q u e el o b i s p o Vas-
co de Q u i r o g a u otro de los q u e le s u c e d i e r o n les p r o h i b í a
h a c e r "sus grandes h u m a r e d a s " y usar e l tabaco d e n t r o de los
t e m p l o s . E s t o nos r e c u e r d a l a c o s t u m b r e q u e tenían los sacer-
dotes tarascos de p o n e r bolas de tabaco c o n c o p a l en las ho-
gueras de los templos p a r a q u e las nubes de h u m o s i r v i e r a n
de a l i m e n t o a los dioses d e l c i e l o . E s t a p r o h i b i c i ó n nos d a a
e n t e n d e r q u e t o d a v í a después de l a c o n q u i s t a los i n d i o s prac-
t i c a b a n este a n t i g u o r i t o d e n t r o de los t e m p l o s cristianos.
L a o r g a n i z a c i ó n i n d í g e n a , ceremonias y costumbres q u e
acabo de d e s c r i b i r , son m u y semejantes a las de los m o d e r n o s
a i m a r a s y q u e c h u a s , hasta e n detalles c o m o e l de i n v i t a r a m i -
5 68 JOSÉ CORONA NÚÑEZ

gos p a r a q u e a y u d a r a n a los cargueros e n sus tareas y a los


cuales los tarascos n o m b r a b a n payípacua.™ Esto constituye
u n o m á s de esos misteriosos lazos c u l t u r a l e s q u e existen entre
M i c h o a c á n y l a región e c u a t o r i a l de l a A m é r i c a d e l Sur.

VIII. LA CRUZ DE CRISTO Y L A CRUZ D E QUETZALCÓATL

E l s í m b o l o c r i s t i a n o de la cruz fue l o p r i m e r o que c a p t a r o n


los i n d i o s de M é x i c o . Se los m o s t r a r o n los misioneros y l o
e n t e n d i e r o n perfectamente. P a r a e l i n d i o l a cruz s i m b o l i z a b a
e l F u e g o y, p o r ende, e l S o l y V e n u s su sacerdote y mensajero.
L o s braseros e incensarios empleados e n el c u l t o a l F u e g o tie-
n e n perforaciones e n f o r m a de cruz. E l m o n u m e n t o r e d o n d o
de I x t l á n e n N a y a r i t m u e s t r a , e n el p r e t i l q u e lo c o r o n a , ven-
t a n i l l a s cruciformes q u e le d a n e l aspecto de u n brasero g i -
gante. E n los jeroglíficos de códices y m o n u m e n t o s se repre-
senta a l o r o — q u e v i m o s ser e l e x c r e m e n t o d e l S o l — p o r u n a
c r u z y c u a t r o p u n t o s i n t e r m e d i o s entre e l c u e r p o y los brazos.
Venus-Quetzalcóatl ostentaba e n su m a n t o cruces negras y ro-
jas, m o t i v o p o r e l c u a l — a g r e g a n d o l o de h o m b r e b l a n c o y
b a r b a d o — fue c o n f u n d i d o c o n e l apóstol Santo T o m á s .
P a r a los indígenas l a c r u z era, a d e m á s , e l símbolo d e l U n i -
verso q u e representaban p o r m e d i o de c i n c o p u n t o s dispuestos
c o m o el n ú m e r o c i n c o de los dados, es d e c i r , u n p u n t o c e n t r a l
y c u a t r o d i s t r i b u i d o s e n c a d a u n o de los p u n t o s c a r d i n a l e s
d o n d e ellos c o l o c a b a n u n a d e i d a d — a d v o c a c i ó n d e l S o l — a
c u y o c o n j u n t o los tarascos l l a m a b a n " l o s Dioses de las C u a t r o
Partes d e l M u n d o " . L a u n i ó n de esos c i n c o puntos se h a c í a
c o n dos líneas rectas q u e se c r u z a b a n e n e l p u n t o c e n t r a l ,
o r i g i n á n d o s e así l a cruz. L a t r i p l e r e p r e s e n t a c i ó n de este sím-
b o l o v a l í a p a r a l a r e g i ó n d e l c i e l o , de l a t i e r r a y d e l m u n d o de
los m u e r t o s que estaba d e b a j o de l a t i e r r a . A s í q u e d a b a sim-
bolizado el Universo indígena.
P o r l o tanto, n o es e x t r a ñ a l a a d o r a c i ó n de los c h a m u l a s
a tres grandes cruces, q u e t i e n e n erigidas e n e l a t r i o de su
s a n t u a r i o de S a n J u a n C h a m u l a , e n los ritos q u e c e l e b r a n
e l d í a de l a Santa C r u z , mezclados de r e l i g i ó n p r e h i s p á n i c a y
c r i s t i a n a , e n los q u e n o i n t e r v i e n e n i n g ú n m i n i s t r o católico.
RELIGIONES INDÍGENAS Y CRISTIANISMO 569

Y quizá n o esté ausente este s e n t i m i e n t o r e l i g i o s o a n t i g u o e n


los festejos q u e h a c e n a l a cruz los albañiles e n todo e l país
en esa f e s t i v i d a d d e l 3 de m a y o .

IX. A C T I T U D DEI INDÍGENA A N T E E L CRISTIANISMO


EN E L SIGLO XVI

S i n e m b a r g o , recién t e r m i n a d a l a c o n q u i s t a , se r e g i s t r a r o n
choques e n t r e u n a y o t r a religión. Parece q u e e l i n d i o se
d i o cuenta b i e n p r o n t o de q u e l a n u e v a r e l i g i ó n q u e les t r a í a n
los europeos n o estaba de acuerdo c o n su a n t i g u a filosofía
religiosa. N u n c a h a b í a n visto q u e u n p u e b l o e n e m i g o l l e v a r a
a cabo t a l destrucción de deidades y templos. S i e n d o e l U n i -
verso u n o solo, las deidades t i e n e n q u e ser las m i s m a s p a r a
todos los h o m b r e s , n o i m p o r t a e l n o m b r e q u e ellas t e n g a n , n i
la f i g u r a q u e se les dé. L a h i s t o r i a a n t i g u a de M é x i c o está
l l e n a de pasajes en q u e los i n d i o s , ante u n a c o n q u i s t a , a d o p -
t a b a n i n m e d i a t a m e n t e los dioses d e l e n e m i g o d i c i e n d o : " t a n
b u e n o es t u dios c o m o e l m í o " . A n t e el ataque e s p a ñ o l a sus
deidades los i n d i o s se r e f u g i a r o n e n las cuevas p a r a celebrar
sus antiguos ritos y de allí e r a n e x t r a í d o s p o r los m i s i o n e r o s y
llevados a lugares de reclusión a los hospitales de i n d i o s e n
el caso de M i c h o a c á n — , d o n d e r e c i b í a n d o c t r i n a y azotes.
E n t o n c e s , m a r r u l l e r a m e n t e , el i n d i o a d o r ó a sus antiguos dio-
ses a través de los nuevos; p e r o , p a r a q u e esto sucediera,
p a s a r o n m u c h o s años a l cabo de los cuales f u e r o n p e r d i e n d o
su g r a n filosofía l i b e r a l .
Con t o d a razón J a c q u e s Soustelle dice:

L a religión mexicana era una religión abierta. Los aztecas ven-


cedores sólo buscaban anexar al imperio, con las provincias con-
quistadas, los dioses que éstas adoraban. E l recinto del gran
t e o c a l l i acogía a todas las divinidades extranjeras y los sacerdotes
de Tenochtitlán, curiosos de saber y de ritos, adoptaban de buen
grado mitos y prácticas de los países lejanos que recorrían los
ejércitos. Ésa fue la base de la mutua incomprensión que opuso
a los mexicanos y a los españoles; los unos que adoraban a dioses
múltiples y que estaban dispuestos a recibir entre los suyos a los
que traían consigo los recién llegados; los otros, sectarios de una
religión exclusiva que sólo podían levantar sus templos sobre las
ruinas de los templos antiguos.il
5 7 o JOSÉ CORONA NÚÑEZ

Y y o d i g o q u e desde ese m o m e n t o l a c u l t u r a i n d í g e n a de
A m é r i c a p e r d i ó u n a de sus i n c o m p a r a b l e s joyas: l a c o m p r e n -
sión m u t u a q u e debe e x i s t i r entre i d e a e idea, entre h o m b r e
y hombre.

NOTAS

l Leopoldo Z E A , L a c o n c i e n c i a del hombre e n la filosofía, México,


1935. P- 237¬
2 Alfonso CASO, E l T e o c a l l i d e l a G u e r r a S a g r a d a , México, 1927. E n
la poesía indígena se llama "flor" al corazón del hombre. Teniendo esto
en cuenta, resulta muy adecuado el nombre de Guerra Florida dado a una
lucha donde se hacía acopio de corazones humanos.
3 Relación d e las c e r e m o n i a s y r i t o s y población y gobernación d e l o s
i n d i o s d e la p r o v i n c i a d e M e c h u a c a n , Morelia, 1903, p. 27. Se dice aquí
que el fuego apareció milagrosamente en medio de las casas de los pa-
pas (sacerdotes) y como tales casas eran tres, con ellas se simbolizan las
tres piedras que forman el fogón mexicano. En náhuatl a cada una de
estas piedras se llama t e n a m a z t l e y en tarasco p a r a n g u a .
4 Fray Alonso de M O L I N A , V o c a b u l a r i o e n l e n g u a c a s t e l l a n a y m e x i -
c a n a , Madrid, 1944, p. 148.
5 Alfonso CASO, E l P u e b l o d e l S o l , México, 1953, p. 18.
6 José CORONA NÚÑEZ, Mitología t a r a s c a , Fondo de Cultura Económi-
ca, México, 1957, p. 57.
7 Cecilio A. RÓBELO, D i c c i o n a r i o d e mitología náhuatl, México, 1911,
p. 226.
8 Fray Pablo B E A U M O N T , Crónica d e Michoacán, México, 1932, p. 116,
al final, y nota.
9 Relación d e las c e r e m o n i a s y r i t o s , etc. Morelia, 1903, p. 285.
10 Confrontar la obra de Rigoberto PAREDES: R i t o s , s u p e r s t i c i o n e s y
s u p e r v i v e n c i a s p o p u l a r e s d e B o l i v i a . La Paz, 1920.
11 Jacques SOUSTELLE, L a v i d a c o t i d i a n a d e los aztecas. Fondo de Cul-
tura Económica, México, 1956, p. 124.

You might also like