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Decalagem e Ancoragem

Para que se possam determinar os pontos a partir dos quais as barras da


armadura de flexão podem ser dispensadas ou dobradas, deve-se seguir a
seguinte metodologia:

1º - Desenhar a linha da viga em escala conveniente assinalando nesta linha


os apoios e as seções de cálculo (décimos de vãos). Nas vigas simétricas
basta desenhar até o primeiro apoio após a simetria.

2º - Plotar em escala as envoltórias de seções de aço calculadas sem fadiga


e com fadiga.

Envoltórias de seções de aço (Azul – sem fadiga. Roxo – com fadiga.)

3º - Decalar de “al” o diagrama de seções de armadura (ou forças de tração)


calculadas sem fadiga.

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Decalar significa dar a todos os pontos do diagrama uma translação
paralela ao eixo da viga, no sentido desfavorável, de valor al, valor este que é
determinado segundo o item 17.4.2.2 da NBR-6118 (Para o modelo I de
cálculo do Cisalhamento).

A decalagem é feita para se compatibilizar os modelos da treliça de Mörch


com o dimensionamento a flexão simples.

Valores de “al” (decalagem)

A NBR 6118/2014 define o comprimento de decalagem al para vigas como:


 V sd , max 
al = d   (1 + cot g ) − cot g 
 2  (V sd , max − Vc ) 
 V sd , max 
para  = 90º  al = d   
 2  (V sd , max − Vc )

Sendo:
al = d, para Vsd máx ≤│Vc│
al > 0,5 . d no caso geral;
al > 0,2 . d para estribos inclinados a 45º.

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Envoltórias de aço e decalagem da envoltória sem fadiga (verde)

4º - Dividir as máximas ordenadas do diagrama envoltório com fadiga


(positivas e negativas) em um número inteiro de partes, representando cada
parte uma área de armadura correspondente a um número inteiro de barras
(no mínimo 2 barras).

5º - Traçar pelos pontos obtidos pela divisão anterior linhas paralelas ao eixo
da viga prolongando-as até a interseção das mesmas com o diagrama
envoltório com fadiga ou até o diagrama envoltório decalado sem fadiga.
(Prolongar até o ponto mais desfavorável, isto é, o que resulta no maior
comprimento de barra).

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Disposição das barras no diagrama envoltório.

6º - Ancorar as barras da armadura a partir do ponto de interseção definido


anteriormente.

Comprimento de ancoragem das barras das armaduras de flexão (lb)

Os comprimentos de ancoragem básico das armaduras de flexão são


especificados no item 9.4.2.4 da NBR-6118 como sendo:

 fyd
lb =   25l
4 f bd
Sendo:
 - diâmetro da barra

fyd – tensão de escoamento de projeto fyk / 1,15


4
fbd – resistência de aderência entre a barra de aço e o concreto definido no
item 9.3.2.1 da NBR-6118.
Tem-se então para as armaduras de flexão inferiores, situadas em
regiões de boa aderência:

0,7  f ctm 0,7  0,3  f ck


2/3
f ctk ,inf
f ctd = = = = 1,28 MPa
1,4 1,4 1,4

 500 
 
lb =
2,5
  1,15 
 95cm
4 2,25  1  1  1,28

E para as armaduras superiores, situadas em regiões de má aderência:


 500 
 
lb =
2,5
  1,15 
 135cm
4 2,25  1  0,7  1,28

Para as barras de 12,5 mm:

 500 
 
lb =
1,25
  1,15 
 67cm  70 cm
4 2,25  1  0,7  1,28

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Ancoragem das barras.

Recomenda-se que a bitola da barra no detalhamento seja a mesma para todas as


seções. Porém, para os ferros positivos utilizou-se de 22 mm e para os negativos de 25
mm.
Recomenda-se não utilizar gancho nas barras, pois ora os ferros estão comprimidos,
ora tracionados.

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