Professional Documents
Culture Documents
INTRODUÇÃO
A área de História da(s) Ciência(s) e das Técnicas e Epistemologia é por si só
um campo interdisciplinar. Entretanto, essa interdisciplinaridade se expandiu de tal
forma que se tornou necessária uma compreensão mais abrangente dos locais
(países) onde as ciências e as técnicas são produzidas ou utilizadas, principalmente
de seus povos, para uma melhor análise da história das ciências e das técnicas de
cada lugar e é justamente nesse contexto em que se torna vital o estudo das
diversas visões existentes do povo brasileiro para uma melhor compreensão da
História das Ciências e das Técnicas do e no Brasil.
Ao se falar de uma História das Ciências e das Técnicas numa dada
localidade, é de fundamental importância analisar o contexto dessa sociedade no(s)
período(s) considerado(s). Podemos citar como exemplo a importância de uma
revisão sobre o perfil do povo brasileiro e com este perfil influenciou nos rumos da
ciência e tecnologia nacionais, sobretudo na década de 1970.
A ERA DO PICHE
Cultura é um conceito de muitos significados, como se pode ver no dicionário
eletrônico Houaiss, chamando a nossa atenção as definições 6, 7 e 8:
O PATRULHAMENTO IDEOLÓGICO
Uma consequência natural da convivência desses dois blocos musicais
antagônicos ainda mais tensa que a “era do piche” foi o patrulhamento ideológico
imposto por diversos setores de direita e de esquerda que policiava declarações de
diversos artistas e intelectuais, como Caetano Veloso na época do LP Bicho (que
continha o sucesso Odara) e Gilberto Gil com o disco Refavela. Em resposta,
Caetano teria insinuado que alguns desses patrulheiros eram ligados ao Partido
Comunista, então um pesadíssimo tabu.
Evidentemente, os músicos cafonas também sofreriam (e muito) com esse
patrulhamento ideológico, sobretudo os irmãos Dom & Ravel por conta da música
“Eu te amo meu Brasil”, que foi bastante apreciada pelo presidente Médici e se
tornou pretexto para toda a sorte de ataques dos diversos setores simpatizantes de
esquerda da MPB.
O caso mais emblemático das patrulhas ideológicas foi sem dúvida o do
cantor Wilson Simonal, que no auge do sucesso teve seu nome associado a
delações de opositores do Regime Militar, fato que destruiu sua carreira artística por
completo.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Neste trabalho de final de disciplina, fizemos um apanhado das diversas
visões do Brasil contextualizando a música brega dos anos de chumbo da ditadura
militar.
Verificamos que muitas das visões que os autores clássicos, além dos outros
utilizados nesse trabalho, vão de encontro com várias características da sociedade
brasileira, como o estamento de Faoro, a democracia racial de Freyre, o homem
cordial de Buarque de Hollanda, assim como suas contradições. A defasagem e a
miséria de Flusser também ecoam pelo livro.
REFERÊNCIAS
ARAÚJO, P. C. Eu não sou cachorro, não: música popular cafona e ditadura militar.
Rio de Janeiro. Record, 2002.
BUARQUE DE HOLLANDA, S. Raízes do Brasil. 26ª ed. São Paulo, Companhia das
Letras, 1995 (primeira edição 1936)
PRADO Jr., C. Formação do Brasil Contemporâneo. 14ª ed. São Paulo Brasiliense,
1976 (primeira edição 1942)