Computadores

S E G U N D A - F E I R A 2 1 O U T U B R O 2 0 0 2 D I R E C T O R J O S E M A N U E L F E R N A N D E S E D I T O R R U I J O R G E C R U Z

O novo Zire
da Palm
Um novo PDA disponível
por 99 dólares, para os
utilizadores menos ‘tekies’
➜ pág.3
PUB
Xerox leva cor Visão diferente Teclados, ratos e PS2 com um
às empresas da pirataria mais novidades gravador de TV
Novos multifuncionais Como o uso de ‘software’ Logitech continua a Sony deverá juntar à sua
para necessidades ilegal pode, apesar de simplificar os ‘arredores’ consola um disco rígido
mais coloridas tudo, servir as editoras do computador pessoal e um gravador de vídeo
➜ pág.4 ➜ pág.9 ➜ págs.8 ➜ pág.13

PWC CONSULTING INTEGRADA NOS IBM GLOBAL SERVICES

Crescer onde
está a procura
IBM E A PriceWaterhouse- admirar que, após o anúncio público da

A Coopers (PWC) concluíram

recentemente a aquisição,
pela primeira, da parte de
consultoria da segunda, a qual
envolveu um montante da ordem dos 3500
milhões de dólares, parte em dinheiro e
parte em acções da Big Blue. A aquisição
dará origem a uma nova divisão intitulada
Business Consulting Services, integrada
nos IBM Global Services, aonde serão afec- Rometty, director-geral da divisão de
tados não só cerca de 30 mil quadros que,
na empresa, já se dedicavam à consultoria
mas também os também cerca de 30 mil
consultores da PWC Consulting.
A operação recebeu a aquiescência em
prazos invulgarmente curtos por parte das
autoridades reguladoras norte-americanas
e europeias, para o que terá contribuído a E acrescentou Ginni Rometty: “Juntos,
pressão renovada sobre as empresas que
reuniam, no seu seio e paredes meias,
serviços de auditoria e de consultoria. A
perigosa promiscuidade que
tais situações propiciavam RUI JORGE CRUZ
— recentemente tornada
evidente pelos escândalos da Enron e da
Worldcom, entre outros — trouxe para a
ribalta dos média algo que, desde há uns
anos, se encontrava já inscrito na agenda
mais discreta dos meios financeiros e dos
reguladores. Daí que não tenha sido de
intenção de compra em 30 de Julho, a “luz
verde” do organismo “anti-trust” dos EUA
bem como a da Comissão Europeia tenham
sido dadas em cercade dois meses. E daí
também a satisfação de Samuel DiPiazza,
CEO da PWC, e de Sam Palmisano, presi-
dente e CEO da IBM (na foto).
“Esta união cria uma nova categoria
na área da consultoria”, declarou Ginni
Business Consulting Services. “[Com esta
aquisição], combinámos duas organizações
dotadas de capacidades e culturas com-
plementares, que partilham uma visão
de fusão da perspectiva empresarial e da
tecnologia de modo a conferir benefício
significativos à ‘bottom line’ dos clientes.”
podemos oferecer o mais completo leque
de consultores a nível mundial. [A nova
estrutura] combinará isso com todo o leque
de recursos de serviços,
infra-estrutura, tecnologia
e financiamento da IBM,
de modo a oferecer as soluções integradas
de tecnologia empresarial que muitos dos
nossos clientes hoje nos exigem.”
Após o anúncio, em Julho, da intenção
de adquirir a PWC Consulting, esta e a
IBM organizaram uma equipa de ➜

7c1bf3e5-024b-435b-bb28-84bbcd8a7552
➜
600 pessoas de ambas as empresas
encarregada de planear as etapas e as
formas de integração da estrutura de con-
sultoria da PWC nos IBM Global Services
logo que os accionistas respectivos aprovas-
sem a iniciativa e esta tivesse as necessá-
rias aprovações por parte das autoridades
reguladoras norte-americanas e europeias.
Entretanto, foi tornado público que caberia
à Ernst & Young a prestação de serviços de
auditoria à nova divisão a criar no seio dos
IBM Global Services, a Business Consulting
Services.
Um factor que terá facilitado a mobili-
zação da PWC Consulting para a aquisição
pela IBM terá sido a apontada similitude de
culturas empresariais das duas organizações
– centrada no valor a oferecer aos clientes. A
ajudar esteve o facto de, nos EUA, uma parte
significativa dos mais experientes consulto-
res da PWC serem oriundos da IBM ou por
lá terem passado; por outro lado, a IBM ter-
se-á mostrado aberta a adoptar, na sua nova
divisão de Business Consulting Services, o
modelo de carreiras e de liderança da PWC
Consulting. Como pano de fundo, esteve,
obviamente, a capacidade financeira da IBM,
neste momento inigualável num sector das
tecnologias de informação a ressentir-se do
adiamento generalizado de investimentos
pelas empresas e de uma selectividade nunca
vista nos processos de decisão.
A IBM concretizou, assim, o que a antiga
Hewlett-Packard (HP) não conseguiu há
cerca de dois anos, altura em que estava dis-
posta a pagar 18 mil milhões de dólares pela
divisão de consultoria da PWC (quase seis
vezes mais) a fim de reforçar a sua oferta
de serviços de consultoria e integração
— vertente em que se encontrava em des-
vantagem face aos seus concorrentes mais
directos nos mercados norte-americano e
global: a Compaq e a própria IBM.
Na altura — em 11 de Setembro de 2000
—, a proposta de Carly Fiorina, a “chief
executive officer” (CEO) da HP, apanhou
os accionistas desprevenidos mas não tar-
daram a surgir, expressas pelos analistas,
objecções e dúvidas quanto à bondade e à
exequibilidade da fusão entre duas organi-
zações de índole e culturas tão diferenciadas.
Já nessa altura se perfilava a conveniência
PRAZO DE ASSISTÊNCIA A WINDOWS 2000 ALARGADO POR MAIS DOIS ANOS
Novo plano da Microsoft para suporte a produtos
E FORMA a fornecer princípios
D
que “informem os consumidores
por quanto tempo é que podem
esperar que a Microsoft preste
assistência técnica aos seus
produtos após a data de lançamento”, a edi-
tora de “software” adoptou a 15 de Outubro
último um conjunto de regras que definem
o ciclo de vida do suporte aos seus produ-
tos, que podem ser consultadas através da
página da Web http://support.microsoft.com/
lifecycle. Na sua maior parte, esta nova polí-
tica, desde há muito esperada pelos clientes
da empresa, alarga os prazos da assistência
técnica prestada pela Microsoft.
Segundo as novas regras, os princi-
pais êxitos de venda da empresa, nas
áreas de consumidores, “hardware” e
multimédia, “passam a ser suportados
durante um período de cinco anos”, expli-
cou a Computadores Rodolfo Oliveira,
director de comunicação da Microsoft
Portugal. “Existem, contudo, excepções
no caso dos produtos com novas versões
lançadas anualmente, como, por exem-
plo, a enciclopédia ‘Encarta’ e o pro-
grama de gestão orçamental doméstica
Money, em que o ciclo de vida do suporte
técnico é de apenas três anos”. Por outro
lado, a maior parte dos produtos são
ainda abrangidos pelo suporte “on-line”
de auto-apoio.
Para além dos cinco anos básicos de
computadores .2
Serviços externalizados
Em Portugal, José Joaquim Oliveira, director-
geral da IBM portuguesa, afirmou que, se
havia uma aquisição que fizesse sentido
para a IBM, ela era a de uma entidade como
a PWC Consulting. E António Raposo Lima,
director dos IBM Global Services, declarou
que os cerca de 150 novos elementos da
PWC — com uma idade média de 30 anos —
que integraram já os seus quadros permitirão
projectar de 17 para 20 por cento a quota
de mercado da IBM no mercado português
de consultoria. A constituição dos Business
Consulting Services em Portugal está já
adiantada mas só em Dezembro estará
concluído período de transição previamente
estabelecido.
Segundo Raposo Lima, se a IBM já antes
era líder nos serviços de “out-sourcing” às
empresas em Portugal, agora que reforçou
os seus argumentos de “hardware”, de
“software” e dos serviços de consultoria
com os recursos da PWC Consulting,
passará a estar numa situação única para
assistência, os utilizadores de “software”
empresarial e de desenvolvimento poderão
ainda comprar um período alargado de
suporte correspondente a dois anos. Para
muitas empresas que estão actualmente
a migrar para o Windows 2000 ou tinham
previsto concluir este processo até ao final
de 2000, estas novidades podem soar quase
que como um presente de Natal antecipado,
depois do controverso novo sistema de licen-
ciamento Software 6 Assurance Licensing
Plan, da Microsoft.
Este entrou em vigor no início de Outu-
bro e obriga os grandes clientes da Microsoft
a pagarem antecipadamente para adquiri-
rem, a um preço fixo, as actualizações dos
seus sistemas operativos ou das suas apli-
cações. Isto porque, antes, estava previsto
que o suporte ao Windows 2000 terminasse
já em Março de 2003. Nos termos do novo
plano, a Microsoft irá continuar a prestar
apoio a este sistema operativo até Março
de 2005, oferecendo opções alargadas de
suporte até Março de 2007. “Aprendemos
com a experiência dos nossos clientes”,
explica Rodolfo Oliveira, referindo-se à
razão desta alteração, “e descobrimos que
muitas empresas tinham períodos de actu-
alização mais alargados”.
Não obstante, a Microsoft está a des-
continuar ou já descontinuou o suporte
para muitos dos seus outros produtos mais
antigos que são ainda bastante utilizados
S E G U N D A - F E I R A . 2 1 . O U T U B R O . 2 0 0 2
responder às necessidades dos clientes
— as quais passam cada vez mais pela
externalização de processos de negócio,
determinada pela necessidade de reduzir
custos operacionais e mobilizações
financeiras para investimentos em
tecnologias de informação.
João Pacheco, responsável pela unidade
de Business Consulting Services em
Portugal, apontaria mesmo o exemplo de
uma estrutura com cerca de 200 pessoas,
montada em Portugal para a prestação de
serviços de contabilidade e “back office”, à
British Petroleum (BP). Este prestação de
serviços começou por se processar apenas
em relação a Portugal mas o cliente terá
ficado progressivamente tão satisfeito
com a eficiência da solução que não
só alargou os serviços a outras funções
(como o pagamentos a fornecedores e o
recebimento de clientes) como estendeu o
seu âmbito geográfico a outros países do
Sul da Europa. ● R.J.C.
no mundo empresarial. É o caso do Office
97, cujo prazo inicial de assistência técnica
terminara a 31 de Agosto de 2001, tendo o
período sido alargado até dia 28 de Feve-
reiro deste ano. A editora de “software” irá
fornecer suporte para o Office XP até Junho
2006, podendo essa data ser estendida até
Junho de 2008.
Evidenciando a separação entre produ-
tos para empresas e para consumidores,
o Windows XP possui diferentes datas de
fim de prestação de apoio técnico ao cliente.
Assim, a empresa pretende acabar com todo
o tipo de assistência normal para o Windows
XP Home em 31 de Dezembro de 2006. O
suporte alargado estará disponível por mais
dois anos para a edição profissional do sis-
tema operativo.
Até agora, segundo Rodolfo Oliveira, “o
ciclo de suporte era, à partida, agregado ao
lançamento do produto”. O critério ante-
rior baseava-se na fórmula “N + 2”, isto
é, apenas eram suportados o produto novo
ou actual mais dois dos seus antecessores.
Isso poderia significar que os possuidores
de uma determinada aplicação poderiam
perder a assistência técnica em apenas
três anos após o início da comercialização
do produto.
Por outro lado, este sistema tinha
também outro efeito problemático, pois, se
não fosse lançada mais nenhuma actuali-
zação de um “software”, tornava-se difícil
de as empresas como a PWC separarem
as suas actividades de auditoria e de con-
sultoria mas a proposta da HP parece ter
deparado com uma marcada resistência no
seio da própria estrutura da PWC — tendo
havido mesmo quem previsse uma saída de
uma quantidade apreciável dos seus qua-
dros mais experientes no caso de a aquisição
pela HP vir a concretizar-se.
Por isso, num domingo de Novembro de
2000, o conselho de directores da HP pôs
termo ao processo de negociações com a PWC.
Parecia então ter-se tornado generalizado o
sentimento de que a integração da divisão
de consultoria da PWC na HP iria mobilizar
demasiados esforços e atenções dos execu-
tivos de Fiorina, desviando-os das tarefas
— por muitos consideradas estrategicamente
inadiáveis — de reestruturação da empresa e
da sua recondução à rendibilidade.
Por outro lado, desde que a HP anun-
ciara o possível negócio, em 11 de Setembro,
as suas acções já haviam descido 31 por
cento e, uma semana antes do anúncio do
cancelamento, Fiorina admitira que estava
a reavaliar o projecto, nomeadamente
quanto ao seu preço. Estas duas questões
estavam irremediavelmente ligadas, pois o
essencial do montante a pagar aos accionis-
tas da PWC seria realizado em acções da HP
— e continuando estas a desvalorizar-se, as
bases contabilísticas do negócio ameaçavam
desmoronar-se.
A questão da falta de acordo no preço
foi, por seu lado, confirmada por James J.
Schiro, o CEO da PWC, ao afirmar que a
sua empresa lamentava “que as condições
do mercado de capitais” entretanto surgidas
tivessem “levado ao fim das negociações”.
Schiro reafirmou, entretanto, que a sua
empresa iria prosseguir com os seus projectos
de reestruturação — repetidamente solicitada
pelos responsáveis da Wall Street, devido ao
potencial conflito de interesses entre as suas
divisões de auditoria e de consultoria —, os
quais poderão vir a passar por um “spin-off”
desta última, seguido de entrada na Bolsa. O
que veio, com efeito, a suceder já em Julho
deste ano de 2002, após um processo de nego-
ciações com a IBM que se adivinha ter sido
tão discreto quanto eficaz, a avaliar pelos
resultados em tempo tão breve. ●
determinar quando é que os clientes dei-
xariam de ter direito a receber assistência.
Quanto aos “service packs” — actualizações
do “software” —, terão assistência técnica
garantida a nova versão e a anterior, sendo
esta última apenas suportada durante
12 meses após o lançamento da presente
versão. No sistema anterior, os clientes
apenas recebiam apoio em relação ao lan-
çamento mais recente. Os consumidores
podem ainda receber códigos de correcção
já existentes ou novos para o actual “service
pack” mas apenas para este.
As correcções críticas de segurança para
determinados erros de produtos, das quais
muitas empresas dependem, serão disponi-
bilizadas ao cliente durante sete anos após o
lançamento da aplicação no caso de se tratar
de um “software” empresarial. Nos outros
casos, o cliente irá receber essas correcções
apenas durante cinco anos.
Estes pequenos ficheiros seriam, no
modelo anterior, disponibilizados gratuita-
mente aos utilizadores registados do Win-
dows NT 4 Server até 31 de Dezembro deste
ano mas a Microsoft alargou este termo até
Dezembro de 2003, apesar de ter descon-
tinuado este produto em 1998. Porém, a
empresa não pretende continuar a oferecer
qualquer tipo de códigos de correcção para
o Windows 95, dado que este sistema ope-
rativo foi descontinuado em Dezembro de
2000. ● MIGUEL CAETANO / Casa dos Bits
 ZIRE É O NOME DO NOVO PDA A 99 DÓLARES

Palm ataca segmento

de entrada
PALM, O MAIOR fabricante de orga- Não é de admirar que

A
um universo de milhares disponíveis para
nizadores pessoais — os “perso- todo o lançamento do Zire o PalmOS, o sistema operativo dos
nal digital assistants” ou PDA seja feito com base nas Palm.
—, resolveu inverter a estratégia ideias de funcionali- O Zire surge também no
habitual deste mercado e lançou dade, simplicidade momento em que a Palm, líder
um novo produto de entrada de gama. Com de funcionamento e no mercado de computadores
o preço de combate de 99 dólares nos EUA, baixo custo. Também de bolso, enfrenta (mais)
o Zire será o computador de bolso mais na apresentação a Palm uma desaceleração na
barato de mercado, mesmo que o valor para a resolveu inovar, ven- procura dos seus
Europa venha a ser ligeiramente superior. dendo o Zire numa emba- produtos clássicos
Numa altura em que o mercado dos lagem plástica transparente, dirigidos a profis-
PDA de topo de gama está bem servido de similar às dos telemóveis, por sionais. Neste caso,
aparelhos multifuncionais com preços supe- contraste com as clássicas caixas além do seu principal
riores aos 500 euros, a Palm resolveu apostar sóbrias típicas dos componentes concorrente, a Micro-
noutro segmento de público: as pessoas que informáticos. soft — que desenvolveu
querem substituir a sua agenda tradicional A tentativa de seduzir os o PocketPC, um sistema
em papel e os papelinhos autocolantes potenciais consumidores que operativo concorrente do
com recados. nunca tinham pensado em PalmOS e que equipa muitos
O objectivo do Zire é chegar comprar um PDA estende- computadores de bolso de
ao bolso ou à mão de estudantes se ao “design” no próprio outras marcas —, a Palm elege como adver-
ou utilizadores aparelho, com um ar extre- sário o papel, nas várias formas usadas no
ocasionais, que mamente simples, à atraente dia-a-dia, desde as folhinhas rabiscadas às
querem um cor laranja do invólucro e à agendas telefónicas, passando por filofaxes
PDA apenas explicação das suas e blocos de notas.
para as suas funções, feita Alex Slawsby, analista
necessidades sempre recor- da IDC, explicou à Reuters
pessoais e não rendo à vertente que não é fácil levar
profissionais, prática e nunca a s pessoas a
como até agora aconte- às suas capacida- abandonarem
cia na maioria dos casos. Os des- des tecnológicas. as agendas ou
tinatários são as donas de casa, Com ecrã mono- convencê-las
os estudantes, os profissionais cromático táctil, com o de que um com-
liberais de áreas não tecnológicas reconhecimento de escrita putador de 100
ou os pequenos empresários — em geral, baseado no Alfabeto Graffiti dólares é melhor
pessoas que consideram a tecnologia tão — forma de escrever desen- que a infinita
interessante como preencher o IRS. volvida pela própria Palm, pilha de papel. “A
“O Zire destina-se aos que se aprende Palm vai enfrentar
26 milhões de consumi- MIGUEL CRESPO em menos de a maior concorrência
dores norte-americanos uma hora —, do mundo: o que quer
que querem substituir — ou, pelo menos, o Zire tem baterias recarregá- que as pessoas usam
complementar — o papel. Àqueles que veis, 2 MB de memória interna e para rabiscar. Eles
usam uma combinação de agendas e sincronização com o PC para realizar têm de vender o produto sob a
pequenos papéis autocolantes para orga- cópias de segurança. Além do “software” de ideia de que ‘é como o papel mas melhor’.
nizar suas vidas”, disse à Reuters David base (agenda, livro de endereços, bloco de Mas, se as pessoas acharem que vão ter de
Christopher, responsável pelo “marke- notas, memo, despesas, calculadora e jogos), aprender alguma coisa sobre computadores,
ting” da Palm. o Zire pode receber outras aplicações de não vão querer o aparelho.” ●

TOSHIBA E VODAFONE CRIAM PACOTE DESTINADO AO SECTOR EMPRESARIAL

E-mail e Net por GPRS

TOSHIBA E VODAFONE vão lançar, Internet. Aliás, a mobilidade foi a palavra de da Europa, uma quota de 13 por cento terá

A no final de Outubro, um pacote

dirigido ao sector empresarial
composto por um computador
de bolso e um telemóvel comu-
nicáveis entre si através de tecnologia sem
fios. O acordo entre a Toshiba e o segundo
maior operador de telecomunicações móveis
foi anunciada na passada semana e, por
enquanto, cingir-se-á Portugal.
“O preço do computador pessoal de bolso,
o Pocket PC e740, será de 597 euros (mais
IVA), aplicando-se condições especiais da
Vodafone Negócios na aquisição do tele-
móvel”, anunciou João Amaral, director da
Toshiba em Portugal. Este preço é inferior
ao do mercado, pois o “o objectivo é permi-
tir que os utilizadores profissionais acedam
ao correio electrónico e à Internet de forma
fácil e rápida, através de um serviço GPRS
da Vodafone, beneficiando de todas as carac-
terísticas e mobilidade proporcionadas pelo
nosso computador de bolso.”
Equipados com tecnologia Bluetooth, os
dois dispositivos serão capazes de comunicar
entre si sem fios, proporcionando uma solu-
ção totalmente móvel de acesso ao E-mail e à
ordem da apresentação da Toshiba: “Temos
de ouvir os consumidores para ultrapassar-
mos o clima de crise que se vive actualmente
neste sector e criar novas perspectivas de
negócio”, disse João Amaral, para quem as
tendências apontam para a informática pes-
soal e móvel.
João Amaral fez
também o balanço de
um ano de inter-
venção directa da
Toshiba no mer-
cado português,
onde foi criada
uma estrutura local
para melhor apoiar o
cliente, uma falha insis-
tentemente apontada e de apoio aos centros
que a empresa quis colmatar:
“As vendas estavam a cair mas
conseguimos, ao fim de um ano,
reconquistar a posição de liderança na
venda de computadores portáteis, com
uma quota de mercado de 30,5 por cento”,
disse, citando dados Dataquest relativos
ao segundo trimestre de 2002. No conjunto
assegurado ainda a liderança.
Um dos aspectos sublinhados foi a criação
de um serviço de apoio aos clientes, dando um
suporte eficaz de pré e pós venda dos equipa-
mentos. “O Centro de Atendimento Toshiba
recebeu, entre Setembro de 2001 e Setembro
de 2002, um total de 18.656 telefonemas,
tendo 78 por cento dos problemas sido
resolvidos por este meio”, indicou o
director da Toshiba. Por isso, ter-
se-á registado uma redução no
número de intervenções nos
centros de reparação, da
ordem dos 34 por cento
no período de um ano.
“Além disso, ao
criar um novo sistema
de reparação, foi possível
reduzir o tempo de resolução
dos problemas dos clientes de um a
dois meses para uma média de cinco dias
úteis”, continuou João Amaral. O objectivo
da empresa é optimizar esse tempo para três
dias úteis em 80 por cento das intervenções
até 2003. ● Lusa

S E G U N D A - F E I R A . 2 1 . O U T U B R O . 2 0 0 2 computadores .3
 tecpédia H E N R I Q U E C A R R E I R O XEROX REFRESCOU A SUA OFERTA DE MULTIFUNCIONAIS

Levar a cor a todas

as empresas
EVAR A IMPRESSÃO a cores às

L
mento da tinta —, uma placa Ethernet
mais diversas empresas 10/100 BaseTX para ligação à rede, as
e aumentar a rapidez portas USB e paralela completam os
com que se executam recur- sos de “input-output”

Archos Jukebox os trabalhos é o

objectivo da Xerox, que acaba
de colocar no mercado novos
destas impressoras.
A série 8200
é composta

Multimedia 20 equipamentos e de lançar

uma campanha de “marke-
ting” na Europa que
pelos modelos
8200B, 8200N,
8200DP e 8200DX.
envolve diversas

N
O COMPETITIVO mundo da electrónica de con- Quanto à Phaser
sumo, novos dispositivos e novos “gadgets” acções de promoção 6200, integra um proces-
estão com frequência a disputar a atenção e demonstração. sador PowerPC a 500 MHz e
e a carteira do consumidor — mas, destes, No que diz uma resolução de 2400 pontos
relativamente poucos têm força para se respeito a equipamentos por polegada, com que se podem
imporem de forma duradoura nas prateleiras das lojas. A multifunções, as novidades imprimir 16 páginas por minuto.
categoria das chamadas “jukeboxes” de MP3 parece ser da Xerox incluem os modelos Também esta série é composta por
um dos candidatos mais recentes a ocupar o lugar mítico e DocuColor 2240, também quatro modelos — 6200B, 8200N,
muito almejado de substituto do ícone mais conhecido da chamado Carrera, e o Docu- 8200DP e 8200DX —, todos eles
electrónica popular, o “walkman”. Color 1632. Estes sistemas acompanhados do “software”
Substituindo a cassete pelo disco rígido e a gravação ana- permitem imprimir, digitalizar Phaser Installer, que permite fazer
lógica pela digital compactada em forma de MP3, as “juke- e copiar documentos a cores, e o acompanhamento da impressão,
boxes” actuais permitiram a eliminação virtual do limite à pretendem facilitar a transi- e o programa de ajuda PhaserS-
quantidade de música que é possível a um melómano trans- ção dos equipamentos a preto mart Virtual Help Desk.
portar consigo no dia-a-dia. Pelo caminho, os fabricantes da e branco para modelos a cores, No conjunto de novidades
novas “jukeboxes” aperfeiçoaram a arte dos dispositivos mantendo-se o nível de produ- da Xerox, está também a série
multifunções que vão muito para lá do armazenamento e tividade. 500 dos multifuncionais Docu-
da reprodução musical. O DocuColor 1632 permite ment Centre, composta por
Um dos exemplos mais recentes — e, porventura, mais produzir 16 páginas por minuto única tem sido um três modelos — 535, 545 e 555
extremos — da versatilidade almejada pelas “jukeboxes” a cores e 32 a preto e branco, dos investimentos da Xerox —, com velocidades de impressão
dos tempos actuais é o produto da Archos, uma empresa enquanto a velocidade da DocuColor nos últimos oito anos a fim de reduzir os de 35, 45 e 55 páginas por minuto, res-
franco-americana que se tem mantido à frente de concor- 2240 chega às 40 páginas por minuto, tempos de impressão por página a cores pectivamente, em modo monocromático.
rentes de muito maior peso, como a Apple ou a Creative a preto e branco, e 22 a cores. Estes e, nessa medida, aumentar o rendimento Com funções de impressão, cópia, fax
Labs, na corrida pelo maior número de características no novos equipamentos têm como prin- deste tipo de impressoras. ou digitalização, estes modelos possuem
menor volume. cipal inovação a utilização de “toners” A Phaser 8200 possui um processa- conectividade sem fios IEEE 802.11B,
A Jukebox Multimedia 20 é um dispositivo um pouco maior químicos. Desenvolvido pelo Centro de dor de 300 MHz e a sua velocidade de possibilitando a impressão ou envio de
do que um maço de cigarros e que apresenta um disco de Investigação da Xerox no Canadá, o novo impressão é de 16 páginas por minuto faxes a partir de dispositivos sem fios.
20 GB, capaz, portanto, de armazenar alguns milhares de “toner” baseia-se na tecnologia Emulsion a cores, em modo de impressão rápida, Como opções de saída e finalização, o utili-
horas de MP3, dependendo da compressão escolhida. Agregation (agregação de emulsão), que e de 10 páginas por minuto no modo zador dispõe de um empilhador para 2 mil
Mas armazenar e tocar MP3 não é, hoje, grande proeza permite utilizar uma normal. O carregador folhas, um agrafador com várias posições
competitiva e, por isso, a Archos dotou a Multimedia 20 da menor quantidade de ISABEL GORJÃO SANTOS Color Stix Solid Ink e um furador que permite fazer dois ou
capacidade, bem mais rara, de armazenar ficheiros de vídeo “toner” para produzir — que, com diferentes quatro furos. Os preços destas máquinas
usando a nova norma MPEG4 “single propeli”. uma imagem e reduzir o desperdício, formas geométricas, evita que o utiliza- variam entre os 9800 e os 21.200 euros.
Como esta característica de pouco serviria se a Jukebox só diminuindo consequentemente o custo dor cometa erros ao efectuar o carrega- Para demonstrar as funcionalidades
pudesse ser usada num lugar com televisor, a Archos dotou das impressões. destes novos produtos, a
a máquina de um pequeno ecrã LCD, de tamanho idêntico “Há alguns anos, apresentar um
ao que pode ser encontrado nas câmaras de vídeo digitais. relatório ou um documento a cores mar-
Com o conjunto armazenado numa caixa de metal, com cava a diferença; mas, hoje, os profissio-
protecção antichoque e ainda complementado por uma nais estão tão acostumados ao
bateria de lítio, não é de admirar que esta Jukebox pese valor proporcionado pela
cerca de 293 gramas. Mas os compradores que se aventu- cor que a sua utilização se
rem a pagar os cerca de 420 euros que custa a Multimedia tornou uma necessidade”,
20 (preço nos EUA) terão outras agradáveis surpresas, que considerou Ursula Burns, Xerox lançará
ajudarão a esquecer o peso deste brinquedo. É que esta presidente do grupo de na Europa uma cam-
Jukebox tem ainda incluída uma porta de expansão na sistemas e soluções para documentos da panha de “marketing”
qual podem ser inseridos outros módulos que expandem Xerox, em comunicado de apresentação a que deu o nome de
muito a funcionalidade da Multimedia 20. dos novos equipamentos. Acrescentou Extreme. Esta iniciativa é
Uma das mais úteis poderá ser o adaptador que aceita ainda Ursula Burns que “a DocuColor composta por uma série
cartões SmartMedia e CompactFlash, o que permite à 2240 e a 1632 vão acelerar esta ten- de exposições e demons-
Jukebox funcionar como um arquivo extra para fotografia dência, pois tornam os trabalhos a cores trações que terão lugar
digitais. Mas a própria Archos fornece também um módulo mais baratos”. em vários países euro-
adicional, que encaixa na porta de expansão e transforma Os dois novos equipamentos peus, alguns concursos e
esta Jukebox numa máquina digital de pleno direito, com destinam-se a escritórios ou descontos promocionais
possibilidade de tirar fotografias de 1,3 megapixels ou mesmo a estabelecimentos que que abrangerão os novos
mesmo de capturar vídeo na dimensão de 320 x 240 pixels. prestam serviços de impressão modelos. “Estes eventos
Estão ainda previstos módulos que aumentarão a qualidade e cópias. Com um processador servirão para mostrar
das gravações de imagem. PowerPC 750 a 400 MHz e uma a total amplitude dos
Bem nascida no que toca a conectividade, a Jukebox tem capa- resolução que pode ir até aos 1200 x 1200 produtos e o conjunto de
cidade para suportar entradas e saídas de áudio e de vídeo, e, pontos por polegadas, estes modelos benefícios das principais
mediante módulos extra, ligações Firewire e USB 2.0, para além permitem também fazer a digitalização soluções deste portfólio”,
da USB 1.1 de origem. Como se não tivesse já características directa de documentos para a rede, em considerou Rod Rodericks,
suficientes, os seus criadores esperam ainda acrescentar-lhe a formatos JPEG ou TIFF, e processam vice-presidente e director-
capacidade de gravação directa a partir de televisão a fim de ficheiros ao mesmo tempo que recebem geral da Xerox Europe. ●
substituir de vez o gravador de cassetes de vídeo. novos dados.
A Archos Multimedia Jukebox 20 é, assim, um dispositivo Entre as novidades da Xerox estão
espantoso na sua gama de habilidades e que fará certa- também dois novos modelos
mente as delícias de muitos compradores para quem este Phaser, o 8200, de tinta sólida e
será, certamente, o “gadget” supremo. ● passagem única, e o 6200, a laser
e também de passagem única.
Tecpédia é uma enciclopédia em construção sobre a era digital Aliás, a tecnologia de passagem

computadores .4 S E G U N D A - F E I R A . 2 1 . O U T U B R O . 2 0 0 2
 dica

Trabalhar a partir de casa com o Windows XP (3) usar atalhos na sessão remota quando
Continuando a analisar a janela Ligação ao Ambiente de
Trabalho Remoto, vemos que o separador Programas permite
definir que, ao iniciarmos a sessão de trabalho remoto, se abra
automaticamente um determinado programa e, se também se
quiser, um determinado ficheiro. Por último, temos o separador
Recursos Locais (ver imagem), onde se pode configurar quais
os recursos do computador remoto que serão assumidos pelo
computador de casa (o cliente) durante a sessão.
Na área de cima, Som de Computador Remoto, pode-se
optar por ouvir no computador de casa o som que estiver a
ser tocado no computador remoto (opção Trazer Para Este
Computador), que o som só seja ouvido no computador
remoto (opção Deixar no Computador Remoto) ou desactivar
todos os sons nas sessões remotas (opção Não Reproduzir).
Na área Teclado, define-se em que condições se poderá utilizar
atalhos de teclado do Windows numa sessão do Ambiente
de Trabalho Remoto. A configuração por omissão é de só
esta ocupa o ecrã inteiro. Em alternativa,
pode-se optar por, em qualquer situação,
as combinações de teclas do Windows só
funcionarem no computador de casa ou no
local. Do mesmo modo, também se pode
optar por aplicar os atalhos de teclado só
à sessão remota, quer se esteja a trabalhar
em ecrã inteiro quer não.
Na parte de baixo da janela, temos a parte
mais “delicada” das configurações da
Ligação ao Ambiente de Trabalho Remoto.
Lendo o que é dito na janela, fica-se a
pensar que basta activar cada uma das três
caixas para que, automaticamente, quando
se está a ligar do computador de casa para o computador do
emprego, se possa utilizar as unidades de disco, as impressoras
e as portas-série do computador local na sessão remota como
se fossem recursos do computador do emprego.
De facto, com as impressoras e as
portas-série é tão simples como
activar os respectivos campos para
que, por exemplo, ao trabalhar
remotamente no computador do
emprego, se possa imprimir para
a impressora que está ligada ao
computador de casa.
Já em relação às unidades de disco é
que a questão não é tão linear: para
que o computador remoto consiga
assumir uma unidade de disco para a
mapear, ele precisa de a ter na mesma
rede. Ora, quando se faz uma ligação
normal via Internet de casa para o
emprego, os dois computadores não ficam na mesma rede. Para
que tal aconteça, é necessário criar no emprego uma Virtual
Private Network, que vai “fazer de conta” que o computador de
casa está dentro da rede do emprego. ● JOSÉ DOUTIL

agenda

2002 IEEE GaAs IC Symposium – Integrated Circuits in

GaAs, InP, SiGe and other Compound Semiconductors
Data: 20-10-2002 a 23-10-2002
Local: Monterey, Califórnia, EUA
Contacto: Mary Curtis
E-mail: m.curtis@ieee.org
URL: www.gaasic.org

HLDVT 2002 – 7th Annual IEEE International Workshop

on High Level Design Validation and Test
Data: 27-10-2002 a 29-10-2002
Local: Cannes, França
Contacto: Ahmed A. Jerraya, General Chair
E-mail: Ahmed.Jerraya@imag.fr
URL: tima.imag.fr/conferences/hldvt/
DFT 2002 – 17th International Symposium on Defect
and Fault Tolerance in VLSI Systems
Data: 6-11-2002 a 8-11-2002
Local: Vancouver, Canadá
Contacto: Glenn Chapman, General Co-chair
E-mail: glennc@cs.sfu.ca
URL: www.elet.polimi.it/dft7dft2002.htm
ICCAD 2002 - The International Conference
on Computer-Aided Design
Data: 10-11-2002 a 14-11-2002
Local: San Jose, Califórnia, EUA
E-mail: terri@mpassociates.com
URL: www.iccad.com
IISREEC - International interdisciplinary seminar on new
robotics, evolution and embodied cognition
Data: 12-11-2002 a 15-11-2002
Local: Fundação Calouste Gulbenkian, Lisboa
ESIG 2002 - VII Encontro dos Utilizadores de Informação
Geográfica
Data: 13-11-2002 a 15-11-2002
Local: Tagus Park, Porto Salvo, Oeiras
Organização: Associação dos Utilizadores de Informação
Geográfica (USIG)
URL: www.esig2002.web.pt
ATS 2002 - The 11th Asian Test Symposium
Data: 18-11-2002 a 20-11-2002
Local: Hyatt Regency Guam, Guam, EUA
Contacto: Kozo Kinoshita, General Chair
E-mail: kozo@utc.osaka-gu.ac.jp
URL: ats02.ip.elec.mie-u.ac.jp/
ITU Telecom Asia 2002
Data: 2-12-2002 a 7-12-2002
Local: Hong Kong, República Popular da China
Contacto: International Telecommunication Union – ITU
Telecom
E-mail: telecominf@itu.int
URL: www.itu.int/asia2002
FPT 2002 - IEEE International Conference on Field-
Programmable Technology
Data: 16-12-2002 a 18-12-2002
Local: Hong Kong, China
E-mail: fpt@aicfpt.org
URL: www.icfpt.org
VLSI Design 2003 - The Sixteenth International
Conference on VLSI Design; The Second International
Conference on Embedded Systems Design
Data: 4-01-2003 a 8-01-2003
Local: Nova Deli, Índia
URL: vlsi.ccrl.nj.nec.com/~chak/vlsi2003/
2003 International CES - Defining Technology’s Future
Data: 9-01-2003 a 12-01-2003
Local: Las Vegas, Nevada, EUA
URL: www.CESweb.org
ASP-DAC 2003 - Asia South Pacific Design Automation
Conference
Data: 21-01-2003 a 24-01-2003
Local: Kitakyushu, Japão
Contacto: Conference Secretariat
E-mail: aspdac2003@aspdac.com
URL: www.aspdac.com

S E G U N D A - F E I R A . 2 1 . O U T U B R O . 2 0 0 2 computadores .5
 virose

Appix pode bloquear os antivírus

A semana que passou revelou-se bastante calma em
termos de aparecimento de novos vírus. O “worm” Appix é
o único digno de destaque.
Pois este Appix explora a falha Mime do Internet Explorer
que permite que o ficheiro anexo de uma mensagem
seja executado através da simples pré-visualização da
mensagem, sem ser necessário abri-la ou mesmo abrir o
ficheiro anexo. Lembramos mais uma vez que a Microsoft
já há muito disponibilizou um “patch” que permite corrigir
esta falha.
Para além desta característica, o Appix também explora as
técnicas da chamada “engenharia social” ao utilizar uma
mensagem cujo conteúdo induz o utilizador a correr o
ficheiro anexo à mesma — no caso vertente, de índole
sexual.
O assunto da mensagem que propaga o vírus é construído
pela combinação aleatória de duas partes. A primeira
apresenta as seguintes variantes:
“A nice Screensaver of”
“Ein netter Screensaver von”
“New Version of”
ou
“Eine neue Version von”.
Por sua vez, a segunda parte do assunto pode ser uma das
seguintes hipóteses:
“Anna Kournikova” nomeadamente vários programas antivírus.
“Porn Screensaver” O “worm” faz uma busca no Registry para ver se o mIRC se
“Sex ScreenSaver” encontra instalado. No caso de estar, ele modifica o Mirc.ini
“TvTool” de modo a enviar-se a si próprio para outros utilizadores
“Flashget” que estejam ligados ao mesmo canal do computador
“WarezBoardAccess” infectado.
“Undelivarable Email”
ou Falha em ‘patch’ da Microsoft
“Brute Force Tool”.
A Microsoft informou há poucos dias que o “patch” para a
O nome do ficheiro anexo pode ser um de entre os falha do Outlook Express a que nos referimos na semana
seguintes: PamAnderson.scr, Jolie.scr, AnnaKournikova.scr, passada apresenta um erro de instalação. Segundo parece,
XXX.scr, FreeSex.exe, TvTool.exe, FlashGet.exe, o instalador exige a instalação prévia do Internet Explorer
WarezBoardAccess.exe ou Undelivarablemail.exe. 6, “esquecendo” que os utilizadores que já instalaram o
Quando o ficheiro anexo é executado, o “worm” envia-se Service Pack 1 do “browser” já estão protegidos contra
a si próprio para todas as entradas do livro de endereços aquela falha.
do Outlook Express. Ao mesmo tempo, cria uma cópia na A s s i m , quando estes tentam instalar o “patch”,
pasta do Windows com o nome Appboost.exe e acrescenta recebem uma mensagem de erro que, ainda
uma chave ao Registry de modo a que este ficheiro seja por cima, é enganadora, pois, em vez de
carregado de cada vez que se acede a ficheiros com avisar os utilizadores de que já não
extensão .exe. precisam de instalar o “patch” por
O Appix consegue bloquear certas já estarem protegidos, os informa de
aplicações que estejam a ser que têm que instalar primeiro o Internet
executadas na memória Explorer 6. ● JOSÉ DOUTIL
do sistema,

“BestTool”
“Pamela Anderson”
“Angelina Jolie”

OS VÍRUS DA SEMANA
Dia 21 Dia 22 Dia 23
WM/MDMA.C;D;H, W97M/Yous WM/MDMA.C;D;H, W97M/Yous WM/MDMA.C;D;H, WM/
ANGUS.A, WM/ANGUS.A,
TRASHER.D, WM/Niknat.A,
W97M/Melissa.o@mm, W97M/
Bablas.aj, VBS/Valentin@MM,
VBS/San@M, WM/NOMVIR.A;B
Dia 25
Dia 24 WM/MDMA.C;D;H, AOS.A,
WM/MDMA.C;D;H, WM/ W97M/Jackal.A, Acid.A
CONCEPT.L;M, WM/ANGUS.A, (intended), W32/Urick@MM,
W97M/Bablas.aj W97M/Multi.a, X97M/Anis,
X97M/Hongo.c
Dia 26 Dia 27
WM/MDMA.C;D;H, WM/ WM/MDMA.C;D;H, WM/
TAMAGO.A, VBS/Gaggle@MM, HELPER.F;G;H, W97M/Jackal.A,
X97M/Reten.d, W95/CIH.1003 VBS/Gaggle@MM

computadores .6 S E G U N D A - F E I R A . 2 1 . O U T U B R O . 2 0 0 2
 COMISSÃO EUROPEIA ABRE MERCADO DE TRANSMISSÃO DE MÚSICA NA WEB

Licença única para 18 países

distribuição e a transmissão de em que era recebida. Agora, terá apenas de contratos e preços no espaço europeu. prevê o pagamento de 8 por cento das recei-

A música “on-line” recebeu um

empurrão talvez decisivo, pois,
na mesma semana, a Comissão
Europeia e a Câmara dos Repre-
sentantes dos EUA aprovaram planos para
regular o pagamento de direitos de autor.
A Comissão Europeia “abriu” o mercado
de direitos de transmissão de música na
Internet, permitindo às rádios “on-line”
obterem uma “licença única”, válida em 18
países: a União Europeia mais Noruega,
Islândia e Liechtenstein — noticiou a Reu-
ters. Este método unitário substituirá o
actual, em que cada rádio “on-line” tinha de
ter uma licença e autorização da sociedade
gestora dos direitos de autor para cada país
ter autorização do país onde tem a sua sede.
“A criação de um mercado legítimo para
o chamado ‘simulcasting’ [a transmissão de
programas de rádio ou televisão via Net]
beneficiará tanto os consumidores como os
detentores dos direitos”, disse o comissário
europeu Mario Monti. “Os consumidores
poderão ter acesso aos seus programas favo-
ritos de rádio e televisão de virtualmente
qualquer parte do mundo”, adiantou Monti.
O acordo também inclui sociedades de
autores da Europa Central e Oriental, Ásia,
América do Sul, Austrália e Nova Zelândia.
Agora, as sociedades de autores terão de
competir umas com as outras, pois as rádios
e televisões poderão procurar os melhores
Em Washington, a Câmara dos Repre-
sentantes aprovou um acordo que permite
que rádios “on-line” de pequenas dimensões
acertem o pagamento de direitos de autor
com a indústria discográfica. O acordo per-
mite aos pequenos sítios de música na Web
pagarem uma percentagem das suas recei-
tas ou das suas despesas aos autores das
canções que transmitirem, em vez de paga-
rem uma taxa fixa por cada tema usado.
Este valor — fixado em Junho em 7 centavos
de dólar por ouvinte por música — poderia
obrigar a falências generalizadas, pois o
pagamento destas “royalties” excederia as
receitas da maioria das rádios “on-line”.
O acordo, a ser ratificado pelo Senado,
tas geradas pela transmissão de música
entre 1998 e o final de 2002. Esse valor sobe
para 10 por cento nos próximos dois anos ou
12 por cento se as receitas da estação exce-
derem os 250 mil dólares. As rádios podem
também, em alternativa, pagar 5 por cento
das suas despesas entre 1998 e 2002, e 7 por
cento durante os próximos dois anos se essa
quantia exceder as receitas.
O presente acordo destina-se às rádios
“on-line” que tiverem movimentado menos
de 1 milhão de dólares no total entre 1998
e 2002. As grandes rádios “on-line”, como a
America Online e a Clear Channel Commu-
nications, não foram incluídas no acordo e
pagarão as taxas antes definidas. ● M.C.

Países desenvolvidos dominam

ligações à Net
Suíça, Islândia e Dinamarca lideram o “ranking” dos
países com mais pessoas ligadas à Internet, de acordo
com um estudo da consultora Nua.com. Este trio tem
mais de 60 por cento da sua população ligada, sendo
seguido por Hong Kong (59 por cento), EUA (58 por
cento) e Grã-Bretanha (54 por cento). Segundo o
estudo, 600 milhões de pessoas possuem ligações
à Internet, pertencendo a maior parte aos países
desenvolvidos. Apesar de elevados, os números
mostram que apenas 10 por cento da população
mundial tem acesso à Web, deixando de fora quase
5500 milhões de habitantes do planeta. No outro
extremo da lista, com menos ligações, encontram-se
os países mais pobres do mundo, como o Bangladesh,
onde apenas 0,1 por cento da população dispõe de
ligação à Internet. ●

ExpoSIS apresentou Crystal Enterprise

A ExpoSIS, empresa fornecedora de produtos e
soluções de “software” de gestão, plataformas de rede
e voz, em especial para pequenas e médias empresas,
apresentou na passada semana o Crystal Enterprise. Esta
nova solução, baseada na Web, foi criada pela Crystal
Decisions e permite recolher e organizar os dados
operacionais, incluindo também ferramentas destinadas
a analisar e visualizar a informação proveniente das
diversas áreas da empresa. O Crystal Enterprise pretende
também fornecer um acesso seguro aos conteúdos por
parte dos funcionários da empresa, dos seus clientes
e fornecedores. Para além disso, esta solução permite
elaborar relatórios e tomar decisões mais rapidamente,
suporta DHTML para a apresentação flexível e interactiva
de resultados na Web, bem como os formatos XML e
PDF para que seja possível corresponder às diversas
necessidades neste domínio. Esta solução pode ser
integrada com a Internet ou qualquer intranet, extranet
ou aplicação de portal e adaptada às plataformas
Windows 2000, NT 4.0 e Unix. ●

Acesso mais fácil e rápido

a conteúdos digitais
Uma tecnologia desenvolvida pela Panasonic e pela
Microsoft vai permitir aceder e gravar mais fácil e
rapidamente conteúdos digitais, como música, vídeos
e fotografias. A tecnologia High Performance Media
Access Technology (HighMAT), algo como “tecnologia
de alto desempenho para acesso aos média”, foi
desenvolvida conjuntamente pelas duas empresas
e permite descarregar, sem outros intermediários,
conteúdos digitais de computadores pessoais
para aparelhos electrónicos como leitores de CD e
auto-rádios. A marca Panasonic, do grupo japonês
Matsushita Electric Industrial, a Microsoft e a Fuji
Photo Film vão adoptar esta nova tecnologia nos seus
produtos, que poderá ser utilizada sob licença por
outras empresas. “Com o desenvolvimento de novas
formas de divertimento digital em casa, necessitamos
de formas mais fáceis e rápidas de interacção entre os
computadores pessoais e as aparelhagens electrónicas”,
declarou Will Poole, vice-presidente da divisão dos
novos média da Microsoft. ●

S E G U N D A - F E I R A . 2 1 . O U T U B R O . 2 0 0 2 computadores .7
 uma pergunta a LOGITECH PREPAROU NOVIDADES PARA O PRÓXIMO NATAL

David Talvy
Director da Logitech para a
Europa do Sul
Acabar com os fios à
volta do computador
sem fios tenha associada nenhuma solução de quais custam, na mesma ordem, 92, 62

A
Até à passada semana, era director da USCULTADORES
Logitech para Espanha e Portugal mas para telemóveis, uma reconhecimento de caracteres que e 50 euros. Todos os modelos uti-
agora foi nomeado responsável pela caneta digital permita transformar os docu- lizam a tecnologia de sensor
Europa do Sul. Que objectivos tem para o e uma nova mentos manuscritos noutros óptico MX Optical Engine,
mercado europeu meridional e quais as gama de organizados e “passados a que a Logitech desen-
particularidades que nele detecta face, por colunas de som são computador” — o que seria volveu em conjunto
exemplo, ao norte-americano? algumas das novida- “ouro sobre azul” —, a ver- com a Agilent e que
des que a Logitech se dade é que pode dar muito jeito regista 4,7 megapixels
prepara para lançar, guardar no PC as folhas que se de informação por

‘Logitech entrando, assim, em

áreas para as
quais ainda não
escreveu ou enviar por correio
electrónico um gráfico ou desenho
feito no papel. Para isso, o utilizador
segundo e detecta o
movimento do rato
nas mais diversas
tinha propostas. só tem que utilizar a caneta Logitech condições. Já dispo-
outside’ Mas o que che-
gará às lojas nas
próximas semanas inclui
Io e um papel digital que a Logitech nível no mercado está
também disponibiliza. A caneta também a “trackball” de rasteio óptico
contém um sensor óptico que, tal como Cordless Optical TrackMan, a qual
também novos modelos de se fosse uma câmara, capta custa aproximadamente 73 euros

A
té agora fui responsável por Espanha teclados e ratos sem fios, a escrita manual e guarda-a e não necessita de fios devido à
e Portugal e posso dizer que os dois “trackballs”, controladores na memória. Esta caneta utilização da tecnologia rádio
países estão em grande crescimento. Em para jogar e câmaras para o PC ou digital estará disponível no digital de 27 MHz, da Logi-
Espanha, temos mesmo a maior penetra- os computadores próximo mês por um preço tech.
ção da marca Logitech a nível mundial. portáteis. Com o de cerca de 250 euros. Também prestes a chegar
Temos uma grande reputação no mercado e criámos catálogo a postos Novos sistemas de colunas às lojas estão dois novos disposi-
uma imagem que se associa ao “design”, à qualidade e para o próximo Natal, que podem ser ligados ao tivos para jogar, o “joystick”
à facilidade de utilização. a Logitech dá várias PC, à consola de jogos, Freedom 2.4 Cordless e
A Logitech foi fundada como uma empresa de “sof- alternativas a todos os que ao DVD ou a outros o volante MOMO Racing
tware” e essa é uma grande vantagem. Ainda hoje querem dispensar os fios e não sistemas de Force FeedBack. O pri-
criamos o “software” que torna os produtos mais abdicam dos mais recentes equipa- som portáteis foram meiro utiliza a tecnologia de rádio
fáceis de utilizar e, para cada produto de “hardware” mentos em redor do computador. também lançados de 2,4 GHz que permite jogar a
que fabricamos, temos um “software” próprio. Por isso, Até agora, a Logitech não se dedi- pela Logi- tech. O Z-680 é cerca de 6 metros de distância
o utilizador pode ter confiança no suporte técnico da cara aos acessórios para telemóveis um sistema de som ”surround” e o segundo pode prender-se
Logitech, pois esta faz a assistência do programa e do mas esse é um mercado que a empresa 5.1 com 450 W de potência, a diferentes superfícies e vem
produto, o que leva à fidelização dos clientes. pretende conquistar. Por isso, dentro enquanto o Z-640, também acompanhado de pedais de
Em Portugal, considero que estamos no bom caminho. de dias, será lançado um modelo de com Dolby Digital 5.1, possui acelerador e travão de tama-
É um mercado que está muito evoluído, ao nível do auscultadores sem fios para telemó- 50 W de potência. Ambos os nho real.
retalho, e sempre se caracterizou por aceitar bem o veis que utiliza uma tecnologia de sistemas deverão estar dispo- Quanto a câmaras, a princi-
que há de tecnologicamente mais avançado, absor- radiofrequência e possui uma bateria níveis no próximo mês. pal novidade da Logitech é a Qui-
vendo os novos produtos. Desta forma, será possível com capacidade para cerca de sete Novos conjuntos de ckCam Cordless, a primeira câmara
alcançar, em pouco tempo, a mesma penetração dos horas de conversação e 250 horas em teclado e rato sem fios foram sem fios lançada pela
produtos da Logitech que se verifica no mercado modo de espera. Com também lançados pela Logi- empresa, que utiliza
espanhol. estes auscultadores, tech. Um deles é o Cordless tecnologia de rádio a
Em relação à Europa do Sul, é importante apostar que integram botões Desktop Comfort, um conjunto 2,4 GHz e permite
agora no mercado italiano, que está mais atrasado do para o atendimento de cor preta que custa cerca de 130 captar imagens a
que o mercado ibérico. O objectivo é tentar aplicar das chamadas e ajus- euros. O Cordless Desktop Comfort uma distân- cia de 25 metros do
as técnicas que se adoptaram em Espanha e Portu- tamento do volume possui teclas especiais que podem receptor. Com um microfone embutido,
gal, pois a quota de mercado em Itália ainda pode do som, o utilizador ser programadas para o acesso à esta máquina permite tirar fotografias
melhorar. pode continuar a con- Internet, ao correio e gravar vídeos com
Entrámos agora em novas áreas, como a dos acessórios versar mesmo que electrónico, a moto- I S A B E L G O R J Ã O S A N T O S uma resolução de 640 x
para telemóveis e das colunas de som. Trabalhamos há se encontre a três res de busca e a um 480 pixels. Uma câmara
dez anos numa tecnologia própria de radiofrequência, metros do telemóvel. conjunto de “sites” favoritos. A para computadores portáteis, a Quick-
semelhante ao Bluetooth, que tem como objectivo A par deste modelo acompanhá-lo está o Cordless Mou- Cam Pro Notebooks, de 1,3 megapixels
“acabar” com os cabos. Aliás, esse objectivo tem sido sem fios, a Logitech seMan Optical, um rato de e com uma resolução de 640 x 480, está
aplicado a todos os produtos. Primeiro, foram os ratos, lançará também uma sensor óptico que pode ser já disponível por cerca de 120 euros.
depois os teclados e finalmente os controladores para gama de seis auscultado- utilizado num raio de 2 metros A esta juntam-se ainda dois novos
jogar. Agora temos também um receptor que se pode res para telemóveis. Estes a partir do receptor graças à modelo para ligar ao PC, a Qui-
ligar a qualquer telemóvel, convertendo-o em equipa- modelos, com fios, estarão disponíveis tecnologia de radiofrequência da ckCam Pro 4000 e a QuickCam
mento com comunicação através de radiofrequência em diferentes cores e formatos. Logitech. Para além deste modelo, Zoom, que incluem “zoom”
— o mesmo que o Bluetooth mas sem ser Bluetooth. Um dos novos produtos da Logi- foram ainda lançados o Cordless digital e permitem aos uti-
Durante muitos anos, a Logitech tentou entrar no tech que poderá encontrar bastante Desktop Optical, que custa 135 lizadores captar imagens
mercado do áudio mas não tinha um elemento dife- eco entre os estudantes e todos aqueles euros, o Cordless Desktop com 1,3 megapixels e
renciador. Quando lançámos os teclados, o elemento que frequentemente precisam de tirar Navigator (100 euros) e o uma resolução de 640
diferenciador era o facto de não terem fios mas, em apontamentos de aulas ou de reuniões, Cordless Desktop Deluxe x 480. Estas câma-
relação ao áudio, nunca tivemos uma característica é a caneta digital Logitech Io. Imagine (82 euros). Os ratos que ras estarão dispo-
importante que nos distinguisse dos outros. Por isso, uma caneta de aparência normal mas fazem parte destes conjun- níveis no próximo
comprámos a Labtec, juntando a sua engenharia ao com memória para registar o que é tos são os MouseMan Optical, Opti- mês e completam a lista
“design” da Logitech, e só agora lançámos uma família escrito, até 40 páginas, e um carre- cal Mouse e Cordless Wheel Mouse, de novidades que a Logitech vai em
completa de produtos. gador que permite passar as notas ou respectivamente. breve fazer chegar às prateleiras da
O mercado europeu é muito diferente do norte- desenhos para o computador. No que diz respeito a ratos, lojas. ●
americano. Por exemplo, quando ocorreu o 11 de Embora esta foram ainda lançados os
Setembro, superámos todas as nossas previsões caneta não modelos MX 700, MX
relativas às vendas de teclados e outros produ- 500 e MX 300, os
tos para a Internet, como as câmaras. As pessoas
tinham medo de enviar correio — por causa do
Antrax —, tinham medo de sair de casa e não
queriam perder a possibilidade de ver as outras
pessoas. E nós temos todos esses equipamentos.
Assim como o lema da Intel é “Intel inside”, o nosso
é “Logitech outside”. ●

Depoimento colhido por Isabel Gorjão Santos

computadores .8 S E G U N D A - F E I R A . 2 1 . O U T U B R O . 2 0 0 2
 PIRATARIA DE ‘SOFT WARE’ PODE SER BENÉFIC A PARA AS EDITORAS
Prejuízos calculados
MICROSOFT voltou na
A
semana passada a mais utilizadores
apelar à criação de
um sistema legal para
evitar a pirataria de
“software”. O apelo foi feito na
China, país com 94 por cento de
“software” ilegal mas também com
um enorme potencial de mercado.
Rick Rashid, responsável pela
Microsoft Research, referiu em
Pequim à agência Reuters que
“podem-se activar medidas para
tentar reduzir a pirataria, e já
temos algumas no Windows e no
Office; mas, se o sistema legal não
nos apoiar, se não estiver conce-
bido para proteger a propriedade
intelectual, nunca irá funcionar”.
Nos últimos dois anos, segundo
a Business Software Alliance
(BSA), houve um crescimento mun-
dial de 3 por cento da cópia ilegal
de “software” (ver “Uso Ilegítimo do
‘Software’ Atinge os 40 por Cento”,
Computadores de 17-06-2002). Esta
cópia ilegal afecta o crescimento
das empresas de “software”. No
entanto, nem sempre os dados for-
necidos pelas associações do sector
dão conta de como a pirataria pode
revelar-se benéfica a longo prazo
para as empresas.
Os dados da BSA não contabili-
zam a instalação do chamado “sof-
tware” de “open source” — como o
sistema operativo Linux ou a “suite”
StarOffice, cuja cópia é legal —, o
que desvaloriza a fiabilidade dos
seus dados, recolhidos nas empre-
sas associadas e pela pesquisa
de mercado efectuada pela Meta-
facts. Os inquéritos desta empresa
incidem apenas sobre o tipo de
“software” usado pelas empresas
associadas da BSA, não figurando
a concorrência do “open source”,
confirmou, em Junho passado, Dan
Ness, analista da Metafacts. Como
se não fosse suficiente, a própria
Microsoft (fundadora e membro da
BSA) apresentou uma reclamação
em Outubro de 2001 quanto aos
números da associação: “Os dados
oficiais da BSA reivindicam um
quarto das instalações de ‘software’
a partir de uma cópia mas é mais
70 ou 80 por cento”, afirmava à
Vnunet.com Julia Phillpot, respon-
sável na Microsoft pelo “marketing”
antipirataria.
Entre o prejuízo e o descré-
dito, surgiu em Junho passado
um “working paper” de Carlos
Osorio, investigador da Harvard
University e do Media Labora-
tory, do Massachusetts Institute
of Technology (MIT), acessível em
http://itc.mit.edu/itel/docs/2002/
osorio_ICS_workingpaper.pdf. Em
“A Contribution to the Understan-
ding of Illegal Copying of Software:
Empirical and analytical evidence
against conventional wisdom”, ele
analisa as causas da cópia ilegal
de “software” e os seus efeitos no
mercado em 66 países entre 1995
e 2000.
De acordo com o estudo, os cons-
trangimentos na oferta, a falta de
suporte pós-venda e as caracterís-
ticas do quadro legal “são motivos
maiores para a cópia ilegal”. Osorio
confirma existir um nível de cópia
ilegal que não passa de um “meca-
nismo eficiente para a criação de
mercado”. Ou seja, o permitir-se
“a cópia ilegal em certos países e
durante algum tempo pode ser uma
decisão geradora de lucros a longo
prazo, especialmente em países com
mercados pouco desenvolvidos de
‘software’ e na presença de ‘software’
de ‘open source’”. As empresas de
“software” exclusivo e “proprietário”
podem impor pontualmente os seus
direitos de autor e de propriedade
intelectual mas em resultado de um
processo de decisão racional.
Osorio refere que, “apesar de o
custo dos programas ter decrescido
com o tempo, o da a cópia ilegal
também diminuiu”. No caso das
redes, elas são importantes porque,
em termos de utilizadores globais,
“estimulam o pro-
cesso de difusão do PEDRO
‘software’ através do
passa-palavra” (criando o chamado
“efeito de rede”). “Desta forma,
geram indirectamente um efeito
positivo adicional para a empresa
de ‘software’.”
Outros investigadores, citados
por Osorio, concluíram em 1997
que “uma marca capaz de construir
uma larga base de utilizadores
— não necessariamente com o
melhor produto — tem uma maior
probabilidade de triunfar a longo
prazo”. Em 2001, outro estudo
propôs um modelo de análise de
perda de vendas associada à cópia
ilegal, “sugerindo que as empresas
de ‘software’ tendem a exagerar a
avaliação das perdas” ao “assumi-
rem que todo os programas ‘pira-
teados’ seriam vendas legais se a
cópia ilegal fosse impossibilitada”.
Outros trabalhos revelam que “os
produtores de ‘software’ poderiam
mais provavelmente gerir a cópia
ilegal de forma mais eficiente atra-
vés de baixas nos preços do que pela
coacção” legal.
S E G U N D A - F E I R A . 2 1 . O U T U B R O . 2 0 0 2
Para Carlos Osorio, estes tra-
balhos sugerem que a cópia ilegal é
uma resposta social às condições de
fornecimento inadequado — quando
não incorpora necessidades locais,
como a língua, o suporte pós-venda
ou serviços complementares — a
regras que justificam a duplicação
da versão original dos programas e,
em terceiro, quando o custo da cópia
ilegal é inferior ao preço da licença
do programa.
A tendência actual para fazer
frente ao problema pretende forçar
mudanças legislativas, aumentar os
impostos dos equipamentos de cópia
e compensar os detentores dos direi-
tos — mas há “formas mais efectivas”
de lidar com o problema, nomeada-
mente nos países com mercados em
desenvolvimento.
FONSECA As empresas podem
“baixar os preços,
adaptar o ‘software’ às necessida-
des locais e aumentar localmente
a presença e a disponibilidade dos
serviços”. Mas, segundo o autor, “será
mais fácil, menos arriscado e talvez
mais lucrativo forçar os países com
baixos rendimentos a apostarem em
mudanças legislativas do que a inves-
tir em melhores produtos e satisfazer
melhor os mercados”.
Outra vertente do problema é o
aparecimento de alternativas como
as aplicações em regime de “open
source” (por contraposição ao “closed
source” das grandes empresas).
Osorio refere que o primeiro mina
o mercado das empresas de “closed
source” mas que elas “necessitam
da sua base de utilizadores ilegais
para enfrentar a difusão do ‘open
source’” e daí retirarem benefícios”.
Ou seja, ao ampliar a rede de utili-
zadores, legais ou ilegais, as grandes
empresas “prendem” os utilizadores,
minimizam o incentivo a mudar
para uma rede de menor valor (caso
do “open source”), geram o passa-
palavra que atrai
e aumentam o
valor potencial da
sua rede de utili-
zadores.
Osorio avança
com o índice de
81,29 por cento
de “software”
ilegal em termos
de mercado total,
valor abaixo do
qual o efeito global
da cópia ilegal
sobre o mercado
seria negativo.
Pelo contrário,
com valores supe-
riores, o resultado
seria positivo.
O exemplo
apontado é o do
Vietname, país
com a maior inci-
dência de pirata-
ria de “software”
a nível mundial
(97 por cento),
onde apenas 21
mil em 700 mil
utilizadores estão
legais. “Numa
perspectiva de
criação de mer-
cado, ter apenas 21 mil utilizadores
(todos legais) é muito diferente de
ter 679 mil, que — embora ilegais no
momento — estão a ajudar à difusão
do produto e poderão ser transfor-
mados em utilizadores legais por
diferentes formas”.
Obviamente que a escala do
mercado influi nesta análise e
mercados pequenos não gerarão os
mesmos incentivos. Quanto maior
for o mercado legal, mais incentivos
as empresas terão para o fornecer
e servir. “O facto de este ‘novo
mercado’ ser de utilizadores ilegais
apenas modifica a estratégia apro-
priada para o captar”, diz Osorio.
Poderá esta conjuntura ser
modificada legalmente? Entre 1995
e 2000, a cópia ilegal decresceu nos
países analisados pela BSA; por
outro lado, se as consequências
legais são pesadas, existe uma
opção “open source” com custos de
mudança mais reduzidos do que
ser-se apanhado com “software”
ilegal. Por fim, se a cópia se tornar
legalmente impossível, a dimensão
da rede de utilizadores seria menor.
Em resumo, há quatro factores
simultâneos propiciadores da cópia
ilegal: o preço do “software”, a jus-
tificação social da cópia pela (falta
de percepção dos direitos de autor
e do quadro legal aplicável, a falta
de adequação às necessidades locais
(que diminuem o valor intrínseco do
“software”) e, finalmente — sobre-
tudo, em mercados menos compe-
titivos — , a falta de qualidade do
suporte pós-venda.
Os resultados do estudo demons-
tram que nem todos os utilizadores
ilegais passam a ser legais e que
há “grandes incentivos” para que
as editoras deixem a cópia ilegal
atingir certos níveis e, a partir daí,
alcancem uma maior quota do mer-
cado legal, alicerçada na coacção
jurídica. ●
Inforpor 2002
abre no dia 24…
“Tecnologia, Média e
Telecomunicações” será
o mote da 19ª edição
da Inforpor, que abre as
portas entre 24 e 27 de
Outubro na nova FIL,
no Parque das Nações
(Lisboa). Segundo a
organizadora Certame,
cerca de 200 expositores
estarão presentes naquela
que será, a “única feira
de negócios e novas
tecnologias de referência
a decorrer em território
nacional”.Fomentar
oportunidades de
negócio que contrariem
a tendência recessiva
instalada no sector das
tecnologias de informação
(TI) é um dos objectivos
apontados para a edição
deste ano. Tal como no ano
passado, a Inforpor 2002
ocupará dois pavilhões
da FIL, no Parque das
Nações, num total de 20
mil metros quadrados.
Nos dois primeiros dias,
o espaço da feira será
apenas visitado por
profissionais do ramo, a
fim de potenciar negócios
e optimizar contactos
entre empresas nacionais e
internacionais. Nos dois do
fim-de-semana e a troco
de 5 euros, a Inforpor 2002
abrirá as portas ao público
em geral interessado
nas tecnologias, média e
telecomunicações (TMT). ●
… com cinco
áreas temáticas
De acordo com os
números divulgados
pela Certame, a Inforpor
recebeu 36.646 visitantes
em 2001, dos quais
82,89 por cento foram
profissionais. Os quatro
dias da feira, além
de proporcionarem
oportunidade para o
lançamentos de novos
produtos e serviços,
contarão ainda com
debates conduzidos por
jornalistas e profissionais
da área. A fim de se
fazer eco das tendências
do mercado e das
estratégias das empresas,
a Inforpor 2002 estará
organizada em cinco áreas
temáticas (tecnologias
da informação; “software”,
soluções e serviços na
Internet; multimédia e
média; telecomunicações,
produtos e serviços
financeiros) e terá
expositores oriundos
de 37 sectores de
actividade. O certame
dispõe de um sítio
na Web ( http:
//www.inforpor.pt
), onde também é
disponibilizada a
informação mais
actualizada e uma base
de dados com todos
os expositores desde
2000. ●
computadores .9
 WEBMANIA

C om a Internet, é possível simplificar centenas de tarefas quotidianas: verificar extractos bancá-

rios, procurar determinada morada ou comprar presentes com apenas alguns cliques no rato.

O BEIJO
O portal proposto também poderá ser visto como um facilitador, pois nele se poderá procurar a
definição ou a tradução de um determinado termo ou vocábulo, inclusive em português. Os seus
responsáveis afirmam que “nenhuma palavra é demasiado complicada para este motor de busca”,
que indexa mais de 800 dicionários “on-line” e quatro milhões de vocábulos. Através do seu sis-
tema de pesquisa, fácil de utilizar, os internautas poderão definir, traduzir ou procurar determinada
palavra ou palavras, mediante a opção seleccionada na sua página inicial. Para os utilizadores do
Internet Explorer que pretendam aceder aos dicionários OneLook de um qualquer outro sítio têm a
possibilidade de fazê-lo, bastando instalar no seu computador, a partir do OneLook, um menu que
apresentará a opção “Find Definitions” de cada vez que sublinhar determinada palavra com o botão
direito do rato. ● mulher.aranha@publico.pt

http://www.onelook.com

W
WEBBMMAANNI IAA
http://www.
museumofsex.com
http://www.estadomaior.com http://www.intuitor.com/
moviephysics
http://www.seatguru.com

I naugurado em versão “off-line” no

início do mês, o Museu do Sexo
de Nova Iorque propõe-se preservar
C onsternados com o desrespeito
pelas leis da ciência nos filmes da
actualidade, os responsáveis por este
a história, a evolução e o significado sítio não têm medo de fazer valer a sua
cultural da sexualidade humana, posição e pretendem educar os rea-
promovendo exposições, programas
e publicações. No sítio é possível
recolher algumas informações sobre
lizadores de Hollywood. Estes críticos
criaram um sistema de classificação
para catalogar “gaffes” na área da física,
R esultado das muitas e minuciosas
notas tiradas pelo responsável de
cada vez que viaja de avião, o SeatGuru
o museu, as exposições e os seus que vai desde a sigla GP, que equivale poderá ser de grande utilidade para

N o endereço da Web deste bar de

objectivos. Actualmente, está patente
uma mostra denominada “NYC Sex:
How New York City Transformed Sex
in America”, que analisa as subculturas
sexuais do passado e do presente da
cidade, e investiga a sua influência no
desenvolvimento das atitudes moder-
nas face ao sexo e à sexualidade. Parte
histórica, parte educacional, parte de
entretenimento, com esta exposição, o
museu oferece uma viagem através da
paisagem sexual da Big Apple desde
meados do século XIX até à actuali-
dade, através de fotografias, cartazes,
arte, objectos, documentos, filmes e
até bonecos animados. ●
existência real na vila de Caneças,
os visitantes poderão encontrar quatro
grandes áreas onde se apresenta não só
o bar propriamente dito e a sua agenda
de actividades mas também se dá
espaço para os cibernautas interagirem
com o sítio e com os responsáveis deste
projecto através de um fórum. Também
é possível encontrar os espaços de crí-
tica musical e de receitas de “cocktails”,
assim como o menu servido diaria-
mente. De futuro, o sítio pretende apre-
sentar novas áreas de agenda cultural
da parte norte da Área Metropolitana
de Lisboa, como também uma agenda
e críticas dos grandes concertos que se
vão realizando em Portugal. ●
a “Boa Física”, à sigla XP, cujo significado
traduzido dará algo como “Física de
um Universo Desconhecido”. Nos mais
bem cotados em termos científicos os
internautas poderão encontrar “Sete
Anos no Tibete” e “Caminho de Perdi-
ção”. Entre os piores, a escolha é maior,
com “Armageddon”,“Star Wars: Episode I
- The Phantom Menace” e “o Planeta dos
Macacos” a constarem da lista. As análi-
ses explicam cuidadosamente o porquê
das classificações atribuídas. ●
todos aqueles que costumam optar
pelo mesmo meio de transporte. O sítio
propõe-se ajudá-lo a encontrar o lugar
perfeito em determinados modelos de
aviões, entre os Airbus, os Boeing ou os
Fokker. Pretende voar num Boeing 757-
200 da American? Então evite os lugares
15A e 15F mas saiba, por exemplo, que,
se calhar na fila 17, poderá considerar-
se um passageiro sortudo. Actualmente,
o portal só contempla as companhias
aéreas American, Continental, Delta,
US Airways e United Airlines mas, num
futuro próximo, a intenção é acrescen-
tar os modelos e os respectivos mapas
utilizados por outras transportadoras
internacionais. ●

http://www.chip7.pt/imagemdigital

I nteiramente dedicado à imagem digital, neste novo sítio de comércio electrónico da responsabili-
dade da Chip7, os cibernautas poderão encontrar bastante material relacionado com a fotografia
digital, nomeadamente produtos e acessórios. Na fase de lançamento, a Chip7 está a oferecer os portes
de envio para encomendas de máquinas digitais, numa oferta válida até dia 30 de Novembro, não só
para Portugal Continental como também para os arquipélagos dos Açores e da Madeira. Para breve,
prevê-se a criação de uma área de tutoriais (onde o funcionamento das máquinas digitais disponíveis
no sítio constará de um resumo explicativo) e o lançamento de uma “newsletter” criada especificamente
para este tipo de produtos.. ●

computadores .10 S E G U N D A - F E I R A . 2 1 . O U T U B R O . 2 0 0 2
 .com

Microsoft cresceu 26 por cento no trimestre
A Microsoft anunciou, na passada semana, os seus resul-
tados relativos ao seu primeiro trimestre fiscal de 2003,
iniciado no passado mês de Julho, tendo registado uma
facturação de 7750 milhões de dólares, o que significa
um crescimento de 26 por cento face aos 6130 milhões
de dólares do período homólogo do ano anterior. Neste
trimestre, os resultados operacionais foram de 4050
milhões de dólares, enquanto, no mesmo período de 2002,
esse valor foi de 2900 milhões de dólares. Os resultados
líquidos e os resultados por acção no primeiro trimestre
fiscal de 2003 foram de 2730 milhões de dólares e 0,5
dólares por acção, respectivamente, o que inclui custos
após impostos para perdas em investimentos de 291
milhões (0,05 dólares por acção). Entre as principais
razões para estes resultados estão as vendas do Windows
XP, do Office XP e do .Net Enterprise Server. A versão
empresarial do Windows representou 63 por cento das
vendas de sistemas operativos e, desde o lançamento, em
Outubro de 2001, foram vendidas mais de 67 milhões de
cópias do Windows XP. ●
Nichia vê reconhecida patente do LED
Numa decisão que poderá ter vastas consequências,
um tribunal de Tóquio decidiu que a Nichia Chemical,
onde trabalhou o inventor do lucrativo LED (“light-
emitting diode” ou díodo emissor de luz) azul é a deten-
tora legal da respectiva patente. Shuji Nakamura,
hoje professor na Universidade da Califórnia (EUA),
processou a Nichia Chemical em 16 milhões de dólares,
alegando que não fora suficientemente compensado
pelos lucros que a sua invenção trouxera à empresa.
O seu pedido foi recusado quando o tribunal de Tóquio
confirmou que era a Nichia Chemical a detentora legal
da patente. Nakamura poderá agora recorrer desta
decisão. A patente do LED azul, que consome menos
energia do que as normais lâmpadas, representa uma
facturação de cerca de 50 mil milhões de ienes (4 mil
milhões de dólares) para a Nichia, uma empresa do
Sudeste do Japão onde Nakamura trabalhou durante
duas dezenas de anos. ●
Ciena despede 17 por cento
A Ciena anunciou que procederá a uma redução do
número de trabalhadores afectando 450 pessoas (17 por
cento do total). No mês passado, a empresa anunciou
perdas líquidas e um declínio das vendas de 89 por cento
relativas ao terceiro trimestre fiscal, e adiantou que já
tinha dispensado 225 trabalhadores e deveria ainda
vir a eliminar mais 110 postos de trabalho. No início
do ano, este fabricante de equipamentos ópticos para
telecomunicações, já extinguira 1050 postos de trabalho
para reestruturar as suas operações perante um mercado
das telecomunicações fragilizado. “As acções levadas a
cabo fazem parte dos esforços da Ciena para regressar
aos lucros o mais cedo possível, sem sacrificar o que
acreditamos ser as futuras vendas e oportunidades de
crescimento”, adiantou Gary Smith, presidente e CEO
da Ciena. Os últimos despedimentos da Ciena levarão
a empresa a poupar 50 a 55 milhões de dólares por ano,
incluindo 25 a 30 milhões em custos operacionais. ●

Nokia facturou 5600 milhões de euros

A Nokia Mobile Phones apresentou, na passada semana,
os seus resultados relativos ao período de Janeiro a
Setembro deste ano, tendo alcançado um volume de
negócios de 5600 milhões de euros, mais 7 por cento que
no mesmo período do ano anterior. No global, a Nokia
registou um crescimento de 2 por cento nas suas vendas
líquidas referentes ao terceiro trimestre de 2002, tendo
os lucros operacionais chegado aos 859 milhões de euros.
Os lucros líquidos situaram-se nos 610 milhões de euros
e os lucros por acção foram de 0,13 euros. O “cash flow”
operacional relativo ao terceiro trimestre atingiu os 2200
milhões de euros. Na área de telemóveis, os lucros che-
garam aos 25 por cento e as perspectivas do grupo Nokia
para o próximo ano apontam para um crescimento de 2 a
5 por cento, ou seja, vendas entre os 8900 e 9200 milhões
de euros. Neste ano, a Nokia prevê vender cerca de 400
milhões de telemóveis. ●

Logitech cresceu 14 por cento

Os resultados da Logitech no primeiro trimestre fiscal
de 2002 foram 14 por cento superiores aos alcançados
no mesmo período do ano anterior, tendo a empresa
registado um volume de negócios de 195 milhões de
dólares. Os resultados de exploração foram de 12,6
milhões de dólares, o que equivale a um aumento de
55 por cento face ao mesmo período do ano anterior.
Os lucros líquidos foram de 10,8 milhões de dólares
(0,22 dólares por acção), 71 por cento acima do valor
registado em igual período de 2001. Quanto às vendas
a retalho, cresceram 16 por cento, representando 81
por cento do total das receitas deste trimestre. As
vendas para outros fabricantes cresceram 8 por cento,
os conjuntos de teclado e rato registaram um aumento
nas vendas de 84 por cento e também se verificou um
crescimento de 61 por cento nas vendas de “dualcams”.
“Apresentámos resultados sólidos num trimestre que
é, historicamente, o ponto mais baixo do nosso ciclo
anual, graças à resposta positiva dos consumidores a
uma oferta ampla e a uma eficaz gestão de custos”, con-
siderou Guerrino Luca, presidente e director executivo
da Logitech. ●

Philips reestrutura divisão de componentes

A Royal Philips Electronics vai levar a cabo um plano para
reduzir os custos e simplificar a estrutura e organização
das actividades de electrónica, o que implicará a dissolu-
ção da divisão de componentes. O objectivo da empresa
é regressar aos lucros na área do armazenamento óptico
e a nova estrutura agregará actividades hoje dispersas
por diferentes divisões. Assim, a Philips integrará a sua
actividade nas telecomunicações com a de Mobile Display
Systems e transpô-la-á para a divisão de semiconduto-
res, passando a existir na empresa uma única área de
soluções completas e integradas para os mercados de
telecomunicações e computadores de bolso. Também
algumas áreas ligadas aos ecrãs digitais e à conectividade
sem fios, incluindo o grupo de controlos remotos Pronto,
serão integradas na divisão de electrónica de consumo.
A empresa concretizará também um programa de rees-
truturação da divisão de armazenamento óptico a fim de
voltar aos lucros nesta área. Várias opções estão a ser
analisadas e as decisões serão anunciadas em breve, mas
o objectivo é alcançar uma melhor posição no mercado e a
adopção da norma DVD+RW. ●

S E G U N D A - F E I R A . 2 1 . O U T U B R O . 2 0 0 2 computadores .11
 FICHA S H A R E WA R E

REASON 2.0

Mais um estúdio
de áudio dentro do PC
REASON é uma das

Editor
Rui Jorge Cruz
Redactores, colaboradores
e cronistas
Ana Gerschenfeld, Ana Machado,
André Ruivo, António Granado,
Casa dos Bits, Fernando Fraga,
Helena Viegas, Henrique Carreiro,
Henrique Saias, Isabel Gorjão
Santos, João Cruz, José Antunes,
José Doutil, Luís Félix, Miguel
Crespo, Nuno Bernardo, Paulo
Almeida, Pedro Fonseca, Rita
Cruz, Rita Hasse Ferreira
Secretariado
Ana Lúcia Zacarias
Paginação
Ana Carvalho, Ivone Ralha,
Hugo Pinto, Jorge Guimarães
Projecto Gráfico & Designer
Luis Carlos Amaro/
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Assinatura anual (52 exemplares):
Portugal €36.40
Europa €117.00
Resto do Mundo €189.80
Desconto na assinatura anual
para escolas e instituições de
solidariedade social. Preços
especiais para Macau, Timor, São
Tomé e Guiné. Os preços incluem
IVA à taxa legal em vigor.
O
mais populares apli-
cações destinadas
à produção musical
assistida por compu-
tador. Editada pelos suecos da
Propellerheads, responsáveis por
outros produtos de grande sucesso,
como o ReCyle e o Rebirth, este
produto tem ocupado as páginas
das revistas da especialidade e
conquistado espaço nos discos
rígidos de muitos computadores
pessoais. E não é para menos.
O Reason é o verdadeiro “todos-
em-um”: numa só aplicação, o
utilizador pode contar com versões
em “software” de quase todos os
equipamentos que se encontram
nos estúdios profissionais - por
muito menos dinheiro e ocupando
muito menos espaço.
Para quem não conhece, o
Reason é um estúdio completo
de produção de áudio, que usa o
conceito de “rack” virtual, onde é
possível encontrar sintetizadores,
caixas de ritmos, “samplers”, pro-
cessadores de efeitos e uma mesa
de mistura — ou seja, tudo aquilo
que os músicos profissionais usam
para compor os seus temas de
sucesso. As conexões entre estes
módulos são realizadas com os
“cabos” virtuais que o “software”
disponibiliza. O objectivo: tornar
o processo de criação musical em
algo simples e acessível a qual-
quer utilizador informático!
Como é definido no próprio
“site” do fabricante, o Reason é
uma “workstation” musical infini-
tamente expansível,
em CD-ROM, com- NUNO BERNARDO
pleta com seu próprio
sequenciador, que permite “ali-
nhar” todos os sons numa sequên-
cia de 4 minutos a que chamamos
canção. Agora na sua versão 2.0,
recentemente lançada, conta com
novos módulos e recursos. O novo
sintetizador Malström, promete
gerar sons antes inimagináveis,
oferecendo uma interface bastante
intuitiva, inclusive processando
sinais gerados por outros módulos, tes no Reason agora também têm
como uma bateria, por exemplo.
Na lista de novas funcionalida- o utilizador pode sincronizar os
des, encontramos ainda o NN-XT
Advanced Sampler. Um “sampler”
é um instrumento que emite sons
e melodias a partir de sons gra-
vados de instrumentos reais. Por
exemplo, o “sampler” pode ler um
som de um piano de forma a que
o compositor toque sons de piano
sem que possua um
piano real. Segundo
a Propellerheads, o
objectivo desta nova ferramenta é
acabar com os problemas de inter-
face encontrados em aplicações
semelhantes mas com todo o poder
que a mais recente tecnologia pode
proporcionar em filtros, envelopes
e LFO! Importa referir que não só
o Malström e o NN-XT possuem os
LFO sincronizáveis com o tempo,
pois todos os dispositivos existen-
esta característica! Ou seja, agora
seus efeitos e sons com as batidas
da música!
Além do “sampler”, o utilizador
recebe uma biblioteca completa de
sons que simulam uma orquestra
real — o Orkester NN-XT Sound
Library. Estes sons foram grava-
dos para casarem perfeitamente
com os sons produzidos pelos
demais módulos do Reason, com
vários estilos presentes, desde
simples sons até composições
completas. Imagine possuir uma
orquestra dentro do seu PC pronta
a responder às instruções da sua
batuta — neste caso, do seu rato.
O utilizador poderá comprar, em
sítios da Web da especialidade,
diversos CD-ROM contendo cen-
tenas de outros sons, que poderá
usar na aplicação. Cada CD-ROM
está organizado por estilo musical,
podendo, assim, encontrar sons
que o ajudam a compor desde
música pop até música techno.
Na versão 2.0, o sequenciador
— módulo que permite alinhar
numa sequência os sons emitidos
pelos outros módulos sonoros —
pode agora ser separado do “rack”
virtual e arrastado para qualquer
lugar do ecrã. Ou seja, se o utiliza-
dor é um feliz proprietário de dois
monitores, poderá ter o estúdio
completo (organizado na “rack”
virtual) no primeiro monitor e o
sequenciador no segundo monitor.
Novas ferramentas foram adicio-
nadas ao sequenciador, ampliando
ainda mais a flexibilidade na
edição de sons, melodias e temas
musicais.
Internamente, o Reason sempre
trabalhou a 32 bits; porém, a mani-
pulação de sons estava limitada a
sons de 24 bits. Agora, na sua nova
versão, o Reason suporta a mani-
pulação nativa de sons de 32 bits,
com a resolução de bits completa
sendo usada em todos os estágios
de processamento. Trocado por
miúdos, isto significa que a qua-
lidade de som que se pode extrair
da aplicação é comparável ao que
de melhor se encontra nos estúdios
profissionais. Adicione-se uma boa
placa de som e boas colunas, e con-
seguir-se-á criar os seus temas com
uma qualidade sonora nunca antes
pensada para um PC doméstico.
O Reason 2.0 está disponível
para as plataformas Windows e
Macintosh, suportando o MacOS
X. Ou seja, quem tiver um Power-
Mac ou um iMac com OS X, o
Reason 2.0 tirará todo o proveito
possível das potencialidades de
processamento de som desta pla-
taforma, sem necessitar de placas
extra ou de “software” adicionais.
Os utilizadores de PC continuam
a ter de usar um placa compatível
com a norma ASIO.
Se ficou curioso com as fun-
cionalidades desta aplicação
destinadas à produção musical,
recomenda-se uma visita ao sítio
da Propellerheads na Web (http:
//www.propellerheads.se/). Lá há
mais informações sobre o pro-
grama e se pode obter uma cópia
de demonstração, a fim de analisar
as suas potencialidades. Findo o
prazo de testes, terá de se despen-
der quase 500 euros para ter uma
versão registada — talvez um valor
exagerado para quem tem apenas
o “hobby” da composição musical
mas um excelente preço se se aten-
der à quantidade e à qualidade de
aplicações e ferramentas ofereci-
das pelo programa. ●

computadores .12 S E G U N D A - F E I R A . 2 1 . O U T U B R O . 2 0 0 2
 SONY PREPARA GRAVADOR DE T V PARA A PLAYSTATION 2
Primeiro o ‘on-line’
depois o vídeo
passo da
O
PRÓXIMO
Sony na “guerra” das
consolas é tornar a
sua PlayStation 2
num gravador digi-
tal de vídeo, permitindo registar
emissões de televisão. Agora que
já é possível — nomeadamente
nos Estados Unidos desde Agosto
— ligar a consola à Internet, este
é o passo seguinte no caminho da
transformação das consolas em
verdadeiros centros de entreteni-
mento doméstico.
No entanto, este passo implica
a aquisição de um disco rígido, que
ainda não tem data marcada para a
sua disponibilização no mercado. O
espaço para este disco sempre existiu
dentro da consola, bastando levantar
uma tampa na sua parte traseira.
Aliás, a Sony, apesar de confirmar a
intenção, prefere não dar muito por-
menores. “A nossa ideia é que os con-
sumidores criem redes domésticas e
façam a gestão dos seus conteúdos
televisivos preferidos”, explicou Keni-
chi Fukunaga, porta-voz da Sony
Computer Entertainment.
A Sony está a tentar transfor-
mar a PlayStation 2 (PS2) — que
já vendeu 40 milhões de unidades a
nível mundial, dos quais 10 milhões
apenas desde Maio — num aparelho
de entretenimento doméstico que
permita fazer compras “on-line” e
gravar música e filmes. A concreti-
zar-se, este passo dará à Sony uma
vantagem sobre a sua rival Micro-
soft, que também aposta no negócio
do entretenimento doméstico como
grande fonte de receita futura.
Kenichi Fukunaga, sem preci-
sar, adiantou que a Sony poderá vir
a oferecer “kits” de sintonia (para
receber sinais de TV), discos rígidos
e “software” para gravação. A Sony
poderá, inclusive, lançar uma PS2
“melhorada” que tenha embutido o
sintonizador e outras funções. Esta
possível nova versão será lançada ini-
cialmente no Japão, disse Fukunaga,
acrescentando que o desenvolvimento
do produto está próximo da conclusão
mas que há alguns problemas para
resolver antes de se iniciar a comer-
cialização.
Um dos problemas é o posicio-
namento comercial do produto de
forma a que ele não afecte as vendas
dos gravadores de DVD da empresa:
“Os mercados são diferentes mas este
produto poderá abranger os dois”,
disse o executivo.
A Sony já dispõe, para a consola,
de “kits” de ligação à Internet por
banda larga, que incluem um adap-
tador de rede Ethernet, um disco
rígido de 40 gigabytes e um “bro-
wser”. Isto permite, além de jogar
“on-line”, arquivar músicas dos CD
e transferi-las para leitores portáteis
de música digital. O utilizador pode
também gravar fotos para exibi-las
num televisor ou num monitor de
computador.
O “kit” para ligação “on-line”
da PS2 custa 40 dólares e dirige-
se a quase um terço dos jogadores
frequentes — aqueles que afirmam
jogar via Internet. Com 13 jogos dis-
poníveis logo no arranque do serviço,
a Sony espera vender 400 mil adapta-
dores até o final do ano, mesmo assim
uma pequena percentagem dos mais
de 11 milhões de consolas já vendidas
nos Estados Unidos.
Mas um começo sustentado é o
que a empresa diz desejar. “O mais
importante, para começar, é que os
jogadores habituais percebam que a
qualidade a que estão habituados na
PS2 está a ser transferida para o ‘on-
line’”, declarou Kaz Hirai, presidente
da empresa, à Reuters.
As pessoas que jogam regular-
mente são o público mais importante
para as empresas, de acordo com um
estudo do Ziff Davis
Media Game Group, MIGUEL
já que gastam quase
97 dólares por mês com jogos. Esses
jogadores, concluiu a sondagem,
falam três vezes mais sobre os jogos
do que os utilizadores eventuais e
planeiam comprar cinco vezes mais
títulos do que a média num período
de dois meses.
S E G U N D A - F E I R A . 2 1 . O U T U B R O . 2 0 0 2
‘The Sims’
assegura
volumosos
patrocínios…
A próxima aventura da
série “The Sims” terá
os maiores patrocínios
alguma vez dedicados
a um videojogo. Isto
porque a sua editora,
a Electronic Arts,
assinou dois contratos
milionários, um
com a empresa dos
McDonalds (detentora
da imagem e da
franquia respectiva)
e outro com a Intel,
um dos maiores
produtores mundiais
de semicondutores.
Segundo a agência
Reuters, os contratos
prevêem que as duas
marcas surjam no
decorrer da acção de
“The Sims Online”, que
será lançado a tempo
do próximo Natal.
A série “The Sims”
tornou-se rapidamente
num sucesso, tendo
já vendido 19 milhões
de exemplares, soma
que dá direito a ser
o jogo para PC mais
vendido de sempre.
“Creio que este acordo
reflecte o crescente
reconhecimento
— pela restante
economia — de que
os videojogos se
converteram num
entretenimento global
com um público
alargado”, explicou à
Reuters Jeff Brown,
porta-voz da Electronic
Arts. ●
… da McDonalds
e da Intel
O acordo agora
celebrado entre a
Electronic Arts, a
McDonalds e a Intel
constitui mais um
passo na tendência do
sector dos videojogos
para aproveitar
estratégias de negócio
O maior adversário da Sony será assinaturas, fonte de receita muito típicas da indústria
o serviço Xbox Live, da Microsoft, a estável e desejada para empresas cinematográfica e
ser lançado em 15 de novembro nos envolvidas num sector onde o sucesso de Hollywood em
Estados Unidos — isto apesar de está longe de estar garantido”, expli- particular, como é o
as ofertas das empresas serem bem cou Jay Defibaugh, analista do Credit caso deste “marketing”
diferentes. A Xbox vai usar uma rede Suisse First Boston. integrado na acção.
única, montada pela Microsoft, que Os editores têm que alcançar Os pormenores destes
obriga ao pagamento de 50 dólares lucros, pelo menos durante mais contratos não foram
anuais. A Sony vai deixar às editoras alguns anos, com as vendas elevadas divulgados mas sabe-se
o desenvolvimento de serviços pró- dos jogos tradicionais (“off-line”), que a Intel terá o seu
prios para os seus jogos. enquanto os três fabricantes de logotipo no jogo e que
Os planos da Nintendo para o consolas travam guerras de preços, os computadores que
mercado “on-line” ainda não são estimulando a procura de “hardware” surjam em “The Sims”
claros. A empresa mostrou imagens e de “software” em simultâneo. indicarão que usam um
dos adaptadores de rede que pretende Mas as perspectivas a longo processador Pentium 4.
lançar neste ano para a GameCube prazo parecem menos luminosas do No jogo, os jogadores
mas não forneceu detalhes sobre os que muitos gostariam. Os elevados também poderão
jogos, o modelo do serviço ou mesmo a custos de desenvolvimento dos jogos comprar um “franchise”
data de arranque. tem vindo a crescer à medida que as da McDonalds e vender
CRESPO Apesar dos capacidades técnicas das consolas produtos da empresa.
avanços, o jogo “on- avançam rapidamente. Alguns ana- Pôr as personagens a
line” continua a ser encarado como listas previnem também para que os comer os alimentos da
um negócio arriscado mas os criado- jogos — vendidos por preços entre os cadeia de “fast food”
res japoneses estão a posicionar-se 50 e os 70 euros — parecem dema- também ajuda ao
de forma a não perderem o comboio siado caros em comparação com o seu desempenho no
quando ele começar a acelerar. preço das consolas e que os consu- desenrolar do jogo. ●
“Estamos a falar de receitas em cres- midores poderão começar a exigir
cimento e de um negócio baseado em também “software” mais barato. ●
computadores .13
computadores .14 S E G U N D A - F E I R A . 2 1 . O U T U B R O . 2 0 0 2
 JOGOS
‘BLADE II’, ‘MEN IN BLACK II: ALIEN ESC APE’ E ‘ THE SUM OF ALL FEARS’
Do cinema para casa
s relações entre cinema e video-
A
jogos parecem estar mais estrei-
tas que nunca, não havendo
praticamente nenhuma grande
produção de Hollywood cuja
estreia não seja acompanhada por um jogo
licenciado. Assim, o espectador pode ver o
filme e depois entrar na acção como se fosse,
ele próprio, o herói. Obviamente, há filmes
que se prestam mais à conversão que outros,
especialmente os que envolvem muita
acção e alguma estratégia.
Está nesse caso “Blade MIGUEL
II”, filme que volta a trazer
aos ecrãs a personagem da Marvel incar-
nada por Wesley Snipes. Meio homem
meio vampiro, Blade enfrenta todo o tipo
de vampiros e criaturas do outro mundo
— cenário perfeito para um jogo de acção
furioso, com litros de sangue a saltar por
todo o lado.
Em “Blade II” (o jogo), destaca-se o
sistema de combate a 360 graus esféricos,
permitindo que o herói seja literalmente
cercado por todos os lados por horas de
vampiros. É, então, altura de pôr em acção
a famosa espada de titânio e prata, que tem
a companhia de armas de fogo, granadas,
espetos, o boomerangue “glaive” e, claro, os
golpes de artes marciais do herói.
Mas, como Blade é meio vampiro, em
momentos de fúria esse lado vampiresco do
jogador permite extrair poderes inespera-
dos, como escudos protectores ou energia
extra. Para o ajudar, Blade tem o apoio
incondicional da Dr.ª Grant, o seu suporte
técnico. Como adversários, há três clãs de
vampiros: os Arcan, Byron e Karkov.
Sangrento até à quinta casa, em o filme (e respectivo jogo) chama-se “The
Título “Blade II”
“Blade” vemos corpos de vampiros a
serem dilacerados e desintegrados, num
Estilo Acção 7
/10
Sum of All Fears” e gira à volta do desapa-
recimento de uma bomba nuclear.
Plataforma PS2
expoente superlativo do “gore”, pelo que Com este cenário mais que perfeito, o
não se trata de um jogo para estômagos Produtor Activision jogador é levado a vestir o uniforme e a
fracos nem para menores de idade, física Distribuidor Ecogames entrar no campo de batalha com alguns
ou psicologicamente. Edição Outubro 2002 colegas. As missões são muitas e varia-
Um pouco mais calmo, até pelo humor das, e o jogo segue as modas actuais,
envolvido, é “Men in Black II: Alien Escape” Título “Men in Black II: seja pela existência do indispensável
(“MIB”). Neste jogo, os dois homens de Alien Escape” 7
/10 modo “sniper”, seja pela forma como
negro, os agentes Jay e Kay, têm mais Estilo Acção se interage com o cenário — e vale a
uma vez de salvar a Terra Plataforma PS2 pena recordar que o jogo usa o motor de
CRESPO da escumalha do Universo. Produtor Infogrames “Ghost Recon”.
Para isso, têm meia dúzia de Distribuidor Infogrames Antes de partir para cada missão há,
armas de grande efeito, outros tantos cená- Edição Setembro 2002 como não podia deixar de ser, a opção de
rios adequados a perseguições e confronto, planear tudo, desde os companheiros de
e o humor indispensável a reproduzir o Título “The Sum of All Fears” armas até ao equipamento necessário.
universo cinematográfico de “MIB”.
Assim, estão disponíveis armas como
Estilo Acção 7
/10
Nas missões, bem concebidas, a acção
e o “suspense” misturam-se de forma
Plataforma PC e PS2
J2, XD9 Lazy Weasel, HBIII Globulator, razoável, num jogo competente mas sem
Ionhammer, Plasma Torch e DRG Fusion Produtor Ubi Soft
grandes surpresas, com temática actual
Cannon para enfrentar os alienígenas, Distribuidor Ecogames (o terrorismo) e seguindo os modismos
nomeadamente os estreantes Corn Face, Edição Outubro 2002 obrigatórios. ●
Shark Guy and Dog Poop! Para que o
jogador tenha muito que explorar, o jogo
tem cinco episódios subdivididos em 20
níveis, desde as ruas de Manhattan às
docas, ao complexo nuclear ou à nave
extraterrestre.
“MIB II: Alien Escape” permite jogar
em cinco modos, desde treino à missão,
passando por contra-relógio, Boss e sobre-
vivência. Em missão, o jogador tem de
percorrer todos os cinco cenários antes de
obter a vitória.
Numa onda menos humorística mas
mais realista, surge a adaptação de mais
uma história de Tom Clancy. Desta vez,
S E G U N D A - F E I R A . 2 1 . O U T U B R O . 2 0 0 2 computadores .15
 J A N E L A I N D I S C R E TA

Mário Ramos
COZINHEIRO, 22 ANOS

RAMOS gesticula com as mãos e procura explicar por pala-

M
ÁRIO
vras o que significa o conceito “movimento” num prato de cozi-
nha. Mas acaba por desistir, para pegar num lápis e num
papel: “Com um exemplo, é mais fácil…” Nasce um
prato de peixe, em que as três postas estão dispostas
como hélices e o molho estrategicamente derramado de forma a
sair da ponta de cada uma delas, num fio que vai perdendo a
força. Do centro, saem pedaços de espargos e um esparguete
enrolado — “o elemento crocante, de extravagância”.
São pequenos truques como este — “regras de emprata-
mento” — que distinguem a alta cozinha.
“O conjunto tem que ter ligação de
sabores, texturas e movimento.”
Que será, aliás, o que falta por
cá: “A cozinha portuguesa é
das melhores do mundo, só tem
que ser requalificada. É muito
calórica, falta-lhe diversidade
nas texturas, nas cores”, queixa-se E Q U I PA M E N TO
Mário Rui. Os ingredientes, esses, são de PC de marca branca
primeira, garante. E alguns, lembra, também com processador
únicos, como o cabrito do Barroso e as amêndoas doces do Algarve (apanhadas Pentium 4 a 2.0 MHz, 512
ainda verdes e confitadas em cozedura lenta de calda de xarope ou gordura). MB de memória e dois
Fala quem sabe, com poucos anos de idade mas já alguns de experiência. discos rígidos 80 GB e 20
Desde que terminou o curso na Escola de Hotelaria e Turismo de Lisboa, Mário GB), placa gráfica nVidia
Rui Ramos passou pela cozinha do restaurante H2O, no Oceanário, durante Riva TNT2 64 Pro, leitor-
a Expo-98, em Lisboa. E pelas copas dos hotéis Ritz, Dom Pedro e Carlton gravador CD-R/RW da Sony.
Palace. Passou de ajudante a júnior chefe. Até chegar a formador da Associa- Impressora de jacto de tinta
ção de Cozinheiros e Pasteleiros de Portugal (ACCP) [ http://www.acpp.pt/ ], DeskJet 640C, da Hewlett-
onde ensina de tudo um pouco: pegar na faca, cortar um legume, nutrição. Em Packard (HP).
síntese: a arte de bem fazer e bem apresentar um prato. Máquina fotográfica digital
Pelo meio, Mário Ramos conquistou cinco prémios, nos nove concursos em Kodak DC200.
que participou. Nas Olimpíadas — o maior desafio das artes culinárias —, pre- “Scanner” ScanJet 3400c, da HP.
parou, com quatro cozinheiros, em três horas e meia, um prato de lombinho de
porco preto com massa de alho, migas e minilegumes, para 110 pessoas (com PROGRAMAS
um único ensaio geral). Microsoft Windows XP Home Edition,
Recém-convertido às novas tecnologias, Mário Rui Ramos descobriu no Office XP, ArcSoft PhotoImpression 2000, Adobe
computador um aliado na cozinha. Regista todos os pratos que confecciona Photoshop 7, Norton 2002, CuteFTP, WinAce,
com uma câmara digital e guarda as imagens no computador. Na Internet, Winamp3, Divx MPEG-4 Vide, Codec, CyberLink
para ver o que se passa aquém e além-fronteiras, aconselha os endereços: PowerDVD, DNS2GO, Divx Player 2.0 Alpha, Ahead
http://www.foodtv.com ; http://www.restaunet.pt ; http://www.casadoazeite.pt Nero, WordPerfect Office 2002, Acrobat Reader 5.0,
; http://www.ciaprochef.com ; http://www.wacs2000.org . Além, claro, da pas- Netcount.
sagem pelo sítio da ACPP (“concursos, novidades, informação sobre produtos,
emprego e pequenas dicas”), pelo qual é responsável. FICHEIROS
No dia-a-dia, serve-se do computador sobretudo para comunicar. É através Petiscos e jantaradas - todo o tipo de receitas
do E-mail e de conversas em “chats” (MIRC) que está a ser preparado o prato originais para usar em ocasiões especiais, com a
que representará Portugal na ExpoGast, no Luxemburgo, com um cozinheiro namorada, família e amigos.
de Lisboa, um outro do Porto e ainda um da Madeira. My shared folder - pasta partilhada através de FTP,
O cozinheiro que Mário elege como preferido é curiosamente norte-ameri- com 9 gigas de música MP3 e alguns filmes Divx
cano, país sem grandes tradições gastronómicas. Chama-se Charlie Trotters Formação - receituário usado em formação com duas
e tem um restaurante com o seu nome em Chicago (Illinois, EUA). Conhece-o turmas de futuros cozinheiros.
dos livros e da Net ( http://www.charlietrotters.com ) e nunca comeu um prato Programas Formativos - programas curriculares para
feito por ele. Nem precisa: “O sabor é simples de conseguir com produtos de cursos a realizar em universidades e escolas.
qualidade e algum domínio das técnicas. Mais difícil é fazer uma boa ligação de Turma A - fotos dos alunos em acção, com fotos desses
sabores, texturas e cores.” Em Charlie Trotters admira sobretudo a irreverên- resultados.
cia e a perfeição da técnica. “O sabor está aqui”, diz, com o indicador apontado New York - 480 fotos tiradas nesta cidade, na escola
para a cabeça. ● The Culinary Institute of America (instalações, iguarias
confeccionadas durante o curso de Cozinha Oriental, etc.).
Texto de HELENA VIEGAS Competições Olímpicas - fotos de várias competições,
Foto de PEDRO VELEZ com pormenores de viagens, iguarias, etc.
Armas Biológicas - fotos de iguarias de autocriação.
A vida é bela - fotos pessoais, de amigos, família,
de viagens, etc.

computadores .16 7c1bf3e5-024b-435b-bb28-84bbcd8a7552

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