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Apostila de Teoria e Percepção Musical

AM I
Índice

Propriedades do Som 3
Pentagrama ou Pauta e Linhas Suplementares 5
Partes da Figura de Nota Musical 8
Figuras e Valores Musicais 10
Notas Musicais 15
Claves 17
Compasso e Fórmula de Compasso 20
Percepção Auditiva 25
Encerramento 26

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Propriedades do Som

O som é produzido por corpos quando colocados em vibração. Essa vibração


se transfere no ar e de molécula a molécula até alcançar nossos ouvidos. As
principais características do som são: timbre, altura, intensidade e duração.

- Timbre: É a característica própria que cada som possui, permitindo distingui-


lo quando produzido pelos diversos instrumentos ou vozes.

- Altura: É a propriedade que nos permite diferenciar os sons graves, sons


médios e sons agudos. Quanto maior o corpo do instrumento, mais grave é o
som.
A altura não é o volume (sabe quando seu vizinho reclama
para “abaixar o som” e você, contrariado, diminui o volume do
rádio). O que chamamos de “volume” na verdade é a
intensidade, que veremos abaixo.

- Intensidade: É o grau de força do som que pode ser fraco (piano) ou forte. É
popularmente chamado de alto ou baixo.

- Duração: É o tempo que o som se prolonga, resultando em sons curtos ou


longos.

O nome “piano” não tem origem no instrumento piano, mas sim o


contrário: na época barroca, existia um instrumento chamado
cravo, que não tinha variação de intensidade em seu som.
Quando o piano foi criado, à base do cravo, recebeu o nome de
pianoforte, por conseguir fazer sons fracos (piano) e fortes (forte).

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Exercícios:

1 – Defina as quatro propriedades do som:

2 – Dê exemplos de sons de animais, usando as propriedades do som


Ex: pássaro som agudo, leão som grave

3 – Ligue:

Altura Características Próprias


Timbre Curto ou Longo
Intensidade Grave, Médio ou Agudo
Duração Fraco ou Forte

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Pentagrama ou Pauta

Pentagrama é o conjunto de 5 linhas e 4 espaços que servem para colocar as


notas musicais.

As notas são escritas em cima das linhas, dentro dos espaços e conta-se de
baixo para cima. De acordo com a posição da nota no pentagrama, o som pode
ser grave ou agudo (É aqui que usamos a altura, como vimos nas propriedades
do som).

Sempre escreva as notas dentro dos espaços ou em cima das linhas.

Regra da 3ª linha:

As notas que estiverem acima da 3ª linha devem ter a haste para baixo.
As notas que estiverem abaixo da 3ª linha devem ter a haste para cima.
As notas que estiverem na 3ª linha poderão ter a haste tanto para baixo
quanto para cima.

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Ás vezes, precisamos escrever notas que ultrapassam o limite da pauta, tanto
para cima quanto para baixo, para isto, utilizamos linhas especiais chamadas
de Linhas Suplementares.

Com elas podemos escrever notas mais graves ou mais agudas.

As linhas suplementares são de uso individual e a largura da linha deve sempre


ser um pouco maior que a cabeça da nota.

No início do uso da pauta (século IX) usava-se apenas uma linha


colorida e eram colocadas sobre a letra da canção, como isso não
era muito preciso, o sistema evoluiu gradativamente para uma
pauta de quatro linhas, chamada de tetragrama.
Tempos depois outras linhas foram sendo acrescentadas
chegando até o pentagrama que usamos hoje, estabelecido no século XI, foi
definitivamente usado a partir do século XVII.
As linhas suplementares só foram inventadas no século XV.

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Exercícios:

Desenhe uma pauta, e descreva tópicos importantes, na utilização da mesma.

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Partes da Figura de Nota Musical

As notas musicais são compostas de 3 partes: Cabeça, Haste e Colchete


(também chamado de Bandeirola).

Nem sempre as notas aparecem com as 3 partes. A semibreve é uma figura


que só tem a cabeça, já a mínima e a semínima tem só cabeça e haste.

Semibreve Mínima Semínima

Existem notas musicais que podem ter duas ou mais cabeças, mas nunca
duas hastes!

- Quando a haste estiver para cima, ela deverá ser


colocada no lado direito da nota.
- Quando a haste estiver para baixo, ela deverá ser
colocada no lado esquerdo da nota.
- O colchete sempre fica para o lado direito.

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Exercício:

Nomeie as partes das notas:

a)

b)

c)

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Figuras e Valores Musicais

O sistema de escrita musical adota vários sinais que foram desenvolvidos ao


longo do tempo. As figuras musicais tem a função de indicar a propriedade do
som relativa à duração.
Atualmente as figuras musicais adotadas são: semibreve, mínima, semínima,
colcheia, semicolcheia, fusa e semifusa.

Antigamente utilizavam-se mais figuras, que ao longo do tempo


foram perdendo sua utilidade. A máxima , , a longa
e a breve
São figuras encontradas na grafia de músicas antigas.

Vamos conhecer as figuras e suas respectivas pausas:

E quanto tempo dura cara uma das figuras? Cada uma dura metade do tempo
da figura anterior, ou seja: a mínima dura metade do tempo da semibreve, a
semínima dura metade do tempo da mínima e assim por diante. O mesmo
vale para as pausas.

Confira na tabela abaixo como fica:

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As pausas não tem um nome específico como as figuras,
assim, elas se chamam: pausa de semibreve, pausa de
mínima, pausa de semínima, pausa de colcheia, pausa de
semicolcheia, pausa de fusa e pausa de semifusa.

Cada figura musical possui um número correspondente. Este, por sua vez,
evidencia a relação de proporcionalidade entre as figuras.
A semibreve é representada com o número 1 na tabela dos números
correspondentes. A mínima é representada pelo número 2 porque são
necessárias 2 mínimas para formar 1 semibreve. A semínima é representada
pelo número 4 porque são necessárias 4 semínimas para formar uma
semibreve. E assim por diante.

Com isso, podemos dizer que em uma Semínima cabem 2 Colcheias ou 4


Semicolcheias ou 8 Fusas, etc. Observe abaixo:

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O mesmo vale para as pausas:

Quando houver notas com colcheias em sequencia, elas


devem ser ligadas, para facilitar a leitura e a escrita.

Em vez de escrever cada nota que tenha colchete, você pode conecta-las com
uma barra de ligação, que é na verdade, uma forma de manter a facilidade
durante a leitura.

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A figura abaixo mostra 4 semicolcheias conectadas e agrupadas em dois
pares. Lembre-se que a semi colcheia tem 2 colchetes e eles devem ser unidos
com as barras de ligação.
Não importa o modo que elas estejam escritas, elas vão soar igual quando
tocadas.

Igual as semicolcheias, as fusas podem ser escritas do mesmo modo. Note que
elas tem 3 barras de ligação.

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Exercícios:

Complete as igualdades abaixo respeitando a proporção entre as figuras


musicais.

Complete as relatividades:

= 2 = 2 = 4

= _____ = _____ = _____

= ______ = _____ = _____

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Notas Musicais

Os sons musicais de acordo com a sua altura, recebem os seguintes nomes:


Dó, Ré, Mi, Fá, Sol, Lá e Si. Esses nomes se repetem 7 em 7, da seguinte
maneira:

Quando iniciamos uma nova sequencia de repetição, nós iniciamos uma nova
oitava, que pode ser tanto para o grave quanto para o agudo.

As notas musicais foram nomeadas por um monge italiano


chamado Guido d’Arezzo, em meados do século XI. Ele utilizou
as sílabas iniciais de cada verso do Hino de São João Batista.

A sílaba Ut foi substituída posteriormente pela sílaba Dó.


A nota Si é a reunião das primeiras letras de Sancte Johannes (Lê-se Iohanes).

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Exercícios:

Leia ou cante as notas de modo ascendente e descendente:

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Claves

Para que as notas recebam nome no pentagrama, é necessária a clave.


Existem três tipos de clave: a de Sol, a de Fá e a de Dó (atualmente é muito
pouco usada).
Elas são chamadas assim porque são escritas nas linhas onde estão essas
notas.
A origem das claves é a seguinte:
Antes de receber os nomes atuais, os sons musicais eram
chamados pelas primeiras sete letras do alfabeto:
A B C D E F G
Lá Si Dó Ré Mi Fá Sol
As claves eram representadas pelas letras correspondentes e com o passar do
tempo, os copistas das músicas foram deformando as letras, até elas
adquirirem a forma atual:

A clave de sol dá nome a nota sol e determina sua posição no pentagrama, a


partir dela, desenvolvem-se as demais:

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E o mesmo acontece com a clave de Fá:

E com a clave de Dó:

As claves indicam com precisão a altura dos sons. Algumas são utilizadas para
sons mais graves, outra para sons médios e agudos.
Frequentemente usa-se a clave de fá para sons mais graves e a clave de sol
para os sons mais agudos.

Vamos utilizar a nota Dó para um exemplo:

Este Dó é chamado de Dó Central. A partir dele temos as notas que vão tanto
para o grave quanto para o agudo.

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Exercícios

Pratique a escrita da clave de Sol e de Fá:

Escreva as notas correspondentes:

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Compasso e Fórmula de Compasso

O compasso é a divisão da música em pequenas partes de duração. A


separação de um compasso e outro é feita por uma linha vertical que atravessa
todo o pentagrama chamada de barra de compasso.

Para concluir o compasso, usa-se duas barras, sendo a segunda mais grossa.

E como vamos saber quantos tempos vão em cada compasso? Para isso
temos a fórmula de compasso.

Ela é escrita sempre no início da partitura, logo após a clave e indica duas
coisas:

A quantidade de tempos do compasso e a figura musical a ser adotada como


unidade de tempo (UT), aquela que valerá 1 tempo no compasso.

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Isso quer dizer que, qualquer figura de nota pode ser a unidade de tempo,
basta lembrar dos números correspondentes:

E aplicar na fórmula de compasso:

Isto quer dizer que a figura determinada para ser a UT, passa a valer 1 tempo,
lembrando da pirâmide, figuras que estão acima da determinada UT valerão o
dobro e as que estão abaixo serão divididas.

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Ou seja, se por exemplo a formula de compasso for quer dizer que a
unidade de tempo é a mínima e por isso ela valerá 1. Partindo desta ideia, a
semibreve (que está acima dela na pirâmide) valerá 2, a semínima (que está
logo abaixo) valerá meio, a colcheia valerá ¼ e assim sucessivamente.

Se a UT for quer dizer que a unidade de tempo é a colcheia e por isso ela
valerá 1. Assim, a semínima (que está acima dela na pirâmide) valerá 2, a
semicolcheia (que está logo abaixo) valerá meio, a fusa valerá ¼ .

Esta linha de raciocínio serve para qualquer figura que esteja sendo a unidade
de tempo.

As fórmulas de compasso quatro por quatro e dois por dois


podem ser representadas pelos seguintes símbolos:

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Exercícios

1- Circule o compasso que tem o numero correto de tempos:


a)

b)

2 - Adicione as barras de compasso segundo a fórmula de compasso indicada


em cada pentagrama.

a)

b)

c)

d)

e)

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f)

g)

h)

i)

3 – Escreva as colcheias unidas dentro do tempo pedido na formula de


compasso. Cuidado! Não ultrapasse o tempo.

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Percepção Auditiva

Agora que já sabemos o que é pentagrama, claves, as partes das figuras de


notas, vimos os valores das mesmas e aprendemos a escrever e ler, vamos
finalmente aprender a ouvir e transcrever.

Este processo exige paciência, tempo e treino. Brincaremos com a percepção


auditiva ao longo de todo o nosso curso de teoria musical.

Iniciaremos com a escala de Dó maior

Vamos nos focar nas três primeiras notas Dó, Ré e Mi.

Cante junto com um teclado ou piano, você pode encontrar vários na internet
ou baixar aplicativos em seu celular, é importante você ouvir e cantar junto.

Cante o número 1 para a nota Dó, 2 para a nota Ré e 3 para a nota Mi, tente se
igualar o máximo possível com a nota que está ouvindo, uma dica é gravar o
que você está cantando e depois ouvir tocando junto o teclado.

Treine até essas 3 notas ficarem confortáveis, depois aumente o grau de


dificuldade, cantando de Mi para Dó e depois misturando os números.

Ao longo das aulas faremos vários exercícios para fixar essas informações e
você contará com vários exercícios online para estudar a qualquer momento.

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Encerramento

Chegamos ao fim do primeiro módulo de Teoria Musical, neste ponto você já


deve saber os conceitos básicos para ler, escrever e ouvir música.

Em breve, iniciaremos o segundo módulo, onde usaremos cada vez mais essas
informações e descobriremos várias outras novas.

Não deixe de estudar e praticar! Nos vemos em

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