You are on page 1of 9

INFORMAÇÕES SOBRE O PIS E COFINS

MODALIDADES DE CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP

Existem três modalidades de contribuição para o Pis/Pasep, sendo elas:

 Sobre o Faturamento (0,65% ou 1,65%)


 Sobre a Importação (2,1%)
 Sobre a Folha de Pagamento (1%)

De acordo com o Art. 2º da Lei 9.718/1998, todas as pessoas jurídicas de


Direito privado, ou a elas equiparadas estão obrigadas a modalidade de
Contribuição sobre o Faturamento, podendo sua alíquota variar entre 0,65% ou
1,65% de acordo com o regime de apuração.

Já as entidades sem fins lucrativos que tenham empregados, estão obrigados


a modalidade sobre a Folha de Pagamento, e sua alíquota será de 1%.

Segue abaixo a listagem das entidades sem fins lucrativos que estão
obrigados a modalidade sobre a Folha de Pagamento:

 Templos de qualquer culto;


 Partidos políticos;
 Instituições de educação e de assistência social que preencham as
condições e requisitos do art. 12 da Lei nº 9.532, de 1997;
 Instituições de caráter filantrópico, recreativo, cultural, científico e as
associações, que preencham as condições e requisitos do art. 15 da Lei nº
9.532, de 1997;
 Sindicatos, federações e confederações;
 Serviços sociais autônomos, criados ou autorizados por lei;
 Conselhos de fiscalização de profissões regulamentadas;
 Fundações de direito privado;
 Condomínios de proprietários de imóveis residenciais ou comerciais; e
 Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB) e as organizações
estaduais de cooperativas previstas no art. 105 e seu § 1º da Lei nº 5.764,
de 16 de dezembro de 1971.

MODALIDADES DE CONTRIBUIÇÃO PARA A COFINS

A Cofins possui duas modalidades, sendo elas:


Sobre o Faturamento (3% ou 7,6%)

Sobre a Importação (9,75% + 1% Adicional)

PIS E COFINS CUMULATIVO – LUCRO PRESUMIDO

Existem dois regimes de apuração para o Pis/Cofins, o regime cumulativo e


o regime não cumulativo.

O regime da cumulatividade consiste em um método de apuração no qual o


tributo é exigido na sua inteireza, ou seja, toda vez que houver saídas
tributadas, deve se efetuar o calculo em cima do total destas saídas, sem direito
a amortização dos tributos incididos nas operações anteriores, resumindo, as
empresas obrigadas a apurar o Pis e Cofins no regime cumulativo, não possuem
direito a qualquer tipo de Crédito.

No regime Cumulativo há a incidência dos tributos possuem as seguintes


alíquotas:

Alíquota de 0,65% para o PIS; e

Alíquota 3% para a Cofins.

PIS E COFINS NÃO CUMULATIVO – LUCRO REAL

Até 2002, o Pis e Cofins eram apurados apenas pelo regime cumulativo sem
direito ao Crédito das operações anteriores, porém a Lei 10.637/2002 e a Lei
10.833/2003 mudaram esse cenário adicionando a Não Cumulatividade.

A não cumulatividade, muito conhecida por já ser utilizada na cobrança de


outros tributos, tais como o ICMS e o IPI, permite a apropriação de créditos com
o montante cobrado na operação anterior, diferentemente do ICMS e IPI, no Pis
e Cofins essa apropriação de crédito deve ser segregada item a item, separando
qual produto é tributado e qual não é, ao invés de já apropriar-se do total
da operação.

No regime Não Cumulativo há a incidência dos tributos possuem as seguintes


alíquotas:

Alíquota de PIS é 1,65%; e


Alíquota da COFINS 7,6%.

Como regra geral, as Empresas do Lucro Real estão obrigados ao Regime Não
Cumulativo de Pis e Cofins e as empresas do Lucro Presumido ao Regime
Cumulativo. Mas existem exceções. E para detalhar melhor estas exceções
vamos listar abaixo as principais atividades empresariais que mesmo sendo do
Lucro Real são obrigadas a apurar o Pis e Cofins pelo regime Cumulativo.

Todas exceções estão listadas no Art. 10 da lei 10.833/2003, segue algumas:

 Sociedades cooperativas, exceto as de produção agropecuária;


 Prestação de Serviços de Telecomunicações;
 Venda de jornais e periódicos e de prestação de serviços das empresas
jornalísticas e de radiodifusão;
 Prestação de serviços de transporte coletivo rodoviário, metroviário,
ferroviário e aquaviário de passageiros;
 Hospital, pronto-socorro, clínica médica, odontológica, de fisioterapia e
de fonoaudiologia, e de laboratório de anatomia, patológica, citológica
ou de análises clínicas, diálise, raios X, radiodiagnóstico e radioterapia,
quimioterapia e de banco de sangue;
 Educação infantil, ensinos fundamental e médio e educação superior;
Prestação de serviços com aeronaves de uso agrícola;
 Serviços das empresas de call center, telemarketing, telecobrança e e
teleatendimento em geral;
 Administração, empreitada ou subempreitada, de obras de construção
civil;
 Parques temáticos, e as decorrentes de serviços de hotelaria e de
organização de feiras e eventos, conforme definido em ato conjunto dos
ministérios da fazenda e do turismo;
 Agências de viagem e de viagens e turismo;
 Empresas de serviços de informática, decorrentes das atividades de
desenvolvimento de software e o seu licenciamento ou cessão de direito
de uso, bem como de análise, programação, instalação, configuração,
assessoria, consultoria, suporte técnico e manutenção ou atualização de
software e páginas eletrônicas.
CRÉDITOS ADMITIDOS NO REGIME NÃO CUMULATIVO

Agora vamos conhecer quais são os créditos admitidos no regime Não


Cumulativo do Pis e Cofins, lembrando que as alíquotas são de 1,65% para o PIS
e 7,6% para a COFINS.

Os créditos são admitidos para as seguintes situações:

 Aquisições de Mercadorias para revenda, exceto se as mesmas forem


sujeitas a Incidência Monofásica, Alíquota Zero ou Substituição
Tributárias;
 Aquisições de Insumos para serem utilizados na fabricação de produtos;
 Aluguéis de prédios máquinas e equipamentos, utilizados na atividade da
empresa, pagos à pessoas jurídicas; (Inc. IV, art. 3º, Lei 10.637);
 Energia Elétrica consumida nos estabelecimentos da empresa (inciso IX,
art. 3º, Lei 10.637);
 Custo de Armazenagem de Mercadorias;
 Frete CIF Saídas (Art.15, da Lei 10.833);
 Frete FOB nas Compras de Mercadorias (Art.15, da Lei 10.833);
 Depreciação de edificações e benfeitorias em imóveis próprios ou de
terceiros, utilizados nas atividades da empresa;

Outra situação muito importante que também vale lembrar é que poderá se
creditar do “Fundo de Estoque” as empresas que deixarem o Simples Nacional e
o Lucro Presumido e adotarem o Regime de Tributação do Lucro Real.

Porém neste caso, o crédito se dará apenas pelas alíquotas de 0,65% para o
PIS e 3% para a COFINS e deverá ser dividido em 12 parcelas de igual valor para
a apropriação total.

Outro crédito admitido são nas aquisições de Máquinas e Equipamentos


utilizados na produção de produtos em 4 anos através da Razão de 1/48,
conforme o § 14 do Art. 3° da Lei 10.833/2003.

Todavia, o Art. 4° da Lei 12.546/2011 alterou o Art. 1° da Lei 11.774 e com


isso a partir de Julho de 2012 permitiu-se o creditamento total de Pis e Cofins
para esses maquinários.
CST (CÓDIGOS DE SITUAÇÃO TRIBUTÁRIA) DO PIS E COFINS

Os Códigos de Situação Tributária foram estabelecidos através da Instrução


Normativa RFB nº 1.009, de 10 de fevereiro de 2010.

Os CST devem ser utilizados para a parametrização dos produtos contidos na


empresa, item a item, os CST a serem utilizados são:

NAS SAÍDAS
Código Descrição
01 Operação Tributável com Alíquota Básica
02 Operação Tributável com Alíquota por Unidade de Medida de Produto
03 Operação Tributável com Alíquota por Unidade de Medida de Produto
04 Operação Tributável Monofásica – Revenda a Alíquota Zero
05 Operação Tributável por Substituição Tributária
06 Operação Tributável a Alíquota Zero
07 Operação Isenta da Contribuição
08 Operação sem Incidência da Contribuição
09 Operação com Suspensão da Contribuição
49 Outras Operações de Saída

NAS ENTRADAS

50 Operação com Direito a Crédito – Vinculada Exclusivamente a Receita


Tributada no Mercado Interno
51 Operação com Direito a Crédito – Vinculada Exclusivamente a Receita
Não-Tributada no Mercado Interno
52 Operação com Direito a Crédito – Vinculada Exclusivamente a Receita de
Exportação
53 Operação com Direito a Crédito – Vinculada a Receitas Tributadas e Não-
Tributadas no Mercado Interno
54 Operação com Direito a Crédito – Vinculada a Receitas Tributadas no
Mercado Interno e de Exportação
55 Operação com Direito a Crédito – Vinculada a Receitas Não Tributadas no
Mercado Interno e de Exportação
56 Operação com Direito a Crédito – Vinculada a Receitas Tributadas e Não-
Tributadas no Mercado Interno e de Exportação
60 Crédito Presumido – Operação de Aquisição Vinculada Exclusivamente a
Receita Tributada no Mercado Interno
61 Crédito Presumido – Operação de Aquisição Vinculada Exclusivamente a
Receita Não-Tributada no Mercado Interno
62 Crédito Presumido – Operação de Aquisição Vinculada Exclusivamente a
Receita de Exportação
63 Crédito Presumido – Operação de Aquisição Vinculada a Receitas
Tributadas e Não-Tributadas no Mercado Interno
64 Crédito Presumido -Operação de Aquisição Vinculada a Receitas
Tributadas no Mercado Interno e de Exportação
65 Crédito Presumido – Operação de Aquisição Vinculada a Receitas Não-
Tributadas no Mercado Interno e de Exportação
66 Crédito Presumido – Operação de Aquisição Vinculada a Receitas
Tributadas e Não-Tributadas no Mercado Interno e de Exportação
67 Crédito Presumido – Outras Operações
70 Operação de Aquisição sem Direito a Crédito
71 Operação de Aquisição com Isenção
72 Operação de Aquisição com Suspensão
73 Operação de Aquisição a Alíquota Zero
74 Operação de Aquisição sem Incidência da Contribuição
75 Operação de Aquisição por Substituição Tributária
98 Outras Operações de Entrada
99 Outras Operações

CLASSIFICAÇÃO DE PRODUTOS E SERVIÇOS

Agora que já sabemos quais são os CST a serem utilizados na parametrização,


vamos dividir o Pis e Cofins pela classificação, os produtos e serviços podem ser
classificados nas seguintes categorias:

 Tributados (A grande maioria dos produtos, nessa categoria é devido o


débito de Pis e Cofins, mas também poderá se creditar caso a empresa
pertença ao regime não cumulativo);
 Monofásicos (Nessa categoria a regra das alíquotas gerais de 0,65% ou
1,65% para o PIS e 3% ou 7,6% para a COFINS já não é mais válida, isto
acontece por que os produtos Monofásicos possuem alíquotas diferentes
dos demais produtos, temos como exemplo, cervejas, refrigerantes,
produtos de perfumaria, dentre muitos outros, quem é obrigado a
recolher tal tributo é o primeiro da cadeia, sendo o industrial ou o
importador, que irá recolher por toda a cadeia seguinte, as demais
empresas não pagarão o imposto em cima dos produtos monofásicos
mas também não poderão se creditar);
 Substituição Tributária (Temos como exemplo os tabacos, cigarrilhas e
também as motocicletas);
 Alíquota Zero (Os produtos elencados na Alíquota Zero, geralmente são
utilizados como forma de icentivo pelo governo, para que fiquem mais
baratos, geralmente produtos da cesta básica, adubos, estes produtos
não geram direito a crédito, mas também não é devido o Pis e Cofins nas
saídas);
 Isenção (Na Isenção os impostos também não são devidos e os produtos
não geram direito a créditos);
 Não Incidência (A não incidência ocorre quando naquela operação
especifica não incide Pis e Cofins)
 Suspensão (Na Suspenção o produto é tributado de Pis/Cofins, porém ao
vender o produto em uma situação especifica, ele é suspenso de Pis e
Cofins, temos como exemplo a exportação).

ENTENDENDO COMO FUNCIONA A PARAMETRIZAÇÃO

Agora que já apresentamos os CST e também as categorias existentes,


chegou a hora de mostrar como é efetuado a parametrização do Pis e Cofins e
para isto é extremamente necessário estar em mãos todas as tabelas
atualizadas disponibilizadas pela receita federal.

Como vimos no decorrer do artigo, a parametrização deve ser efetuada


item a item, o processo se resume em conhecer bem os produtos e a qual
classificação do Pis e Cofins os mesmos pertencem, lembrando também que é
extremamente necessário que os NCM (Nomenclatura Comum do Mercosul)
estejam todos corretos, pois é através deles que será efetuado a consulta nas
tabelas disponibilizadas pela Receita Federal.
Obs: Seguem as tabelas atualizadas em anexo.

Na imagem acima temos um pequeno exemplo de uma parametrização


efetuada em alguns itens pertencentes a uma empresa do segmento
farmacêutico no regime não cumulativo, segregando assim o que é tributado
com os CST 50 nas entradas e 01 nas saídas, os produtos monofásicos com os
CST 73 nas entradas e 04 nas saídas e também os produtos com a alíquota zero
de Pis e Cofins, utilizando os CST 73 na entrada e 06 nas saídas.

COMO CALCULAR O PIS E COFINS?

Para colocar em prática tudo o que aprendemos nos tópicos anteriores, vamos
simular o cálculo do valor do imposto a pagar, logo após termos efetuado a
parametrização dos produtos, segregando o que é tributado e o que não é.

Vendas totais do mês: R$ 50.000,00

Vendas de Produtos Tributados: R$ 30.000,00

Vendas de Produtos Monofásicos: R$ 15.000,00

Vendas de Produtos com Alíquota zero: R$ 5.000,00

Compras totais do mês: R$ 25.000,00

Compras de produtos Tributados: R$ 15.000,00

Compras de produtos Monofásicos: R$ 7.000,00

Compras de produtos Alíquota zero: R$ 2.000,00


Aquisição de Energia Elétrica: R$ 1.000,00

Tendo os valores apurados em mãos, devemos pegar apenas o que será


debitado e o que irá gerar direito a crédito, logo temos:

SAÍDA ENTRADAS
Produtos Tributados: R$ 30.000,00 Produtos Tributados: R$ 15.000,00
Energia Elétrica: R$ 1.000,00

Finalizando assim em R$ 30.000,00 de base de cálculo para o débito e R$


16.000,00 de base de cálculo de entrada.

Débito R$ 30.000,00 – Crédito R$ 16.000,00 = R$ 14.000,00

R$ 14.000,00 X 1,65% de PIS = R$ 231,00 à pagar de PIS

R$ 14.000,00 X 7,6% de COFINS = R$ 1064,00 à pagar de COFINS

Caso a empresa fosse do regime Cumulativo, não teria o direito aos créditos, e
os cálculos nas saídas tributadas seriam efetuados com a Alíquota de 0,65% de
PIS e 3% de COFINS.

You might also like