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BLS

1950 - Peter Safar (anestesista)  ventilação boca a boca


1956  desfibrilação
1960  compressão torácica
1966  1ª conferência sobre a PCR e a ressuscitação cardiopulmonar
1966  As primeiras diretrizes de ressuscitação são desenvolvidas pela AHA
1979  ACLS
A intenção de Safar, inicialmente, era para pacientes em parada por causas
reversíveis.
Iniciaram-se os cursos de ACLS entre os profissionais de saúde e depois
entenderam que precisavam expandir para a população em geral (muitos param em casa
ou nas ruas, sem estarem envoltas por profissionais de saúde).
Vários conselhos mundiais que publicavam sobre RCP reuniram-se e fizeram
uma revisão, de forma que houvesse uma diretriz baseada na melhor evidência científica
possível. Depois dessa reunião em 2005, ocorre reunião a cada 5 anos.
Evidências
De acordo com as evidências, classificam as recomendações.
Graus de Recomendação:
(1) Classe I: há evidência e/ou acordo geral de que um determinado
procedimento é útil e eficaz.
(2) Classe II: a evidência mostra alguns conflitos, pelo que há divergência de
opiniões sobre a utilidade e eficácia do procedimento.
A Classe II é dividida em duas subclasses, tendo em conta essa mesma
divergência em subclasse IIa (apesar da divergência o peso da opinião pende a favor da
utilidade/eficácia do procedimento; é aconselhável fazer) e subclasse IIb
(essa utilidade/eficácia está menos bem estabelecida; pode ser aceitável fazer).
(3) Classe III: não há evidência a favor de determinado procedimento.
IIIa  Risco=benefício
IIIb  Risco > benefício
Níveis de Evidência:
(1) Nível A: quando há vários estudos clínicos aleatorizados sustentando a
evidência e, consequentemente, a recomendação;
(2) Nível B: quando há apenas um estudo clínico aleatorizado, ou
estudos não aleatorizados;
(3) Nível C: quando a evidência baseia-se apenas em estudos retrospectivos ou
opinião de especialistas.
 1% das evidências de 2015 é nível A
 50% das recomendações são do tipo IIb
 25% são baseadas em opinião de especialistas
 50% são baseadas em estudos ruins
É muito difícil realizar trabalhos com pacientes em PCR. A randomização requer
uma ciência e nisso, alguns podem ser prejudicados, pois mesmo sendo aleatório pode
acabar tendo alguns vieses. Além disso, na PCR não há tempo para se pensar em
randomização, interfere na ética, principalmente em casos de parada.
Câncer metastático: 10% de sobrevida na RCP com 4% de sobrevida em 1 ano
(4 de 100 vivendo 1 ano depois).
Não começar quando:
 Sinais de morte
 Ordem para não ressuscitar (no Brasil não é legal)
 Tratamento máximo com deteriorização progressiva (p. ex., paciente em UTI
com uso de todas as drogas e suportes possíveis – se parar, reanimar e voltar não
terá nova opção terapêutica e é muito provável que o paciente volte a ter uma
PCR)
Quando parar:
 Houver resposta
 Risco para socorrista (nem começa o atendimento se o ambiente não estiver
seguro) ou exaustão do mesmo
 Médico mandar suspender o procedimento
 30 minutos sem nenhuma resposta: se não fizer RCP, a mortalidade é de 10% a
cada minuto  em 10 minutos, em tese, há 100% de mortalidade; se fizer RCP,
a mortalidade é de 3-4% por minuto  em 30 minutos, a mortalidade é de 100%
 Sinais de morte: paciente rígido, midríase paralítica, livedo reticular
Exceções:
- Parada por droga (tóxico), como é causa reversível, deve-se manter RCP por
mais tempo
- Paciente com hipotermia: para o paciente voltar demora mais tempo, mas a
temperatura baixa protege neurologicamente o indivíduo
- Paciente com distúrbio hidroletrolítico: funciona como o paciente intoxicado
por droga, sendo uma causa reversível (p. ex., hiper/hipocalemia)
- Paciente eletrocutado
15 minutos de RCP diminui muito a chance de a pessoa voltar com função
neurológica boa, mas não quer dizer que não vai voltar (diminui a chance de sobrevida e
a chance de sobrevida sem déficit).
Os pacientes normalmente param em fibrilação ventricular. PCR com assistolia é
uma parada mais grave (é o ritmo terminal do coração).
Assistolia: pode parar RCP após 10 minutos e já ter feito tudo o que poderia
(drogas, intubação, etc); provavelmente o paciente já parou com outro ritmo e evoluiu
para assistolia.
Nos EUA: 500.000 RCP intra-hospitalares e 225.000 extra-hospitalares. No
Brasil, é incomum ter RCP extra-hospitalar, as pessoas têm receio de encostar no
indivíduo em parada.
Critérios para terminar ACLS na assistolia:
 RCP fornecida
 FV eliminada
 Controle da via aérea
 Oxigenação e ventilação apropriada
 Acesso IV

- 85% FV/TV ritmo inicial intra-hospitalar


- 40% FV/TV extra-hospitalar (a maioria dos pacientes em PCR extra-hospitalar
não tem ritmo chocável porque já evoluiu, muitas vezes, para assistolia; ou seja, apesar
de ter iniciado com FV, quando o desfibrilador chega, o ritmo já se deteriorou)
RCP funciona?
Estudo na Suiça: 48% de retorno, 28% sobrevida em 24h, 24% de alta e 12% de
sobrevida independente (na zona rural, o resultado é pior)
Estudos em Singapura (RCP extra-hospitalar): 2% de alta hospitalar e não tem
relato de como esses 2% estavam em relação ao quadro neurológico.
- 60% das reanimações são feitas extra-hospitalares, taxa de 2 a 3 homens
para cada mulher.
No Brasil: no estudo, quase 80% dos pacientes tiveram uma parada intra-
hospitalar.
285  216 com RCP e 69 não tiveram RCP
Dos 216  103 morreram, 25 voltaram e morreram 20 minutos depois,
53 voltaram e ficaram vivos entre 20 minutos e 1 dia, 35 sobreviveram por mais de 24h
Dos 35  16 tiveram alta do hospital
Dos 16  13 viveram mais do que 6 meses
7 pacientes com vida independente
12% de sobrevida em 24h; 4,5% de sobrevida em 1 ano; 2,45% de
sobrevida independente
- Brasil 2015  43% de sobrevida segundo outro estudo feito em estação de
metrô no SP (difere do estudo no hospital em SP) – os dados alteram em números
absolutos, mas em % parece ser um resultado muito significativo, sendo que na
realidade é muito pouco.
A maioria das pessoas não tem parada em lugares de grande circulação (até
quando começam a passar a mal, as pessoas preferem ir para casa).
É necessário ter na equipe uma liderança para guiar a RCP. É importante que a
RCP seja sem agitação. E após o procedimento seria interessante uma avaliação sobre o
desempenho de cada um.
O de 2015 ainda tem cadeia de sobrevivência, mas não tem tanto enfoque como
sequência, mas sim como um conjunto, ocorrendo em paralelo.

Identifica indivíduo que precisa de ajuda  avaliar segurança para o próprio


socorrista  checar responsividade do indivíduo  pede ajuda e DEA (informa local)
ou pede alguém para pedir  checar pulso (central) e respiração, simultaneamente, em
10 segundos  colocar indivíduo sobre superfície rígida  iniciar RCP (ênfase nas
compressões torácicas - parece que durante o movimento um pouco de ar entra e já
permitindo certa troca respiratória; o ideal seria o 30x2, mas não tem como ensinar por
telefone respiração boca a boca, necessita de treino)
RCP de alta qualidade:
 Para realizar a manobra deve-se expor o tórax da vítima e colocá-la em
decúbito dorsal em superfície rígida
 Posicione-se do lado da vítima com joelhos afastados
 C – A – B (compressões, abertura das vias aéreas, boa ventilação)
 Estenda os braços e posicione cerca de 90º acima da vítima
 Coloque a região hipotenar e tenar de uma mão sobre o esterno da vítima
(2 cm acima do apêndice xifoide) e a outra mão sobre a primeira,
entrelaçando-as
 Aplicar compressões torácicas a uma frequência de 100 a 120/min
 A aplicação de compressões torácicas adequadas exige ênfase não
somente na frequência adequada de compressões, mas também em
minimizar interupções (ideal é menos de 10 segundos)
 Aplicar compressões torácicas de, no mínimo 2 polegadas (5 cm) e, no
máximo, 2,4 polegadas (6cm)
 Para que haja retorno total da parede do tórax após cada compressão,
deve-se evitar apoiar-se no tórax entre as compressões, mas sem retirar o
contato das mãos
 2 minutos = 5 ciclos de 30x2
É necessário desfibrilação precoce, assim que estiver disponível,
independentemente da quantidade de ciclos feitos de RCP (tempo é o mais importante).
Para o leigo  sozinho: não checa pulso, continua RCP e para quando chegar
ajuda, até exaustão ou se a vítima se movimentar; se houver outra pessoa: alterna RCP
após 2 minutos.
Para o profissional de saúde  checa pulso e respiração após 2 minutos de RCP
Compressão: classe I (consegue-se aplicar cerca de 60 a 80 mmHg de pressão)
- Deve-se diminuir o tempo sem compressão; o ideal seria demorar 5
segundos na troca de quem fará a RCP.
1 minuto sem RCP  mortalidade aumenta 3 vezes
Leigo: avalia segurança do local, checa responsividade  pede ajuda e DEA 
checa só respiração (isso porque estudou apontou que 10% dos pacientes sem pulso,
sentem o pulso e 40% das pessoas com pulso, não o sentem ao avaliar)
Se viu a pessoa desmaiando, identificou a parada e tem um DEA próximo,
justifica primeiro buscar o DEA. Se ao checar o pulso antes identificar pulso e sem
respiração, primeiro faria respiração e depois chamaria ajuda.
Se parada respiratória isolada, mantenha somente a ventilação com 10 a 12 vezes
por minuto até o retorno espontâneo da respiração (1 ventilação a cada 5 ou 6
segundos). Principalmente nesses casos, importante manter via aérea pérvia; lembrar de
queda de base de língua (cânula de Guedel). Nos politraumatizados não se faz
hiperextensão cervical, mas sim tração da mandíbula e elevação do queixo, só se não
funcionar que tenta hiperextensão cervical (faz em paciente clínico).
Abertura de via aérea
Manobra de tração da mandíbula (Jaw Thrust): vantagem de não mobilizar a
coluna cervical:
› Apoiar a região tenar da mão sobre a região zigomática da vítima,
bilateralmente, estando posicionado na sua “cabeceira”
› Colocar a ponta dos dedos indicador e médio atrás do ângulo da
mandíbula, bilateralmente, exercendo força suficiente para deslocá-la
anteriormente
› Apoiar os polegares na região mentoniana, imediatamente abaixo do
lábio inferior, e promover a abertura da boca.

Manobra de inclinação da cabeça e elevação do queixo (Head tilt Chin lift):


› Posiciona os dedos de uma das mãos do socorrista sob o mento da
vítima, que é suavemente tracionado para cima e para frente, enquanto o
polegar da mesma mão deprime o lábio inferior, para abrir a boca
› A outra mão do socorrista é posicionada na região frontal para fixar a
cabeça da vítima.

Após choque aplicado, continua RCP por 2 minutos e só depois que checa pulso.
Isso porque após o choque o coração volta a bater, mas não tem pressão suficiente, a
RCP fornece um inotropismo mais adequado.
O choque é dado com carga máxima.
*Não tem nenhum trabalho publicado que alguém tem se infectado com alguma doença
ao ter feito respiração boca a boca.
Afogamento
- Paciente para por hipóxia
- 2 insuflações de resgate (se não lembrar não tem tanto problema)
- 5 ciclos de RCP antes de ajuda
Asfixia
Se a pessoa está asfixiando por um corpo estranho e ainda assim tosse com
vigor, não atrapalhe, ajuda apenas bater nas costas.
Manobra de Heimlich  Nesta manobra, utilizam-se as mãos para fazer
pressão sobre o diafragma da pessoa engasgada, o que provoca uma tosse forçada, que
faz com que o objeto seja expulso dos pulmões. Em pessoas obesas e grávidas, faz-se
compressão torácica.

Se não conseguir fazer a manobra, pode colocar a pessoa deitada e fazer


compressão torácica.

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