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Personagem: Eva
EVA abre a porta do banheiro, está chorando. Olha-se no espelho longamente, angustiada.
Respira fundo e pensa consigo mesma “Como era mesmo aquela frase que eu li? ... Preciso ser
aquilo que escolhi me tornar e não o resultado do que me aconteceu...”
Aparentando mais resolução, abre a torneira, lava o rosto, seca na toalha, apaga a luz e sai.
EVA está sentada lendo um livro chamado Parasite Eve. Veste roupas mais antiquadas e com
cabelo preso. AUGUSTO está sentado ao lado dela jogando PSP. Pos alguns intantes, EVA fecha
seu livro e atende o celular que está tocando.
“Oi. Sim, acho que chego aí pro almoço. Daqui a pouco saio aqui da faculdade, tá bom? Tchau!”
AUGUSTO desvia a atenção e repara na capa do livro, mostra surpresa ao ver o título e começa
a puxar assunto com a garota.
“Oi, desculpa ser assim tão entrão, mas esse livro que você tá lendo, onde foi que achou? Já
procurei em vários sebos e nada...”
“aah, oi! Era do meu pai, achei esses dias quando fui doar algumas coisas lá em casa e achei
interessante, você tá procurando há muito tempo?”
AUGUSTO: “Não encontro em lugar nenhum... Não sei se você acredita em coincidência, mas
esse livro inspirou meu jogo de video game preferido que (mostra a tela para ela) eu tô
jogando agora...”
“Que louco isso! Nem sabia que tinha um jogo desse livro. Se você quiser posso, sei lá,
emprestar pra você quando terminar de ler.”
AUGUSTO aceita:
“Claro, claro. Poxa, nem me apresentei né? Meu nome é Augusto, mas pode me chamar de
Guto. Eu estudo ciência dacomputação aqui, não dá pra ser mais nerd que isso, dá?”
“Eu sou Eva, também estudo aqui, mas no campus de Humanas... Letras.”
AUGUSTO pega seu celular e o estende para EVA. “Pode me passar seu número? Aí a gente vai
se falando.”
EVA pega o celular e começa a digitar seu telefone. “Beleza, tá salvo! Me manda uma
mensagem que eu salvo o seu número no meu e a gente se fala.”
Personagem: Eva
Celular mais recente vibra. Chega uma mensagem de GUTO “ O JUNIOR me chamou pra um
Freela hoje, se importa de sairmos amanhã pra comemorar nosso niver de namoro?”. EVA está
penteando o cabelo, está arrumada para sair. Pega o celular. Lê a mensagem e faz cara de
desagrado. Largando a escova de cabelo no sofá, começa a digitar a resposta “Guto, niver de
três anos não é mesversário... Vai ter que me compensar por isso, mas freela é freela né. Kkk .
Boa sorte”
Guarda o celular na bolsa e grita para a irmã (subentender que está no quarto – não precisa
aparecer) enquanto caminha em direção à porta:
“Carol, o rolê com o guto já era, vou pro clube de leitura e volto mais tarde!”
GUTO pega um copo de cerveja e estende para EVA, enquanto fica com o seu na mão.
“Te falei no caminho pra cá, Guto... É pra trabalhar como editora. Só isso, não tem nada
demais...”
GUTO: “Opa, calma aí. Só te fiz uma pergunta! O que aconteceu pra te deixar de mau humor
assim?”
EVA: “Então, você já tinha feito essa pergunta antes e eu já tinha respondido.. Mas deixa pra lá,
não quero brigar com você também.”
EVA: “Me fala quando nós deixamos de brigar. Não sei o que acontece com a minha irmã, sério.
Ela me irrita.”
GUTO: “Olha, o Daniel que dividia o Apê comigo acabou de se mudar e você disse que a Editora
onde você vai trabalhar é aqui perto. Por que não fica por aqui um tempo, até as coisas com a
Carol melhorarem?”
EVA o encara com o semblante sério e pensativo, considerando a possibilidade. Dá alguns goles
na cerveja para ganhar tempo:
“Você sabe que eu não tenho como casar agora né?”
“Quem foi que falou de casar? Só achei que seria conveniente pra você e pra mim. Não precisa
responder agora. Pensa e me fala.”
EVA toca a campainha do apartamento de GUTO. Ela está com algumas malas e, quando ele
abre, ajuda-a a carregá-las para dentro. Fecha a porta.
GUTO e EVA entram no banheiro com toalhas de banho, dando a entender que irão tomar
banho juntos.
GUTO, EVA E DANIEL estão sentados nos sofás da sala. EVA e GUTO estão sentados em lugares
distantes um do outro. Eles assistem um jogo de futebol e EVA, que até então permanecia
atenta, se levanta e vai em direção ao banheiro, mas continua ouvindo a conversa.
DANIEL fala em voz baixa para GUTO:"ei cara, tua mina curte cerveja e futebol! Queria uma
dessas ..."
GUTO: "Ah, a Eva é diferente das outras mulheres... Só acho que se ela fosse um pouco mais
vaidosa, estaria perfeita."
DANIEL: "mas essa aí é pra casar, cara. Fez bem em já se garantir. Ela parece ser bem de boa. "
GUTO: "Ela não curte muito essa ideia de casamento, filhos e tal, mas acho que isso muda com
o tempo. O relógio biológico começa a apitar pelo que dizem."
DANIEL: "Mas e aí se vocês tiverem filhos mais pra frente? ela vai continuar nessa loucura que
é trabalhar como editora?"
GUTO: "ah, acho que não, meu. Ela não curte muito o trabalho dela. E outra, uma criança
precisa muito da mãe, principalmente no começo..."
DANIEL: "O tal do relógio biológico apita mesmo. Tava pegando uma coroa que tava louca pra
ter filho... Dei um jeito de me livrar antes de dar merda."
DANIEL: “tem que diversificar né? Novinha dá trabalho! E tem umas coroas que valem à pena.
Mas é aquela coisa, pega, mas não se apega!”
Daniel pega o celular, que vibra com uma mensagem, lê e fala enquanto se levanta do sofá.
“Aí ó, falando na novinha... Já ta mandando mensagem que quer me ver... Eu vou nessa,
irmão.”
Neste momento, EVA retorna para a sala, com semblante fechado devido aos comentários que
ouviu.
EVA: “Já vai, Dani? O jogo nem acabou e nem pedimos a pizza ainda...”
DANIEL: “Ih, vai ficar pra próxima, Eva. O dever me chama (sacode o celular levemente).”
DANIEL ri e se despede dos amigos. GUTO leva DANIEL até a porta, enquanto isso, EVA recolhe
os copos, levando-os para a cozinha. GUTO fecha a porta, recostando-se nela e observa a
namorada terminar de arrumar as coisas sem ajudá-la.
GUTO: “A gente morou junto por um tempo e tem os mesmos hobbies, me identifico com ele
em várias coisas. Tipo, a família dele também é de Curitiba, ele veio pra São Paulo pra estudar,
assim como eu... Os assuntos batem, sabe?”
EVA (pensativa): “Sei... Assim, eu achei alguns comentários dele meio estranhos...”
EVA: “Por estranho entende-se machista, Guto... Pior foi ver que você deu trela pra ele. O que
tem demais eu gosta de cerveja e futebol?”
GUTO: “Machista? Não entendi.... O cara te elogia e você fala que ele é machista? E outra, que
mania nova é essa de escutar a conversa dos outros? Você nunca deu dessas, Eva.”
EVA: “Oi? Vocês não estavam falando nada baixo. Se escutei foi sem querer. Mas isso não vem
ao caso, não vem mudar de assunto.”
“Você deve estar de TPM, só pode... Encrencar com essas coisas não faz o seu tipo, Eva. E se
comportar assim faz menos ainda... Eu tô indo dormir antes de a gente começar uma discussão
que não vai levar a nada.”
EVA: “Toda discussão é assim pra você, Guto. Todas partem do zero e vão pra lugar nenhum. E
assim a gente vai tocando, sem conversar.
GUTO troca a camiseta por uma de pijama, se deita e continua a ignorar EVA que, parada no pé
da cama suspira, resignada. Ela apanha o pijama e sai do quarto. Guto se ajeita e apaga a luz do
abajour.
EVA: “É aqui?”
GUTO: “acho que sim. São 7h cara... Quem é que toca a campainha de alguém a essa hora?”
GUTO se levanta e vai atender à porta. EVA se demora um pouco antes de segui-lo.
GUTO abre a porta e fica surpreso quando vê LILIAN parada, com uma mala nas mãos. Ela olha
para ele e para EVA e depois de volta para irmão.
LILIAN: “Certas coisas não mudam! Não vem dizer que eu não te avisei que ia chegar hoje.”
“Eva, essa é LILIAN, minha irmã mais nova. Lilian, essa é Eva, minha namorada.”
LILIAN mede EVA da cabeça aos pés e, com um sorriso irônico, diz:
EVA (incomodada com o olhar de Lilian): “Prazer... Se eu soubesse que você ia chegar hoje,
teria feito alguma coisa pro café da manhã, arrumado a casa. Mas o GUTO não disse nada...”
LILIAN sorri ao responder: “Por mim não tem problema... Mas se ele não te disse que eu ia
chegar, também não deve ter dito que vou ficar em são paulo por uns meses.”
GUTO: “Não falei. Mas não tem problema você ficar aqui. Tem (olha para EVA)?”
EVA acena negativamente. “Imagina... bom, fique à vontade. Eu tenho que me arrumar pro
trabalho, então a gente se vê mais tarde.” Despede-se de GUTO e LILIAN e caminha em direção
ao quarto.
LILIAN pega as malas que GUTO deixou no chão. “Bom, mano... Onde é mesmo que eu vou
dormir?”
GUTO suspira e a guia para o quarto que EVA usa como escritório.
GUTO: “Acho que a EVA não vai se importar em deixar esse espaço pra você.”
LILIAN o segue.
EVA está sozinha no apartamento. Caminha pela sala arrumando algumas coisas enquanto fala
com GUTO ao telefone.
EVA: “eu sei que ela é sua irmã, Guto. Mas ela tem um jeito que eu não sei...Me irrita.”
(voz de GUTO): Irrita? Ela não fez nada pra você. Faz duas semanas que tá em casa, como pode
ter te irritado em duas semanas?”
EVA: Não sei Guto, me irrita. Do mesmo jeito que você se irritava com a Flavinha, minha amiga
da faculdade, e não tinha motivos.
(voz de GUTO): Eu tinha motivos, a mina era mó dada.Pior que corrimão de escada.
EVA: Essa sua face machista eu não conhecia e ela continua me surpreendendo... Só porque a
Flavinha tem um relacionamento aberto não siginifica que seja dada.
(voz de GUTO): Você pode me dizer o que quiser. Pra mim é dada e ponto final.
EVA caminha em direção ao quarto de LILIAN, que antes era seu escritório.
EVA entra em seu escritório distraída enquanto fala com GUTO ao telefone. Ao acender a luz,
se depara com alguns quadros de mulheres nuas espalhadas pelo quarto e se assusta.
EVA: Tchau.
EVA desliga o telefone, observa as pinturas demoradamente. Não percebe quando Lilian entra
no ambiente e se sobressalta com a voz dela.
EVA: Ah, que susto! Desculpa entrar aqui assim sem avisar, só precisava de uns documentos e
já tô saindo.
LILIAN: Ei, calma! Relaxa, o quarto é seu. Você pode vir aqui quando quiser.
LILIAN: Sim, achei que o Guto tinha te falado. Trabalho lá em Curitiba, mas tô em São Paulo pra
um curso de especialização.
EVA: hm. Não, ele não costuma falar muito sobre a família.
LILIAN: Saquei. É, ele não fala muito de você também...Mas disse que você gosta de escrever.
EVA: É, eu curto. Mas não tenho muito tempo pra me dedicar ao livro que estava escrevendo.
LILIAN: Deveria... Você tem cara de nerd, sem ofensas... Deve ser talentosa.
EVA: Quem sabe um dia. E você? curte pintar mulheres nuas? Não é estranho?
EVA dá de ombros.
LILIAN: Não pinto só mulheres nuas. Esse é meu projeto atual, mas gosto de retratar um pouco
de tudo. Atualmente, meu interesse é retratar o feminino e a beleza das mulheres e do corpo
da mulher. Algo que fuja daquele padrão que a sociedade dita, de mulher bonita ser mulher
magra e toda maquiada.
EVA: O Guto acha que mulher sem maquiagem é mulher sem graça...
EVA: É, nada a ver... Bom, não vou te atrapalhar mais. Já achei os documentos que tava
procurando. (mostra o calhamaço de folhas para LILIAN). Até mais tarde.
EVA está trancada no banheiro. Seu semblante é de ansiedade e medo. Ela respira fundo
diversas vezes. Segura um teste de gravidez e o olha intensamente. Lilian bate à porta do lado
de fora, impaciente.
EVA fala para si mesma “Que saco essa garota. E que hora pra ela querer usar o banheiro.”
Alterando o tom de voz, fala para LILIAN: “Já vou. Dá pra esperar um pouco?”
LILIAN: Faz pelo menos uma hora que você tá aí trancada... Eu tô atrasada, porra.
EVA abre a porta bruscamente. Encara Lilian nos olhos. Continua segurando o teste de gravidez
que aponta não o resultado.
Lilian sustenta seu olhar e depois se volta para o que a outra está carregando. Sua expressão
se suaviza quando percebe que EVA está chorando. Lilian respira fundo e puxa eva pela mão,
até a sala.
Lilian e Eva estão sentadas lado a lado no sofá. Lilian a abraça com um braço.
LILIAN: por que? Pelo que eu vi, ele pensa em ser pai, casar... Fazer tudo bonitinho que nem
família doriana.
Eva ri com amargura. “Eu... Eu sei que ele quer. O que não sei é se eu...”
LILIAN a interrompe: Você não sabe se você quer. Então por que ficar com ele sabendo que
vocês querem coisas diferentes?
EVA: Por que? Não sei, eu amo o Guto. Mas não sei se amo a ideia de me casar, de ter filhos.
LILIAN: O Guto émeu irmão, mas isso não me faz ser cega, tá ligada? Vou dizer a minha
opinião... Eu sinto que você é uma mulher i crível, mas meu irmão encobre esse brilho, sabe? É
como se vocês dois vivessem numa bolha e dentro dela tá tudo bem. Mas a partir do momento
que saem dela, vocês são pessoas completamente diferentes.
LILIAN: Diferentes. Bom, você já sabe o que meu irmão quer pra vida dele. Mas e você? Oque
você quer?
EVA encara a parede, com olhar pensativo. Pensa “O que eu quero?”. Olha para LILIAN e diz:
LILIAN faz cara de dúvida, mas balança a cabeça como resposta afirmativa.
EVA: Vem comigo. Tem uma coisa que quero fazer há algum tempo, mas nunca tive coragem.
EVA arruma seu cabelo colorido, sorrindo em frente ao espelho. GUTO sai do banheiro e olha
com desaprovação. O sorriso de EVA não desaparece e ela continua se arrumando.
EVA divide o cômodo com Lilian. Enquanto EVA escreve seu livro, Lilian pinta uma nova tela. As
duas conversam e riem animadamente.
CENA 19 – QUARTO
EVA prova uma roupa nova em frente ao espelho e Lilian a observa satisfeita. As duas se
entreolham com aprovação pelo espelho. Eva desvia o olhar para um porta retrato que tem
uma foto sua com Guto e seu sembrante começa a aparentar tristeza e dúvida.
CENA 20 – BANHEIRO
Personagens: Eva
EVA abre a porta do banheiro, está chorando. Olha-se no espelho longamente, angustiada.
Respira fundo e pensa consigo mesma “Como era mesmo aquela frase que eu li? ... Preciso ser
aquilo que escolhi me tornar e não o resultado do que me aconteceu...”
Aparentando mais resolução, abre a torneira, lava o rosto, seca na toalha, apaga a luz e sai.
Eva está sentata na frente da fonte, distraída. GUTO chega e tenta chamar sua atenção.
GUTO: Então, você me chamou aqui por que queria conversar e não me deu nenhuma pista
sobre o que pode ser esse assunto tão importante.
Guto faz cara de surpresa. Eva faz sinal para que ele espere até que ela termine.
EVA: Eu achei que estivesse grávida e resolvi fazer um teste de farmácia antes de ir a um
médico... O resultado do teste de farmácia deu positivo. Calma, deixa eu terminar. Eu conversei
com a Lilian, e ela foi comigo a um hospital e fiz o exame de sangue. Deu negativo.
GUTO: Por que você não me disse nada? Por que chamou a Lilian e não me chamou?
EVA: Por que ultimamente, você nunca tá em casa. E quando tá, parece que só o seu coropo
permanece ali. Guto, nesse meio tempo eu pensei muito na nossa relação, no que ter um filho
seu poderia representar. E eu cheguei a conclusão de que eu não me vejo como mãe e como
esposa.
GUTO: Calma... Como assim? Você sempre disse que queria casar, ter uma família.
EVA: Não, Guto. Você sempre dizia que queria tudo isso. Eu nunca disse que queria ou não
queria... Até porque, eu tava presa demais no personagem da namorada perfeita do Guto pra
considerar o que eu realmente desejava pra minha vida. Eu percebi agora, Guto.
EVA: Que há algum tempo, eu e você temos cainhado por estradas diferentes. Paralelas, mas
diferentes. Você quer, sonha com coisas pra sua vida que não são iguais às que eu sonho pra
minha. E não se faz de desentendido. Eu sei que você sabe, que percebe que tá diferente.
GUTO: Eu percebo, mas eu não sei o que fazer, o que falar sobre isso. Pra mim era uma fase, sei
lá.
EVA: Uma fase que dura uns dois anos não é uma fase, Guto. É uma constatação. A gente
funcionou bem por muito tempo, mas agora... É como se eu nãome reconhecesse quando tô
com você. Como se...
Guto permanece em silêncio por um tempo antes de responder: “Eu sinto, mas muitas vezes
não sei o que fazer com isso tudo que sinto. Então agora que a gente sabe disso, o que a gente
pode fazer?
GUTO olha para Eva com os olhos marejados, responde: “A gente continua a andar por essa
estrada, Eva. Mesmo que separados.
Os dois de abraçam. Guto pega suas coisas e vai embora, deixando EVA sozinha. Eva suspira,
aliviada. E segue pelo caminho oposto. No momento em que cruza a placa com o aviso de
demolição, pára e a observa, pensativa. Continua a caminhar.
Eva abre a porta. Lilian está sentada no sofá, lendo um livro. Olha para Eva de forma
especulativa. Eva fecha a porta e se apoia nela. Eva fecha os olhos e depois de alguns segundo
os abre e olha profundamente para Lilian, o canto dos lábios subindo e formando meio sorriso.
LILIAN olha para ela com a mesma intensidade e sorri de forma sedutora.