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Sociedade das Ciências Antigas

ESTUDO DA ESTRELA SETENÁRIA


NOS Sete DEFEITOS CAPITAIS

Sol

Marte Vênus

Júpiter Mercúrio

Saturno Lua

A Estrela Setenária remonta desde a época dos Caldeus e é um símbolo que relaciona as influências
planetárias entre si, principalmente no que tange às Virtudes e aos Defeitos Capitais e as relações
que existem entre eles. Cada um dos sete Planetas corresponde a uma de suas pontas, com o Sol
ocupando o mais alto posto, na ponta superior da Estrela. O Sol está no ápice pelo fato de ser o Rei
dos Astros e por representar o primeiro dia da Criação, também por este motivo está localizado no
eixo de simetria da Estrela Setenária. Este eixo de simetria divide a Estrela em duas partes opostas:
a primeira, regida pela Lei da Atração, compreende os Planetas Marte, Júpiter e Saturno, que por
sua vez regem os Planos da Vida da Alma, da Luz da Alma, e do Poder da Alma, respectivamente; a
segunda, regida pela Lei da Repulsão, compreende os Planetas Lua, Mercúrio e Vênus, que por sua
vez regem os Planos dos Desejos e Paixões Vis, da Impressionabilidade e dos Anelos. Estas duas
Regiões estão equilibradas pelo Plano dos Sentimentos, regido pelo Sol. A cada um destes planos
estão associadas uma série de correspondências, sendo as mais importantes: uma Virtude e um
Defeito Capital, um binário, e uma letra do alfabeto Hebraico, conforme o Sepher Yetzirah.

A Estrela Setenária é extremamente importante na jornada espiritual de cada um. Ela consiste no
ponto de partida de nosso trabalho interior, pois expõe de forma clara os Defeitos Capitais e as
Virtudes correspondentes que temos de desenvolver para combatê-los. Observamos que, para cada
planeta, localizado em cada ponta da Estrela, há duas pontas opostas, nas quais se encontram um
planeta em cada; portanto, o defeito associado ao planeta da primeira ponta deverá ser combatido
pelo desenvolvimento das Virtudes associadas aos planetas situados nas pontas opostas. Assim, para
cada Defeito Capital há duas Virtudes cujo desenvolvimento levará certamente à sua eliminação.
Eis, portanto, a principal função da Estrela Setenária no início da jornada Iniciática de cada um de
nós: relacionar os Defeitos às Virtudes que os combatem.

Damos a seguir a relação dos planetas, na ordem que representam na criação (dias da semana), com
suas virtudes, defeitos e características de cada um.
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Sol ¢

SÍMBOLO: O círculo com um ponto no meio. O ponto representa a nossa individualidade e o


círculo o espaço que ocupamos.

Expressão positiva: A irradiação do espírito, a doação criativa e amorosa de si mesmo.

Expressão negativa: O orgulho, a arrogância, o desejo excessivo de ser especial e de ser notado. A
estrela Sol, o astro-rei, se encontra na Região dos Sentimentos, que representa o equilíbrio entre os
demais planos, pois o plano astral é o plano do sentimento, é aqui que devemos trabalhar para
construir nosso ser de Luz.

É considerado um "planeta" pessoal e corresponde ao domingo. A sua nota musical é MI.


Astrologicamente, o Sol rege tradicionalmente o coração, as costas e a coluna vertebral; hoje
também é associado à glândula timo.

O Sol representa o ego, a auto-expressão, autoconfiança e a energia vital. O nosso Eu interior. Pode
ser considerado a nossa consciência.

É o corpo mais poderoso do sistema solar, força essencial da nossa vida, sem a qual a vida na Terra
não existiria. É ativo associado em astrologia com o poder, energia e auto-expressão, e os tipos
humanos são largamente determinados pelas suas características solares. Manchas solares, na esfera
física fora da visão, geram atividade magnética; erupções brilhantes, conhecidas como explosões
solares, emitem radiações de ondas curtas para a Terra.

O Sol apresenta o aspecto positivo Riqueza e o negativo Pobreza. A palavra Riqueza (do francês
antigo richesse), como o próprio nome indica, é a qualidade do que é rico, tanto no sentido literal do
dinheiro, bem como no sentido figurado do que é amplo, magnificente; já a palavra Pobreza (do
latim paupertas) é o estado do que é pobre, a falta do que é necessário à vida.

Devemos reconhecer que nosso status atual é conseqüência de uma situação evolutiva de
consciência, ou é um status onde de certa forma nós concordamos em sermos colocados para
enfrentar situações que podem, por nosso livre arbítrio, conduzir-nos a uma evolução sucessiva
(libertação do carma, via reencarnação).

O que é então permanente nesta situação? Certamente, não são características permanentes que
suportam o orgulho humano, tais como: riqueza de bens terrenos, beleza física, diferenças raciais,
conhecimento mundano, graus de "inteligência", ou então, quaisquer outras características que
suportam o orgulho no nosso mundo físico.

Assim, a Riqueza na senda evolutiva só tem sentido como acumulação de consciência, de evolução
em sucessivos planos cósmicos. Na parábola do homem rico e do homem pobre, temos um exemplo
de apego aos bens materiais e apego ao mundo ilusório. Mas um homem pobre também pode se
apegar à realidade fenomenológica, e até encontrar em si diferenças em relação ao vizinho ou a
outras famílias não constantes de seu pacto iniciático, que lhe causem orgulho.

O Sol possui como virtude a Magnanimidade (do latim magnanitas) e como defeito o Orgulho (do
espanhol orgullo). Magnanimidade é a qualidade ou o ato próprio de quem é magnânimo (o que tem
grandeza de alma); e, Orgulho é o sentimento de dignidade pessoal ou o conceito elevado ou
exagerado de si próprio.
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Cronos (Saturno), o Eremita do Tarô, se exila voluntariamente das coisas mundanas. Ali envelhece,
e deixa de se rebelar quanto ao tempo, e caminha para adquirir paciência e sabedoria. Mas, ao
exilar-se, ele aprende a adquirir castidade, reconhecendo que o cósmico tudo nos provê, não tendo
sentido a avareza. Nós somos Eremitas em nossas casas!

O Deus Sol, Apolo, nos liberta das trevas de sua irmã Hecate, a soberana da Lua, a senhora das
trevas, do útero do inconsciente, dos sonhos. Mas, para nos libertarmos do útero de Hecate, mister
se faz libertar-nos do domínio da preguiça, reconhecer leis cósmicas, e segui-las com humildade. E,
assim, chegamos ao estágio de Sol de nosso centro psíquico frontal, de libertação do carma, da
passagem para o estágio do trabalho a serviço da humanidade. É chegado o tempo de ressurreição!
O Sol nos traz consciência, lucidez, às vezes deslumbramento. Quando olhamos para o Sol
diretamente, ficamos ofuscados. Quando não estamos preparados para encarar a verdade ficamos
cegos, deslumbrados pelo conhecimento, daí o orgulho, a vaidade.

Com o Sol devemos aprender a sermos humildes, reconhecendo nosso valor e capacidade, nossa
sabedoria, mas que podemos aprender e crescer muito mais, justamente quando deixamos de lado o
deslumbramento, a arrogância, a cegueira do "eu sei", o orgulho de se sentir consciente quando
conseguimos perceber as coisas à nossa volta com clareza, carecemos de discernimento para enfim
termos uma visão clara do conjunto. Só assim poderemos mostrar nossa magnanimidade, ou seja,
nossa generosidade, nossa grandeza de alma, e desta forma auxiliar nossos irmãos a alcançarem a
trilha da sabedoria.

Conclusão sobre a virtude e o defeito:

O ORGULHO (que é o defeito ligado ao Sol) para ser combatido precisa buscar o seu equilíbrio por
meio da prática das virtudes ligadas a cada um dos dois planetas opostos ao Sol, ou seja, através da
CASTIDADE (que é a virtude ligada a Saturno) e da HUMILDADE (que é a virtude ligada à Lua);

A MAGNANIMIDADE (que é a virtude ligada ao Sol) tem de combater a prática dos defeitos
ligados a cada um dos dois planetas opostos ao Sol, ou seja, entre a AVAREZA (que é o defeito
ligado a Saturno) e a PREGUIÇA (que é o defeito ligado à Lua).

Lua e

SÍMBOLO: A lua é crescente indicando receptividade ao que pode acontecer. O semicírculo


representa a manifestação do infinito, do subconsciente e da memória coletiva. O semicírculo é o
círculo dividido em dois, onde de um lado há a matéria, do outro o espírito; ou seja, a dualidade
dentro da unidade.

A Lua, que é um satélite da Terra, se encontra na Região das Paixões e Desejos Vis, na qual se
manifesta a Lei da Repulsão, ou seja, a força que tem por missão destruir tudo o que está sob si.

É possível uma leitura neutra das paixões e dos desejos?

"Mas seja qual for o objeto do apetite ou desejo de qualquer homem, esse objeto é aquele que a que
cada um chama de bom; ao objeto de seu ódio e aversão chama mau, e ao seu desprezo chama vil
e o indigno. Pois as palavras "bom", "mau" e "desprezível" são sempre usadas em relação à
pessoa que as usa. Não há nada que o seja simples e absolutamente, nem há qualquer regra comum
do bem e do mal, que possa ser extraída da natureza dos próprios objetos."

É um "planeta" pessoal e corresponde à segunda-feira. A sua nota musical é LÁ.


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A Lua apresenta o aspecto positivo Domínio e o negativo Servidão. A palavra Domínio (do latim
dominium) significa posse, poder, o poder que uma pessoa tem de usar e dispor do que lhe pertence,
a dominação, a autoridade; já a palavra Servidão (do latim servitudo) significa uma sujeição grave
ou obrigação indesculpável de fazer algo, uma dependência, escravidão e serventia.

A órbita da Lua marca o limite entre o mundo sublunar e o mundo astral, entre o mundo da luz e
mundo das provações. Nesse mundo de provações, o homem está preso aos condicionamentos, e
usa as vestes de pele. Aí temos o homem dominado pelas paixões e desejos vis. Ele necessita se
libertar desta servidão.

É então que, como Davi, o Homem da Torrente necessita atravessar o seu deserto, superar os 40
dias de desafios de seu vil lado material e inicia a caminhada do Homem de Desejo, incorporando
as virtudes que o conduzirão ao mundo celeste.

Saibamos, então, encontrar as virtudes que deverão nos dominar. Sejamos servos delas, pois assim
purificaremos o nosso Astral. Vejamos o que disse Eliphas Levi.

"A espada flamejante é o sinal da vitória sobre os vícios, que são em número de sete, como as
virtudes; as idéias dessas virtudes e desses vícios eram figuradas, pelos antigos, pelos símbolos dos
sete planetas então conhecidos. Assim a fé, esta aspiração ao infinito, esta nobre confiança em si
mesmo, sustentada pela crença em todas as virtudes, a fé, que nas naturezas fracas pode degenerar
em orgulho, era representada pelo Sol; a esperança, inimiga da avareza, pela Lua; a caridade,
oposta à luxúria, por Vênus, a brilhante estrela da manhã e da tarde; a força, superior à cólera por
Marte; a prudência, oposta à preguiça, por Mercúrio; a temperança, oposta à gula, por Saturno, a
quem se dá uma pedra para comer, ao invés de seus filhos; e a justiça, enfim, oposta à inveja, por
Júpiter, vencedor dos Titãs. Tais são os símbolos que a astrologia tira do culto helênico. Na cabala
dos hebreus, o Sol representa o anjo da luz; a Lua, o anjo das aspirações, dos sonhos..."

Sobre a Lua, podemos apresentar como sua virtude, a Humildade, e como seu defeito, a Preguiça.
A palavra Humildade (do latim humilitas) significa a virtude que nos dá o sentimento de nossa
fraqueza; já a palavra Preguiça (do latim pigritia) é a aversão ao trabalho, negligência e indolência.

"A preguiça, é um dos sete defeitos capitais. Ao perder o Paraíso Terrestre, Eva e Adão ouvem do
Senhor as terríveis palavras que selarão seus destinos. À primeira mulher, Deus disse:
‘Multiplicarei as dores de tua gravidez, na dor darás à luz filhos. Teu desejo te levará ao homem e
ele te dominará’ (Gn, 3:16). Ao primeiro homem, disse Jeová: ‘Maldito é o solo por causa de ti!
Com sofrimentos dele te nutrirás todos os dias de tua vida (...). Com o suor de teu rosto comerás
teu pão, até que retornes ao solo, pois dele foste tirado. Pois tu és pó e ao pó tornarás’ (Gn, 3:17-9
). Ao ócio feliz do Paraíso segue-se o sofrimento do trabalho como pena imposta pela justiça divina
e por isso os filhos de Adão e Eva, isto é, a humanidade inteira, pecarão novamente se não se
submeterem à obrigação de trabalhar. Porque a pena foi imposta diretamente pela vontade de
Deus, não cumpri-la é crime de lesa-divindade e por essa razão a preguiça é defeito capital, um
gozo cujo direito os humanos perderam para sempre."

Não é curioso, porém, que o desprezo pela preguiça e a extrema valorização do trabalho possam
existir numa sociedade que não desconhece a maldição que recai sobre o trabalho, visto que
trabalhar é castigo divino e não virtude do livre-arbítrio humano? Aliás a idéia do trabalho como
desonra e degradação não é exclusiva da tradição judaico-cristã. Ela também aparece nas sociedades
escravistas antigas, como a grega e a romana, cujos poetas e filósofos não se cansam de proclamar o
ócio como um valor indispensável para a vida livre e feliz, para o exercício da nobre atividade
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política, para o cultivo do espírito (pelas letras, artes e ciências) e para o cuidado com o vigor e a
beleza do corpo (pela ginástica, dança e a arte militar), vendo o trabalho como pena que cabe aos
escravos e desonra que cai sobre homens livres e pobres. São estes últimos que, na sociedade
romana, eram chamados de humiliores, os humildes ou inferiores, em contrapartida aos honestiores,
os homens bons porque livres, senhores da terra, da guerra e da política. É significativo, por
exemplo, que nas línguas dessas duas sociedades não exista a palavra "trabalho". Os vocábulos
ergon (em grego) e opus (em latim), referem-se às obras produzidas e não à atividade de produzi-
las. Além disso, as atividades laboriosas, socialmente desprezadas como algo vil e mesquinho, são
descritas como rotineiras, repetitivas, obedientes a um conjunto de regras fixas, e a qualidade do
que é produzido não é relacionada à ação de produzir, mas à avaliação feita pelo usuário do
produto. Enfim, não é demais lembrar que a palavra latina que dá origem ao nosso vocábulo
"trabalho" é tripalium, instrumento de tortura. E labor (em latim) significa esforço penoso, dobrar-
se sob o peso de uma carga, dor, sofrimento, pena e fadiga. Não é significativo, aliás, que muitas
línguas modernas derivadas do latim, ou que sofreram sua influência, recuperem a maldição divina
lançada contra Eva usando a expressão "trabalho de parto"?

Para exemplificar a humildade, podemos citar um dos maiores modelos de humildade do mundo:
Mohandas Karamchand Gandhi, mais conhecido como Mahatma Gandhi, místico, político e líder
indiano que lutou pela emancipação da Índia. Contrário a qualquer ato de violência, Gandhi
praticava o jejum como meio de persuasão, usando assim a ação política como libertadora do mais
pobre.

Conclusão sobre a virtude e o defeito:

A PREGUIÇA (que é o defeito ligado à Lua) para ser combatida precisa buscar o seu equilíbrio por
meio da prática das virtudes ligadas a cada um dos dois planetas opostos à Lua, ou seja, através da
MAGNANIMIDADE (que é a virtude ligada ao Sol) e da DILIGÊNCIA (que é a virtude ligada a
Marte);

A HUMILDADE (que é a virtude ligada à Lua) tem de servir como freio para a prática dos defeitos
ligados a cada um dos dois planetas opostos à Lua, ou seja, entre a IRA (que é o defeito ligado a
Marte) e o ORGULHO (que é o defeito ligado ao Sol).

Marte ¥

SÍMBOLO: A cruz da matéria acima do círculo do espírito. A cruz foi transformada em seta para
não se confundir com a posição da cruz de Vênus. Marte é que faz o carma. É o Sol ascendendo
sobre o horizonte a Leste. Não é o Sol que já nasceu, mas o Sol que está nascendo, que denota o
Espírito em suas primeiras lutas com a matéria, os raios do Espírito ou a mente operando no cérebro
do homem-animal.

Expressão positiva: A coragem, a iniciativa, as forças voltadas para uma meta construtivamente.

Expressão negativa: A impaciência, a violência, o uso inadequado da força, as ameaças e a


destruição.

O planeta Marte se encontra na Região da Vida da Alma, na qual se manifesta a Lei da Atração,
cuja missão é unir e fortalecer o que está sob seus domínios.

É tido como um planeta pessoal e corresponde à terça-feira. A sua nota musical é RÉ.
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Na Mitologia Grega, Marte está ligado ao deus Ares, considerado o deus que possuía a maior
energia. Conforme seu estado de humor, ele usava essa energia para fins negativos ou positivos. No
primeiro caso, ele era responsável pelas guerras ou por tudo o que causasse destruição. No segundo
caso, era responsável pela coragem que os homens demonstravam em seu trabalho, assim como a
vitalidade da natureza, como por exemplo, na primavera, quando ela parecia renascer.

Era também invocado no momento de prestar um juramento por duas razões: acreditava-se que sua
ajuda era indispensável para manter o compromisso e cumprir o prometido. Por outro lado, quem
traísse suas promessas sofreria mais cedo ou mais tarde o castigo desse deus. Dessa forma, era
considerado o "Senhor da Guerra".

No plano físico, Marte exerce influência em nossa vitalidade. Ele estimula as polaridades da Força
Vital, tal como se manifesta nos órgãos e células de nosso corpo.

No plano astral, exerce influência sobre nossa mais importante faculdade: a vontade. Seu aspecto
positivo é a Sabedoria e o seu negativo é a Ignorância. A Sabedoria (do latim sapientia) é a
qualidade de sábio, o conhecimento justo das coisas; a prudência, a moderação. A Ignorância (do
latim ignorantia) é a condição de quem não é instruído, a falta de conhecimento, o estado de
alguém que desconhece alguma coisa.

A virtude de Marte é a Diligência e o seu defeito é a Ira. A Diligência (do latim diligentia) é o
cuidado ativo, o zelo, a aplicação. A Ira (do latim ira) é a cólera, a raiva, a indignação; o desejo de
vingança.

Conclusão sobre a virtude e o defeito:

A IRA (que é o defeito ligado a Marte) para ser combatida precisa buscar o seu equilíbrio
praticando as duas virtudes ligadas a cada um dos dois planetas opostos a Marte, ou seja, através da
HUMILDADE (que é a virtude ligada à Lua) e da PACIÊNCIA (que é a virtude ligada a Mercúrio);

A DILIGÊNCIA (que é a virtude ligada a Marte) tem de combater a prática dos defeitos ligados a
cada um dos dois planetas opostos a Marte, ou seja, entre a PREGUIÇA (que é o defeito ligado à
Lua) e a INVEJA (que é o defeito ligado a Mercúrio).

Mercúrio £

SÍMBOLO: O semicírculo acima do círculo e da cruz simboliza o canal para receber inspiração. O
círculo é a força atrás da mente. A cruz é a matéria que estimula a atividade mental.

Expressão positiva: O uso criativo da habilidade e da inteligência.

Expressão negativa: O mau uso da habilidade e da inteligência, da amoralidade, a falta de


comunicação.

O planeta Mercúrio se encontra na Região da Impressionabilidade, na qual se manifesta a Lei da


Repulsão, ou seja, a força que tem como meta a destruição de tudo o que encontrar pela frente. É
um planeta pessoal e corresponde à quarta-feira. A sua nota musical é SOL.

Mercúrio apresenta o aspecto positivo: Graça e o negativo Fealdade. A palavra Graça (do latim
gratia) pode significar uma série de coisas, tais como: benefício, boa vontade, ato de clemência, o
nome de alguém, uma intimidade, um dom especial concedido por Deus, um milagre, ou ainda, uma
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beleza; já a palavra Fealdade (do latim foedatatis) significa feiúra, o aspecto repugnante ou
horroroso, a qualidade do que é feio, e ainda pode ser uma indignidade.

Os dois aspectos podem ser vistos de vários ângulos, porém, uma vez que a Fealdade simboliza o
estado do que é feio, a feiúra em si, ou ainda, a indignidade e a Graça pode significar uma série de
tantas outras coisas, preferimos fazer uma pequena análise, sob o prisma da estética, ou seja, tratar a
Fealdade tão-somente como o estado da feiúra e a Graça como o estado de beleza. Entretanto,
deparamo-nos com um grande problema: tanto a Graça como a Fealdade são dois aspectos opostos
entre si, representados por substantivos abstratos, ou seja, a Graça, bem como a sua antítese, a
Fealdade, não existem. Para que possamos prosseguir com o nosso intento, faremos o uso de uma
história, A Bela e a Fera.

Nesse famoso conto de fadas, escrito por Madame LePrince de Beaumont, consegue-se ver
claramente as duas oposições: a Graça, representada pela beleza de Bela e a Fealdade pela feiúra da
Fera.

A Fera tinha dentro de si um homem carente que estava em busca do amor mas que não sabia disso.
Aquilo que ele mais amava e que desencadeou a nossa história foi o quê? O pai de Bela havia
colhido uma rosa no jardim da Fera. A rosa era o seu símbolo secreto para o Amor. Ele guardava as
rosas sem saber e talvez sem acreditar que um dia elas se transformariam em uma mulher. E quando
ele viu Bela foi amor à primeira vista o que ele sentiu. Enfim, a rosa adquirira uma corpo e um
nome. Tudo o que imaginara em uma mulher, sua Bela possuía. Por motivos de feitiçaria, ele havia
sido transformado em uma criatura horrorosa por fora, mas sua natureza humana era a de um grande
coração capaz de guardar muito amor.

Bela, uma moça simples, perdida em seu pequeno mundo, tinha medo de viver e não sabia bem o
que era o amor. Sua sorte foi encontrar alguém que havia se interessado por ela por aquilo que ela
era.

Enfim, a Beleza (Graça) e a Feiúra (Fealdade) são apenas abstrações que os humanos transformam
em elementos concretos para poderem ver o que não existe. A Graça e a Fealdade, bem como o
Amor estão no íntimo de cada ser, de acordo com o estado de espírito de cada um. Jazem nos olhos
puros de quem vê, nos olhos de quem ama, nos olhos do próprio Amor. Basta ter um coração puro e
livre de influências externas para sentir.

Ainda sobre Mercúrio, temos como sua virtude, a Paciência, como seu defeito, a Inveja. A palavra
Paciência (do latim patientia) significa a virtude de quem suporta males e incômodos sem queixas
nem revolta; já a palavra Inveja (do latim invidia) é o desejo de possuir ou gozar de algum bem que
outrem possui ou desfruta.

Conclusão sobre a virtude e o defeito:

A INVEJA (que é o defeito ligado a Mercúrio) para ser combatida precisa buscar o seu equilíbrio
por meio da prática das virtudes ligadas a cada um dos dois planetas opostos a Mercúrio, ou seja,
através da CARIDADE (que é a virtude ligada a Júpiter) e da DILIGÊNCIA (que é a virtude ligada
a Marte);

A PACIÊNCIA (que é a virtude ligada a Mercúrio) tem de servir como freio para a prática dos
defeitos ligados a cada um dos dois planetas opostos a Mercúrio, ou seja, entre a IRA (que é o
defeito ligado a Marte) e a GULA (que é o defeito ligado a Júpiter).
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Júpiter ¦

SÍMBOLO: O semicírculo da percepção ou receptividade acima da cruz da matéria indica ou a alma


triunfando sobre a matéria ou a espera da fertilidade para se engrandecer.

Expressão positiva: A fé, a confiança, a fé em um poder superior, a benevolência, a busca de


evolução.

Expressão negativa: O excesso de confiança, a preguiça, a falta de responsabilidade e empenho, os


exageros.

O planeta Júpiter se encontra na Região da Luz da Alma, na qual rege a Lei da Atração, cuja missão
é unir e fortalecer o que está sob seus domínios.

Tido como um planeta social, ele corresponde à quinta-feira. A sua nota musical é DÓ.

É o terceiro caminho, a Inteligência Santificante, a base da sabedoria primordial, chamada criadora


da fé. Ele é, efetivamente, o antepassado da fé, do qual esta emana. É um planeta masculino e
benéfico.

Na mitologia grega, Júpiter era representado por Zeus, pai e chefe dos deuses que, segundo a
crença, decidia o destino dos homens e da natureza. Ele exercia um poder absoluto sobre os deuses
do Olimpo, que deviam obedecê-lo sob pena de serem banidos. Entretanto, era generoso para com
eles e considerava seu dever protegê-los. Segundo a mitologia, foi ele quem instaurou a Ordem e a
Harmonia em toda a Criação. Devido a isto, ele zelava o tempo todo para que os astros se
mantivessem em seus devidos lugares e que a Terra usufruísse os favores do espaço. Assim sendo, a
alternância das estações, o curso dos rios, a intensidade das marés, a boa colheita etc. estavam sob
seus cuidados. Ele agia como um pai em relação aos homens, na condição de que fosse venerado e
respeitado por eles, caso contrário seriam punidos por meio de tempestades, maremotos ou outra
forma de catástrofe.

No corpo humano, Júpiter exerce influência sobre a corrente sangüínea e sempre esteve ligado ao
fígado e a sua atividade purificadora. Atualmente reconhece-se sua forte influência sobre a glândula
pituitária.

Júpiter corresponde no positivo à Paz e no negativo à Guerra. Paz (do latim pax): situação e
relação mútua dos que não estão em guerra; tranqüilidade e quietude pública dos estados em
contraposição à guerra ou à turbulência; tratado ou convênio que se concorda entre as partes
beligerantes para pôr fim a uma guerra. Guerra (do germânico werra, "discórdia"): rompimento da
paz entre duas potências; luta armada entre duas ou mais nações ou entre bandos de uma mesma
nação.

Vivemos em um mundo em conflito. Vivemos uma luta constante dentro e fora de nós mesmos.
Sempre com dúvidas, medos, inseguranças etc., apenas para citar alguns poucos de nossos conflitos.
Almejamos a paz, aquele momento de tranqüilidade em que pensamos poder relaxar, descansar da
longa batalha, um momento de trégua: a hora do repouso do guerreiro! Para logo a seguir retomar a
luta diária.

Sempre que falamos em guerra pensamos logo nas lutas armadas, nos conflitos entre nações, ou nas
guerras civis entre facções dentro da mesma nação e desconsideramos as pequenas batalhas que
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enfrentamos diariamente em nossa casa, no trabalho, com amigos, vizinhos, e, quase sempre, nós
nos esquecemos de uma guerra muito próxima: nossas batalhas internas.

Como virtude, Júpiter tem a Caridade e como defeito a Gula. Caridade (do latim caritas): uma das
três virtudes teológicas, que consiste em amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a
nós mesmos; virtude cristã oposta à inveja e à inimizade; amor que move a vontade à busca efetiva
do bem de outrem e procura identificar-se com o amor de Deus; esmola que se dá, ou auxílio que se
presta aos necessitados. Gula (do latim gula, "esôfago", "garganta", "gula"): excesso na comida e
na bebida, e apetite desordenado de comer e beber.

Como falar de gula sem cair no lugar comum de que ela é o ato de se comer mais do que o
necessário? Existem pessoas gulosas sem que se coma com compulsão? Sim, elas existem e em
muitas quantidades.

A pessoa gulosa é aquela que sempre quer mais do que necessita. Isto não significa que ela seja
insensível às necessidades dos outros, mas implica em reconhecer que ela "pega" para si sempre
mais do que seria necessário naquele momento.

O que se esconde atrás deste fato? Fica claro que ao querer mais do que necessita (ou mais do que
agüenta), esta pessoa, ou não acredita ou não está convicta da abundância que traspassa todo o
Universo e por isso, tem medo da falta e peca por se servir com mais do que precisa para que não
falta amanhã.

Pessoas assim, geralmente, podem assumir mais compromissos do que são capazes de cumprir. Este
ato também está ligado à crença da escassez do Universo, à dúvida da abundância Cósmica, pois
acreditam elas que o trabalho tem de ser feito, e que há poucas pessoas com competência para fazê-
lo e logo, que complete, àquele poucos abnegados tomarão para si esta responsabilidade,
guardando, por assim dizer um estoque completo de trabalhos a realizar, pois assim garantem para
seu ego que serão necessárias por muito e muito tempo

O ser humano não foi criado para carregar o mundo nas costas. A cada um é dado cumprir
determinadas tarefas para o bem da humanidade e serviço para o bem do todo. Mas assim como o
homem é constituído de corpo, envoltório fluídico e alma, sendo, portanto trino, seus deveres neste
mundo devem também espelhar esta constituição trina, cuidando ele das coisas do corpo, das coisas
do coração e das coisas da alma, cada uma a seu tempo.

Como consertar essa deficiência? Lembrando do Sermão da Montanha:

"Lembrai dos lírios do campo, não tecem e não fiam, mas nem Salomão em todo o seu esplendor
teve veste mais bela... Deixemos o amanhã para o amanhã e vivamos intensamente o hoje, pois a
ninguém é dado saber se o amanhã virá, mas o hoje temos certeza de já ter recebido."

Conclusão sobre a virtude e o defeito:

A GULA (que é o defeito ligado a Júpiter) para ser combatida precisa buscar o seu equilíbrio
praticando as duas virtudes ligadas a cada um dos dois planetas opostos a Júpiter, ou seja, através da
TEMPERANÇA (que é a virtude ligada a Vênus) e da PACIÊNCIA (que é a virtude ligada a
Mercúrio);
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A CARIDADE (que é a virtude ligada a Júpiter) tem de combater a prática dos defeitos ligados a
cada um dos dois planetas opostos a Júpiter, ou seja, entre a LUXÚRIA (que é o defeito ligado a
Vênus) e a INVEJA (que é o defeito ligado a Mercúrio).

Vênus ¤

SÍMBOLO: O círculo simboliza o espírito e a cruz é a matéria. Neste caso, a matéria está colocada
abaixo do espírito que acaba por superá-la.

Expressão positiva: A relação de troca de afeto, a partilha, a delicadeza e a harmonia estética.

Expressão negativa: A auto-complacência, a cobiça, a inibição do afeto de buscar o que dá prazer.

O planeta Vênus se encontra na Região dos Anelos. Nessa região, manifesta-se a Lei da Repulsão, a
força que tem por missão destruir tudo o que está sob si.

O mais belo planeta do nosso sistema solar, Vênus é magnético, sensível, feminino, atraente e
fecundo. Os antigos gregos o chamavam de "a deusa do amor e da beleza" e é isso que esse planeta
simboliza astrologicamente: amor, harmonia universal e beleza. Mitologicamente, encarna a deusa
Afrodite, nascida da espuma do mar e é por isso que é, ao mesmo tempo, celeste e marinha.

Vênus é o princípio feminino que representa o amor em todas as suas dimensões e manifestações.
Sua vibrações determinam sensibilidade, delicadeza, amabilidade, fidelidade, simpatia, bondade e
alegria. Suas vibrações agem diretamente sobre todas as formas de manifestações artísticas, desde
as mais simples até as mais elevadas.

Segundo a tradição astrológica, Vênus tem um papel importante na evolução pré-natal: a


intervenção no quinto mês de gravidez e determina o sexo, moldando o rosto, as mãos e os pés.
Feliz do ser que é favorecido por ela, pois virá ao mundo com os dons preciosos e benévolos da
deusa do amor. Após o sétimo mês, juntamente com a lua, ela vem ajudar a moldar o pequeno ser e
a dar os elementos da vida.

É um planeta pessoal e corresponde à sexta-feira. A sua nota musical é FÁ.

Vênus apresenta como aspecto positivo a Fertilidade e como o negativo a Esterilidade. A


Fertilidade (do latim fertilitas) é a qualidade de fértil, a fecundidade, a abundância. A Esterilidade
(do latim sterilitas) é a qualidade de estéril, a improdutividade, a infecundidade, a escassez.

Quando falamos de esterilidade, lembramo-nos de falar de terras férteis, produtivas; lembramo-nos,


ainda, de falar de casais do reino animal, estéreis, incapazes de procriar, por uma deficiência de um
dos membros do casal, ou de ambos. Estes são, assim, os sentidos materiais e corriqueiros.

Num sentido mais profundo, entretanto, devemos nos lembrar que toda criação tem um propósito
divino, e a fertilidade requer a produção de frutos, isto é, uma evolução sempre no sentido de cada
vez mais evoluir a personalidade-alma de cada um, no sentido de se cumprir este propósito divino.
Lembremo-nos que, da mesma forma como adubamos e tratamos uma plantação, pode o homem
recorrer a instituições, onde, pelo aprendizado das leis cósmicas, e pela ação obediente às mesmas,
o seu progresso é acelerado.

Vênus apresenta, ainda, como virtude a Temperança e como defeito a Luxúria. A Temperança (do
latim temperatia) é a virtude de quem é moderado, ou de quem modera apetite e paixões; a
Sobre a Estrela Setenária Sociedade das Ciências Antigas 11

sobriedade. A Luxúria (do latim luxuria) é o viço ou exuberância, a lascívia, a sensualidade; a


corrupção.

Quando falamos de Temperança e Luxúria, falamos de moderação ou excesso de apetites ou


paixões. Isto nos sugere que deve existir um ponto ótimo de apetites ou paixões, a ser praticado.
Podemos assim exemplificar com apetite sexual. Qual é então o ponto ótimo para cada pessoa, o
ponto de temperança, o ponto onde usamos o cósmico apenas no que é necessário, o ponto de
equilíbrio? Este é um processo que podemos simbolizar como um intercâmbio de fluidos entre
vasos, um intercâmbio entre líquidos (água) e a flecha (fogo), para produzir Vau (ar) dentro do
corpo (Heh ou terra). Assim, aludimos à finalidade do ato, onde o prazer é um acessório para
assegurar a procriação.

Mas este intercâmbio, agora não mais de líquidos, mas de energias, dirigidas e controladas pela
VONTADE, a fim de se atingir níveis superiores de consciência, busca a iluminação. A
Temperança poderia então ser entendida como o controle exercido por nossa vontade em nossos
pensamentos e ações, de forma a que geremos uma alteração de um estado anterior para outro
melhor.

Usamos aqui a imagem do apetite sexual, mas a Temperança é usada para equilibrar a Gula e a
Avareza, e assim o sentido de Temperança é muito mais amplo, haja vista os amplos sentidos já
abordados para Gula e Avareza.

Conclusão sobre a virtude e o defeito:

A LUXÚRIA (que é o defeito ligado a Vênus) para ser combatida precisa buscar o seu equilíbrio
por meio da prática das virtudes ligadas a cada um dos dois planetas opostos a Vênus, ou seja,
através da CARIDADE (que é a virtude ligada a Júpiter) e da CASTIDADE (que é a virtude ligada
a Saturno);

A TEMPERANÇA (que é a virtude ligada a Vênus) tem de servir como freio para a prática dos
defeitos ligados a cada um dos dois planetas opostos a Vênus, ou seja, entre a GULA (que é o
defeito ligado a Júpiter) e a AVAREZA (que é o defeito ligado a Saturno).

Saturno §

SÍMBOLO: A cruz da matéria acima do semicírculo da alma, da percepção e receptividade,


representando a contração, a limitação (conservação da matéria), a mente voltada para a matéria.

Expressão positiva: O esforço disciplinado, o aceitar deveres, a responsabilidade, a paciência, a


organização e a confiabilidade.

Expressão negativa: A auto-repressão, a falta de fé, a rigidez, a frieza, a inibição e o negativismo.

O planeta Saturno se encontra na Região de Poder da Alma. Essa região é regida pela Lei da
Atração, cuja missão é unir e fortalecer o que está sob seus domínios.

É um planeta social e corresponde ao sábado. A sua nota musical é SI.

Saturno, em sânscrito, se diz sani e significa "ser". Separando-se as duas raízes, Sa e Ni, significa a
causa primordial se expressando e se limitando numa forma ou num novo ser, num ponto de
equilíbrio entre o ser e o nada.
Sobre a Estrela Setenária Sociedade das Ciências Antigas 12

É a expressão e a manifestação da maturidade do indivíduo, o Eu racional e objetivo. O Ser toma


consciência de suas limitações. Reúne, sintetiza, concentra, interioriza e se aperfeiçoa. Adquire
consciência de si mesmo, rigor, domínio dos elementos próprios do seu domínio, que distingue do
seu livre-arbítrio. Descobre suas verdadeiras motivações. Vai ao essencial.

Saturno ocupa o lugar do iniciador. Limita, restringe, freia e retém para nos induzir a procurar o
essencial. A paciência, a tenacidade e a sobriedade são qualidades atribuídas a Saturno. Quando
essas qualidades são integradas por nós passamos por um lento processo de maturidade resultante
do fato de saber esperar quando necessário, renunciar ou se restringir quando conveniente,
aproveitar o próprio poder de concentração, o espírito lógico, valorizar racionalmente as
circunstâncias, aprender a se dominar, dar provas de discernimento, livrar-se a tempo do que já não
serve ou não tem razão de ser na vida, conhecer os próprios limites, ser auto-suficiente e assumir as
próprias responsabilidades.

Esse planeta apresenta no aspecto positivo a Vida e no negativo a Morte. A Vida (do latim vita) é o
conjunto de propriedades e qualidades graças às quais animais e plantas, ao contrário dos
organismos mortos ou da matéria bruta, se mantêm em contínua atividade, manifestada em funções
orgânicas tais como o metabolismo, o crescimento etc. Em suma, o tempo de existência que decorre
desde o nascimento até a morte. A Morte (do latim mors) corresponde ao ato de morrer; o fim de
um ciclo ou de uma vida. O místico não só considera a morte como inevitável, bem como entende
que ela é também parte essencial do ciclo existencial. Assim sendo, morte e nascimento são
sinônimos, pois o que chamam de morte é nascimento para outro plano e o nascimento é igualmente
uma transição.

Saturno aparece como o Princípio da Manifestação no Tempo, o mestre da Vida e da Morte, que se
sucedem nesse ponto de equilíbrio, reunindo a construtividade e a destrutividade. O princípio
saturnino era manifesto pelo misterioso Janus. Ele era representado com duas faces olhando em
duas direções opostas: uma era de um velho e a outra de um adolescente, símbolo do passado e do
futuro, que são duas faces do "eterno presente". O ponto equilibrante da vida e da morte é o grande
arcano da imortalidade.

Vida e morte são conceitos humanos e não realidades místicas. Correspondem às duas etapas de um
só ciclo: o da Vida Cósmica. Todos devemos ter a mesma concepção de vida e morte. Do ponto de
vista filosófico, todo nascimento é uma morte e toda morte é um renascimento. No absoluto, nada
se cria, pois tudo já existe em estado latente. Assim, tudo se transforma. Todos temos a idéia de que
a vida é o bem e a morte é o mal, entretanto, são aspectos positivo e negativo da força divina. O
útero da mãe é a porta da vida como também a porta da morte, pois o nascimento no plano da forma
é a morte para as coisas Superiores.

Saturno apresenta, ainda, como virtude a Castidade e como defeito a Avareza. A Castidade (do
latim castitas) é a pureza dos costumes. Por outro lado, relacionando-se com sexo, seria a qualidade
de quem é casto, ou a abstinência total dos prazeres sexuais. A Avareza (do latim avaritia) é o
excessivo e sórdido apego ao dinheiro; também, pode ser a falta de generosidade; a mesquinhez. A
Avareza causa aquele sentimento que faz com que a pessoa guarde tudo que tem, não se
predisponha a gastar nada pelo simples fato de acreditar que terá necessidade daquilo no futuro e,
portanto, não pode gastar agora passando privação.

Conclusão sobre a virtude e o defeito:


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A AVAREZA (que é o defeito ligado a Saturno) para ser combatida precisa buscar o seu equilíbrio
praticando as duas virtudes ligadas a cada um dos dois planetas opostos a Saturno, ou seja, através
da MAGNANIMIDADE (que é a virtude ligada ao Sol) e da TEMPERANÇA (que é a virtude
ligada a Vênus);

A CASTIDADE (que é a virtude ligada a Saturno) tem de combater a prática dos defeitos ligados a
cada um dos dois planetas opostos a Saturno, ou seja, entre a LUXÚRIA (que é o defeito ligado a
Vênus) e o ORGULHO (que é o defeito ligado ao Sol).

Que a Paz do Espírito Santo estejam em seu coração e lhe acompanhem na sua jornada espiritual.

FIM

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