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Economia Monetária I

Lista 2

1. Explique o que significa financiamento direto e financiamento indireto. Por que,


na maioria dos países, o sistema financeiro é “baseado em bancos”, ou seja, em
crédito bancário? Comente sobre as possíveis razões da recente expansão do
processo de desintermediação financeira.

Financiamento direto é a forma de financiamento em que o agente superavitário


empresta diretamente para o deficitário, enquanto no indireto existe um intermediário,
normalmente um banco comercial. No sistema baseado em bancos as relações de
crédito são mais simples pois o intermediário retém as informações dos agentes e
permite que os recursos sejam alocados e transferidos da forma mais eficiente. Quanto
maior o acesso à informação dos agentes menor o risco, logo, com o desenvolvimento
dos meios de comunicação e do próprio sistema financeiro a desintermediação
financeira vai se tornando a forma mais eficiente de alocar e transferir recursos
reduzindo, ainda, os custos de transação para os agentes.

2. (a) Explique o que significa e o que justifica (i) a regulação financeira prudencial
e (ii) a regulação de defesa do consumidor de produtos e serviços financeiros.

A regulação prudencial é um conjunto normas que visam a operação eficiente do


mercado, para o lado tomador e emprestador de crédito. Parte do princípio de que as
externalidades, tanto positivas quanto negativas resultam da atividade financeira,
porém, as assimetrias informacionais podem gerar distorções contratuais que
beneficiam apenas um dos lados e por esse motivo ela é necessária.

A regulação de defesa do consumidor de produtos e serviços financeiros são normas


que exigem disponibilidade de informações, transparência e até limites na forma de
operação por parte das instituições financeiras. Como a assimetria de informação
prejudica principalmente os clientes de instituições financeiras dado que, entre outros
fatores, contratos financeiros são escritos em linguagem legal que nem sempre é
acessível a clientes a regulação se tornou necessária.

(b) Explique o conceito de “coeficientes mínimos de capital” para os bancos e


mostre as razões de sua exigência nos Acordos da Basiléia.

São coeficientes de capital exigidos dos bancos em proporção aos seus ativos,
ponderados de acordo com seus riscos. Ou seja, os bancos devem construir seu capital
proporcionalmente aos seus ativos e risco. Sua principal razão de existência é que ao
forçar os bancos a aplicarem parte do seu próprio capital em determinada operação os
fazem se expor menos ao risco.

3. Quais são as funções típicas de um banco de investimento e de um banco de


poupança? Quais são suas principais operações ativas e passivas? Explique os
principais tipos de risco enfrentados por estas instituições financeiras, e como
podem reduzi-los.

A função do banco de investimento é permitir às empresas que desejam investir ou


a governos que têm planos de gasto poder fazê-lo na época que lhe seja mais favorável,
ao invés de ter que esperar que o mercado, isto é, os compradores finais de títulos, seja
receptivo a essas emissões. O banco de investimento permite o descasamento dessas
datas, absorvendo temporariamente em sua própria carteira os títulos emitidos, como
ações, bônus, notas etc., para venda posterior. Seu principal risco é o de mercado,
probabilidade de o banco ter superestimado a absorção dos ativos pelo mercado.

Bancos de poupança atuam no mercado de crédito e ocupam um segmento específico,


que é o financiamento da aquisição de imóveis, especialmente residenciais. Sua forma
tradicional de operação é a hipoteca no qual o próprio imóvel é utilizado como garantia
e o tomador de crédito se torna dono na quitação da dívida. Seus principais riscos são
de crédito que é a o risco de calote que é mitigado principalmente pelo próprio contrato
já que o ativo é a garantia e o risco de juros, probabilidade de que elevações de juros
reduzam o valor dos ativos mais do que o dos passivos, e é minimizado quando a
economia está estável e sem pressões inflacionarias.

4. Defina: informação assimétrica; empréstimos subprime; risco moral; seleção


adversa; risco sistêmico; mercado primário; mercado secundário; banco
múltiplo; investidores institucionais; conglomerado financeiro.

Informação assimétrica: quando em um determinado mercado um lado dos agentes


possui informações privilegiadas em detrimento do outro. (bancos x cliente)

Empréstimo subprime: um empréstimo em que o agente tomador de crédito não possui


um bom histórico de crédito ou, ainda, não possui condições financeiras para tomar o
empréstimo. (alto risco)

Risco moral: quando um agente econômico muda de comportamento devido o contexto


de uma transação econômica. (seguro de carro)

Seleção adversa: fenômeno de informação assimétrica em que os compradores acabam


selecionando de forma equivocada produtos e serviços. (carros usados)
Risco sistêmico: risco de um sistema ou mercado colapsar como um tudo ou, em efeito
cascata. (insolvência de um grande banco)

Mercado primário: mercado onde é feito a emissão de títulos no qual uma empresa
consegue financiamento. (abertura de capital)

Mercado secundário: onde ocorre a negociação dos títulos (bolsa de valores)

Banco múltiplo: banco universal que oferece serviços financeiros de operações ativas,
passivas e acessórias. Opera em suas carteiras de banco comercial, banco de
investimento. (banco grande)

Investidores institucionais: são instituições que investem recursos com a finalidade de


lucro próprio ou de terceiros. (fundo de pensões, corretoras...)

Conglomerado financeiro: conjunto de intuições que têm efetivamente uma


administração em comum e que operam sob uma mesma marca comercial. (Itaú)

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