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1. Evite usar a válvula de afinação muito aberta. Dê preferência para deixá-la mais fechada, e tocar
de maneira relaxada. Assim você terá um som cheio, e não ficará 'puxando' a afinação para cima.
2. Um trompete afinado, é mais fácil de ser tocado. Então, afine sempre o instrumento, mesmo
quando for apenas estudar. Desta forma, você se acostuma a tocar de forma correcta, com bom som e
resistência. Também evita com que o seu ouvido fique acostumado com as notas desafinadas.
3. Uma maneira de se 'afinar' o trompete (para tocar sozinho/estudar) quando o afinador não está
disponível, é tocar uma nota (um sol, por exemplo), e ir abrindo a válvula de afinação lentamente. Em
determinado momento, você irá perceber que a nota sai de forma mais fácil, com uma entonação e
sonoridade superior. Neste ponto, o trompete está afinado. (Sim, você não estará afinando a 440 ou 442,
mas ao menos estará mantendo o trompete no ponto em que ele 'quer' soar. E isso faz muita diferença).
Em pouco tempo, pega-se a prática. Pode-se inclusive, tentar fazer isso algumas vezes, conferindo depois a
afinação (na mesma nota, é claro) com um bom afinador electrónico (um afinador ruim pode apenas
confundir), ou mesmo com o diapasão.
4. Quando vamos para os agudos, temos a tendência de buscar a nota mais aguda do que ela
realmente é. Por causa disso, é que há tanta dificuldade em se tocar no registo agudo. Tocar qualquer nota
desafinado, faz você cansar mais. Tocar notas acima do pentagrama de forma aguda (acima da frequência
correcta) exige ainda mais. Quando estiver com problemas com algum trecho agudo de uma música,
toque-a devagar, prestando bastante atenção á afinação, para ver se, por exemplo, você não está tocando o
Sol muito baixo, e após, tentando tocar um Sí muito agudo.
Um parte muito importante de nossa rotina diária, e deixava de lado por muitos, é o
“desaquecimento”, ou warm-down. Assim como o aquecimento, ou warm-up, é responsável por preparar
nosso corpo para tocar, o “desaquecimento” é importante para colocá-lo em estado de repouso, relaxado, e
em um estado que possa se recuperar do desgaste, e ter o desenvolvimento adequado.
É importante lembrar que os músculos se desenvolvem durante o período de repouso, após o esforço. Ou
seja, é justamente quando você larga o trompete, que os seus lábios ganham mais firmeza. Por isso, é
importante fazer um relaxamento antes de guardar o trompete. Sempre.
Como eu tenho problemas de resistência, faço relaxamentos até durante a rotina, antes de fazer a
pausa. Nesse caso, é apenas um relaxamento rápido, alguns pedais, ou mesmo apenas algumas notas
graves, de forma bem relaxada. Vamos então a algumas dicas de relaxamento:
“Desaquecimento” para final do dia:
Eu faço um relaxamento 'rápido', que consiste do aquecimento A, do livro do Louis Maggio
(disponível na página 'Baixar', neste mesmo blog). Faço de forma lenta, relaxada, e fazendo os intervalos
entre um grupo e outro, o maior possível, tentando chegar próximo ao tempo que levei para tocar o grupo.
Se faço 4 tempos cada nota, o total dá 16 tempos, então, tento 'descansar' (mas com o lábio ainda no
bocal) pelo menos 8 tempos. E não menos do que 4. NUNCA.
Após terminar este exercício, coloco alguma música (calma), e vou fazendo notas longas, de Dó
grave, até Sol, ou Fa# grave. Façam o seguinte.
Posicione os lábios no bocal. Deixe-os um pouquinho avançados, para que vibrem bem, sem
esforço. Tome uma inspiração profunda, e relaxada, com calma (não há contagem de tempo para inspirar),
pelo nariz. Toque o dó grave, bem leve, suave. Segure a nota o máximo que você puder, desde que
relaxado. Quando seguramos até ficar quase sem ar, o coração acelera, perdemos o fôlego, e isso só irá
atrapalhar o exercício. Melhor segurar a nota 20 segundos, e não ficar ofegante, do que mais de 30, e ficar
com o coração acelerado.
Após terminar de tocar o dó, inspire novamente de forma profunda, pelo nariz. Expire também pelo
nariz, ou pela boca, dentro do trompete, mas sem tocar. Isso serve para manter o relaxamento. Então,
inspire e toque o Sí. Continue descendo, até o Sol, ou Fá#.
Você irá perceber que o lábio ficará 'formigando' durante um bom tempo ainda depois que tiver
parado de tocar. E que no dia seguinte, não estará cansado, mesmo que tenha estudado muito. Eu faço
essa descida antes de fazer as pausas na minha rotina, e ela ajuda muito. Nesse caso, para não perder
muito tempo, eu faço apenas uma descida com ritmo mesmo, segurando 4 a 8 tempos cada nota. Mas já
ajuda bastante. Principalmente, após fazer a secção de flexibilidade, e registo agudo.
-Progressão/'Evolução'
Alguma pessoas conseguem fazer o exercício diariamente. Outras, podem ficar com fadiga muscular. Se
você notar que está ficando cansado, faça o exercício dia sim, dia não. Isto irá ajudar a seus músculos se
recuperarem do esforço. Também, se perceber que ainda não está pronto para pular para a próxima etapa,
repita a semana, até estar preparado.
Comece com um lápis mais curto, cerca de 1/3 do comprimento total.
Os exercícios são feitos apenas nos dias 1 a 6 da semana. Utilize o último para apenas descansar
(pode tocar, mas não faça exercícios musculares, como este). Neste dia, também evite longos ensaios e
estudos. Faça notas longas, pedais, coisas que relaxem a sua musculatura, ao invés de tensionar. Dormir
bem também é importante, pois ajudará na recuperação muscular.
Semana 1:
Realize o exercício durante 1 minuto, duas vezes ao dia. De preferência, uma logo pela manhã, a
tempo de descansar para a sua rotina de estudos, e pela noite, antes de deitar. Caso 1 minuto, com o lápis
curto seja cansativo, faça apenas 30 segundos durante uma semana preparatória, para então tentar
começar esta rotina.
Semana 2:
Faça o exercício com duração de 1 minuto e meio. Total diário de 3 minutos.
Semana 3:
2 vezes de 2 minutos. Total de 4 minutos.
Semana 4:
A partir de agora utilize um lápis inteiro, ou, com cerca de 2/3 do tamanho. Se achar muito ainda,
pode diminuir ainda um pouco mais. Neste caso, ao chegar ao final, volte à semana 4, com um lápis com o
comprimento mais próximo do total. Lembre-se também de reservar o 7o dia da semana para descansar.
Seu lápis NÃO deve em momento algum ficar para baixo. Sempre um pouco mais elevado do que
paralelo ao chão. Caso não esteja conseguindo, então o exercício não está te ajudando.
Um minuto, duas vezes ao dia, total de 2 minutos por dia.
Semana 5:
Um minuto e meio, 2 vezes ao dia. Total de 3 minutos.
Semana 6:
2 vezes de 2 minutos. Total de 4 minutos.
Semana 7:
2 vezes de 2 minutos e meio. Total de 5 minutos.
Semana 8:
1 vez de 3 minutos + uma sessão de 'levantamento de lápis', levantando de abaixando o lápis (até a
horizontal) 20 vezes.
Este exercício ajuda a ganhar controle sobre intervalos grande (3 oitavas ou mais), e ensina a você
como o seu corpo que que você faça a pressão para aumentar ainda mais o seu alcance.
Semana 9:
3 minutos e meio, 1 vez ao dia + uma sessão de 40 repetições do levantamento.
Semana 10:
4 minutos, 1 vez ao dia + 1 sessão de 60 repetições do levantamento.
Após terminar este período de treino, basta 1 sessão de 4 minutos, uma vez na semana (segunda,
por exemplo), e uma de 60 repetições (na quinta, por exemplo). Assim, você manterá a sua força adquirida
neste período, e não correrá mais perigo de stressar demais os lábios.
E isso é apenas o começo. Como já comentado em um post anterior, até os pés devem estar em uma
posição correcta. Os braços, utilizados para sustentar o trompete, não podem ficar tensos, ou afectarão os
ombros, que afectarão pescoço/garganta e pulmões, e até mesmo os dedos, que utilizamos para a digitação
das notas. Uma má postura da coluna, também influenciará a eficiência do ar que usamos, diminuindo a
qualidade do som, o alcance, resistência, ressonância, entre outras coisas.
Ao tocar, devemos estar com os músculos relaxados, para que o ar flua de forma eficiente, para que
o corpo não se canse. Tensão e má postura, em qualquer parte do corpo afectará o resultado final: nossa
música.
Iniciei a pouco tampo, a prática de yoga, regularmente. Já fazia ano passado, mas era apenas uma
vez por semana, e nem toda semana eu tinha a oportunidade. Agora, estou matriculado efetivamente em
uma escola de yoga, e faço duas vezes por semana, e mais uma seção de meditação por semana. E notei
grandes resultados.
Para os que não conhecem, a yoga é um trabalho corporal e mental, no qual cuidamos do corpo e
mente, para que possamos realizar a meditação. Durante uma prática de yoga (neste caso, a Hatha Yoga,
recomendada por Maynard Ferguson), trabalha-se a respiração (abdominal, intercostal, e pulmonar),
alongamento, fortalecimento muscular, e a capacidade de relaxar o corpo, e a mente.
Com isso, o músico ganha uma melhor postura, melhor respiração, musculatura mais relaxada e
fortalecida, e mente mais focada. Ou seja, basicamente tudo o que necessitamos (além é claro, do
conhecimento teórico, estudo do instrumento, e musicalidade) para tocar o trompete (ou qualquer outro
instrumento).
Com menos de um mês de aula, minha sonoridade melhorou, e muito. O som ficou mais cheio,
mais vivo. O alcance também aumentou, e, por agora estar utilizando a respiração e o ar de maneira
eficiente, e estar tocando de forma relaxada, minha resistência (que SEMPRE foi o meu problema, desde
que comecei a tocar, a uns 13, 14 anos atrás) também melhorou de forma significativa.
Então, fica aí a dica. Façam Yoga (seja ela qual for, mas a Hatha é beeem eficiente. Não vou muito
com a cara da Swasthya, mas também irá fazer bem), ou RPG, pilates. Com certeza será muito benéfico.
Dica 1
Uma das coisas mais frustrantes para nós trompetistas é a inconsistência que temos com nossos
lábios... afectando alcance, resistência, flexibilidade e qualidade do tom. Se você teve um dia extenuante
de prática, ensaio ou apresentação/performance, há uma boa chance de que os seus lábios NÃO vão
responder muito bem. A melhor coisa a se fazer é se segurar um pouco. Não necessariamente tirar o dia de
folga, mas tocar mais coisas em registo grave, com grandes espaços de descanso entre cada sessão. Eu
percebi que estendendo meu aquecimento (que consiste basicamente de pedais, antes de tudo), posso me
recuperar relativamente rápido do abuso que às vezes imponho a mim mesmo.